Arquivos mensais: agosto 2020

Pré-candidatos devem saber que o Orçamento de São Luís para 2021 será muito apertado

 

Município de São Luís terá  Orçamento apertado para 2021

Depois de um período de timidez, durante o qual apresentaram ideias dispersas, causando a impressão de que estavam perdidos ou escondiam o jogo, os pré-candidatos à Prefeitura de São Luís começam a mostrar os rascunhos dos seus planos de Governo. A maioria dos planos que começam a ganhar forma no papel e no discurso dos aspirantes a prefeito dependerá da robustez do caixa municipal. E é exatamente nesse ponto que, em muitos casos, os projetos esbarram num obstáculo fundamental, ou seja, a falta de dinheiro. Para colocar os pés no chão e planejar de acordo com a realidade, Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Bira do Pindaré (PSB), Rubens Júnior (PCdoB), Adriano Sarney (PV), Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS), Carlos Madeira (Solidariedade), Detinha (PL), Franklin Douglas (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) precisam voltar sua atenção para o Orçamento da Prefeitura  para 2021, já aprovado pela Câmara Municipal, é acanhado, principalmente por causa do novo coronavírus.

Os números são um choque de realidade, uma vez que, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Prefeitura de São Luís programou uma receita de R$ 3,2 bilhões para 2021. Desse total, R$ 2,2 bilhões sairão das transferências constitucionais, sendo R$ 568 milhões do repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), liberados pela União, R$ 560 milhões do ICMS, transferidos pelo Governo do Estado, e R$ 362 milhões do Fundeb, dinheiro destinado à área de Educação. E R$ 787 milhões de receita própria, sendo as principais fontes o IPTU, que entra com R$ 115 milhões, e o ISS, de onde sairão R$ 540 milhões, entre outras fontes de menor porte, mas importantes.

No contrapeso da receita estão as despesas, que nos cálculos registrados na Lei Orçamentária aprovada pela Câmara Municipal, que somados todos os itens, chegará a R$ 3,2 bilhões, mais de R$ 100 milhões a mais. O item para importante da despesa da Prefeitura de São Luís são os gastos com salários e encargos do funcionalismo: estão previstos na Lei Orçamentária nada menos que R$ 1,7 bilhão, o que significa um desembolso de R$ 143 milhões por mês, incluindo o 13º, ou seja, mais de 50% da receita prevista. E o que mais chama atenção: dos R$ 3,2 bilhões de receita estimada, somente R$ 500 milhões estão previstos para investimentos, o equivalente a R$ 42 milhões por mês, o que é um valor muito tímido diante das necessidades estruturais que São Luís ainda guarda.

Essa estimativa de receita e despesa feita no Orçamento de São Luís para o ano que vem vai depender, claro, da retomada das atividades econômica durante o próximo ano, fortemente prejudicada pela pandemia do novo coronavírus. Trata-se, porém, de uma projeção realista, perfeitamente realizável, principalmente se a economia ganhar força na Ilha, no estado e no plano nacional. Do ponto de vista de gestão, prefeito Edivaldo Júnior (PDT), que recebeu uma bomba financeira explodindo, com a máquina arrecadadora em crise e o caixa sem fôlego para cobrir as despesas, oito anos depois, vai entregar ao seu sucessor uma Prefeitura organizada, arrecadando o que pode para bancar a máquina administrativa, assegurando um equilíbrio entre receita e despesa.

Nessa fase da caminhada rumo às urnas, os pré-candidatos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior precisam colocar os pés no chão e conceber um programa de ações realista para o próximo ano. Não podem se basear no fato de que São Luís virou canteiro de obras nos últimos meses da atual gestão. Os recursos com os quais o prefeito está bancando obras de asfaltamento, esgotamento sanitário, urbanização, praças e outras ações vieram de um empréstimo de R$ 230 milhões. Quando chegar ao Palácio de la Ravardière o próximo deve ter em mente o fato de que não terá dinheiro para continuar o programa de obras. Se não cair na real, vai amargar problemas e decepção.

PONTO & CONTRAPONTO

 

Rifado pelo PSDB, Wellington do Curso tem dois caminhos: o da conformação e o do confronto

Wellington dp Curso

Confirmando informação dada pela Coluna no último dia 21, dando como fato consumado o que nos bastidores ainda era e especulação, o PSDB consumou ontem o golpe na pré-candidatura do deputado estadual Wellington do Curso à Prefeitura de São Luís, complementando a degola ao anunciar que os tucanos vão mesmo apoiar a candidatura do deputado federal Eduardo Braide (Podemos).

Wellington do Curso pagou preço alto por dois erros que cometeu. O primeiro: lançou sua pré-candidatura sem negociar com o senador Roberto Rocha, que, reconheça-se, foi coerente quando se negou a dar qualquer declaração respaldando o projeto, emitindo, ao mesmo tempo, todos os sinais de que não concordava com a iniciativa. O outro: sabia, desde o ano passado, que não seria candidato, mas resolveu pagar para ver, quando poderia ter procurado outro partido, como fizeram os deputados Duarte Júnior, que deixou o PCdoB e embarcou no Republicanos, e Yglésio Moises, que negociou sua saída do PDT e ingressou no PROS. Com o cacife eleitoral que tem em São Luís, não lhe faltaria partido.

Agora, além de passar pelo vexame de ter sido rifado aberta e ostensivamente, Wellington do Curso entra numa situação complicada. O drama começa com o fato de, a exemplo do que aconteceu em 2016, sua candidatura a prefeito foi apenas uma jogada inteligente para sem manter em evidência e ganhar credibilidade para engordar seu cacife para a reeleição de deputado estadual, o que aconteceu, inclusive com melhora na votação. Agora, não tem como ser candidato, vai entrar na zona turva dos esquecidos, podendo chegar a 2022 com dificuldades para se reeleger.

Ele agora só tem um caminho: engolir seco e se tornar cabo eleitoral de Eduardo Braide, como se nada tivesse acontecido. Se não domar seu temperamento explosivo e imprevisível e partir para o confronto com o candidato do Podemos e os tucanos, enfrentará problemas sérios para a reeleição, seja qual for o resultado da disputa na Capital.

 

São José de Ribamar consolida status político com a terceira maior população do Maranhão

São José de Ribamar: status político reforçado com a terceira maior população

Consolidado como dono da terceira maior população, só perdendo para São Luís e Imperatriz, deixando para trás, com boa vantagem, Timon e Caxias, respectivamente terceiro e o quarto colocados, o município de São José de Ribamar reforça seu status político no estado. O ganho populacional, vale destacar, é o resultado de uma queda-de-braço travada com o IBGE por Luís Fernando Silva, quando prefeito. Numa série de altos e baixos, ele demonstrou, com farta documentação, que muitas residências, incluindo conjuntos habitacionais, estavam no território ribamarense, mas seus habitantes eram computados pelo IBGE como moradores de São Luís e passo do Lumiar. Há cerca de três anos, o IBGE reconheceu a validade das alegações e turbinou a população da Cidade do Padroeiro com os acréscimos reivindicados por Luís Fernando Silva. O bom dessa briga foi que o ganho populacional consolidou a receita municipal com FPM especial.

São Luís, 30 de Agosto de 2020.

Derrocada de Witzel e do Pastor Everaldo no Rio de Janeiro pode prejudicar Aluísio Mendes e o PSC no Maranhão  

 

Aluísio Mendes corre risco de desgaste por conta de Wilson Witzel e Pastor Everaldo, denunciados por corrupção no RJ

A derrocada do governador Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, por conta de um inacreditável esquema de corrupção, parece, em princípio, uma realidade distante do cenário político maranhense, mas, ao contrário na impressão inicial, pode causar embaraços à trajetória do deputado federal Aluísio Mendes, visto como um político ativo. O parlamentar ingressou no PSC em 30 de Agosto do 2019, num ato em São Luís, que contou com a presença efusiva do governador fluminense e do chefão partidário Pastor Everaldo. Ao prestigiar a filiação de Aluísio Mendes no PSC, Wilson Witzel dava seguimento a uma arrojada maratona, que já o levara a outros estados, com o objetivo de fortalecer o partido com o propósito de formar uma base nacional para se lançar candidato a presidente da República em 2022. Naquele momento, o governador fluminense, parecia um fio de esperança para o Rio de Janeiro, um estado carcomido pela corrupção, com dois ex-governadores na cadeia, e pela guerra do tráfico.

Agente da Polícia federal que chegou ao Maranhão nos anos 90 como membro da equipe de assessores do ex-presidente José Sarney (MDB), Aluísio Mendes mostrou serviço e se tornou o principal conselheiro da então governadora Roseana Sarney na área de segurança pública, tendo criado o GTA, e arranjado o seu maior inimigo, o ex-secretário e ex-deputado estadual Raimundo Cutrim. Reuniu cacife e se tornou secretário de Segurança Pública, função que lhe permitiu ramificar o projeto de chegar à Câmara Federal, o que aconteceu em 2014. Eleito pelo PSDC com modestos 50.658 votos, Aluísio Mendes fez o seu dever parlamentar, garimpando, principalmente no Governo Michel Temer, emendas e convênios para prefeituras. Seu desempenho nessa área surpreendeu até mesmo os colegas mais experientes, sendo elogiado por ninguém menos que o prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), então presidente da Famem.

Sem futuro no PSDC, Aluísio Mendes assumiu o controle do Avante, juntamente com a ex-prefeita Maura Jorge, chegando a lançar no Maranhão a então candidatura presidencial do senador paranaense Álvaro Dias. Mas logo a nova situação desandou. Maura Jorge entrou na onda bolsonarista e migrou para o PSL, enquanto Aluísio Mendes perdeu o controle do Avante numa queda-de-braço com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Assumiu o controle do Podemos, mas o repassou para deputado federal Eduardo Braide, que não tinha futuro no PMN. Foi depois desse entra-e-sai partidário que Aluísio Mendes chegou ao PSC, recebido com trombetas por Wilson Witzel e Pastor Everaldo, em ato de filiação em São Luís. Junto com ele, mais de uma dezena de prefeitos, sendo três do PCdoB, dois do PDT e um do PSB, causando certo mal-estar na base governista.

Tudo parecia perfeito para Aluísio Mendes. Tinha o controle de um partido forte, com base no Governo do Rio de Janeiro, com um candidato promissor a presidente da República, e também um link com o Governo Jair Bolsonaro, que apoia sem reservas. O projeto de candidatura presidencial de Wilson Witzel, porém, despertou a ira do presidente Jair Bolsonaro, que transformou o aliado em desafeto. Coincidência ou não, naquele momento começaram a surgir denúncias de desvios contra o governador. O desembarque do coronavírus no Rio de Janeiro, além de muitas mortes e desmantelamento econômico, revelou um esquema de corrupção entranhado no Governo Witzel. Preso, o ex-secretário de Saúde soltou a língua e empurrou o governador para o precipício, que culminou com o seu afastamento, ontem, por 180 dias, e com a prisão do seu “estrategista”, Pastor Everaldo, que, segundo o Ministério Público, com ele vinha dividindo os frutos da roubalheira milionária.

O que aconteceu no Rio de Janeiro liquida politicamente Wilson Witzel, mergulha o Rio de Janeiro em outra enorme crise política, acaba com as negociatas do Pastor Everaldo usando o PSC e desmoraliza o partido no plano nacional. No Maranhão, o desastre nacional do PSC coloca o deputado federal Aluísio Mendes numa situação de desconforto, principalmente pelo fato de que candidatos a prefeitos e a vereador do seu partido correm agora risco de perder credibilidade durante a campanha eleitoral. E caberá a ele, como chefe maior da agremiação no estado, encontrar meios de evitar desgastes e o pior nas urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Detinha e Josimar de Maranhãozinho são denunciados por atropelo à Lei Eleitoral

Detinha e Josimar de Maranhãozinho: acusados pelo MP de ato fora da lei

A deputada Detinha ainda não foi confirmada candidata do PL à Prefeitura de São Luís, mas já na condição de pré-candidata vai ter de encarar, além dos desafios naturais da campanha, uma incômoda encrenca na Justiça Eleitoral. Ela e o marido e mentor político, o deputado federal Josimar de Maranhão, chefe absoluto do PL no Maranhão, foram denunciados pelo partido Rede Sustentabilidade e tornados alvos de Representação da Promotoria Eleitoral da 89ª Zona de São Luís, acusados de prática de propaganda antecipada, o que, traduzindo preto no branco, quer dizer crime eleitoral. Na Representação, a promotora eleitoral Moema Pereira afirma que os dois atropelaram a legislação eleitoral, e pede punição, que inclui a exclusão de propagandas eleitorais dos perfis pessoais dos parlamentares em redes sociais. Três postagens no Instagram e duas no Facebook ilustram a realização, no dia 3 deste mês, de um evento de cunho político, em espaço aberto ao público, no bairro da Cidade Operária, em São Luís.

A Representação se sustenta em vídeo do evento, no qual a pré-candidata Detinha foi apresentada como “a mulher que vai mudar o destino da nossa cidade, acompanhada do campeão de votos e futuro governador do Maranhão”. “Divulgado em diversos sites e postagens nos perfis pessoais dos representados nas redes sociais, o registro visual demonstra o uso de banners, telão e cartazes com slogans da deputada estadual e seu partido durante o evento. Segundo o MPE, o vídeo tem efeito idêntico ao de um outdoor”, diz o registro do MPE, que acusa os parlamentares de violar o artigo 36 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997), “afrontando o princípio igualitário da propaganda eleitoral”.

Na avaliação da promotora eleitoral Moema Pereira, uma das ilegalidades “é comprovada pela realização de reunião em local aberto com características de comício, com pedido explícito de votos e o uso de banner de impacto visual similar ao outdoor, telão, bandeiras e cartazes, modalidades de propaganda vedadas em qualquer época”. Outra: “a realização de gastos elevados quando a arrecadação de recursos para campanha ou utilização de recursos próprios são proibidos, configurando abuso de poder econômico, devido à estrutura montada para o evento”.

Além disso, a denúncia afirma que o ato comandado por Detinha e Josimar de Maranhãozinho foi transformado em um comício, comprovado pelo “o tom inflamado do discurso do apresentador, a fala do deputado federal pedindo votos para sua esposa, o palanque com telão, o volume da música, o banner com efeito de outdoor com slogan da deputada estadual, faixas, bandeiras e o número de participantes, com camisas com o nome da pré-candidata”. Tudo organizado “com o objetivo de divulgar a imagem da deputada junto aos eleitores ludovicenses, com menções à pré-candidatura, pedido de votos, exaltação de qualidades e promessas em caso de eventual eleição”. A promotora finaliza afirmando que os dois desrespeitaram ainda o Decreto Estadual nº 35.831, de 20 de maio de 2020, que estabelece medidas sanitárias para conter a Covid-19. “Sem se preocupar em evitar a contaminação da população, os deputados promoveram aglomerações, em contrariedade às normas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus, reunindo um significativo número de pessoas”.

 

Destaque

TV Assembleia muda de Canal a partir de hoje

TV Assembleia deu novo sentido às sessões plenárias do parlamento no Maranhão

A TV Assembleia está de sintonia nova a partir deste sábado (29). A emissora, que faz parte do complexo de comunicação da Assembleia Legislativa, passa a ser transmitida pelo canal digital 9.2, num processo de mudança que atualiza a chamada Rede Legislativa, que inclui a TV Câmara e a TV Senado. A mudança permitirá a aproximação dos canais legislativos dos canais comerciais, facilitando o acesso do telespectador às programações da rede Legislativa.

Até ontem acessada pelo canal 51.2, a TV Assembleia, passa a ser transmitida, a partir de hoje, pelo 9.2. Da mesma maneira, a TV Senado deixa de ser transmitida pelo canal 51.1, passando a ser acessada no 9.1, assim como a TV Câmara, que funciona no canal 51.3, sendo agora transmitida pelo 9.3.

A TV Assembleia, assim como a TV Senado e a TV Câmara, já está consolidada como o mais importante instrumento de divulgação das ações do parlamento maranhense, levando ao ar programação rica em informações sobre o Maranhão, suas instituições, sua educação e sua cultura, dando voz ao cidadão e seus representantes. A emissora assegura aos deputados estaduais a sua participação no processo legislativo, com destaque às reuniões plenárias, que são transmitidas integralmente pelo canal

A diretora-adjunta de Comunicação da Alema, jornalista Silvia Tereza, avalia a nova sintonia permitirá que a TV Assembleia cumprirá melhor e de maneira mais eficiente a missão de aproximar o cidadão do Parlamento maranhense, já que terá mais facilidade para acessar a programação.

– Vamos aproveitar para fazer uma programação mais cidadã, porque esta é uma das missões da TV Assembleia. A gente continua trabalhando para que isso se intensifique muito mais e, com o novo canal, seguiremos no propósito de levar todas as informações das atividades parlamentares aos maranhenses – explica.

Ela assinala que com a mudança do canal, o telespectador precisará sintonizar novamente a TV para continuar acompanhando as transmissões ao vivo das sessões plenárias, bem como de toda a programação da TV Assembleia. A sintonia é feita automaticamente pelo aparelho de televisão, mas, se houver algum problema, basta usar a função de busca ou sintonia para encontrar os canais legislativos.

Em Tempo: A TV Assembleia entrou no ar em janeiro de 2011 e funciona no Complexo de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão. Produtores, cinegrafistas, repórteres, editores e técnicos levam a transmissão diariamente das sessões parlamentares para a capital São Luís e, também, para os municípios de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. A programação do canal também pode ser acompanhada online pelo site www.al.ma.leg.br/tv.

São Luís, 29 de Agosto de 2020.

 

Em busca de exposição e de aproximação com eleitorado, Carlos Madeira desafia pré-candidatos para debate

 

Carlos Madeira desafia pré-candidatos a partirem  já agora para o debate sobre os problemas de ão Luís

O pré-candidato do Solidariedade à Prefeitura de São Luís, juiz federal aposentado Carlos Madeira, fez ontem um desafio público aos seus concorrentes na disputa pelo gabinete principal do Palácio de la Ravardière: a realização de debates agora, ainda na fase de pré-campanha, antes, portanto, das convenções partidárias. Seu argumento, segundo o bem infirmado blog do jornalista Marco D`Eça: “Estamos a menos de três meses das eleições e a grande maioria dos cidadãos de São Luís não escolheu um nome para prefeito, ou porque não conhece os pré-candidatos ou porque não se identifica com velhas propostas que se apresentam, mirabolantes, em embalagens novas”. E para demonstrar que não está blefando quando faz o desafio, Carlos Madeira fez questão de registrar o desafio em cartório, numa evidente tentativa de demonstrar que seu projeto de entrar na política disputando a Prefeitura da Capital não é um devaneio de ex-magistrado. “Se adiamos as eleições, é fundamental que antecipemos os debates, afinal o eleitor precisa de tempo para, após avaliar os modelos de política que aí estão postos, fazer a escolha mais sensata”, justificou.

A proposta-desafio de Carlos Madeira não é um arroubo de agora. Em 12 de dezembro do ano passado, ainda juiz federal, mas já admitindo que se aposentaria para entrar na corrida sucessória, ele concedeu entrevista ao jornalista Roberto Fernandes no telejornal Bom Dia Mirante, durante a qual defendeu os debates como essenciais para que os eleitores possam conhecer, de fato, o conteúdo e as propostas dos candidatos. A iniciativa mostra que não se trata de um malabarismo momentâneo do pré-candidato do Solidariedade, mas um entendimento já amadurecido sobre o assunto.

Com desempenho pífio nas pesquisas até aqui e sem instrumentos que o tornem mais conhecido na base eleitoral, Carlos Madeira alimenta dois objetivos quando desafia os pré-candidatos a se enfrentarem verbalmente já na fase de pré-campanha. O primeiro é a aposta que ele faz na própria capacidade de se comunicar com o eleitorado “duelando” com concorrentes. Ele é articulado, fala bem, tem um discurso apurado e objetivo – fruto de anos e anos de magistratura -, além de ter uma compreensão consistente do que é e como deve ser conduzida uma gestão pública. Nessa seara, na qual vem demonstrando ter bom domínio, vários pré-candidatos teriam dificuldade de entabular o tate-a-tate com o pré-candidato do Solidariedade. Vale ainda acrescentar que, além da bagagem discursiva, ele é o mais experiente entre os candidatos, uma vantagem nada desprezível.

O seu outro objetivo ao propor debates é demonstrar que está bem informado no que diz respeito aos problemas da cidade que pretende governar. Nesse aspecto, fala com a propriedade de filho do antigo Cavaco, hoje Bairro de Fátima, área tradicional, mas também das mais complicadas em matéria social, econômica e urbanística, com índices de violência sempre preocupantes, ao mesmo tempo berço de rica cultura popular. Sua origem e as informações que colheu ao longo do tempo e dos estudos que, segundo informa, vem realizando, lhe deram um conhecimento precioso sobre São Luís, suas entranhas e seus problemas.

É improvável que seus concorrentes aceitem o desafio, pois sabem que num embate dessa natureza o candidato do Solidariedade, pela habilidade que demonstra no uso das palavras e pela experiência que acumulou na magistratura, é um adversário perigoso, capaz de crescer sobre a fragilidade dos que não tiverem sólidos argumentos para seduzir o eleitorado. Ao mesmo tempo, mesmo com seu preparo e vivência, Carlos Madeira sabe que debate pode ser também um evento de risco para ele e seu projeto, à medida que poderá ser surpreendido pela impetuosidade de pré-candidatos preparados e tarimbados, como Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Bira do Pindaré (PSB), Rubens Júnior (PCdoB e Neto Evangelista (DEM), por exemplo. O desafio lhe é, a princípio, favorável, mas pode acabar como uma faca de dois gumes.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Inquérito sorológico estima alcance da pandemia e coloca o Maranhão em destaque

Carlos Lula apresenta dados sobre pandemia levantados por inquérito sorológico

Nada menos que 40% da população maranhenses, o que equivale a 2,8 milhões de pessoas, podem ter sido infectados pelo novo coronavírus. A estimativa foi encontrada pelo inquérito sorológico, realizado a quatro mãos pelo Governo do Estado e pela Universidade Federal do Maranhão. As informações estão no relatório apresentado ontem pelo secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, que informou: mesmo com parte da população apresentando anticorpos contra a Covid-19, o resultado do estudo não indica imunidade coletiva. “Nesta fase já não se pode falar em imunidade de rebanho. Já temos conhecimento de um caso em Hong Kong de reinfecção, também soubemos de situações semelhantes na Bélgica e na Holanda. Não quer dizer que haverá reinfecção de todos os casos, mas é possível, por isso não poderemos nos descuidar sobre as medidas de prevenção, distanciamento social, uso de máscaras”, alertou.

De acordo com os resultados do inquérito sorológico, a prevalência foi mais elevada nos municípios de médio porte, de 20 a 100 mil habitantes, com 47,6% e mais baixa nos municípios de pequeno porte, com menos de 20 mil habitantes, com 31%. Nos municípios da Ilha de São Luís, a prevalência foi de 38,9%, já nos demais municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, a prevalência foi de 35,2%. O relatório também mostrou que tanto o isolamento social quanto o uso de máscaras diminuem a probabilidade de infecção. No grupo das pessoas que mantiveram o isolamento social desde o início da pandemia, apenas 34% foram contaminados, enquanto 44,3% dos que não mantinham o isolamento tiveram contato com a Covid-19.

As informações que vieram à tona com o inquérito sorológico realizado no Maranhão repercutiram amplamente no País, a começar pelo fato de que a pesquisa é uma das poucas feitas em território nacional. Com os dados garimpados, as autoridades da Saúde poderão planejar de maneira mais precisa e mais eficiente ações de reforço ao combate à Covid-19, orientar na retomada de atividades e tomar decisões relacionadas à tão sonhada realidade pós-pandemia.

Com as medidas que tomou e os resultados que alcançou até aqui o Maranhão está na vanguarda da luta contra a pandemia do novo coronavírus, não somente no país, mas em boa parte do planeta, onde a virose continua ceifando vidas. (Com informações da Secap)

 

Wellington do Curso esperneia, mas PSDB caminha para Eduardo Braide

Wellington do Curso esperneia, mas Roberto Rocha leva PSDB para Eduardo Braide

O deputado Wellington do Curso está esperneando contra a decisão da cúpula do PSDB de rifar sua candidatura à Prefeitura de São Luís, para levar o partido para uma aliança com o Podemos em torno da candidatura do deputado federal Eduardo Braide. Ainda sem um rumo a seguir, mesmo ciente de que o ninho dos tucanos não lhe dará a vaga de candidato a prefeito, Wellington do Curso tenta colocar a informação em dúvida, como que apostasse na possibilidade de um recuo do PSDB em relação a Eduardo Braide, abrindo caminho para a manutenção do seu projeto eleitoral natimorto. Hoje, o senador Roberto Rocha, que tem a palavra final sobre assunto, desembarca em São Luís junto com o ministro Rogério Marinho, da Integração Nacional, e deve falar sobre o assunto.

São Luís, 27 de Agosto de 2020.

TJ, MPE, TCE e TRE-MA formam frente de combate à corrupção na guerra pelo voto

 

Lourival Serejo (TJ) comandou reunião com Tyrone Silva (TRE), Eduardo Nicolau  (MP) e representantes do TCE para formar uma frente contra a corrupção nas eleições

Aos candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador um aviso, que para alguns tem sentido de alerta vermelho: não tentem abusar do poder do dinheiro, não pensem em usar “jeitinho” na campanha e na eleição em si, não tentem driblar a legislação e gastar ilegalmente, não se atrevam, enfim, a tentar corromper o eleitor nem manipular o resultado da eleição. Se alguém estiver movido pelo propósito de conseguir um mandato, seja ele majoritário ou proporcional, usando meios fora da lei ou recursos que contrariem as regras legais, poderá encontrar pela frente, além dos mecanismos de controle previstos na legislação eleitoral, a mão pesada da Frente Estadual de Combate à Corrupção. E para quem não sabe, a Frente anticorrupção é formada por agentes do Poder Judiciário – no caso juízes eleitorais -, do Ministério Público (MPE) – via promotores eleitorais – e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) – por meio de auditores da instituição. E vai colocar uma lupa poderosa sobre a movimentação de todos os entes políticos e partidários envolvidos no processo eleitoral.

A Frente Estadual de Combate à Corrupção para atuar no processo eleitoral foi lançada segunda-feira (24), no Palácio da Justiça, numa reunião comandada pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lourival Serejo, com a participação do presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA), desembargador Tyrone Silva, do procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau, e do conselheiro-substituto Antônio Blecaute, que representou o comando do TCE. Além de concordar com a formação da Frente para atuar no processo eleitoral, os chefes das instituições envolvidas assumiram o compromisso de agir com firmeza no combate a atos de corrupção no processo eleitoral, criando uma malha por meio da qual o Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral, o MPE e o TCE, atuarão articulados na identificação, apuração e, se for o caso, punição dos envolvidos em desvios.

O argumento usado pelo presidente do Tribunal de Justiça é o de que a Frente Anticorrupção fortalecerá e aumentará a eficiência das instituições no combate a práticas ilegais nas eleições municipais que se aproximam, de modo a assegurar a liberdade de escolha dos eleitores, e a participação saudável de candidatos que compreendem a importância do voto como instrumento de mudança. O combate à corrupção na guerra eleitoral atende aos anseios do cidadão e da sociedade como um todo. Daí os esforços dos Poderes para interpretar e dar resposta às manifestações que têm expressado nas ruas total repúdio à corrupção. Daí a Frente ser formada por representantes das instituições que organizam, realizam e fiscalizam o processo eleitoral, e que na visão do presidente do Poder Judiciário, significa garantir a idoneidade, a seriedade, a vigilância e a legalidade” do processo eleitoral. Daí o seu recado direto aos que estiverem pensando em sair dos trilhos: “Estamos empenhamos em combater a corrupção, com as forças e as armas que temos, que são as armas da legalidade”.

No mesmo diapasão, e já dando um sentido prático à formação da Frente Estadual de Combate à Corrupção, o procurador-geral da Justiça, Eduardo Nicolau, anunciou na reunião de segunda-feira que está requerendo ao Tribunal de Justiça processos sobre improbidade administrativa em tramitação, para que o Ministério Público possa agilizar providências. “Com essa ação, nossa eleição será mais limpa, mais transparente e segura para todo cidadão maranhense”, avalia o procurador geral de Justiça, demonstrando consciência de que a instituição que comanda tem papel fundamental e decisivo nessa Frente. A providência por ele anunciada já é uma garantia de que corruptos e corruptores podem se dar muito mal se tentarem corromper a escolha pelo voto. Mais ainda, se o TCE contribuir informando a situação dos prefeitos que pensam tentar a reeleição e os ex-prefeitos que tentam voltar ao comando dos seus municípios. Suas fichas permitirão ou não que se candidatem.

Sobre a constituição da Frente Estadual de Combate à Corrupção, o presidente da Justiça Eleitoral, desembargador Tyrone Silva, mandou um recado claro e direto aos corruptos, corruptores, fichas sujas e bandidos ainda protegidos por fichas suspeitas: “Essa conjugação de esforços e propósitos combaterá esse mal que repudiamos, que é a corrupção, a malversação do dinheiro público, os comportamentos ofensivos à lei e ao erário. Vamos envidar todos os esforços para combater a corrupção”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ana Paula Lobato será companheira de chapa de Luciano Genésio em Pinheiro

Thaíza Hortegal, Luciano Genésio, Ana Paula Lobato e Othelino Neto no lançamento na chapa em Pinheiro

Ana Paula Lobato, primeira-dama do Poder Legislativo, decidiu entrar de vez na seara política, na qual o seu marido, o deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, alcançou e vem consolidando o status de expoente no cenário político estadual. A presidente do Grupo de Esposas de Deputados (Gedema), que é filiada ao PCdoB, será candidata a vice-prefeita de Pinheiro, formando chapa com o prefeito Luciano Genésio (PP). A definição da chapa é o resultado de uma bem planejada articulação feita pelo casal com o prefeito, envolvendo também a mulher dele, a deputada estadual Thaíza Hortegal (PP), que também teve voz ativa na formação da aliança. Ana Paula Lobato, que é enfermeira por profissão, tem o DNA político do pai, o médico Pedro Lobato, que comandou a Prefeitura de Pinheiro por seis anos na década de 1980, e pela atividade do marido, de cujas campanhas participa direta e intensamente. Nascida e crescida em ambiente político, Ana Paula Lobato conhece bem o tabuleiro da política pinheirense. Como candidata a vice, pode contribuir decisivamente para fortalecer o projeto de reeleição do prefeito Luciano Genésio, que desponta como franco favorito na disputa com o deputado estadual Leonardo Sá (PL), que representa o grupo comandado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

 

Pré-candidatos façam de mobilidade, mas esquecem da praga dos “Carrinhos” e dos “alternativos”

“Carrinhos” cominam área do Centro e infernizam o trânsito fazendo transporte ilegal para o Itaqui/Bacanga

O Imparcial perguntou aos pré-candidatos à prefeitura de São Luís o que cada um pretende fazer para melhorar a mobilidade urbana de São Luís, que tem mais de meio milhão de veículos e um contingente de 600 mil pessoas que se deslocam para trabalhar e estudar todos os dias. Algumas respostas interessantes, outras estapafúrdias. Nenhum, porém, apresentou solução para dois problemas graves que envolvem transporte de massa. O primeiro são os chamados “carrinhos”, uma enorme frota de veículos de passeio que faz transporte coletivo no eixo Centro/Itaqui-Bacanga. São centenas, que atuam ilegalmente, mas garantidos por uma “autorização” fajuta da Câmara Municipal, infernizando o trânsito o Centro de São Luís: dominam a área do Apicum, dominam o espaço em lado do prédio da Embratel, a Praça Deodoro e a Rua da Paz, contribuindo ostensivamente para formar gargalos no trânsito. Os “carrinhos” são o mais evidente e agressivo exemplo da falência do Poder Público nessa área. O outro são os micro-ônibus que fazem o chamado “transporte alternativo”, outra aberração inaceitável numa cidade que tem um serviço de transporte de massa que poderia perfeitamente suprir todas as necessidades da população.

São Luís, 25 de Agosto de 2020.

Sálvio Dino: foi-se o advogado, o imortal e um dos baluartes da geração que combateu o vitorinismo e a ditadura

 

Sálvio Dino na tribuna da Assembleia Legislativa, onde pronunciou o seu último e emocionado discurso, e a mensagem em que Flávio Dino comunicou a morte do pai

Partiu ontem, em São Luís, aos 88 anos, vitimado pelo novo coronavírus, o advogado, jornalista, escritor e político Sálvio Dino, encerrando uma das mais ricas biografias entre os expoentes da geração de líderes maranhenses que enfrentou o vitorinismo e fez frente à ditadura militar. Ele amargou cassação de mandato, não se acanhou com o banimento da política, atuou pela volta da democracia, cumpriu vários mandatos parlamentares e foi prefeito, sempre com lealdade às regras do estado democrático de direito e da ética na política. Paralelamente, desenvolveu intensa e densa atividade profissional, intelectual e literária, que o imortalizou na cadeira 32 da Academia Maranhense de Letras. Sálvio Dino foi alcançado pelo novo coronavírus há alguns dias, procurou ajuda médica em Imperatriz, teve seu estado de saúde agravado, foi transferido para São Luís, mas não resistiu ao desgaste implacável imposto pela Covid-19, falecendo no Hospital Carlos Macieira, na manhã dessa segunda-feira. Sálvio Dino deixou quatro filhos: Nicolao Dino (procurador da República), Flávio Dino (ex-juiz federal e atual governador do Maranhão) e Sávio Dino (advogado), do primeiro casamento com Maria Rita Dino, e Saulo Dino (empresário), do segundo casamento, com Iolete Dino.

Sua morte repercutiu nos mundos político, jurídico e intelectual do Maranhão, tendo o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), decretado luto de três dias e divulgado Nota exaltando a memória do ex-parlamentar, enquanto o ex-presidente da República, José Sarney (MDB), lamentou a perda do amigo, do parceiro político e do intelectual que deixa uma valiosa contribuição à cultura maranhense. Também o ex-presidente Lula da Silva (PT) divulgou mensagem lamentando a perda e destacando a biografia de Sálvio Dino.

Natural de Grajaú, onde nasceu em 5 de Junho de 1932, filho do desembargador Nicolao Dino, Sálvio Dino Jesus Castro e Costa recebeu sólida formação intelectual, que culminou com o bacharelado em Ciências Jurídicas, tendo militado desde cedo na advocacia, que o levou, por concurso público, ao quadro de procuradores do Estado. Mas sua grande paixão foi a política. Defensor dos ideais democráticos e identificado com postulados da esquerda, seguindo uma das tendências da sua geração, da qual fazem parte expoentes como José Sarney, Neiva Moreira, Cid Carvalho, Henrique la Rocque, Newton Bello, Alexandre Costa, Lino Machado que atuou sob a influência do paraibano Victorino Freire, cuja atuação coronelista dividiu o Maranhão político em vitorinista e não vitorinista. Sálvio Dino militou sempre na segunda corrente, combatendo o vitorinismo, aliando-se depois a José Sarney.

Em 1954, ainda jovem, elegeu-se vereador de São Luís, reelegendo-se em 1958, para em seguida, em 1962, ganhar nas urnas o mandato de deputado estadual. Na Assembleia Legislativa, se notabilizou pelas ações como opositor implacável do governador Newton Bello. Pagou preço alto por suas posições políticas e ideológicas: na caça às bruxas que promoveu contra políticos democratas e de esquerda, a ditadura militar implantada pelo golpe de 1964 lhe cassou o mandato, numa investida que no plano estadual alcançou também o jovem deputado Benedito Buzar, e na esfera federal os deputados Neiva Moreira e Cid Carvalho. Sálvio Dino enfrentou inquérito, interrogatórios, sofreu ameaças durante os anos de chumbo, mas se manteve de pé. Retornou às lutas pelo voto em 1974, elegendo-se deputado estadual pela Arena – partido que abandonou em 1980 para se filiar ao PP, partido fundado por Tancredo Neves -, mantendo uma linha de ação independente, ainda que no campo liderado por José Sarney. Em seguida, foi prefeito de João Lisboa (1989- 1993 e 1997-2001), onde realizou gestão elogiada por aliados e adversários, principalmente no campo da correção. Tentou, sem sucesso, voltar à Assembleia Legislativa e à Prefeitura de João Lisboa.

Orador culto e contundente e tribuno implacável, talento que mostrou já na Câmara Municipal de São Luís, Sálvio Dino, no primeiro mandato de deputado estadual pelo PDC, se notabilizou pelos bem construídos e contundentes discursos com os quais bombardeava o Governo vitorinista de Newton Bello, travando estridentes embates com o líder governista de então, deputado Major Pereira dos Santos (PRP), que tentava rebater os ataques com discursos agressivos. A contundência e a riqueza discursiva, somada à competência como legislador, decorrentes também da sua formação e atuação como advogado, foram marcas reconhecidas como parlamentar. Voltou a atuar politicamente dando um suporte experiente às candidaturas do filho Flávio Dino (PCdoB), governador reeleito do Maranhão.

O novo coronavírus ceifou uma vida intelectual intensa, que enveredou pelo conhecimento filosófico dando base ao  advogado, pelos mergulhos na História que lhe deram os meios para resgatar fatos e momentos importantes da trajetória maranhense, como a restauração do roteiro que marcou a passagem da Coluna Prestes no Sul do Maranhão. Sálvio Dino foi também intenso no jornalismo como bom articulista e bom cronista, e um excelente contador de histórias e “causos”, produzindo um rico acervo de   impagáveis registros da vida e da política interiorana, que fez com competência ao longo de anos nas páginas do jornal O Estado do Maranhão. O pesquisador de fatos históricos, o cronista, o contista e o cintador de “causos” deixam nada menos que 13 títulos, entre eles “Leões, um palácio de histórias, lendas, mitos & chefões”, “Verdes sertões e vida”, “Nas barrancas do Tocantins”.

Em meados do ano passado, já sem o viço de outros tempos, mas com a lucidez e a verve de sempre, Sálvio Dino foi um dos oradores da sessão especial na qual, por iniciativa do presidente Othelino Filho, a Assembleia Legislativa “devolveu” a ele, a Benedito Buzar e a outros os mandatos cassados pela ditadura militar. Surpreendeu os presentes com um forte e comovente discurso, reafirmando-se democrata e defendendo princípios e crenças que moldaram sua identidade cultural e ideológica, revivendo, por preciosos e oportunos minutos, o orador brilhante que fora nas lutas políticas que travou no tempo em que viveu.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Cenário da disputa em São José de Ribamar é de completa indefinição

Júlio Matos tirou a liderança de Eudes Sampaio, obrigando Luís Fernando a entrar forte contra a influência de Gil Cutrim na disputa

A entrada do ex-prefeito Júlio Matos (PSDB) na corrida à Prefeitura de São José de Ribamar, já sendo apontado como líder folgado na primeira pesquisa, acendeu alerta vermelho no comando da campanha do prefeito Eudes Sampaio (PTB), antes apontado como quem caminhava tranquilo para uma reeleição sem sobressalto. O impacto do “fator” Júlio Matos, apoiado de um lado pelo chefe tucano, senador Roberto Rocha, e pelo ex-prefeito Gil Cutrim (PDT), seu irmão, o deputado Glaubert Cutrim (PDT) e seu pai, o conselheiro do TCE Edmar Cutrim, mudou completamente o ritmo da corrida. Principal avalista e apoiador da candidatura do prefeito Eudes Sampaio, o ex-prefeito Luís Fernando Silva, começou a se movimentar de verdade, inclusive participando de inaugurações, levando junto o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos). Ontem, embalado pelo novo cenário, o vereador Beto das Vilas, confirmou sua candidatura pelo Republicanos ao participar da inauguração da nova sede do partido na Cidade do padroeiro num ato comandado pelo chefe maior do partido no Maranhão, deputado federal Cléber Verde, que começa a retomar sua vida política depois do brutal assassinato dos seus país, no mês passado. Observadores da cena política em São José de Ribamar, que antes tinham norte, dizem agora que o retrato do momento é o de completa indefinição.

 

MDB deve divulgar hoje seu candidato a prefeito e quem indicará como vice

Roberto Costa deve anunciar  rumo do MDB na corrida em São Luís

É grande nos bastidores da corrida sucessória a expectativa em relação ao anúncio que o comando do MDB prometeu para hoje sobre alianças e escolhe de vice. Inicialmente, o articulador político do partido, deputado Roberto Costa anunciou que até o dia 15 de Agosto a posição do partido a respeito de coligação e de escolha de vice. No vencimento do prazo, Roberto Costa adiou o anúncio para hoje, deixando claro que indicação do vice seria condição básica para qualquer aliança. Essa posição foi reafirmada no final da semana. Os comandos das mais diversas pré-candidaturas aguardam duas informações: qual o candidato terá o apoio do MDB e quem o partido indicará como candidato a vice.

São Luís, 25 de Agosto de 2020.

 

Entrevistas à TV Maranhense revelaram que pré-candidatos não têm planos para São Luís ou estão escondendo o jogo

 

São Luís: assunto complicado para os pré-candidatos ouvidos pela TV Maranhense

A oportuna série de entrevistas realizadas pelo programa “Linha de Frente”, da TV Maranhense, comandado pelo apresentador Osvaldo Maya, com os pré-candidatos à Prefeitura de São Luís foi largamente relevadora do preparo de cada um, mas também deixou no ar uma densa sobra de dúvidas a respeito do que eles têm para oferecer ao eleitorado como projeto para a Capital do Maranhão. Pouco foi dito pelos 10 aspirantes que já foram entrevistados que causasse no telespectador-eleitor a impressão de que eles têm noção clara do tamanho do desafio que é comandar uma cidade de 1,2 milhão de habitantes. Nenhum lembrou, por exemplo, que São Luís que é Patrimônio Cultural da Humanidade e celeiro de uma cultura popular rica e ímpar, quase todos ignorando o potencial turístico da cidade. Poucos mostraram saber sobre o gigantesco déficit habitacional da cidade, a falta de saneamento básico, os problemas da rede educacional com mais de 200 escolas, o ainda deficiente sistema de saúde e a necessidade de investimentos graúdos em infraestrutura viária e ajustes rigorosos no sistema de mobilidade urbana. As respostas que os candidatos deram às  indagações sugerem que vários deles não sabem exatamente no que estão se metendo, ou estão escondendo jogo para não queimar cartuchos antes da hora.

Eduardo Braide (Podemos), líder das preferências do eleitorado até aqui, gastou seus 12 minutos falando do apoio e dos esforços que tem feito como parlamentar para ajudar instituições ligadas a Saúde em São Luís, para avisar que não vai entrar no jogo dos adversários, e tergiversar quando foi instado a avaliar a gestão atual. Sua declaração mais forte: se eleito, vai mostrar que São Luís será uma cidade melhor depois dos primeiros 100 dias da sua gestão. Duarte Júnior (Republicanos) prometeu “um choque de gestão”, defendendo o projeto de colocar a Prefeitura para funcionar “todos os dias”, anunciando que, se eleito, trabalhará “24 horas”, e que pretende transformar os terminais de transporte coletivo em centros comerciais.

O pré-candidato do PCdoB, Rubens Júnior, mostrou que tem noção do tamanho do desafio, lastreado na experiência que viveu nos 15 meses que atuou como secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano, mostrando conhecer a cidade e seus problemas. Para ele, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) está trabalhando bem e “vai entregar uma cidade bem melhor do que a que recebeu”. Deixou claro, sem entrar em detalhe, que sabe o que fazer. Neto Evangelista (DEM) avalia que São Luís ainda “não tem cara de capital” e que sua gestão, se eleito for, “ouvirá as pessoas”, sem precisar exatamente o que isso significa. Afirma já ter plano de Governo, que contempla os primeiros 100 dias, os primeiros seis meses e “os meses futuros”, tendo como objetivo básico forte “transformação social”, propósito que definiu quando foi secretário de Desenvolvimento Social e implantou unidades de Restaurantes Populares na cidade.

Candidato do Solidariedade, Carlos Madeira usou bem os 12 minutos da entrevista mostrando ter uma visão abrangente da cidade e seus problemas. Fez observações pertinentes sobre saúde, educação, transparência e eficiência, mas surpreendeu ao prever a criação da uma Secretaria de Segurança para reforçar a segurança pública. Disse que quer levar para a gestão municipal “o DNA da magistratura”. Jeisael Marx, candidato do PV defendeu a tese de que São Luís e a política praticada no município vão melhorar se um candidato de origem popular e humilde – no caso, ele próprio, claro – chegar ao Palácio de la Ravardière. Acredita que um prefeito que “saia do povo” terá mais liberdade para administrar a cidade que um prefeito saído de grupos políticos e partidários.

Yglésio Moises, candidato do PROS, demonstrou um bom domínio sobre a situação de São Luís, primeiro como médico que conhece a realidade da Capital. Com a experiência de quem mexeu com o Socorrão em seis meses de gestão no primeiro mandato de Edivaldo Holanda Júnior, prometeu melhorar o sistema de saúde e avançar na melhoria do sistema de transportes de massa, e sinalizou com programas nas mais diversas áreas. Adriano Sarney (PV) não apresentou um plano de ação, mas demonstrou estar informado sobre as condições financeiras da Prefeitura e sobre o orçamento para o ano que vem: R$ 3 bilhões. Prometeu que vai “ouvir as pessoas” e planejar com cuidado as ações da Prefeitura, caso venha a ser o sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, de quem aproveitará “o que estiver funcionando bem”.

Detinha, pré-candidata do PL, demonstrou uma completa falta de conhecimento a respeito do que ela chamou de “nossa cidade”, apontando como problema de uma metrópole com mais de 1 milhão de habitantes a inexistência de uma creche na Vila Luizão, onde teria sido “muito bem recebida”. E surpreendeu ao afirmar que seu “olhar” de ex-prefeita de Centro do Guilherme, cidade com menos de 15 mil habitantes, lhe mostrará o caminho para administrar São Luís. Numa outra vertente, Hertz Dias (PSTU) avisou que, se chegar lá, vai estatizar todos os hospitais privados, as empresas de ônibus e tudo o que estiver na esfera privada, e que governará cumprindo decisões tomadas por “conselhos populares, formados por trabalhadores”, ou seja, a ditadura do proletariado.

Que sejam mais explícitos e objetivos nas próximas rodadas de entrevistas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PDT vai indicar vice de Neto Evangelista, mas nome ainda é segredo

Weverton Rocha

Uma decisão está tomada na aliança que embala a pré-candidatura do deputado Neto Evangelista (DEM) à Prefeitura de São Luís: o PDT vai indicar o candidato a vice-prefeito. O principal responsável pela escolha, senador Weverton Rocha, que tem a palavra final nas decisões no arraial pedetista, ainda não deu uma palavra sobre o assunto nem emitiu qualquer sinal nesse sentido. Ouvem-se rumores nos bastidores dando conta de que alguns interessados na vaga já estão se movimentando, mas nenhum nome veio à tona. Chegou-se a especular até que a prerrogativa de indicar o vice teria sido oferecida ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior, mas teria preferido se manter distante das articulações, optando pela liberdade de seguir outro rumo. Não há nenhum nome conhecido do PDT sendo cogitado abertamente, num indicativo de que Weverton Rocha guarda uma surpresa para fazer um anúncio de impacto. É possível que o anúncio do vice venha a ser feito somente às vésperas ou mesmo na data da convenção.

 

Chefes tucanos aguardam reação de Wellington do Curso à perda da vaga de candidato do PSDB

Wellington do Curso: reação imprevisível

O destino do deputado Wellington do Curso nestas eleições está mesmo selado. Ele não será mesmo candidato do PSDB à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). E não se trata de uma decisão isolada do senador Roberto Rocha, presidente e manda-chuva do partido no Maranhão, mas um entendimento da cúpula do ninho dos tucanos no estado e no plano nacional. O argumento para a rifada romper é um só: o parlamentar não combinou seu projeto com o comando partidário e tentou atropelar um acordo que fora firmado com o candidato do Podemos ainda em 2018. A expectativa dos chefes tucanos é quanto a reação de Wellington do Curso. Há na cúpula quem acredite que o deputado aceitará a situação o pacificamente, compreendendo o contexto da decisão. Há, por outro lado, quem ache que ele vai romper com Roberto Rocha e deixar o partido atirando. As duas expectativas fazem sentido, porque o deputado Wellington do Curso é imprevisível.

São Luís, 23 de Agosto de 2020.

Decidido no ninho: Wellington do Curso não será o candidato e PSDB vai apoiar Eduardo Braide 

 

Wellington do Curso não será candidato; Roberto Rocha vai levar o PSDB para Eduardo Braide

A menos que haja uma reviravolta imprevisível e espetacular dentro do ninho dos tucanos ludovicenses, o deputado estadual Wellington do Curso não será o candidato do PSDB à Prefeitura de São Luís. Seu projeto de candidatura, que já vinha sendo metralhado há tempos, recebeu o tiro de misericórdia nesta semana, quando o chefe estadual dos tucanos, senador Roberto Rocha, confirmou o que até as pedras de cantaria da Praia Grande já sabiam: o comando do PSDB decidiu que o partido vai se coligar com o Podemos em torno da candidatura do deputado federal Eduardo Braide. Wellington do Curso, que segundo as pesquisas vem brigando com o pré-candidato do DEM, Neto Evangelista, pela terceira colocação na preferência do eleitorado, atrás de Eduardo Braide e do pré-candidato do Republicanos, deputado estadual Duarte Júnior, andou ensaiando uma reação, declarando que “a candidatura está firme”, mas caminha para a certeza de que o PSDB não lhe dará a vaga de candidato. Terá agora de optar entre engolir seco e entrar na onda de Eduardo Braide, mergulhar na seara da neutralidade em relação à disputa ou então dar o troco apoiando outro candidato.

Visto pelo olhar do pragmatismo político, o senador Roberto Rocha faz o jogo de quem tem cartas para jogar. Já há muito avaliou que, mesmo apoiado pela cúpula do PSDB, a candidatura de Wellington do Curso não iria muito longe, e logo seria atropelada pela de Neto Evangelista ou pela de Rubens Júnior, dois pesos pesados que começam a se movimentar montados em poderosas estruturas políticas e partidárias. O próprio Wellington do Curso sabe que, com ou sem lastro partidário, seu projeto de chegar à Prefeitura de São Luís dificilmente evoluiria a ponto de ele se tornar um candidato realmente competitivo, com cacife para entrar pelo menos no time dos favoritos. Ele é ativo, faz uso intenso e polêmico das redes sociais, alimenta um discurso como som de monocórdio em oposição ao Governo do Estado, claramente pensado para alimentar sua relação com eleitores e simpatizantes, mas não vai além disso.

Entre manter o apoio ao projeto sem futuro de Wellington do Curso e apostar no projeto até aqui bem posicionado de Eduardo Braide, Roberto Rocha prefere a segunda opção. O senador tucano sabe que sua situação em relação às eleições de 22 não é boa, tem ciência de que suas chances para o Governo do Estado são remotas e também que a reeleição para o Senado é parada dura num cenário que não lhe é nada favorável, principalmente se o governador Flávio Dino não entrar para a disputa nacional como candidato a presidente ou a vice-presidente e decidir por uma vaga na Câmara Alta. Nesse contexto, suas chances se limitariam a uma cadeira na Câmara Federal, o que, a princípio, parece não ser do seu interesse.

Com a experiência de quem saiu da condição de vice-prefeito de São Luís eleito em 2012 para o Senado em 2014, Roberto Rocha sabe que qualquer projeto político e eleitoral maior no Maranhão passa pela Capital. Ele já teve força na Ilha, mas perdeu muito quando, numa atitude que até hoje muitos observadores não entenderam, rompeu peremptoriamente com o governador Flávio Dino e, contrariando o seu partido no plano nacional, bandeou-se para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Agora, enxerga no apoio a Eduardo Braide o único caminho para voltar a ter algum peso em São Luís. Sim, porque ao levar o PSDB para uma coligação com o Podemos, o senador leva também alguns instrumentos políticos e eleitorais, a começar por um expressivo tempo de rádio e TV, que facilitará muito a campanha do aliado. Isso, é claro, terá um preço político elevado em caso de eleição.

Esse movimento estava previsto desde que Wellington do Curso começou a se mexer como pré-candidato do PSDB. De lá para cá, Roberto Rocha emitiu inúmeros sinais de que seu caminho seria outro. Mas, por se considerar forte, não fazer leituras corretas e não perceber que seria rifado, ou tentando ganhar tempo para criar uma situação que acabasse por lhe favorecer, Wellington do Curso manteve o projeto de candidatura, que agora, tudo indica, está sendo ostensivamente arquivado. Pode ser que haja uma reviravolta. Afinal, na política do Maranhão, boi voa, e em muitos casos, de asa quebrada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Prêmio do Congresso em Foco: Eliziane Gama fez por onde para ter sido apontada como a melhor do Senado

Eliziane Gama: mandato ativo r produtivo levou ao prêmio do Congresso em Foco

Um ano e meio depois de assumir o mandato, depois de ter sido eleita numa disputa com pesos pesados da política maranhense, o deputado federal Sarney Filho (PV) e o senador Edison Lobão (MDB), a senadora Eliziane Gama (Cidadania) foi apontada como o melhor quadro do Senado pelo Júri Especializado do Prêmio Congresso em Foco 2020, em meio a nomes de peso na Casa.

Não é pouca coisa. O Prêmio Congresso em Foco é o resultado de um processo sério, realizado por avaliações em vários enfoques. Ela não aparece na lista dos escolhidos por voto popular nem na dos nomes apontados por jornalistas. A escolha pelo Júri Especializado dá uma densidade maior ao prêmio, porque, além da movimentação política, os jurados avaliam também – e principalmente – o desempenho parlamentar – que mede sua ação no plenário e fora dele – e legislativo, que avalia sua produção do senador como legislador.

Eliziane Gama cumpriu rigorosa e eficientemente o seu mandato até aqui. Politicamente, se estabeleceu na Oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), manifestando-se criticamente em todas as questões relevantes e batendo com força nos erros, nas artimanhas, nas contradições e nos arroubos autoritários do Governo e seus agentes. Como parlamentar, tem sido uma senadora presente, participativa e bem posicionada, no plenário e nas comissões, tendo participado diretamente de todos os grandes debates travados na Casa. E como legisladora, em um ano e meio apresentou uma expressiva quantidade de indicações e projetos de lei, atuando também como relatora de projetos de impacto.

A escolha do Júri Especializado coroou seu mandato até aqui. Ela fez por onde.

 

MDB joga seu trunfo para fazer uma coligação em São Luís

Roberto Costa: apoio do MDB vale a vice

Embalado pelos bons ventos que sopraram a seu favor desde que o MDB e sua líder inconteste, a ex-governadora Roseana Sarney, resolveram, de fato, levantar sacudir a poeira e dar a volta por cima, apresentando-se no cenário político como uma agremiação mais aberta, mais leve e sem ranços, o comando emedebista, liderado pelo deputado Roberto Costa, vem marcando posições. Inicialmente pensou num candidato próprio, mas todas as tentativas de definir um nome fracassaram, inclusive a própria Roseana Sarney, que declinou do convite. Depois, o partido se voltou para a procura de uma aliança bem armada, mas as coisas não saíram como os chefes emedebistas imaginaram. Agora, o comando partidário bateu martelo: o MDB só coligará se indicar o candidato a vice. Sabe que será difícil com Eduardo Braide (Podemos), que deverá ter vice do PSDB ou do PSC; com Neto Evangelista (DEM), que, tudo indica, terá um vice do PDT, por exemplo. Pode resolver esse ponto com Duarte Júnior (Republicanos), por uma articulação eficiente do vice-governador Carlos Brandão. O MDB pode coligar ainda com Carlos Madeira (Solidariedade) ou com Adriano Sarney (PV). Mas se não houver possibilidade de um bom acordo, o Plano B já está definido: investir todas as suas forças na eleição de uma bancada na Câmara Municipal.

São Luís, 21 de Agosto de 2020.

Duarte Jr. promete “choque de gestão” em São Luís, alfineta Braide e diz que será prefeito presente

 

Duarte Júnior na TV: promete choque de gestão na Prefeitura de São Luís

“São Luís precisa de um choque de gestão”.

“Nós precisamos de uma Prefeitura que funcione todos os dias, de um prefeito presente na vida das pessoas, que trabalhe 24 horas. Eu posso falar porque fui assim por onde passei”.

“Diferentemente das outras candidaturas, eu não trago promessas, eu trago projetos e soluções. Por onde eu passei, demonstrei um serviço de qualidade. E com um detalhe: fizemos muito mais com bem menos”.

“Cheguei aqui por força de muita luta, muito trabalho. Não tive privilégios na minha vida, não sou de família de políticos. Desde muito cedo eu trabalhei, com 7 anos vendendo chocolate na Expoema, trabalhei em cantina de colégio, trabalhei como palhaço em programa infantil, aos 14 anos, para financiar os meus estudos. Ou seja, muita luta”.

“Não entrei no serviço público por meio de privilégios, por meio de troca de favores. Eu entrei porque o governador rompeu com esse padrão de indicar pai, filho, indicar pessoas sem critérios técnicos, e foi essa oportunidade que me fez chegar até aqui”.

“Continuo com amigos no PCdoB. O próprio governador Flávio Dino é um entusiasta da nossa candidatura, acredita na nossa eleição. Não é à toa que me deu a oportunidade de ir para o Republicanos, partido do vice-governador Carlos Brandão”.

“Compare a nossa gestão no Procon com a de Eduardo Braide na Caema. Eu convido as pessoas a comparar. É comparando que elas vão ver que, para resolver os problemas de São Luís tem de ter atitude”.

As declarações acima formam um resumo da entrevista concedida pelo deputado estadual Duarte Júnior, pré-candidato do Republicanos à Prefeitura de São Luís ao programa “Linha de Frente”, da TV Maranhense, comandado pelo jornalista Osvaldo Maya, com a participação da jornalista Daniela Bandeira, na última terça-feira, momentos antes da feita com o candidato do PCdoB, Rubens Júnior. Articulado, inteligente, ousado e ambicioso, e em segundo lugar na preferência do eleitorado, segundo todas as pesquisas realizadas até aqui, Duarte Júnior não fez críticas diretas à gestão do prefeito Edivaldo Júnior (PDT), mas deixou uma nítida pista a respeito do pensa quando declarou, em tom de sentença: “São Luís precisa de um choque de gestão”. E avisou que, se eleito, colocará a máquina administrativa para trabalhar “todos os dias”, assumindo o compromisso de oferecer ao cidadão tratamento igualitário e serviços de qualidade.

Duarte Júnior fez questão de se mostrar, informando que nunca teve vida fácil – já foi até palhaço em programa de TV infantil -, que sempre trabalhou para se sustentar, e que chegou onde chegou por mérito, a partir de uma oportunidade que lhe foi dada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) para comandar o Procon, e logo em seguida, devido aos bons resultados, também o Viva Cidadão. Com isso, ele minimiza qualquer ataque de concorrente por esse viés. Indagado sobre se teria perdido espaço ao deixar o PCdoB, de novo minimizou, estocando levemente “um grupo” do partido, que escolheu um pré-candidato (Rubens Júnior), filho de políticos. Mas deixou claro que tem muitos amigos na agremiação governista, a começar pelo governador Flávio Dino – segundo ele um entusiasta da sua candidatura -, destacando em seguida que está satisfeito no Republicanos, partido do vice-governador Carlos Brandão.

Eleito deputado estadual com a terceira maior votação, 65 mil votos, dos quais mais de 40 mil somente em São Luís -, Duarte Júnior escolheu como adversário o candidato do Podemos, Eduardo Braide, que recebeu quase 140 mil dos mais de 180 mil só na Capital. Na entrevista, ele apontou sua metralhadora verbal para o concorrente, criticando suas experiências como gestor – presidente da Caema no Governo José Reinaldo e secretário municipal de Orçamento Participativo na gestão de João Castelo (PSDB). E “convidou” os eleitores a comparar o seu trabalho no Procon e no Viva com o de Eduardo Braide na Caema e na Secretaria de Orçamento Participativo.

Nos 12 minutos da entrevista, o pré-candidato do Republicanos deixou claro que está no jogo e que tem condições de ir para um segundo turno, para travar o grande embate, provavelmente com Eduardo Braide, caso as previsões feitas até agora sejam confirmadas. Os cuidados que demonstrou durante a entrevista mostraram que ele está com os pés no chão e sabe o que está fazendo.

Em Tempo: em dois comentários sobre as entrevistas de pré-candidatos à Prefeitura de São Luís, a Coluna identificou a TV Maranhense como afiliada da Band. Errado. A emissora integra a rede nacional da TV Cultura, de São Paulo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PSOL confirma tendência de se manter distante dos demais partidos de esquerda

Chapa pura: José Ribamar Arouche será o vice de Franklin Douglas na briga pela Prefeitura da Capital

O PSOL bateu martelo em decisão definitiva: vai disputar a Prefeitura de São Luís e cadeiras na Câmara Municipal da Capital com chapa pura, formada por Franklin Douglas como candidato a prefeito e José Ribamar Arouche como vice, um dos fundadores e militante respeitado do partido. A ordem é não coligar, para que os candidatos do PSOL possam pregar as bandeiras do partido, que é fazer uma gestão socializante, longe das ideias liberais pregadas pelo partido. Franklin Douglas já deixou claro que vai jogar pesado contra a gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior e que pretende disparar chumbo grosso nos seus concorrentes. Para os estrategistas do partido, o ponto forte será aproveitar os canais de comunicação para disseminar suas ideias, com as quais fundamentam um projeto com ideário da esquerda política mais agressiva. Franklin Douglas acha que esse é o caminho do partido.

 

Podemos faz curso intensivo para preparar pré-candidatos para as eleições

Eduardo Braide: curso

O Podemos, por meio da Fundação Podemos, iniciou ontem um curso sobre como fazer campanha eleitoral dentro das diretrizes do partido. Será uma espécie de intensivão sobre planejamento de campanha, incluindo concorrência eleitoral, planejamento estratégico de campanha, plano estratégico, plano financeiro, estratégia eleitoral, erros de candidatos no processo eleitoral. O curso é o maior programa de planejamento de campanha do Podemos no país e objetiva capacitar os pré-candidatos para as eleições municipais, que neste ano foram transferidas de Outubro para Novembro, por causa da pandemia do coronavírus. Além do curso, os participantes terão assistência semanal em questões jurídicas, de comunicação virtual e de planejamento até o pleito eleitoral. O Podemos do Maranhão participará na etapa de sábado do intensivão e essa participação será comandada pelo deputado federal Eduardo Braide, pré-candidato do Podemos à Prefeitura de São Luís, que também terá de assimilar as regras e as estratégias do partido, que tem visão própria sobre a corrida pelo voto.

São Luís, 20 de Agosto de 2020.

Rubens Júnior aposta no apoio do PT e de Edivaldo Júnior, alfineta adversários e avisa: vai liderar a cidade

Rubens Júnior durante entrevista de ontem ao programa “Linha de Frente”, da TV Maranhense

“Política não se faz sozinho, se faz com grupo, com o coletivo”.

”Sou de um grupo que não tem medo de pesquisa eleitoral. Se a gente tivesse, Flávio Dino não teria derrotado o Grupo Sarney, e o Weverton (Rocha) e a Eliziane (Gama) não seriam senadores da República”.

“Não tenho dúvida de que a força do nosso partido, da nossa militância e da nossa coligação é que vai conduzir a nossa candidatura ao segundo turno”.

“Até aqui nós somos a maior aliança, já temos o apoio de seis partidos políticos”.

“Desejo de ter o PT na nossa chapa, trazendo o modo de governar do presidente Lula para os mais pobres”.

“O prefeito Edivaldo vai entregar uma cidade melhor do que ele recebeu. Isso é um fato. Isso vai permitir que o próximo prefeito faça mais”.

“Então, é como se a gente ainda estivesse na fase do treino, na fase de aquecimento. E estou vendo que já tem gente cansada, perdendo fôlego”.

“Estou tranquilo e tenho convicção de que a nossa candidatura é para valer e para vencer”.

As declarações acima são do deputado federal Rubens Júnior, pré-candidato do PCdoB à Prefeitura de São Luís, feitas ontem durante entrevista concedida ao programa “Linha de Frente”, da TV Maranhense e comandado pelo jornalista Osvaldo Maya. O escolhido do PCdoB demonstrou segurança, senso de equilíbrio, consciência de que está num jogo alto risco, e deixou claro que sabe dos desafios que terá de enfrentar a caminho das urnas de Outubro. E não escondeu duas aspirações, que espera ver deverão se concretizadas: o apoio do PT e o do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Nos bastidores é unânime a certeza de que ele terá as duas vitaminas políticas.

Ao se declarar candidato de um grupo, lembrando que política não pode ser uma atividade solitária, Rubens Júnior passa a certeza de que sabe onde está pisando. E reforça essa impressão ao afirmar que não se deixa abater por pesquisas eleitorais do momento, que o apontam numa colocação modesta nas preferências do eleitorado, enquanto seu maior adversário, o candidato do Podemos, Eduardo Braide, ainda surfa na onda da liderança.  E mesmo considerando que cada pesquisa traduz uma realidade diferente, lembra, com propriedade, que Flávio Dino se elegeu governador em 2014 contrariando muitas pesquisas feitas na primeira fase do processo. E com base nesse exemplo, exibe convicção de que no momento certo crescerá para se tornar o adversário de Eduard Braide na hipótese, já por muitos admitida, de realização de um segundo turno.

Rubens Júnior aposta que terá o apoio do PT, que além da militância e o apoio do ex-presidente Lula da Silva, lhe dará preciosos minutos no rádio e na TV. Esse apoio já estaria acertado em conversas reservadas, conforme sinalizou o líder petista em São Luís, vereador Honorato Fernandes, mas que precisa ainda ser confirmado pela cúpula petista. E jogou fermento nessa possibilidade afirmando que, se eleito, usará a política do ex-presidente Lula da Silva de governar para os mais pobres. Quanto ao apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, acredita que o receberá em declaração futura do prefeito, que na sua opinião está certo ao não se posicionar agora. Na sua avaliação, Edivaldo Holanda Júnior entregará ao sucessor “uma cidade melhor do que recebeu”, tendo a honestidade como um dos pontos fortes da sua gestão. Ficará orgulhoso se vier a cintar com o apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, isso nos orgulharia. E alfinetou concorrentes, sem, no entanto, citar nomes: “Tem pré-candidato que foge dos seus apoiadores. Eu não fujo dos meus. Eu desejo ter o apoio do prefeito Edivaldo, sou do partido do governador Flávio Dino”.

Sobre o momento atual da corrida ao Palácio de la Ravardière, Rubens Júnior mostrou confiança e disparou provocação a adversários: “É como se a gente ainda estivesse na fase do treino, na fase de aquecimento. E estou vendo que já tem gente cansada, perdendo fôlego”. E, escudado no lastro de dois mandatos de deputado estadual, dois de deputado federal e de uma experiência executiva como Secretário das Cidades, prometeu que, se eleito, não será “um gestor de gabinete” e vai “liderar a cidade”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Deputados aprovam nova Política de Turismo para o Maranhão

Entre o deputado federal Edilázio Júnior (PSD), que visitava a Casa, e os deputados Neto Evangelista (DEM) e Wellington do Curso (PSDB), o presidente Othelino Neto comandou a aprovação do PL sobre a nova Política de Turismo do Maranhão

O Maranhão tem nova política para o turismo, com a qual o Governo do Estado terá os instrumentos necessários para planejar, desenvolver, fiscalizar e estimular todos os setores que compõem essa atividade, bem como disciplinar os serviços a serem prestados pelos segmentos que atuam na área. As linhas gerais, as regras e os mecanismos de atuação estão no Projeto de Lei nº 233/20, aprovado ontem pela Assembleia Legislativa, cujo conteúdo está em plena consonância com a Lei Federal nº 11.771/08. O projeto cria também o Sistema Estadual de Turismo, que será comandado pelo atual secretário, Catulé Júnior. Para entrar em vigor, a nova Política de Turismo do Maranhão só depende da sanção do governador Flávio Dino.

Por conta da sua costa, onde estão os Lençóis, das suas chapadas, rios e da imensurável riqueza histórica e arquitetônica de São Luís e Alcântara, entre outros atrativos, o governador Flávio Dino decidiu ajustar melhor a política para a área. E justificou a iniciativa na Mensagem ao parlamento.  Segundo ele, a nova Política de Turismo “visa ao desenvolvimento de práticas e padrões de qualidade nos destinos, produtos, serviços e atividades profissionais, estabelecendo critérios de fiscalização e certificação, bem como à garantia do acesso de maior número de pessoas aos benefícios da atividade econômica do turismo, reduzindo as desigualdades sociais por meio da geração de negócios, emprego e renda”, explica o chefe do Executivo ao Parlamento.

O governador Flávio Dino esclarece que compete à União a proteção do patrimônio turístico e a responsabilidade por danos aos bens e direitos de valor turístico. No âmbito estadual, a Constituição estabelece que o Estado deve reconhecer, apoiar e incentivar o turismo como atividade econômica e forma de promoção social e cultural, devendo, em associação com outros segmentos ligados ao setor, definir a Política Estadual de Turismo, mediante plano integrado e permanente.

O projeto cria o Sistema Estadual de Turismo, que consiste no conjunto articulado e integrado de normas, instituições, mecanismos e instrumentos de planejamento, fomento, financiamento, informação, formação, participação e controle social, com a finalidade de garantir a gestão democrática e permanente da Política Estadual de Turismo. Para registrar, divulgar e promover os principais eventos turísticos do estado, o PL instituiu, ainda, a criação do Calendário Oficial de Eventos Turísticos do Maranhão.

Por fim, o projeto estabelece regras acerca da prestação de serviços turísticos no Estado, os quais versam, por exemplo, sobre os direitos e deveres dos prestadores e usuários de serviços turísticos, bem como sobre monitoramento e controle de qualidade.

 

Timon deverá ser tema de embates entre Socorro Waquim e Rafael Leitoa na Assembleia

Socorro Waquim e Rafael Leitoa deverão travar embates duros sobre Timon

Timon foi tema de dois discursos, ontem, na Assembleia Legislativa. Um da ex-prefeita e ex-deputada estadual e de novo candidata a prefeita Socorro Waquim (MDB), que na condição de suplente tomou posse na vaga do deputado Rigo Teles (PV), que se afastou por dois meses para disputar a Prefeitura de Barra do Corda. O outro foi do deputado Rafael Leitoa (PDT), que ocupou a tribuna para anunciar ações do Governo do Estado naquele município.

Após ser empossada pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), Socorro Waquim afirmou que chega para somar às vozes femininas do Legislativo maranhense. “Retorno a esta Casa para somar com as ideias, com as proposituras capazes de fazer com que o nosso Maranhão seja cada vez mais um estado próspero”, disse. E recebeu as boas vindas do presidente: “É bom tê-la aqui. A deputada representa uma cidade importante, a terceira maior do Maranhão, que é a cidade de Timon. Certamente, vai nos ajudar muito no bom debate sobre o estado”, disse.

Provavelmente se antecipando a discursos duros que a deputada Socorro Waquim provavelmente fará criticando a gestão do prefeito Luciano Leitoa, o deputado Rafael Leitoa (PDT) ocupou a tribuna para anunciar ações do Governo do Estado em Timon, entre elas a instalação da Patrulha Maria da Penha e um reforço estrutural para a segurança pública no município. Leitoa destacou, também, a inauguração da 2ª Companhia da Polícia Militar em Timon.

Todos os observadores da cena parlamentar preveem que Socorro Waquim e Rafael Leitoa, adversários político ferrenhos, travarão embates verbais no plenário sobre a atual gestão municipal, principalmente quando a campanha eleitoral ganhar intensidade.

São Luís, 19 de Agosto de 2020.