Arquivos mensais: abril 2022

Esquecendo 2018, Weverton confirma rompimento dizendo que ele e seu grupo não votarão em Dino

 

Weverton Rocha anuncia que não votará em Flávio Dino

“Uma coisa o nosso grupo já tomou a decisão política: nós não vamos votar no Flávio Dino. Depois de tudo o que ele fez, e a forma agressiva, dura, difícil. Não tem como. Essa opção que ele tem, o caminho que ele procurou percorrer não é o nosso. Então, nós não temos como estar juntos. Agora, o candidato nós iremos discutindo”.

A declaração é do senador Weverton Rocha (PDT), feita em Caxias, ontem, onde realizou mais um ato de pré-campanha. A fala confirma todas as suspeitas de que a inconformação por não ter sido escolhido para ser o candidato da aliança governista ao Palácio dos Leões levaria o parlamentar a romper com o ex-governador. E, mais do que isso, a buscar alianças na seara adversária, incluindo aí a extrema direita bolsonarista, como o provável apoio à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB), previsto por aliados seus. Uma mudança radical para quem participou, ainda que de má vontade, de um processo de escolha que durou todo o ano de 2021 e os primeiros meses de 2022, com reuniões, discussões abertas, conversas fechadas, posições francas e definição honesta, devidamente justificada.

Na sua declaração, o senador Weverton Rocha diz que o “nosso grupo” decidiu não votar em Flávio Dino para o Senado. Vale a indagação: a que grupo ele está se referindo? Um grupo partidário, que no caso seria o PDT, uma fatia do Republicanos liderada pelo deputado federal Cléber Verde, uma banda do União Brasil que segue o deputado federal Juscelino Filho, e o PROS, agora comandado pelo suplente de deputado estadual Marcos Caldas? Ou um grupo de aliados que gravitam em torno do seu projeto? Sim, porque até onde a visão alcança, os fatos registram que o seu lastro partidário e o seu suporte político encolheram drasticamente, com a perda do aval do PSDB e do Cidadania, e do apoio da senadora Eliziane Gama (Cidadania) e do deputado Othelino Neto (PCdoB).

Quando ele justifica a decisão de romper com Flávio Dino, alegando “tudo o que ele fez, e a forma agressiva, dura, difícil”, o senador Weverton Rocha deixa muitas indagações no ar. O que o então governador Flávio Dino fez foi optar pela candidatura do seu vice, Carlos Brandão, que durante sete anos atuou com dedicação e lealdade extremas, participou do Governo sem extrapolar um milímetro da sua condição de vice, criando assim as condições políticas para consolidar seu projeto. E o argumento do governador e das lideranças do grupo era o de que, ainda no meio de um mandato de senador, e levando em conta o fato de que, se eleito, Carlos Brandão cumprirá apenas um mandato, Weverton Rocha teria caminho livre para preparar terreno e se candidatar ao Governo em 2026. Mas ele entendeu que o governador Flávio Dino deveria escolhê-lo, e não o fazendo passaria a ser seu adversário.

Ao se posicionar dessa maneira e com essas escolhas, Weverton Rocha armou uma jogada política de altíssimo risco. Isso porque, além da natureza polêmica e frágil das suas alegações, a sua eleição para o Senado em 2018 joga por terra qualquer argumento. Naquele pleito, ainda que fosse um jovem líder em ascensão, candidato natural da aliança partidária para enfrentar adversários fragilizados pelo desgaste histórico, Weverton Rocha foi acatado e apoiado decisivamente pelo governador Flávio Dino, a exemplo do que acontecera com o senador Roberto Rocha em 2014. E curiosamente, faz agora o que Roberto Rocha fez depois de eleito no embalo do prestígio político e eleitoral de Flávio Dino. E o seu gesto se torna mais controverso à medida que o senador parte para o ataque no momento em que Flávio Dino vive a condição de militante político e pré-candidato a senador sem ter o suporte de um mandato, como é o seu caso.

Jovem, arrojado e com um horizonte largo pela frente, o senador Weverton Rocha pode estar dando um passo para chegar ao topo da carreira. Mas pode também estar tropeçando para sofrer um tombo monumental. Isso porque, depois das dessa declaração, dificilmente ele sairá desse processo político como entrou.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Deputados e prefeitos se posicionam pelo desenvolvimento da região dos Lençóis

Dois momentos do Assembleia em Ação, ontem, em Paulino Neves, comandados pelo presidente da Alema, Othelino Neto

Todos os esforços devem ser somados para garantir que a Região dos Lençóis se consolide definitivamente como um polo turístico economicamente forte e sustentável. Essa mentalidade, que já se instalou na região, deve se transformar num modo de vida que alce todos os seus habitantes. Foi esse, de um modo geral, o tom dos pronunciamentos feitos ontem em Paulino Neves, durante a programação da sétima edição do Assembleia em Ação. A necessidade de que todos se movimentem para atrair recursos para a Região dos Lençóis, para que se façam investimentos associados à preservação dos seus recursos naturais, foi defendida inicialmente pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), no seu discurso de abertura.

– Que nós possamos fazer desse encontro um instrumento para a busca de políticas públicas voltadas à Região dos Lençóis, no intuito de melhorarmos a qualidade de vida da população. Para nós, deputados estaduais, quanto mais temos esse contato próximo com os municípios, melhor orientamos o nosso mandato – declarou Othelino Neto. Suas declarações foram aprovadas pelo prefeito de Paulino Neves, Raimundo Lídio (Republicanos), e Amilcar Rocha (PCdoB), de Barreirinhas, além de representantes de outros municípios da região.

Durante a programação, acatando a sugestão feita pelos deputados Marco Aurélio (PSB) e Socorro Waquim (PP), o presidente da Assembleia Legislativa anunciou a criação de uma comissão parlamentar levantar os problemas da região, a exemplo da falta de luz elétrica para comunidades mais isoladas do Parque Nacional dos Lençóis, e o conflito na comunidade pesque ira de Arpoador. E alternativas e ações para elevar, ainda mais, o potencial turístico e econômico da Região dos Lençóis. Os debates tiveram a participação dos deputados Zé Inácio (PT), Wellington do Curso (PSC), Ariston Ribeiro (PSB), Betel Gomes (MDB), Ricardo Rios (PCdoB) e Wendell Lages (PV).

O evento também foi bem-sucedido na execução da sua programação, que contou com as palestras ‘Processo Legislativo’, ministrada pelo consultor legislativo constitucional Anderson Rocha, e ‘Inovações do Direito Eleitoral’, proferida pelo diretor de Administração da Alema, Antino Noleto.

– Que nós possamos fazer desse encontro um instrumento para a busca de políticas públicas voltadas à região dos Lençóis, no intuito de melhorarmos a qualidade de vida da população. Para nós, deputados estaduais, quanto mais temos esse contato próximo com os municípios, melhor orientamos o nosso mandato – declarou o presidente Othelino Neto no encerramento.

 

Braide só deve escolher novo partido depois das eleições

Eduardo Braide

Não será surpresa se o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, permanece sem partido até depois das eleições de outubro. Depois que deixou o Podemos, por não concordar com algumas orientações da cúpula nacional, o prefeito recebeu convite de vários partidos, mas preferiu deixar essa decisão para depois. Como não vai participar do processo eleitoral disputando voto, Eduardo Braide não tem pressa para fazer essa escolha. De acordo com uma fonte com trânsito no Palácio de la Ravardière, o prefeito deve permanecer sem partido até o final do ano, quando, diante do quadro que tiver saído das urnas, fará sua escolha partidária como base do seu projeto de reeleição em 2024.

São Luís, 30 de Abril de 2022.

Roberto Rocha vai tentar renovar o mandato de senador e pode contar com o apoio do PDT e do PSD

 

Roberto Rocha deve ser candidato à reeleição para o Senado contra Flávio Dino

O senador Roberto Rocha (PTB) deve ser candidato à reeleição. Ele sinalizou sua decisão em entrevista, ontem, tendo avisado que o anúncio oficial será feito brevemente em evento partidário. Ao decidir por esse caminho, o senador escolheu o objetivo que tinha de fato em mente, e que foi expressado em diferentes momentos, já que lhe faltaram as condições para tentar o seu grande sonho, ser governador do Maranhão. Ele será o adversário do ex-governador Flávio Dino (PSB), de quem já foi aliado, mas de quem se tornou inimigo político. Tanto que, segundo informações saídas de fontes a ele ligadas, sua pré-candidatura poderá contar com o apoio do senador Weverton Rocha (PDT), que se elegeu em 2018 com apoio total do então governador Flávio Dino, e Edivaldo Holanda Jr. (PSD), eleito e reeleito prefeito de São Luís na esteira do apoio da aliança dinista. Por conta do seu alinhamento total ao presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Roberto Rocha definiu seu destino eleitoral depois de uma verdadeira corrida de obstáculos para encontrar um partido, saindo do PSDB, uma agremiação de centro, fazendo uma romaria em busca de uma legenda e terminando por desembarcar no PTB, o que há de mais radical na extrema-direita do conjunto partidário nacional, provavelmente a última das suas opções.

Depois de uma carreira com altos e baixos – deputado estadual, deputado federal e vice-prefeito de São Luís, tendo nesse período amargado dois fracassos em disputas para governador, em 2002 e 2018 -, Roberto Rocha chegou ao Senado em 2014 no embalo avassalador da grande aliança construída por Flávio Dino, o que lhe deu força eleitoral suficiente para derrotar o então deputado federal Gastão Vieira (MDB). Seria a voz do Governo estadual no Senado, mas em pouco tempo, num processo que surpreendeu a todos, exatamente por não se sustentar num só argumento lógico, iniciou um agressivo processo de afastamento da aliança governista, rompeu com todos os que o apoiaram, e tentou ser o grande adversário do governador Flávio Dino na disputa pelo Governo em 2018. Saiu das urnas com pouco mais de 2% dos votos.

Roberto Rocha deu prosseguimento no seu mandato senatorial, mas logo se aproximou do presidente Jair Bolsonaro, tornando-se, mesmo filiado ao PSDB, uma das mais ativas vozes do bolsonarismo no Senado. Nesses sete anos como senador foi líder do PSDB, foi relator do fracassado projeto de reforma tributária, integra várias comissões importantes, é o atual corregedor-geral da Casa, e tem o projeto Zona Franca de São Luís como carro-chefe da sua atuação parlamentar. Por outro lado, nesta semana, reportagem do jornal Folha de S. Paulo o colocou em situação complicada em relação às obras do Camelódromo e da Ceasa de Imperatriz, financiadas pela Codevasf com recursos “apadrinhados” pelo senador, mas que são “elefantes brancos”.

Nos últimos dois anos, emitiu todos os sinais de que estava se preparando politicamente para disputar o Governo do Estado, sendo para tanto incentivado pelo próprio presidente da República, que tentou montar uma estratégia de lançar candidatos fortes a governos estaduais, principalmente no Nordeste, o que não funcionou no Maranhão. Nesse contexto, Roberto Rocha começou a enfrentar problemas partidários, já que, devido ao seu vínculo político com o bolsonarismo, sua permanência no PSDB se tornou inviável. Ele tentou entrar no PL, partido escolhido por Jair Bolsonaro, mas encontrou forte resistência por parte do chefe local da legenda, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que se declarou pré-candidato ao Governo.

O senador tentou outras opções, como uma aliança com Lahesio Bonfim, pré-candidato do PSC, mas não conseguiu, acabando por desembarcar no PTB, o partido de centro-esquerda fundado por Getúlio Vargas, mas que sob o atual presidente, Roberto Jefferson, se tornou uma agremiação politicamente retrógrada, expressão maior da extrema-direita.

Mesmo que venha a ter o PDT do senador Weverton Rocha e o PSC do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. como aliados na campanha, e atue como a voz bolsonarista na corrida eleitoral, o senador Roberto Rocha sabe que o desafio de disputar a cadeira com o ex-governador Flávio Dino, será, de longe, o maior e mais difícil da sua carreira. Mesmo levando em conta o elevado grau de imprevisibilidade dos resultados eleitorais.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Situação de Josimar de Maranhãozinho é complicada

Não é confortável a situação do chefe do PL deputado federal Josimar de Maranhãozinho (foto). Ele integra uma lista de mais de uma dezena de deputados federais denunciados por corrupção, cujos mandatos estão passíveis de cassação. Encaminhada pela Justiça, a lista dos denunciados chegou ao Conselho de Ética da Câmara Federal, onde cada caso deve ser analisado e cujos pareceres devem ser encaminhados ao plenário. O caso de Josimar de Maranhãozinho é cabeludo. Ele é acusado de liderar um grande esquema de desvio de recursos de emendas federais destinadas às áreas de educação e saúde. De acordo com a denúncia, a suposta quadrilha já teria desviado mais de R$ 100 milhões em esquemas com prefeituras, notadamente algumas controladas por aliados de Josimar de Maranhãozinho. Ele se esforça agora para procrastinar ao máximo as reuniões do Conselho de Ética. Se perder o mandato, sua carreira política será sepultada. Se não ficar inelegível, será candidato a deputado estadual, mandando a sua mulher, a deputada estadual Detinha (PL), para a Câmara Federal, onde não mais encontra ambiente para atuar.

 

O afastamento de Felipe dos Pneus em Santa Inês chocou a nova geração de políticos

Felipe dos Pneus:  choque na nova geração política

O afastamento do prefeito Felipe dos Pneus (Republicanos) do comando da Prefeitura de Santa Inês foi chocante e colocou a nova geração de políticos sob uma enorme lupa. Primeiro por ser ele um político jovem, da novíssima geração, com boa formação e família abastada por conta de negócios lícitos. Segundo, por ter se elegido para comandar uma das maiores e mais importantes cidades do Maranhão com um discurso de renovação e promessa de transformar o município numa referência com uma gestão eficiente e transparente. Terceiro, por conta do que diz o relatório das investigações sobre a roubalheira de recursos destinados à Saúde, em volume que alcançaria cerca de R$ 30 milhões. Quarto, o argumento de que deu andamento a licitação feita na gestão anterior agrava ainda mais a situação, de vez que deu continuidade ao vício, permitindo que a roubalheira continuasse.

É mais ou menos a situação do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), que foi denunciado, afastado do cargo, mas conseguiu retornar por uma decisão liminar da Justiça.

O problema é que os dois estão carimbados como suspeitos, o que pode significar fim de carreira ou uma carreira pedregosa.

São Luís, 29 de Abril de 2022.

Dino mobiliza aliados visando “construir uma grande vitória” para Brandão e Lula

 

Flávio Dino trabalha forte para dar suporte a Carlos brandão e Lula da Silva nas eleições no Maranhão

Ao mesmo tempo em que cuida de manter unida a base partidária da chapa encabeçada pelo governador Carlos Brandão (PSB), pré-candidato à reeleição, na qual é pré-candidato a senador, o ex-governador Flávio Dino (PSB) trabalha também nos preparativos para a pré-campanha e a campanha do ex-presidente Lula da Silva (PT), no Maranhão, certo de que ele será mesmo o candidato do partido ao Palácio do Planalto. Desde que renunciou, em 31 de março, o ex-governador já comandou pelo menos duas reuniões com líderes do PSB, do PCdoB e do PT, produzindo o rascunho de um amplo roteiro de ações prevendo as vindas de Lula da Silva ao Maranhão durante a pré-campanha e a campanha propriamente dita, cujo primeiro evento será o lançamento da candidatura do ex-presidente em território maranhense. Flávio Dino defende a mobilização permanente das forças partidárias comprometidas com a democracia no Maranhão. E alerta que as lideranças não podem relaxar nem baixar a guarda, sob o argumento de que, mesmo em desvantagem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um adversário perigoso, principalmente tendo a seu favor a poderosa máquina federal.

Flávio Dino trabalha para que Carlos Brandão e Lula da Silva tenham suas campanhas alinhadas, de modo que um atue em função do outro, transformando as chapas na base de um grande movimento político destinado a dar continuidade ao processo iniciado em 2014 no Maranhão, bem como derrotar nas urnas a extrema direita bolsonarista no país, brecando ainda o seu avanço no Maranhão. Ao mesmo tempo, o ex-governador integra um grupo de lideranças que cuida dos movimentos do líder petista. O grupo maranhense é formado basicamente pelos presidentes do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry; do PSB, deputado federal Bira do Pindaré, e do PT, Francimar Melo.

Além desse bloco de esquerda, ao qual está diretamente ligado, o ex-governador Flávio Dino se movimenta para consolidar a participação do PV, que formou federação com o PT, e que no Maranhão é parte do grupo Sarney, da federação PSDB/Cidadania, controlada no estado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), e pelo PP, presidido local e nacionalmente pelo deputado federal André Fufuca, que mesmo alinhado à pré-candidatura do presidente Jair Bolsonaro no plano nacional, no Maranhão mantém alinhamento total às pré-candidaturas de Carlos Brandão para o Governo e Flávio Dino para o Senado. Espera ainda contar com o Solidariedade, que no momento está condicionado ao projeto de candidatura do seu presidente estadual, o suplente de deputado federal Simplício Araújo, ao Governo do Estado. Outros partidos, que já foram aliados, ainda podem fazer parte desse movimento.

Com essas alianças, o ex-governador maranhense restaura grande parte da grande base partidária que costurou em 2014 e manteve praticamente intacta até 2020, quando o senador Weverton Rocha rompeu a parceria e decidiu levar o PDT para o seu projeto de candidatura. Com o rompimento, o chefe pedetista “puxou” também o Republicanos e o PROS, mas esses partidos estão divididos, sendo que parte das suas lideranças já declararam apoio à chapa Carlos Brandão/Flávio Dino. Para dar dois exemplos: o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, é um dos líderes do Republicanos, mas é linha de frente na base de apoio do governador Carlos Brandão, e o ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques (PP), que inicialmente apostou no projeto do senador Weverton Rocha, é hoje partidário da candidatura de Carlos Brandão à reeleição.

Na última reunião do grupo, o ex-governador Flávio Dino motivou os líderes a trabalhar para “construir a vitória” do ex-presidente Lula da Silva. E o fez motivado pela certeza de que de volta ao Planalto o ex-presidente pode realizar “um governo que trabalhe todo dia em favor do progresso social e de oportunidades para todos”.

Isso só será possível se a grande aliança vencer as eleições.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia em Ação vai discutir problemas das regiões dos Lençóis, Munim e Baixo Parnaíba

Othelino Neto lidera ação da AL em Paulino Neves

Liderada pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), uma comitiva parlamentar chega hoje a Paulino Neves, cidade de 17 mil habitantes, situada entre os Lençóis e Maranhenses e o Delta do Parnaíba, para a sétima edição do projeto “Assembleia em Ação”, que abrangerá também 17 municípios das regiões do Munim e Baixo Parnaíba, e cuja motivação central é possibilitar que a Assembleia Legislativa debata os problemas regionais com prefeitos, vereadores e lideranças na própria macro região. Será a primeira agenda desse projeto depois da pandemia do coronavírus, que durou dois anos. E Paulino Neves, que é também conhecida como “Capital do Ecoturismo do Maranhão”, vem ganhando importância por conta da sua localização, que é motivo de interesse de turistas, cientistas e ambientalistas do mundo inteiro.

A cidade, que fica a 350 km de São Luís, já é considerada um polo turístico importante, formando com Barreirinhas e Tutóia, as maiores referências da Região dos Lençóis. Ontem, o presidente Othelino Neto exortou os deputados a participarem do evento e estendeu o convite à classe política e à sociedade em geral. “Será um momento importante para trocarmos experiências e conhecermos em detalhes as demandas das regiões dos Lençóis Maranhenses, Munim e Baixo Parnaíba. Por isso, ratifico o convite a todos os parlamentares para que participem do evento e estendo o chamamento à classe política dos municípios envolvidos”, disse o presidente da Assembleia Legislativa.

Foram convidados representantes de Paulino Neves, Barreirinhas, Santo Amaro, Araioses, Água Doce, Axixá, Belágua, Icatu, Magalhães de Almeida, Milagres do Maranhão, Morros, Santa Quitéria, Santana do Maranhão, São Benedito do Rio Preto, São Bernardo, Tutóia e Urbanos Santos. “São todos integrantes de regiões detentoras de grande potencial turístico no estado, cujas realidades precisamos conhecer melhor para poder influenciar nas decisões que contribuam com o seu desenvolvimento, conciliando sempre as belezas naturais e o aproveitamento sustentável de seus recursos naturais e turísticos visando à geração de emprego e renda”, assinalou o presidente Othelino Neto.

Em tempo: a realização da edição do “Assembleia em Ação” em Paulino Neves foi proposta pelo deputado Wellington do Curso (PSC).

 

Lahesio recolheu as armas no embate com Simplício

Reação de Simplício Araújo fez Lahesio Bonfim recuar

O pré-candidato do PSC ao Governo do Estado, Lahesio Bonfim, pensou duas vezes e decidiu não alimentar o confronto verbal com o pré-candidato do Solidariedade, Simplício Araújo. O confronto começou quando há alguns dias Lahesio Bonfim declarou, num programa der rádio, em tom de crítica áspera, que só existia um frigorífico no Maranhão. Simplício Araújo, que fora secretário de Indústria, Comércio e Energia, reagiu acusando-o de ser desinformado e mostrando que são sete frigoríficos, citando o nome e o local de cada um. O pré-candidato do PTB tentou rebater acusando o adversário de desvirtuas suas palavras, mas sentiu que não tinha como continuar essa guerra de versões, mas sentiu o golpe e preferiu recolher as armas, elo menos por enquanto. Outros embates virão.

São Luís, 28 de Abril de 2022.

Eleição na Fecomércio pode pôr fim ao caciquismo e à falta de alternância em entidades maranhenses

 

Maurício Feijó (d) sucederá a José Arteiro no comando da Fecomércio; Edilson Baldez se mantém na Fiema e Antônio Américo não pensa deixar a FMF

Em meio ao grande debate que se arma para as eleições de outubro, quando a democracia brasileira, restaurada em 1985, com a queda da ditadura militar, viverá o seu maior desafio, a eleição para a presidência da Fecomércio, realizada, ontem, em São Luís, se analisada na dimensão adequada, mostrou com clareza a noção de democracia vigente nas entranhas de organizações que movimentam orçamentos robustos, como a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e da Federação Maranhense de Futebol (FMF), para citar apenas dois exemplos. Na Fecomércio, eleito por unanimidade, o empresário Maurício Feijó sucederá ao empresário José Arteiro da Silva, que está no cargo desde a década de 80 do século passado, tornando-se o mais longevo chefe de entidade empresarial no Maranhão, batendo em mais de uma década o lendário empresário Alberto Abdalla, que comandou a Fiema por mais de três décadas. Esse tipo de liderança “fenomenal” está sendo mantido na FMF, onde o advogado Antônio Américo desembarcou há uma década para um mandato-tampão de meses, gostou demais das “agruras” do futebol maranhense e permanece no cargo até hoje, sem emitir o menor sinal de interesse de voltar para a militância na advocacia.

A eleição do empresário Maurício Feijó para a presidência da Fecomércio pode ter iniciado um ciclo de mudanças na natureza política dessas organizações. Ele não parece ser o presidente que vai se transformar em cacique e armar uma situação que lhe assegure sucessivos mandatos e o controle absoluto da máquina sob seu comando, o que pode indicar que a entidade inicie de fato um ciclo de saudável alternância no poder, com a possibilidade de interromper a trajetória de caciques que não querem passar o cocar. Seu antecessor, o empresário José Arteiro, assumiu a presidência da Fecomércio em 1983, há 39 anos, portanto, virou o século e, pelo que se comenta nos bastidores, só vai passar o bastão porque não teve mais como viabilizar o que seria sua décima eleição consecutiva. Nesses mais de 14 mil dias de poder, José Arteiro comandou o Serviço Social do Comércio e o Serviço Nacional do Comércio no Maranhão, duas engrenagens importantes e influentes na vida do estado. Se não se deixar seduzir pelo poder e suas vantagens – salário gordo, mordomias, viagens frequentes para o Rio de Janeiro, melhores hotéis, e por aí vai -, seu tempo de permanência no cargo será de no máximo dois mandatos.

O ciclo encerrado ontem na Fecomércio está em pleno andamento na Fiema, berço maior desse tipo de caciquismo no Maranhão, e cujo maior símbolo foi o empresário Alberto Abdalla. Desmanchada nos primeiros anos da ditadura militar, a Fiema foi ressuscitada em 1968 pela própria ditadura com a ação de um grupo de empresários liderados por Alberto Abdalla. Ele se elegeu presidente, sentou praça e deu as cartas na entidade por mais de três décadas, encerrando seu mandato em 2000, exatamente na virada do século. Durante uma década, a Fiema, que reúne 24 sindicatos da área industrial, foi comandada por empresários sem liderança, situação que mudou em 2009, quando o empresário Edilson Baldez das Neves, que presidira por vários anos o Sindicato da Construção Civil, foi eleito presidente da entidade com discurso de renovação. Sua eleição se deu em meio a uma crise na entidade, que resultou numa mudança de estatuto, com a limitação de dois mandatos – eleição e reeleição. Tão logo se consolidou no poder, Edilson Baldez cuidou de refazer o estatuto e garantir o direito de se reeleger sem limite. Atualmente, não existe na Fiema – engrenagem que controla o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) no Maranhão – o menor sinal de alternância no comando.

A “cultura” do caciquismo longevo em organizações que concentram muito poder e movimentam muito dinheiro vai além das entidades empresariais e alcança o futebol maranhense. O atual presidente da FMF, Antônio Américo Lobato Gonçalves, um advogado que desembarcou no cargo em 2011, tomou gosto pelo que encontrou, se tornou um sacerdote pela causa futebolística maranhense, e lá permanece até hoje – seu novo mandato de quatro anos lhe foi dado em fevereiro deste ano. Antônio Américo chegou ao poder na FMF em meio à crise causada pelo “impeachment” do então presidente Alberto Ferreira, que comandou a organização por quase três décadas e que acabou acusado de desmandos e desvios. Envolvido com as encrencas judiciais da entidade, o causídico encontrou um jeitinho de se tornar presidente para um mandato tampão, preparou terreno, se “reelegeu” e não saiu mais do cargo, para o qual não tem concorrente, pelo menos no momento.

A eleição na Fecomércio pode ser o primeiro passo para que a cultura da alternância alcance as organizações ainda dominadas pelo caciquismo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana terá Detinha como concorrente forte na disputa por vaga na Câmara Federal

Roseana Sarney pode ter Detinha como maior concorrente

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não pode demorar para retomar seus movimentos em direção às urnas, as quais vai encarar como candidata a deputada federal, o objetivo de retornar ao Congresso Nacional e sair do leito com uma votação expressiva capaz de “puxar” outros candidatos emedebistas. É que corre nos bastidores que o deputado federal Josimar der Maranhãozinho (PL) está investindo pesado para fazer da deputada estadual Detinha (PL) dona da maior votação entre os eleitos para a Câmara Federal. Isso significa dizer que o chefe do PL pretende que Detinha seja campeã de votos, como ele o foi em 2018, quando saiu das urnas com mais de 190 mil sufrágios. Ninguém duvida de que a ex-governadora tem cacife para sair das urnas com o campeonato.

 

Roberto Rocha ainda indefinido sobre mandato que disputará

Perguntaram ao senador Roberto Rocha (PTB) qual mandato ele vai disputar. Ele respondeu que ainda não sabe e que sua única certeza até aqui é que será um mandato majoritário – governador, senador ou vice-governador. Nos bastidores corre que o senador fixou o mês de maio como período limite para bater martelo.

São Luís, 27 de Abril de 2022.

“Corretivo” de Simplício em Lahesio pode ser senha para o grande debate eleitoral

 

Simplício Araújo chamou Lahesio Bonfim para a briga

Repercutiu a derrapagem feia do pré-candidato ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), ao afirmar, em tom categórico, num programa de rádio, que só existe um frigorífico no Maranhão, e mais ainda a reação do ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo (SD), também pré-candidato ao Palácio dos Leões, passando-lhe um “sabão”, mostrando o contrário e chamando-o de desinformado, “que não conhece o Maranhão”.

O “errou-levou” do pré-candidato do SD no pré-candidato do PSC chama a atenção por dois aspectos. O primeiro: foi a primeira vez que um pré-candidato a governador disparou verbalmente contra um oponente desde que as pré-candidaturas começaram a ganhar forma. E segundo: o disparo verbal foi feito por um pré-candidato aparentemente sem chance na corrida contra um pré-candidato situado num bloco intermediário de candidatos que se situam na faixa dos 10 pontos percentuais de intenção de voto. Ou seja, Simplício Araújo chamou Lahesio Bonfim para a briga num esforço inteligente para sair da rabeira, onde se encontram também os pré-candidatos da esquerda radical, Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU), e ganhar gás para sair da zona dos inviáveis e chegar num patamar onde possa vislumbrar alguma chance de crescer na corrida.

Até aqui, a pré-campanha vinha morna, com muita movimentação dos pré-candidatos, mas todos cuidando de seguir em frente evitando ao máximo confrontar com adversários. À frente de um Governo aprovado para dar prosseguimento, e com uma maratona de inaugurações para cumprir em todas as regiões, o que vale por um bom programa de campanha, o governador Carlos Brandão (PSB) segue em clima de pré-campanha sem demonstrar qualquer interesse pelo estão dizendo ou fazendo os demais pré-candidatos. O mesmo tem feito o senador Weverton Rocha (PDT), que parece candidato único, se apresentando como “o cara”, mas trilhando na cautela com o discurso prometendo que, se eleito, fará um “Maranhão mais feliz”, demonstrando, portando, claro desinteresse pelo embate.

O ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PSD) corre o Maranhão com o discurso de gestor “bem-sucedido” durante oito anos no comando da Capital, prometendo usar essa experiência e sua juventude para melhorar o Maranhão, mas sem ainda dizer exatamente como e com quais condições. Sabe que, se partir para o confronto, sua até aqui preservada e até elogiada gestão será rapidamente transformada num fracasso monumental.

Lahesio Bonfim renunciou ao cargo de prefeito de São Pedro dos Crentes – um pequeno município de 4,5 mil habitantes, em sua maioria pacatos cidadãos evangélicos – disposto a jogar pesado para chegar ao Palácio dos Leões, ânimo que aumentou quando apareceu bem situado nas pesquisas. Conhecido por falar muito, às vezes falar demais, dizendo coisas fora do contexto e prometendo o que não pode cumprir, o pré-candidato do PSC tropeçou com a declaração sobre frigoríficos no Maranhão. Encontrou pela frente Simplício Araújo, um político bem informado, que hoje tem o mapa econômico do Maranhão na ponta da língua, com a vantagem de que sabe o que está dizendo e que suas informações são muito difíceis de serem contestadas. Uma eventual tréplica de Lahesio Bonfim seria oportuna.

O “embate” entre Simplício Araújo e Lahesio Bonfim pode ter sido o sinal verde para o confronto de ideias para fazer com que o Maranhão não saia do embalo em que se encontra, após sete anos de um Governo correto, sem mácula, politicamente ativo e voltado para o social. Se avaliados com honestidade política – o que é quase impossível numa guerra sucessória -, não haverá como negar os avanços nas áreas de educação, saúde, desenvolvimento social e segurança. E nesse o governador Carlos Brandão tem o que defender, uma vez que ele foi parte ativa desse processo.

O “embate” Simplício Araújo/Lahesio Bonfim pode ser o indicador de que a mudança no tom dos discursos está a caminho.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton quase acertou o próprio pé com declaração sobre presidente

Weverton Rocha 

No afã de se posicionar, o senador Weverton Rocha (PDT) provavelmente não se deu conta de que estava mirando o próprio pé quando fez a infeliz declaração dizendo que, se eleito, não quer nem saber quem será o próximo presidente da República; seja quem for, ele estará lá defendendo os interesses do Maranhão.

Depois de ter feito um grande esforço para atrair o apoio do ex-presidente Lula da Silva (PT) e de esnobar ostensivamente o pré-candidato do seu partido, Ciro Gomes, o pré-candidato pedetista deu mais uma demonstração de que o único projeto no qual está focado é o da sua própria candidatura, não lhe interessando quem vier a ser o próximo presidente, admitindo até mesmo sentar com o presidente Jair Bolsonaro (PL), se ele vier a ser reeleito.

Sem discutir a inteligência e o arrojo políticos que o movem, alguém precisa alertar o senador Weverton Rocha de que a cautela e a prudência fazem parte do jogo eleitoral.

 

Professores de São Luís jogaram errado e agora podem ficar sem salário

Eduardo Braide: aval da Justiça contra a greve

O sindicato dos professores da rede de ensino de São Luís jogou mal quando recusou a proposta de aumento salarial de 10,06% proposto pelo prefeito Eduardo Braide, preferindo esticar a corda em vez de fechar o acordo deixando a porta aberta para futuros entendimentos. Para começar, na fase inicial do movimento, o prefeito apelou para que não houvesse paralização, mas os professores não atenderam e cruzaram os braços. O prefeito mostrou, em publicidade na TV, que, ao contrário do que disseram os líderes sindicais, a Prefeitura está cuidando da restauração das escolas. O sindicato rebateu tentando desmentir o prefeito, mas o resultado foi que a Justiça declarou a greve ilegal. Os professores, porém, decidiram endurecer o jogo, declarando greve geral, mas ontem foram surpreendidos com a decisão da Justiça autorizando o prefeito a descontar no contracheque os dias parados.

São Luís, 26 de Abril de 2022.

Brandão avança com chapa completa; outros candidatos ainda tentam consolidar seus próprios nomes

 

Na corrida ao Palácio dos Leões, Carlos Brandão lidera processo com chapa já definida, enquanto Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho e Simplício Araújo, e com Roberto Rocha sem saber ainda o que quer

Os feriadões da Semana Santa e das homenagens a Tiradentes reduziram a fase intermediária da corrida às urnas, colocando em marcha lenta as articulações voltadas para a montagem definitiva das chapas cujos cabeças disputarão a cadeira principal do Palácio dos Leões e a única vaga aberta no Senado. Nesse tabuleiro, o governador Carlos Brandão (PSB), pré-candidato à reeleição, ganhou a dianteira por ter sido o primeiro a montar a chapa que vai liderar, tendo o ex-secretário de Educação Felipe Camarão (PT) como candidato a vice-governador e o ex-governador Flávio Dino como candidato ao Senado, com a vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato para a primeira vaga de suplente. Os demais pré-candidatos ao Governo do Estado – Weverton Rocha (PDT), Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (PSC), Josimar de Maranhãozinho (PL), Simplício Araújo (Solidariedade), Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) – estão ainda mergulhados em indefinições, seja na montagem de chapas, seja por conta de posicionamentos no plano maranhense ou na seara nacional. Na borda desse tabuleiro encontra-se o senador Roberto Rocha (PTB) jurando que será candidato majoritário, que vivendo o drama sobre ser candidato a governador ou a senador.

Não há dúvida de que na montagem dos times a situação mais complicada é a do senador Weverton Rocha, que por não ter sido escolhido pelo grupo liderado pelo ex-governador Flávio Dino para ser o candidato a governador, resolveu romper a aliança e partir para o “tudo ou nada”. Inicialmente liderando as pesquisas, mas perdendo terreno desde que Carlos Brandão foi conformado como pré-candidato da aliança dinista, Weverton Rocha faz o contraponto com uma campanha rica em estrutura, mas já modesta em expressão política. Ele perdeu seus principais apoiadores, viu emagrecer a sua base partidária, não arriscou ainda a escolher um nome para vice, e depois de ter dito que não lançaria candidato a senador, já estaria, pressionado por aliados, revendo essa posição, o que pode complicar ainda mais sua posição de senador eleito pelo grupo. São muitas as especulações sobre o futuro do pré-candidato do PDT, que vão desde a radicalização da estratégia do “tudo ou nada” até a possibilidade de um grande acordo antes das convenções. Qualquer aposta sobre o que vem por aí terá risco elevado.

Ainda acreditando que pode ser a “terceira via” na disputa maranhense, caso Weverton Rocha se mantenha no jogo, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), intensifica sua pré-campanha como se acreditasse num a mudança radical no panorama da disputa. Ele estaria aguardando algum desfecho para escolher um candidato a vice. E mais do que isso: depois de ter acertado que seu partido não lançaria candidato a senador, em reconhecimento ao decisivo apoio do governador Flávio Dino nas suas duas eleições para a Prefeitura de São Luís, corre nos bastidores que, por pressão de aliados, essa posição pode ser revista, levando-o a incluir um candidato a senador na sua chapa. Por enquanto, vem mantendo as coisas como pensadas inicialmente, mas não se sabe ainda o que pode acontecer nos próximos dois meses.

No espaço do tabuleiro que reúne forças de oposição e identificadas como braços maranhenses do bolsonarismo, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC) é o que tem o projeto de candidatura melhor definido, precisando agora apontar o seu candidato a vice e, se for o caso, o candidato a senador. Pelo que corre informalmente, o vice será uma indicação pessoal do presidente do partido, deputado federal Aluísio Mendes, que pode também indicar o candidato a senador. Nesse caso, esse nome pode ser Roberto Rocha (PTB), se ele conseguir convencer seus aliados de Brasília – que o querem candidato a governador – que tentar a reeleição para o Senado é o seu projeto pessoal. De qualquer maneira, a julgar pelos seus movimentos, Lahesio Bonfim terá, se não a palavra final, forte influência na questão senatorial.

Depois de meses afirmando que sua pré-candidatura do Governo “não tem volta”, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho parece ter dado um tempo para refletir, focando suas ações em turbinar a pré-candidatura da sua mulher, a deputada Detinha (PL), à Câmara Federal. Vem dando a impressão de que já pensa seriamente em se candidatar à Assembleia Legislativa, como insinuou algumas vezes, quando também levantou a possibilidade de disputar o Senado. Sem ter nada de bobo, muito ao contrário, aguarda o cenário ganhar melhor definição para, aí sim, desenhar o seu futuro, que muito provavelmente não será o de candidato a governador ou a senador.

Finalmente, tem-se a situação dos três pré-candidatos sem a menor chance de mudar o curso dos seus projetos. Simplício Araújo, que comanda o Solidariedade no Maranhão, mantém firme sua inteligente campanha à Câmara Federal, à medida em que não fala em vice nem em candidato ao Senado. Enilton Rodrigues vai representar o PSOL na disputa ao Governo para marcar posição, com candidata ao Senado. O mesmo vai acontecer com Hertz Dias, que lidera chapa completa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

João Doria está a caminho de São Luís para dizer aos tucanos que está na briga pelo Planalto

João Doria está a caminho de São Luís em campanha

O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), abrirá a temporada de visitas de pré-candidatos a presidente da República. Com a autoridade de quem venceu a prévia no seu partido, ele desembarcará em São Luís na próxima quarta-feira (28) para conversar com lideranças e dizer aos tucanos maranhenses que está na briga pelo Palácio do Planalto. Em busca de viabilidade para ser o nome da “terceira via”, João Doria será recebido no Maranhão por Inácio Melo, presidente estadual do PSDB, e pelo presidente do Cidadania, Eli Gama, uma vez que os dois partidos estão unidos numa federação. Não está definido ainda se o ex-governador de São Paulo visitará o governador Carlos Brandão (PSB), que foi do PSDB e com quem se dá muito bem. Se acontecer, o encontro estará dentro da realidade política, à medida que a federação PSDB-Cidadania deixou a base partidária do senador Weverton Rocha e declarou apoio à pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição.  Vale lembrar que o governador Carlos Brandão, por conta da aliança do seu partido, o PSB, com o PT, vai apoiar o ex-presidente Lula da Silva.

 

Weverton vai a Caxias mostrar que está no jogo

Weverton Rocha prepara comício em Caxias

O senador Weverton Rocha agendou para Caxias, no dia 29, sexta-feira, o seu próximo comício de pré-campanha, que ele define como “momento de diálogo” entre o pré-candidato e a população no qual são debatidas melhorias que possam tornar o “Maranhão mais feliz”. Quarto maior colégio eleitoral do Maranhão e o grande polo político e econômico do Leste maranhense, com influência forte no Baixo Parnaíba e na Região dos Cocais, Caxias já tem suas forças políticas praticamente posicionadas em relação à disputa para o Palácio dos Leões. Ali, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos), que hoje lidera a maior força política da Princesa do Sertão, e a deputada Cleide Coutinho (PSB) já se posicionaram pela pré-candidatura do governador Carlos Brandão, o que deve ser feito também pelos braços caxienses do PT, PSDB, Cidadania e outros partidos alinhados ao Palácio dos Leões. Com o grande comício, o pré-candidato do PDT pretende mostrar que está no jogo.

São Luís, 24 de Abril de 2022.

Lahesio dribla Rocha e Maranhãozinho e pode ser a voz do bolsonarismo    

 

Lahesio Bonfim ganha espaço e pode desbancar Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho na seara bolsonarista na corrida do Governo do MA

Enquanto o senador Roberto Rocha (PTB) permanece indefinido sobre o mandato que vai disputar, e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) emite seguidos sinais de que seu caminho pode ser mesmo disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC) reforça a impressão de que caminha para ser o representante do bolsonarismo na disputa para o Governo do Estado. Sua pré-candidatura esteve ameaçada por conta da indefinição partidária – ele esteve em três partido em menos de um ano [PSL, PTB e Agir36]. A situação mudou radicalmente com o ingresso no PSC, comandado no Maranhão pelo deputado federal Aluísio Mendes, vice-líder do Governo na Câmara Federal e que se movimenta com desenvoltura no Palácio do Planalto, inclusive no 3º andar, onde fica o gabinete do presidente da República. Além de ganhar a vaga de candidato a governador, Lahesio Bonfim está sendo transformado na estrela da campanha do partido para atrair filiados e militantes.

A posição privilegiada de Lahesio Bonfim no reduto maranhense do bolsonarismo, com candidatura garantida por decisão do comando estadual do PSC e, pelo que é dito nos bastidores, com o aval de Brasília, tem explicação óbvia. Ele concebeu esse projeto de candidatura antes mesmo de se reeleger prefeito de São Pedro dos Crentes, de modo que sua renúncia ao cargo não pegou ninguém de surpresa, uma vez que foi pedra cantada por ele próprio durante meses e meses.  Isso porque ele vem anunciando sua pré-candidatura há pelo menos dois anos, sem ter em algum momento. As rasteiras que levou no PSL e no PTB e o não entendimento com Josimar de Maranhãozinho não lhe tiraram o ânimo. Ao contrário, fizeram com que ele radicalizasse intensificando sua pré-candidatura.

O desembarque de Lahesio Bonfim no PSC nada teve de especial, a não ser o fato de que, depois de duas tentativas fracassadas, uma no PSL e outra no PTB, ele finalmente encontrou a sua base partidária. É verdade que o PSC é parte do Centrão, e que o seu presidente nacional, Pastor Everaldo, está preso por corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro. No Maranhão, porém, depois de ter permanecido durante mais de duas décadas sob o controle do deputado federal Costa Ferreira, o PSC caiu nas mãos do deputado federal Aluísio Mendes, que o preparou para participar das eleições em todos os níveis. Não tivesse encontrado um candidato a governador, o comando do PSC levaria o partido a compor com o PTB, com a pré-candidatura do senador Roberto Rocha aos Leões, ou, numa hipótese remota, a uma composição com o PSD, alinhado à candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr.

Lahesio Bonfim desembarcou no PSC decidido a ser a estrela do partido e sem ser incomodado por uma sombra qualquer. O chefe da legenda, Aluísio Mendes, fez festa para sua filiação, abrindo caminho para que a pré-candidatura ao Governo ganha caminho livre. Afinal, o PSC estava intimidado no cenário político estadual, e reverteu tal situação com um pré-candidato situado no time intermediário de pré-candidatos ao Governo do Estado, com quase uma dezena de pontos percentuais de intenção de voto, muito próximo do senador Roberto Rocha, por exemplo, que o vê como uma ameaça. E isso pode ser o caminho que ele vai trilhar para consolidar de vez a sua pré-candidatura.

Tudo indica que o deputado federal Aluísio Mendes fará o possível para que a pré-candidatura de Lahesio Bonfim deslanche. Isso porque, além de projetar o partido, permitirá que a chapa majoritária embale as duas chapas proporcionais que lançará. Mais do que isso, Lahesio Bonfim poderá vir a ser, de fato, a voz do bolsonarismo no Maranhão, situação que vai depender do convencimento do presidente de que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes seja o melhor parceiro para sua corrida no estado, onde tem mais de 60% de rejeição. Se nada o atropelar, Lahesio Bonfim vai aos poucos minando seus aliados e se consolidando como a voz do bolsonarismo na disputa pelo –Palácio do Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mais uma jogada para criar clima dentro da aliança governista

Zé Inácio é sugerido para vice

Não bastasse a banda menor do PT, concentrada em São Luís, haver se posicionado em favor de uma aliança do partido com o PDT em torno da pré-candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado, vem agora outra banda petista propondo a troca do candidato a vice na chapa do governador Carlos Brandão (PSB), Felipe Camarão (PT) pelo deputado estadual Zé Inácio (PT), atual vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa. Das duas, uma: ou o deputado Zé Inácio tem mais força eleitoral do que Felipe Camarão – o que parece não ser o caso -, ou o parlamentar petista está com dificuldades para viabilizar sua reeleição. Provavelmente não se trata nem de uma coisa nem de outra, mas apenas de criar mais um clima dentro da aliança comandada pelo governador Carlos Brandão, cujo projeto de candidatura adversários tentam minar de qualquer jeito. Só que, escolado no jogo de bastidor, o governador Carlos Brandão vai matando tais jogadas e consolidando a chapa que tem Felipe Camarão como vice.

 

  Braide abre as finanças e mostra que só pode conceder 10,06% de aumento para docentes

Eduardo Braide jogou aberto sobre  finanças 

Aumento de 10,06%, sobre os atuais salários dos professores da rede pública municipal é o máximo que as finanças da Prefeitura de São Luís nas atuais condições, correspondem exatamente à inflação do ano passado, o que significa um reajuste real, dentro das condições que as finanças da Capital podem suportar. Esse valor foi revelado ontem, pelo prefeito Eduardo Braide (sem partido), que numa entrevista coletiva abriu os números, mostrando que com o aumento proposto, compromete nada menos que 80% dos recursos do Fundeb para bancar o quadro do magistério municipal. Nas contas do prefeito Eduardo Braide, o impacto anual sobre afolha será de 60.367.203,54, ou seja, pouco mais de R$ de 5 milhões/mês. O SindiEducação, que representa os professores da rede de ensino da Capital, avisou que não vai aceitar a proposta. Com isso, vai gerar um impasse, já que, de acordo com os números mostrados ontem pelo prefeito Eduardo Braide, as finanças de São Luís não suportarão um centavo a mais. Eduardo Braide deixou outro recado no ar: permanece aberto ao diálogo.

São Luís, 23 de Abril de 2022.

Othelino Neto ganha estatura de líder no lançamento da pré-candidatura à reeleição com aval de Brandão

 

Ao lado da esposa Ana Paula Lobato, Othelino Neto festeja lançamento com Carlos Brandão, Felipe Camarão, Rubens Jr. e, no lado oposto, Márcio Jerry no Palazzo

Se havia alguma réstia de dúvida sobre a posição do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), entre os principais aliados do governador Carlos Brandão (PSB) na corrida eleitoral, essa foi dissipada na noite de quarta-feira, num ato político realizado na casa de eventos Palazzo, em São Luís. Ali, o deputado Othelino Neto recebeu o governador Carlos Brandão, o candidato a vice-governador Felipe Camarão (PT), os deputados federais Márcio Jerry (presidente do PCdoB), André Fufuca (presidente do PP) e Rubens Jr. (PSB e atual secretário de Articulação Política), alguns deputados estaduais, e um número expressivo de prefeitos e vereadores, para lançar sua pré-candidatura à reeleição ao parlamento estadual. Nas inúmeras manifestações – incluindo uma em vídeo do ex-governador Flávio Dino (PSB), que não pôde comparecer -, o presidente da Assembleia Legislativa foi tratado como um político de ponta no cenário atual da política maranhense, tendo sido várias vezes apontado como líder.

O governador Carlos Brandão saudou o presidente da Assembleia Legislativa como um destacado líder no atual cenário político do Maranhão, ressaltando o seu envolvimento de com os grandes desafios do estado e com o trabalho que está realizando pela unidade do grupo. “Ele é um grande aliado da nossa gestão. Estamos juntos também neste momento para fazermos com que o Maranhão continue nessa trajetória de desenvolvimento e tenha dias melhores”, declarou o governador Carlos Brandão. Nessa linha se manifestou o deputado federal Márcio Jerry, presidente do PCdoB: “Othelino se consolidou como um importante líder e, mais uma vez, vai colocar o seu nome para ajudar a liderar esse processo de continuidade da mudança em nosso estado”.

O economista, jornalista e auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado Othelino Neto não chegou onde chegou por um passe de mágica nem pelas boas graças de um líder político maior. Ele começou a construir sua estrada nos anos 90, como um dos primeiros militantes do PV. Foi secretário de Meio Ambiente no Governo José Reinaldo. Tentou a Assembleia Legislativa em 2010, pelo PPS, tendo se tornado suplente, o que lhe permitiu assumir como titular em 2013; se reelegeu em 2014 e 2018 pelo PCdoB. Foi eleito vice-presidente da Assembleia Legislativa em 2016; foi reeleito e assumiu com a morte do presidente Humberto Coutinho, em janeiro de 2018; e conseguiu novo mandato presidencial, que foi renovado em 2020.

Discreto, mas eficiente no exercício do mandato parlamentar, o deputado Othelino Neto revelou-se um ativo articulador, que ganhou estatura à medida que foi se consolidando na presidência do Poder Legislativo. Ao mesmo tempo, exibiu uma personalidade política forte, chegando a se afastar da linha do PCdoB para participar do projeto de poder do senador Weverton Rocha (PDT), que começou nas eleições municipais de 2020. O diferencial foi que em nenhum momento colocou em dúvida seu alinhamento ao governador Flávio Dino, sempre deixando claro que sua posição jamais colocaria em risco a unidade do grupo. E confirmou isso quando, após avalizar a pré-candidatura do senador Weverton ao Governo do Estado, admitindo até migrar do PCdoB para o PDT, concluiu que não era o rumo certo. Tentou convencer o senador a somar esforços numa candidatura única do grupo, no caso a do governador Carlos Brandão, que já estava consolidada. Com a recusa do pedetista, ele deixou o grupo, sustou sua migração partidária e declarou apoio ao candidato do PSB.

O ato de quarta-feira no Palazzo reforçou sua estatura política, consolidou seu espaço de liderança no cenário maranhense, desenhou seu potencial eleitoral para o pleito de outubro. Isso sem falar na boa convivência que, sob seu comando, a Assembleia Legislativa terá com o Poder Executivo nos próximos oito meses. E em tempos futuros, dependendo, claro, do pronunciamento das urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Após compor a nova direção, Tribunal de Justiça escolherá novos desembargadores

Lourival Serejo 

Depois de completar a escolha do futuro comando – que terá o desembargador Paulo Velten como presidente -, quarta-feira, com a eleição para o cargo de 2º vice-presidente, o Tribunal de Justiça agendou para a próxima semana a escolha de quatro novos desembargadores. Três serão escolhidos pelo com a promoção de juízes de quarta entrância que puderem se candidatar, e um sairá do quinto constitucional, ou seja, sairá da advocacia indicado pela OAB, por meio de lista sêxtupla, da qual o TJ extrairá três nomes, cabendo ao governador Carlos Brandão escolher um e nomear. Já é grande a movimentação nos bastidores do TJ por conta por conta dos juízes interessados nas vagas. Tão ou mais intensa é a correria no meio advocatício e nos bastidores da OAB, que escolherá os seis nomes que enviará ao TJ. O processo de escolha será comandado pelo presidente Lourival, que só passará o bastão no final do mês.

 

Deputados federais não querem dizer o que pensam sobre a condenação de colega bolsonarista

Os deputados federais do Maranhão preferiram, de um modo geral, não entrar na polêmica sobre a condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), por atos contra a democracia, e o indulto decretado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para livrá-lo da cadeia. Entre os deputados há os que concordam com a condenação, por considerarem que o parlamentar bolsonarista exorbitou e tem de responder pelo que disse. Há os que avaliam que o assunto deveria ser resolvido pela Câmara Federal. E os que discordam da sentença, argumentando que ele não extrapolou os limites da liberdade de expressão, e que está protegido pela imunidade parlamentar. E além dos que não querem tornar público o que pensam, há os deputados que se recusam a falar do assunto.

São Luís, 22 de Abril de 2022.

Banda menor do PT declara apoio a Weverton e banda maior reafirma aliança com Brandão e Dino

 

Weverton Rocha no centro apoiado por aliados como Waldir Maranhão (e) e Honorato Fernandes (d), ontem, durante a festa de aniversário da Fetaema

O braço maranhense do PT mostrou ontem que tem peso político sólido, embora conviva com uma dissidência politicamente ativa, mas eleitoralmente inexpressiva, representada pelo grupo que controla a sigla em São Luís. Como estava previsto, a fatia ludovicense do partido aproveitou a festa de aniversário da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Maranhão (Fetaema) para declarar apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado. Ao mesmo tempo, o comando estadual do PT, seguindo orientação da direção nacional, agendou para os dias 28 e 29 de maio a realização do Encontro Tático Eleitoral, que reunirá 160 delegados para oficializar o apoio do partido à chapa Carlos Brandão (PSB)/Felipe Camarão (PT) para o Governo estadual e Flávio Dino (PSB) para o Senado da República. Ao mesmo tempo em que mostraram um PT dividido, os dois fatos mostraram também que a dissidência do PT ludovicense pouco representa em termos políticos e eleitorais no context0 da corrida sucessória em curso no Maranhão.

O que aconteceu ontem na sede da Fetaema foi um bem organizado jogo de cena, realizado para causar a impressão de que o PT está “rachado ao meio” em relação à corrida sucessória estadual, com uma banda apoiando o pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, tendo, na chapa um petista como candidato a vice-governador, e a outra banda apoiando a pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Ocorre que a banda que apoia o governador Carlos Brandão, além de representar oficialmente o PT, com o aval da cúpula nacional e a bênção de Lula da Silva, representaria cerca de 90% do partido, segundo cálculo de um petista experiente, enquanto a banda que controla o partido em São Luís, sob o comando do ex-vereador Honorato Fernandes, não ultrapassaria 10% da força do petismo no Maranhão.

Com o gesto da dissidência petista na festa de aniversário da Fetaema, o senador Weverton Rocha mandou o recado que está vivo na disputa e que o seu foguete, que não tem marcha à ré, não ligou ainda o dispositivo que o permite dar meia volta. Acompanhado do deputado estadual Ciro Neto (PDT), do suplente de deputado estadual Marcos Caldas – que assumiu o comando do PROS num arranjo em Brasília -, do ex-deputado federal Waldir Maranhão, e também do ex-juiz federal Carlos Madeira – que não disse ainda o que pretende na corrida eleitoral -, o senador Weverton Rocha participou do ato que marcou o aniversário da Fetaema, e reforçou sua presença com a declaração de apoio do pequeno grupo petista liderado pelo ex-vereador Honorato Fernandes. Nada além disso.

Os petistas dissidentes montaram o estratagema de usar a festa de aniversário da Fetaema para criar o fato do dia, gerando uma situação de afirmação do senador Weverton Rocha, mesmo que as imagens divulgadas sejam reveladoras de que quase não havia petista no auditório, até porque o movimento dissidente não ecoa no partido. Mas a resposta veio logo a seguir, com a cúpula estadual do PT agendando o Encontro Tático para o final de maio, num recado claro de que a aliança do partido com o PSB é fato consumado e irreversível, dependendo apenas de ratificação nas convenções partidárias marcadas para o início de agosto. Será nesse encontro que as forças que compõem o PT do Maranhão serão mobilizadas para a campanha destinada a embalar a candidatura de Lula da Silva e as dos seus aliados no Maranhão, no caso o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino.

Em resumo: o PT “causou” ontem, de um lado pelo inexpressivo movimento dissidente declarando apoio a Weverton Rocha num ato sem peso político, e do outro, 0 comando estadual do partido colocando as coisas nos seus devidos lugares.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sem conseguir acordo com bolsonaristas, Roberto Rocha quer definir seu futuro até maio

Roberto Rocha quer definir seu futuro até maio

Todos os indícios sugerem que o senador Roberto Rocha (PTB) encerrou sua ofensiva para convencer o ex-prefeito Lahesio Bonfim (PSC) de abrir mão da sua pré-candidatura para apoia-lo na corrida aos Leões. Tecnicamente empatado com o senador, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes avalia que o seu potencial de crescimento durante a campanha é maior, e por isso ele não abre mão da sua candidatura, parta o pedido de onde partir. Roberto Rocha está numa situação delicada, não sabendo ainda se será candidato a governador ou a senador. Ele tenta unir as forças bolsonaristas em torno de um projeto que o tenha como líder, mas os líderes desses grupos, entre eles o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) não simpatizam com a proposta, preferindo cada um seguir o seu próprio rumo. Uma fonte com trânsito com o senador disse à Coluna que Roberto Rocha pretende chegar a maio com sua situação resolvida.

 

No PSC, Wellington do Curso vai ter de andar na linha do partido

Wellington do Curso 

Dando prosseguimento ao seu entra-e-sai de partidos, o deputado estadual Wellington do Curso desembarcou no PSC, ficando agora sob o comando do deputado federal Aluísio Mendes, que preside o partido no Maranhão e integra linha de frente da bancada bolsonarista na Câmara Federal da qual é vice-líder. O parlamentar, conhecido por fazer carreira-solo, às vezes contrariando a orientação do seu partido, irá para a campanha apoiando a candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim. Com Aluísio Mendes e Lahesio Bonfim a coisa é diferente: só fica no partido quem segue as regras e assume a sua condição de apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Resta aguardar para conferir se o deputado Wellington do Curso se enquadrou mesmo nas regras do PSC.

São Luís, 21 de Abril de 2022.

Dissidência do PT ludovicense se reúne hoje e deve declarar apoio a Weverton Rocha

 

Honorato Fernandes quer PT apoiando Weverton Rocha com o aval de Lula da Silva na corrida ao Governo

Independentemente do resultado da reunião de hoje, na qual a banda ludovicense do PT maranhense se alinhará oficialmente à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, na contramão do PT estadual e nacional, que já declararam o apoio do partido à pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição e do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, o comando da chapa socialista decidiu que não vai se manifestar. O propósito é consolidar a aliança PSB/PT, sem levar em conta a dissidência comandada pelo presidente do PT de São Luís, ex-vereador Honorato Fernandes. O argumento de alguns socialistas é o de que a dissidência faz muita zoada, mas não tem maior peso político e nem expressão eleitoral. Os aliados do senador Weverton Rocha, por sua vez, apostam alto que o alinhamento do PT ao PDT em São Luís pode fortalecer a pré-candidatura do chefe pedetista.

Os desdobramentos da aliança PT/PDT em São Luís são diversos, criando um emaranhado de situações conflitantes, que os articuladores da operação terão de administrar. Para começar, o PT ludovicense vai se alinhar ao senador Weverton Rocha, um pré-candidato a governador cujo partido, o PDT, tem um candidato a presidente, o ex-governador cearense Ciro Gomes, que na sua pré-campanha vem disparando munição pesada contra o pré-candidato do PT ao Planalto, ninguém menos que o ex-presidente Lula da Silva. E para tornar ainda mais complicada a equação, o interesse do senador Weverton Rocha é exatamente atrair o apoio de Lula da Silva ao seu projeto de candidatura, torcendo para que o líder petista rompa o acordo nacional com o PSB, já oficialmente consumado em torno das pré-candidaturas de Carlos Brandão e Flávio Dino. (Deu para entender? É complicado mesmo, mas é exatamente esse o rascunho da situação motivadora da reunião de hoje).

A banda dissidente do PT em relação ao acordo com o PSB não tem muita afinidade com a corrente lulista do partido. Ela defende aliança com o PDT, cujo comando nacional não teve nem força para frear a pré-candidatura de Ciro Gomes, menos ainda interesse de contê-lo na artilharia verbal que vem disparando contra o líder petista. Ou seja, a fatia do PT que não quer apoiar a chapa encabeçada por Carlos Brandão – que tem como vice o neopetista Felipe Camarão – para o Governo, e Flávio Dino para o Senado, é a mesma que entra na base da candidatura do senador pedetista sem qualquer espaço, já que não poderá fazê-lo, de vez que oficial e formalmente PT/PSB estão “juntos e misturados” nessa corrida eleitoral. A consequência mais danosa é que a banda ludovicense do PT irá para as urnas como agregada à chapa a ser encabeçada pelo senador Weverton Rocha.

Articulada pelo presidente municipal do partido, ex-vereador Honorato Fernandes, e com a participação de petistas de proa,  como Márcio Jardim, a banda do PT que se reúne nesta quarta-feira com o senador Weverton Rocha vai repetir um roteiro já conhecido. Foi assim em 2006, quando confrontou a direção nacional, que apoiava o acerto com os Sarney, e apoiou Jackson Lago (PDT), enquanto Lula da Silva apoiava Roseana Sarney (MDB), em 2010 e em 2014 pelo mesmo motivo, ficando contra Flávio Dino e apoiando o então suplente de senador Lobão Filho (MDB). O PT só voltou ao eixo em 2018, depois que o governador Flávio Dino, então no PCdoB, se destacou como um dos líderes da reação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Se confirmar o apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha, como está previsto, a banda menor do PT e seus militantes se juntarão ao PDT e seus militantes, formando um bloco capaz de fazer muita zoada, e levando o PSB e o PCdoB a convocarem seus militantes para o embate na Capital, já que a influência dessa corrente petista não alcança São José de Ribamar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Roseana confirma o que o MDB já havia decidido

Roseana Sarney diz que ela e grupo tendem a  apoiar Carlos Brandão

A ex-governadora Roseana Sarney disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a tendência da família Sarney é apoiar a pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. Nenhuma surpresa, uma vez que ela e seus familiares e boa parte do MDB jamais declarariam apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha, não havendo também rumo para apoiar o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), e menos ainda a eventual pré-candidatura do senador Roberto Rocha. A decisão não tomada agora. Ela começou a ganhar forma desde que, em novembro do ano passado, o então governador Flávio Dino bateu martelo pelo projeto de candidatura do vice-governador. Com a habilidade política de sempre, os Sarney se fecharam em copas, deixando as articulações do MDB a critério do vice o presidente do partido, deputado Roberto Costa, que estreitou relação com Flávio Dino e abriu os caminhos para o MDB, articulando para consolidar a escolha.

 

Cléber Verde vai coordenar a Bancada Federal durante a corrida eleitoral

Cléber Verde

O deputado federal Cléber Verde (Republicanos) assumiu ontem o posto de coordenador da bancada federal. Parlamentar experiente, ainda que controverso em alguns aspectos, ele pode dar mais dinâmica a essa coordenação. Caminhando para o quarto mandato, o parlamentar é profundo conhecedor das entranhas da Câmara federal e conhece todos os caminhos que levam aos ministérios e ao Palácio do Planalto. Considerado por muitos como um dos deputados que melhor conhecem a Câmara Baixa e com maior trânsito nos ministérios, conhecedor que é de cada palmo na esplanada, o que o torna um quadro diferenciado.

São Luís, 20 de Abril de 2022.