Arquivos mensais: abril 2023

Braide vira o jogo, põe fim à greve e tem uma prévia de quem pode ser adversário em 2024

Eduardo Braide confirmou durante a greve que Duarte Jr., Paulo Victor, Neto Evangelista,
Carlos Lula e Wellington do Custo estão agindo para serem seus adversários em 2024

Como estava previsto por observadores mais atentos, o prefeito Eduardo Braide (PSD) usou as cartas que o cargo de confere, fez um acordo com empresários e rodoviários e colocou ponto final na greve no sistema de transporte de massa de São Luís, que deve voltar à normalidade nesta segunda-feira, 1º de Maio. Se de um lado a greve em si foi mais um episódio revelador da necessidade de que esse sistema – cuja “morte” foi anunciada pelo vereador Astro de Ogum (PCdoB) -, deve passar por uma mudança radical, de outro, de outro, ela trouxe à tona a revelação de quem está, de fato, se movimentando para encarar o prefeito, que é candidato à reeleição, na corrida às urnas daqui a 17 meses. Vieram à tona o deputado federal Duarte Jr. (PSB), o vereador e presidente da Câmara Paulo Victor (PCdoB), e os deputados estaduais Carlos Lula (PSB), Neto Evangelista (UB), Yglésio Moisés (ainda no PSB) e Wellington do Curso (PSC), que não pouparam o prefeito Eduardo Braide de duras críticas, todos sinalizando claramente que seu alvo é o Palácio de la Ravardière.

Durante a semana de greve que deixou 700 mil ludovicenses sem transporte de massa, esses potenciais candidatos dispararam artilharia pesada contra o prefeito de São Luís. Em discursos duros, declarações ácidas e postagens “pesadas”, eles acusaram o prefeito de “omissão” e “despreparo”, para dizer o mínimo, jogando sobre seus ombros toda a responsabilidade pela paralização, e por via de consequência, todo o sufoco vivido pelos usuários de transporte de massa durante a permanência dos ônibus nas garagens. E sinalizaram que, cada um a seu modo, vai manter a administração municipal na alça de mira.

Considerado até aqui o mais forte e assumido adversário do prefeito Eduardo Braide, o deputado federal Duarte Jr. não tem dado trégua ao atual dirigente ludovicense, acusando, atacando a gestão dele diuturnamente nas suas redes sociais, onde tem milhares de seguidores. Por sua vez, Paulo Victor, que atualmente é secretário estadual de Cultura, tem dado declarações fortes e postados petardos contra o prefeito, numa sinalização de que está, de fato, no jogo, e que, além realizar grandes festas juninas agora e em 2024, e um carnaval naquele ano, joga com o peso de ser discretamente avalizado pelo Palácio dos Leões.

O deputado Carlos Lula tem jogado pesado como adversário e crítico do prefeito Eduardo Braide. Em dos expoentes maiores do que se identifica como grupo ligado ao senador licenciado Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça e Segurança Pública, o deputado Carlos Lula tem usado com frequência a tribuna da Assembleia Legislativa pata tecer deveras críticas à atual gestão de São Luís, sem dizer que pretende se candidatar, mas sem negar essa pretensão. Na mesma linha, o deputado Neto Evangelista, que foi especialmente duro com o prefeito da Capital num discurso feita na quinta-feira, ele apontou o prefeito como “o único responsável pela greve nos ônibus e pelo sofrimento da população”. O parlamentar tem deixado no ar a impressão de que está se preparando para disputar a Prefeitura.

Com o argumento de quem já assumiu a pré-candidatura a prefeito, o deputado Wellington do Curso tem retido com frequências suas costumeiras a críticas ao prefeito da Capital, e sempre alimentando o seu projeto de candidatura. Um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís mais assumidos, deputado Yglesio Moises fez uma crítica moderada ao prefeito Eduardo Braide, a quem também defendeu afirmando que os argumentos técnicos usados pelo prefeito estão corretos. A moderação de Yglésio Moises tem a ver com a sua migração da esquerda para a direita, campo ideológico ao qual pertence o prefeito Eduardo Braide.

Movido pelo que alguns identificam como “inteligência emocional”, que lhe dá o controle da situação, mesmo sob artilharia pesada, o prefeito Eduardo Braide segurou a língua e não respondeu a nenhuma das pedradas verbais disparadas na sua direção nos dias de greve. Sabe que é só o começo e deve estar armazenando munição para contra-atacar na hora certa.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão comemora com inaugurações os 212 anos de Grajaú

Grajaú completou 212 anos com festa liderada por Mercial
Arruda e Carlos Brandão, com a presença de Iracema Vale,
Ricardo Arruda, Roberto Costa, Rubens Jr. e Antônio Pereira

Um dos municípios mais importantes do Maranhão, principalmente pela sua história, Grajaú completou ontem 212 anos (77.380 dias) de emancipação política. Sob o comando do prefeito Mercial Arruda (MDB), que a administra com correção e honradez pela sexta vez – seu primeiro mandato foi conquistado nas urnas em 1982 -, Grajaú comemorou a data com uma festa popular com a presença do governador Carlos Brandão (PSB) e da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB). Participaram também o deputado federal Rubens Júnior (PT) e os deputados estaduais Ricardo Arruda (MDB), representante do município no parlamento estadual, Roberto Costa (MDB), Éric Costa (PSD), Antônio Pereira (PSB) e Florêncio Neto (PSB).

Carlos Brandão e sua comitiva foram recebidos com festa pelo prefeito Mercial Arruda e pela população, incluindo centenas dos cerca de sete mil índios das etnias Guajajara e Kanela, que vivem em cinco aldeias na parte da reserva ligada ao território grajauenses, e que lhe distinguiram com um cocar de líder, fazendo o mesmo com a presidente da Assembleia Legislativa.

Em contrapartida, o governador e o prefeito inauguraram várias obras do Governo do Estado em Grajaú: a Praça da Família, toda equipada com equipamentos de academia e de lazer infantil, incluindo uma quadra poliesportiva e campos de areia e quiosques para a venda de alimentos. Inauguraram também, em parceria com a Prefeitura, um escritório do SINE na cidade. E fizeram a entrega do Sistema de Abastecimento de Água do Quilombo Santo Antônio dos Pretos, implantado pela Secretaria de Estado das Cidades do Maranhão (Secid). E uma Estação Tech, um espaço destinado à inclusão digital, equipado dez computadores conectados à internet, uma impressora 3D e uma Smart TV.

Merecedores da atenção e das ações, Grajaú, o prefeito Mercial Arruda e os 70 mil grajauenses comemoraram.

PSDB quer sair da inanição e voltar a ser forte

Sebastião Madeira

O comando nacional do PSDB contratou uma consultoria para injetar ânimo novo no partido, que depois dos dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso, na transição do século XX para o século XI, mergulhou numa onda de enfraquecimento, que quase o transformou numa legenda nanica. No Maranhão, os tucanos elegeram apenas quatro prefeitos em 2020, e nenhum deputado estadual nem deputado federal em 2022.

No Maranhão, depois de passar por várias mãos – Carlos Brandão, Roberto Rocha e Inácio Melo -, o partido voltou ao ninho original: ao comando do seu mais fiel filiado no estado, o ex-prefeito de Imperatriz e atual chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Sebastião Madeira, que o representou por quatro mandatos na Câmara Federal. Quando deputado federal pertenceu à cúpula tucana, sendo presidente da Fundação Teotônio Vilela, o braço ideológico e doutrinário do partido.

Agora no comando do partido no estado, com o aval da direção partidária e de líderes como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se impôs o desafio de reerguer o ninho dos tucanos no Maranhão, apostando que a virada deve começar nas eleições municipais do ano que vem.

São Luís, 30 de Abril de 2023.

Unidade mostrada por Dino e Brandão repercute fortemente e tranquiliza a base governista

Acima: Antônio Pereira, Rodrigo Lago e Júlio Mendonça comemoraram a unidade demonstrada por Carlos Brandão e Flávio Dino , na imagem ladeados por
Roberto Costa, Cláudia Coutinho, Felipe Camarão e
Sebastião Madeira no lançamento do Pronaci 2

Poucas vezes um ato causou tanta repercussão política quanto o lançamento do Pronaci 2, na noite de quarta-feira, em São Luís, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o governador Caros Brandão (PSB). O motivo foi a unidade política demonstrada por eles, que afastou os rumores segundo os quais a aliança que os une estaria em crise e em vias de rompimento. Além da repercussão na imprensa e no meio político em geral, o evento impactou fortemente a Assembleia Legislativa, onde vários deputados se manifestaram sobre o assunto em clima de entusiasmo. A manifestação mais contundente foi feita na tribuna pelo experiente deputado Antônio Pereira (PSB), para quem o ministro Flávio Dino, o governador Carlos Brandão e as lideranças presentes ao ato, na Casa da Mulher Brasileira, demonstraram “que podemos fazer um trabalho de união em prol do estado e da população maranhense”.

Ao mesmo tempo em que produziu um clima de “alivio” no ambiente político maranhense, o ato de lançamento do Pronaci 2 indicou que, se houve estremecimento nas relações do ministro Flávio Dino e com o governador Carlos Brandão – é provável que tenha havido diferenças pontuais -, elas já foram resolvidas. O próprio deputado Antônio Pereira, que é 1º secretário da Assembleia Legislativa, o rompimento não faria sentido, uma vez que “foi essa unidade que nos deu a grande vitória nas urnas, pois era pedida pela sociedade maranhense a continuidade do governo”. Além disso, acrescentou: “Hoje, a sociedade continua clamando, porque entende que essa união precisa continuar para o bem do no nosso Maranhão”.

O deputado Rodrigo Lago (PCdoB), 1º vice-presidente do Legislativo e que presidia a sessão, aproveitou o embalo e referendou as palavras de Antônio Pereira. Para ele, a unidade demonstrada no lançamento do Pronaci 2 foi construída numa relação política sólida e continuará firme pela ação pactuada do ministro Flávio Dino e do governador Carlos Brandão. Na mesma linha, o deputado Júlio Mendonça (PCdoB), que fez um apelo no sentido de que a classe política atue para manter e melhorar “essa ambiência política de parceria entre os governos estadual e federal”. Na sua avaliação, os deputados estaduais têm um papel decisivo na estabilidade dessa aliança política.

As manifestações repercutindo o alinhamento entre o ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão lançamento do Pronaci 2 indicaram que já estava na hora de um gesto dessa dimensão por parte de ambos. Isso porque os rumores sobre o possível estremecimento da relação dos líderes, ainda que não tenham se confirmado, pareciam animar os adversários interessados nessa divisão. Ao mesmo tempo, essa tensão latente já começa a preocupar membros da base governista, como o tarimbado deputado Antônio Pereira, que conhece como poucos os meandros da política maranhense e sabe o que deve ser feito para desmontar armações.

O ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão avaliaram esse cenário num jantar em Brasília, às vésperas da viagem do presidente Lula da Silva (PT). Nesse encontro – que teria sido iniciativa do hoje ministro interino do GSI, Ricardo Capelli -, Flávio Dino e Carlos Brandão teriam colocado a conversas em dia. Na conversa, aproveitaram para ajustar e normalizar a relação, que teria sofrido descompasso natural, causado pelos dramáticos momentos da gestão do ministro e das atribulações dos primeiros movimentos do governador na organização do novo Governo. O lançamento do Pronaci 2, na quarta-feira, foi o primeiro item da agenda que envolve o ministro da Justiça com o governador do Maranhão.

E a repercussão do evento na Assembleia Legislativa e fora dela indica que, passado o sufoco dos primeiros meses o alinhamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Governo do maranhão será cada vez mais afinado.

PONTO & CONTRAPONTO

Só três, todos do PL, votaram contra a urgência para a votação do projeto das Fake News

Josimar de Maranhãozinho e Detinha: alinhados
à orientação bolsonarista contra a urgência

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (26), por 238 votos a 192, o requerimento de urgência para o Projeto de Lei nº 2630/20, cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, a chamada Lei das Fake News. Foi uma guerra nos bastidores, porque a bancada bolsonarista, incluindo os evangélicos, tentaram de todas as maneiras retardar a votação, em busca de meios para derrotar o projeto, que afeta fortemente sua posição de manter as redes sociais sem controle rígido.

Doze dos 18 deputados da bancada maranhense participaram da votação, sendo que nove votaram a favor da urgência – Roseana Sarney (MDB), André Fufuca (PP), Márcio Jerry (PCdoB), Márcio Honaiser (PDT), Rubens Jr. (PT), Duarte Jr. (PSB), Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), Deputado Benjamin (União Brasil) e Júnior Lourenço (PL). Apenas três votaram contra: Josimar de Maranhãozinho (PL), Detinha (PL) e Pastor Gildenemir (PL).

Além da ausência de seis deputados – Josivaldo JP (PSC), Amanda Gentil (Republicanos), Cléber Verde (Republicanos), Fábio Macedo (Podemos), Aluísio Mendes (Republicanos) e Marreca Filho (Patriotas), o que chamou a atenção mesmo foi o voto do deputado Júnior Lourenço a favor da urgência. Ele foi o único do PL que divergiu da orientação do presidente Waldemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro, de longe o maior interessado na derrota do projeto que, se aprovado na próxima terça-feira, vai mudar radicalmente a “terra de ninguém” que que são atualmente as redes sociais, paraíso da notícia falsa

Em migração para a direita, Yglésio tenta sair do PSB sem perder mandato

Yglésio Moises: dando
guinada à direita

O deputado estadual Yglésio Moises está migrando definitivamente da esquerda para a direita, processo que encaminha tanto no campo ideológico quanto no campo partidário. Ideologicamente, ele saiu do que havia de mais esquerdista do PDT comandado por Jackson Lago e Neiva Moreira, tentou se viabilizar no PROS, um partido de centro e se encontra na banda mais ao centro do PSB de onde tenta sair sem perder o mandato. Enquanto tenta deixar o socialismo democrático, ele conversa com partidos de direita. Se conseguir sair inteiro do PSB, ele poderá se filiar a uma legenda que represente uma direita mais próximo do centro, podendo também embarcar num partido extremista ligada ao bolsonarismo, com o qual vem se relacionando há tempos.

Esse movimento de migração ideológica explica a mudança efetiva do discurso político do deputado Yglésio Moises. Político focado no realismo dos números e na lógica fria dos fatos, o deputado Yglésio Moises vem abandonando progressivamente os temas e as teses programáticos da esquerda e incorporando ao seu discurso a pauta da direita. Ele agora adotou a bandeira contra a chamada “ideologia de gênero”, principalmente nos esportes. Ontem, por exemplo, fez um discurso contra o Projeto de Lei das Fake News, que criminaliza a notícia falsa na internet, alinhando-se integralmente às bancadas bolsdonaristas mais conservadoras do Congresso Nacional.

O deputado Yglésio Moises acredita que sua migração para a direita estará consumada em dois ou três meses, quando, acredita, o processo em que pede o desligamento do PSB sem perder o mandato, usando vários argumentos, entre eles argumento segundo o qual o PSB não lhe permite divergir. A Coluna apurou que é uma situação difícil. Se a Justiça lhe der ganho de causa, consumará a migração conservando o mandato. Se não, poderá enfrentar enormes dificuldades pela frente, inclusive a expulsão do PSB, com risco de perder o mandato. Sua sorte está lançada.

São Luís, 28 de abril de 2023.

Dino e Brandão frustram rumores de afastamento e reafirmam aliança no Maranhão

Carlos Brandão e Flávio Dino demonstraram estar alinhados
e frustraram rumores de rompimento da aliança política

O lançamento do Pronaci 2, ontem, no Maranhão, numa parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Governo do Estado, confirmou a boa relação institucional entre São Luís e Brasília, e deu um “chega-prá-lá” na turma que tenta de qualquer maneira abrir um fosso entre o ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão. Na presença de políticos, auxiliares e jornalistas, atraídos para a Casa da Mulher Brasileira, onde o programa foi lançado, Flávio Dino e Carlos Brandão deram todas as demonstrações de que cada um está cuidando da sua vida, cumprindo os seus compromissos, sem interferir na seara alheia. Observada atentamente por jornalistas, a afabilidade que marcou o encontro e o ato gerador da visita tranquilizou aliados fiéis de ambos e causou frustração nos que esperavam caras amarradas e sorrisos amarelos que confirmariam a existência da tal crise e da possibilidade de rompimento.

Na sua fala, o ministro Flávio Dino foi taxativo, não deixando qualquer dúvida no ar: “Companheiro governador Brandão, o Ministério da Justiça não deixará de ser do Maranhão. Podem contar com um ministro que é do Brasil, mas acima de tudo foi, é sempre será do Maranhão. Vamos continuar trabalhando juntos as nossas equipes. E queria dizer que estou começando a pagar a lista de pedidos que o Brandão me faz para o estado”.

Por sua vez, o governador Carlos Brandão foi direto ao ponto: “Eu não tenho dúvida que essa aliança, essa parceria com você, Flávio, e o presidente Lula, a gente vai construir um grande Maranhão”.

O evento de ontem mostrou que, se houve ranhuras na formação do Governo em relação à acomodação de quadros mais próximos de Flávio Dino e mais identificados com Carlos Brandão, tais situações foram resolvidas sem maiores problemas. Afinal, tanto Flávio Dino quanto Carlos Brandão sabem exatamente o limite dos seus poderes e, mais do que isso, dos seus campos de atuação. Compor a equipe do Governo do Estado é prerrogativa do governador, que o faz de acordo com seus aliados. O mesmo acontece com a equipe ministerial, que é prerrogativa do ministro, de acordo com o presidente da República. Pode haver aqui e ali um desconforto com a perda de algum espaço, ou com uma presença incômoda. Nada disso, porém, afastaria Flávio Dino de Carlos Brandão.

A não ser que surja uma questão insuperável entre os dois, situação que não está no radar de nenhum observador, Flávio Dino e Carlos Brandão dificilmente romperão a aliança que os une. E por uma equação política simples: dividir o grupo implicaria abrir caminho para o fortalecimento da oposição, que está estilhaçada, mas pode ganhar corpo com um racha na base governista. Nem a Flávio Dino nem a Carlos Brandão interessa dividir forças e, por via de consequência, entrar num embate desnecessário. Na verdade, a Flávio Dino interessa um Carlos Brandão forte no comando do Governo, e a Carlos Brandão interessa um Flávio Dino com o poder de fogo que ele tem hoje como ministro da Justiça e Segurança Pública.

A julgar pelo cenário de agora, essa relação vai continuar firme também no campo institucional. Afinal, parte do sucesso do plano de ação do governador Carlos Brandão tem a ver com acordos firmados com o presidente Lula da Silva (PT), alguns deles avalizados pelo ministro Flávio Dino. Não faz nenhum sentido, portanto, que por conta de um ou outro conflito menor, uma aliança dessa dimensão seja rompida. E o elo garantidor dessa relação é o vice-governador Felipe Camarão (PT), que caminha para assumir o comando daqui a três anos, e com as bênçãos do ministro Flávio Dino, do governador Carlos Brandão e do presidente Lula da Silva.

Portanto, a menos que a realidade política do Maranhão e a do País sejam radicalmente transformadas, o que não está no horizonte, pelo menos até aqui, essa aliança vai continuar firme. O evento de ontem deixou isso bem claro.  

PONTO & CONTRAPONTO

Dino sinaliza que vai continuar jogando pesado com golpismo

Ao lado de Felipe Camarão e Carlos Brandão, Flávio Dino
mostra a comanda que recebeu da PM

Em conversa com jornalistas, ontem, em São Luís, o ministro Flávio Dino sinalizou com clareza que vai continuar jogando duro contra o golpismo e que, se depender dele, a tentativa de golpe de 8 de Janeiro vai custar muito caro aos autores da aventura tresloucada. Em que pese a ênfase das suas posições, todas elas calcadas rigorosamente dentro da lei, o ministro usou o bom humor e a descontração para fazer dois comentários.

O primeiro sobre a iniciativa de deputados federais bolsonaristas de pedirem a prisão dele, ministro, por “omissão” na tentativa de golpe que eles próprios fomentaram financiaram: “Passei a noite sem dormir, com acessos de risos, porque não é possível que essa gente seja tão desvairada, tão desatinada ao ponto de querer transformar a vítima em algoz. Nós fomos vítimas de uma tentativa de golpe no dia 08 de Janeiro, portanto, não somos investigados”.

E o segundo, ao ser perguntado como se sentia ao receber uma comenda da Polícia Militar, o ministro da Justiça e da Segurança Pública respondeu com fina ironia: “Muito melhor do que ser presenteado com joias”.

Ônibus: Braide ameaça radicalizar rompendo contrato com empresas

Eduardo Braide admitiu romper contrato com as atuais empresas de transporte

Sob forte pressão por causa da terceira greve de rodoviários na sua gestão, com prejuízo imposto a mais de 600 mil ludovicenses, o prefeito Eduardo Braide (PSD) sinalizou disposição para comprar uma briga cujo desfecho pode colapsar de vez o sistema de transporte de massa de São Luís ou abrir caminho para uma nova e benfazeja realidade nesse campo: romper os contratos com as atuais empresas concessionárias do serviço.

Nas crises no sistema de transporte de massa de São Luís, a Prefeitura tem sido apontada como única vilã, ora por não concordar com aumento de tarifa, ora por não cuidar da malha viária. As empresas, que desrespeitam flagrantemente o contrato, sempre tentam aparecer como vítimas. No meio desse cabo de aço estão os rodoviários – motoristas, cobradores e fiscais -, que via de regras se associam às empresas para pressionar a Prefeitura. Tanto que não se vê manifestação de empresários contra greve; ao contrário, a atitude deles é de visível conivência. Afinal, além do reforço salarial dos rodoviários, aumento de tarifa implica também no esforço de caixa das empresas, que se dizem deficitárias.

A julgar pelo o que é visível nessa relação, o rompimento com as atuais empresas e a contratação de outras pode ser o caminho, por maiores que sejam os custos da transição.

São Luís, 27 de Abril de 2023.

São Luís sem ônibus vira munição pesada de pré-candidatos contra Braide

Greve nos ônibus fez Eduardo Braide virar alvo de Duarte Jr.,
Paulo Victor, Carlos Lula e Wellington do Curso, de olho em 2024

Antes de assimilar inteiramente o petardo disparado segunda-feira na sua direção pela Câmara Municipal com a derrubada dos 18 vetos por ele aplicados ao Plano Diretor, o prefeito Eduardo Braide (PSD) teve ontem sua armadura política duramente alvejada por conta da greve desencadeada por motoristas e cobradores, que deixou um exército de 600 mil trabalhadores e estudantes ludovicenses sem transporte. A gravidade da situação foi fortemente dramatizada pelo vereador Astro de Ogum (PCdoB), presidente da Comissão de Mobilidade Urbana, Regulação Fundiária e Ocupação do Solo Urbano da Câmara Municipal, que sentenciou: “São Luís está de luto, pois o transporte público acaba de morrer! E isso já era previsto. O osso não dá mais nem para a sopa, mas os empresários não o largam. Tem que ser tomada uma atitude!”.

O cruzamento de braços dos rodoviários se deu porque a Prefeitura deixou de usar dinheiro do contribuinte para subsidiar o custo do transporte. O prefeito Eduardo Braide passou a maior parte do dia tentando reanimar o “defunto”, mas o expediente foi fechado sem solução à vista.

E como não poderia deixar de ser, a greve virou munição pesada para os pré-candidatos a prefeito de São Luís. O prefeito Eduardo Braide foi duramente criticado por quatro aspirantes à cadeira que ele ocupa hoje, que o responsabilizaram inteiramente pela situação caótica a que São Luís está submetida desde ontem. O deputado federal Duarte Júnior (PSB), o presidente licenciado da Câmara de São Luís e atual secretário de Cultura Paulo Victor (PCdoB), e os deputados estaduais Carlos Lula (PSB) e Wellington do Curso (PSC) foram duros nas críticas, por meio das quais responsabilizaram inteiramente o prefeito pelo caos no sistema de transporte público da Capital causado pela greve.

Com a autoridade de quem disputou o cargo em 2020, o deputado federal Duarte Jr. disparou: “Lamentável! Já vamos para a terceira greve em menos de três anos de gestão. Não há nada pior do que um prefeito omisso”. Na mesma linha, o vereador licenciado Paulo Victor disparou numa rede social: “São Luís mais uma vez sem ônibus nas ruas. Prejuízo enorme para a população. A inércia e ineficácia da prefeitura no que diz respeito ao transporte público atrapalham a economia e o direito de ir e vir das pessoas. A passagem aumenta, mas os problemas continuam. Lamentável”. Os dois sinalizaram que vão continuar crivando o prefeito com críticas.

Outros petardos foram disparados da tribuna da Assembleia Legislativa por deputados que estão de olho no Palácio de la Ravardière. Carlos Lula (PSB), que incluiu os problemas de São Luís na sua agenda política, cobrou transparência: “A Prefeitura não pode ser refém das empresas de transporte, mas para isso ela tem que tomar as medidas necessárias, inclusive enérgicas, para evitar uma greve como essa. Não temos nenhuma transparência da Prefeitura de São Luís a respeito dos subsídios que ela paga. Precisamos saber o que aconteceu. Se o repasse deixou de ser feito porque os ônibus são velhos, pegam fogo ou quebram diariamente, eu concordo. A Prefeitura tem que dizer efetivamente onde e como esse dinheiro tem sido gasto e o que se vai fazer com essa situação”.

E Wellington do Curso (PSC) atacou: “São Luís amanheceu, mais uma vez, um verdadeiro caos. A população já vem sofrendo todos os anos com esse problema. É uma situação que não mudou nada desde a gestão anterior”. E questionou: “Onde estão as informações com relação ao investimento ou aos gastos da Prefeitura com o transporte público? Quanto se gasta de subsídio? Quanto é a conta da população? ”

Provavelmente, nenhum deles tem solução pronta para o problema, que vem de longe, mas eles se encontram em condições políticas de tentar colocar o prefeito de São Luís contra a parede e minar suas forças. O prefeito Eduard Braide, por sua vez, mesmo jogando em campo minado, sabe onde pisa e tem sempre uma carta na manga para virar o jogo. E tudo indica que dessa vez não será diferente.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino e Brandão lançam hoje o Pronaci no Maranhão

Ato de hoje ajudará a desfazer o rascunho
de uma crise que (até agora) não existe

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o governador Carlos Brandão (PSB) participarão hoje do lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no Maranhão. No ato, que será realizado na Casa da Mulher Brasileira, serão entregues, em parceria com o Governo do Estado, equipamentos e serviços destinados a reforçar a segurança pública

Além da sua natureza institucional, revelando o bom relacionamento do Governo Federal, via Ministério da Justiça e Segurança Pública, com o Governo do Maranhão, o ato terá forte simbolismo político ao reunir o ministro e o governador num evento de total integração. A atuação deles juntos será um recado aos agentes que atuam nos bastidores com o propósito de fomentar uma briga que não tem razão de existir.

Até as pedras de cantaria da Praia Grande sabem que troca de comando no Governo do Estado produz tensões localizadas em pelejas por espaço de poder. E não poderia ser diferente com Flávio Dino e Carlos Brandão. A diferença agora é que os dois ocuparam seus espaços e andam muito ocupados para cair na teia dos fomentadores de uma crise dificilmente ganhará corpo.

Como já dizia o ex-deputado Lister Caldas, uma das mais felpudas e hábeis raposas e da política maranhense no século passado: Quem viver, verá.

Assembleia realiza debate sobre o uso medicinal da canabidiol

Rafael Leitoa (centro, paletó preto), conduziu o debate
sobre o uso medicinal da canabidiol

A Assembleia Legislativa deu ontem um passo importante na luta contra o preconceito e na defesa da saúde. Isso aconteceu num evento organizado pelo deputado Rafael Leitoa (PSB), que reuniu profissionais da área de saúde e representantes da sociedade civil para debater o uso de medicamentos à base de canabidiol (maconha). Na Assembleia Legislativa tramitam quatro projetos sobre o tema: o Projeto de Lei 001/2023, de autoria do deputado Rafael Leitoa, o de número 002/2023, da deputada Andrea Rezende (PSB), o PL 025/2023, do deputado Carlos Lula (PSB), e o PL 081/2023, do deputado Yglésio Moysés (PSB). “A ideia é anexarmos as quatro proposições e levarmos à votação em plenário”, disse Rafael Leitoa.

A reunião atraiu pesquisadores, usuários, operadores do Direito e representantes do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública, todos empenhados no aprimoramento dos projetos de lei que asseguram acesso a medicação à base de canabidiol. E os argumentos em defesa o uso da substância estão sustentados em pesquisas científicas que comprovam fartamente a eficácia dessa medicação.

Ricardo Monteles, pesquisador da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e membro da Associação Cultural de Pesquisa e Saúde com Cannabis (Acolhedeira), louvou a iniciativa do deputado Rafael Leitoa, definindo-a como “uma iniciativa salutar, um momento de confluência para garantir o direito à saúde”. E acrescentou: “Precisamos avançar na regulamentação do acesso à cannabis no Maranhão. Hoje, no Brasil, há centenas de milhares de pessoas sendo atendidas com a medicina canabinóide”.

A médica cirurgiã Thais Vasconcelos defendeu que “o Maranhão precisa enfrentar e buscar superar o preconceito, que acredito ser a maior barreira a ser enfrentada. Clinicamente, sobram evidências da eficácia terapêutica do uso da medicação à base de canabidiol”. O médico Paulo Fleury Teixeira também defendeu o uso de medicação à base de canabidiol afirmando ser “um recurso terapêutico de máxima segurança com uma atuação excepcional no sistema nervoso central, que não gera efeitos colaterais nem dependência”.

Dylson Bessa, 53 anos, tetraplégico, membro do Fórum Maranhense de Pessoas com Deficiência e Patologias, deu seu testemunho como usuário do óleo da cannabis. “O óleo tem melhorado muito minhas condições de saúde. Não há efeitos colaterais e não gera dependência. Sentia dores musculares terríveis. Minha qualidade de vida melhorou sensivelmente”, frisou.

Participaram do debate os deputados Neto Evangelista (União Brasil), Andrea Rezende (PSB), Carlos Lula (PSB), Yglésio Moysés (PSB) e Osmar Filho (PDT) pesquisadores, usuários, operadores do Direito e representantes do Ministério Público Estadual (MPE/MA) e Defensoria Pública (DPE/MA).

 A deputada Andrea Rezende, que é odontóloga e ficou tetraplégica por causa de um acidente automobilístico em 2018, fez um chamamento: “Temos que envolver a sociedade nesse debate. Está mais que comprovado o quanto o uso medicinal dessa planta ajuda no tratamento de diversas doenças. Acho que esse é um caminho sem volta. Precisamos tornar essa medicação acessível a todos”.

São Luís, 26 de Abril de 2023.

Câmara reage duro e derruba os 18 vetos de Braide ao Plano Diretor

Francisco Chaguinhas comandou a derrubada dos vetos e recebeu recado duro da Câmara

Estava escrito nas estrelas: a Câmara Municipal reagiu com dureza e derrubou, com os votos de 26 dos 31 vereadores, os 18 vetos aplicados pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) à Lei nº 7.122, que instituiu o novo Plano Diretor de São Luís. A lei foi provada pelos vereadores no dia 13 de março e sancionada pelo prefeito no dia 12 de abril, depois de passar pelo crivo do Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural (Incid) e da Procuradoria do Município, que recomendaram os vetos aplicados pelo prefeito. O projeto teve de retornar ao Palácio Pedro Neiva de Santana para que os vetos fossem submetidos ao crivo dos vereadores, e ontem, numa sessão extraordinária, eles fulminaram os vetos e devolveram a íntegra do Plano Diretor, com seus 208 artigos. Com a derrubada dos vetos, caberá à Câmara Municipal promulgar os artigos restaurados e incorporá-lo ao corpo do Plano Diretor, restando ao prefeito apenas o caminho judicial, caso ele esteja interessado numa boa briga.

A derrubada dos vetos foi uma resposta política curta e direta dos vereadores ao prefeito. A começar pelo fato de que a Câmara Municipal agiu como um Poder uno, sem a divisão de situação e exposição, ou seja: os 26 vereadores presentes se juntaram e derrubaram os 18 vetos, numa unanimidade rara numa Casa tão plural como o parlamento da Capital. E isso mostrou a fragilidade da base de apoio do prefeito no Legislativo municipal.

A reação dos vereadores começou a ser esboçada dois dias após a sanção, quando o texto sancionado foi publicado no Diário Oficial do Município, com a informação dos vetos. O relator, vereador Gutemberg Araújo (PSC), reclamou do “enxugamento” e sua manifestação foi imediatamente foi engrossada pelos seus colegas, que pediram ao presidente em exercício da Casa, vereador Francisco Chaguinhas (Podemos), que convocasse para logo uma sessão extraordinária para exame dos vetos. A data escolhida foi ontem (24). Ao longo da semana passa, o clima no plenário, nos gabinetes e nos corredores do Palácio Pedro Neiva de Santana era de mal-estar contra os vetos, com indicações claras de que eles seriam derrubados.

Na semana passada, numa estratégia destinada a amenizar o clima de tensão criado entre os vereadores com a aplicação dos vetos, tendo alguns em meio ao clima de confronto que ganhava corpo da Câmara Municipal, o prefeito Eduardo Braide acionou sua área de comunicação e lançou uma campanha em que a Prefeitura anuncia, com certo entusiasmo, tem novo Plano Diretor e que isso vai mudar o curso da cidade.

Alguns vetos foram criticados com mais dureza, como o aplicado sobre o artigo 65, que prevê que as melhorias dos Sistemas Viário e de Transportes Coletivos deverão ser consolidadas mediante Audiências Públicas e formalizadas nas diretrizes da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na Lei Orçamentária Anual (LOA) e no Plano Plurianual (PPA). O autor do artigo, vereador Chico Carvalho, foi ácido: “O motivo do veto desta emenda é não querer dar transparência, não querer dar conhecimento à população que verdadeiramente usa o transporte coletivo de nossa cidade”. Outro foi a criação de alguns fundos municipais como instrumentos da política rural do município, e o que prevê a elaboração de um Plano Diretor da zona rural, defendido pelo relator Gutemberg Araújo.

É provável que, ao vetar os 18 artigos, o prefeito Eduardo Braide já soubesse que os vetos seriam derrubados. Mas é provável também que ele esperasse encontrar meios de convencer os vereadores de que os vetos foram aplicados corretamente e não prejudicaram a essência do o Plano Diretor. O fato é que a reação dos 26 vereadores presente na sessão foi bem mais contundente do que o Palácio de la Ravardière esperava. E funcionou como um alerta para que decisões desse porte sejam maturadas pela via da negociação política. Principalmente com o calendário correndo para as urnas de 2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão faz balanço dos primeiros 100 dias e anuncia novos programas

Carlos Brandão entre Cristiana Marques (Defensoria), Hilton Gonçalo (Famem), Iracema Vale (Assembleia Legislativa e Eduardo Nicolau (Ministério Público) no ato em que fez o balanço dos 100 primeiros dias, ontem, em auditório do Multicenter Sebrae

Ao fazer ontem o balanço dos 100 dias do Governo, que chamou de prestação de contas, o governador Carlos Brandão (PSB) apresentou alguns números e informações que considera fundamentais para o cumprimento de metas compromissadas durante a campanha eleitoral, como o de inaugurar 300 obras nesse período.

Para começar, informou que, em vez de 300 obras, nos 100 primeiros dias o Governo construiu 365 obras em 183 municípios, muitas das quais ainda não foram inauguradas opor falta de tempo.

Foram recuperados mais de 5,5 mil quilômetros de rodovias, implantados 70 sistemas de abastecimento d’água potável, distribuídas 220 mil cestas básicas e 700 toneladas de pescados a famílias em situação de vulnerabilidade na Semana Santa.

Foram feitos investimentos na urbanização de praças e avenidas beira-rio, além de obras de pavimentação asfáltica e dezenas de novos espaços públicos voltados para o lazer e o esporte.

Foram feitos mais de 4.500 cadastros ambientais rurais, entregues 300 equipamentos (carros) do programa Mais Renda para o comércio informal e os cartões de transporte universitário.

O pacote de obras incluiu ações na Segurança Pública com a revitalização, reforma, adequação e ampliação de delegacias, aumento de efetivo policial, além da entrega de viaturas e equipamentos.

Foram implantados nove colégios militares, quatro centros Educa Mais, construídas, reformadas e readequadas escolas estaduais e municipais, quadras esportivas e unidades Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), incluindo a inauguração de duas novas unidades, bem como nove colégios militares e quatro novos centros Educa Mais.

E anunciados programas para levar o Viva/Procon para 150 municípios e a implantação de Estações Tech em dezenas de cidades para capacitação em inovação tecnológica e inclusão digital. Ambos em parceria com municípios.

Mulheres vencem os homens na soma de votos na lista da OAB para desembargador

A lista dos 12 advogados candidatos à vaga de desembargador pelo Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça, definida ontem pelo voto direto e secreto dos inscritos na OAB-MA, totalizou 27.786 votos. Desse total, a soma de votos dados às mulheres foi de 14.126 votos, contra 13.060 dados aos homens. Uma diferença expressiva de 1.666 votos a favor das mulheres.

Vale lembrar, porém, que o número de votos deixa de ser critério as próximas etapas do processo de escolha: a composição da lista sêxtupla pelo Conselho Seccional da OAB, que será encaminhada ao Tribunal de Justiça, que escolherá a lista tríplice a ser encaminhada ao governador do Estado, a quem caberá definir e nomear o novo desembargador.

A advogada Ana Cristina Brandão Feitosa foi a mais votada de todos os candidatos, com 3099. Entre os homens, o líder da lista foi o advogado Gustavo Sauaia de Oliveira, com 2.791.

Os escolhidos pelo voto direto dos colegas foram os seguintes:

Mulheres: Ana Cristina Brandão Feitosa (3099), Lorena Saboya Vieira Soares (2.721), Alessandra Belfort e Silva (2.602), Valéria Lauande Carvalho Costa (2.163), Josineile de Sousa Pedroza (2.076) e Ana Letícia Silva Freitas Figueiredo (2.065). Total: 14.726

Homens: Gustavo Sauaia de Oliveira (2.791), Gabriel Ahid Costa (2.521), Diego Menezes Soares (2.271), Hugo Assis Passos (2.048), Gilson Ramalho de Lima (1.820) e Ítalo Gustavo e Silva Leite. Total: 13.060.

A bolsa de aposta está fervilhando entre os advogados e nos bastidores do Tribunal de Justiça e do mundo político.

São Luís, 25 de Abril de 2023.

Econométrica: Brandão fecha os 100 dias com avaliação positiva de 2/3 dos maranhenses

Carlos Brandão vê seu Governo ser avaliado por mais da metade dos maranhenses, segundo pesquisa do Econométrica

O governador Carlos Brandão (PSB) está bem na fotografia do momento aos olhos da população, segundo pesquisa do instituto Econométrica cujos números dizem que 66% dos maranhenses aprovam seu Governo, contra 28,6% que que não aprovam, ficando de fora uma margem de 5,4% que não souberam ou não quiseram se manifestar. A pesquisa ouviu 1.333 cidadãos entre os dias 18 e 20 deste mês, dias depois de o Governo completar os primeiros 100 dias e, garante a empresa, o intervalo de confiança é de 95%. Esse levantamento chega pouco mais de uma semana depois dos números da pesquisa Quest, que encontraram o governador do Maranhão em 7º lugar entre os governadores mais bem avaliados, pelos canais digitais, posicionado em 2º lugar entre os nordestinos. Embora feitas em mundos completamente diferentes, as duas pesquisas se validam, à medida que os números de uma ratificam os números da outra. A avaliação positiva do Governo é reflexo nítido de dois ambientes, o administrativo e o político.

No campo administrativo, o Governo até agora tem mantido as conquistas do anterior e dando passos para avançar nas mais diferentes áreas, conforme o discurso da campanha, consolidando assim a credibilidade que o governador Carlos Brandão ganhou durante sete anos e três meses como vice, nove meses do complemento do mandato iniciado por Flávio Dino (PSB) e os primeiros três meses e meio do novo mandato, este conquistado em um só turno. Ou seja, a manifestação da maioria certamente leva em conta todo esse período, ainda que enfatizando o presente.

Goste-se ou não do Governo Brandão, é fato que ele foi bem no Governo complementar – abril/dezembro de 2022 – e vem demonstrando estar disposto aumentar e multiplicar os acertos, como, por exemplo, levar os restaurantes populares a todos os 217 municípios – atualmente estão em 168. Os investimentos em andamento nas áreas de saúde, educação e infraestrutura – especialmente a rodoviária –  são vitais para a manutenção da boa avaliação do Governo e, por via de desdobramento, do prestígio do governador. Compromissos cumpridos como a entrega de 300 obras – na verdade foram mais de 350, segundo conferência feita pelo chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira – nos 100 primeiros dias – e a instalação, na quinta-feira (20), do Comitê Interinstitucional de Proteção do Ambiente Escolar, colocando o Maranhão na vanguarda desse programa de âmbito nacional contra a violência nas escolas, são indicativos de que o Governo caminha nos trilhos.

No campo político, o governador Carlos Brandão está nadando de braçada. Internamente, montou um tabuleiro em que deixou a Oposição sem voz e sem ação nos municípios, na Assembleia Legislativa e na bancada federal. Isso não quer dizer que não tenha opositores, pois eles existem, a exemplo do senador Weverton Rocha (PDT), entre outros. Mas a ação política do governador tem reduzido expressivamente o poder de fogo dos seus oponentes. Sem força para jogar aberto, seus adversários apostam num improvável rompimento com o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, a partir de uma tensão, que existe, mas que é muito mais fabricada pelos entornos dos dois, do que produto de um distanciamento real.

No campo externo, o governador Carlos Brandão tem sabido cultivar relações em Brasília, colocando-se na linha de frente dos apoiadores do presidente Lula da Silva (PT). O governador tem construído canais produtivos na sua convivência com o comando nacional do PSB tem sido produtiva, o que não o tem impedido de abrir e alimentar canais de comunicação com partidos dos mais diferentes campos, mesmo aqueles que estão na contramão do Governo central. Está caminhando para ficar à vontade quanto ao seu futuro político, com poder de fogo até para mudar de partido, dependendo do cenário que foi desenhado pelas eleições municipais de 2024.

A pesquisa Econométrica captou com precisão estatística o retrato do momento no Maranhão. E nele o governador Carlos Brandão e seu Governo estão bem posicionados.

Em Tempo: O governador Carlos Brandão fará um balanço dos resultados obtidos em três meses em ato agendado para esta segunda-feira (24), às 9h, no auditório Terezinha Jansen, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino joga pesado contra violência nas escolas

Flávio Dino: jogo duro contra terroristas nas escolas

O ministro Flávio Dino está cumprindo à risca o compromisso assumido pelo presidente Lula da Silva no sentido de combater a violência e garantir segurança nas escolas. E tem feito questão de anunciar e esclarecer, nas suas redes sociais, cada passo do Ministério da Justiça nessa direção.

No sábado, o ministro da Justiça e Segurança Pública publicou a seguinte mensagem:

“Ultrapassamos o dia 20 sem nenhuma ocorrência registrada de ataques em escolas. A Operação Escola Segura cumpriu o seu papel e vai continuar integrando governo federal, estados e municípios. A reunião do presidente Luka com os Poderes, governadores e prefeitos, foi fundamental para essa exitosa integração no âmbito do SUSP (Sistema Único de Segurança Pública). Agradeço a todos os profissionais da Segurança Pública e à equipe do Ministério da Justiça pela coordenação”.

Na sexta-feira, ele havia publicado o seguinte:

“Temos, no momento, 3.403 policiais federais e estaduais atuando diretamente nas investigações e ações de inteligência da Operação Escola Segura. Já foram realizadas 302 prisões ou apreensões. E 270 mandados de busca executados. Agradeço aos Estados e Municípios que estão atuando em rede conosco”.

Conclusão: Tolo de quem achar que o ministro da Justiça e Segurança Pública esteja blefando.

Camarão manda recados ao PT

Felipe Camarão: avançando na relação
com o PT e assume protagonismo

O vice-governador Felipe Camarão participou, sábado, da Plenária Municipal do PT em Imperatriz. O ato partidário reuniu lideranças regionais, que avaliaram o cenário municipal, estadual e nacional e a presença do PT em cada um deles. Cada vez mais engajado da linha de ação petista, Felipe Camarão, hoje a mais estrela do partido no Maranhão, além de ser o principal depositário do futuro do partido, deixou recados no ar.

O primeiro: “Não podemos ficar falando apenas para nós mesmos, precisamos furar a nossa ‘bolha’ e comunicar a todos e todas nossas ações, mostrar que estamos trabalhando para o bem do povo do Maranhão. E eu conclamo a todos aqui para andarmos juntos nessa proposta”.

O segundo: “Quero agradecer a militância que esteve aqui conosco debatendo os rumos do nosso Partido para que o presidente Lula faça um grande mandato, para que o governador Carlos Brandão faça um grande mandato aqui no Maranhão e para que a gente possa se tornar protagonista das políticas públicas em nosso estado”.

O seu discurso para o partido começa a indicar que o vice-governador está inclinado a assumir o comando do braço maranhense do PT e comandá-lo na sua quase certa candidatura ao Governo do Estado em 2026.

São Luís, 23 de Abril de 2023.

PSD reúne forças conflitantes, mas a tendência é ficar sob o controle de Braide

Eduardo Braide, Eliziane Gama, Mical Damasceno
e Josivaldo JP: diferenças dentro do PSD

A ameaça da deputada estadual Mical Damasceno de se candidatar à Prefeitura de São Luís em 2024 dá bem a medida do que é o braço maranhense do PSD, ao qual são atualmente filiados o prefeito Eduardo Braide, o deputado estadual Fernando Braide, o deputado federal Josivaldo JP e a senadora Eliziane Gama, além, claro, da própria deputada Mical Damasceno. Para começar, não se sabe exatamente quem, de fato, tem o controle do partido no estado, já que os seus últimos dirigentes, o ex-deputado federal Edilázio Jr. e o ex-deputado estadual César Pires, derrotados nas eleições de 2022, juntamente com o ex-prefeito ludovicense Edivaldo Holanda Jr., passaram a bola para a frente. A legenda caiu no colo do prefeito Eduardo Braide, onde permanece até hoje, mesmo depois da entrada da senadora Eliziane Gama, que também está de olho no comando do partido.

Mesmo na inacreditável teia partidária brasileira, onde, com raras exceções, os partidos atuam apenas como instrumentos de conveniência política, é difícil encontrar uma agremiação que reúna quadros tão distanciados como o atual braço do PSD no Maranhão. Ao longo desse século, a legenda já esteve nas mãos da ex-deputada Nice Lobão, do ex-deputado Carlos Alberto Milhomem, do economista Cláudio Trinchão (secretário de Fazenda do último governo Roseana Sarney), de onde escorregou para as mãos do então deputado federal Edilázio Jr., tendo finalmente chegado ao controle do prefeito Eduardo Braide.

Depois dessa curiosa trajetória, marcada por seguidos insucessos eleitorais dos seus controladores, o braço maranhense do PSD agrega atualmente mais uma diferente composição de quadros. Para começar, tudo indica que o partido está sob o comando do prefeito Eduardo Braide, e do irmão dele, deputado estadual Fernando Braide, ambos políticos de centro-direita, que flertam segmentos de centro-esquerda, como o PDT do senador Weverton Rocha, de quem ainda são aliados. Os dois convivem na mesma casa com bolsonaristas não radicais, como o deputado federal Josivaldo JP, e com a direita radical e conservadora representada pela deputada Mical Damasceno, que atua de acordo com o braço evangélico do bolsonarismo extremado no estado.

No meio desse quadro complexo desembarcou a senadora Eliziane Gama, que representa o segmento evangélico de centro-esquerda. Política de centro-esquerda, ela já esteve no PT, mudou-se para a Rede, de onde saiu para migrar para o PPS, que foi rebatizado Cidadania, e pelo qual se elegeu para o Senado em 2018, integrando a base dos governos Flávio Dino (PSB) e Carlos Brandão (PSB). Eliziane Gama migrou do Cidadania para o PSD num arranjo partidário feito pelo chefe nacional do partido, Gilberto Kassab, para engordar a base de apoio do Governo Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional. Ao que parece sem levar em conta a confusa teia política que é o braço do partido no Maranhão.

Essa bomba explodirá ou será desarmada à medida que se aproximar o momento em que o partido tiver de definir seu caminho nas eleições municipais, a começar por São Luís. Dentro do PSD uma decisão já está tomada: o prefeito Eduardo Braide é o candidato à reeleição. Nesta semana, a deputada Mical Damasceno externou seu incômodo com a entrada da senadora Eliziane Gama no partido e ameaçou se candidatar à Prefeitura da Capital. Poderá ser, mas não pelo PSD. Eliziane Gama vai ficar contra o candidato do Governo, que pode ser o deputado federal Duarte Jr. (PSB) ou o vereador Paulo Victor (PCdoB)? Ou ela própria se lançará candidata?

O fato é que vai chegar a hora da verdade no PSD. Nesse momento, as diferenças vão falar tão alto quanto as conveniências. É possível prever que com o poder de fogo que dispõe, o prefeito Eduardo Braide poderá impor seu projeto de reeleição, com ou sem o apoio da senadora Eliziane Gama e da deputada Mical Damasceno.

PONTO & CONTRAPONTO

Disputa em Matões reunirá forças políticas poderosas

Ferdinando Coutinho e Rubens Pereira:
confronto político anunciado em Matões

A guerra sucessória será dura nos 217 municípios maranhenses, disso ninguém tem dúvida. Mas em alguns deles, o confronto envolverá forças bem mais poderosas do que nos demais, como será o caso de São Luís, Pinheiro, Tuntum, entre outros. Mas a disputa pela Prefeitura da pequena Matões, vizinha de Caxias, com 33 mil habitantes, reunirá forças poderosas em confronto.

Ali, de um lado, o prefeito já reeleito Ferdinando Coutinho (PDT), com o apoio da deputada estadual Cláudia Coutinho (PDT) e do ainda forte Grupo Coutinho, cuja base está em Caxias, mas se reflete na região, já escolheu o candidato a prefeito e a vice-prefeito. Quer como sucessor Nonato Medeiros, o Nonatinho, que integra o secretariado, e como vice dele a vereadora Cristiane Pinheiro. Do outro lado está o Grupo Pereira, comandado pelo ex-prefeito Rubens Pereira, o atual e influente secretário estadual de Articulação Política, que tem o reforço do deputado federal Rubens Jr. (PT). E no centro da disputa, o candidato derrotado por Ferdinando Coutinho em 2020, que pode entrar na disputa ou pender para qualquer um dos lados.

Para turbinar seu candidato, o prefeito Ferdinando Coutinho tem o apoio do senador Weverton Rocha (PDT), que tem interesse especial no desfecho daquele confronto. Já o candidato dos Pereira, que poderá ser o próprio Rubens Pereira, o Rubão, poderá contar com o aval do grupo ligado ao ministro Flávio Dino, a começar pela senadora Ana Paula Lobato (PSB). A deputada federal Amanda Gentil (Republicanos) e o seu colega André Fufuca (PP) também entrarão na guerra, ainda que não esteja definido do lado de quem.

O fato é que, por conta do peso político e  das ligações dos seus líderes e candidatos, a corrida sucessória em Matões será uma das mais acirradas de 2024.

Câmara homenageia jornalistas que comandaram a comunicação da Casa

Francisco Chaguinhas entre os homenageados;
Marco D`Eça e Rafael Arrais: reconhecimento

Num tempo em que o jornalismo passa por uma mudança radical, com a transformação do modo de produzir e veicular informação, tornando essa profissão ameaçada pelo lado pantanoso das redes sociais, a Câmara Municipal de São Luís encontrou uma maneira de reafirmar a importância do jornalista. Esse gesto veio na homenagem da Casa a dez ex-diretores de Comunicação, profissionais que ali serviram com o objetivo de mostrar ao mundo o trabalho dos vereadores e o papel da instituição na vida do município. Por iniciativa do presidente Francisco Chaguinhas (Podemos) e o apoio do atual ocupante do cargo, jornalista Rafael Arraes, eles receberam o Certificado de Honra ao Mérito pelos serviços que prestaram no exercício do cargo.

Foram homenageados os jornalistas Djalma Rodrigues, Marco D’Eça, Itamargarethe Corrêa Lima, Gláucio Ericeira, Luís Cardoso e José Raimundo Rodrigues, além de Mário Coutinho, Udes Cruz, Cunha Santos e Aldionor Salgado, que reconhecidos in memorian, foram representados por seus filhos, respectivamente, Márcio Augusto Coutinho, Udes Filho, Laila Cunha Santos e Mariana Salgado.

O presidente em exercício da Câmara Municipal, Francisco Chaguinhas, dono da iniciativa, justificou a homenagem: “Pela primeira vez, esta Casa homenageia aqueles que ao longo dos anos comandaram equipes que colaboraram para divulgar e registrar a história do parlamento ludovicense”, pontuou o vereador.

O atual diretor de Comunicação, jornalista Rafael Arrais, complementou: “É um justo reconhecimento aos profissionais que tanto contribuíram para o fortalecimento desta Casa e para a sua importância para a cidade”.

Um dos homenageados, jornalista Djalma Rodrigues, que comandou a Comunicação da Câmara Municipal em cinco gestões, se disse feliz por ter o seu trabalho e dos colegas reconhecido pela Casa: “O presidente Chaguinhas foi muito feliz ao estabelecer este reconhecimento às pessoas que deram a sua contribuição na Comunicação da Câmara Municipal”.

A sessão em que os ex-diretores de Comunicação foram homenageados foi concorrida, com a presença de três ex-presidentes – Isaías Pereirinha, Manoel Ribeiro e Ivan Sarney -, do vereador Marcial Lima (Podemos), que também é jornalista e radialista, e de um grande número de profissionais da comunicação.

Os jornalistas profissionais, que fazem do jornalismo o seu projeto de vida, se sentem alcançados pela homenagem dedicada aos colegas.

São Luís, 21 de Abril de 2023.

Eney Santana partiu aos 100 anos levando sua gentileza e parte da memória política do Ma

Eney Santana: a altivez e a elegância escondiam a delicadeza

Partiu ontem, aos 100 anos, a caxiense Eney Tavares Lisboa de Santana, ex-primeira-dama do Maranhão, esposa, companheira e paixão eterna do médico, professor e político Pedro Neiva de Santana, que governou o estado entre 1971 e 1975. As manifestações do governador Carlos Brandão (PSB) e da presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB) lamentando a perda destacam linhas gerais a respeito de quem foi Dona Eney Santana, como era conhecida, ao longo do século que durou sua existência: a aparência altiva, reforçada por uma elegância ímpar, sugerindo ascendência aristocrática, escondia uma mulher educada, atenciosa, esclarecida e muito ciente do espaço que ocupava na sempre intensa vida profissional, intelectual e política do marido.

Dona Eney Santana levou o registro rico de parte da história do Maranhão no século XX, que passa pelo Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas entre 1937 e 1945, durante o qual o marido Pedro Neiva foi prefeito de São Luís durante oito anos, indicado pelo poderoso interventor Paulo Ramos. Foi também deputado federal em 1938, e secretário de Fazenda do Governo José Sarney (1966/1970). Em outubro de 1970, indicado pelos militares com o aval do então senador eleito José Sarney e do governador Antônio Dino, foi o candidato da Arena e eleito governador do Maranhão, em pleito indireto, realizado pela Assembleia Legislativa, cargo que ocupou até 1975. Eney Santana viveu intensamente os bastidores desse processo – alguns acreditam que ela teve participação decisiva na posição do marido.

Na trajetória profissional, intelectual e política de Pedro Neiva, conhecido pela sua seriedade, Dona Eney Santana foi o braço forte dele, a sua confidente e sua conselheira. O que ficou evidenciado ao longo do tempo foi que o influente Pedro Neiva reverenciava a mulher, a ponto de ter entrado para o folclore político uma regra draconiana que vigorou no Palácio dos Leões durante aquele Governo: de segunda à sexta-feira, rigorosamente às 11 horas, a primeira-dama Eney Santana avisava ao governador que o almoço ir ser servido. Naquele momento, o governador Pedro Neiva, que tinha rigor britânico com horário, interrompia qualquer conversa, despedia-se do interlocutor e dirigia-se à ala residencial ao Palácio dos Leões, onde almoçava em companha da primeira-dama e só retornava ao gabinete de trabalho às 14 horas, para o expediente da tarde. Tal rotina só era quebrada em situação especialíssima.

Durante o Governo Pedro Neiva de Santana, em que pese o fato de que o Brasil estava amargando o período do general-presidente Garrastazu Médici, responsável pelos anos de chumbo da ditadura militar, que, além das posições políticas avessas, censurava grosseiramente as mais diferentes manifestações artísticas, o Maranhão viveu, curiosamente, um período explosivo no campo das artes.  Essa explosão veio com a música e o teatro produzido no Laborarte, por exemplo e muitas outras manifestações. Parte desse movimento teve a primeira-dama Eney Santana como incentivadora, atuando fortemente no apoio aos trabalhos ligados às artes plásticas. Tanto que o reconhecimento por essa atuação veio com a Galeria Eney Santana, referência destacada pela exposição de grandes nomes da pintura e da escultura no Maranhão.

Dona Eney Santana nasceu em Caxias em 1923 e casou ainda jovem com o já médico e político Pedro Neiva em Nova Iorque, terra natal dele, e onde viveram por algum tempo. O casal teve apenas um filho, Jaime, mas tinha como filhos a nora Alberlila e os netos Izabela, Pedro e Gabriela Santana. Jaime Santana graduou-se em economia e foi secretário de Fazenda no governo do pai, tendo deixado o cargo para se eleger deputado federal, liderando, junto com Aécio Neves, um movimento dissidente no MDB, que resultou na criação do PSDB.

Dona Eney Santana manteve vida discreta depois da morte do marido, em 1984, alimentando intactas a sua postura altiva e sua gentileza. As manifestações nas instituições políticas maranhenses lamentando sua partida simbolizam o prestígio que amealhou durante a sua longa e rica existência. Pena que não tenha deixado escritas as suas memórias.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão e Camarão reabrem três escolas de referência em São Luís

Carlos Brandão, Felipe Camarão e Iracema Vale
inauguram o Centro Educacional João Paulo II

A rede de escolas estaduais em São Luís teve ontem devolvida parte importante da sua integridade física e cultural, com a reinauguração de três das mais tradicionais unidades escolares de São Luís: o Centro de Ensino Médio Coelho Neto, no Bairro Ivar Saldanha; o Centro Educa Mais Almirante Tamandaré, na Cohab/Anil; e o Centro de Ensino João Paulo II, no Habitacional Turu. Juntas, as três escolas, que são referências em qualidade de ensino e abrigam mais de três mil estudantes do ensino médio nos três turnos.

A reinauguração, que é parte de um grande programa, foi comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo vice-governador e secretário de Estado da Educação Felipe Camarão (PT), com a presença da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), deputados e secretários, professores e estudantes. Além da reforma em si, as três escolas serão dotadas de quadras esportivas cobertas, conforme anunciou o vice/secretário Felipe Camarão, informando que o governador Carlos Brandão lhe deu autorização nesse sentido.     

O velho e honrado Centro de Ensino Coelho Neto teve renovado o auditório com 200 lugares, e que foi rebatizado de “José Luís Cantanhede Lopes”, em homenagem a um dos seus primeiros professores. Conta agora com uma “midiateca”, que abriga um rico acervo literário e receberá equipamentos de informática, e que foi batizada “Bráulio Gadelha Costa”, professor e avô do vice-governador Felipe Camarão. Ganhou ainda novos laboratórios (Física/Matemática, Química/Biologia e Eletromecânica/Eletrotécnica).

Maior referência educacional da região da Cohab/Anil, o Centro Educa Mais Almirante Tamandaré, que abriga mais de mil alunos em três turnos, foi inteiramente reformado, ganhando novos equipamentos e sistema de refrigeração. Agora, a escola tem novo auditório, biblioteca e Sala Maker, adequada para o estudo e a prática da robótica, área na qual já começa a ser uma referência.

E o Centro de Ensino João Paulo II, onde o Governo do Estado investiu mais de R$ 2 milhões na reforma e construção de novo espaço escolar, que ganhou salas de aula reformadas, midiateca, auditório e mais um sistema de acessibilidade para as pessoas com deficiência. Escola com mais de 40 anos, passa a ser de novo uma escola de referência.

Uma boa notícia

Denúncia contra Rigo Teles causa embaraços

Rigo Teles: denúncia
constrangedora

Impressiona a informação de que Rigo Teles (PL), ex-deputado estadual e atual prefeito de Barra do Corda, esteja sob o risco de perder o mandato e ser banido da vida pública pelo suposto crime de “rachadinha”. Feita pelo Ministério Público, a denúncia tem por base o depoimento de um motorista, Adson Flávio Ribeiro da Silva, que afirma haver trabalhado para o então deputado Rigo Teles ao longo de 10 anos e que em parte desse tempo fora nomeado para um cargo em comissão no gabinete dele na Assembleia Legislativa e que era obrigado a entregar parte do salário ao parlamentar, configurando aí o crime de “rachadinha”.

Vários aspectos desse imbróglio chamam a atenção, a começar pelo fato de que Rigo Teles, que exerceu nove mandatos consecutivos, 36 anos, na Assembleia Legislativa que agora é o prefeito de Barra do Corda, sempre ter exibido sinais de riqueza, em parte fruto da fortuna erguida pelo seu pai, Nenzim, um dos grandes comerciantes e fazendeiros da região, e que foi também prefeito de Barra do Corda. Ainda adolescente, Rigo Teles e seus irmãos estudavam em São Luís morando numa casa no bairro do Apicum, onde habitavam os ricos da cidade nos anos 60 e até 70, e dirigindo carro próprio, coisa rara um estudante na Capital em qualquer tempo.

É desconcertante saber que um político com seu lastro, e que tem a mulher, Abigail Teles (PL), detentora de mandato parlamentar, mas licenciada e exercendo o cargo de secretária de Estado da Mulher, esteja na corda bamba da Justiça por um crime tão rasteiro. O resultado é um baita constrangimento, primeiro na população de Barra do Corda, que vê seu prefeito numa situação dessas, e depois, no Palácio dos Leões, com o fato de que uma das integrantes do primeiro escalão vive esse drama em família.

Será muito positivo o prefeito Rigo Teles mostrar que a denúncia não tem base. O que parece não ser fácil.

São Luís, 20 de Abril de 2022.

Braide encara os primeiros problemas de uma onda que se formará com a corrida sucessória

Eduardo Braide enfrenta problemas que podem indicar
o começo da guerra pelo comando da Prefeitura

São os primeiros sintomas da pré-campanha para a Prefeitura de São Luís, que começa para valor em janeiro do ano que vem, mas que alguns movimentos vêm antecipando. O fato é que o prefeito Eduardo Braide (PSD) enfrenta um momento de turbulência que pode resultar em dificuldades políticas. A Câmara Municipal vai se reunir na próxima segunda-feira (24) para discutir e decidir se confirma ou derruba os vetos que o prefeito aplicou sobre o Plano Diretor (Lei nº 7.122); os rodoviários da Capital ameaçam entrar em greve a qualquer momento; e o deputado Carlos Lula (PSB), ex-secretário de Estado da Saúde, responsabilizou ontem a Prefeitura pela morte da criança indígena que não recebeu atendimento médico em hospitais municipal. Em meio ao tiroteio direcionado ao Palácio de la Ravardière, o deputado Fernando Braide (PSD) discursou na Assembleia Legislativa rebatando críticas ao irmão prefeito.

O prefeito Eduardo Braide vive uma situação incomum, uma vez que é líder de si mesmo, não tendo um partido ou um líder forte para tutela-lo. Isso, por um lado, o deixa à vontade para se movimentar conforme suas próprias avaliações, mas por outro o torna vulnerável, sem uma forte carapaça de defesa. É verdade que o prefeito é um político hábil, de posições firmes e bem pesadas, o que explica o sucesso retumbante da sua trajetória até aqui sem se sujeitar a imposições. Mas é também verdadeiro o fato de que voo solo em política não dura muito tempo, de vez que o que dá força e sustentação a projetos ousados é a capacidade de agregar, a exemplo do que vem fazendo o governador Carlos Brandão (PSB). O isolamento via de regra produz desastres políticos como o amargado pelo ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., por exemplo.

Os vetos ao Plano Diretor, todos eles baseados na Lei Orgânica do Município de São Luís, certamente motivarão debates ácidos entre vereadores aliados e oposicionistas. Mas é improvável que esses debates gerem uma crise política que o prefeito não seja capaz de administrar. Afinal, Eduardo Braide é advogado com largos conhecimentos em direito público, e muito provavelmente não cometeria erros na decisão de vetar itens do Plano Diretor. Mais ainda tendo um advogado experiente como Bruno Duailibe como procurador-chefe.  No caso do mau humor de motoristas e cobradores de ônibus, uma categoria sofrida, que aprendeu a reivindicar seus direitos deixando 400 mil ludovicenses sem transporte, impondo uma situação de caos urbano por alguns dias, o prefeito com certeza saberá os instrumentos que possui para evitar uma crise danosa. A crítica do deputado Carlos Lula sobre a morte da criança indígena, por mais grave que seja, pode ser minimizada com o fato de estar ele na oposição e na lista dos candidatos a candidatos a prefeito.

Desde que assumiu, há dois anos e três meses e meio, o prefeito Eduardo Braide já enfrentou situações bem mais complicadas. A diferença é que os problemas de agora repercutem bem mais pelo fato de que ele já começa a ser identificado como pré-candidato à reeleição, condição que de agora até às eleições o torna alvo fácil de qualquer adversário. E a Câmara Municipal, que vem surpreendendo pela movimentação política dos seus integrantes, a exemplo do presidente licenciado e atual secretário estadual de Cultura, vereador Paulo Victor (PCdoB), é o termômetro desse clima, o mesmo acontecendo com a Assembleia Legislativa, onde estão alguns interessados no palácio de la Ravardière, entre eles o deputado Carlos Lula.

Dono de bom preparo técnico e de faro político apurado, o prefeito Eduardo Braide tem esse cenário desenhado com clareza. E, certamente, busca meios de superar os problemas no campo administrativo, que não são poucos, mas são superáveis, e os argumentos para evitar o isolamento e com isso dissipar as tempestades políticas que ganharão força com a proximidade das eleições. Só não pode vacilar.

PONTO & CONTRAPONTO  

Brandão vai criar comitê para agir contra a violência nas escolas

Carlos Brandão entre colegas governadores na reunião
comandada ontem pelo presidente Lula da Silva

O Governo do Maranhão vai atuar fortemente na implantação de um programa voltado para garantir a segurança das escolas. Foi essa a decisão que o governador Carlos Brandão (PSB) tomou ao participar, juntamente com os demais governadores, da reunião de ontem, em Brasília, com o presidente Lula da Silva (PT) e os chefes dos Poderes Judiciário e Legislativo, com o objetivo de evitar que nossos ataques de ódio sejam feitos contra crianças e jovens nas escolas do País.

Carlos Brandão anunciou sua primeira decisão: formar um comitê com a participação de representantes dos três Poderes, incluindo prefeitos, e da sociedade civil, para construir soluções para o problema no estado. O comitê terá o compromisso de encontrar estratégias para evitar a disseminação do discurso de ódio e extremismo, de modo a manter as escolas como um ambiente de paz e segurança.

O governador do Maranhão declarou apoio total à proposta de regulamentação das redes sociais, onde circulam esses discursos de incentivo à violência. Ele se manifestou de acordo com as manifestações do ministro da Justiça, Flávio Dino, que já iniciou o processo de regulamentação com a portaria instituindo regras sobre o assunto nas redes, e do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que defendeu medidas urgentes para evitar que as plataformas continuem sendo espaço para discurso de pódio sem controle.

“Não é possível que tenhamos regras e leis para a vida normal e não tenha na vida virtual. Esse assunto também será discutido no Congresso Nacional e, acredito eu, que sairá uma nova legislação de combate a essa questão. Isso tem levado a muitos atos de violência, não só na escola, mas na vida normal das pessoas”, assinalou o governador do Maranhão.

As providências para a formação do comitê serão iniciadas imediatamente.

Bacabal aniversaria, mas só dois dos três deputados participam da festa

Iracema Vale entre Davi Brandão e Roberto Costa
na festa de aniversário de Bacabal

Bacabal completou segunda-feira (17) 103 anos de emancipação política. Os bacabalenses comemoraram a data, mesmo com muitos deles ainda os efeitos danosos das enchentes do rio Mearim. A convite dos deputados Roberto Costa (MDB) e Davi Brandão (PSB), a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) participou das comemorações. Foi saudada efusivamente pelos deputados e pelo prefeito Edvan Brandão (PSB) num oportuno clima de congraçamento.

Chama a atenção o fato de Bacabal ser um dos poucos municípios que contam com três deputados, que brigam entre si, mas brigam também pelo município. Mesmo não sendo natural de Bacabal, Roberto Costa milita intensamente no município, onde tem domicílio eleitoral e já disputou a prefeitura (2016 contra o ex-prefeito Zé Vieira), sendo considerado bacabalense por adoção, liderando ali o grupo político ligado ao ex-senador João Alberto (MDB), que já foi prefeito da cidade. Roberto Costa se divide entre Bacabal e São Luís.

O deputado Davi Brandão segue os passos do pai. Ainda muito jovem, formado em engenharia civil, preferiu embarcar na política, e com o apoio forte do prefeito Edvan Brandão, elegeu-se para a Assembleia Legislativa. Mantém boa relação com Roberto Costa, mesmo disputando votos. O outro é o deputado Florêncio Neto, filho do ex-deputado Carlos Florêncio, que foi vice-prefeito de Bacabal na chapa de Zé Vieira, mas foi cassado pelo TRE.

A presidente Iracema Vale foi recepcionada em Bacabal pelos deputados Roberto Costa, que a ciceroneou, e Davi Brandão, que acompanhou sua agenda. Florêncio Neto não apareceu na festa.

São Luís, 19 de Abril de 2023.