Arquivos mensais: novembro 2022

Possível fusão PSB/PDT mudará radicalmente o cenário político do Maranhão

Carlos Brandão, Flávio Dino e Weverton Rocha podem habitar o mesmo se PSB e PDT se fundirem, como está previsto

PSB e PDT vêm sendo sacudidos pela eventual retomada das conversas sobre a possibilidade de fusão, dando origem a uma nova legenda de centro-esquerda. A ideia voltou a ser colocada na mesa depois que os dois partidos perderam peso na Câmara Federal, onde o PDT terá 17 deputados federais, dois a menos que atualmente, e o PSB 14, menos da metade da atual bancada, que tem 33 deputados. Isoladamente, PDT e PSB serão tratados como nanicos na Câmaras Baixa. Fundidos, formarão um novo partido de centro-esquerda com 31 deputados federais, dando-lhes mais força e poder de negociação na Câmara Federal. Se as conversas forem retomada para valer e a ideia de fusão vingar, o novo partido terá no Maranhão uma força parlamentar considerável: dois senadores (Flávio Dino [PSB] e Weverton Rocha [PDT]), dois deputados federais (Duarte Jr. [PSB) e Márcio Honaiser [PDT]) e 14 deputados estaduais: 10 do PSB – Iracema do Vale, Carlos Lula, Davi Brandão, Florêncio Neto, Francisco Nagib, Rafael Leitoa, Daniella Jadão, Yglésio Moisés, Ariston Gonçalo e Antônio Pereira, e quatro do PDT – Osmar Filho, Dra. Viviane, Glaubert Cutrim e Cláudia Coutinho.

O braço da nova legenda no Maranhão produzirá uma mudança radical no peso das lideranças. Para começar, a tendência natural é que o comando da nova agremiação seja entregue ao governador Carlos Brandão. Isso significa dizer que o senador Weverton, que tem a presidência do PDT como a mola-mestra da sua carreira, sairá do comando para se tornar um chefe intermediário, acontecendo o mesmo com o futuro senador Flávio Dino. O ex-governador, que poderá ser um líder governista destacado no Senado ou atuar como ministro da Justiça e Segurança Pública no novo Governo Lula da Silva (PT), não sentirá o impacto da mudança no comando socialista. Já para o atual senador e presidente regional pedetista, o impacto será devastador.

Em relação às eleições municipais, o futuro deputado federal Duarte Jr. terá sua candidatura à Prefeitura de São Luís fortemente turbinada, uma vez que, dependendo do que for acertado nas entranhas da nova legenda, ele terá pelo menos parte do que restar da respeitada militância que ainda dá vida ao PDT. Isso porque no quadro atual, salvo o próprio senador Weverton Rocha e o atual vereador-presidente da Câmara Municipal e deputado estadual eleito Osmar Filho, o PDT não conta com um líder com prestígio político e força eleitoral suficiente para disputar o Palácio de la Ravardière em 2024.

Quando a visão se estende para 2026, o cenário curiosamente se torna favorável ao senador Weverton Rocha. Se permanecer no novo partido atuando como aliado efetivo e participativo, terá o direito de reivindicar o apoio da agremiação e do grupo a sua reeleição para o Senado, podendo até formar dobradinha com o governador Carlos Brandão, muito provavelmente em torno da candidatura do então governador Felipe Camarão (PT) em busca da reeleição. Isso porque é difícil enxergar outro quadro do PDT maranhense ocupando o espaço do senador Weverton Rocha numa configuração partidária decorrente de eventual fusão do PSB com o PDT.

Esse exercício de especulação revela o grau de dificuldade que as forças política do PSB e do PDT encontrarão para se adaptar a uma estrutura partidárias se a tal fusão for levada a efeito. E tudo indica que as conversas serão retomadas, porque se tentarem sobreviver na Câmara Federal como bancadas nanicas, PSB e PDT correm o sério risco de serem engolidas na guerra de poder que será travada no País a partir de janeiro. Nesse cenário, o governador Carlos Brandão, o vice-governador Felipe Camarão e o senador Flávio Dino muito provavelmente terão cacife para sobreviver, o que não parece ser o caso do senador Weverton Rocha de seus aliados. E no contexto que está se desenhando, uma coisa parece certa: os pequenos partidos dificilmente sobreviverão a 2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Só um dos quatro federais do PL maranhense apoia a aventura golpista de Bolsonaro

Josimar de Maranhãozinho , Detinha e Júnior Lourenço apoiam Jair Bolsonaro, mas não defendem golpe; Pastor Gil atua numa linha mais identificada com o pensamento do presidente

Não há mais dúvida de que o PL está em crise causada pela presença do presidente Jair Bolsonaro no partido. Na avaliação de observadores tarimbados da cena de Brasília, os 90 deputados federais que elegeu em outubro estão divididos entre bolsonaristas e não-bolsonaristas.

Os bolsonaristas apoiam o presidente Jair Bolsonaro na sua obstinada tentativa de permanecer no poder, usando o PL na sanha golpista, como na malfadada jogada de questionar a integridade das eleições, e que resultou na rejeição da representação e na multa de R$ 22 milhões ao partido por litigância de má fé

Os não bolsonaristas apoiaram a candidatura do presidente à reeleição, são políticos de direita, mas não fecham com a fancaria golpista alimentada por partidários do presidente Jair Bolsonaro. Eles foram contra o questionamento da lisura do 2º turno das eleições, e agora fazem duras críticas ao chefão do partido, Waldemar Costa Neto, por haver metido o PL nesse vexame histórico.

Um desses observadores avaliou que dos quatro deputados federais do PL que estarão na Câmara Federal no próximo mandato, Josimar de Maranhãozinho, Detinha e Júnior Lourenço integram o grupo que não fecha com a aventura golpista do presidente Jair Bolsonaro, posição só defendida, mesmo assim de maneira discreta, por Pastor Gil.

Aluísio Mendes precisa de um partido para chamar de seu

Aluízio Mendes ainda procura um partido para comandar no Maranhão

É curiosa a situação do deputado federal reeleito Aluísio Mendes. Depois de passar por uma série de partidos nos dois mandatos já vencidos, ele chegou ao terceiro mandato como o todo-poderoso chefe do PSC no Maranhão. O PSC, porém, não venceu a cláusula de barreira, e para não desaparecer de vez, foi incorporado ao Podemos. Só que o Podemos no Maranhão é comandado pelo deputado federal eleito Fábio Macedo. E como Aluízio Mendes precisa de um partido para chamar de seu, flertou com o PSD, mas com o aval do ainda deputado federal não reeleito Edilázio Jr., que preside a legenda no estado, e do deputado federal reeleito Josivaldo JP, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, chegou primeiro e ganhou o controle do partido. Aluízio Mendes, que é alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, não tem espaço no PL e pode acabar no PTB, depois que o senador Roberto Rocha se tornar ex-senador, daqui a dois meses.

São Luís, 30 de Novembro de 2022.   

Othelino Neto confirma candidatura a presidente da Assembleia e acredita que terá o apoio de Brandão

Othelino Neto confirma candidatura a novo mandato presidencial e espera aval do Palácio dos Leões

“Serei candidato sim, e com muita confiança de que terei o apoio do líder, o governador Carlos Brandão”. Com essa declaração, feita durante visita a Parnarama, no domingo, o deputado reeleito Othelino Neto (PCdoB) confirmou sua candidatura à presidência da Assembleia Legislativa para o primeiro biênio da próxima legislatura, que começará em fevereiro do ano que vem, quando a nova composição do Poder Legislativo for empossada e eleja a Mesa Diretora. Com a declaração, o parlamentar confirmou o que já era sabido dentro e fora do Palácio Manoel Beckman, manifestando também a convicção de que terá o aval do Palácio dos Leões, “para que possamos continuar fazendo as coisas de forma consensual”. O governador Carlos Brandão (PSB) ainda não se manifestou objetivamente sobre o assunto, tendo até agora dito apenas que dará seu apoio ao candidato que seja “agregador”.

O presidente Othelino Neto parece muito à vontade nesse processo, exibindo confiança de que sua candidatura é um projeto sólido. A princípio, ele caminha para buscar o consenso em torno da sua candidatura, à medida que surgem outros projetos de candidatura, entre eles o do ex-presidente e deputado reeleito Arnaldo Melo (PP). E sabe que nesse contexto, o aval do governador Carlos Brandão será fundamental, pois sua posição pode nortear a bancada governista, que é a maior, e pode ter influência decisiva nesse processo. Vale lembrar também que o presidente Othelino Neto também é parte da base governista.

Tem razão o presidente da Assembleia Legislativa quando lembra o consenso alinhavado para que não houvesse disputa na eleição da nova diretoria da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), que foi realizada com chapa única, liderada pelo prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), tendo recebido o aval de 187 dos 217 prefeitos. A eleição da Mesa Diretora da nova Assembleia Legislativa não será um desenho fácil, mas é certo que o presidente reúne as condições políticas para pleitear novo mandato, com grandes chances de se eleger, se não por consenso, como aconteceu na Famem, pelo menos com os votos de uma maioria ampla. Nas contas de um parlamentar, se a eleição da Mesa Diretora fosse agora, o deputado Othelino Neto seria eleito mais uma vez presidente Casa, e sem maiores dificuldades.

Para se posicionar como candidato à presidência da Assembleia Legislativa no primeiro biênio do novo mandato, o presidente Othelino Neto construiu uma base consistente, tanto no aspecto político, quanto no que diz respeito a gestão. No campo político, foi hábil nas articulações nos bastidores, saindo das urnas como o segundo mais votado (84,8 mil votos), saindo das urnas também como o coordenador político da campanha do ex-governador Flávio Dino ao Senado, atuando também como apoiador diferenciado da candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, recebendo dele apoio recíproco à renovação do seu mandato na mesma medida. No campo administrativo, fez boa gestão na Casa, tendo como foco a valorização dos deputados.

 No plano de ação da sua candidatura a novo mandato presidencial, o deputado Othelino Neto costurou alianças em todas as frentes ainda durante a campanha eleitoral. Tanto que quando a relação dos deputados eleitos e reeleitos foi anunciada, vários parlamentares eleitos e reeleitos fizeram questão de lhe declarar voto. Houve uma parada por conta das tensões da política nacional, mas com a declaração de domingo em Parnarama, ele engatou uma marcha de força e deu a arrancada cujo desfecho só será conhecido no dia 1º de fevereiro de 2023. Até lá, muita água vai rolar sob a ponte, e nesse cenário, o presidente do Legislativo deve consolidar seu projeto de ser o titular do cargo no primeiro biênio da nova legislatura.

PONTO & CONTRAPONTO

MDB quer Roseana na articulação da bancada do partido na Câmara Federal

Roseana Sarney: MDB conta com sua experiência na articulação da bancada na Câmara Federal

A deputada federal eleita Roseana Sarney não terá moleza durante o seu mandato. É que o presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP) estaria contando com a parlamentar maranhense para transformar a bancada emedebista num bloco bem articulado na Câmara Federal. Credenciais não faltam à política maranhense: foi assessora especial do presidente José Sarney, atuando exatamente na seara parlamentar, foi deputada federal, governou o Maranhão por três mandatos e meio, vivenciou quatro anos como senadora, período em que foi líder do segundo Governo Lula no Congresso Nacional. Roseana Sarney conhece bem as entranhas do parlamento nacional, e pode sim, dar uma boa contribuição para a articulação da bancada emedebista na Câmara Baixa. Resta saber, porém, se ela está disposta a assumir a tarefa.

Brandão poderá decidir entre Duarte Jr. e Paulo Victor em São Luís

Carlos Brandão pode decidir entre Duarte Jr. e Paulo Victor em São Luís

O governador Carlos Brandão tem sobre a mesa dois projetos de candidatura competitivos à Prefeitura de São Luís. O mais consolidado é o do deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), que foi candidato em 2020, com bom desempenho. E com um dado importante: ele está disposto a disputar o Palácio de la Ravardière de qualquer maneira. O outro é o do vereador e presidente eleito da Câmaras Paulo Victor (PCdoB), que vem aos poucos ganhando espaço, com fama de bom articulador, o que é um trunfo importante no jogo político. Tudo indica que o governador Carlos Brandão terá de fazer uma boa articulação, que pode ser costurar para lançar um só com o apoio do outro. Quem se viabilizar melhor poderá ter o sinal verde do Palácio dos Leões.

São Luís, 29 de Novembro de 2022.  

Dino diz que as Forças Armadas defendem a legalidade, e que apesar da pressão bolsonarista, não haverá golpe.

Flávio Dino em diferentes momentos da entrevista ao Canal Livre, da Band, ontem

“Militar pode votar em quem ele quiser. Pode votar no Bolsonaro uma, duas, dez vezes. Mas não pode usar a farda, usar a viatura e usar a arma para fazer política. Isso é crime”.

“Temos um presidente da República golpista, que tentou dar golpe em todos os dias do seu Governo, e não conseguiu”.

“As Forças Armadas se mantêm fiéis à legalidade, ao estado democrático de direito, à democracia”.

“O importante é que todos nós (do campo progressista) estamos focados na reorganização institucional do País”.

As declarações foram, entre muitas outras, feitas pelo senador eleito Flávio Dino (PSB), ontem à noite, ao programa “Canal Livre”, da Band, na condição de coordenador do Grupo de Justiça e Segurança Pública da equipe de transição no Governo da República, nomeado pelo presidente eleito Lula da Silva (PT). Durante mais 70 minutos, o ex-governador do Maranhão, que está cotado para o comando da pasta da Justiça, fez uma avaliação madura e desapaixonada da crise institucional por que passa o Brasil, que na sua avaliação foi criada intencionalmente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para fragilizar as instituições. Ele avaliou como grave o quadro de instabilidade política que afeta o Brasil, admitiu que o Governo Lula da Silva será instalado num ambiente de tensão, mas manifestou convicção de que essa crise será superada quando o novo governo estiver instalado e funcionando efetivamente.

Na entrevista, Flávio Dino mostrou a amplitude da sua visão política e institucional, mostrando ser um quadro de nível excepcional e que está talhado para o cargo de ministro da Justiça. Mas ele foi enfático ao dizer que não foi convidado pelo presidente eleito Lula da Silva (PT), que lhe entregou a tarefa de coordenar o Grupo de Justiça e Segurança, de longe a mais sensível da transição, sem, no entanto, assumir qualquer compromisso quanto ao cargo no Governo. Flávio Dino foi direto ao afirmar que está pronto para apoiar o presidente como senador ou exercendo uma função no Governo, batendo repetidamente na tecla que sua prioridade é trabalhar na reorganização institucional do País. E se mostrou afinado com a área de Justiça e Segurança Pública lembrando que foi juiz federal por uma década – atuando inclusive na área criminal – foi juiz auxiliar no Supremo Tribunal Federal, secretariou o Conselho Nacional de Justiça, foi deputado federal e governador do Maranhão, conhecendo em profundidade a área der Justiça e Segurança Pública.

O senador eleito pelo Maranhão falou de economia, defendeu PEC que tira o Bolsa Família do teto de gastos, e disse não vê muito sentido na pressão do “mercado” pelo anúncio imediato do futuro ministro da Fazenda. E foi incisivo em afirmar que o presidente Lula da Silva tem compromisso com o equilíbrio fiscal, como fez nos seus dois governos, argumentando que o chamado teto de gastos é um mecanismo defasado, que perdeu sentido. Foi provocado ainda sobre outros temas, como a maioridade penal, por exemplo, prevendo que ela dificilmente será alterada nos próximos tempos.

Provocado sobre o assunto, Flávio Dino defendeu o que que muitos veem como ativismo da Justiça, especialmente do Supremo Tribunal Federal. Ele chamou a atenção para o fato de que as decisões da Corte maior do País têm base constitucional, e que os casos mais polêmicos têm origem no Congresso Nacional, que não cuida de resolver alguns impasses. No caso das manifestações golpista, como os bloqueios feitos por caminhoneiros, o senador eleito está convencido de que eles estão sendo manipulados por grandes empresários, que devem ser penalmente responsabilizados e severamente punidos por financiarem movimentos contra a ordem institucional do País. E que os manifestantes concentrados em frente aos quartéis pedindo golpe estão perdendo tempo, porque não haverá golpe.

Na entrevista ao programa “Canal Livre”, o senador eleito Flávio Dino mostrou que as instituições e seu arcabouço legal do País foram gravemente afetados nos últimos quatro anos – o Estatuto do Desarmamento foi mutilado por MP e decretos que eliminaram a base do controle de armas; que a as alterações desregradas mutilaram também a Lei de Responsabilidade Fiscal e que o sistema as instituições policiais federais (PF e PRF) foram criminosamente politizadas, para citar apenas os casos mais visíveis. Na sua avaliação, o presidente eleito Lula da Silva tem experiência e habilidade política para conduzir a grande negociação com o Congresso Nacional para normalizar a vida institucional brasileira. E se ele será o condutor desse processo como ministro da Justiça e Segurança Pública, o senador eleito recorreu ao futebol para responder:

– A escalação do time quem decide é o técnico.

PONTO & CONTRAPONTO

Camila Holanda pode ser o trunfo de Edivaldo Jr. na corrida à Prefeitura em 2024

Camila Holanda grávida durante a campanha do marido em 2016: parceira firme e dedicada

Na sua edição de sexta-feira (26), o bem informado Blog do John Cutrim publicou a seguinte nota:

“Depois de ter sido derrotado na eleição para o governo do estado ficando na quarta posição, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. ainda não tem uma definição sobre seu futuro político. Pode ser novamente candidato a prefeito de São Luís, ou então colocar a esposa, Camila Holanda, no jogo. Mulher, evangélica, e muito carismática, Camila é tida por analistas políticos como uma excelente candidata a vice-prefeita de qualquer candidato em 2024”.

Faz todo sentido, a começar pelo fato, indiscutível sob qualquer aspecto, de que, depois de cometer erros políticos primários, sendo o primeiro deles isolar-se na corrida à sua própria sucessão, afastando-se do PDT, pelo qual se reelegeu em 2016, e virando as costas para o governador Flávio Dino, que foi decisivo na sua reeleição. Esse e outros desvios políticos, entre eles a desastrada e desnecessária candidatura ao Governo do Estado, minaram o prestígio que conseguiu como prefeito, tornando seu futuro absolutamente incerto na seara da política. Vale anotar que ao longo desses caminhos e descaminhos, ele teve sempre ao seu lado a figura doce e firme da esposa Camila Holanda, um exemplo de parceria pouco visto na política. E com uma vantagem a mais: ela saiu desse turbilhão com sua imagem e a sua dignidade intacta. Essa equação tem a mais pura lógica.

Felipe Camarão e Duarte Jr. foram a encontro de líderes na Inglaterra

Felipe Camarão e Duarte Jr. – na foto com o respeitado ex-premier britânico Toni Blair -, participação oportuna no encontro de líderes em Oxford

O vice-governador Felipe Camarão (PT) e o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB) acertaram na mosca ao participar do Encontro de Altas Lideranças, realizado na semana passada, na prestigiada Universidade de Oxford, na Inglaterra, no qual foi desenvolvido o tema “Capital o Humano para o desenvolvimento do Brasil”. Juntamente com jovens líderes de todas as regiões brasileiras, o vice-governador e o parlamentar participaram do evento a convite da Fundação Lemman, criada e mantida pelo bilionário brasileiro Paulo Lemman, dono de grandes empresas, entre elas a Ambev, e da Escolha de Governo Blavatnik, que integra o complexo universitário de Oxford. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin participou por videoconferência. Do encontro participaram personalidades públicas de todo o mundo responsáveis por iniciativas de referência, que possam contribuir de forma prática na elaboração de projetos e soluções para os problemas econômicos e sociais enfrentados pelo Brasil. Entre as personalidades globais estão Jaime Saavedra, diretor global de Educação do Banco Mundial, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, e Bogolo Kenewendo, das ONU. Por isso, todos os custos da viagem como passagem, hospedagem e outros são por conta da fundação, não havendo qualquer ônus aos cofres públicos.

Vale registrar que o deputado Duarte Jr. participou, há dois anos, na Espanha, de um fórum mundial sobre soluções para problemas de grandes cidades, o que mostra o seu esforço de capacitação.

 São Luís, 28 de Novembro de 2022.   

Ao definir rumo partidário entrando no PSD, Braide avisa que vai entrar forte na corrida à reeleição

Eduardo Braide monta pilar partidário para concorrer à reeleição em 2024

A filiação do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, ao PSD, acendeu de vez a luz verde para a arrancada da corrida ao Palácio de la Ravardière nas eleições de 2024. Com a definição partidária, o chefe do governo da Capital anunciou sua renovação no campo partidário e, mais do que isso, avisou que está se preparando para buscar a reeleição. O movimento de Eduardo Braide, que estava sem partido desde 2021, quando rompeu com o Podemos por discordar da orientação da agremiação em relação a alguns temas, funcionou como a grande senha para corrida sucessória. Teve também o sentido de aviso de que a briga pelo comando administrativo e político da maior e mais importante cidade do Maranhão vai ser dura e com desfecho imprevisível, e que nela será erro político fatal menosprezar o poder de fogo do prefeito de São Luís.

Fazendo uma administração dinâmica, apesar do crônico problema da falta de recursos, agora agravado pelas consequências da pandemia, o prefeito Eduardo Braide se credencia cada vez mais para pleitear novo mandato, certo de que somente com o ciclo de oito anos é possível realizar algumas obras decisivas em São Luís. É nesse sentido que parece decidido a brigar pela reeleição, provavelmente visando dar o grande salto entrando na briga pelo Governo do Estado em 2026. Daí porque a reeleição é fundamental. O problema é que outros interessados na disputa também avaliam que as eleições municipais de 2024, em especial as de São Luís, serão decisivas para a guerra que se desenhas para 2026.

Com um lastro sólido de dois mandatos de deputado estadual, meio mandato de deputado federal e comum mandato de prefeito em andamento, sempre com votações crescentes, Eduardo Braide tem o Governo do Estado como maior foco. Mas sabe que, para chegar ao Palácio dos Leões, precisa realizar uma gestão excepcional e, ao mês o tempo, montar uma base política abrangente. Tem plena ciência de que, sem isso, corre o risco de tropeçar e tombar, como aconteceu com seu antecessor, Edivaldo Holanda Jr., que acreditou ser possível avançar com seu projeto de poder sendo um candidato solitário ao Governo do Estado.

Político racional, que usa régua e compasso para medir os seus próprios passos, Eduardo Braide parece ter noção clara dos desafios que tem pela frente. A lista começa com sua própria gestão, que precisa ser eficiente e produzir resultados convincentes.  Outro adversário poderoso, o Governo do Estado, mora ao lado, e está reunindo forças para colocar um aliado na Prefeitura. Na ordem dos desafios estão os pré-candidatos ao cargo que ele ocupa, sendo o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), com quem disputou o 2º turno, o mais perigoso; junto com ele o vereador Paulo Victor (PCdoB), que tem se revelado um político de mão cheia, e que não vem escondendo a intenção de tentar conquistar o Palácio de la Ravardière.

O desafio mais presente do prefeito Eduardo Braide é o seu relacionamento com a Câmara Municipal, onde não tem uma bancada confiável, o que o obriga a negociar direto cada vez que tem um projeto de interesse em pauta no Palácio Pedro Neiva de Santana. E a situação tende a se agravar ainda mais com a saída do vereador Osmar Filho (PDT) da presidência da Casa, dando lugar ao vereador Paulo Victor. O prefeito de São Luís, porém, é um político hábil, que sabe o que faz e tem cacife para solucionar esses conflitos comuns na relação da Câmara com a `Prefeitura.

PONTO & CONTRAPONTO

Afastando-se de Bolsonaro, Republicanos dá apoio a Braide e deve fechar com Brandão

Cleber Verde: aliança com Eduardo Braide e aproximação com Carlos Brandão

Comandado no Maranhão pelo deputado federal Cléber Verde, o Republicanos apoiou a candidatura derrotada do presidente Jair Bolsonaro (PL) e participou da aliança formada em torno do senador Weverton Rocha (PDT), que concorreu ao Governo do Estado apoiado pelas forças bolsonaristas. Criticado aqui e ali como fisiologista r um dos esteios do Centrão, o Republicanos vem fazendo movimentos fortes no sentido de se livrar do carimbo de bolsonarista e de ser uma agremiação da direita radical. No plano nacional, entre outros fatos, o partido, que integrou a coligação com o PL em torno da candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição, veio a público ontem avisar que não concorda com a ação do PL, pressionado pelo presidente da República derrotado no pleito, pedindo, sem apresentar uma só réstia de ilegalidade no pleito. O Republicanos avisou que apoiará o Governo do presidente Lula da Silva (PT). No Maranhão, seguindo uma linha de independência, o Republicanos sinaliza que apoiará o Governo de Carlos Brandão (PSB), ao mesmo tempo em que declara apoio ao prefeito Eduardo Braide (PSD), inclusive participando do Governo municipal, deixando para trás o fato de que em 2020 o partido atuou como adversário do prefeito apoiando a candidatura do deputado estadual Duarte Jr., então no Republicanos, contra o atual prefeito.

Edivaldo Jr. deixa o PSD após entrada de Braide

Edivaldo Jr.: fora do PSD com entrada de Eduardo Braide

Como estava escrito nas estrelas, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. não aceitou a ideia de conviver e disputar espaço com o prefeito Eduardo Braide dentro do PSD e decidiu deixar o partido, conforme anunciou, quinta-feira, em suas redes sociais. “Estou me desfiliando do PSD. Agradeço mais uma vez a confiança de todos que apoiaram o nosso projeto nas eleições para governador. O meu compromisso segue firme com a população de São Luís e de todo o Maranhão”, anunciou o ex-prefeito, sem dar pistas sobre o seu futuro partidário.

Mesmo tendo desembarcado no PSD, em 2019, com o aval do presidente do nacional do partido, Gilberto Kassab, e tendo sido bem acolhido pelos chefes do partido no estado, o deputado federal Edilázio Jr. (presidente) e deputado estadual César Pires (secretário geral), Edivaldo Jr. não teve uma passagem feliz pelo partido.

Obstinado pela ideia de ser candidato a governador em 2022, com o propósito de criar condições para voltar à Prefeitura de São Luís em 2024, o ex-prefeito viu seu projeto desmoronar durante a corrida às urnas, ele ficou em 4º lugar, com míseros 2,5% dos votos, e amargou ter recebido apenas 51 mil votos em São Luís, onde esperava votação expressiva que lhe desse gás para brigar pelo Palácio de la Ravardière daqui a dois anos.

Agora sem partido e diante de um plantel desafiador de pré-candidatos – o prefeito Eduardo Braide (PSD), o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB), entre outros -, o ex-prefeito de São Luís terá de começar “do zero” o seu próximo projeto político. Poderá ser o de candidatar-se a prefeito, com chances parecidas com as de sua candidatura ao Governo do Estado. Ou recomeçar tentando uma cadeira na Câmara Municipal, onde começou sua bem-sucedida carreira política até o momento em que cometeu o erro de se isolar de aliados e tentar o Governo do Estado sem qualquer base política.

O gesto de sair do PSD mostra um rasgo de coerência. Um bom começo.

São Luís, 26 de Novembro de 2022.

Politicamente forte e bem articulado, Othelino expressa “deixa” de Brandão e é favorito para comandar Assembleia

Othelino Neto: enquadrado na “deixa” de Carlos Brandão sobre eleição para presidente da Assembleia Legislativa

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2023/2024 só será eleita no dia 1º de fevereiro do ano que vem, quando os 42 deputados eleitos e reeleitos em outubro serão empossados para a nova legislatura. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, a corrida pela presidência da Casa avança forte nos bastidores, e nela o deputado reeleito Othelino Neto (PCdoB), atual presidente, se consolida a cada dia como o nome mais forte e mais bem articulado para comandar o Poder Legislativo na primeira etapa do novo mandato. É verdade que ainda faltam nove semanas para a escolha do novo presidente pela maioria dos seus 41 colegas, entre os quais alguns que parecem dispostos a entrar na disputa. Mas é também rigorosamente verdadeiro que o atual presidente é, de longe, o nome mais destacado dessa corrida, o que o coloca na esteira do favoritismo. A começar pelo fato de que ele se enquadra inteiramente na “deixa” do governador reeleito Carlos Brandão (PSB), para quem o próximo presidente do parlamento estadual deve ser agregador e bem articulado.

O favoritismo do presidente da Assembleia Legislativa para novo mandato no comando da Casa está plenamente justificado. Primeiro, porque é fácil perceber o posicionamento dele no cenário político estadual, onde pontifica como uma das mais ativas e bem-sucedidas lideranças do atual tabuleiro político maranhense. E também pelo fato de que, embora isso não o diferencie dos demais deputados em matéria de direitos, deveres e prerrogativas parlamentares, os 84 mil votos que lhe deram o terceiro mandato parlamentar consecutivo são um argumento respeitável para avaliar o seu desempenho como articulador e agregador no arisco e nem sempre harmônico mundo da política partidária.

Não foi sem motivo que ontem o deputado reeleito Yglésio Moisés (ainda no PSB) assinalou, em discurso na tribuna, o fato de o governador Carlos Brandão ser um governante aberto ao diálogo com a classe política, e que aposta na escolha de um agregador para comandar a nova composição da Assembleia Legislativa. É, sem tirar nem botar, o caso do presidente Othelino Neto, que fortaleceu a natureza agregadora da sua ação política como coordenador político da vitoriosa candidatura do ex-governador Flávio Dino ao Senado. Ao longo da campanha, o presidente da Assembleia Legislativa foi incansável na tarefa de juntar pedras soltas em torno da chapa majoritária Carlos Brandão (governador – PSB)/Felipe Camarão (vice-governador – PT)/Flávio Dino (senador) no caminho para as urnas.

Em que pese o fato de ser o deputado Othelino Neto um político jovem, a experiência que viveu nos últimos quatro anos como político e chefe de Poder – pandemia, eleições municipais de 2020 e a corrida às urnas de 2022 – o tornou um político diferenciado, principalmente por ser um político antenado e realista. Os dois fatores foram decisivos para maneira arrojada e inovadora com que comandou o Poder Legislativo durante a pandemia do novo coronavírus, quando a Casa foi pioneira. Sua atuação produziu a credibilidade para completar o perfil da sua gestão.

São essas credenciais que fizeram com que vários deputados eleitos e reeleitos o procurassem para declarar apoio à sua eleição para o primeiro biênio da nova legislatura. Manifestaram essa posição os deputados eleitos e reeleitos Carlos Lula (PSB) – que saiu das urnas com mais de 80 mil votos -, Daniella Jadão (PSB), Rildo Amaral (PP), e Yglésio Moisés (PSB), para citar alguns exemplos. Houve também projetos de candidatura, como o do veterano deputado Arnaldo Melo (PP). Mas o fato é que, aos 47 anos, o economista, jornalista e auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado, e respeitado como político equilibrado e agregador, o deputado Othelino Neto chega ao terceiro mandato cacifado como favorito para continuar presidente da Assembleia Legislativa no primeiro biênio da nova legislatura. Exatamente como desenhou a “deixa” do governador Carlos Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Entrada de Braide no PSD define seu rumo, afeta Edivaldo Jr. e pode atrair o irmão

Eduardo Braide e Gilberto Kassab, emoldurados por Edilázio Jr. e Josivaldo JP no ato da filiação do prefeito ao PSD

O prefeito Eduardo Braide finalmente encontrou o seu caminho partidário ao se filiar, ontem, ao PSD, ainda comandado no Maranhão pelo deputado federal não reeleito Edilázio Jr.. O ato de filiação aconteceu na sede nacional do partido, em Brasília, com a bênção do comandante maior da agremiação, Gilberto Kassab. “Acabo de me filiar, em Brasília, ao Partido Social Democrático (PSD). Agradeço a confiança do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e o apoio dos deputados federais Edilázio Jr. e Josivaldo JP. É São Luís cada vez mais forte!”, declarou Eduardo Braide nas redes sociais, inclusive divulgando imagem do ato de filiação.

A filiação do prefeito Eduardo Braide ao PSD produz várias situações que chamam a atenção. A primeira delas é que, partidariamente definido, Eduardo Braide coloca a peça que faltava na locomotiva por meio da qual pretende se reeleger em 2024.

A segunda situação é a seguinte: com seu ingresso no PSD, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. dificilmente permanecerá no partido. Isso porque, até onde se sabe, ele alimenta o projeto de se candidatar ao Palácio de la Ravardière, mas agora sabe que a legenda será dada ao prefeito Eduardo Braide. Está claro que, se continuar no PSD, terá de se contentar em ser vice na chapa do prefeito, disputar uma cadeira na Câmara Municipal ou ficar de fora da eleição na Capital. O mais provável é que procure novo pouso partidário.

Se não vier a assumir o comando estadual ao partido, o prefeito Eduardo Braide provavelmente assumirá o controle do PSD na Capital, para ter assim o controle da agremiação. Nessa condição, é quase certo que faça com que seu irmão, o deputado estadual eleito Fernando Braide (PSC), aproveite a fusão desse partido com o Podemos, para migrar para o PSD, dando mais força política ao irmão. Mas como a política às vezes contraria a lógica, Fernando Braide pode vir a se converter ao novo Podemos.

E, finalmente, uma curiosidade: ao ingressar no PSD, o prefeito Eduardo Braide e o deputado federal reeleito Josivaldo JP voltam a conviver num mesmo partido. Explica-se: Josivaldo JP disputou a eleição de deputado federal em 2018 pelo PMN, mesmo partido de Eduardo Braide, que se elegeu e o candidato tocantino ficou como 1º suplente. Com a eleição de Eduardo Braide para a Prefeitura de São Luís pelo Podemos, Josivaldo JP assumiu a vaga na Câmara Federal, fez o dever de casa e se reelegeu. Em seguida, Eduardo Braide deixou o Podemos e ficou sem partido, enquanto Josivaldo JP teve passagem rápida e tumultuada pelo PTB e acabou no PSC. E em meio a essas reviravoltas partidárias, os dois voltam a ser colegas de partido.

Rejeição de pedido foi tiro de misericórdia na pretensão de Jair Bolsonaro de reverter o processo eleitoral

Jair Bolsonaro perdeu a última cartada com decisão de Alexandre de Moraes

Acabou. A decisão do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, de rejeitar a representação por meio da qual o PL, pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro, pretendeu tumultuar o processo eleitoral e abrir caminho para mudar o curso da História, foi o tiro de misericórdia na pretensão, já sem sentido algum, do mandatário de continuar no comando da Nação. O PL, controlado pelo notório Waldemar Costa Neto, pediu ao TSE que anulasse os votos de mais de 250 mil urnas relativas à votação do 2º turno, sem que tenha havido um só evento que levantasse suspeita em relação ao resultado de pelo menos uma delas. Ao receber a representação na terça-feira, o presidente do TSE deu 24 horas para que o chefe do PL adicionasse pedido de inclusão do mesmo pedido em relação às eleições do 1º turno. Como o PL não se manifestou no prazo, o presidente da Justiça Eleitoral rejeitou a representação, não apenas com argumentos jurídicos e normativos, como também com severas rebordosas contra o PL. Uma delas: o partido e seus dirigentes serão investigados por “litigância de má fé”, podendo parar na cadeia por tentar desestabilizar, sem qualquer argumento justificável, o sistema eleitoral brasileiro, reconhecido por instituições e especialistas do mundo inteiro como uma referência. Além disso, o PL será multado em R$ 20 milhões por conta da tentativa malfadada de também tentar tumultuar o processo eleitoral.

A decisão do presidente do TSE mandou para o espaço a última cartada do presidente Jair Bolsonaro para alimentar o sonho de permanecer morando no Palácio da Alvorada, e evitar, assim, sua volta à condição de cidadão comum, pela primeira vez sem a cobertura de mandatos populares, o que lhe garantia dizer o que vinha na cabeça, como, por exemplo, defender a tortura, o golpe militar, prometer fuzilar pessoas, sem ter de prestar contas à Justiça. Muitos veem como sombrio o mundo que aguarda o capitão aposentado Jair Bolsonaro.

São Luís, 24 de Novembro de 2022.

Brandão reforça discurso contra golpismo e diz que ação do PL “afronta a democracia”

Carlos Brandão critica pedido do PL para anulação de urnas e vê no ato afronta à democracia

“Mais uma afronta à democracia”. Foi assim que o governador Carlos Brandão (PSB), reeleito em turno único, reagiu ao pedido do presidente do PL, Waldemar Costa Neto, pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro e sem qualquer elemento concreto de prova, de anulação do resultado de mais de 250 mil urnas eletrônicas no 2º turno da eleição presidencial. Para o governador do Maranhão, a iniciativa dos chefes do PL, protocolada ontem no TSE, “mesmo com a comprovação de segurança nas urnas por parte do TCU, OAB e Forças Armadas”, não faz sentido. Carlos Brandão assinalou que respeitar a escolha do povo e a lisura das instituições “é o verdadeiro ato de patriotismo”. Na sua avaliação, em vez de criar tensão, “é hora de cuidar do Brasil”.

Num jogo de esperteza típico dos que tentam ganhar no grito e virar a mesa sem nenhum lastro, o chefe do PL e o presidente derrotado não incluíram no pedido o 1º turno do pleito, realizado em 2 de outubro com as mesmas urnas, e no qual foram eleitos 1.059 deputados estaduais, 513 deputados federais – entre eles os 90 do PL -, 27 senadores, 15 governadores, além dos dois candidatos para decidir a eleição presidencial em dois turnos. E no 2º turno, além do ex-presidente Lula da Silva, foram eleitos 12 governadores. O questionamento sem base do PL coloca em questionamento todos esses mandados, conquistados no dia 02 e no dia 30 de outubro em eleições limpas. E a reação do presidente do TSE, ministro Alexandre de Morais, foi precisa: o acatamento do pedido só será avaliado se o presidente do PL adicionar o 1º turno das eleições, apresentando provas robustas de indícios de fraude. Do contrário, o pedido nem será avaliado, exatamente por não conter indício comprovados de fraude.

Quase sempre usando um discurso moderado e conciliador, o governador Carlos Brandão tem elevado o tom diante dos movimentos de natureza golpista. Ele vem criticando duramente os bloqueios rodoviários financiados por empresários bolsonaristas, bem como as manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente a quartéis, pedindo “intervenção federal”, que traduzido para a linguagem do movimento significa “golpe militar”. Político consolidado em eleições limpas – dois mandatos federais, dois mandatos de vice-governador e agora reeleito governador no 1º turno, num processo eleitoral acima de qualquer suspeita, Carlos Brandão vem expondo sua indignação contra as investidas bolsonaristas contra as urnas eletrônicas já testadas e aprovadas.

Convicto de que nada de errado ocorreu no processo eleitoral deste ano, e de que todos os mandatos conquistados estão lastreados pela legalidade, o governador reeleito do Maranhão vem se posicionando de maneira firme e contundente, por entender que o Brasil e suas instituições, a começar pela Justiça Eleitoral, não podem ser submetidos a pressões de inconformados com a derrota, a começar pelo presidente da República. No seu entendimento, as eleições de 2022 no Brasil, uma das mais seguras e acompanhadas desde a implantação do sistema de votação eletrônica, nos anos 90 do século passado, sem que nenhum caso de fraude tenha ocorrido até hoje.

O governador reeleito do Maranhão tem mostrado convicção de que o processo eleitoral deste ano está consolidado e que tentativas de o desestabilizar com movimentações golpistas não vão mudar o roteiro do que tem sido eleições o Brasil nas últimas décadas: os eleitos serão diplomados e exercerão seus mandatos em toda sua plenitude. Ele próprio, que está fechando um mandato legítimo, que exerceu como vice do governador Flávio Dino (2015/2018 e 2019/2022), para iniciar o seu próprio mandato (2023/2027), em relação ao qual não aceita qualquer questionamento.

PONTO & CONTRAPONTO

Yglésio assume pré-candidatura a prefeito de São Luís disparando contra Braide

Yglésio Moises intensifica ataques contra gestão de Eduardo Braide

O deputado estadual reeleito Yglésio Moisés (ainda no PSB), está fechando o atual mandato como pré-candidato assumido à Prefeitura de São Luís. E o faz disparando quase que diariamente torpedos na direção do prefeito Eduardo Braide (ainda sem partido) e, até onde pé sabido, candidato à reeleição. Ontem, por exemplo, o deputado festejou a derrubada, pela Câmara Municipal, de 17 vetos aplicados pelo prefeito a matérias propostas por vereadores e aprovadas pela Casa. “Nunca na história da Prefeitura de São Luís, um prefeito teve tantos vetos derrubados dentro de uma sessão”, disparou o parlamentar. Para reforçar o ataque, Yglésio Moisés avalia que os projetos vetados e que agora serão promulgados pela Câmara Municipal são importantes para São Luís, “são importantes para São Luís”. Um deles é o Fundo Municipal de Combate ao Câncer, tema ao qual Eduardo Braide dedicou muito dos seus mandatos parlamentares.

Ainda sem destino partidário definido, não estando certo de que permanecerá no PSB, onde caiu em desgraça depois que abraçou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Yglésio Moisés indica, com clareza, que dedicará os dois primeiros anos do seu novo mandato disparando contra o prefeito Eduardo Braide, que o triturou na disputa municipal de 2020.

Rildo Amaral vai focar novo mandato na corrida à Prefeitura de Imperatriz

Rildo Amaral: vai focar mandato na corrida à Prefeitura de Imperatriz

O deputado estadual reeleito Rildo Amaral (PP) está encerrando o atual mandato rascunhando o projeto mais ousado da sua carreira política até aqui: pavimentar a estrada que o levará à Prefeitura de Imperatriz na dura disputa que será ali travada em 2024. Sua candidatura é tida como ‘certa e irreversível. Trata-se um projeto que começou a ser imaginado em 2020, quando ele fez um pacto o conterrâneo deputado estadual Marco Aurélio, então no PCdoB. Vereador por dois mandatos com votações expressivas, e deputado no segundo mandato tendo por base vital o eleitorado imperatrizense, Rildo Amaral desponta como um pré-candidato que tem todas as condições de viabilizar uma candidatura forte e competitiva na Princesa do Tocantins. Sabe que enfrentará adversários com elevado poder de fogo. Um é Clayton Noleto (PCdoB), que já se anunciou pré-candidato, depois de receber votação expressiva como candidato não eleito a deputado federal. O outro é Mariana Carvalho, que também teve expressiva votação em Imperatriz como candidata a deputada federal pelo PSC.

São Luís, 23 de Novembro de 2022.

Famem: eleição de Ivo Rezende mostra força de Brandão e desmonta o esquema de Weverton

Ivo Rezende comemora a eleição para a presidência da Famem com o governador Carlos Brandão e prefeitos, no Palácio dos Leões

A eleição do prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), para a presidência da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), recebendo 184 dos 212 prefeitos filiados – cinco municípios não são filiados -, marca uma virada completa nos rumos da entidade municipalista. E essa mudança radical produz duas situações bem claras e definidas. A primeira é a força do grupo político construído pelo ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB) e agora comandado pelo governador reeleito Carlos Brandão (PSB), que conseguiu criar um ambiente de unidade na organização, o que resultou na formação de uma só chapa, presidida pelo agora presidente eleito Ivo Rezende. A segunda é a demolição do último pilar de sustentação do arrojado e ambicioso esquema de poder montado pelo senador Weverton Rocha (PDT), no qual apostou todas as suas fichas para chegar ao Palácio dos Leões, mas que resultou num fracasso retumbante. A partir da posse de Ivo Rezende, em janeiro, a Famem caminhará alinhada ao Palácio dos Leões.

O projeto que resultou na aclamação do prefeito Ivo Rezende começou antes do 1º turno das eleições gerais e ganhou força com a eleição do governador Carlos Brandão em turno único, neutralizando qualquer movimento destinado a lançar um candidato de oposição. Outros nomes do grupo governista – como os prefeitos de Coelho Neto, Bruno Silva (PP), e de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos) -, que vinham se articulando, abriram mão de seus projetos diante do avanço de Ivo Rezende, que inicialmente conquistou o apoio do Palácio dos Leões, num trabalho bem articulado do seu padrinho político, Miltinho Aragão (PSB), ex-prefeito de São Mateus.

O governador Carlos Brandão, apoiado pelo senador eleito Flávio Dino, orientou o núcleo de articulação palaciano e os líderes partidários da aliança governista a darem suporte político ao prefeito de São Mateus. Sob as bênçãos dos Leões, a candidatura de Ivo Rezende voou alto e não encontrou adversário. O resultado, já previsto, foi consumado ontem. E não foi sem razão que, tão logo foi confirmado, Ivo Rezende foi ao Palácio dos Leões acompanhado de mais de uma centena de prefeitos, que ali foram convidados pelo governador a participar do seu projeto de Governo.

O triunfo do candidato governista significou o desmonte do último pilar do esquema político arquitetado em 2018 pelo então senador eleito Weverton Rocha (PDT), que aproveitou a maré cheia da eleição, atropelou aliados e emplacou o homem forte do seu esquema de poder, o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), no comando da Famem, conseguindo reelege-lo em 2021, garantindo assim o suporte da entidade como um dos eixos políticos da sua candidatura. Ao longo da campanha, ficou muito claro que, caso o senador Weverton Rocha fosse eleito governador, o prefeito Erlânio Xavier comandaria o processo sucessório emplacando um aliado no comando da Famem.

O fato é que, atropelado pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), Weverton Rocha viu seu projeto de poder ser transformado em fumaça. O desmonte do seu esquema político foi tão forte, que ele e seu grupo sequer cogitaram lançar um candidato. E o que é mais surpreendente, Erlânio Xavier falou como se tivesse contribuído para unificar a Famem em torno de Ivo Rezende. Na verdade, ele só adotou o discurso da unidade depois que as favas estavam contadas pelo poder de fogo do PSB e do Palácio dos Leões.

Um dos destaques da novíssima geração de políticos maranhenses, integrada, por exemplo, pelo vice-governador eleito Felipe Camarão (PT), a deputada federal eleita Amanda Gentil (PP) e a vice-prefeita de Pinheiro e eleita 1ª suplente de senador eleito Flávio Dino, Ana Paula Lobato (PSB), o prefeito Ivo Rezende ganhou o cargo e o desafio de virar a página na Famem, dando à entidade a devida estatura política e, principalmente, reforçando nela o papel de grande porta-voz da causa municipalista no Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

São Luís 2024: Dino diz que há tempo para planejar, definir candidato e ganhar a eleição

Flávio Dino avalia que, além de Duarte Jr., o grupo tem “bons nomes” para enfrentar o prefeito Eduardo Braide, que é forte

Erra feio quem pensa que “ainda está muito cedo” para se falar em eleições municipais. É claro que ainda não é tempo de se definir candidaturas como fatos consumados, e que ainda não dá para sair por aí em campanha. Tudo bem, faltam 700, o que equivale a 22 meses, é verdade. Mas há também uma verdade óbvia: a corrida às prefeituras já é item de ponta na agenda de prefeitos e partidos, é pauta forte em conversas de deputados estaduais e federais, e figura também com destaque no roteiro político do Palácio dos Leões.

Ontem, o ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB) foi provocado sobre a corrida sucessória em São Luís – assunto da edição de ontem desta Coluna -, e fez a ponderação do tempo que falta, mas deixou claro que a disputa pelo Palácio de la Ravardière é prioridade no seu partido, o PSB, e nos demais partidos do seu grupo. E desviando da pressão sobre nomes, admitiu que o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. é “candidato natural”, mas disse que há outros “bons nomes”, que terão de ser avaliados pelo grupo de partidos da base governista. E sugeriu um roteiro: 2023 será o ano do “planejamento”, para que candidaturas sejam definidas em 2024. E no aso de São Luís, encontrar um candidato que agregue, vá para um segundo turno e vença a eleição.

Sem dizer uma palavra nesse sentido, o experiente Flávio Dino deixou no ar a impressão de que considera o prefeito Eduardo Braide um adversário difícil de ser batido.

Erlânio Xavier diz que PDT vai fazer oposição a Brandão. Vai mesmo?

Erlânio Xavier: PDT na oposição

O prefeito de Igarapé Grande e ainda presidente da Famem Erlânio Xavier, sinalizou ontem, em conversa com jornalistas, que o PDT, do qual é um dos chefes de ponta, fará oposição ao governador Carlos Brandão. Rascunhou uma tendência que vem sendo esboçada pelo senador Weverton Rocha, presidente do partido.

Em política, porém, em momentos como o de agora, declaração desse porte, feita por preposto, sem conotação oficial de uma posição partidária para valer, costuma ser interpretada por dois vieses.

Um deles dá a ela o sentido de rompimento, de declaração de guerra a ser mantida sem trégua até onde for possível. O outro é o de provocação, por meio da qual o provocador, no caso a cúpula do PDT, tenta medir o ânimo do provocado, no caso o governador Carlos Brandão. E, a partir daí, definir um posicionamento.  

Nas suas manifestações recentes, o governador Carlos Brandão tem dito que quer trabalhar com todos “que quiseram” se alinhar ao governo, deixando claro também que, quem não quiser, que siga seu rumo. Ou seja, se resolver embainhar o facão, o PDT pode voltar a ser um aliado de proa, como o foi até o rompimento comandado pelo senador Weverton Rocha. Se resolver fazer oposição, será tratado como adversário. E ponto final.

São Luís, 22 de Novembro de 2022.

Brandão apoiará aliados na corrida a prefeituras e deve dar atenção especial à disputa em São Luís

Carlos Brandão pode lançar Duarte Jr., Paulo Victor, Márcio Jerry ou Rubens Jr. contra Eduardo Braide na corrida à Prefeitura de São Luís no pleito de 2024

Tão logo inicie o novo mandato e consolide a implantação do novo Governo, que terá a sua identidade, tanto no aspecto administrativo, quanto no viés político, o governador Carlos Brandão (PSB) começará também a montar as peças no tabuleiro onde se dará a grande disputa por prefeituras em 2024. E não é segredo para ninguém que ele alimenta um projeto desafiador e muito complicado, que é emplacar um aliado no comando da Prefeitura de São Luís, contribuindo para alterar, pelo menos momentaneamente, a tradição segundo a qual a Capital sempre elege um prefeito que atua na contramão do Governo do Estado. Não se trata de uma obsessão de lançar um candidato para simplesmente derrotar o prefeito Eduardo Braide (sem partido), mas de ter no Palácio de la Ravardière alguém com quem possa montar parcerias em favor de São Luís. O governador tem na sua base de sustentação nomes expressivos, como o deputado estadual e federal eleito Duarte Jr. (PSB), o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB), o deputado federal reeleito Márcio Jerry (PCdoB), entre outros que começam a se articular, como o deputado federal reeleito Rubens Jr. (PT).

O governador Carlos Brandão sabe que o prefeito Eduardo Braide é um político hábil, que joga com os dois pés, e que tem sido até aqui bem avaliado, com índices elevados de aprovação, o que o torna um adversário difícil de derrotar, ainda mais estando no comando na máquina como candidato à reeleição. Para enfrentá-lo com chance de sucesso, o candidato governista terá de estar afinado com o eleitorado e ser embalado por um grande suporte político-partidário. Do contrário, correrá o sério risco de ser abatido nas urnas. Com a experiência que já acumulou avaliando os pleitos mais recentes, o governador, que é um político prático, objetivo e de bom faro, certamente usará todo o seu poder de fogo para escolher o candidato certo para enfrentar o prefeito Eduardo Braide.

Todas as listas de nomes governistas para disputar a Prefeitura de Luís são encabeçadas pelo deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr.. E a razão é óbvia: ele disputou com o prefeito em 2020 e foi para o turno decisivo com o então deputado federal Eduardo Braide como um adversário ameaçador. Seu desempenho, associado agora à eleição para a Câmara Federal, com mais de 80 mil votos em São Luís, reforça sua condição de favorito no grupo. Duarte Jr. é ousado, dedica parte de praticamente todos os seus dias a discutir problemas de São Luís, agora como opositor assumido e constante da atual gestão. Tem dito e repetido que será candidato “de qualquer maneira” ao Palácio de la Ravardière. E a julgar pelo arrojo com que faz política, principalmente nas redes sociais, onde atua com eficiência, poucos duvidam que ele sairá candidato, com ou sem o aval do Palácio dos Leões. Com a frieza do político que mede seus adversários e estuda como enfrentar cada um deles, o prefeito Eduardo Braide certamente vai se preparar para tentar neutralizar as investidas do deputado do PSB.

Na lista dos potenciais candidatos ao Palácio dos Leões, o vereador Paulo Victor (PCdoB), presidente eleito da Câmara Municipal, desponta como um “fato novo e promissor” no cenário político, o que o credencia a aspirar a vaga de candidato a prefeito. Há apenas dois anos no exercício do seu primeiro mandato eletivo, Paulo Victor saiu do anonimato para o epicentro da política ludovicense como um “furacão”. Para começar, usando uma habilidade política surpreendente, saiu “do zero” na disputa para a presidência da Câmara, desmontou o projeto do prefeito Eduardo Braide de eleger o vereador Gutemberg Araújo (PSC) e terminou eleito por aclamação. Logo em seguida, outra surpresa: convocado pelo governador Carlos Brandão, com o aval do PCdoB, assumiu a Secretaria de Cultura e comandou uma das mais animadas e bem organizadas festas juninas do Maranhão nos últimos tempos, transformando São Luís num grande arraial. E, finalmente, foi o mais eficiente chefe da campanha do governador Carlos Brandão na Capital. Já avisou que não pretende se reeleger vereador, dando assim um recado direto de que é candidatíssimo a candidato a prefeito.

O deputado federal Márcio Jerry tem, sem dúvida, um bom e diversificado cacife. Além de ser um dos principais integrantes do núcleo político do governador Carlos Brandão, é o nome mais ligado ao senador eleito Flávio Dino (PSB). Como secretário das Cidades, deu várias mostras de que pode comandar uma gestão eficiente na Prefeitura de São Luís, caso consiga ser o candidato e realize a proeza de derrotar o prefeito Eduardo Braide nas urnas. Já se colocou à disposição, embora não tenha o projeto de candidatura como prioridade. E o deputado federal Rubens Jr., que não aventou ainda a possibilidade de vir a entrar na disputa, é por muitos apontado como o nome que o PT poderá lançar, caso o partido cumpra a meta de lançar candidatos a prefeito em pelo menos 50 municípios maranhenses, a começar pela Capital, anunciada pelo presidente do partido, Francimar Melo.

A julgar pelo ânimo que move a base governista na direção de São Luís, o prefeito Eduardo Braide tem razões de sobra para fortalecer o cacife que o torna favorito na disputa de aqui a dois anos. O governador Carlos Brandão pensa diferente.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino joga aberto sobre seu futuro no Governo Lula

Flávio Dino reafirma: pode apoiar Lula da Silva no Governo, como ministro, ou no Senado

“Não houve nem sondagem. Participo da transição, com outros colegas. A decisão do presidente Lula deverá sair somente em dezembro. Quando digo que vou colaborar, pode ser como integrante do governo ou como senador”.

Foi a resposta mais direta e objetiva dada pelo senador eleito Flávio Dino (PSB) às intensa especulações a respeito do seu futuro e Brasília, onde muitos acham que ele vai ser convocado pelo presidente eleito Lula da Silva (PT) para comandar um ministério, em especial o da Justiça e Segurança Pública, se for mantido assim. Ao mesmo tempo, é difícil imaginar o ex-governador do Maranhão no comando de um Ministério da Justiça enxugado, sem o controle, por exemplo, das Polícias Federal e Rodoviária Federal.

Flávio Dino está muito à vontade para colaborar com o governo do presidente Lula da Silva. O fará entusiasticamente no Senado, onde o presidente vai precisar de um bom articulador, função na qual se mostrou eficiente quando governou o Maranhão por sete anos e meio.

Sucessão na Assembleia avança nos bastidores e Othelino Neto é forte

Othelino Neto: favorito para comandar a AL em 2023/2024

Se não ocorre a céu aberto, com movimentos e declarações públicas, a corrida para a presidência da Assembleia Legislativa avança intensamente na discrição dos bastidores. Quem conhece a fundo o jogo do poder no Palácio Manoel Beckman avalia que o desfecho mesmo só ocorrerá no final de janeiro, quando os Governos do presidente Lula da Silva e do governador Carlos Brandão estiverem montados. Porém, nada disso impede que as conversas para definir votos aconteçam com a intensidade de sempre. Há quem diga que o presidente Othelino Neto (PCdoB) já contaria com maioria entre os deputados eleitos e reeleitos para emplacar o primeiro mandato presidencial da próxima legislatura.

São Luís, 21 de Novembro de 2022.

Ao defender manifestações antidemocráticas, deputada pode ter cometido crime

Mical Damasceno, ao defender atos criminosos, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa

A deputada estadual Mical Damasceno (PSD) discursou ontem na tribuna da Assembleia Legislativa,- um espaço consagrado `à liberdade – em defesa dos partidários inconformados do presidente Jair Bolsonaro (PL) acampados em frente a quartéis em protesto contra o resultado da eleição em que ele foi derrotado pelo ex-presidente Lula da Silva (PT), e tentando convencer os militares a golpearem a democracia. Pela letra da Constituição do Brasil em vigor, esses manifestantes estão cometendo um crime contra a democracia. Isso porque não aceitam a derrota do candidato deles, mas não apresentam um só argumento que justifique sua atitude golpista. Ao discursar apoiando tal movimento, a deputada Mical Damasceno pode também estar cometendo o mesmo crime, à medida que está usando o seu mandato parlamentar para respaldar atos antidemocráticos, os quais, vale repetir, são crimes previstos na Constituição da República Federativa do Brasil.

A deputada afirmou, no seu pronunciamento, que são manifestações “populares e espontâneas”. Não são. E o caso dos caminhoneiros exemplifica bem o crime: grupos, financiado por empresários ligados ao presidente derrotado, sem nenhum argumento legalmente válido ou, pelo menos, compreensível, interromperam o fluxo de pessoas, alimentos, produtos de primeira necessidade e materiais os mais diversos, e agrediram as instituições em protesto contra o resultado da eleição. O correto seria reunir provas de distorções e formalizar questionamento na Justiça Eleitoral. Não o fizeram porque não têm o que argumentar. O resultado é que agora os suspeitos de desrespeitar o estado democrático de direito vão responder por diversos crimes e poderão ter a cadeia como destino. Ou seja, as manifestações não são espontâneas e parte dos manifestantes, inclusive usando crianças – também considerado um crime a mais -, está sendo usada como massa de manobra.

A deputada Mical Damasceno reforça o seu discurso antidemocrático e antiparlamentar quando defende manifestantes que pedem às Forças Armadas para violarem a estabilidade democrática rasgando a Constituição por meio de um golpe. Se não estão pedindo um golpe, por que protestam em frente a quartéis? A deputada, se não sabe, deveria saber que nenhuma linha da Constituição do Brasil autoriza as Forças Armadas a se envolverem onde não lhes cabe. Para uma professora que sabe a Bíblia de cor e salteado, e leva ao extremo a politização da sua religião, a deputada Mical Damasceno deveria saber também que a participação das Forças Armadas no processo eleitoral foi sempre fazer segurança pública e apoiar a organização material das eleições com a sua ampla e reconhecida base logística. Nada de se intrometer no sistema e no processo de votação, como tentou fazer agora e fracassou, depois de ter gastado indevidamente boa soma de recursos públicos. Baseadas em quê? Para quê? A deputada Mical Damasceno bem que poderia explicar isso.

Quando dá suporte tão enfático às manifestações, dizendo-se “triste” com o fato de os atos estarem sendo identificados como antidemocráticos, a deputada Mical Damasceno parece não se dar conta de estar colocando em dúvida a eleição da Assembleia Legislativa em 2 de Outubro, e a sua própria reeleição. Lá nas profundezas do seu radicalismo de direita, ela sabe que não há qualquer dúvida quanto à lisura das eleições. Isso quer dizer que a deputada Mical Damasceno tem ciência plena de que o candidato Lula da Silva (PT) venceu a corrida ao Palácio do Planalto no 1º e no 2º turno, derrotando o candidato Jair Bolsonaro. Tem cravado na sua consciência que não faz sentido o chororô dos partidários do presidente derrotado.

Chama a atenção, portanto, o fato de a deputada Mical Damasceno contrariar frontalmente a posição do seu partido, o PSD, que é de centro-direita, mas com perfil rigorosamente democrático, contrário, enfim, a qual tipo de agressão à ordem institucional estabelecida, e cujo presidente, Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo, não concorda como o movimento golpista por ela defendido e incentivado. Surpreende que ela ataque o Supremo Tribunal Federal sem apontar uma decisão que, por arbitrária, tenha-lhe afetado os direitos de cidadã. Ou seja, sem motivo e sem razão, apenas motivada pela marola antidemocrática sem futuro.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino quer desarmar o País tirar fuzis das mãos dos CACs

Flávio Dino advoga a entrega de armas pesadas ao Estado

O senador eleito Flávio Dino (PSB) está decidido a fazer o que for possível – legalmente, claro, – para diminuir o arsenal de armas pesadas que se encontra espalhado nos quatro cantos do Brasil nas mãos dos colecionadores chamados CACs. São milhares de fuzis de grosso calibre e milhões de munições, adquiridos na onda de facilitação de acesso a armas proporcionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na sua sanha de rasgar inteiramente a legislação de controle de armas duramente alcançado ao longo de anos de negociação no Congresso Nacional.

Em público, o presidente Jair Bolsonaro justifica sua política armamentista dizendo que o cidadão precisa ter uma arma para se defender da bandidagem. Mas na escandalosa reunião ministerial de 2021, o presidente revelou suas verdadeiras intenções: armar seus apoiadores para defende-lo não se sabe de quê.

A proposta do senador eleito Flávio Dino, que está cotado para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é que, além de suspender os decretos presidenciais que quebraram as regras do Código de Armas, essas regras sejam restauradas. E com um dado a mais: quem for portador de arma de grosso calibre, como fuzil, terá de entrega-lo ao Estado. Só assim o país se livrará do arsenal hoje nas mãos de partidários do presidente derrotado nas urnas.

Roberto Costa pede IML para Bacabal, cidade-polo da região do Médio Mearim

Roberto Costa reforça pedido de unidade do IML para Bacabal

Embalado pela reeleição, o deputado estadual Roberto Costa (MDB) fez ontem mais um movimento para reforçar o papel de Bacabal como cidade-polo da Região do Médio Mearim. Da tribuna da Assembleia Legislativa, ele voltou a pedir a instalação de um Instituto Médico Legal (IML) na cidade. Segundo o líder emedebista, os moradores dos municípios daquela região, em especial a população de Bacabal, reclamam uma unidade do IML para o município, para melhorar o trabalho da polícia na solução de crimes. O deputado disse que já conversou com governador Carlos Brandão sobre o assunto. “Bacabal tem o Hospital Regional Laura, que atende aquela região, e a UPA de Bacabal, que tem prestado um grande serviço não somente ao município, mas a outras cidades vizinhas. A instalação de um IML é, portanto, fundamental”, finalizou.

São Luís, 18 de Novembro de 2022.

Madeira: Brandão quer novo Governo focado no emprego, com participação de aliados e muita transparência

Serbastião madeira durante entrevista à jornalista Carla Lima para o portal imirante.com

O Governo em curso é, e continuará sendo, a continuação do Governo Flávio Dino até o dia 31 de dezembro. Autorizado pelas urnas, com vitória no 1º turno, o governador Carlos Brandão (PSB) fará um novo Governo, que começará no dia 1º de Janeiro e terá sua equipe montada em fevereiro, manterá e, se possível, ampliará os programas sociais implantados no Governo anterior, como os restaurantes populares e os avanços na saúde, por exemplo, mas terá a geração de emprego e renda como prioridade máxima em toda a sua duração. No campo político, o governador vai abrir espaço para aliados numa gestão compartilhada, e também estabelecer relações republicanas e produtivas com as instituições de Estado, os partidos políticos e as organizações da sociedade civil. Não pretende interferir na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que é prerrogativa dos deputados, mas espera que o presidente escolhido seja um agregador afinado com o seu Governo, e não um gerador de crises. O governador Carlos Brandão quer, finalmente, realizar um Governo transparente, no qual o cidadão e o contribuinte saibam o que está acontecendo.

Esse perfil e esse conjunto de propósitos do Governo que será instalado no início do novo ano no Maranhão foram traçados ontem pelo secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, em entrevista à jornalista Carla Lima para o portal imirante.com. Com sólida experiência política e muita habilidade com as palavras, Sebastião Madeira traçou um perfil bem delineado do é e do que será o Governo Carlos Brandão, e mandou recados em todas as direções, sendo os mais diretos direcionados ao Palácio Manoel Beckman, sede do Poder Legislativa, onde os atuais deputados, os reeleitos e os mandados para casa, se preparam para votar o Orçamento do Estado para 2023, e os reeleitos e   se movimentam intensamente em articulações visando a eleição do novo presidente.

Dos recados mandados informalmente, e de maneira adequada, pelo tarimbado chefe da Casa Civil, um dos mais contundentes foi o de que os programas sociais em andamento serão mantidos. Durante a campanha, o governador e candidato à reeleição Carlos Brandão enfatizou os restaurantes populares, que já são mais de 170, chegariam a todos os municípios, e que no campo da Saúde, além da conclusão das obras em andamento, como a do Hospital da Ilha, em São Luís, implantará mais 18 clínicas para idosos. Outro recado enfático foi ode que o Governo se empenhará obstinadamente para buscar investimento, crescimento e emprego. “O governador Carlos Brandão se preocupa muito com emprego, crescimento, renda. Ele vai dar atenção especial à geração de riqueza”, disse o chefe da Casa Civil.

Sebastião Madeira foi claro ao afirmar que o governador Carlos Brandão não pretende se envolver diretamente na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa. Mas deixou no ar uma brecha que leva à conclusão de que sua base aliada no Poder Legislativo atuará para garantir que o futuro presidente da Assembleia Legislativa seja um parceiro, e não um criador de caso. Sebastião madeira foi categórico ao afirmar que o governador até agora não manifestou preferência nessa disputa, mas nos bastidores começam a surgir sinais de que, reeleito para novo mandato parlamentar, o presidente Othelino Neto (PCdoB) caminha firme para ser esse nome de consenso, ou pelo menos o candidato mais forte, se houver disputa.

Um dos membros do “núcleo de ferro” do Governo, Sebastião Madeira prevê que, apesar dos desafios, como o de continuar investindo, apesar da queda, Carlos Brandão fará um Governo bem-sucedido. “Ele está preparado. Tem Inteligência emocional para juntar a classe política, como já fez na Famem e como vai fazer com a Assembleia Legislativa e com as entidades civis – hoje mesmo recebe o presidente da Fiema. Quer fazer um Governo compartilhado”, concluiu o chefe da Casa Civil, com a autoridade de quem é o responsável pela coordenação do Governo e por fazer a ponte entre o governador e o resto do mundo.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino cada vez mais perto da Esplanada dos Ministérios

Flávio Dino está na equipe de Justiça e Segurança Pública

Ao ser nomeado ontem como um dos responsáveis pelo processo de transição no Governo da República na área de Justiça e Segurança Pública, o senador eleito Flávio Dino (PSB) ficou mais perto da Esplanada dos Ministérios no Governo do presidente Lula da Silva (PT). Entre políticos e jornalistas de Brasília que estão acompanhando de perto essa mudança, a esmagadora maioria está convencida de que o ex-juiz federal, ex-deputado federal, ex-governador do Maranhão e agora senador eleito dificilmente não será convidado para o Ministério da Justiça. Há, porém, dificuldades nesse processo, e o principal deles é o projeto de criação do Ministério da Segurança Pública, que levaria junto as Polícias Federal e Rodoviária Federal, reduzindo drasticamente o tamanho, a importância e poder de fogo do Ministério da Justiça. Essa pasta emagrecida não interessa ao ex-governador do Maranhão, que nesse caso prefere exercer seu mandato senatorial, por meio do qual poderá dar um suporte político e legislativo ao Governo Lula. O que importa é que Flávio Dino tem cacife para contribuir decisivamente para o futuro do País.

Lula reposiciona o Brasil como protagonista da cena mundial

Lula da Silva reposiciona o Brasil no concerto das nações na Conferência da ONU no Egito

Como foi gratificante ver o presidente eleito Lula da Silva (PT) recolocar o Brasil no cenário mundial, ontem, com um discurso histórico, de estadista, na Conferência da ONU sobre Clima, no Egito. Recebido com honras dedicadas a um chefe de Estado respeitado, o presidente eleito do Brasil retomou, num espaço oficial do evento dedicado a convidados especialíssimos, a sua condição de militante universal da causa ambiental. Ele se reapresentou como defensor obstinado dos biomas brasileiros, em especial a Amazônia, e como cobrador incansável de providências amplas e urgentes dos países ricos para defende-los por meio de parcerias, sem abrir mão de um centímetro da nossa autonomia política e integridade territorial. Ao mesmo tempo, resgatou o protagonismo do Brasil como um dos pilares do equilíbrio da cadeia global de produção de alimentos. Sua fala teve repercussão imediata dentro e fora da Conferência, com vários chefes de Estado e embaixadores plenipotenciários demonstrando clara satisfação com a volta do Brasil ao concerto das nações. Com certeza, a grande maioria dos brasileiros se viu recolocada no mundo civilizado com o discurso. Entre esses milhões, provavelmente, muitos que não o apoiaram nas eleições, mas que agora, diante do que está acontecendo, começam a se dar conta de que o Brasil está respirando um ar indiscutivelmente mais leve, apesar do odor de golpismo que ainda é sentido em alguns espaços.

São Luís, 17 de novembro de 2022.