Arquivos mensais: janeiro 2016

Assembleia volta ao trabalho sem matéria pendente e sob a liderança firme do presidente Humberto Coutinho (PDT)

 

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Humberto Coutinho: liderança inconteste

A Assembleia Legislativa do Maranhão retomará suas atividades nesta terça-feira (2), e os 42 deputados  voltarão ao batente legislativo focados agora em três pontos: as atividades do Poder Legislativo, as relações com os demais Poderes, em especial o Executivo, e, no campo político, a corrida eleitoral que já está em curso e cujo desfecho será em outubro com a eleição de prefeitos e vereadores nos 217 municípios maranhenses. A Assembleia Legislativa reabre sem pendências no plenário, resultado de uma produtividade excepcional no exercício passado, já que as 1.425 matérias que ali tramitaram – projetos de emenda constitucional, projetos de lei, projetos de resolução, projetos de decreto legislativo, projetos de lei complementar, medidas provisórias, requerimentos de moções oriundos dos três Poderes – foram examinadas, debatidas e votadas, com raras exceções. E esse bom desempenho do Poder Legislativo se deveu à atuação do colegiado que o compõe, às relações entre situação e oposição, à movimentação dos líderes e ao correto procedimento regimental da Mesa Diretora. Mas esse cenário de vigor e eficiência amentar e política se deveu principalmente à excepcional capacidade de articulação e mobilização do presidente do Poder Legislativo e comandante do processo, deputado Humberto Coutinho (PDT).

Nas Casas legislativas em que o Poder Executivo tem força avassaladora, com maioria sólida e que dá ao governador do Estado um poder quase imperial, o Poder Legislativo pode ter o papel de equilibrar essa relação, mostrando-se disposto a combater excessos. No Maranhão de agora, o governador Flávio Dino (PCdoB) é tão forte quanto seus antecessores, com a diferença de que no comando do Poder Legislativo tem um aliado de primeira hora que, ao invés de minimizar o poder de fogo da Casa, administra as relações sem permitir que um Poder se sobreponha ao outro, praticando o clássico conceito de harmonia. O presidente Humberto Coutinho tem trabalhado no sentido de fortalecer a Assembleia valorizando cada deputado, inclusive os de oposição, deixando fluir apenas as diferenças políticas e partidárias e assim evitando a indesejada construção de um fosso no plenário. A atuação do presidente, apoiada pelos líderes e, ao que parece, pela totalidade dos deputados, tem garantido uma convivência produtiva com o Poder Executivo.

Muitos observadores, incluindo políticos experimentados, têm se   surpreendido com o desempenho político do presidente Humberto Coutinho, vendo-o como um “fenômeno” novo na política. Não é assim. O que ele faz agora na dimensão estadual é na verdade a soma de anos e anos de uso de uma prática elementar, mas que aperfeiçoou com o tempo: a conversa. O velho “feijão com arroz”, como ele mesmo define, só que agora melhorado com os temperos especiais da experiência acumulada. Basta tê-lo como interlocutor por alguns momentos para se chegar à conclusão de que Humberto Coutinho pode ser considerado um sábio em política. Sem fazer comparações com antecessores – cada um tem seu estilo e o seu modo de fazer política -, a verdade é que o médico, e ex-prefeito de Caxias vem exercendo, com habilidade incomum, os encargos onerosos prevista pelo governador Flávio Dino durante a campanha eleitoral, quando comparou o Governo do Estado a um grande avião que precisava ser bem pilotado: “Eu serei o piloto e o Humberto Coutinho será meu co-piloto”. A diferença é que o co-piloto foi bem mais longe e assumiu o comando da uma aeronave, na qual compartilha decisões, mas o faz de maneira tão hábil e discreta que tem a liderança inconteste do processo.

Não há hoje no Maranhão um só segmento político, de situação ou de oposição, que não reconheça do deputado Humberto Coutinho o mais confiável e produtivo interlocutor político do Maranhão. Ele faz a ponte do mundo parlamentar com o governador Flávio Dino, que o tem como um conselheiro. Um episódio recente mediu bem o prestígio do presidente junto ao governador. O Governo havia fixado emenda parlamentar no valor de R$ 100 mil para cada deputado incentivar as festas carnavalescas nas suas bases. A reação entre os deputados foi de insatisfação. Diante do quadro de mal-estar, Humberto Coutinho foi ao governador e numa conversa franca o convenceu a dobrar o valor para R$ 200 mil. Foi festejado pelos colegas.

É nesse clima e sob essa liderança que os deputados estaduais retornam ao trabalho nesta terça-feira, motivados inclusive para renovar, numa eleição antecipada de dezembro para março, o mandato do deputado Humberto Coutinho na presidência do Poder Legislativo.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Deputados atuam para redesenhar a composição do plenário

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Eduardo Braide, Roberto Costa, Rogério Cafeteira e Adriano Sarney

Motivados pelos fluídos da corrida eleitoral já informalmente em curso, os integrantes da Assembleia Legislativa do Maranhão têm se movimentado intensamente no campo político e partidário. O primeiro movimento pode resultar na rearrumação dos blocos parlamentares, que dependendo da composição – se é que ela acontecerá mesmo – poderão dar mais ou menos espaço de pressão para a oposição e maior ou menor trabalho para a base governista. Nesse jogo se destacam líderes como Eduardo Braide (PMN), que comanda a bancada governista; Rogério Cafeteira (PSD), líder do Governo; Roberto Costa (PMDB), que comanda o PMDB; e Adriano Sarney (PV). A redefinição dos blocos é um movimento natural em início de período legislativo, que ganha maior expressão em ano eleitoral, como é o caso de 2016. Mas no geral eles geram poucos resultados, principalmente quando o Governo tem uma base sólida e comandada pelas suas lideranças e um canal de interlocução como o aberto pelo presidente Humberto Coutinho.

 

Mesa deve ter eleição antecipada e com reeleição de Coutinho
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Othelino Neto: um vice correto

Um assunto vai movimentar a Assembleia Legislativa nas próximas semanas: a antecipação para março ou abril da eleição da Mesa Diretora. No final do ano passado, ao fazerem um balanço dos trabalhos da Casa, alguns líderes e deputados influentes nos seus partidos levantaram a hipótese de adiamento da eleição da Mesa, com a possibilidade de reeleição dos seus atuais integrantes. A ideia foi exposta para o presidente Humberto Coutinho, que num gesto de franqueza, manifestou interesse em renovar o mandato. Não deu outra: praticamente todos os deputados declararam apoio à reeleição do presidente. Para se ter uma ideia da receptividade da proposta de reeleição de Coutinho, a mais estridente voz da oposição, deputada Andrea Murad (PMDB), declarou-lhe apoio total, assim como o líder do PMDB, deputado Roberto Costa, e o líder do PV, deputado Adriano Sarney. Um movimento forte propõe a reeleição da Mesa atual, tendo os deputados Othelino Neto (PCdoB) como 1º vice-presidente, Glalbert Cutrim (2º vice), Valeria Macedo (3º vice), Graça Paz (4º vice), Edilázio Júnior (1ª secretaria), Carlinhos Florêncio (2ª secretaria), César Pires (3ª secretaria) e Francisca Primo (4ª secretaria). Mas há também deputados propondo algumas mudanças na composição. Tais decisões serão tomadas num grande acordo que será costurado quando a antecipação for confirmada, com data marcada e tudo o mais.

 

São Luís, 30 de Janeiro de 2016.

 

 

 

 

 

 

 

Posição da direção nacional muda situação no PSB e abre caminho para Bira do Pindaré disputar Prefeitura de São Luís

 

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Bira do Pindaré é cumprimentado por Carlos Diqueira ao lado de Rossini Corrêa

 

Errou quem apostou que o PSB ficaria à margem da corrida eleitoral em São Luís. Na quinta-feira, em Brasília, o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, deputado estadual licenciado Bira do Pindaré, ouviu do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, que é prioridade para o PSB ter um candidato à Prefeitura de São Luís. E mais: em razão dessa posição, o comando nacional da agremiação socialista deverá apressar o processo de escolha do candidato, sendo as opções o próprio Bira do Pindaré e o senador Roberto Rocha. A declaração do presidente Carlos Siqueira injetou toneladas de ânimo no secretário de Ciência e Tecnologia, avisou ao senador Roberto Rocha que ele tem de jogar aberto, e chamou à razão o deputado federal José Reinaldo Tavares, que vem descartando os projetos de candidatura do próprio partido e declarando, ostensivamente, apoio à candidatura da deputada federal Eliziane Gama (Rede).

Até a reunião de Brasília – que aconteceu na presença de sociólogo, advogado e escritor Rossini Corrêa, um dos fundadores do PSB no Maranhão -, Bira do Pindaré encontrava-se numa situação complicada dentro do partido. Determinado a disputar a Prefeitura de São Luís, ele via a cada dia o seu projeto de candidatura perder consistência política por causa do confronto alimentado dentro da agremiação pelo senador Roberto Rocha e pelo ex-governador e deputado federal José Reinaldo. A declaração enfática do presidente do partido pode mudar radicalmente o cenário, pois funcionará como pressão para uma solução interna.

É possível que a manifestação do presidente nacional do PSB tenha sido causada pela repercussão do convite feito ao deputado Bira do Pindaré pelo presidente do Solidariedade no Maranhão, Simplício Araújo, que comanda a Secretaria de Estado de Indústria e Comércio. Decidido a fortalecer o partido no Maranhão depois da saída do ex-deputado Domingos Dutra – que entrou para o PCdoB para disputar a Prefeitura de Paço do Lumiar com as bênçãos do Palácio dos Leões -, Araújo jogou uma cartada alta, tentando atrair, além de Bira do Pindaré, o nacionalmente conhecido e respeitado juiz Márlon Reis, com a ideia de lançá-lo candidato à Prefeitura de Imperatriz. O convite, que trouxe no bojo uma proposta sedutora: se entrar no Solidariedade, terá garantida sua candidatura a prefeito de São Luís, animou o secretário de Ciência e Tecnologia, que certamente viu no episódio um mecanismo natural de pressão contra o PSB. A declaração do presidente da agremiação mostrou que ele estava certo.

A partir de agora, Bira do Pindaré tem as condições de convidar Roberto Rocha e José Reinaldo Tavares para sentar e discutir qual o rumo do PSB na corrida ao Palácio de la Ravardière. Político antenado e ciente do tamanho do seu cacife no partido como senador e presidente do Diretório de São Luís, Roberto Rocha sabe que chegou a hora de abrir o jogo para valer, deixando claro se será ou não candidato a prefeito de São Luís. Rocha sabe também que sua candidatura, se confirmada, trará um risco político enorme, que ele não tem necessidade de correr, já que se apresenta claramente com disposição para dar voos mais altos, e uma derrota na Capital será um desastre para o projeto maior. A confirmação da candidatura do senador seria também como abrir a porta do PSB e mandar Bira do Pindaré embora, e, nesse caso, o Solidariedade seria o seu caminho natural depois do convite de Simplício Araújo.

O fato é que a declaração do presidente nacional do PSB dizendo que o partido tem de ter candidato a prefeito em São Luis teve força suficiente para alterar a situação dentro do PSB. E não há dúvida de que Bira do Pindaré foi o grande beneficiado, em condições, portanto, de virar o jogo e sair candidato pelo partido, podendo também deixar o PSB e se candidatar pelo Solidariedade.

Em tempo: o encontro do deputado licenciado Bira do Pindaré com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, em Brasília, foi testemunhado pelo sociólogo, advogado, escritor e professor universitário Rossini Corrêa, um dos fundadores do PSB no Maranhão. O partido nasceu no início da década de 1980 do século passado em São Luís pela articulação de um grupo que, além de Rossini Corrêa, foi integrado por Guilherme Freire, Valdelino Cécio, Ribamar Corrêa, entre outros, que assinaram o livro de fundação da agremiação. Nesse mais de 30 anos. O PSB passou por muitas mãos, tendo sido inclusive controlado pelo ex-deputado Ricardo Murad, com o apoio do então deputado federal José Carlos Sabóia e do advogado  e ex-deputado federal José Antonio Almeida Silva.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

Prisão de prefeito pode mudar cenário político em Santa Inês
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Ribamar Alves chega à Delegacia escoltado por policiais

Se ganhou um candidato a prefeito de São Luís, que pode ser o senador Roberto Rocha ou o deputado licenciado Bira do Pindaré, o PSB corre, desde ontem, o risco de perder o seu candidato a prefeito de Santa Inês, o prefeito Ribamar Alves, um dos seus quadros mais importantes no estado e que agora enxerga nuvens muito cinzentas sobre o seu projeto de reeleição. O Maranhão inteiro foi surpreendido pela prisão de Ribamar Alves sob a acusação de haver estuprado uma missionária vendedora de livros, que teria apenas 17 anos. A opereta de mau gosto é simples: a jovem foi oferecer livros ao prefeito e ele prometeu comprar uma quantidade bem maior do que a que lhe era oferecida se recebesse em troca favores sexuais. Versões diferentes relataram que os dois acabaram num quarto de motel e transaram. Depois, ela foi à polícia e acusou o prefeito de tê-la estuprado. Ele se defende dizendo que os dois fizeram sexo sim, mas “consentido”. A menos que um deles resolva falar a verdade, trata-se de um caso em que ninguém jamais saberá o que de fato aconteceu. Independente do desfecho desse imbróglio, a acusação funcionou como um petardo poderoso no projeto de reeleição de Ribamar Alves, principalmente porque o burburinho tirou do arquivo e requentou  outra denúncia, esta de 2013 em que a vítima foi a juíza de direito Larissa Castro, que o denunciou por assédio. A notícia caiu como uma bomba no meio político, dando origem inclusive à especulação de que Alves poderá abrir mão da candidatura e sair do páreo, o que pafrece3 blefe do especulador. O deputado Sousa Neto (PTN) pode ser o grande beneficiário desse desastre moral que poderá fazer com que o prefeito de Santa Inês, que já foi duas vezes deputado federal e poderia estar mo melhor momento da sua carreira, entre para a História como  um reles estrupador.

 

São Luís, 29 de Janeiro de 2016.

 

 

 

Fábio Câmara assume o comando do PMDB de São Luís e consolida projeto de disputar a Prefeitura.

 

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Apoiado por João Alberto (à direita) e outros líderes do partido, Fábio Câmara assume o comando do PMDB em São Luís e será candidato

O PMDB deu ontem um passo decisivo para consolidar o projeto do vereador Fábio Câmara de disputar a Prefeitura de São Luís. Numa convenção animada, durante a qual foram feitos discursos inflamados e surpreendentes, o Diretório de São Luís elegeu, por unanimidade, o vereador como seu presidente, pavimentando, assim, a avenida que certamente o levará à vaga de candidato do partido ao Palácio de la Ravardière. Fábio Câmara tem agora as condições partidárias para se movimentar como o nome do PMDB para a disputa na Capital, o que lhe credencia para falar de igual para igual com os demais postulantes, a começar pelo prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que ganhou um adversário, que se não o ameaça ainda, vem demonstrando determinação e vontade política para enfrentá-lo no grande e decisivo debate que se aproxima. Com a definição por Fábio Câmara, o PMDB avança na definição de candidatos em grandes municípios, já tendo confirmado o deputado Roberto Costa para disputar em Bacabal e o delegado Assis Ramos para concorrer em Imperatriz.

Agora no comando do partido em São Luís, substituindo ao deputado Roberto Costa, o vereador Fábio Câmara tem em mãos os instrumentos políticos de que precisa para abrir frentes de entendimentos em todas as direções. O seu primeiro passo será mobilizar todas as forças do PMDB em torno da sua pré-candidatura, de modo a dar-lhe o tamanho do partido. E como um político que nasceu dentro do PMDB, do qual foi funcionário desde a adolescência, conhece os caminhos e as dificuldades dessa tarefa. Mas já começa com o aval do presidente regional do partido, senador João Alberto, que depois da convenção, declarou-se entusiasmado com o pré-candidato demonstrava visível satisfação com os movimentos de Fábio Câmara, exibindo convicção de que o novo presidente municipal do PMDB é o melhor quadro para representar o partido nessa que se desenha como uma das eleições mais importantes dos próximos tempos.

Todas as evidências mostravam que o PMDB não teria outro caminho. Depois da derrota fragorosa nas eleições de 2014, quando perdeu governo, vaga de senador e elegeu poucos deputados federais e estaduais, e por isso empurrado para uma situação inédita na seara oposicionista, o partido não teria outro caminho que não se redefinir internamente e se mostrar com outra cara. Lançar, por exemplo, o ex-deputado Ricardo Murad para disputar a prefeitura de São Luis seria demonstrar que não tirou nenhuma lição da mensagem das urnas em 2014, o mesmo aconteceria se o candidato fosse a ex-governadora Roseana Sarney ou o suplente de senador Lobão Filho. Qualquer um seria trucidado nas urnas e isso minaria muito mais a força que o PMDB ainda tem como agremiação política.

Pesquisas recentes mostram que se apostasse agora nos seus medalhões, o partido sairia das urnas bem mais magro. Apostando numa cara nova, mais identificada com a média do eleitorado e com trânsito nas mais diversas camadas da população, o PMDB pode sair do processo, se não com candidato eleito, pelo menos com um nome jovem fortalecido para embates futuros.

Fábio Câmara representa melhor do que ninguém o segundo cenário. É vereador, conhece São Luís na palma da mão, tem um discurso focado na realidade da Capital, saiu da eleição para deputado com 15 mil votos na Ilha e é ousado e politicamente ambicioso. Além disso, o projeto de ser candidato a prefeito não é um devaneio de agora; ele vem sendo maturado há tempos, o que lhe dá a convicção de que pode alcançar um bom resultado. E foi esse o tom do seu discurso ao assumir ontem o comando do partido e tomar conhecimento de que a deputada Andrea Murad e o ex-secretário da Juventude André Campos também haviam colocado seus nomes à disposição do partido. Se souber mesmo jogar como vem demonstrando, Câmara poderá fortalecer o seu projeto de candidatura com essa disputa interna.

O fato é que o vereador Fábio Câmara se legitimou para chegar aonde chegou. Misturando humildade com ousadia e seguindo uma estratégia cuidadosa mais eficiente, ele conseguiu vencer todos os obstáculos “naturais”, colocou seu nome na mesa das decisões e ganhou o aval do senador João Alberto e da ex-governadora Roseana Sarney, que já deu declarações apontando-o como o seu candidato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Destaque: TV Assembleia comemora 5 anos
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O presidente Humberto Coutinho e o deputado Alexandre Almeida ouvem explicaçoes do diretor Carlos Alberto Ferreira

Quando se fala em democratizar os meios de comunicação no Brasil, a primeira sugestão que vem à baila é de que numa sociedade de economia aberta esse processo só será quando o Estado investir pesadamente na montagem de uma estrutura de comunicação inteligente e isenta.   Essa perspectiva ganha força quando o objetivo de um veículo público de comunicação é registrar e repercutir, sem pinturas, tudo aquilo que é de interesse público. Foi dentro desse conceito de comunicação pública que nasceu, há cinco anos, completados no dia 27 de janeiro, a TV Assembleia, que representa exatamente esse papel e segue registrando e repercutindo tudo aquilo que acontece no Parlamento Estadual. E muito mais.

Fundada em janeiro de 2011, na gestão do deputado estadual Marcelo Tavares (PSB), a TV Assembleia é hoje uma emissora consolidada como um veículo de comunicação.

A consolidação da emissora, associada ao crescimento das atividades do Poder Legislativo na área de comunicação, fez com que o segmento necessitasse de mais espaço na nova sede da instituição, no Sítio do Rangedor, que possibilitasse a montagem de uma estrutura bem mais ampla e moderna – estúdio de rádio, TV, sala master, camarim e uma redação. O objetivo: aproximar o cidadão dos 217 municípios da atuação parlamentar, inicialmente através do canal 17 da TV a cabo TVN e do Portal da Assembleia.

Dois anos depois, em 2013, já na presidência do deputado Arnaldo Melo, a TV Assembleia ganhou um canal aberto com sinal digital, 51.2, fruto de uma assinatura de cooperação técnica assinada entre o então presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB) e então presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB). Paralelamente a isso, foi construído o Complexo de Comunicação que hoje abriga toda a estrutura de comunicação do Poder Legislativo. Foi a partir daí que todo morador da capital maranhense – e demais municípios- passou a ter acesso à TV do Legislativo, estreitando os laços e garantindo maior transparência nas ações do Parlamento, pois o cidadão passou a acompanhar o dia a dia da Casa.

“Temos um time de profissionais de altíssima qualidade e isso garante a continuidade do trabalho que está sendo feito. Temos também os melhores equipamentos, a melhor estrutura e o compromisso de transformar a TV Assembleia na maior TV do Maranhão”, salientou Carlos Alberto Ferreira, atual diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa.

Atualmente, o novo prédio comporta toda a estrutura do sistema de rádio, redação e o portal de internet, que funcionam de forma integrada e em salas mais amplas e modernas para garantir a melhor qualidade na produção e na transmissão.

“A TV Assembleia não é obra de um engenheiro só. É um edifício em construção. Nestes cinco anos, temos que agradecer a todas as pessoas que fizeram a TV desde o dia 21 de janeiro de 2011. Essas pessoas merecem todos os nossos aplausos, respeito, reconhecimento e consideração. É uma honra grande e um desafio maior ainda ser o diretor de Comunicação. Mas é também um prazer que não sei descrever”, completou Carlos Alberto Ferreira, destacando que tem recebido do presidente do Poder Legislativo, deputado Humberto Coutinho (PDT), apoio incondicional para dar tratamento adequado à emissora.

 

Lobão Filho bate forte em Flávio Dino

lobao_filhoEnganou-se quem imaginou que depois da derrota nas urnas em 2014 e da situação enfrentada pelo senador Edison Lobão (PMDB) no contexto da Operação Lava Jato, o senador Lobão Filho baixaria a guarda e aposentaria seu arsenal político. E isso ficou claro ontem, na sede do PMDB, no ato em que o vereador Fábio Câmara foi alçado ao comando do partido em São Luís. Num discurso enfático e provocador, o suplente de senador Lobão Filho (PMDB) atacou o governador Flávio Dino (PCdoB) ao afirmar que, na avaliação dele, os maranhenses estão arrependidos. Lobão Filho deixou claro que não assimilou ainda o resultado da corrida eleitoral, da qual saiu vencedor, em turno único, o candidato do PCdoB e hoje governador Flavio Dino. “O Maranhão hoje todo se arrepende do que aconteceu há um ano. O destino do Maranhão teria sido outro se o PMDB estivesse no comando do Governo do Estado. Infelizmente o povo sofre no interior, na nossa capital, pela falta de um governo”, declarou. O ex-candidato do PMDB ao Governo do Estado Lobão  acrescentou que, com a derrota nas urnas, houve apenas uma “ruptura temporária” no protagonismo do PMDB na política local. Ele avalia que o partido volta mais forte em 2018, após o resultado das eleições municipais. “Durante muitos anos demos nossa contribuição efetiva na condução do estado do Maranhão. Nas últimas eleições, houve uma pequena ruptura temporária nesse processo”, completou.

 

São Luís, 28 de Janeiro de 2016.

 

 

 

 

Falta de definição e guerra interna no PSB inviabilizam projeto de Bira do Pindaré de disputar a Prefeitura de São Luís

 

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Rusgas entre Roberto Rocha e José Reinaldo travam projeto de Bira do Pindaré

É confusa e politicamente incompreensível a situação no braço do PSB no Maranhão, especialmente no que diz respeito ao futuro posicionamento do partido em relação à disputa para a prefeitura de São Luís. Uma das agremiações partidárias mais promissoras do país, que quase perdeu o rumo com a morte trágica – acidente aéreo em 2014 – do seu líder maior, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, então candidato a presidente da República, o PSB vive um processo em que está enfrentando sérias dificuldades para encontrar um rumo. E certamente não há no país um estado onde a agremiação socialista esteja mais afetada pela indefinição do que o Maranhão. Integram o braço maranhense do PSB o senador Roberto Rocha, o ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares, o deputado estadual licenciado Bira do Pindaré e os prefeitos de Timon, Luciano Leitoa, de Santa Inês, Ribamar Alves, e de Balsas, Luis Rocha Filho. O problema é que essas forças não se harmonizam, refletindo no estado a indefinição e a coloração furta-cor com que o partido se move no cenário nacional.

Agremiação que já passou por muitas mãos – até o ex-deputado Ricardo Murad já o controlou proclamando-se um político de esquerda!-, o PSB maranhense está retalhado em facções, cada uma puxando a sardinha para sua brasa. O problema principal é que o senador Roberto Rocha e o deputado federal José Reinaldo Tavares não se toleram desde a eleição para senador em 2010, quando o ex-governador foi candidato e o então deputado federal decidiu também entrar na briga. Eram duas vagas, José Reinaldo achava que tinha chance contra João Alberto (PMDB) – o outro candidato era Edison Lobão -, mas sabia que a entrada de Roberto Rocha arruinaria seu projeto e nenhum dos dois seria eleito. Diante das evidências, tentou convencer Rocha a retirar sua candidatura, oferecendo inclusive seu apoio para deputado federa. Roberto Rocha não aceitou, manteve a candidatura e aconteceu exatamente o que Tavares previra: os dois foram derrotados. José Reinaldo culpou Roberto Rocha pelo naufrágio do seu barco eleitoral. O ex-governador deu o troco em 2012, declarando apoio á candidatura do prefeito João Castelo à reeleição, não tomando conhecimento que seu colega de partido era candidato à vice de Edivaldo Jr., então no PTC. Desde então os dois se suportam por conveniência, mas não compõem em nada.

Roberto Rocha controla o diretório de São Luís e José Reinaldo tem mais força no diretório estadual. Os dois já tentaram controlar a legenda integralmente, mas tudo o que conseguiram até agora foi aprofundar o fosso que os separa.

No tabuleiro sucessório de São Luís, por exemplo, o PSB tem a mais confusa e inacreditável situação. O deputado Bira do Pindaré quer ser candidato a prefeito – e pode ser um candidato competitivo -, mas nem Roberto Rocha nem Jose Reinaldo lhe dão ouvidos nem espaço para que ele tente viabilizar a sua candidatura.  Mesmo com um mandato de senador novinho em folha – no qual vem se movimentando bem, diga-se – Roberto Rocha fica aqui e ali insinuando que também quer ser candidato, não deslanchando de fato um projeto claro de candidatura e, assim, minando o projeto de Bira do Pindaré, num jogo que não tem explicação. Rocha poderia aliar o PSB ao projeto de reeleição do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), de quem foi vice, mas não emite o menor sinal de interesse nessa direção. Ou seja: por razões que nem o mais arguto observador da cena política consegue identificar, o senador não se lança de vez candidato nem libera o partido para deputado.

Por sua vez, deixando a impressão de que está indiferente à curiosa estratégia – se é que é uma estratégia – do senador Roberto Rocha e ao calvário de indefinição que mantém Bira do Pindaré imobilizado, o ex-governador José Reinaldo Tavares – que, se quisesse, poderia também ser candidato a prefeito da Capital – chuta para o alto os projetos de candidatura do PSB em São Luís e, numa atitude que exala confronto, aposta as suas fichas na candidatura da deputada federal Eliziane Gama (Rede). E assim, tal qual o senador Roberto Rocha, o deputado federal José Reinaldo Tavares contribui decisivamente para minar as forças do deputado Bira do Pindaré. Não foi à toa que o presidente do Solidariedade no Maranhão, Simplício Araújo, ao perceber a situação quase autofagia do PSB abriu as portas do seu partido para o deputado Bira do Pindaré, dando-lhe principalmente a garantia de que será o candidato a prefeito de São Luís.

Finalmente, apesar da flagrante e surpreendente guerra interna que  compromete seriamente o futuro do PSB no Maranhão, situação dos principais prefeitos do PSB sofre com os abalos da cúpula, mas com a diferença de que os prefeitos tem poder de fogo politico para não depender da decisão dos dirigentes partidários.

E nesse contexto, o experiente vereador Chaguinhas está coberto de razão quando ameaça deixar o PSB alegando que o partido está sem comando em São Luís, conforme revelou o bem informado blog do jornalista Diego Emir.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Especial: Caxias ganha hospital regional

 

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A imponente fachada do Hospital regional de Caxias inaugurado ontem

Caxias, que ostenta o posto de terceiro maior município do Maranhão, ganhou ontem um hospital de 122 leitos, equipado e preparado para realizar cirurgias as mais diversas, clínica médica, neurologia, ortopedia, oftalmologia, cardiologia, pediatria e gastroenterologia, e com capacidade para garantir atendimento aos 780 mil maranhenses que habitam 26 municípios da Região Leste. Foi inaugurado ontem pelo governador Flávio Dino (PCdoB), pelo secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco e pelo prefeito municipal, Leonardo Coutinho, na presença do maior cobrador e fiador político da obra, o deputado Humberto Coutinho (PDT), presidente da Assembleia Legislativa. A obra foi batizada Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão, numa homenagem justa a um caxiense que dedicou sua vida à medicina quase filantrópica e que ainda jovem partiu ironicamente derrotado por um câncer. O nome foi proposto pelos médicos Cleide Coutinho e Arnaldo Melo, ambos então deputados estaduais, sendo ele à época presidente do Poder Legislativo.

A inauguração foi uma festa. Afinal, não se entrega uma obra dessa dimensão e desse alcance com facilidade; mais ainda, quando em meio à crise nenhum estado brasileiro está inaugurando hospitais. O Hospital Regional de Caxias é o segundo inaugurado pelo Governo Flávio Dino de uma série de cinco – os outros são em Pinheiro, já inaugurado, e em Imperatriz, Santa Inês e Bacabal, que devem ser entregues ainda neste ano. Foram iniciados no governo anterior, mas o novo governo recebeu apenas os esqueletos – uns erguidos, outros em fase primária. O atual governo não perdeu tempo: reajustou todos mais diferentes aspectos do financiamento do BNDES e, com decisão politica e determinação administrativa, colocou mãos nas obras. Entregou o de Pinheiro em meados do segundo semestre do ano passado, agora o de Caxias, colocando assim 244 leitos hospitalares à disposição do cidadão maranhenses. Ao final do projeto serão 610 leitos. O investimento foi de R$ 21 milhões, com recursos do BNDES e do Estado.

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O governador fala sobre o hospital observado pelo presidente do Legislativo, Humberto Coutinho, e deputados e prefeitos da região leste do estado

Para fazê-lo funcionar, foram contratados, obedecendo a critérios severos de seleção, 402 funcionários dos níveis médio, fundamental, técnico e superior. O corpo clínico contará com 50 enfermeiros e 70 médicos, aproximadamente. Os 122 leitos estão assim distribuídos: 26 leitos de clínica médica, 26 leitos de clínica pediátrica, 26 leitos de clínica ortopédica, 26 leitos de clínica cirúrgica, 12 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e seis leitos de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários). A população terá, ainda, serviço de apoio de diagnóstico, com laboratório, radiologia, ultrassonografia, tomografia, endoscopia, eletrocardiograma, densitometria, ecocardiograma, diagnósticos oftalmológicos, mamografia entre outros. Com a inauguração, maranhenses da região não mais precisarão buscar tratamento em Teresina.

Entusiasmado, o governador Flávio Dino destacou a obra: “Este hospital é de grande importância para a população dessa região, pois aqui serão feitos procedimentos de saúde de alta complexidade. Estamos na direção correta, desenvolvendo uma política de saúde que parte da atenção básica, valorizando a prevenção das doenças, mas que também seguem critérios da regionalização, com hospitais de grande porte que resolvam efetivamente os problemas. Sabemos que será um grande investimento mensal no custeio desse hospital, mas ele cumprirá o seu papel de atender bem os pacientes de Caxias e de toda a Região Leste”.

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Flávio Dino, Rubens Jr., Léo Coutinho, Ricardo Rios, Fábio Braga , Marcos Pacheco vibram com a inauguração do Hospital Regional de Caxias

O deputado Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa, que é médico, conhece as necessidades da região e pressionou pelo aceleramento da obra destacou a importância do hospital para a população caxiense. “Estou aqui testemunhando a alegria do povo de Caxias hoje, por receber esse hospital com tudo funcionando. Fico muito feliz ao ver tantas pessoas que estavam à espera de cirurgias, vindas de Timon e outras cidades vizinhas, sendo atendidos nos mutirões ortopédicos e oftalmológicos que começaram ontem”.

O prefeito Léo Coutinho agradeceu: “Agradecemos ao nosso governador Flávio Dino por esse hospital, pois ele complementará os serviços de saúde pública em nossa região, que já contava com quatro hospitais públicos municipais. Os hospitais do município continuarão funcionando normalmente, pois estamos aqui para fortalecer e ampliar o acesso a uma saúde de qualidade a população”.

A inauguração do Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão levou à cidade o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB), os deputados Fábio Braga (PTdoB), Ana do Gás, Ricardo Rios e Rafael Leitoa (PDT), além de vários prefeitos da região, entre eles Luciano Leitoa, de Timon (PSB).

 

Rumor coloca Jerry em plano para 2018

O secretário de Articulação Política e Comunicação e presidente do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry, afirma que o seu partido não postula a vaga de candidato à vice na chapa do prefeito Edivaldo Jr., enfatizando que isso possibilidade sequer foi cogitado na agremiação do governador Flávio Dino. Não de duvidas da declaração do presidente da agremiação comunista, mas também não é prudente ignorar sistematicamente rumores que correm nos bastidores partidários, uma vez que quase sempre eles revelam verdades. Um desses rumores, que já corre há tempos, dá conta de um plano que em princípio parece mirabolante, mas que, avaliada com cuidado, pode ser viável: o próprio Márcio Jerry seria candidato a vice-prefeito na chapa de Edivaldo Jr.. Se a chapa fosse vitoriosa, Edivaldo Jr. sairia em 2018 para disputar vaga no Congresso Nacional, para deputado federal ou até para senador, e Márcio Jerry assumiria o comando da Prefeitura de São Luís. Segundo o mesmo e insistente rumor, a menos que seja convocado para integrar um projeto político maior, como uma candidatura a vice-presidente da República, o governador Flávio Dino será candidato à reeleição em 2018, o que lhe dará dois anos de convivência o substituto de Edivaldo Jr., no caso Márcio Jerry, na Prefeitura. O apoio do governador ao futuro prefeito daria as condições para preparar a sucessão sem riscos na Prefeitura de São Luís em 2020, o que garantiria mais uma etapa do projeto de poder do grupo liderado por Flávio Dino. Pode ser mero fruto da imaginação de um especulador, mas que o rumor faz sentido, faz sim.

 

São Luís, 27 de Janeiro de 2016.

 

 

Oposição se articula na Assembleia Legislativa, mas se não atrair os independentes, não irá a lugar algum

 

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Andrea Murad, Adriano Sarney, Roberto Costa e Edilázio Jr lideram a oposição que tenta de articular no Legislativo

O que torna uma democracia sólida e é exatamente o embate de forças contrárias, que se organizam e ganham forma em processos eleitorais. Nesse contexto, enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) tem uma base congressual ampla, mas desarticulada, o que impõe clima de instabilidade política e insegurança institucional ao seu governo, com o fortalecimento progressivo da oposição, no Maranhão a situação é exatamente o contrário, uma vez que o governador Flávio Dino (PCdoB) comanda o Executivo respaldado por sólida maioria parlamentar, formada por mais de dois terços dos 42 deputados estaduais e uma oposição numericamente muito inferior e sem perspectiva de ter sua bancada reforçada. Agora, um ano depois de tentar sem sucesso arranhar a imagem do Governo, a mesma oposição, formada pelo que se salvou do Grupo Sarney, projeta se articular um grupo mais compacto, com o qual partirá para o enfrentamento no plenário da Assembleia Legislativa a partir do dia 2 de fevereiro, animando ainda mais o clima pré-eleitoral.

No ano passado, ficou evidente que a oposição não tinha pé nem cabeça e aparecia desarticulada em três frentes. A primeira formada pelos deputados Andrea Murad (PMDB) e Souza Neto (PTN), que ao longo dos meses dispararam todos os seus cartuchos em intensos e agressivos ataques ao governador Flávio Dino e seus secretários, focando dois pontos: os sistemas de saúde e de segurança pública, seguindo claramente orientação do ex-deputado e ex-secretário de Estado da Saúde Ricardo Murad (PMDB). A segunda frente foi representada pelo deputado Adriano Sarney (PV), que fez uma oposição mais técnica, mas igualmente dura, navegando na seara econômico-financeira, com in cursões críticas na área de planejamento e outras afins. No apoio a essas duas frentes, o deputado Edilázio Jr. (PV), que quase sempre colocou mais pólvora nos disparos dos três aliados. E, finalmente, a terceira frente, comandada pelo deputado Roberto Costa (PMDB) e com um discurso de tolerância, cuidadoso, parecendo não ter interesse num confronto aberto com a esmagadora maioria situacionista – nessa linha atuaram também os deputados Max Barros (PMDB), Nina Melo (PMDB), César Pires (DEM), Antonio Pereira (DEM) e Hemetério Weba (PV).

Entre a oposição implacável e a situação avassaladora há um grupo de parlamentares que apoia o governo, mas não reza no seu catecismo político e partidário, podendo ser seus integrantes apontados como independentes: Josemar de Maranhãozinho (PR), Vinícius Louro (PR), Edson Araújo (PSL), Graça Paz (PSL), Júnior Verde (PRB), Ana do Gás (PRB), Leo Cunha (PSC), Stênio Rezende (PRTB), Rigo Teles (PV), Alexandre Almeida (PTN), Fábio Braga (PTdoB) e Wellington do Curso (PPS). Se agisse como grupo e balançasse para a oposição, fragilizaria gravemente a base governista, mas como na selva da política o instinto de sobrevivência fala mais alto, esses parlamentares estão em maior e menor grau alinhados ao governo.

Nesse cenário, a oposição que tenta agora atuar como uma frente única não reunirá mais que nove deputados, com a agravante de que um dos seus líderes mais destacados, o pemedebista Roberto Costa estará focado na corrida para a Prefeitura de Bacabal, não lhe interessando abrir duas zonas de guerra política, principalmente tendo o Palácio dos Leões como adversário em uma delas. Esse grupo poderá até fazer mais zoada, colocar aqui e ali o governo em situação incômoda e obrigar os porta-vozes governistas a, vez por outra, darem explicações sobre eventuais problemas denunciados em discursos inflamados. Mas, sem o apoio dos 12 independentes e circunstancialmente alinhados ao Palácio dos Leões, dificilmente criará uma situação em que o Governo seja colocado de fato contra a parede.

A oposição está correta e faz a sua parte no processo político quando busca se fortalecer para, pelo menos, manter o Governo sob vigilância. Isso porque a experiência histórica mostra que Governo que não enfrenta olhar crítico, que não é questionado, que não é instado a dar explicações sobre situações que geram dúvida tende a cometer excessos. Na contrapartida, o Governo opera dentro da normalidade democrática ao construir uma base parlamentar que lhe assegure funcionar na normalidade democrática.

 

 

PONTOS & CONTRAPONTO

 

Judiciário restaura hoje o Tribunal Pleno

cleone e louroO Palácio Clóvis Bevilacqua, sede do Poder Judiciário do Maranhão, será palco hoje de uma restauração. Ali, a partir das 9 horas, os 27 desembargadores se reunirão pela primeira vez no novo Tribunal Pleno, refazendo o formato original da mais alta Corte de Justiça do Maranhão. A restauração se dá porque o Tribunal Pleno fora extinto há pouco mais de dois anos, dando lugar a uma Corte chamada “Órgão Especial”, criada por iniciativa da então presidente eleita do Poder, desembargadora Cleonice Silvas Freire, copiando o que já existe em TJs com número bem maiores de desembargadores. Composto de 17 desembargadores, o “Órgão Especial” se revelou incompatível com o Poder Judiciário do Maranhão. Criado para agilizar as decisões maiores do Pleno, sob o argumento de que seria mais ágil, o “Órgão Especial”, para muitos observadores, tornou menos legítimas as decisões da Corte. Além disso, criou um tremendo mal-estar entre os desembargadores, a começar pelo fato de que os 10 excluídos da sua composição passaram a ser vistos como “desembargadores de segunda”, principalmente porque só tinham acesso quando eram convocados para cobrir falta dos colegas titulares. Tal situação gerou outro campo de problemas: os desembargadores convocado quase sempre se negavam a substituir o colega faltoso. Não demorou para que a existência do Órgão Especial fosse dura e frequentemente criticada e questionada, inicialmente em comentários discretos nos bastidores e em reuniões fechadas de desembargadores, mas depois de maneira aberta, em manifestações enfáticas durantes as suas sessões. Muitas foram as demonstrações de insatisfação em relação à inovação que marcaria, de maneira desfavorável, a conturbada gestão da desembargadora Cleonice Freire. Um dos críticos mais frequentes e enfáticos do Órgão Especial, o desembargador Lourival Serejo se manifestou diversas vezes contra a Corte indesejada, clamando pela sua extinção e pregando a volta do Tribunal Pleno, composto pelos 27 desembargadores. Nas negociações para a eleição da nova direção do Poder Judiciário, os desembargadores acordaram, por larga maioria, pela extinção do Órgão Especial e a restauração do Tribunal Pleno, decisão avalizada pelo novo presidente do TJ, desembargador Cleones Cunha.

 

Weverton Rocha enquadra senador Cristovam Buarque

weverton 4A alfinetada que o novo líder do PDT na Câmara Federal, Weverton Rocha, disparou contra o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), afirmando que ele nada fez pelo partido, que nunca segue as orientações pedetistas e que só usou a sigla para se eleger foi uma espécie de “abre-alas” do que será a sua atuação no comando da bancadas brizolista que entrará em campo no dia 2 de fevereiro. A reação do parlamentar maranhense dá bem a medida da sua consciência e da sua ousadia. De fato, o senador Cristovam Buarque é homem muito preparado, que poderia estar contribuindo muito com o país neste momento de crise se não fosse um chato de galocha. Fica sempre naquela zona confortável de posar de oposição em discursos laudatórios, mas sem ações políticas. O líder Weverton Rocha está certo quando deixa claro que o senador candango nada representa para o partido, que tem posição definida. Já está mesmo na hora de Cristovam Buarque deixar o PDT, procurar outro rumo partidário, porque na nau brizolista não há mais lugar para ele. O “chega-pra-lá” deve fazê-lo pensar duas vezes antes de falar besteira ou então juntar seus trapos e cair fora do partido. O deputado Weverton Rocha acertou o primeiro tiro com o líder.

 

Reparo

Márlon Reis militou no movimento estudantil

No post de ontem (26), a Coluna registrou que provavelmente o juiz Márlon Reis não participou do movimento estudantil. Errado. Um leitor atento fez a correção informando que Márlon Reis militou no movimento estudantil integrando uma corrente à esquerda do PT, juntamente com o atual secretário de Estado de Segurança Pública, Jefferson Portela. Essa informação explica a guerra que o magistrado trava contra a corrupção eleitoral no país, o que lhe valeu reconhecimento nacional e internacional.

 

São Luís, 27 de Janeiro de 2016.

 

Presidente do Solidariedade dá tacada de mestre ao convidar Marlon Reis e Bira do Pindaré para disputar prefeituras pelo partido

 

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Simplício Araújo enxergou longe ao convidar Marlon Reis e Bira do Pindaré para entrar no Solidariedade

Entre esforços para viabilizar programas de incentivo à industrialização e a outros segmentos da economia como titular da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, o suplente de deputado federal e presidente do Solidariedade no Maranhão, Simplício Araújo, ensaiou uma tacada política de mestre ao convidar o juiz Márlon Reis e o deputado estadual licenciado Bira do Pindaré (PSB) se filiarem ao SD e, nessa condição, serem lançados candidatos às Prefeituras de Imperatriz e de São Luís, respectivamente. Um movimento ao mesmo ousado e inteligente, porque, se resultar em ação concreta, empurrará o partido, hoje na periferia, para o centro do debate político que já começa a ser travado com vistas às eleições municipais de outubro. Não se trata, no caso, nem da viabilidade eleitoral dos convidados, mas da relevância que eles levarão para o grande debate sobre o futuro das duas maiores e mais importantes cidades do Maranhão, se atenderem ao convite.

Magistrado de carreira e hoje personalidade nacional, o juiz Márlon Reis ganhou e consolidou projeção dentro e fora do país como líder de movimentos cidadãos, com viés político no sentido filosófico, contra a corrupção eleitoral, uma das manchas da vida política brasileira, que resultou no Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, do qual nasceu e se consolidou como realidade a Lei da Ficha Limpa. Marlon Reis foi auxiliar da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tornou-se palestrante conhecido em todo o país, ganhou prêmios importantes e ampliou sua influência no debate sobre corrupção eleitoral divulgando suas ideias e críticas ao sistema em artigos e no livro “O Nobre Deputado”, no qual mapeia focos de corrupção eleitoral, como também analisa as brechas por mio das quais a legislação eleitoral permite distorções no processo de escolha pelo voto direto e secreto, mesmo depois da adoção do sistema eletrônico de votação. O magistrado e militante político mostra que as velhas fraudes praticadas no ato de votar foram substituídas pela corrupção, que é a afrontosa compra de votos nas mais diferentes formas.

Márlon Reis tem, de fato, autoridade para falar de política saudável e de eleições decentes e justas, pois sua militância começou nos primórdios deste século, em Alto Parnaíba, onde em período eleitoral começou a orientar eleitores a não trocarem seus votos por sandálias, dentaduras, cestas básicas ou dinheiro, mostrando-lhes que a força de cada um está no direito de escolha. Atraí-lo para a disputa eleitoral como candidato a prefeito de Imperatriz é um movimento arrojado e de visão larga do presidente estadual do Solidariedade. O magistrado seria um ponto de referência não apenas para a corrida ao voto na Princesa do Tocantins, onde tem domicílio eleitoral, mas também para todo o Maranhão. Poderia, de cara, atrair os holofotes da imprensa nacional para os seus atos de campanha, dando àquele processo eleitoral uma dimensão bem maior do que a que lhe é dada a cada quatro anos. Independente do resultado eleitoral, o Solidariedade marcaria gol de placa se conseguisse inscrever o respeitado magistrado na maratona eleitoral tocantina. Imperatriz ganharia forte projeção, que valorizaria também os demais candidatos a prefeito, em especial o ex-prefeito Ildon Marques (PMN) – que já comandou aquele município como interventor e como prefeito eleito –, Rosângela Curado, a enfermeira popular que carregará a bandeira do PDT, e, provavelmente, o deputado Marco Aurélio, que pode ser o candidato do PCdoB.

Em São Luís, a candidatura do deputado licenciado e atual secretário de Estado de Tecnologia e Inovação, Bira do Pindaré, seria outra grande tacada do Solidariedade. A explicação eleitoral é simples: Pindaré é um político talentoso, experiente e ousado, que mostrou coerência ao deixar o PT para se filiar ao PSB depois que o partido de Lula firmou aliança com o PMDB no Maranhão. E pode ganhar viabilidade eleitoral na Capital se repetir o desempenho da sua campanha para o Senado em 2006, quando, ainda no PT, disputou os votos ludovicenses em pé de igualdade com João Castelo (PSDB) e Epitácio Cafeteira (PTB), que acabou eleito. Elegeu-se deputado estadual pelo PT em 2010 e se reelegeu, com votação crescente, pelo PSB em 2014.

Não será surpresa de Bira do Pindaré topar ser lançado candidato à Prefeitura de São Luís pelo Solidariedade. Afinal, não é segredo para ninguém que ele está numa posição desconfortável no PSB, onde disputa espaço com o senador Roberto Rocha – que andou dizendo que pode ser candidato ao Palácio de la Ravardière – e com o deputado federal José Reinaldo Tavares – que declarou abertamente apoio à candidatura da deputada federal Eliziane Gama (Rede). Dificilmente terá o aval dos dois chefes para ser candidato. O chefe do SD, Simplício Araújo percebeu a complicada situação de Pindaré e abriu-lhe caminho para uma candidatura avalizada e sem traumas.

Pode não passar de um movimento apenas, sem  desdobramentos nem consequências. Mas já valeu para mostrar que em política é importante ousar, apurar a visão e tentar enxergar adiante. E nesse sentido o chefe do SD no Maranhão fez a sua parte, pensou grande e enxergou longe. Se nada der certo, ficará pelo menos o registro de que até o momento esse foi um dos lances ousados e politicamente saudáveis dessa fase preparatória da corrida ao voto  nos municípios.

 

PONTOS & CONTRAPONTO

Marlon Reis descarta entrar na política agora

O lance de ousadia política do presidente do Solidariedade no Maranhão, Simplício Araújo, vai ficar apenas como um gesto sem consequência, pelo menos no que diz respeito ao juiz Marlon Reis. Ontem, o jornalista Diego Emir publicou no seu bem informado blog que Marlon Reis descartou qualquer possibilidade de deixar a magistratura para ingressar na política. Como quem se preocupa com o futuro em segurança, ele justificou a recusa ao convite de Simplício Araújo argumentando que não tem ainda tempo para se aposentar como juiz. Márlon Reis foi militante do movimento estudantil e ampliou sua visão política quando, como juiz, se deparou com a realidade cruel da corrupção eleitoral, fez, desde cedo, opção ideológica clara à esquerda, provavelmente mantida at[e hoje. Nos seus escritos ele se revela um cidadão indignado, exibe um perfil de democrata, defensor de uma sociedade em que prevaleça plenamente o estado democrático de direito, mas não avança na discussão ideológica propriamente dita. Magistrado por profissão e convicção, Márlon Reis não demonstra, por exemplo, interesse em seguir a trajetória do governador Flávio Dino, que abandonou uma bem sucedida carreira na magistratura federal para entrar na política correndo todos os riscos de fracasso. Mas deu certo.

 

Pedrosa deve ser candidato a prefeito pelo PSOL

pedrosa 2Todos os sinais indicam que o seu novo presidente do PSOL, Luis Pedrosa, será lançado candidato a prefeito de São Luís. Ele tem o apoio da maioria do partido, tendo reforçado sua posição depois que assumiu a presidência da agremiação. O problema é que parece que a disputa pelo controle do partido, cujo desfecho aconteceu em dezembro passado com a vitória da candidatura de pedrosa, abriu uma crise interna, ficando o grupo do presidente eleito de um lado e o liderado pelo ex-deputado Haroldo Saboia de outro. Não houve manifestação de nenhum dos lados nesse sentido, mas chamou atenção o fato de Haroldo Saboia não comparecer à posse da nova direção. Ninguém confirma o racha, mas o clima indica que a situação interna não é tranquila, precisando apenas de movimento no sentido da com conciliação. Até porque está aberta a possibilidade de uma aliança reunindo PSOL, PSTU e PCB para disputar as eleições em São Luís com uma chapa com candidatos a prefeito e a vereador. Para uma fonte desse campo, o nome mais comentado no grupo é o de Luis Pedrosa, que foi candidato a governador em 2014 e saiu das urnas com 33 mil votos, o que o autoriza a entrar na briga, ainda que com chances de sucesso muito remotas.

 

São Luís, 25 de Janeiro de 2016.

 

 

A julgar pelos candidatos já em movimento, Paço do Lumiar terá uma disputa eleitoral dura e agressiva

 

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Dutra vai agitar a campanha no embate com Josamar e Aroso

Um dos 10 mais populosos municípios do Maranhão, e que integra o quarteto municipal da Ilha de Upaon Açu, na Região metropolitana de São Luís, Paço do Lumiar (118 mil habitantes), terá uma das corridas eleitorais mais intensamente disputadas de todo o estado. Ali se enfrentarão um prefeito com avaliação em baixa – Professor Josemar (PSDB) -, um ex-prefeito que também não está com a bola cheia – Gilberto Aroso (PMDB)- e, mais importante ainda, um dos políticos mais conhecidos do Maranhão – o radical e controvertido Domingos Dutra (PCdoB). E o fator de desequilíbrio da disputa é exatamente a candidatura do ex-vice-prefeito de São Luís, ex-vereador da Capital, ex-deputado estadual e ex-deputado federal Domingos Dutra, a começar pelo fato de que ele sempre teve um discurso de oposição ferrenha, fundado em críticas impiedosas a adversários, principalmente prefeitos e governadores. Agora, diante da possibilidade de “chegar lá”, Dutra parece estar se preparando para, se nada falhar até outubro, assumir o comando do município, que além de um gigantesco dormitório, é também um bolsão de problemas.

Em campanha aberta, o ex-deputado Domingos Dutra joga todo o peso do seu prestígio político e sua história pessoal para atropelar adversários no crivo das urnas. Sua militância como parlamentar fez dele um político que não faz concessões, que alimenta um discurso no qual quase nenhum administrador faz a coisa certa e que ele parece ter a fórmula mágica para resolver os problemas que afligem a comunidade do Paço. Dutra faz política ali há muito tempo, chegando até a propor, anos atrás, um plebiscito para emancipar o Maiobão, o seu bairro mais populoso e, por via de consequência, o mais problemático. E é exatamente a sua postura política de não enxergar mérito em adversário que o torna um candidato diferenciado, que parece ter solução para todos os males por meio de medidas revolucionárias.

O principal adversário a ser batido é o prefeito Professor Josemar, eleito em 2012 e que recebeu uma Prefeitura praticamente implodida pela complicada e questionada gestão da prefeita Bia Venâncio (ex-Aroso), que saiu do cargo para uma delegacia da Polícia Federal, de onde saiu na condição de primeira mulher no Brasil a usar uma tornozeleira que lhe foi imposta pela Justiça ao atender o pedido de suspender a prisão dela, sob acusação de corrupção. A eleição do Professor Josemar foi por muito esperada como o início de um novo ciclo após uma sucessão de escandalosos fracassos administrativos iniciada ainda no século passado com a eleição de Mábenes Fonseca (PDT) e que acabou cassado por corrupção. Depois vieram Amadeu Aroso – ex-marido de Bia -, Gilberto Aroso – que também se perdeu no controle da e acabou denunciado e incluído no cadastro dos ficha-suja. Finalmente desembarcou na Prefeitura Bia Aroso, dona de um currículo recheado de acusações e suspeitas e que acabou entrando para a história como usuária de tornozeleira.

São contraditórias as avaliações do desempenho do prefeito tucano Josemar, uma apontando-o como chefe de uma gestão suportável, outra definindo-o como protagonista maior de um fracasso retumbante. No meio desse tiroteio, o ex-deputado Domingos Dutra mantém seu canhão verbal disparando contra o prefeito e seus aliados, sabendo que cada denúncia e cada crítica l serão devolvidas se caso ele venha a ser eleito e, assim, assumir o comando da máquina municipal. Ao contrário do que muitos imaginam, Domingos Dutra não é um incoerente; ao contrário, a coerência é a sua mais forte característica, haja visto o fato de ele ter rompido com o PT, do qual foi fundador no Maranhão, por não aceitar a aliança do partido com o PMDB e o Grupo, tendo feito greve de fome na Câmara Federal contra aquela aliança no Maranhão. Dutra nunca se afastou da sua linha de atuação política e do espaço que ele ocupa na esquerda do Maranhão e do país.

Tanto quanto os demais aspirantes, Domingos Dutra sabe que está no olho de um furacão que poderá reforçar ou fragilizar a sua trajetória política. Sabe também que se ganhar a eleição enfrentará um exército de adversários armados até os dentes e dispostos a mostrar que Dutra, um dos políticos mais importantes do Maranhão, não será o que diz que será como prefeito de Paço do Lumiar. Se eleito for, claro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governadores ditarão o futuro da “Rota das Emoções”

dino 8-horzO Palácio dos Leões será palco, terça-feira (26), de uma importante reunião relacionada com o turismo na região. O governador Flávio Dino (PCdoB) receberá os seus colegas do Ceará, Camilo Santana (PROS), e do Piauí, Wellington Dias. para a definição de uma série de ações destinada a fortalecer e dinamizar o turismo na chamada “Rota das Emoções”, que une as regiões litorâneas dos três estados. Com potencial para região turista muito mais importante e rentável do que é hoje, a “Rota das Emoções” é marcada pelos Lençóis Maranhenses, a partir de Primeira Cruz e incluindo Paulino Neves e Barreirinhas, ao que se acrescenta o Delta do Parnaíba e as cidades praianas de Parnaíba (PI) e Jericoacoara (CE), chegando a Fortaleza. O projeto de fortalecer a “Rota das Emoções” não é de agora, mas tudo indica que o governador maranhense está determinado a impulsionar essa importante fonte de riqueza para estado. Os governadores piauiense e cearence também estão investindo na consolidação da região que já é importante polo turístico, mas precisa ser incrementado e melhor estruturado. A reunião de terça-feira pode ser decisiva para o futuro da “Rota das Emoções” e seus milhares de quilômetros de país, com potencial para atrair turistas do mundo inteiro.

 

Bateu, levou, sem dó nem piedade

jefferson porterla 3-horzFoi assunto destacados na imprensa do Maranhão, especialmente em blogs, um vídeo no qual o secretário de Estado de Segurança Pública, Jefferson Portela, desanca a deputada Andrea Murad (PMDB) numa reação a pancadas que a parlamentar lhe deu via rede social ao criticar, com frases duras e agressivas, a política de segurança do Governo do Estado. Conhecido por não levar desaforo para casa e também pelo tom agressivo das suas reações a provocações, principalmente partidas de vozes do Grupo Sarney, Jefferson Portela não poupou agressividade no contra-ataque. Contestou as declarações da deputada e disparou uma série petardos verbais, tais como “língua suja”, “irresponsável”, “política que ganhou um mandato de presente e que não tem legitimidade”, e muito mais. Criticada por alguns e vista com reserva outros, a reação do secretário – que é delegado de polícia de carreira – parece ter sido aprovada integralmente pelo Palácio dos Leões, que tem no secretário de Segurança um dos auxiliares de proa do governador Flávio Dino, cuja assessoria se manteve distante do embate, por entender que esse é um assunto a ser tratado diretamente pelo secretário de Segurança. Tal situação se explica pelo fato de que, além de ser um delegado de carreira, Jefferson Portela é um militante de esquerda que integra um pequeno grupo de homens de confiança do atual governador e que o que acompanha desde o movimento estudantil, e do qual faz parte Marcio Jerry, o influente secretario de Assuntos Políticos e Comunicação.  Assim, se esperam críticas ou censura ao secretário de Segurança, os deputados oposicionistas perdem tempo. E mais: a tendência é o delegado-secretário aumentar o tom das suas reações às pancadas que lhe forem dadas. Vai ser animado.

 

São Luís, 23 de Janeiro de 2016.

Weverton Rocha assume liderança e se firma como um dos principais articuladores do PDT na Câmara Federal

 

Ciro Gomes anuncia filiação ao PDT
Weverton ( à direita, de punho cerrado): de líder estudantil a líder do PDT, na reunião de ontem, que lançou Ciro Gomes candidato a presidente

O comando nacional do PDT se reuniu ontem em Brasília e reafirmou seu apoio incondicional à presidente Dilma Rousseff (PT), confirmou sua rejeição à proposta de impeachment e alimentou o projeto de lançar o ex-ministro Ciro Gomes a presidente da República em 2018. Foi um dos encontros mais movimentados do partido brizolista nos últimos tempos e teve como um dos principais articuladores o deputado maranhense Weverton Rocha, que desde o dia 8 de janeiro é o novo líder do PDT na Câmara Federal. As decisões tomadas pelo comando partidário na reunião de ontem aumentaram expressivamente o peso da liderança do partido na Câmara Federal, que terá, entre outras tarefas, de defender o Governo Dilma Rousseff dos ataques do grupo oposicionista liderado pelo PSDB e das armações feitas pelo ainda presidente da Casa, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nesse contexto, o deputado Weverton Rocha será linha de frente.

São as enormes e desafiadoras dificuldades políticas que o Governo enfrentará nos próximos que levaram o comando nacional do PDT a escalar o deputado Weverton Rocha para liderar a bancada num período em que são esperadas muitas e fortes turbulências no Planalto Central, particularmente na Câmara Federal. No ano que passou, Rocha participou ativamente, algumas vezes de maneira decisiva, dos embates com a oposição, nos quais fez discursos duros e ataques fortes contra os adversários mais agressivos, como o líder do PSDB, deputado paulista Carlos Sampaio, e o líder do DEM, o pernambucano Mendonça Filho. Foi um dos poucos deputados que enfrentou o presidente Eduardo Cunha, sugerindo que ele deixasse a cadeira de presidente por não mais condições políticas e morais para manter-se no cargo.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que foi ministro do Trabalho no primeiro mandato de Dilma Rousseff, tendo o então suplente de deputado maranhense como o seu homem de confiança na seara política. Essa posição foi consolidada depois que Weverton Rocha assumiu o mandato definitivamente, em 2011. De lá para cá, Rocha galgou posições importantes nos braços nacional e estadual do partido, tornando-se secretário geral da Executiva nacional e presidente do PDT no Maranhão, seguindo os passos de Jackson Lago e Neiva Moreira.

Não foi sem razão que ele, ainda um dos líderes do movimento dos estudantes secundaristas de São Luís, saindo, portanto, da adolescência, ingressou no PDT em 1996, para rapidamente se tornar um dos mais destacados integrantes do grupo mais próximo a Jackson Lago. Participou ativamente da campanha de Lago à Prefeitura de São Luís em 1996, da campanha para a reeleição dele em 2000, da campanha do ex-prefeito para governador em 2002 e do vitorioso movimento que levou Jackson Lago ao Governo do Estado em 2006. Foi premiado com a Secretaria da Juventude e, meses mais tarde, com a Secretaria de Esportes e Juventude no Governo de Lago. Naquele momento, protagonizou, em 2008, um episódio rumoroso e até hoje não bem explicado: adiantou R$ 5 milhões à empresa que reformaria o Ginásio Costa Rodrigues, mas a reforma não foi feita e a obra só foi concluída em 2014. Foi um dos que defenderam o enfrentamento à decisão judicial que depôs o governador Jackson Lago.

Com a morte de Jackson Lago, em abril de 2011, Weverton mexeu todas as pedras ao seu alcance, dobrou medalhões e se firmou como sucessor de Jackson Lago – que nunca escondeu sua preferência por Rocha para sucedê-lo. Mas não foi fácil, porque forças poderosas se posicionaram contra ele dentro do partido, como os próprios familiares do ex-governador, os quais, liderados pela ex-primeira-dama Clay Lago, deixaram o PDT e se filiaram no PPS. O racha fragilizou o PDT, mas fortaleceu o novo líder, que usando habilidade e, às vezes, agindo na marra, reverteu a situação, convenceu pedetistas de proa e hoje é o líder inconteste do partido. E leva a certeza de que não fosse sua atuação o PDT sucumbido. Hoje, seu prestígio no PDT só equivale ao do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho, com mantem sintonia afinada.

Na campanha de 2014, Weverton Rocha comandou o PDT na grande aliança que levou Flávio Dino (PCdoB) ao Governo do Maranhão. Foi e continua aliado de primeira hora, mas sempre deixando bem claro que não abre mão da autonomia do partido nem de dizer o que pensa em relação ao Governo, seja no campo politico seja no administrativo. Um exemplo mostra com clareza o perfil do chefe do PDT: a enfermeira Rosângela Curado, primeira suplente de deputado federal pelo PDT e nome forte para a Prefeitura de Imperatriz, foi acusada de desviar recursos da Saúde e demitida sumariamente pelo governador Flávio Dino. Weverton Rocha protestou, e numa demonstração de que é aliado, mas não se dobra, se licenciou da Câmara e deu 121 dias de mandato para a pedetista. Muitos viram no episódio uma afronta ao governador Flávio Dino, enquanto outros avaliaram o gesto como o de um líder partidário sem amarras. Tais gestos fazem com que o parlamentar se confunda hoje com o partido, ao qual se dedica todo o seu tempo político.

Na terça-feira, o novo líder do PDT na Câmara Federal previu, numa conversa com jornalista em Brasília, que a presidente Dilma “vai saber atravessar a crise, como um piloto de avião que arruma o plano de voo em plena turbulência.” E que o PDT terá “calma e serenidade” para enfrentar temas espinhosos, como a CPMF, por exemplo. Reafirmou tais posições na reunião de Brasília.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mau exemplo da maioria

É vexatória a situação de inadimplência da maioria dos municípios maranhenses em relação à transparência nas suas contas. Documento entregue ao Poder Executivo pelo Tribunal de Contas do Estado informa que somente 35 das 217 Prefeituras do Maranhão têm portal de transparência funcionando, enquanto que 187 ainda não cumpriram a norma legal de implantar portais com esse objetivo. Chama atenção, por exemplo, que municípios como Codó, Bacabal, Pinheiro, Pedreiras, Rosário Colinas, Porto Franco, Tutóia, Barreirinhas, entre outros de porte médio, pontifiquem numa lista de maus exemplos. Dá para imaginar, por exemplo, como se sentiu o presidente do TCE, conselheiro Jorge Pavão, ao entregar uma lista de adimplentes na qual não consta a Prefeitura de Santa Helena, sua cidade natal. Vale a indagação: o que faz com que essas Prefeituras ainda não tenham implantado um sistema de informática que permita ao cidadão – eleitor e contribuinte – ter acesso a informações básicas como quanto entrou e quanto saiu das contas municiais a cada mês? As desculpas podem ser várias, como a falta de recursos, por exemplo. Mas como explicar que Prefeituras paupérrimas como a de Pedro do Rosário já tenham implantado seus portais? Os prefeitos devem ser chamados às falas pelo Ministério Público. E a decisão do Governo do Estado de não repassar recursos conveniados a essas prefeituras caixas-pretas é correta e benvinda.

 

Edivaldo Jr. tem agenda cheia

O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) tem se desdobrado para cumprir uma intensa agenda de trabalho. Seu tempo está dividido entre despachos no Palácio de la Ravardière, visita a canteiros de obras nas diversas regiões da cidade e inaugurações. Na maioria das vezes acompanhado da primeira-dama Camila Holanda, Edivaldo Jr. aproveita essa itinerância pelos bairros de São Luís para cumprimentar pessoas, com abraços e tapinhas nas costas. Cuidadoso para não parecer um candidato em campanha, o prefeito de São Luís vai aos poucos se consolidando como candidato fortíssimo a mais um mandato. Um político experiente disse à Coluna que sua previsão é que até maio Edivaldo Jr. estará na frente nas pesquisas.

 

São Luís, 22 de Janeiro de 2016.

 

 

 

Disputa para Prefeituras da Ilha vai dividir posições do governador na campanha eleitoral

 

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Edivaldo Jr. e Luis Fernando não terão apoio declarado do governador Flávio Dino
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Domingos Dutra e Talita Laci terão o apoio declarado do governador do Estado

O governador Flávio Dino (PCdoB) vai ter dois comportamentos nas quatro eleições por meio das quais serão escolhidos os novos prefeitos de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Ele se movimentará dentro da lógica segundo a qual onde seu partido tiver candidato, se posicionará a favor desse aspirante. E onde a disputa envolver um ou mais aliados, mesmo que seu partido apoie um deles, a posição será de completa neutralidade. Com esses posicionamentos, Flávio Dino espera participar do processo eleitoral de maneira coerente, pois assim evitará entrar em choque com aliados, não correndo a assim o risco de impor desgastes à base partidária que garante a sustentação do seu Governo e lhe assegura governabilidade sem tremores. Nesse xadrez eleitoral, a movimentação de peças mais complicada será mesmo a de São Luís, onde o PCdoB não terá candidato, mas apoiará um deles contra outros aliados do Governo, o que obrigará o governador a se manter distante dos palanques e do horário eleitoral durante a campanha.

A situação na Capital é complicada porque, além do prefeito Edivaldo Holanda Jr., que tentará a reeleição pelo PDT com o apoio do PCdoB, o que em princípio, resultaria no apoio efetivo e declarado do governador. Ocorre os deputados federais Eliziane Gama (Rede) e João Castelo (PSDB) e o deputado estadual licenciado Bira do Pindaré (PSB), todos aliados de primeira hora do governador Flávio Dino devem ser candidatos, o que impedirá o chefe do Executivo de escolher um candidato, ainda que não seja segredo para ninguém que entre os quatro ele ficará com prefeito, a começar pelo fato de que Edivaldo Jr. se elegeu com o seu apoio e o apoiou ostensivamente na sua corrida ao Palácio dos Leões. Se, em vez de assumir a neutralidade ele assumisse apoiar o projeto de reeleição do prefeito de São Luís, o governador estaria correndo o risco de entrar em rota de colisão com Eliziane, Pindaré e Castelo, o que não faz sentido para o seu projeto político. Portanto, se o cenário incluir esses três candidatos além do prefeito, ou mesmo dois que seja, o governador não entrará na briga.

Em São José de Ribamar, o segundo maior colégio eleitoral da Ilha e um dos cinco maiores do Maranhão, o governador Flávio Dino também deverá assistir de longe a corrida para a Prefeitura. E a explicação é também partidária. Ali, o ex-prefeito Luis Fernando Silva será candidato pelo PSDB, partido que integra a base de apoio do Governo do Estado e que é comandado pelo vice-governador Carlos Brandão. Só que o adversário de Luis Fernando será o vereador Arnaldo Colaço, que disputará a Prefeitura pelo PSB, que também é parte da base de sustentação do governo, tendo como vozes de peso o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares e o senador Roberto Rocha. Além disso, o PCdoB tem representantes no município e terá de ouvi-los. Isso significa dizer que o governador Flávio Dino vai acompanhar de longe a corrida eleitoral na Cidade do Padroeiro.

Já em Paço do Lumiar e em Raposa o governador Flávio Dino deverá participar da campanha eleitoral, pois o PCdoB tem candidato a prefeito nas duas unidades municipais. Em Paço do Lumiar o candidato do PCdoB será o ex-deputado Domingos Dutra, que deixou o PT e se filiou ao partido governista. A situação não é tão fácil porque o prefeito Josemar, que deve tentar a reeleição, pertence a um partido da base governista, o PSDB. Mas como o PCdoB tem candidato, o resto fica em segundo plano. Situação idêntica acontecerá em Raposa, onde o PCdoB tem candidato: Talita Laci, que concorreu em 2012 pelo PCdoB, ficou em segundo lugar, e agora vai para a briga em condições bem mais favoráveis, já que embalada pelo sopro político do Palácio dos Leões, do que na última eleição.

Esse duplo procedimento não evitará as cobranças nem as eventuais mágoas de aliados que se sentirem relegados em favor de candidatos do PCdoB da simpatia do chefe do Poder Executivo. Ele próprio tem falado pouco sobre o assunto, mas o que disse até agora foi suficiente para confirmar o que já prega também o agora secretário de Assuntos Políticos e Comunicação e presidente do PCdoB, Márcio Jerry.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Se vier a nascer, a CPI de Pedrinhas será arquivada

adriano 1-horzA declaração do ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, advogado e presidente do PSOL Luis Pedrosa, afirmando que a pacificação de Pedrinhas e alguns ganhos da Polícia no combate à criminalidade seriam frutos de um acordo do Governo com facções criminosas repercutiram largamente, principalmente nas redes sociais. E levou a oposição a pensar na possibilidade de propor a instalação de uma CPI para apurar o que foi dito. Nos bastidores da Assembleia Legislativa, no entanto, nenhum deputado além dos quatro que representam efetivamente o Grupo Sarney acredita no projeto dos deputados Adriano Sarney (PV) e Andrea Murad (PMDB). A opinião geral é que eles não conseguirão o número mínimo de assinaturas para formalizar a proposta, e mesmo se isso acontecer, a tal CPI terá o mesmo destino da CPI da Saúde, que com o aval da maioria foi parar no arquivo morto.

 

Reforma ainda será formalmente consumada

Os secretários Márcio Jerry, Felipe Camarão, Márcio Honaiser e Diego Galdino ainda não assumiram para valer as novas pastas resultantes da fusão e que lhe foram entregues pelo governador Flávio Dino. O motivo é simples: a Medida Provisória que as criou está pronta para ser encaminhada à Assembleia Legislativa, para que a reforma seja efetivamente consumada. Para lembrar: secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry será agora secretário de Articulação Política e Comunicação; Márcio Honaiser comandará agora a Secretaria de Agricultura e Pesca; Felipe Camarão ganhou uma pasta nova em folha, a Secretaria de Governo. Mas quem se deu bem mesmo foi Diego Galdino, que era adjunto da Secretaria de Cultura e ascendeu para o comando de uma pasta mais poderosa: a Secretaria de Cultura e Turismo.

São Luís, 21 de Janeiro de 2016.

 

Lula quer PT reagindo à “criminalização”; no Maranhão, o partido está mais fragilizado que nunca.

 

Luiz Inacio Lula da Silva, Brazil's president, attends a meeting regarding changes in the Brazilian tax system at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, on Thursday, Feb. 27, 2008. Brazil posted a budget surplus of 5.53 billion reais ($3.3 billion) in January, and Finance Minister Guido Mantega said that the country's tax code will boost economic growth to 5.5 percent. Photographer: Adriano Machado/Bloomberg News
Lula quer PT reagindo à criminalização e diz em entrevista que não existe no mundo alguém é mais honesto que ele

O ex-presidente Lula disse ontem que o PT está sendo massacrado e que é hora de seus líderes petistas reagirem e partir para a autodefesa no embate político. Para ele, o partido está sendo criminalizado por causa da Operação Lava Jato, demonstrando fragilidade diante de acusações, muitas vezes sem provas, contra suas lideranças. Para o ex-presidente, as investigações, a descoberta do esquema de corrupção na Petrobras e a evolução de outras investigações só foram possíveis porque o governo da presidente Dilma Rousseff, a começar por ela própria, assegurou liberdade de ação da Polícia Federal e não criou qualquer tipo de obstáculo para que todas as suspeitas e denúncias sejam esclarecidas. O ex-presidente assinala que o governo que está agindo com essa correção é o governo do PT, mas contraditoriamente o partido não está reagindo no campo político como deveria reagir. E acrescentou que o PT tem história e tem lastro político e suporte eleitoral para enfrentar esse combate político, e se disse disposto a participar desse enfrentamento.

Sobre a timidez do PT diante dos desafios políticos que estão à sua frente, o ex-presidente Lula diz uma verdade que poderá ate incomodar as fileiras do partido, mas ela é a mais pura e cristalina.  No caso do PT do Maranhão, o partido foi tomado por letargia que contraria radicalmente aquele grupo político ousado e até agressivo que animou a política maranhense nos anos 80 e 90 do século passado e que perdeu estrelas e brilho depois que se tornou linha auxiliar do PMDB no estado. Tal atrelamento – rejeitado pela base, mas imposto pela cúpula – fragilizou o PT de tal modo que atualmente o partido não sabe nem se defender da pancadaria a que é submetido diariamente.

Para começar, o PT maranhense perdeu várias das suas estrelas, militantes de primeira hora e que, decepcionados com a orientação do partido no Maranhão, resolveram romper com a sigla e procurar outro abrigo partidário. O exemplo mais importante é o ex-deputado federal Domingos Dutra, fundador do partido no estado e que nele militou durante quase três décadas, e com o qual só rompeu depois de esgotar todos os recursos ao seu alcance – incluindo uma greve de fome na Câmara Federal – para evitar a aliança com o PMDB. Derrotado pelo comando nacional do partido, que impôs a aliança apesar de a maioria ter decidido o contrário, Domingos Dutra deixou o PT e se filiou ao PCdoB, pelo qual está em campanha para a Prefeitura de Paço do Lumiar – pesquisas feitas recentemente o apontam na liderança da corrida. Outra liderança que não aceitou a aliança com PMDB foi o deputado Bira do Pindaré, que se filiou ao PSB depois de perceber que o confronto interno nada resolveria. Os demais nomes de peso do partido se calaram e saíram de cena, como a respeitada ex-deputada Helena Heluy.

Outros quadros importantes, como o professor Francisco Gonçalves e o militante Márcio Jardim, permaneceram no partido, mas liderando um movimento que o rachou, aliando-se ao movimento liderado por Flávio Dino, a quem apoiou enfaticamente na corrida para o Governo do Estado em 2010 e 2014. Hoje integrando o Governo Flávio Dino, o grupo apoia o alinhamento do governador à presidente Dilma Rousseff, contestando o pedido de impeachment, mas sem entrar abertamente na guerra política.

Representado hoje por apenas um deputado federal (José Carlos), dois deputados estaduais (Zé Inácio e Francisca Primo), alguns prefeitos e um punhado de vereadores, o PT do Maranhão é um partido quase sem expressão, cor e sem discurso, liderado por um comando cuja legitimidade está há muito por um fio. Suas manifestações se limitam a caminhadas eventuais de alguns militantes e funcionários de centrais sindicais ligadas ao partido, como a CUT, entre as praças João Lisboa e Deodoro, passando pelo corredor da Rua Grande, sempre sob o comando do calejado professor Raimundo Monteiro, cuja liderança está abalada.

O fato, incontestável, é que o PT do Maranhão se enquadra inteiramente no cenário desenhado ontem pelo ex-presidente Lula: um partido dividido, acanhado, sem maiores perspectivas e que não parece ter ânimo para entrar no debate político para valer.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane quer consolidar do apoio da Marina à sua candidatura

eliziane 4Fonte confiável informou à coluna que a deputada Eliziane Gama (Rede) deve ter uma conversa séria e definitiva com a ex-ministra e dona da Rede Sustentabilidade Marina Silva sobre a sua candidatura à Prefeitura de São Luís. Marina que manter Eliziane no partido, mas a deputada estaria insatisfeita com o tratamento que ela vem recebendo por parte da cúpula da Rede. Eliziane Gamar quer definir uma pauta para as eleições municipais, com o partido assumindo o compromisso de dar aos candidatos, principalmente os de grandes cidades, como é o caso da parlamentar em São Luís. Em princípio, Eliziane quer realizar um evento político em São Luís com a presença de Marina Silva, que deverá reafirmar, com todas as letras e sem deixar nenhuma dúvida do seu apoio à candidatura dela ao Palácio de la Revardière. Eliziane ficou agastada porque Marina não compareceu a dois eventos importantes do partido em São Luís.

 

Weverton sinaliza que PDT condenará impeachment

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O Palácio do Planalto espera e torce para que o comando nacional do PDT condene o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff durante a reunião que realizará amanhã em Brasília. Tudo indica que o PDT corresponderá à expectativa do Governo, e o maior indicador de que os lideres pedetista condenarão o impeachment são as declarações dadas em São Luís pelo futuro líder do PDT, deputado federal Weverton Rocha, presidente da agremiação no maranhão e hoje um dos quadros de maior prestígio e força dentro do partido no âmbito nacional. Durante uma conversa com jornalista, Rocha criticou o pedido de impeachment, deixando claro que o seu partido não concorda com a tentativa da oposição de depor a presidente da República por meio de um processo de impeachment.

 

São Luís, 20 de Janeiro de 2016.