Arquivos mensais: junho 2022

Partidários de Bolsonaro ampliam espaço político no Maranhão com recursos de programas sociais

 

Roberto Rocha, Aluízio Mendes, Juscelino Filho, Cléber Verde e Josivaldo JP: bolsonaristas ocupando espaço político

Ninguém duvida de que o presidente Jair Bolsonaro (PL), que levou uma surra histórica nas urnas maranhenses nos dois turnos da eleição presidencial de 2018 na disputa com o petista Fernando Haddad, corre o risco de ser surrado de novo no estado, por margem muito ampla, agora no embate direto como ex-presidente Lula da Silva (PT). Todos os sinais até agora emitidos pelo eleitorado por meio das pesquisas de opinião são indicativos de que o presidente, ao contrário do que muitos apostaram, não conquistou nem os corações nem as mentes da esmagadora maioria dos maranhenses, e isso deve ser dito pelas urnas, se nada de excepcional acontecer até o 2 de Outubro. Por outro lado, não há dúvida também de que as forças políticas maranhenses diretamente ligadas ao Governo Bolsonaro, caso do senador Roberto Rocha (PTB), assim como as que se relacionam na surdina e fingem que não o fazem, caso do senador Weverton Rocha (PDT), se movem ostensivamente para ocupar espaço político expressivo no estado nessa corrida. E para isso estão se valendo do pacote de “bondades” eleitoreiras que que o governo bolsonarista está usando no pesado jogo que o presidente pratica para viabilizar o seu projeto de reeleição.

Ontem, um dos auditórios do campus da UFMA foi palco de um evento no qual o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, comandou ontem a etapa maranhense da chamada “Jornada do Auxílio Brasil”, o benefício de R$ 400,00 com o qual o Governo Bolsonaro substitui o programa Bolsa Família criado no Governo Lula na década de 2000. Segundo o ministro da Cidadania, o Maranhão tem mais de 1 milhão de beneficiários do programa. A tal “jornada” do Auxílio Brasil no estado é uma parceria do Ministério da Cidadania com a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), comandada por ninguém menos que Erlânio Xavier, prefeito de Igarapé Grande, um dos chefes do PDT regional e homem forte da campanha do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado.

Muito fraco de público, o evento atraiu parte da “nata” do bolsonarismo estadual. Lá estiveram o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (sem partido), que na condição de oposição ao Governo de Carlos Brandão (PSB), mantém canais produtivos de acesso ao Governo Federal, e o senador Roberto Rocha, bolsonarista entusiasmado que preside o braço maranhense do PTB e é candidato à reeleição. Na ato comandado pelo ministro Ronaldo Bento estiveram também os presidentes regionais do PSC, deputado federal Aluísio Mendes, principal fiador da pré-candidatura de Lahesio Bonfim ao Governo do Estado pelo seu partido, e como ele bolsonarista de proa; do União Brasil, deputado federal Juscelino Filho integrante da corrente do partido alinhada ao Palácio do Planalto e que parece desconhecer que o ex-DEM tem um candidato a presidente da República, o deputado federal por Pernambuco Luciano Bivar, que é também presidente nacional do partido; e do Republicanos, deputado federal Cléber Verde, igualmente alinhado ao Governo Bolsonaro. Os dois últimos são linha de frente do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Maranhão. E junto com eles o deputado federal Josivaldo JP (PSC).

A incursão do ministro da Cidadania, que também entregou 12 equipamentos agrícolas e 10 caminhões, é uma mostra tímida da derrama de recursos que o Governo Bolsonaro está fazendo a três meses e meio das eleições. E está evidenciado que seus aliados no estado encontram-se usando esse e outros programas sociais do Governo Federal para fortalecer seus projetos eleitorais, no caso, a reeleição. Milhões e milhões de reais têm sido derramado nos municípios em emendas parlamentares, sem que se tenha efetivamente um controle sobre esses recursos. Ontem mesmo, o senador Roberto Rocha anunciou ter conseguido recursos para a construção de uma grande ponte na Ilha de São Luís, numa demonstração de que o presidente está disposto a “quebrar” o Brasil mais do que já está “quebrado” para renovar o seu mandato e os dos seus aliados.

Com essa “burra” aberta e generosa, os bolsonaristas maranhenses vão ocupando espaços e se fortalecendo usando os fartos recursos da União.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto manda apurar denúncia de irregularidade em concurso

Othelino Neto manda aourar denuncia feita por Yglésio Moises

O presidente licenciado da Assembleia Legislativas, deputado Othelino Neto (PCdoB), não pensou duas vezes depois de ser informado da denúncia, feita pelo deputado Yglésio Moyses (PSB) de que o concurso realizado pelo Poder Legislativo para o preenchimento de vagas no seu corpo funcional estaria contaminado por irregularidades. Ele decidiu acionar o Ministério Público para que investigue a denúncia. E anunciou que tudo será colocado em pratos limpos, garantindo que, caso a suspeitas de irregularidades forem confirmadas, serão tomadas, inclusive a anulação do certame. Caso não haja irregularidades, o processo do concurso terá continuidade inclusive com a contratação dos aprovados. Não se podia esperar outra atitude do chefe do Poder Legislativo. Agora é manter a calma e aguardar o resultado da investigação, para depois decidir o que fazer.

Já em relação ao deputado Yglésio Moises há duas situações conflitantes. Informados da suspeita de irregularidade no concurso, o parlamentar agiu corretamente ao fazer a denúncia na tribuna, que é o espaço mais adequado para uma manifestação parlamentar, ainda que a informação guarde controvérsias e inconsistência. Por outro lado, o parlamentar disse colegas seus tentaram demovê-lo da decisão de fazer a denúncia, oferecendo-lhe, “indiretamente”, R$ 200 mil para que ficasse calado. Surpreendeu Yglésio Moises ter preservado as identidades dos colegas que tentaram suborná-lo. Para ser inteiramente correto, o parlamentar teria de dar nomes aos tais colegas dele.

 

Velhos conhecidos das urnas, Hertz Dias e Saulo Arcangeli serão lançados pelo PSTU

Hertz Dias e Saulo Arcangeli: de volta ao sacrifício

Hertz Dias e Saulo Arcangeli serão lançados oficialmente, amanhã, candidatos a governador do Estado e a senador, respectivamente, pelo PSTU. São dois velhos conhecidos das urnas maranhenses, que até nas últimas eleições não foram bem acolhidos pelo eleitorado. Hertz Dias foi candidato do PSTU à Prefeitura de São Luís na última eleição, e agora foi promovido candidato do partido aso Governo do Estado. Saulo Arcangeli tem uma trajetória muito mais longas e mais rica de derrotas acachapantes para governador, prefeito e senador. O lançamento será feito, os dois serão confirmados candidatos, cumprirão o calendário eleitoral como tal, mas suas candidaturas morrerão na praia. Terão, pelo menos, o mérito de participar do grande debate.

São Luís, 16 de Junho de 2022.

 

Pesquisa aponta embate decisivo entre Lahesio Bonfim e Edivaldo Jr. pela terceira posição

 

Lahesio Bonfim está levando a melhor na disputa com Edivaldo Jr. que pode levar a uma vaga no 2º turno

Se a surpreendente arrancada do senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, alcançando razoável vantagem sobre o governador licenciado e hospitalizado Carlos Brandão, pré-candidato do PSB à reeleição, está gerando questionamentos de natureza ética, o dado que envolve a disputa intermediária entre o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), e o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. pré-candidato do PSD, que travam uma dura guerra intermediária e cujo prêmio é o caminho aberto para disputar as primeiras posições chama a atenção pelas características dos pré-candidatos. Segundo a pesquisa Exata, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes está impondo vantagem de três pontos percentuais sobre o ex-prefeito de São Luís, causando surpresa no meio político. Lahesio Bonfim é um médico conhecido por atitudes controversas, por declarações incendiárias e que se esforça para ser visto como um outsider, ou seja, um político fora dos padrões. Edivaldo Holanda Jr., que é advogado, prima por uma imagem de político enquadrado, que vive muito discretamente, fala pouco e se esforça para se mostrar um gestor eficiente.

Provavelmente pela sua ainda curta, mas muito bem sucedida trajetória – dois mandatos de vereador de São Luís, meio mandato de deputado federal e dois mandatos de prefeito de São Luís, com votações em grande medida garantida pelo eleitorado evangélico -, todos sem um traço de rasura, Edivaldo Jr. foi convidado pelo presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, para ingressar no partido e ser o seu candidato ao Governo do Estado. Foi um movimento perfeito, encampado com entusiasmo pelo presidente do partido no Maranhão, deputado federal Edilázio Jr., e seu principal articulador, o experiente deputado estadual César Pires. Passados os primeiros momentos do lançamento, o pré-candidato do PSD se deu conta de que não estava disputando a Prefeitura de São Luís, mas o Governo do Maranhão, que reúne 217 prefeituras espalhadas num território de mais de 300 mil quilômetros quadrados. Sua marcha para o interior está sendo lenta, mantendo-o na faixa dos 10% de intenção de voto.

Lahesio Bonfim faz trajetória rigorosamente inversa. Montado numa trajetória de médico do interior, demais, elegeu-se e se reelegeu prefeito de São Pedro dos Crentes, sul do estado, 4,5 mil habitantes, quase todos evangélicos. Ele diz, e alguns confirmam, que fez ali uma gestão-modelo, cujos pontos principais serão a base da sua gestão no Governo do Estado, se eleito for. Bolsonarista assumido, enfrentou percalços na busca de um partido, mas encontrou no PSC, comandado pelo deputado federal Aluísio Mendes, um pouso seguro. Ganhou fama na região e se lançou candidato num movimento do interior para a Capital, onde, agora ciceroneado pelo experiente e respeitado vereador Gutemberg Araújo (PSB), tenta se mostrar um político preparado para governar “e mudar” o Maranhão. E foi com essa estratégia que saiu de 3%, atropelou Josimar de Maranhãozinho (PL) e agora ultrapassou Edivaldo Jr., alcançando 14% nas duas pesquisas Exata mais recentes. De espírito provocador, disparou contra o senador Weverton Rocha em entrevista recente: “É um político que não tem pudor com dinheiro público, e por isso o Flávio Dino não o escolheu”.

Se os números da pesquisa Exata traduzirem a realidade, Lahesio Bonfim começa, de fato, a se credenciar para disputar uma vaga num eventual segundo turno com o governador Carlos Brandão ou com o senador Weverton Rocha. Sua movimentação – esteve semana passada com empresários e visitou ontem o prefeito Eduardo Braide (sem partido) e ainda não posicionado da corrida aos Leões – parece muito mais intensa e abrangente. Por seu turno, Edivaldo Jr., que cumpre uma agenda no interior, que não tem produzido resultados, segundo mostram as pesquisas mais recentes, nas quais ele aparece estacionado numa faixa que vaio de nove a doze pontos percentuais. Ninguém duvida de que tem potencial para virar a mesa e seguir em frente, com mais ousadia e agressividade (no bom sentido).

Se gerou uma forte expectativa em relação ao embate que será travado pelo governador Carlos Brandão com o senador Weverton Rocha pela liderança da corrida, a pesquisa Exata trouxe a informação de que Lahesio Bonfim e Edivaldo Jr. terão de travar um confronto “de sair faísca”, como se dizia em outros tempos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa Exata criticada por não respeitar ausência e problema de saúde de Brandão

Carlos Brandão pode ter sido prejudicado na pesquisa Exata

Uma situação de natureza ética envolvendo a pesquisa Exata, divulgada na segunda-feira (13) chamou. Ela decorre do fato de o instituto haver saído a campo exatamente no momento em que o governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, encontrava-se hospitalizado em São Paulo, e nessa condição, vítima de uma boataria frenética e quase insana sobre o seu real estado de saúde. Há quem diga que houve má fé, havendo também quem resuma tudo numa “infeliz” coincidência. Entre os que viram má fé no prosseguimento da pesquisa, há os que acham que a aplicação dos questionários poderia ter sido suspensa temporariamente, e caso já estivessem respondidos, deveriam ter sido guardados. Para eles, aconteceu exatamente o que não deveria ter acontecido.

Os críticos da pesquisa argumentam que na condição de licenciado, hospitalizado e submetido a duas cirurgias, o governador Carlos Brandão ficou em óbvia desvantagem, já que a boataria chegou a espalhar que ele não seria mais candidato e que dificilmente voltaria ao cargo. Tal contexto certamente contribuiu para que a tendência mostrada das últimas pesquisas, com estagnação de Weverton Rocha e crescimento de Carlos Brandão, sofresse uma reviravolta tão ostensiva. Ficou, de fato, no ar, uma nuvem densa de carência ética nesse episódio, que está dando o que falar nos bastidores e fora deles.

 

Em ação, Othelino Neto diz que tem agenda intensa no campo político

Othelino Neto entrevistado por Juraci Filho na TV Assembleia

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) retomou com todo gás a sua própria pré-campanha para renovação do mandato parlamentar e como coordenador político da pré-campanha do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado. Essa disposição exibida por ele próprio ontem, em entrevista ao programa Bastidores, conduzido pelo jornalista Juraci Filho na TV Assembleia. Com os pés no chão e ciente dos desafios que tem pela frente, Othelino Neto revelou: “Estamos com uma agenda intensa e o ex-governador Flávio Dino tem conversado muito com a classe política. Agora, intensificamos o movimento de visita aos municípios, levando a sua pré-campanha e ajudando a compor não só um programa de governo para a pré-candidatura à reeleição do governador Carlos Brandão, mas, também, coletando informações para a sua pré-candidatura ao Senado”.

Conhecido pela sua capacidade de analisar cenários políticos aparentemente complicados, Othelino Neto observa que no Maranhão está se reproduzindo o desenho da conjuntura pré-eleitoral em curso no País:  “Para o nosso campo, estão vindo partidos e líderes alinhados, em sua maioria, à pré-candidatura do ex-presidente Lula. Isso sinaliza muito positivamente para nós. Afinal, somos avalistas desse projeto para o estado”.

Na mesma conversa, o presidente da Assembleia Legislativa anunciou a volta, depois de dois anos suspensa, da festança junina “Arraiá do Povo”, realizada no pátio do Palácio Manoel Beckman, organizada pelo Gedema, com o objetivo de valorizar a cultura maranhense e oferecer momentos de alegria e descontração a deputados, servidores e à comunidade em geral.

São Luís, 15 de Junho de 2022.

Exata: Weverton lidera corrida ao Governo com cinco pontos à frente de Brandão

 

Weverton Rocha lidera seguido de Carlos Brandão, Lahesio Bonfim e  Edivaldo Jr.. que estão na briga, o que não é o caso de Simplício Araújo,Hertz Dias e Enilton Rodrigues, que só fazem figuração 

Se a eleição para o Governo do Maranhão fosse agora, o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, com 29% das intenções de voto, e o governador Carlos Brandão, pré-candidato do PSB à reeleição, com 24%, seriam os escalados pelo eleitorado para disputar um segundo turno. Na segunda rodada, o pedetista Weverton Rocha seria eleito governador com 43% dos votos contra 37%. Foram esses os números encontrados pela pesquisa Exata, contratada pelo jornal O Imparcial e divulgada ontem. Na disputa do 1º turno, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim, pré-candidato do PSC, teria 14%, enquanto o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Jr., pré-candidato do PSD, sairia das urnas com 11%, seguido de Simplício Araújo (Solidariedade), com 2%, Hertz Dias (PSTU) com 1% e Enilton Rodrigues não pontuou. Nenhum/Branco/Nulo somaram 6% e Não Sabe/Não Respondeu, 13%. Em relação ao 2º turno, Nenhum/Branco/Nulo somaram 11% e Não Sabe/Não Respondeu, 9%. A pesquisa Exata ouviu 1451 eleitores nas regiões Norte, Sul, Leste, Oeste e Grande São Luís, tem margem de erro de 3,28 pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA 04453-2022.

Levando-se em conta o fato de que o instituto Exata não divulgou o período em que os questionários foram aplicados e que, se a aplicação tiver ocorrido nas últimas semanas, as respostas podem ter sido influenciadas pela onda frenética de boatos sobre a saúde do governador Carlos Brandão, os números chamam a atenção pelo salto dado pelo pré-candidato pedetista Weverton Rocha. A pesquisa Exata anterior mostrou Weverton Rocha com 22% e Carlos Brandão com 21%. De acordo com instituto, ambos cresceram, tendo o pedetista aumentado sete pontos percentuais, e o governador, quatro. E com o diferencial de que a diferença pró-Weverton Rocha, que é de quatro pontos, supera os 3,28 a margem de erro. Ou seja, se os números estiverem corretos, a vantagem do pré-candidato pedetista é sólida.

O cenário mostrado pela pesquisa Exata, ainda que possa haver alguma deformação no levantamento, sobre a disputa pelo Palácio dos Leões, acendeu o alerta vermelho no QG do governador Carlos Brandão. Quem conhece pesquisa sabe que enquanto a diferença está dentro da margem de erro, o resultado real pode ser diferente, tanto para um quanto para outro pré-candidato. É verdade que não dá ainda uma informação, mas o fato é que, segundo o levantamento feito pelo Exata, o senador Weverton Rocha abre uma pequena, mas importante vantagem, obrigando o governador Carlos Brandão a planejar e executar uma reação capaz de reverter essa reviravolta o mais rapidamente possível. E levando em conta o fato de que os números devem estimular o pré-candidato do PDT a intensificar sua pré-campanha, que tem jeito de campanha.

Finalmente, outra surpresa da pesquisa Exata: Simplício Araújo dobrou seu cacife, saltando de 1% para 2%, mantendo sua vantagem sobre Hertz Dias (PSTU), este estacionado em 1%, e sobre Enilton Rodrigues, que pela segunda vez toma conhecimento de quer o eleitorado do Maranhão não quer conversa com o PSOL

Outro dado forte levantado pela pesquisa é a vantagem que o pré-candidato do PSC, Lahesio Bonfim (14%), tem sobre o pré-candidato do PSD, Edivaldo Jr. (11%). Ainda se dê na fronteira da margem de erro, a diferença mostra que Lahesio Bonfim, que apareceu com 12% na última pesquisa, cresceu dois pontos percentuais, enquanto Edivaldo Jr. teve os mesmos 11%, ou seja, estacionou nesse período. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes (4.651 habitantes), deixa para trás o ex-prefeito de São Luís (1.2 milhão de habitantes), impondo-lhe uma vantagem de três pontos percentuais, quase fora da margem de erro.

Finalmente, outra surpresa da pesquisa Exata: Simplício Araújo dobrou seu cacife, saltando de 1% para 2%, mantendo sua vantagem sobre Hertz Dias (PSTU), este estacionado em 1%, e sobre Enilton Rodrigues, que pela segunda vez toma conhecimento de quer o eleitorado do Maranhão não quer conversa com o PSOL.

Se a corrida ao Governo se encontrava numa situação de calmaria, essa pesquisa Exata trouxe pólvora o suficiente para transformá-la numa guerra pelo voto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino mantém ampla liderança na corrida ao Senado

Flávio Dino tem vantagem larga sobre Roberto Rocha

A pesquisa Exata confirmou a liderança folgada do ex-governador Flávio Dino (PSB) na disputa para o Senado da República, mas registrando queda em relação à pesquisa anterior. Flávio Dino tem a preferência de 51%, enquanto que o senador Roberto Rocha (PTB), candidato à reeleição, tem 26%. A corrida senatorial permanece rigorosamente polarizada, uma vez que nenhum dos demais candidatos tem mais do que cinco pontos percentuais de intenção de votos. Pastor Bel, terceiro colocado, apareceu com 5%, seguido de Paulo Romão (PT), que tem 2% – e cuja presença na pesquisa não faz sentido, uma vez que não há possibilidade de ele vir a ser candidato -, Saulo Arcangeli (PSTU), com 1% e que mais uma vez vai para o sacrifício, e Antônia Coriongo (PSOL), com 1%. A pesquisa para senador revela que neste item o eleitorado está posicionado, restando 7% que não votariam em nenhum, poderão votar em branco ou nulo, e 7% dos que não souberam ou não quiseram responder.

Mesmo aparecendo com sete pontos percentuais a menos do que na pesquisa Exata de maio, o ex-governador Flávio Dino é, de longe, a maior expressão política dessa eleição. Ele deixou um Governo de sete anos e meio bem organizado, com a máquina mais azeitada, com impressionante quantidade de realizações nas áreas da educação, da saúde, da segurança pública, na segurança alimentar, na infraestrutura urbana e viária, enfim algum não visto nas últimas décadas no Maranhão. Embalado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos grupos mais conservadores, o senador Roberto Rocha busca a reeleição vendendo o que conseguiu viabilizar durante sete amis e meio de mandato.

 

Weverton ganha apoio de Maura Jorge e se consolida como o candidato do bolsonarismo

Maura Jorge apoia Weverton Rocha

O senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, recebeu ontem o reforço da última base bolsonarista na seara municipalista, a prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PL). Em entrevista à TV Mirante, ela confirmou o que já circulava como verdade no meio político e ganhou corpo à medida que os chefes bolsonaristas maranhenses, destacadamente o senador Roberto Rocha, chefe do PTB e pré-candidato à reeleição, e o deputado Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL, o Avante e tem forte influência sobre o Patriotas, foram se alinhando ao pré-candidato pedetista. Com o posicionamento público de Maura Jorge, cuja definição teria atendido a uma recomendação do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Weverton Rocha assume de vez a condição de candidato das forças bolsonaristas maranhenses, ainda que mantendo o discurso de que não tem qualquer compromisso de contrapartida em relação à disputa pelo Palácio do Planalto. Alguns intérpretes desse cenário, no entanto, duvidam dessa possibilidade, a começar pelo fato de que acordos político-eleitorais não existem com mão única e só funcionam com a regra universal segundo a qual uma mão lava outra.

São Luís, 14 de Junho de 2022.

Alckmin diz que Brandão “está ótimo, corado e bem disposto” e terá “merecida, justa e consagradora” reeleição

 

Geraldo Alckmin cumprimenta Carlos Brandão e diz que o governador “está ótimo” 

Geraldo Alckmin: Estou aqui com o governador do Maranhão, o amigo Carlos Brandão. Fiquei felicíssimo de vê-lo ótimo, corado, bem disposto. Daqui a pouquinho já está de volta ao Maranhão para continuar esse belíssimo Trabalho. E tenho certeza de que terá uma merecida, justa e consagradora reeleição. Para trabalhar, trabalhar muito em benefício da nossa população. Fico muito feliz, Carlos Brandão, de vê-lo ótimo aqui”.

Carlos Brandão: “É um prazer enorme estar recebendo o nosso futuro vice-presidente da República, meu amigo de longas data, e agora no mesmo partido, o PSB. Fico feliz porque suas palavras nos dão muita energia para que a gente possa continuar conduzindo esse estado com muita harmonia, com muita seriedade, e acima de tudo olhando para as pessoas que mais precisam. Portanto, hoje foi um dia muito importante, e eu não tenho dúvida de que sua presença aqui me carregou de energia. Dá uma vontade até de sair correndo para o Maranhão. Mas em breve estarei aí com vocês. Só estou concluindo a minha recuperação, e como vocês podem ver, estou muito bem. E a presença do nosso governador Geraldo Alckmin só fortalece a nossa aliança PSB/PT. Muito obrigado”.

Geraldo Alckmin: “E trago um abraço do nosso presidente Lula. Ele queria vir aqui te abraçar, mas está com Covid. Ele pediu para que eu transmitisse o seu abraço fraterno”.

Esse diálogo, gravado ontem no Hospital da Beneficência Portuguesa em vídeo durante visita que recebeu do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice-presidente da República na chapa do ex-presidente Lula da Silva (PT), foi divulgado pela assessoria do governador Carlos Brandão (PSB), e mostra duas situações importantes no contexto vivido no momento pelo dirigente maranhense, que convalesce na capital paulista de duas pequenas cirurgias para a retirada de cistos nos rins. Primeira: Carlos Brandão emitiu todos os sinais de que está bem, recupera-se rapidamente e que começa a preparar a bagagem para embarcar de volta ao Maranhão. Segunda: pré-candidato à reeleição, Carlos Brandão tem apoio firme e entusiasmado de Geraldo Alckmin, que é a voz mais influente dada aliança PT/PSB depois do próprio ex-presidente Lula da Silva, como sinaliza com clareza o tom das suas declarações.

Ambas as situações mostradas no vídeo terão impacto importante na corrida ao Palácio dos Leões. Primeiro porque quebra de vez a maldosa e criminosa onda de boatos disseminada no interior do Maranhão colocando em dúvida a saúde do governador Carlos Brandão, chegando mesmo a induzir as pessoas a duvidar da manutenção da sua candidatura, intensificada depois que ele, por causa de um segundo procedimento cirúrgico, pediu mais dez dias de licença. O vídeo mostra que o governador se encontra num rápido e saudável processo de recuperação e está praticamente em forma. As observações de Geraldo Alckmin, que é um médico experiente e sincero, sobre o seu estado de saúde, avalizam as imagens e a desenvoltura do governador do Maranhão, avisando que logo estará de volta a corrida às urnas.

A segunda situação reveladora do vídeo mostra que, ao contrário do que tentavam fazer crer as vozes subterrâneas que tentaram agravar o seu quadro de saúde, o governador Carlos Brandão, assim como o ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, encontra-se plenamente inserido no contexto da aliança PT/PSB. A visita e as declarações de Geraldo Alckmin reforçam a convicção de que, assim como a vitória da chapa Lula/Alckmin para o comando do País, a que reúne o socialista Carlos Brandão e o petista Felipe Camarão para o Governo do Maranhão é um projeto prioritário. Isso fica evidente quando um entusiasmado Geraldo Alckmin aposta numa reeleição “merecida, justa e consagradora” de Carlos Brandão.

O registro da visita de Geraldo Alckmin a Carlos Brandão desembarcou como um dado novo na corrida ao Palácio dos Leões, que se encontrava em banho Maria, mas que certamente voltará a ganhar intensidade nos próximos dias, obrigando os pré-candidatos Weverton Rocha (PDT), Edivaldo Jr. (PSB), Lahesio Bonfim (PSC), Simplício Araújo (Solidariedade), Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) a ajustarem seus ritmos em direção às urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão e Alckmin têm longa história de amizade e identidade política

As manifestações de apoio do ex-governador paulista Geraldo Alckmin ao governador Carlos Brandão não foram apenas um gesto de pragmatismo relacionado com a condição dele de pré-candidato à reeleição numa aliança com o PT em que os dois pertencem ao PSB. Elas são também frutos de uma relação de muitos anos, quando os dois conviveram como membros do PSDB. Carlos Brandão exerceu dois mandatos consecutivos de deputado federal (2007/2010-2011/2014) e quase um mandato de vice-governador (2015/2018). Essa relação durou mais de uma década, tempo em que Geraldo Alckmin foi três vezes governador de São Paulo, contando algumas vezes com o apoio do deputado federal Carlos Brandão para a solução de problemas graves de São Paulo cujas soluções naquele momento dependeram do apoio da bancada do PSDB na Câmara Federal. Ambos se afastaram quando, por pressão da cúpula nacional dos tucanos, ele teve de repassar o comando do ninho maranhense ao então senador Roberto Rocha, que disputou o Palácio dos Leões em 2018 pelo PSDB. Os dois se reencontraram agora no PSB, sendo Geraldo Alckmin como vice na chapa presidencial de Lula da Silva, e Carlos Brandão como candidato à reeleição de governador.

 

Licenciado da presidência do parlamento, Othelino Neto retoma agenda de pré-campanha em São Bento

Othelino Neto junto com Ana Paula Lobato e acompanhado de Rubens Jr. é aclamado por partidários de Luizinho Barros 

De volta ao Maranhão desde sexta-feira (10), lastreado judicialmente pelo direito de não assumir a presidência da Assembleia Legislativa durante a ausência do governador Carlos Brandão, o presidente licenciado do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), retomou sua agenda política de pré-campanha participando de um concorrido evento pré-eleitoral em São Bento, no sábado (11), organizado pelo ex-prefeito do município Luizinho Barros. Acompanhado da esposa Ana Paula Lobato (PSB), vice-prefeita de Pinheiro, e do deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), Othelino Neto foi aclamado no evento, situação reveladora do seu poder de fogo eleitoral na Baixada Maranhense.

Além da sua própria campanha à reeleição para a Assembleia Legislativa, que os observadores mais experientes enxergam como assegurada, dado o seu leque de aliança nas diferenças regiões do estado, Othelino Neto tem agendas diferenciadas. Começa com o fato de ser ele o presidente titular do parlamento estadual, função que reassumirá – está sendo substituído interinamente pelo deputado Glalbert Cutrim (PDT), 1º vice-presidente – tão logo o governador Carlos Brandão reassuma o comando do Poder Executivo. E no campo político, assumiu a coordenação política da pré-candidatura do ex-governador Flávio Dino ao Senado, o que o tem levado a contatos em todos recantos do Maranhão, e inserindo-o com mais abrangência no contexto político do Maranhão.

Não bastassem esses compromissos, o presidente licenciado da Assembleia Legislativa trabalha para fortalecer a candidatura de Ana Paula Lobato à 1ª suplência de senadora na chapa do ex-governador Flávio Dino, e pelo fortalecimento do PCdoB, partido no qual decidiu permanecer.

São Luís, 13 de Junho de 2022.

Brandão tem mais dez dias; Poderes, sob comandos interinos, encontram-se funcionando sem crise

 

Carlos Brandão renova licença e Paulo Velten, Glaubert Cutrim e Ricardo Duailibe continuam interinamente nos comandos do Executivo, Legislativo e Judiciário

O governador Carlos Brandão (PSB) vai permanecer por mais dez dias em São Paulo, convalescendo de duas intervenções cirúrgicas para a retirada de cistos nos rins. Com a nova licença, o desembargador, presidente do Poder Judiciário, Paulo Velten continuará à frente do Poder Executivo, e o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), também amplia pelo mesmo período, sua licença do cargo, para evitar a inelegibilidade. Carlos Brandão já está afastado do cargo há mais de três semanas e só deve retornar ao comando do Governo do Estado após um mês, situação causada pela não prevista necessidade de submeter-se a uma “cirurgia preventiva”, como ele próprio definiu. Nenhum problema até aqui. Todos estão fazendo a sua parte, rigorosamente dentro das regras, assegurando que a máquina pública estadual maranhense se mantenha em pleno funcionamento, o que demonstra, antes de qualquer coisa, plena consciência institucional e cívica dos agentes públicos envolvidos nesse contexto.

O desembargador Paulo Velten se encaixou perfeitamente na condição de governador interino, detentor de plenos poderes, mas se movendo por um senso de medida que não lhe permite ultrapassar limites que ele certamente impôs a si próprio. Está no comando, cumpre agenda de despachos e toma decisões amadurecidas por consultas a assessores e secretários, em especial Sebastião Madeira (Casa Civil), José Reinaldo Tavares (Governo) e Luís Fernando Silva (Planejamento). Tem procurado se informar sobre as ações e os problemas do Governo, objetivando dar a colaboração possível, no alcance dos seus conhecimentos. Seus procedimentos até agora sinalizam com clareza que, na ausência do governador titular, que sabe como poucos o que é interinidade, o Poder Executivo do Maranhão encontra-se em mãos firmes, competentes e confiáveis.

A segurança passada pelo governador interino Paulo Velten tem feito com que o governador licenciado Carlos Brandão, mesmo com o desconforto de encontrar-se numa cama de hospital, enfrentando um pós-cirúrgico, se anime a realizar videoconferências com sua equipe, para se informar sobre o andamento dos compromissos do Governo e para dar orientações. Uma delas aconteceu ontem à tarde, quando Carlos Brandão conversou com sua equipe. Tudo num clima de perfeito entendimento numa situação em que o país está vivendo os primeiros momentos de uma disputa eleitoral que prenuncia fortes tensões no plano nacional, principalmente por causa da fantasia trumpiana do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ameaça golpear a democracia se sair das urnas derrotado, como está sendo desenhado.

Esse momento de comando temporário que os Poderes do Maranhão estão vivendo colocou a disputa pelo Palácio dos Leões em marcha lenta, mas não o suficiente para interromper a corrida. Na ausência do governador Carlos Brandão, seus aliados, liderados pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, tentam intensificar a consolidação da base de apoio, conversando com prefeitos, lideranças da sociedade civil, objetivando ampliar a vantagem do governador mostrada na última pesquisa, divulgada há mais de um mês. Enquanto isso, o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT ao Governo e principal adversário do governador Carlos Brandão até aqui, tem aproveitado o momento para recarregar as baterias, reforçar o seu time de aliados e intensificar a pré-campanha em todo o estado. Os dois pré-candidatos intermediários, Edivaldo Jr. (PSD) e Lahesio Bonfim (PSC), intensificam sua guerra particular para ver quem chegará em Weverton Rocha.

Apesar dos gigantescos problemas que ainda enfrenta no campo social e dos desafios econômicos e políticos que se anunciam – os quais, vale lembrar, foram fortemente atacados no Governo Flávio Dino -, o Maranhão vive um momento de interinidade sem qualquer traço de crise. Comandados por chefes temporários – o desembargador Paulo Velten no comando do Executivo, o desembargador Ricardo Duailibe como presidente interino do Poder Judiciário, e o deputado Glaubert Cutrim como presidente temporário do Poder Legislativo – os Poderes maranhenses encontram-se independentes, mas harmonizados, como manda a Constituição do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto renova licença, retorna ao Maranhão e diz que sua recusa a assumir o Governo é causa justa

Othelino Neto: recusa por causa justa

Tão logo foi informado, ontem, da prorrogação, por dez dias, da licença do governador licenciado Carlos Brandão (PSB), por orientação médica, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), comunicou à Casa e ao governador interino Paulo Velten, por ofício, sua “escusa temporária por justa causa legítima”, ou seja, sua decisão de não reassumir a presidências do Poder Legislativo e, por desdobramento, não ser investido no cargo de governador interino. No mesmo ofício, Othelino Neto comunica que se encontra de volta ao território maranhense, amparado por jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que admite a “escusa temporária por justa causa legítima”.

A situação do presidente licenciado da Assembleia Legislativa é simples: no atual momento institucional do Maranhão, em que o governador Flávio Dino (PSB) renunciou e o seu vice, Carlos Brandão (PSB) assumiu, o chefe do Poder Legislativo passou automaticamente a ser o substituto legal do governador. Só que a legislação reza também que se o presidente do Poder Legislativo assumir a chefia do Poder Executivo dentro dos seis meses que antecedem as eleições, estará automaticamente inelegível para qualquer outro cargo, exceto para o de governador. Othelino Neto é pré-candidato à reeleição de deputado estadual. Para ele, portanto, não faz sentido assumir o Governo por alguns dias e interromper abruptamente sua carreira, a começar pelo fato de que não será candidato a governador e trabalha com a possibilidade real de reeleição para a Assembleia Legislativa.

Sua bem fundamentada “escusa temporária por justa causa legítima” deve lhe assegurar o direito de permanecer em território maranhense, licenciado da presidência do Poder Legislativo, sem ser obrigado a assumir o comando do Poder Executivo, que continua a ser exercido interinamente pelo presidente do Poder Judiciário, desembargador Paulo Velten, até o retorno do governador titular Carlos Brandão.

 

Gutemberg Araújo abraça projeto de candidatura de Lahesio Bonfim

Gutemberg Araújo abraça candidatura de Lahesio Bonfim

O vereador Gutemberg Araújo (PSC), que foi durante muitos anos uma referência dos tucanos na política de São Luís, decidiu abraçar a pré-candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) ao Governo do Estado, tanto que o levou para uma conversa com empresários da Capital, na quarta-feira. Médico conceituado, Gutemberg Araújo entrou na política ainda nos anos 90, pelas mãos do então senador João Castelo, aliado a quem construiu uma sólida carreira na Câmara Municipal de São Luís. Reeleito pela quinta vez em 2020, tentou coroar a carreira com a presidência do legislativo municipal, tendo inclusive recebido o apoio declarado do prefeito Eduardo Braide (sem partido). Sua candidatura não resistiu ao furacão chamado Paulo Victor (PCdoB), e ele preferiu renunciar à candidatura para não passar pelo vexame de uma derrota. Saiu do processo ileso e mantendo a imagem de político respeitável. Ao abraçar a pré-candidatura de Lahesio Bonfim, médico como ele, o vereador Gutemberg Araújo entra num jogo importante como agente do seu partido atuando em favor do nome da legenda na disputa, mas sem o risco de derrota pessoal, já que não é candidato nessas eleições.

São Luís, 11 de Junho de 2022.

PSDB confirma candidatura de Simone Tebet (MDB) e Roseana e José Sarney terão de apoiá-la

 

Simone Tebet: confirmada candidata e já com o apoio de Eliziane Gama, aguarda o de Roseana e José Sarney

O PSDB confirmou ontem o seu apoio à candidatura da senadora mato-grossense Simone Tebet à presidência da República, consolidando a aliança com o MDB e o Cidadania. A decisão, anunciada no início da noite, em Brasília, deu forma definitiva à chamada “terceira via”, um projeto destinado a quebrar a polarização entre as candidaturas do ex-presidente Lula da Silva (PT) com a do presidente Jair Bolsonaro (PL). E como está cristalizado na pauta política, a decisão terá forte repercussão no Maranhão, começando pela posição que a ex-governadora Roseana Sarney, que preside o MDB estadual, e o ex-presidente José Sarney, presidente de honra nacional do partido, que vinham numa clara inclinação no sentido de apoiar o ex-presidente Lula da Silva. Com a definição dos três partidos aliados pela senadora Simone Tebet, Roseana Sarney e José Sarney não terão outro caminho que não de apoiar a candidata emedebista. A definição envolve também outras forças políticas maranhenses, como a senadora Eliziane Gama (Cidadania), e o marido dela, Inácio Melo, que controla o braço maranhense do PSDB, que terão de se alinhar ao importante projeto de Simone Tebet na corrida presidencial. Além disso, outros casos, como o do senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, terão de se posicionar em definitivo em relação à disputa pelo Palácio do Planalto.

Muito ligados ao ex-presidente Lula da Silva, com quem estiveram alinhados entre 2002 e 2016, período em que participaram unidos de quatro eleições no Maranhão, e só se afastando com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Roseana Sarney e José Sarney tinham a candidatura do petista como caminho quase natural se o MDB não tivesse um projeto de candidatura presidencial. A decisão de ontem muda tudo, deixando para os líderes emedebistas maranhenses apenas dois caminhos: apoiar a candidatura da senadora mato-grossense ou se afastar do MDB, que não aceitará qualquer tipo de dissidência. A expectativa é que Roseana e José Sarney declarem apoio a Simone Tebet no primeiro turno, e se ela não chegar ao segundo e a disputa final for entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro, eles apoiarão o petista. Roseana Sarney deve se manifestar a qualquer momento sobre a decisão do partido. Nesse contexto, aguarda-se também a posição dos deputados federais emedebistas João Marcelo e Hildo Rocha, que ainda não se posicionaram claramente na corrida presidencial.

Avalista de primeira hora da aliança PMDB/PSDB/Cidadania, a senadora Eliziane Gama está fechada com o projeto presidencial de Simone Tebet. Além da aliança partidária, com a qual concordou desde o início, tendo sido inclusive lembrada para a vaga de vice pelo ex-governador de São Paulo João Doria, quando ele ainda se mantinha firme como pré-candidato do PSDB, Eliziane Gama tem motivos a mais para apoiar a colega mato-grossense. Elas têm forte afinidade política, cultivam fortes laços de amizade e atuam em sintonia no Senado em relação a matérias que envolvem a questão da mulher. Foi um esforço envolvendo as duas que resultou na criação da chamada “bancada feminina” no Senado, com forte atuação das senadoras, em espacial Eliziane Gama e Simone Tebet, por exemplo, na CPI da Covid. Não há qualquer dúvida quanto ao apoio da senadora maranhense à colega mato-grossense.

A decisão do PSDB, que definiu a aliança e a candidatura de Simone Tebet, coloca automaticamente o ninho dos tucanos maranhenses na base da candidata emedebista. Um dado reforça ainda mais essa tendência: o PSDB do Maranhão encontra-se atualmente sob o comando do empresário Inácio Melo, pré-candidato a deputado estadual. Ele ganhou o controle do partido dentro desse acordão dos tucanos com o MDB e o Cidadania, depois que o PSDB do Maranhão esteve na área de influência do governador Carlos Brandão, que o deixou para ingressar no PSB. Não há qualquer dúvida de que o comando do ninho no Maranhão abraçará a candidatura de Simone Tebet, numa dobradinha com Cidadania e, provavelmente, com o MDB.

No que diz respeito aos braços maranhenses do MDB, do PSDB e do Cidadania, Simone Tebet está consolidada.

Em Tempo: a relação que liga os Sarney a Lula da Silva está registra na edição de ontem desta Coluna.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Posição de Braide gera expectativa na corrida aos Leões

Eduardo Braide 

O prefeito de São Luís Eduardo Braide (sem partido) já decidiu e anunciou que apoiará o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha (PTB). A decisão não surpreendeu, uma vez que já era esperada por conta das diferenças políticas e posições pessoais que o levaram a romper como o então governador Flávio Dino (PSB) em 2016. A expectativa agora é quanto a sua posição na disputa para o Governo do Estado, que o prefeito deve anunciar em pouco tempo.

Se a lógica funcionar nesse caso, ela indica que ele se posicionará com o senador Weverton Rocha (PDT), que o apoiou no segundo turno da disputa pela prefeitura em 2020. Além desse motivo, Eduardo Braide mantém diferenças com o governador Carlos Brandão (PSB), que apoiou o deputado estadual Duarte Jr. (PSB) contra ele em 2020. Dificilmente dará seu apoio ao ex-prefeito Edivaldo Jr. (PSD), em quem enxerga um forte concorrente na disputa de 2024, quando certamente concorrerá à reeleição. E é improvável que use sua força política apoiando a candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC).

A política, em especial as disputas eleitorais, no entanto, costumam guardar nuanças que só se revelam em momentos de decisão, o que faz com que o óbvio não prevaleça. Vale aguardar a manifestação do prefeito de São Luís.

 

Depois do bote em Weverton, Maranhãozinho dá sinais de que quer continuar na esfera federal

Josimar de Maranhãozinho pode manter Detinha na Assembleia Legislativa

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) faz zoada se anunciando pré-candidato a governador, disse que não queria mais fazer parte da bancada do Maranhão no Congresso Nacional, lançou sua mulher, a deputada estadual Detinha (PL) para substitui-lo na Câmara Federal, e chegou a dizer-se inclinado a voltar para a Assembleia Legislativa, onde chegou como campeão de votos em 2014.

Sua estratégia era “vender” o apoio de 40 prefeitos e emplacar um dos seus numa chapa majoritária. Tentou com o governador Carlos Brandão e não deu certo. E como Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim estão fora do seu “radar”, ele encontrou no senador Weverton Rocha (PDT) o candidato ideal para dar o bote. Não conversaram muito, e o resultado é conhecido: Weverton Rocha ganhou o deputado estadual Hélio Soares (PL), que individualmente pouco acrescenta política e eleitoralmente à chapa do pedetista, já que nessa seara “todo poder emana” do chefão do PL e do bolsonarismo no Maranhão.

Agora, Josimar de Maranhãozinho, com o rosto fortemente empoado por muitos gramas de maquiagem, aparece em anúncios televisivos do PL dando a entender que repensou tudo e será candidato à reeleição de deputado federal, atuando no enriquecedor mundo do orçamento secreto.

São Luís, 10 de Junho de 2022.

Reunião MDB/PSDB para consolidar Simone Tebet pode colocar os Sarney em posição incômoda

 

Roseana Sarney e José Sarney (c) querem apoiar Lula da Silva. mas podem ter de apoiar Simone Tebet

Se o MDB e o PSDB fecharem o acordo – que incluirá também o Cidadania – em torno da candidatura da senadora por Mato Grosso Simone Tebet à presidência da República, a ex-governadora Roseana Sarney, que comanda o MDB no Maranhão, e o ex-presidente José Sarney, presidente de honra do MDB nacional, serão envolvidos numa situação política extremamente incômoda e de difícil solução. Explica-se: os líderes emedebistas maranhenses têm dado pistas muito claras de que estão inclinados a apoiar o projeto do ex-presidente Lula da Silva (PT) de voltar ao Palácio do Planalto, entusiasmados inclusive com o favoritismo do petista, segundo todas as pesquisas. Se decidirem apoiar Simone Tebet, ficarão em situação delicada, já que a emedebista vai disparar chumbo grosso contra Lula da Silva – e também contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Se, ao contrário, decidirem manter o apoio a Lula da Silva, mesmo com Simone Tebet candidata, Roseana Sarney e José Sarney ficarão numa situação de extrema dificuldade dentro do MDB, correndo até o risco de sofrerem pressões para deixar o partido.

A relação dos Sarney com Lula da Silva é sólida e de longevo antecedente. Por conta do rompimento com o PSDB, a quem responsabilizaram pela Operação Lunus, que  tirou Roseana Sarney da corrida presidencial de 2002, fez com que os Sarney apoiassem Lula da Silva naquele pleito, dando a volta por cima com a derrota do tucano José Serra, visto pelos aliados dos emedebistas como o mentor da armação que quase destruiu a reputação da ex-governadora, que se elegeu senadora com folga, apesar da pancadaria que recebeu no plano nacional. Em 2006, na disputa de Roseana Sarney contra Jackson Lago (PDT), o então presidente Lula da Silva, que buscava a reeleição, jogou todo o peso da sua força política e do seu prestígio pessoal a favor da candidata emedebista, chegando a pedir, num comício em Timon, na véspera da eleição, que “pelo amor de Deus” os maranhenses elegessem sua aliada. O apelo dramático ajudou, mas não foi suficiente, pois Jackson Lago foi eleito com dois pontos percentuais de vantagem.

A derrota de 2006 não abalou a relação de Lula da Silva com a agora senadora Roseana e José Sarney, principalmente por conta da  forte influência deles sobre a bancada emedebista no Congresso Nacional, e foi estreitada ainda mais em 2009, quando ela voltou ao comando do Estado na esteira da derrubada do governador Jackson Lago pela Justiça Eleitoral. E mais, se manteve forte em 2010, quando Roseana Sarney, disputando com o ex-governador Jackson Lago e com o deputado federal Flávio Dino (PCdoB), foi reeleita em dobradinha com a candidata petista a presidente Dilma Rousseff. A parceria Sarney/Lula da Silva no Maranhão foi mantida em 2014, quando Lula da Silva e Dilma Rousseff, candidata à reeleição, apoiaram a candidatura do suplente de senador Lobão Filho (MDB) ao Governo do Estado, numa disputa com o ex-deputado federal Flávio Dino, que venceu a eleição no primeiro turno, infligindo uma derrota histórica na parceria MDB/PT no Maranhão.

A parceria Sarney/Lula da Silva foi rompida em 2016, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff. E se deu por uma situação lógica: o impedimento da presidente Dilma Rousseff teria como principal desdobramento a ascensão do vice-presidente, o emedebista Michel Temer. Com a perspectiva de voltar ao poder nas asas do MDB, o seu partido, Roseana e José Sarney não tiveram dúvida: romperam a aliança com o PT e encamparam o discurso do impeachment. Em 2018, a derrota do candidato do PT, Fernando Haddad, para Jair Bolsonaro (PSL), na disputa para presidente, e a derrota de Roseana Sarney para Flávio Dino para o Governo do Maranhão, colocaram MDB e PT  como numa espécie de jogo zerado.

Os desastrosos resultados de 2018 para PT e MDB, tanto no plano estadual quanto no plano nacional, abriram caminho para que Lula da Silva e os Sarney criassem as condições para uma reconexão. Isso está acontecendo neste momento, num processo cujo desfecho vai depender muito do resultado da reunião de hoje entre MDB e do PSDB.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino tem grande apoio entre prefeitos, incluindo os de oposição

Flávio Dino: apoiado por prefeitos de todos os grupos

A declaração de apoio do prefeito de Balsas, Erik Silva, à pré-candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, mostrou que não há unanimidade nessa seara no PDT. Na linha do que tem sido dito neste espaço, fonte governista disse ontem à Coluna que pelo menos uma dezena dos 40 prefeitos eleitos com a influências direta do senador Weverton Rocha (PDT) já teriam declarado apoio ao projeto senatorial do ex-governador, com a possibilidade de que venha a ser um número bem maior. E a razão é simples: esses prefeitos governaram em sintonia com o Governo Flávio Dino e obtiveram bons resultados. Avaliam que não seria politicamente honesto negar-lhe o apoio para dá-lo ao senador Roberto Rocha (PTB), que busca a reeleição, nem a outro eventual candidato ao Senado da República. O mesmo estaria acontecendo com prefeitos alinhados ao deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e com os dirigentes municipais comandados pelo deputado federal e presidente do Republicanos Cléber Verde. Nas contas de fontes governistas, o governador Carlos Brandão (PSB) e o ex-governador Flávio Dino, juntos, já teriam o apoio de mais de 120 prefeitos.

 

Confirmando o roteiro de sempre, Felipe dos Pneus volta ao comando de Santa Inês

Felipe dos Pneus voltas à Prefeitura de Santa Inês

O prefeito Felipe dos Pneus (Republicanos) está de volta ao comando administrativo do município de Santa Inês depois de ser afastado em abril por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, que acatara denúncia do Ministério Público Federal, levantada pela Polícia Federal por meio da Operação Free Rider. De acordo com os resultados da investigação, o prefeito estaria envolvido num esquema de desvio de dinheiro público por meio de licitações fraudadas e de superfaturamento nos valores definidos em contratos, bandalheira que teria beneficiado inclusive o seu próprio pai. Felipe dos Pneus ganhou o direito de voltar ao cargo por decisão liminar daquele tribunal federal. Ele não foi absolvido nem inocentado, porque o processo continua.

O retorno do prefeito Felipe dos Pneus à Prefeitura de Santa Inês segue o script já padronizado como roteiro nesses casos: a pedido do Ministério Público Federal, com base numa denúncia, a Polícia Federal a apura, constata esquemas criminosos; o MPF pede e consegue o afastamento do prefeito envolvido, mas ele recorre da decisão por meio de recursos pouco consistente e ganha o direito de voltar ao cargo e nele responder à ação, que continua.

Vários prefeitos maranhenses foram afastados sob suspeita de desvio de dinheiro público e voltaram ao cargo por meio de medida liminar. O caso mais recente é o do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio, que foi afastado quase que pelos mesmos motivos, ficou algumas  semanas fora do cargo, mas retornou ao mandato por meio de uma decisão liminar do mesmo tribunal federal.

São Luís, 09 de Junho de 2022.

Senado: Dino ganha o apoio de Erik Silva (PDT), prefeito de Balsas, aliado de Weverton

 

Flávio Dino ouve a declaração de apoio do prefeito Erik Silva à sua pré-candidatura

Foi grande, intensa e muito positiva a repercussão do gesto político do prefeito de Balsas, Erik Silva (PDT), de fazer uma declaração pública de apoio à pré-candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, contrariando o presidente e candidato a governador do seu partido, senador Weverton Rocha, que vem atuando para levar o PDT a apoiar a pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição. Na sua declaração, dada na segunda-feira (6), durante visita que fez ao ex-governador, o prefeito de Balsas não deixou dúvidas, até pelo entusiasmo com que pronunciou as palavras: “Olá amigos e amigas de Balsas. Estou aqui em São Luís e aproveitei para visitar o ex-governador Flávio Dino, amigo, parceiro de Balsas. Vim aqui, debati, troquei ideias com o nosso ex-governador, que ajudou muito a cidade de Balsas. E dizer que estamos juntos no projeto Flávio Dino Senador. Ele hoje é pré-candidato ao Senado. Nós temos um posicionamento político sério. Então eu estou aqui reforçando o que toda a cidade de Balsas já sabe, que o meu pré-candidato ao Senado é o ex-governador Flávio Dino”.

A manifestação do prefeito Erik Silva em apoio a Flávio Dino ganha estatura de ato político importante pelas várias nuanças que o envolvem. A primeira por ser o prefeito um membro destacado do PDT e ser Balsas (cerca de 50 mil eleitores) um dos municípios mais importantes do Maranhão na atualidade, pelo seu peso econômico como polo destacado do agronegócio na região do Matopiba. Além disso, Balsas é uma espécie de “berço” político do senador Roberto Rocha, cujo pai, o ex-governador Luiz Rocha, e o irmão, Luiz Rocha Filho, foram seus prefeitos, ambos atuando em campo político oposto ao do prefeito. Erik Silva apoia, claro, a pré-candidatura do senador Weverton Rocha, do seu partido, ao Palácio dos Leões, mas não o segue na disputa senatorial, sem que isso os coloque em rota de colisão – até porque o senador Weverton Rocha só teria a perder.

Na sua declaração, Erik Silva, um político de posicionamento sério, fez questão de justificar o apoio à pré-candidatura do ex-governador Flávio Dino mostrando que ele foi “amigo e parceiro de Balsas”, que “ajudou muito a cidade de Balsas”. Ao agradecer a manifestação de apoio, Flávio Dino enfatizou que seu Governo investiu o que pôde em Balsas e relacionou algumas obras importantes – hospital regional, centro de hemodiálise, estradas, parque, Iema, entre outras -sempre assinalando que foram ações discutidas e apoiadas pelo prefeito. Ou seja, os dois dirigentes atuaram numa parceria saudável, que produziu ganhos reais para Balsas.

O posicionamento do prefeito Erik Silva vai na contramão do PDT. Dias antes de colocar seus aliados mais próximos na base de apoiadores do senador Roberto Rocha, o senador Weverton Rocha declarou, numa entrevista em Caxias, que seu grupo havia decidido “não votar no Flávio Dino”. E logo depois os chefes do seu grupo se alinhavam ao senador Roberto Rocha. Nos bastidores circularam informações de que pelo menos uma quinzena dos 40 prefeitos do PDT ou eleitos com o apoio do senador pedetista, haviam declarado apoio ao projeto senatorial do ex-governador Flávio Dino. O posicionamento enfático e entusiasmado do prefeito de Balsas, ainda que se leve em conta as peculiaridades políticas de Balsas, tem impacto forte no cenário da corrida ao Senado, reforçando o amplo   favoritismo do ex-governador apontado por todas as pesquisas.

Com a sua atitude, o prefeito Erik Silva, eleito com boa vantagem em 2016 e reeleito em 2020 com mais 84% dos votos, e que mudou a feição urbana e política de Balsas, ganha estatura e horizonte no cenário político estadual. E não será surpresa se, com o prestígio que detém, ele venha a ser nome forte para o Senado em 2026, quando serão abertas duas vagas, a do atual senador Weverton Rocha e a da senadora Eliziane Gama (Cidadania).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Velten cumpre agenda intensa na Assembleia e no Senado

Paulo Velten e Glalbert Cutrim ladeados à esquerda por Wellington do Curso, Roberto Costa, Socorro Waquim, Vinícius Louro, Zé Inácio, e à direita por César Pires, Mical Damasceno, Cleide Coutinho, Rafael, Ariston Ribeiro, Jota Pinto e Neto Evangelista

O governador interino Paulo Velten cumpriu ontem agenda intensa. Começou despachando no Palácio dos Leões, de onde seguiu para a Assembleia Legislativa, onde se reuniu com o presidente interino, deputado Glaubert Cutrim (PDT), deslocando-se em seguida para Brasília, onde participou da reunião de governadores com a cúpula do Senado da República para discutir a sensível e complexa questão do preço dos combustíveis, cuja solução proposta pelo Palácio do Planalto implicará em pesada perda de receita para os estados.

Na visita ao Poder Legislativo, declarações dos chefes dos dois poderes reforçaram a relação de harmonia e respeito entre o Legislativo e o Executivo. O presidente em exercício Glalbert Cutrim entregou ao governador interino, que é também presidente do Tribunal der Justiça, dois projetos de lei, propostos pelo Poder Judiciário, aprovados na sessão plenária desta terça-feira, em regime de urgência, e que seguem para sanção governamental.

“Nesse momento, o desembargador Paulo Velten tem a oportunidade de assumir o Governo do Estado e nós seguimos mantendo a relação de harmonia e dando celeridade naquilo que é importante para o povo do Maranhão. São poderes independentes, mas parceiros, e assim seguiremos caminhando”, declarou o deputado Glalbert Cutrim. O governador em exercício Paulo Velten, disse que estar à frente do Executivo é uma oportunidade para conhecer mais de perto e profundamente os desafios do Maranhão, além de aprimorar a visão sobre o funcionamento do Estado. E declarou: “Fico feliz em ver que temos poderes tão entrosados e funcionando bem, cada qual dentro da sua capacidade operativa e, sobretudo, com respeito e deferência. Externo o meu respeito a cada um dos deputados da Assembleia”.

O encontro dos chefes interinos do Executivos e do Legislativo foi presenciado pelos deputados César Pires (PSD), Cleide Coutinho (PSB), Zé Inácio (PT), Wellington do Curso (PSC), Socorro Waquim (PP), Jota Pinto (Podemos), Roberto Costa (MDB), Vinicius Louro (PL), Neto Evangelista (União Brasil), Ariston Ribeiro (PSB), Mical Damasceno (PSD) e Rafael (PSB).

 

Paulo Victor surpreende com uma trajetória de muitos ganhos

Roseana Sarney elogiou Paulo Victor pela realização do São João pós-pandemia

O vereador Paulo Victor (PCdoB) continua surpreendendo. Depois de chegar à Câmara Municipal de São Luís na esteira de uma eleição que poucos acreditavam, de surpreender o meio político como articulador eficiente, que desmontou a estratégia do senador Weverton Rocha e se elegeu o presidente do Legislativo de São Luís por aclamação, e de se licenciar do mandato para assumir a Secretaria de Estado da Cultura, ele está vencendo o desafio de comandar a realização do primeiro São João pós-pandemia. Mesmo com um percalço aqui, uma dificuldade ali, um tropeço acolá, nada grave, no entanto, o agora secretário da Cultura tem tudo para voltar para a Câmara Municipal como um vitorioso, que conseguiu arrancar elogios da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), expert em matéria de festança popular.

São Luís, 08 de Junho de 2022.

 

Factóide sobre saúde não funciona, Brandão e Dino consolidam aliança e Velten governa com equipe tarimbada  

 

Carlos brandão e Flávio Dino atuam articulados e consolidam aliança partidária, apesar da especulação sobre saúde 

“Retornarei na próxima semana sem dar peso algum a comentários maldosos. Apenas respeitando e valorizando – ainda mais – minha família, meus amigos e todos aqueles que, assim como eu, querem um estado cheio de autoestima e acreditando que podemos construir juntos”. Foi como o governador licenciado Carlos Brandão (PSB) reagiu a uma marola de especulações sobre o seu estado de saúde. O zumzum sem lastro foi visto por alguns observadores como um factóide maldoso destinado a colocar as redes sociais e o meio político em estado de ebulição, e enxergado por outros como uma jogada rasteira de adversários políticos interessados em minar o seu lastro na corrida às urnas. Com a reação de ontem, o governador Carlos Brandão avisou que está voltando à forma, e que ao retornar vai entrar de cabeça no jogo político e eleitoral, mas sem descuidar da gestão. No campo político, a aliança PSB/PT/PCdoB/PP/Cidadania/PSDB, cuidadosamente articulada pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), que sem alarde vem cuidando de mantê-la unida.

Quando assumiu o comando do Governo como titular, em abril, o governador Carlos Brandão recebeu também o comando das forças políticas alinhadas à base governista, uma tarefa que fora do governador Flávio Dino até o dia da sua renúncia, no início daquele mês. Naquele momento, Carlos Brandão passou a cuidar das articulações para fortalecer a sua pré-candidatura à reeleição, conversando com prefeitos, parlamentares e com líderes importantes das áreas empresarial e sindical e dos mais diversos segmentos da sociedade civil. Antes da viagem para se submeter à cirurgia, vinha tratando dessa área, enquanto o ex-governador Flávio Dino vinha trabalhando para consolidar a aliança, principalmente na amarração da base da aliança, que é a união PSB/PT/PCdoB/PP.

O afastamento temporário de Carlos Brandão não alterou a rotina do Governo. Isso porque o governador interino Paulo Velten, que preside o Poder Judiciário e tem noção clara de como funciona a máquina do Poder Executivo, encontrou os postos-chaves da administração estadual em mãos firmes, como o experiente e bem articulado tucano Sebastião Madeira, quatro vezes deputado federal e duas vezes prefeito de Imperatriz, no comando da Casa Civil, o ex-governador e ex-ministro José Reinaldo Tavares à frente da Secretaria de Governo, e o ex-prefeito de São José de Ribamar e várias vezes secretário de Estado Luís Fernando Silva na pasta do Planejamento. Nesse período, o governador licenciado acompanhou o andamento do Governo por telefone e pela internet, sem interferir no comando do governador Paulo Velten.

No campo político, tudo o que aconteceu até ontem no âmbito da corrida ao Palácio dos Leões estava previamente desenhado nos radares de Carlos Brandão e Flávio Dino. Nenhum dos dois foi apanhado de surpresa, por exemplo, com a guinada do senador Weverton Rocha (PDT) para a direita bolsonarista. Já esperavam que o pré-candidato pedetista teria o deputado Josimar de Maranhãozinho como aliado, levando junto o PL, mas não todos os prefeitos do seu partido, uma vez que parte deles esteve com ele, Carlos Brandão, tendo alguns lhe declarado apoio. Na sua frente de ação, o ex-governador Flávio Dino trabalhou certo, alinhavando todos os pontos da aliança do PSB com o PT, consolidando a indicação de Felipe Camarão como candidato a vice na chapa liderada por Carlos Brandão, na qual é pré-candidato ao Senado. O resultado da articulação foi conhecido domingo, no Encontro Tático Eleitoral do PT, quando Felipe Camarão foi confirmado por aclamação para a vaga de vice.

A tentativa de criar um clima de instabilidade com especulação maldosa sobre o estado de saúde do governador Carlos Brandão não funcionou. O governador se recupera normalmente e está preparando seu retorno, sua aliança para as eleições está consolidada, graças à atuação do ex-governador Flávio Dino, e o Governo segue sem problemas sob o comando do governador interino Paulo Velten, auxiliado por uma equipe tarimbada e leal.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Decisão sobre vice no Maranhão tem aval da cúpula nacional do PT

Lula da Silva 

O comando nacional do PT deve aprovar integralmente o relatório contendo o resultado do Encontro Tático Eleitoral realizado no final da semana passada e cujo item principal é a confirmação de Felipe Camarão como vice na chapa do governador Carlos Brandão. O relatório será enviado pelo presidente regional do PT, Francimar Melo, com o aval da cúpula do partido no Maranhão. Informalmente, a direção nacional petista foi informada da decisão já no final da tarde de domingo, tão logo Felipe Camarão foi aclamado pelos participantes da reunião partidária. O ex-presidente Lula da Silva também foi informado e concordou a escolha e com a maneira como ela se deu. O relatório formal será avaliado pela direção nacional para o “OK” final, como é a praxe no PT.

 

Edivaldo Jr. cogita escolher uma mulher para a vaga de vice na sua chapa

Edivaldo Jr. 

A escolha do advogado e ex-secretário de Educação Felipe Camarão (PT) para vice na chapa do governador Carlos Brandão (PSB), e a do deputado estadual Hélio Soares (PL) para companheiro de chapa do senador Weverton Rocha (PDT) estaria estimulando o ex-prefeito de São Luís e pré-candidato do PSD ao Governo do Estado Edivaldo Holanda Jr. a avaliar a escolha de uma mulher para compor sua chapa como vice. Com isso ele, ele daria um toque diferenciado, indo de encontro às diversas campanhas por maior participação feminina na política. A ex-primeira-dama de São Luís, Camila Holanda, seria uma das entusiastas da estratégia.

São Luís, 07 de Junho de 2022.

PT atropela dissidência e confirma aliança com PSB e Felipe Camarão como vice na chapa de Brandão

 

Felipe Camarão confirmado vice de Carlos Brandão após desistência de Zé Inácio

Com a confirmação da aliança com o PSB em torno da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, tendo o petista Felipe Camarão como pré-candidato a vice-governador, e o ex-governador Flávio Dino pré-candidato ao Senado, o braço maranhense do PT deu ontem o passo decisivo para consolidar a chapa governista às eleições de outubro. O anúncio da decisão foi o ponto alto do Encontro Estadual de Tática Eleitoral (ETE) realizado no final de semana pelo partido para definir as posições que serão levadas à convenção de agosto, quando as candidaturas e alianças serão formalizadas. Com a decisão de confirmar, por aclamação a indicação do advogado Felipe Camarão para companheiro de chapa de Carlos Brandão, o PT ocupa um espaço amplo na aliança e cria uma perspectiva de poder considerável para disputas futuras ao Governo do Estado. Basta para isso lembrar que o governador Carlos Brandão é candidato a um só mandato, o que, caso seja reeleito, dará ao seu vice o horizonte de tornar-se seu sucessor, abrindo a possibilidade concreta para a chegada do PT ao poder estadual em 2026. Um cenário que a dissidência que apoia o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, não consegue enxergar.

O ETE petista foi antecedido por muito barulho dentro do partido, feito por uma ala eleitoralmente inexpressiva que, alinhada ao projeto de candidatura do senador pedetista Weverton Rocha, contrariando a orientação do comando nacional do partido e ignorando a tendência da maioria petista no estado, vem pregando rompimento com o PSB, contra o governador Carlos Brandão, e estimulando ao lançamento do sociólogo Paulo Romão como pré-candidato ao Senado contra o ex-governador Flávio Dino, ou apoiar a candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição, o que parece mais provável diante da posição majoritária do partido de manter e consolidar a aliança com o PSB, a exemplo do que acontece no âmbito nacional, com a chapa unindo o petista Lula da Silva e o neossocialista Geraldo Alckmin.

Mesmo já escrita nas estrelas, a posição do PT, como não poderia deixar de ser, não se deu de pronto. Isso porque, mesmo sabendo que não tinha a menor chance de desbancar Felipe Camarão e ser alçado companheiro de chapa de Carlos Brandão, o deputado Zé Inácio, que é vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, manteve o clima de disputa e levou para o ETE sua condição de candidato a pré-candidato a vice-governador. Seu argumento alimentou o factoide de ser um petista “de raiz”, o que não significa absolutamente nada na guerra pelo voto, se isso contasse, Geraldo Alckmin não seria o indicado do PSB para vice de Lula da Silva. Zé Inácio manteve o script, mas no momento em que lhe foi dada a palavra ele uniu a lógica ao bom senso e anunciou a retirada da sua pretensão de ser candidato a vice e anunciou seu apoio a Felipe Camarão. Nos bastidores, correu que Zé Inácio retirou seu projeto de ser candidato a vice-governador depois de intensas articulações nas entranhas do partido.

Sem a presença de representantes da minúscula, mas zoadenta, ala dissidente, e diante da desistência do deputado Zé Inácio, o presidente estadual do PT, Francimar Melo, colocou a indicação e Felipe Camarão em votação, e o resultado foi acachapante: aprovação pela unanimidade dos presentes ao ETE. O presidente consumou a escolha: “É com muita alegria que anuncio a posição unificada do nome Felipe Camarão como pré-candidato a vice-governador pelo PT. Em clima de aliança com o PSB para reelegermos Carlos Brandão governador, Flávio Dino senador e Lula presidente”

Aclamado sem qualquer voz questionando sua indicação, Felipe Camarão calçou as sandálias da humildade e declarou: “Recebo com entusiasmo e muita humildade o resultado do Encontro Estadual de Tática Eleitoral, que confirmou meu nome como pré-candidato a vice-governador, na chapa do governador Carlos Brandão. O PT é grande porque constrói sua história com sua base, de forma democrática e com decisões coletivas. Como afirmei desde que cheguei ao partido, não me filiei para ser uma estrela, mas para somar forças e me juntar a tantos companheiros e companheiras a manter o brilho da grandiosa estrela do PT”.

O fato é que a decisão do PT colocou definitivamente a chapa Brandão/Camarão/Dino nos trilhos, para acelerar e ganhar cada vez mais consistência política e força eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Aliança PSB/PT com Camarão de vice empurra Weverton para o bolsonarismo

Weverton Rocha fecha com grupos bolsonaristas

Depois de uma semana em que contabilizou ganhos políticos com sua guinada na direção do bolsonarismo no Maranhão, o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT aos Leões, assiste o PT lhe escapar para fortalecer o governador Carlos Brandão (PSB), seu principal oponente. O chefe e pré-candidato pedetista percebeu cedo que não teria o PT no seu leque de alianças, e por conta disso, cuidou de fazer as pazes como inimigos de outrora, como o senador Roberto Rocha, pré-candidato do PTB à reeleição, e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que está na linha de frente da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão. No sábado, por exemplo, pré-candidato do PDT fez uma caminhada na área Itaqui/Bacanga de mãos dadas (literalmente) com o deputado federal Júnior Lourenço (PL), bolsonarista e uma das figuras mais controvertidas da bancada maranhense no Congresso Nacional. A confirmação da aliança PT/PSB em torno das candidaturas do governador Carlos Brandão à reeleição tendo Felipe Camarão como vice, e de Flávio Dino ao Senado, funcionou como uma ducha forte na sua direção.

 

Líderes maranhenses do União Brasil não declaram apoio à pré-candidatura de Bivar ao Planalto

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes não declararam apoio a Luciano Bivar

Os deputados federais Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes, que representam o União Brasil no Maranhão e disputam o posto de presidente regional, não fizerem qualquer movimento concordando ou discordando da pré-candidatura do deputado federal pernambucano Luciano Bivar à presidência da República. Por um lado, oriundo do DEM, que presidiu no Maranhão, Juscelino Filho não apoia o projeto presidencial do parlamentar, seguindo a inclinação do presidente do partido, o baiano ACM Neto, que tende a apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Por outro, está Pedro Lucas Fernandes, que simpatiza com a pré-candidatura de Luciano Bivar, mesmo sabendo que ele dificilmente se sustentará, e num eventual segundo turno, seu caminho será o apoio à candidatura do ex-presidente Lula, independentemente de quem vier a ser o seu oponente.

São Luís, 06 de Junho de 2022.