Arquivos mensais: outubro 2021

Dino confirma reunião da base partidária em Novembro para definir candidato à sua sucessão

 

Flávio Dino e partidos escolherão entre Weverton Rocha, Carlos Brandão, Felipe Camarão e Simplício Araújo

O mês de Novembro, que começa nesta segunda-feira, será mesmo decisivo para a definição do candidato das forças governistas que enfrentará as urnas do ano que vem pelo comando do Governo do Estado. “Como eu me comprometi, reunirei os partidos que compõem o Governo em Novembro”, declarou ontem o governador Flávio Dino (PSB) em resposta a indagação feita pela Coluna, confirmado informação que dera há pouco mais de um mês. Com a confirmação, o governador, que coordena as articulações para a escolha de um candidato da aliança que lidera à sua própria sucessão, mostra que está determinado a cumprir o roteiro montado em Janeiro, quando ele e líderes desses partidos firmaram um documento contendo alguns critérios para balizar a escolha. De lá para cá, muita coisa aconteceu, dentro e fora da aliança, mas, de acordo com o governador, o compromisso está mantido, apesar de alguns movimentos destinados a quebrar o acordo, como a renhida disputa entre o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), recentemente incrementada pela entrada do secretário de Educação, Felipe Camarão (PT), e da determnação do secretario de Indústria, Comércio e Energia Simplício Araújo (Solidariedade).  Quanto aos partidos, acontecimentos surpreendentes alteraram muito o peso de alguns deles, o que pode influenciar no desfecho da reunião de Novembro.

A disputa Weverton/Brandão segue intensa e dura, mas ainda civilizada, em que pesem os “empurrões e caneladas” trocados nos bastidores e com reflexos na blogosfera partidarizada, onde é travada uma cruenta guerra de informação. O pré-candidato pedetista cumpre a agenda do projeto “Maranhão mais feliz”, grandes eventos de massa, como o realizado na noite deste sábado em Peritoró, no qual reuniu prefeitos e vereadores de uma região que envolve mais de uma dezena de municípios, mais a população local, a exemplo do que já fez em vários municípios-polo, além de outras ações políticas com viés eleitoral. Carlos Brandão não fica atrás: participa de eventos políticos organizados por seus partidários, segue cumprindo agendas representando o governador e lidera manifestações organizados por partidários nos mais deferentes recantos, além de cumprir uma lotada agenda de conversas com prefeitos. Felipe Camarão (PT), faz uma frenética articulação doméstica, para convencer o seu partido a lança-lo candidato a governador, de modo que ele participe como uma das opções no processo de escolha. Simplício Araújo mantém sua pré-candidatura.

No campo partidário, o cenário é claro para partidos como PDT, PSDB, PT, PSB e PCdoB, para citar os mais fortes, e nebuloso para DEM, PSL, PTB, Republicanos e PP, mergulhados na indefinição. O PDT, mesmo com algumas dissenções, está mobilizado em torno de Weverton Rocha, enquanto o PSDB está “fechado” com Carlos Brandão, e o PT, dividido em várias correntes, ainda não bateu martelo em relação a Felipe Camarão, embora já seja nítido o crescimento do seu espaço dentro do partido.

Nesse campo, o PSB – que está se transformando numa potência partidária – tende a apoiar Carlos Brandão, mas com uma fatia inclinada por Felipe Camarão, como a sinalização feita pelo deputado federal Bira do Pindaré, e uma terceira corrente, mais especificamente o Grupo Leitoa, de Timon, alinhada à Weverton Rocha. O PCdoB também está dividido, com quadros alinhados a Weverton Rocha – como os deputados Othelino Neto, presidente da AL, e Marco Aurélio, líder do bloco governista -, e a Carlos Brandão – como o deputado federal Rubens Jr. e deputada estadual Ana do Gás, entre outros.

Partidos como DEM, PSL, PTB e Republicanos, que pareciam fortes, estão perdendo o rumo. DEM e PSL se fundiram no plano nacional e criaram no plano estadual um monstrengo partidário que ninguém sabe para onde irá. O Republicanos, mesmo declarando apoio a Weverton Rocha, tem boa parte dos seus prefeitos já alinhados com Carlos Brandão. E o PTB, que antes era uma garantia na aliança governista e tendia a apoiar Weverton Rocha, foi atacado pela loucura do presidente Roberto Jefferson, que num acesso de fúria, tirou o comando do centrado deputado federal Pedro Lucas Fernandes e o entregou à deputada estadual Mical Damasceno, “terrivelmente evangélica” e “bolsonarista de raiz”, que deve apoiar o senador Roberto Rocha (sem partido), se ele vier a ser candidato a governador.

E o PP? Continua estável, permanece na base governista liderada pelo governador Flávio Dino, mas poderá mudar radicalmente sua posição se o presidente Jair Bolsonaro e sua turma a ele se filiarem, como querem seus chefes.

É esse complexo conjunto partidário que o governador Flávio Dino reunirá num dia qualquer do mês de Novembro, que será iniciado amanhã, Dia de Todos os Santos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PROS: Carvalho dá a volta por cima e ganha comando que Gastão deixou escapar

Chico Carvalho assume comando do PROS, deixado por Gastão Vieira

A mudança de comando no braço maranhense do PROS, consumada na semana que passou, está marcada por duas situações curiosas. Uma, a ascensão do vereador Chico Carvalho (74 anos) à direção do partido; outra, a saída do suplente de deputado federal no exercício do mandato Gastão Vieira (75 anos) da presidência da agremiação no estado.

Chico Carvalho comandou o PSL no estado durante uma década e meia, rompeu com o partido por divergir dos rumos que a legenda vinha ganhando no Maranhão e se filiou ao PROS, assumindo a chefia em São Luís, e agora recebe o comando estadual, numa surpreendente demonstração de vitalidade política. Sua desenvoltura é tamanha que ele já levou o partido para a base de apoio do vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

Por sua vez, Gastão Vieira fez o caminho inverso. Tinha o comando pleno do PROS no Maranhão, e poderia ter continuado se tivesse trabalhado duro pelo seu fortalecimento. Sua respeitável trajetória de décadas no MDB, com vários mandatos e momentos de decisão, revela que ele nunca foi afeito a gestão partidária. O seu desempenho no comando do PROS ficou muito abaixo do esperado, em que pese sua sempre positiva atuação como parlamentar. Ele próprio já não queria permanecer no partido.

 

Ideia de blindar Bolsonaro com mandato de “senador vitalício” já nasceu morta

Jair Bolsonaro não será blindado com mandato de “senador vitalício”

 

O projeto “genial” de aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de criar um mandato de “senador vitalício” com o objetivo de blinda-lo com imunidade parlamentar, livrando-o de responder a processos e até mesmo ir parar na cadeia, caso não consiga se reeleger, não é nada original e, pelos antecedentes, já nasceu morta.

A ideia foi ventilada quando José Sarney (MDB) ainda era presidente da República e se encontrava numa situação complicada. José Sarney, que na época já havia sido senador duas vezes pelo voto direto, percebeu logo que a iniciativa era barca furada”, e não tendo a legenda do MDB maranhense para disputar a senatória ao sair da presidência da República, se mandou para o Amapá, estado por ele criado e então governado pelo seu amigo e assessor Jorge Nova da Costa, por onde foi eleito para o Senado em 1990, e por onde se reelegeu duas vezes.

A ideia voltou a circular no Congresso Nacional no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Aliados seus chegaram a redigir projeto de lei nesse sentido, justificando a criação do “senador vitalício” com o argumento segundo o qual ex-presidentes investidos nessa função dariam, pela sua experiência, rica contribuição ao debate dos grandes temas no Senado da República.  A reação foi tão dura que o projeto nem chegou a tramitar na Casa.

A premiação de ex-presidentes com mandato de “senador vitalício”, sem direito voto, foi ainda ventilada em relação aos ex-presidentes Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). E sempre que veio à tona em momentos de crise, e todas as vezes considerou que beneficiaria todos os ex-presidentes: José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Está mais do que claro que Jair Bolsonaro não será blindado por esse caminho.

São Luís, 31 de Outubro de 2021.

TV Assembleia expande sinal, chega a 39 municípios e pode alcançar 3,9 milhões de maranhenses

 

A Mesa Diretora, o logo da TV Assembleia e momentos do parlamento estadual registrados pela emissora, que agora se expande para alcançar 39 municípios e 3,9 milhões de pessoas

Num momento em que as redes de TV aberta brasileiras passam por uma espécie de prova de fogo, travando uma guerra contra a desinformação e tentativas reacionárias de inibir os meios de comunicação eletrônicos que fazem Jornalismo sério e a concorrência implacável das TVs pagas, o Maranhão produz uma boa notícia: a TV Assembleia, órgão de divulgação do Poder Legislativo, que já cobria São Luís e 11  municípios da sua região metropolitana, onde habitam 1,6 milhão de maranhenses, deu um salto e, desde ontem, ampliou o seu alcance em 27 novos municípios, que reúnem 2,3 milhões de pessoas. Isso quer dizer que o alcance da emissora da Assembleia Legislativa é agora de 39 municípios, berços de 3,9 milhões dos 7,5 milhões que formam a população maranhense.

Até ontem, o sinal da TV Assembleia chegava a São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa São Luís, São José de Ribamar, Raposa, Paço do Lumiar, Alcântara, Bacabeira, Rosário, Morros, Axixá, Presidente Juscelino, Cachoeira Grande e Bacurituba, que formam a Região Metropolitana da Capital. Agora, além desses, o sinal da TV Assembleia também chega a Imperatriz, Timon, Caxias, Codó, Açailândia, Bacabal, Balsas, Santa Inês, Barra do Corda, Pinheiro, Chapadinha, Buriticupu, Grajaú, Itapecuru-Mirim, Coroatá, Barreirinhas, Tutóia, Vargem Grande, Viana, Zé Doca, Lago da Pedra, Coelho Neto, Presidente Dutra, São Bento, Bom Jardim, São Mateus do Maranhão e Colinas.

Com estrutura técnica consolidada e contando com uma equipe de profissionais de ponta em todas as áreas, a começar pelo Jornalismo, cuja base está no Centro de Comunicação, instalado na área do Palácio Manoel Beckman e hoje comandado pelo jornalista Edwin Jinkings, a TV Assembleia deixa, definitivamente, de ser uma emissora de alcance restrito a um bolsão privilegiado de maranhenses com direito a acompanhar o trabalho dos deputados estaduais. Agora, está ela transformada numa grande janela por meio da qual grande parte desses quase quatro milhões de maranhense têm a oportunidade de assistir ao vivo as sessões plenárias da Casa e, assim, conhecer o desempenho parlamentar dos deputados estaduais. Esse quadro transforma a Assembleia Legislativa do Maranhão numa das instituições legislativas mais avançadas do País nesse aspecto.

Não é pouca coisa. A começar pelo fato de que a atual programação da emissora é ampla e diversificada, com programas jornalísticos, e também os que são voltados para a comunidade, com informações sobre cultura, política, entretenimento e temas diversos, como direitos civis e meio ambiente, por exemplo. Mas o seu “horário nobre” são as sessões plenárias transmitidas ao vivo, nas quais os deputados – agora presentes no plenário ou com participação remota, por videoconferência – se manifestam, fazem propostas, debatem projetos oriundos dos demais Poderes, especialmente do Executivo, discutem temas os mais diversos, denunciam, se defendem de ataques, e vez por outra travam embates políticos às vezes ácidos relacionados a assuntos nacionais, estaduais, regionais e municipais. Por meio da TV Assembleia, o cidadão-eleitor pode formar juízo sabre a atuação de todos os parlamentares.

Fundada em 2011 na gestão do presidente Marcelo Tavares (PSB), advogado, estruturada na gestão do presidente Arnaldo Melo (MDB), médico, e fortalecida na presidência de Humberto Coutinho (PDT), também médico, a TV Assembleia ganhou mais envergadura na atual gestão, comandada pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), jornalista profissional, que escalou para comandar a política de comunicação do Poder Legislativo, na qual a TV Assembleia está inserida, o jornalista profissional Edwin Jinkings, diretor de Comunicação. O viés jornalístico da formação do presidente da Casa e a experiência do diretor de Comunicação colocaram a TV Assembleia em 39 municípios, entre os quais os maiores, Imperatriz, Timon e Caxias, portanto, num patamar mais elevado, tornando-a uma emissora de largo alcance.

– Demos um passo importante com o início da transmissão ao vivo das sessões plenárias e a exibição de outras atividades da Casa para mais 27 municípios do Estado. É uma forma de fazer com que milhares de maranhenses tenham acesso aos trabalhos dos parlamentares e às discussões que ocorrem na Casa. Um investimento que a Assembleia Legislativa está fazendo para que tudo o que acontece aqui chegue ao maior número possível de pessoas, facilitando, assim, o acesso à informação – explicou o presidente Othelino Neto, com um discurso de quem sabe o que diz na área de comunicação.

Na mesma linha, o diretor de Comunicação Edwin Jinkings falou da expansão: “A expansão do sinal da TV Assembleia para municípios com mais de 40 mil habitantes do interior do Maranhão, além dos que já são alcançados na Região Metropolitana de São Luís, possibilita uma maior publicidade dos atos do Parlamento Estadual, bem como oferece à sociedade melhor conhecimento acerca do trabalho prestado pelos seus representantes, os deputados estaduais, na Assembleia Legislativa”. Edwin Jinkings deu uma informação importante: o processo licitatório de contratação da empresa de radiodifusão retransmissora do sinal da TV Assembleia ocorreu por meio de Pregão Eletrônico, mais ágil e mais transparente.

A importância da expansão da TV Assembleia pode ser medida pela reação dentro da própria Casa, onde, ontem, nada menos que oito deputados foram à tribuna comemorar o ganho: Marco Aurélio (PCdoB), Socorro Waquim (MDB), Rildo Amaral (SD), Rafael Leitoa (PDT), Neto Evangelista (DEM, Yglésio Moyses (PROS), Antônio Pereira (DEM) e Daniella Tema (DEM).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

MDB vai se reunir para avaliar pré-candidatos e bater martelo

Roseana Sarney vai comandar a escolha do MDB entre os pré-candidatos a governador do Estado

O comando estadual do MDB deve se reunir em breve para definir a posição do partido em relação à disputa para o Governo do Estado. Sem candidato a governador, já que seu único nome viável, a ex-governadora Roseana Sarney decidiu não entrar na disputa, a cúpula partidária avaliará quatro caminhos: o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que tem fortes ligação com o Grupo Sarney; o senador Weverton Rocha (PDT), que tem o apoio do deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente do partido; Edivaldo Holanda Jr. (PSD), que se aproxima do MDB levado pelo deputado federal Edilázio Jr., presidente do PSD, e o deputado estadual César Pires, dois aliados de proa de Roseana Sarney, e Felipe Camarão (P), que tem fortes laços de família com os Sarney. Nos bastidores, correm rumores de que neste momento os ventos começam a soprar mais forte em favor de Carlos Brandão.

 

Weverton leva pré-campanha a Peritoró

Weverton Rocha com a bandeira do PDT

O senador Weverton Rocha (PDT) leva hoje seu projeto de candidatura a Peritoró, em mais uma edição do “Maranhão mais feliz”. Será o quinto ato da sua intensa pré-campanha, que começou em Imperatriz, Presidente Dutra, Pinheiro. O “Maranhão mais feliz” é um evento no qual o pré-candidato do PDT a governador reúne líderes municiais – prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias -, com as quais discute pontos centrais do que pretende realizar à frente do Governo. Nas edições já realizada, Weverton Rocha atraiu alguns milhares de pessoas, exibindo confiança no seu projeto de candidatura. No seu discurso, deixa entrever que sua candidatura é irreversível, independentemente do acordo pelo qual o governador Flávio Dino está coordenando a escolha de um candidato na base governista.

São Luís, 29 de Outubro de 2021.

PT maranhense ganha estatura ao ser disputado por três pré-candidatos de peso

 

Felipe Camarão (camisa marrom) entre líderes petistas após reunião sobre eleições

As investidas do senador Weverton Rocha (PDT) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) pelo seu apoio, e agora a intensa movimentação, dentro do seu quadrado, de um dos seus quadros, o secretário de Educação Felipe Camarão, que decidiu há pouco entrar na corrida aos Leões, estão fazendo do PT maranhense um partido que pode ser decisivo na corrida à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Nas últimas 24 horas, Felipe Camarão voltou a se reunir com a cúpula estadual da legenda e, mais tarde, junto com líderes petistas, sentou à mesa para mais uma rodada de conversa com o PSOL. Da reunião com o PT o secretário disse ter avançado no sentido de consolidar sua pré-candidatura. Do encontro com o PSOL, avaliou que o caminho está aberto para uma aliança com o PT em torno da sua candidatura, o que foi em parte confirmado pelo presidente do partido, Enilton Rodrigues. Ou seja, nas contas do secretário de Educação e pré-candidato a governador, as condições estão criadas para que o PT lhe dê a vaga de candidato a governador e o PSOL apoie sua candidatura fazendo uma aliança com o PT.

Não há como negar que Felipe Camarão, um jovem e bem-sucedido homem público, desembarcou no PT como um furacão, atraindo, de cara, o apoio de boa parte das correntes que formam o partido, mas enfrentando a resistência dos que já haviam decidido dar apoio a Carlos Brandão, e das que estão na base de apoio da candidatura de Weverton Rocha. E como é sabido que dificilmente haverá consenso entre as alas maranhenses do partido, o caminho será repassar o “abacaxi” ao comando nacional do partido e, claro, pelo crivo do ex-presidente Lula da Silva.

Todas as informações que chegaram à Coluna dão conta de que a pré-candidatura do secretário Felipe Camarão não é balão de ensaio. E que é exatamente por esse motivo que as lideranças petistas estão levando a discussão a sério em torno do seu nome. Antes considerando que o máximo que o PT alcançaria nessa aliança seria a vaga de candidato a vice-governador numa das chapas, agora essas lideranças ampliam o horizonte, vendo no projeto de candidatura de Felipe Camarão uma possibilidade real de chegar ao poder. Os líderes das diferentes correntes do PT no Maranhão, porém, dificilmente tomarão uma decisão dessa envergadura sem um acerto bem conversado com o governador Flávio Dino, que não abraçou o projeto nem o rejeitou. Afinal, o PT está em dívida ativa com o governador, que foi uma voz incansável em defesa da presidente Dilma Rousseff na guerra do impeachment e do ex-presidente Lula antes, durante e depois da sua prisão.

Felipe Camarão está consciente de que nada será fácil para ele na corrida para se consolidar como candidato do PT. O seu partido está dividido em três frentes, uma com ele, uma com o senador Weverton Rocha e outra com vice-governador Carlos Brandão, o que torna muito mais complexo e desafiador o seu objetivo de juntar todo o partido em torno da sua candidatura. Isso porque, na condição de recém convertido ao petismo, o jovem político enfrenta a concorrência do senador pedetista, que é aliado preferencial do PT, e do pré-candidato tucano, que já conversa há tempos com a cúpula estadual do partido. Só que o que com o aval do governador Flávio Dino, claro.

O fato é que o PT se encontra numa situação ao mesmo tempo confortável e complicada, com um pré-candidato “da casa” potencialmente forte, e cortejado por dois pré-candidatos com chances de “chegar lá”. E a pergunta que se faz nos bastidores é a seguinte: saberá o partido fazer a escolha certa? Há quem diga que sim, mas também há quem responda que não, o que deixa a palavra final para outro momento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Detinha reclama da operação policial na sua casa

Detinha defende o marido e a família e critica ação 

A decisão judicial, tomada pelo desembargador Antônio Bayma, de suspender as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), que realizou uma operação de busca e apreensão na residência do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares, repercutiu dentro e fora do meio político. A medida liminar devolveu ao parlamentar o gás que ele perdera com a chamada Operação Maranhão Nostrum. A retomada do ânimo do chefe maior do PL e controlador do Avante e do Patriota no Maranhão, foi expressada ontem pela deputada estadual Detinha (PL), que ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para comunicar a decisão judicial que beneficiou seu marido, e aproveitar para dizer que o parlamentar foi vítima de uma grande injustiça. Ela disse que foi desrespeitada pelos policiais que entraram em sua casa, em Zé Doca, em busca de provas para o inquérito.

A deputada Detinha reclamou na tribuna que foi desrespeitada na Operação feita pelo Gaeco em sua residência, onde encontrava-se com os filhos. “Lavarem tudo o que quiseram e o que não deviam”, declarou, acrescentando: “Quem fez isso, sabia que não ia dar em nada”. A parlamentar fez a defesa do marido ao afirmar que, “durante os oito anos da administração como prefeito [do município de Maranhãozinho], a prestação de contas do Josimar sempre foi correta”.

E apontou a operação policial como “perseguição”, por conta da pré-candidatura de Josimar de Maranhãozinho na disputa para o Governo do Estado.

– Será que não temos direito? Será que não podemos lançar uma pré-candidatura a governador? Será que o Estado do Maranhão é um ambiente fechado, onde temos que pedir autorização para alguém? – indagou em tom de questionamento.

A deputada Detinha não fez referência ao motivo da Operação Maranhão Nostrum: um esquema milionário de desvio de recursos parlamentares envolvendo prefeituras, empresas de fachada e dezenas de pessoas envolvidas, incluindo prefeitos, empresários e o deputado Josimar de Maranhãozinho.

E um detalhe: a decisão do desembargador Bayma Araújo não extingue o inquérito nem põe fim às investigações.

 

Brandão usa camisa simbólica no aniversário de Lago do Junco

 

 

Ao lado de Flávio Dino e Maria Edina, Carlos Brandão assina esse modelito

Em meio à animação comemorativa aos 60 anos de emancipação de Lago do Junco com a presença do governador Flávio Dino (PSB) e comitiva, saudados com festa pela prefeita Maria Edina (PDT), um detalhe chamou a atenção dos presentes: a camisa do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). A peça exibia na parte da frente metade da bandeira do Maranhão e metade com a bandeira do Brasil, e na parte de cima a palavra “Maranhão”. O vice-governador abriu caminho para que a bandeira nacional seja o símbolo de todos os brasileiros, retomando a propriedade simbólica do País à militância bolsonarista, que se apropriou do lábaro verde-amarelo como suas cores. E fez mais: associou a bandeira brasileira à do Maranhão, passando a saudável imagem de que uma completa a outra, e que elas pertencem a todos, indistintamente.

Muitos duvidaram do gosto, mas todos, sem exceção, reconheceram que foi uma boa sacada. E Independentemente do que pensam observadores diversos, o fato é que a camisa de Carlos Brandão ganhou as teias da internet e lhe deu muita visibilidade. Se isso lhe renderá votos, só o tempo dirá.

São Luís, 27 de Outubro de 2021.

Braide mostra firmeza e habilidade no jogo com as “cobras criadas” do setor de transporte

 

Eduardo Braide: firme na condução das negociações com grevistas

Independentemente do resultado a ser produzido pelas negociações em curso entre Prefeitura, rodoviários e empresários, para resolver a greve nos transportes coletivos, uma situação ganha forma e parece bem clara: o prefeito Eduardo Braide (Podemos) dá mostras de que se preparou para administrar São Luís e suas crises, conforme propagado durante a campanha eleitoral. A afirmação enfática e segura de que “não teremos aumento nas passagens de ônibus”, feita na semana que passou e reafirmada ontem à TV Mirante, e que poderia ser apenas um “trote” para ganhar tempo, como manda a “tradição” nas seguidas repetições desse roteiro, ganhou peso de verdade. Não como uma decisão monocrática e autoritária do chefe do poder Executivo da Capital, mas por ser parte de uma estratégia por meio da qual o governante municipal evita a majoração do preço das passagens, oferecendo contrapartida aos rodoviários, que são a ponta da linha do sistema de transportes de massa, um auxílio emergencial, nos moldes do que foi concedido aos artistas na fase mais aguda da pandemia.

A crise anual no sistema de transportes coletivos de São Luís será resolvida de uma maneira ou de outra, cedo ou tarde, e ocorrerá com ou sem aumento no valor das passagens, com ou sem a concessão do auxílio emergencial para rodoviários (motoristas, cobradores e fiscais), e com ou sem entendimento produtivo com as empresas beneficiadas com a concessão do serviço. A solução virá mesmo quando as empresas, que formam um cartel de peso, aumentam o seu poder de fogo quando associadas, por baixo do pano, com os rodoviários, como acontece nesse momento. Isso porque o que está em jogo não é a situação dos rodoviários, nem o suposto sufoco das empresas, nem também as conveniências da Prefeitura, mas os interesses de mais de meio milhão de ludovicenses que diariamente se deslocam para trabalhar e estudar utilizando a frota de pouco mais de 800 ônibus. E nesse momento em situação mais dramática, por conta dos estragos que o novo coronavírus impôs à economia como um todo, a começar pelo desemprego.

Nas suas declarações sobre a crise que culmina com a greve dos rodoviários, que pressionam por aumento de salário quando milhares e milhares correm atrás de emprego, o atual prefeito de São Luís quebra o padrão, negando firmemente a concessão de aumento, mas amenizando a negativa com uma proposta, o auxílio emergencial aos rodoviários, que não resolverá problema, mas evitará que ele seja agravado com a imposição de um aumento no valor da passagem nesse momento.

Eduardo Braide é um político pragmático, que mede e pesa cuidadosamente cada decisão. Ele não decide no impulso, mas refletindo sobre prós e contras. E quando se posiciona, o faz ancorado numa convicção difícil de ser revertida, conforme demonstrou muitas vezes quando deputado estadual. No caso da greve dos rodoviários, tudo se baseia numa relação de custo-benefício, o que significa dizer que ele já analisou a questão nos seus mais diversos aspectos, encontrando no auxílio emergencial para rodoviários, bancado pelo contribuinte, um trunfo bem montado para sentar e colocar as cartas na mesa de negociações. Pode ser que encontre resistências, mas ninguém poderá negar que o prefeito, diferentemente de antecessores, terá negado o aumento, pura e simplesmente, sem oferecer nada em troca.

– É essa solução (auxílio emergencial) que nós propomos neste momento. Por quê? Porque o primeiro caminho apontado foi o aumento do preço das passagens de ônibus. Eu já me manifestei sobre esse assunto e não acho correto neste momento, em que as pessoas estão tentando retomar a economia, almejando buscar os empregos que foram perdidos durante a pandemia, ter de arcar agora com esse aumento. Quero aqui reafirmar que nós não teremos aumento nas passagens de ônibus – declarou, na entrevista à TV Mirante, com clareza suficiente para não deixar dúvidas.

O prefeito de São Luís sabe que está tratando com “cobras criadas”, com décadas de experiência nesse jogo de dobrar prefeitos, que se repete a cada ano. Está mostrando que sabe onde e como deve pisar, misturando na dose certa autoridade institucional com habilidade política, fórmula que dificilmente dá errado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

DEM se desmancha, Juscelino perde comando e maioria vai apoiar Brandão

Juscelino Filho: sem comando partidário e poucos aliados

Há algum tempo, quando as pré-candidaturas começaram a ganhar forma, o deputado federal Juscelino Filho, presidente estadual do DEM, trouxe a público a informação de que em reunião por ele convocada, o braço político da sua família – ele, a deputada estadual Andreia Rezende e o ex-deputado Stênio Rezende – havia batido martelo pelo projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). E jogou no ar a impressão de que o braço maranhense do DEM todo mobilizado em torno do líder pedetista.

Nesse momento, o quadro que envolve o DEM no Maranhão é radicalmente diferente do que desenhou o jovem parlamentar. Para começar, a bancada do partido rachou, tendo os deputados Paulo Neto e Daniella Tema contrariado aquela orientação e declarado apoio ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Agora, o ex-deputado Stênio Rezende, que o ajudou a controlar o DEM, também entrou em rota de colisão com o sobrinho, declarando também apoio ao projeto de candidatura do vice-governador, o que, pela lógica, leva à suposição de que a deputada Andreia Rezende, seguirá o marido, Stênio Rezende.

A menos que tenha uma carta importante no colete, o que parece improvável, o deputado federal Juscelino Filho vive uma situação em que não tem mais em mãos um partido sobre o qual exerça controle absoluto, perdeu a liderança sobre o grupo que formava o DEM, e só tem agora o deputado estadual Neto Evangelista como parceiro no apoio ao senador Weverton Rocha.

Sua chance de retomar o poder partidário que tinha está nas mãos dos caciques do Aliança Brasil, partido que está nascendo com a fusão do DEM com o PSL e que no Maranhão tem também o deputado federal Pedro Lucas Fernandes.

 

Se Bolsonaro se filiar ao PL o poder de fogo de Maranhãozinho será finalmente testado

Josimar de Maranhãozinho pode pode ter  comando colocado em xeque

O presidente nacional do PL, o notório ex-deputado federal Waldemar Costa Neto, convidou o presidente Jair Bolsonaro e sua turma, encabeçada pelos três filhos, a se filiarem ao partido. Como fracassou em criar o próprio partido, já perdeu o PSL, foi descartado pelo Patriota e sofreu fortes e duras restrições ao tentar se aproximar do PP, não será surpresa se o presidente aceitar o convite do chefão do partido. A se confirmar tal hipótese, incluindo a provável adesão do senador Roberto Rocha ao movimento migratório, ela terá fortes e graves desdobramentos na política maranhense.

Para começar, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que controla com mão de ferro o braço do PL no estado, muito provavelmente será alçado à condição de chefe do bolsonarismo no Maranhão, e nessa condição poderá tornar irreversível o seu projeto de candidatura à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Poderá também acontecer o contrário, caso Roberto Rocha venha a ser brindado com o “posto”, o que é mais provável, porque parece ser esse o projeto que o senador cultiva enquanto aguarda a definição do pouso partidário do presidente.

Se Waldemar Costa Neto conseguir atrair o presidente Jair Bolsonaro e sua turma para o PL, é muito provável que em algum momento o comando do partido no Maranhão seja colocado em xeque. E aí se saberá qual é o real poder de fogo de Josimar de Maranhãozinho.

São Luís, 26 de Outubro de 2021.

Possível candidatura de Rodrigo Pacheco pode turbinar Edivaldo Jr. e agitar ainda mais a corrida aos Leões

 

Se Rodrigo Pacheco sair candidato a presidente, Edivaldo Jr. pode ganhar impulso no Maranhão

Os sinais mais recentes emitidos a partir de Brasília indicam que, ainda que parcialmente, a disputa pela presidência da República terá influência na corrida ao Palácio dos Leões. O fato mais recente aconteceu no fim de semana que passou, quando o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, representante de Minas Gerais, deixou o DEM – que se fundiu com o PSL para formar o União Brasil – e se filiou ao PSD, sendo, de cara, alçado à condição de pré-candidato à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A entrada de Rodrigo Pacheco na corrida ao Palácio do Planalto abriu caminho para substanciar a ideia da “terceira via”, quebrando a polarização Lula da Silva (PT)/Jair Bolsonaro (?), no plano nacional, e injetando gás na pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), no plano local, com força para fazer as correntes lideradas pelo governador Flávio Dino (PSB) caírem “na real” e se juntarem em torno de uma candidatura amarrada por um acordo político inteligente. Não se prevê, aqui, que Rodrigo Pacheco desembarque na corrida presidencial com força para desbancar o ex-presidente ou o atual mandatário em busca da reeleição, mas não é precipitado supor que sua candidatura tem fluídos capazes de atrair forças de centro e da direita democrática, podendo espalhar reflexos dessa guinada nas disputas estaduais.

No momento, a corrida ao Palácio dos Leões está sendo influenciada, primeiro, pelo líder petista Lula da Silva, cujo apoio é disputado por três pré-candidatos a governador:  Weverton Rocha (PDT), Carlos Brandão (PSDB) e Felipe Camarão (PT). No contraponto, o presidente Jair Bolsonaro ainda não tem pré-candidato, mas deve apoiar o senador Roberto Rocha (sem partido), se ele vier a ser candidato. Além de apostar no apoio de Lula da Silva, Carlos Brandão aguarda a definição do candidato presidencial dos tucanos, que pode ser o governador paulista João Doria ou o seu colega gaúcho Eduardo Leite, que disputam prévias no partido. O pré-candidato presidencial do PDT, Ciro Gomes, não tem o apoio declarado do pré-candidato pedetista a governador, que admite, no entanto, criar dois palanques, um para Lula da Silva e outro para Ciro Gomes.

A situação de Edivaldo Holanda Jr. é bem diferente e pode sofrer uma mudança radical. Ele que migrou do PDT para o PSD, não tinha pré-candidato a presidente, e agora poderá compor seu projeto de candidatura com o senador Rodrigo Pacheco, nome de peso do seu partido na corrida presidencial. Em princípio, o ex-prefeito de São Luís poderá se tornar o candidato com a situação mais regular nessa disputa, já que os demais se debatem sem saberem ainda com quais candidatos ao Planalto farão suas campanhas.

A condição do senador Rodrigo Pacheco como potencial candidato presidencial não é exatamente uma novidade. Vários analistas de peso da chamada “grande imprensa” já o vinham apontando como dono de um perfil que se encaixa sem problemas num projeto de candidatura ao Planalto: é um advogado jovem, democrata de centro-direita, representante de um estado política e economicamente importante e que tem se mostrado um líder equilibrado e plenamente identificado com o estado democrático de direito. Sua migração para o PSD lhe dará condições de negociar apoio nas duas grandes correntes ideológicas, criando as condições para se tornar o que se pode definir como “terceira via”. Também pode ser que ele não consiga viabilizar esse projeto de candidatura, mas seu potencial é inegável.

Se a candidatura de Rodrigo Pacheco deslanchar, como é provável que aconteça, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. ganhará um suporte importante para sua campanha ao Palácio dos Leões. Se isso terá repercussão forte e decisiva no seu desempenho de candidato a governador, mas não há dúvida de que uma chapa casada, com candidatos do mesmo partido, tem muito mais chances de convencer o eleitorado.

Em Tempo: Esse quadro pode ganhar um ingrediente a mais se o ex-ministro Sérgio Moro vier a se filiar ao Podemos, partido comandado no Maranhão pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide, e entrar na corrida presidencial.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Racha do PT sobre candidaturas ao Governo pode ser resolvido pela cúpula nacional

Weverton Rocha, Carlos Brandão e Felipe Camarão: quem será o candidato do PT?

Não será surpresa se o braço maranhense do PT, ou pelo menos a maior parte dele, vier a fechar questão em torno da pré-candidatura do secretário de Educação, Felipe Camarão, recém convertido ao petismo e, pouco tempo depois, lançado pré-candidato a governador. Hoje, o PT está dividido entre apoiar o pré-candidato do PDT, senador Weverton Rocha, que conta com o apoio da cúpula do PT de São Luís, o pré-candidato do PSDB, vice-governador Carlos Brandão, que tem o aval da cúpula do PT estadual, ou o agora aspirante do partido, Felipe Camarão, que está sendo incentivado por uma corrente independente do PT estadual. Todos os indícios sugerem que essa situação não será resolvida numa mesa de conversa entre esses, que alimentam diferenças e rivalidades profundas na base, o que torna inviável uma conversa desarmada entre o presidente Augusto Lobato, presidente estadual, o ex-vereador Honorato Fernandes, chefe da legenda em São Luís, e o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, e o deputado estadual Zé Inácio e o colega federal Zé Carlos, por exemplo. Assim, o mais provável é que o racha maranhense seja resolvido pela cúpula nacional da agremiação, que conhece bem a situação no Maranhão e sabe que o partido só tem a perder mantendo o racha. De preferência que essa solução tenha o aval explícito do ex-presidente Lula da Silva. A situação poderá ter algum encaminhamento se for articulada com a intermediação do governador Flávio Dino.

 

Flávio Dino entrega ponte em Timbira, construída por indicação de Othelino Neto

Flávio Dino, Antônio Borba e Othelino Neto na inauguração de ponte em Timbira

Timbiras ganhou, sábado, uma ponte de concreto de 25 metros sobre o riacho Santarém, ligando o centro da cidade ao bairro Horta, uma comunidade que abriga mais de três mil dos 30 mil habitantes do município. A inauguração foi uma festa, liderada pelo prefeito Antônio Borba (Patriotas), com a presença do governador Flávio Dino (PSB), que autorizou a construção, e do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), que fez a indicação da obra. Antes, no local havia apenas uma estrutura de madeira precária, que foi substituída por uma ponte de concreto, revolvendo de vez o problema de locomoção dos moradores em relação ao centro da cidade.

O prefeito Antônio Borba festejou a obra agradecendo ao deputado Othelino Neto, que viabilizou o pleito, e ao governador Flávio Dino, que concretizou o projeto. “É um sonho da população de Timbiras de 100 anos. O governador nos abraçou com todo o seu compromisso e hoje é um dia de gratidão, dia de festa aqui em Timbiras”, disse o prefeito timbirense, enfatizando a boa vontade do governador e o empenho do presidente da Assembleia Legislativa, a quem Timbira “será eternamente grata”, disse o prefeito.

O governador Flávio Dino declarou: “Mostramos mais uma vez o espírito de parceria que temos com todos os municípios. Hoje no caso aqui no município de Timbiras. O prefeito Antônio Borba é meu amigo, trabalha junto conosco”. Ali, Flávio Dino também inauguração a Praça da Juventude, entregou obras de pavimentação em vias urbanas, kits esportivos (com um total de 576 itens) e cartões do programa Vale Gás, assinou Ordem de Serviço para melhorias na Estação de Tratamento de Água de Timbiras e assinou termo de cooperação no curso de qualificação e doação de capacetes, no âmbito do Programa Detran com o Povo, Construindo um Caminho Novo”.

No ato de inauguração da ponte sobre o Rio Santarém, para a qual sua atuação foi decisiva, o presidente Othelino Neto assinalou: “Hoje nós entregamos essa obra importante, que agora é da população timbirense. Agradeço ao governador Flávio Dino pela sensibilidade ao viabilizar essa ponte, que vai ficar para sempre à disposição do povo de Timbiras, bem como todos os investimentos que têm sido feitos no município”, disse o parlamentar.

São Luís, 25 de Outubro de 2021.

Pré-candidatos ao Governo se mexem pelo apoio de deputados federais, que estão divididos

 

Rubens Jr. declara preferência por Carlos Brandão na corrida ao Palácio dos Leões

“Sou liderado do governador Flávio Dino e respeitarei as decisões do meu partido. Na condição de deputado federal, defenderei que Carlos Brandão seja o pré-candidato escolhido”, anunciou ontem o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB). Com sua manifestação, o parlamentar, que é um dos integrantes do chamado “núcleo de ferro”, grupo formado em torno do governador Flávio Dino (PSB), deu um passo importante para mostrar que, como a Assembleia Legislativa, a bancadas federal está dividida em quatro correntes no que diz respeito à disputa pelo Palácio dos Leões. Ali, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) tem, seis apoiadores, o senador Weverton Rocha (PDT) conta com cinco, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) tem a si próprio mais três aliados, enquanto um deputado dá suporte a Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e um, ao que parece, aguarda a definição do senador Roberto Rocha para se posicionar.

O vice-governador Carlos Brandão conta com os deputados Rubens Jr. (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), Gastão Vieira (PROS) e Zé Carlos do PT. É um apoio forte, se levado em conta o fato de que esses apoiadores são políticos que também apostam que o governador Flávio Dino baterá o martelo em favor do vice-governador. Mas se não houver acordo e os dois se lançarem para o confronto aberto, tudo indica que parte grupo de parlamentares manterá apoio ao pré-candidato do PSDB, que pode ainda receber a adesão de outros deputados federais à sua candidatura, aumentando seu cacife na bancada federal.

Por sua vez, o senador Weverton Rocha tem o apoio declarado dos deputados federais Cleber Verde (Republicanos), Gil Cutrim (Republicanos), André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL), com o diferencial de que quase todos eles são chefes dos braços maranhenses dos seus partidos. Esse grupo de parlamentares se mobilizou ao lado do líder pedetista desde o primeiro momento da sua pré-candidatura, repetindo parte da aliança que seus integrantes montaram para as eleições municipais, principalmente em São Luís. Assim como Carlos Brandão, Weverton Rocha continua garimpando apoio na bancada federal, apostando que poderá formar um grande arco de alianças em torno da sua candidatura.

Se mantiver mesmo sua pré-candidatura, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho sairá apoiado pelos deputados federais Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas) e Pastor Gildenemyr (PL), que já integram a sua base de apoio. Na sequência, o candidato do PSD, Edivaldo Jr., tem o apoio firme e decidido do deputado federal Edilázio Jr., que preside o partido no Maranhão, sendo também, até aqui, o principal responsável pelo projeto de candidatura do ex-prefeito de São Luís. Josimar de Maranhãozinho pode também se candidatar também à reeleição, nesse caso liberando seus aliados para que possam seguir outros rumos, como, por exemplo, optar entre Carlos Brandão ou Weverton Rocha.

Dois deputados federais, Aluízio Mendes (PSC) e Josivaldo JP (Podemos) ainda não se definiram, declaradamente, por pré-candidaturas a governador. O que se comenta nos bastidores partidários é que ambos estariam aguardando a definição partidária do senador Roberto Rocha para se posicionar, declarando-lhe apoio, caso ele saia candidato ao Palácio dos Leões, ou seguindo diferentes rumos na corrida sucessória estadual.  Mas podem também se posicionar por candidatura já definida. Josivaldo JP, vale lembrar, deve se posicionar articulado com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que comanda o Podemos no Maranhão e deverá se posicionar de acordo com a orientação nacional do partido.

Como acontece com tudo o que está relacionado com a disputa pela sucessão do governador Flávio Dino, esse é o retrato do momento, que está sujeito a mudanças moderadas ou radicais à medida que a corrida evoluir.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bem-sucedida a retomada do “Assembleia em Ação” em Santa Inês

Othelino Neto (centro) fala  na abertura do “Assembleia em Ação”  ladeado à esquerda por Yglésio Moyses, Ricardo Rios, Wellington do Curso, Roberto Costa e o prefeito Felipe dos Pneus, e à direita por Josino Catarino, Betel Gomes  e Duarte Jr.

“Com o programa, nos aproximamos mais de cada região do Estado e, assim, podemos ampliar as nossas ações e estimular políticas públicas que melhorem a qualidade de vida dos maranhenses”, declarou o presidente do Poder Legislativo do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB) o chefe do Legislativo Estadual, ao avaliar o resultado do programa “Assembleia em Ação”, retomado ontem em Santa Inês. O evento contou com a participação dos deputados Roberto Costa, Ricardo Rios (PDT), Yglesio Moyses (PROS), Betel Gomes (PRTB), Duarte Júnior (PSB) e Wellington do Curso (PSDB) e de prefeitos, vereadores e representantes da sociedade civil da região do Vale do Pindaré.

A reativação do programa em Santa Inês, que polariza a Região do Pindaré como referência para mais de duas dezenas de municípios, cujos líderes, depois de vir as palestras sobre o funcionamento e a importância institucional do Legislativo, se manifestaram sobre problemas dos seus municípios e da região como um todo.

No encontro, o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus, falou sobre a importância de aproximar a Assembleia Legislativa dos municípios. “Quando fui deputado estadual, participei de algumas edições do programa e vi a grande relevância desta iniciativa. Fico muito honrado de Santa Inês sediar o ‘Assembleia em Ação’, pois é um momento no qual conhecimentos importantes são compartilhados com prefeitos, vereadores e a sociedade, visando ao bem-comum da população”, disse o gestor.

O presidente da Câmara de Santa Inês, vereador Josino Catarino, também destacou e relevância da ação e agradeceu pela realização do evento na sua cidade. “É um momento ímpar de compartilhamento de informações e conhecimentos que serão valiosos para todos nós, parlamentares. É muito gratificante recebermos o ‘Assembleia em Ação’ em nosso município”, disse.

Os cinco deputados que foram a Santa Inês deixaram registradas suas manifestações sobre a importâncias das instituições, a começar pelo Poder Legislativo, que é, de longe, o mais próximo e mais identificado com a população.

A sexta edição do evento será realizada em Carolina, no Sul do Maranhão, no dia 26 de novembro.

 

Felipe Camarão tem pouco tempo para viabilizar sua pré-candidatura dentro do PT

Felipe Camarão em ação pelo apoio do PT à sua pré-candidatura: ele tem pouco tempo

O secretário Felipe Camarão, que recentemente se lançou pré-candidato a governador, resolveu priorizar as articulações para conquistar a unidade do partido em torno do seu projeto de candidatura. Não será tarefa fácil, porque, além de atrair apoio, ele terá de desmontar um grupo liderado pelo presidente Augusto Lobato e posicionado a favor do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), e outro, que tem à frente o presidente do PT de São Luís, comandado pelo ex-vereador Honorato Fernandes, que vem declarando enfaticamente apoio ao senador Weverton Rocha (PDT). Por haver entrado na corrida muito depois dos pré-candidatos já posicionados, Felipe Camarão tem pouco tempo para viabilizar seu projeto dentro da sua própria casa partidária, antes de o governador Flávio Dino bater o martelo sobre quem será o candidato da aliança que ele lidera.

São Luís, 23 de Outubro de 2021.

Brandão defende cumprimento de acordo, mas mostra que está preparado para ser candidato

 

Carlos Brandão garante que está preparado para preparado para comandar o Estado

Moderação bem dosada com firmeza. Foi esse o tom da entrevista do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), pré-candidato à eleição que poderá renovar seu mandato ou encerrá-lo no dia 31 de Dezembro do ano que vem, publicada na edição de ontem do jornal O Estado. Provocado pelo jornalista Gilberto Leda, Carlos Brandão se mostrou favorável à união dos pré-candidatos da aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) em torno de uma candidatura, mas manteve cautela e não respondeu se manterá essa posição se não for ele o escolhido. “Unidade é importante, mas nem sempre se consegue”, declarou, afirmando que trabalha por ela, mas deixando no ar dúvidas sobre sua posição quanto a um desfecho que não lhe seja favorável. Na verdade, ao longo da entrevista, marcada, vale dizer, por declarações equilibradas, o vice-governador construiu uma argumentação que leva naturalmente à conclusão de que ele dificilmente abrirá mão de ser candidato, com ou sem acordo.

A fundamentação do seu projeto de candidatura está nas suas três décadas de vida pública, ao longo das quais secretário-adjunto de Meio Ambiente, secretário de Articulação Política, secretário-chefe de Gabinete e chefe da Casa Civil na maior parte do Governo de José Reinaldo Tavares, além de dois mandatos de deputado federal e dois mandatos de vice-governador, tendo assumido o Governo em seis oportunidades. Além disso, enfatiza um item importante da sua trajetória de homem público: não responde a nenhum questionamento judicial sobre a sua integridade ética. “Nesses 30 anos de vida pública temos uma conduta muito ética, muito profissional, não respondemos a nenhum processo, temos vida limpa, ficha limpa”, declarou.

Carlos Brandão associa o seu projeto político à sua condição de vice-governador atuante, que conhece em profundidade o Governo do qual participa, tem ciência de todos os projetos, seus custos e seus objetivos e andamento, o que lhe dá as condições necessárias para dar continuidade ao que está dando certo, como os programas sociais, por exemplo. Isso foi possível pela afinidade com o governador Flávio Dino, a quem tem demonstrado lealdade inquestionável, garantindo uma relação de confiança que os dois têm feito questão de destacar nas manifestações em que participam juntos. “Eu vejo que o Maranhão não pode retroceder, que o Maranhão precisa continuar avançando, e eu, pelo fato de estar junto do governador Flávio Dino, entendo que tenho condições de dar continuidade a esse trabalho”, assinalou.

Político experiente, que passou por várias provas de fogo como chefe da Casa Civil do movimentado Governo José Reinaldo Tavares, tendo também sua cota de contribuição para a estabilidade política do Governo Flávio Dino, Carlos Brandão defende a carta em que líderes partidários entregaram ao governador Flávio Dino a tarefa de coordenar as articulações para a escolha deum candidato do grupo. Mas deixa nas entrelinhas sinais fortes de que não aposta alto no cumprimento desse roteiro, agora mais embaraçado com a entrada do secretário de Educação Felipe Camarão (PT) no jogo sucessório. Nesse ambiente, onde enfrenta a dura concorrência do senador Weverton Rocha (PDT), que faz uma pré-campanha forte, e agora a de Felipe Camarão, que trabalha sem descanso para conseguir o aval do PT à sua pré-candidatura, o vice-governador mostra que está se preparando para ser candidato, com ou sem acordo.

Enquanto essa definição não chega, o vice-governador vai intensificando sua pré-campanha, ora cumprindo apertada agenda de reuniões com lideranças políticas, ora fazendo visitas a municípios – hoje, por exemplo, ele cumpre programação em Serrano do Maranhão, Apicum-Açu, Bacuri e Pinheiro. O tom moderado da entrevista não reflete exatamente a ação política do pré-candidato do PSDB. Pelo simples fato de que Carlos Brandão tem consciência do peso que sua candidatura ganhará quando ele assumir o comando do Estado como governador titular.

E a julgar pela experiência que acumulou nesse tabuleiro como chefe da Casa Civil e agora como vice-governador, Carlos Brandão tem tudo para ser um concorrente difícil de enfrentar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eleito com ampla margem, Flávio Dino assumirá a cadeira que foi do pai na AML

Flávio Dino com a comissão da AML, liderada pelo presidente Carlos Gaspar (ao seu lado), o comunicado da sua eleição para a cadeira que foi do seu pai, Sálvio Dino

Não surpreendeu a eleição do governador Flávio Dino (PSB) para a Academia Maranhense de Letras (AML), onde ocupará a cadeira Nº 32, que era ocupada por seu pai, o advogado, escritor e ex-deputado estadual Sálvio Dino, vitimado em agosto de 2020 pela Covid-19. Ao vencer a eleição por larga vantagem, Flávio Dino, que já é membro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, deu uma demonstração de prestígio intelectual, tornando-se o terceiro chefe de Estado – junto com José Sarney e Pedro Neiva de Santana – a fazer parte da Casa de Antônio Lobo. No início da noite, novo imortal recebeu a visita de uma comissão de membros da instituição liderada pelo presidente Carlos Gaspar, que foi ao Palácio dos Leões comunicar a sua entrada na imortalidade como novo membro da AML. O governador Flávio Dino agradeceu a eleição e assegurou que vai colaborar para a manutenção do legado da AML, que completou 113 anos de existência no dia 10 de agosto.

“O meu pai, entre tantos amores, tantos afetos, ele tinha muito orgulho de integrar a Academia. É um gesto de deferência também à memória dele como confrade dos senhores e senhoras. Só posso me comprometer em ser um coguardião de tão grandiosa tradição do nosso estado”, disse o governador.

Flávio Dino não chegou à AML por acaso ou por conchavo. Graduado em Direito pela UFMA, ele é professor licenciado da instituição e da UNB, e mestre em Direito Constitucional pela UFPE. Foi juiz federal por 12 anos, presidiu a Associação Nacional de Juízes Federais e foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça. Foi presidente da Embratur, deputado federal e encontra-se no exercício do segundo mandato de governador do Maranhão. Sua produção intelectual inclui artigos publicados em periódicos regionais e nacionais, como Jornal Pequeno, O Imparcial, O Estado do Maranhão, Folha de S. Paulo, O Globo, Valor Econômico, Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense. No plano acadêmico, tem trabalhos incorporados à Revista de Direito Administrativo, da FGV, e à Revista do Conselho da Justiça Federal. Tem proferido palestras em eventos promovidos por instituições acadêmicas do Brasil e de outros países, como a Universidade de Harvard, London School of Economics, Instituto de Estudos Políticos de Paris, Fundação Getúlio Vargas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio de Janeiro, dentre outras. É de “Medidas provisórias no Brasil; origem, evolução e Novo Regime Constitucional”, “O poder, o controle social e o orçamento público”, “Reforma do Judiciário: Comentários à Emenda nº 45” e “Autogoverno e Controle do Judiciário no Brasil: a proposta de criação do CNJ”, além de participar como coautor de várias outras publicações.

Flávio Dino disputou a vaga com José Rossini Corrêa, Antônio Guimarães de Oliveira, José Carlos Sanches e Azenate de Oliveira. Sua eleição já era esperada, mas o resultado – 25 dos 35 votos válidos – foi mais elástico do que estava previsto. Isso porque o advogado e antropólogo Rossini Corrêa, poeta e ensaísta respeitado no universo da crítica literária, membro da Academia Brasiliense de Letras e já consagrado como um dos intelectuais mais importantes da chamada “Geração Guarnicê”, que deu ao Maranhão o poeta Luís Augusto Cassas, o artista plástico Jesus Santos, o fotógrafo e cineasta Murilo Santos e o poeta e militante cultural Valdelino Cécio.

Os imortais ouvidos pela Coluna consideraram o resultado justo.

 

Santa Inês sedia hoje primeira edição da retomada do “Assembleia em Ação”

Othelino Neto vai comandar o Assembleia em Ação, que será retomado hoje em Santa Inês

Santa Inês, cidade polo com 90 mil habitantes da Região do Pindaré e que tem nos seus limites Monção, Vitorino Freire, Bela Vista do Maranhão, Pindaré Mirim, Santa Luzia e Tufilândia, sediará hoje o “Assembleia em Ação”, programa da Assembleia Legislativa, que tem por objetivo levar aos maranhenses informações precisas a respeito do que é e como funciona o Poder Legislativo do Maranhão.

Comandado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) com o aval da Mesa Diretora e o apoio das lideranças da Casa, o programa visa aproximar o parlamento estadual dos municípios e da sociedade como um todo. Para tanto, sua programação tem dois momentos, um técnico, no qual diretores do Poder Legislativo mostram como funciona a instituição legislativa e qual o significado e a importância da representação parlamentar no estado democrático de direito.

O segundo momento é a participação direta de deputados, que podem se manifestar sobre a instituição, sobre sua atuação e sobre problemas regionais ou estaduais que julgar importante abordar no evento. E também a participação de lideranças de Santa Inês, como o prefeito anfitrião Felipe dos Pneus (Republicanos), oriundo da Assembleia Legislativa, e dirigentes dos demais municípios da região, que poderão se manifestar. O mesmo acontecerá com presidentes de Câmaras Municipais, que poderão inclusive firmar com a Assembleia Legislativa acordo de cooperação visando o aperfeiçoamento das casas legislativas municipais.

– Com certeza, será um momento importante de troca de informações entre os deputados estaduais, a classe política e a sociedade civil. Contamos com a presença de todos – declarou o presidente Othelino Neto.

“Com certeza, será um momento importante de troca de informações entre os deputados estaduais, a classe política e a sociedade civil. Contamos com a presença de todos”, disse o chefe do Legislativo maranhense.

São Luís, 22 de Outubro de 2021.

Corrida ao Palácio dos Leões entra na fase das articulações dos candidatos por apoio político

 

 

De cima para baixo: Carlos Brandão com líderes do Rede, Weverton Rocha com aliados, Edivaldo  Jr. com vereadores em Imperatriz, e Felipe Camarão com José Sarney e Roberto Costa: pré-campanha entra na fase das articulações para formar bases políticas

A reunião do vice-governador Carlos Brandão, pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSDB, com a cúpula municipal do Rede Sustentabilidade, a visita do secretário Felipe Camarão, pré-candidato do PT, ao ex-presidente José Sarney (MDB), e a recente incursão do pré-candidato do PSD Edivaldo Holanda Jr., à região do Baixo Parnaíba são fatos que confirmam a impressão de que, depois do foguetório do primeiro momento, a corrida para o Palácio dos Leões está entrando numa nova etapa. Agora, já com o plantel de candidatos praticamente definido, e revelado o poder de fogo dos aspirantes, seus movimentos parecem entrar numa fase de ajustes no que diz respeito ao suporte político aos seus projetos de candidatura. Trata-se de fase importante e decisiva, uma vez que a soma de forças políticas e partidárias é o que mostra ao eleitorado a consistência de uma candidatura majoritária.

O vice-governador Carlos Brandão adotou uma estratégia que vem mostrando resultados importantes para seu projeto de candidatura. Ele vem investindo franca e intensamente na conversa com lideranças políticas, partidárias e parlamentares, a começar por deputados estaduais, tecendo, ponto a ponto, uma ampla malha de apoio. Tem conversado com todos segmentos políticos, sociais e econômicos, sem se preocupar com melindres partidários nem com diferenças ideológicas, certo de que sua candidatura não pode se dar ao luxo de esnobar qualquer segmento. Com a mesma disposição, conversa com PT, MDB, PCdoB, PSB, PP, Republicanos, PDT, seja com as cúpulas partidárias, seja com segmentos que delas divergem, procurando agregar substância política ao seu projeto de continuar governador após o mandato tampão que assumirá em Abril. A reunião de ontem com o braço do Rede em São Luís é reveladora dessa estratégia, que segundo fonte a ele ligada, vem dando certo.

O senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, por sua vez, continua investido no projeto “Maranhão mais feliz”, por meio do qual tem se aproximado do público via eventos públicos, realizados em cidades estratégicas, com a participação de líderes municipais. Antes, o senador investiu forte na articulação de uma base política e partidária para seu projeto de candidatura, atraindo o apoio declarados de líderes de peso, como o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e partidários, como os deputados federais Cleber Verde (Republicanos), Juscelino Filho (DEM) e André Fufuca (PP), por exemplo. Agora, investe forte no movimento para atrair o apoio do PT e o aval do ex-presidente Lula da Silva, enfrentando, porém, uma clara divisão do partido, cuja cúpula estadual está alinhada a Carlos Brandão. Weverton Rocha deve continuar trabalhando para fortalecer politicamente sua pré-candidatura, procurando atrair a adesão de prefeitos e vereadores.

Edivaldo Holanda Jr. encontra-se nesse momento buscando o necessário suporte político para sua pré-candidatura, sem o qual, sabe, dificilmente chegará ao eleitorado. Na sua incursão pelo Baixo Parnaíba, ele participou de reuniões abertas com líderes municipais. Deverá abrir diálogo com os partidos, com os quais conviveu nos seus oito anos de prefeito, a começar pelo MDB, a partir da ponte que está sendo construída pelos líderes do seu partido, o deputado federal Edilázio Jr., presidente estadual do PSD, e o deputado estadual César Pires, coordenador do projeto de candidatura junto aos grupos liderados pela ex-governadora Roseana Sarney, presidente regional do MDB.  Programou novas incursões ainda para este ano, pretendendo entrar em 2022 com o suporte necessário para incursionar pelos municípios pedindo votos.

O petista Felipe Camarão vem demonstrado forte apetite pela articulação política, trabalhando intensamente em duas frentes: a interna, onde tentar se tornar candidato do PT com o aval de todas as correntes do partido, e a externa, garimpando aliados no meio político e partidário. O exemplo mais forte da sua atuação no campo externo foi a visita de ontem ao ex-presidente José Sarney (MDB), articulada pelo vice-presidente emedebista, deputado Roberto Costa, abrindo caminho para uma conversa com o partido sarneysista. Laços de família com certeza facilitaram a realização do encontro, que pode resultar em dividendos políticos.

À exceção do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que opera sem descanso para manter o controle sobre as lideranças que integram o PL (40 prefeitos), o Patriotas (4) e o Avante (1), outros pré-candidatos, como o prefeito Lahesio Bonfim (sem partido), que parece satisfeito com o apoio de setores de extrema-direita e segmentos evangélicos.

Ao seu final, essa etapa vai mostrar o cacife político e, com base nele, o potencial eleitoral de cada um.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com velho roteiro, empresários e rodoviários armam greve por aumento de tarifa nos coletivos

Coletivos de São Luís podem permanecer hoje nas garagens, repetindo velho roteiro

Se não houve um acerto de última hora, boa parte dos rodoviários – motoristas e cobradores – de São Luís cruzará os braços hoje, abrindo a programação anual de pressão por aumento salarial. O roteiro já antigo e manjado, sem qualquer inovação, foi iniciado há duas semanas, quando, numa articulação com o Sindicato das Empresas de Transporte, o velho e conhecido SET, com o aval do Sindicato dos Rodoviários, apresentou à Prefeitura de São Luís um pleito para que fosse majorado em R$ 1,00, o valor da Passagem nos coletivos, que assim chegaria ao valor de R$ 4,80, o que tornaria inviável o já dificílimo deslocamento de milhares de ludovicenses que dependem do transporte de massa. De cara, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) reagiu afirmando que tal aumento seria inviável, e que pelo menos por enquanto as tarifas continuarão como estão. O SET não se alterou, e colocou em marcha, sem pressa, a segunda etapa do velho e manjado roteiro de pressões: incentivar seus parceiros rodoviários à frente e pressionar a Prefeitura com a igualmente velha e manjada estratégia da ameaça de greve para arrancar um aumento nas passagens e, por via de desdobramento, um reajuste nos seus salários. E assim está se dando. A greve anunciada para hoje pelos rodoviários, com o aval decisivo dos empresários, que nunca reajustam naturalmente os salários dos seus funcionários, poderá deixar entre 300 e 400 pessoas que dependem do transporte coletivo. Encontrar uma solução para esse problema é o primeiro grande desafio do prefeito Eduardo Braide. Isso porque dessa vez empresários e rodoviários parecem mais articulados que nunca, principalmente pelo fato de que eles estão munidos do argumento básico: o preço dos combustíveis, fruto da incapacidade do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Partiu Cunha Santos, o Jornalismo maranhense perdeu um gigante

Cunha Santos: Jornalista completo, com trajetória ímpar na imprensa maranhense

A morte, ontem, do Jornalista Cunha Santos, privou os maranhenses de um gigante da profissão e de um craque do texto. Poucos dos muitos que enveredaram por essa estrada pedregosa, sinuosa e perigosa de busca, embalagem e divulgação dos fatos, principalmente na área política, foram tão corretos, precisos e originais como Cunha Santos. Codoense de nascimento, Cunha Santos se tornou ludovicense por estado de espírito e pela profundidade com que amou e viveu São Luís em todos os seus meandros, sentidos, becos e bares. Na sua rica trajetória jornalística, foi uma das mais importantes referências do Jornal Pequeno, tendo vivido, integralmente, a ascensão e o auge do matutino dos Bogea, cujas páginas enriqueceu com artigos cortantes, colunas brilhantes, reportagens precisas e editoriais fulminantes durante décadas. Sempre com textos corretos, ricos, inteligentes e absolutamente fieis à técnica jornalística, sem, no entanto, se deixar amarrar pela aridez vocabular exigida por equivocados teóricos da comunicação moderna. Fez Jornalismo com a argúcia do escritor produtivo e a sensibilidade do poeta que foi. Seus livros, entre eles “A Odisseia dos Pivetes”, “Paquito, o Anjo Doido” e “Comunidade Rubra” mostram o talento do Jornalista que enveredou pela literatura usando com habilidade e talento os caminhos do Jornalismo. Além do talento e da habilidade com a palavra escrita, Cunha Santos foi um ser humano pleno, com montanhas de virtudes e defeitos, mas sustentado na consciência política e na dignidade pessoal. E viveu a plenitude do intelectual inquieto e inconformado mergulhando fundo na boêmia, encontrando nos bares o refúgio do poeta que carregou dentro do peito por quase sete décadas de existência.

A Coluna e seu autor lhe rendem homenagens plenas, sinceras e justas, associando-se às manifestações de pesar de familiares, amigos, entidades profissionais, e da Assembleia Legislativa, à qual era profissionalmente ligado, referendando a nota do presidente Othelino Neto (PCdoB) e do diretor de Comunicação Edwin Jinkings, ambos jornalistas profissionais.

São Luís, 21 de Outubro de 2021.