Arquivos mensais: abril 2025

Pedro Lucas pode chegar à Páscoa como ministro das Comunicações ou confirmado como líder do União

Pedro Lucas Fernandes: primeiro a pacificação do
partido e depois o ministério ou a liderança

Se for para sair deixando a bancada do União Brasil unida, com uma liderança efetiva, tudo bem, mas se for para sair deixando um ambiente de instabilidade e disputa na representação partidária, o melhor será continuar onde está. É essa a posição do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, líder da bancada do União Brasil na Câmara Federal, em relação ao convite que recebeu do presidente Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações no lugar do deputado federal Juscelino Filho (União), que pediu demissão e foi demitido há duas semanas pressionado pela condição de réu em processo no qual é acusado de corrupção com emendas parlamentares destinadas à Prefeitura de Vitorino Freire.

Não há dúvida de que Pedro Lucas Fernandes quer ser ministro das Comunicações, e no plano pessoal só depende de uma decisão dele para aceitar o convite presidencial. Só que o parlamentar maranhense mantém no seu alforje político uma reserva de ética partidária que o impede de colocar os seus interesses à frente dos interesses do partido. Para ele, não faz sentido deixar a liderança, para a qual foi eleito há pouco tempo, para ser ministro deixando para trás um ambiente de forte crise dentro do partido, com vários colegas, entre eles o ex-ministro Juscelino Filho, tentando chegar à liderança numa disputa fratricida.

Não há que duvidar de que Pedro Lucas Fernandes quer ser ministro, principalmente convidado pelo presidente Lula da Silva, numa conversa franca no início da semana, no Palácio da Alvorada. Ele aceitou de pronto, mas jogou aberto com o presidente pedindo um tempo – o período da Semana Santa -, para resolver as coisas dentro da bancada escolhendo um novo líder. No acerto com o chefe da Nação, que o conhece, Pedro Lucas foi objetivo: se a sucessão dele na liderança foi resolvida de maneira pacífica, ele assumirá o comando da pasta. Se isso não acontecer, ele prefere permanecer como líder, abrindo para que um colega seu de partido assuma o Ministério das Comunicações.

A situação dentro do União Brasil é tensa por conta da disputa entre várias correntes, em especial as originárias do antigo PSL, que romperam com o bolsonarismo, e os grupos oriundos do DEM, da qual faz parte Juscelino Filho. Saído das fileiras do PTB, onde nasceu e cresceu politicamente, tendo lá permanecido até que a insanidade do presidente Roberto Jefferson destruiu a agremiação criada por Getúlio Vargas, Pedro Lucas Fernandes trabalha para pacificar as duas correntes, e foi exatamente essa ação pacificadora que o tornou líder de uma bancada de 58 membros da Câmara Federal, o que representa grande peso e influência nas decisões da Casa.

Nas suas entrevistas, mais recentes, como a concedida ao influente jornalista Domingos Costa, Pedro Lucas Fernandes tem colocado as coisas com clareza, explicando que só dirá o sim definitivo se conseguir articular a escolha de um líder que não enfrente restrições na bancada, que precisa de uma condução articulada. O fato de o ex-ministro Juscelino Filho querer a liderança é lícito, mas ele enfrenta resistências, que fundamentam as tais restrições como o motivo pelo qual ele perdeu o ministério. Pedro Lucas Fernandes tem se mantido fora dessa discussão, não levantando qualquer óbice à indicação do colega maranhense, mas também sem fazer campanha aberta em seu favor. Sua condição de líder o desobriga de um posicionamento dessa natureza em relação ao colega.

O fato é que o deputado federal Pedro Lucas Fernandes está muito entusiasmado pelo convite que recebeu do presidente Lula da Silva, e além das orações da Semana Santa, está mergulhado nas articulações por meio das quais chegará ao Domingo de Páscoa como ministro das Comunicações ou reafirmando sua condição de líder.

PONTO & CONTRAPONTO

De olho na Assembleia Legislativa, Paulo Victor vai disputar uma seara eleitoral minada

Paulo Victor vai disputar votos com
Osmar Filho, Neto Evangelista e Yglésio
Moises, entre outros, em São Luís

Na esteira do presidente da Câmara Municipal de São Luís, o vereador Paulo Victor (PSB), que segundo nove entre dez observadores será candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa, alguns outros candidatos estão fazendo contas sobre os nichos eleitorais que serão liberados em São Luís.

Dois deles chamam a atenção, o nicho deixado pelo atual prefeito de Bacabal, Roberto Costa, que sempre atuou fortemente na Capital. O outro poderá ser aberto pelo atual deputado estadual Fernando Braide, que segundo fonte ligada à família Braide, poderá ser candidato a deputado federal.

Atualmente, vários deputados bem votados em São Luís se preparam para buscar a reeleição, como Osmar Filho (PDT), que foi vereador por muito tempo, presidiu a Câmara Municipal, Yglésio Moises (PRTB), que tem base forte na Capital, e Wellington do Curso (Novo), que tem a cidade como sua principal prioridade, e Neto Evangelista (União), que herdou e vem mantendo o legado do pai, o ex-vereador e ex-deputado João Evangelista. Outros parlamentares, como Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), residem na cidade, recebem boas votações e querem ser considerados representantes dos ludovicenses.

Com quase 800 mil eleitores, São Luís poderia contar com pelo menos meia dúzia de deputados alinhados que atuassem como uma “bancada” da Capital, a exemplo do que acontece hoje com Caxias, que está representada por quatro deputados: Cláudia Coutinho (PDT), Catulé Jr. (PP), Daniella Gidão (PSB) e Adelmo Soares (PSB).  Mas isso, ao que parece, não acontecerá tão cedo.

Membros da direita radical fazem guerras isoladas

Acima: Allan Garcez acusado de atacar
Flávia Berthier, e embaixo: Lahesio Bonfim é
duramente atacado por Mical Damasceno

A direita radical do Maranhão, identificada com a ala mais reacionária do bolsonarismo, está vivendo uma espécie de autofagia, com membros destacados travando guerras isoladas. Esse ambiente de total discórdia veio à tona recentemente com dois confrontos.

O primeiro: segundo alguns canais da blogosfera, a vereadora por São Luís, Flávia Berthier (PL), bolsonarista roxa, atual presidente do PL Mulher do Maranhão, mesmo tendo sua atuação política resumida à cidade de São Luís, acusou o suplemente de deputado federal no exercício do mandato Allan Garcez, de agir nas sombras para ataca-la e desgastar a sua imagem política. Até onde é sabido, os dois são candidatos à Câmara Federal e querem ganhar os votos dos bolsonaristas mais radicais.

O segundo: a ultradireitista deputada estadual Mical Damasceno (PSD) abriu fogo de artilharia pesada contra o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), que se movimenta como nome da direita na corrida ao Palácio dos Leões em 2026. Ela o acusou de “falar muita besteira”, avaliando que o ex-prefeito “tem alguns parafusos frouxos”. E completou, enfática: “Ele não nos representa”.

Há quem preveja que isso é só o começo e que mais troca de chumbo grosso está a caminho.

São Luís, 18 de Abril de 2026.

Fala de Brandão reforça a impressão de que ele planeja chegar ao Senado em 26

Na presença de ministro, senadora, deputados federais e estaduais, Carlos Brandão
faz o discurso em que sinalizou que poderá deixar o Governo e se candidatar a senador

Mesmo repetindo o bordão segundo o qual “Eleição para 2026 a gente conversa em 2026”, conforme declarara no início da manhã à TV Mirante, o governador Carlos Brandão (PSB) voltou a sinalizar, ontem, a possibilidade de renunciar em abril do ano que vem ao Governo para disputar uma cadeira no Senado, passando o bastão para seu vice Felipe Camarão (PT), que no caso concorrerá à reeleição. E mais, Carlos Brandão manifestou enfaticamente a convicção de que o grupo que lidera elegerá o seu sucessor. E repetiu também um aviso: está focado na gestão e assim permanecerá até o final do ano, só se permitindo colocar as cartas eleitorais na mesa a partir do início do ano que vem.

As declarações do governador Carlos Brandão foram dadas durante a manhã, no ato de assinatura da Ordem de Serviço para as obras de prolongamento da Avenida Litorânea por mais sete quilômetros. Fruto de uma articulação do Governo do Estado com o Governo Federal, a extensão da Avenida Litorânea vai ligar a Avenida São Carlos, no Olho D´Água, em São Luís, à Avenida Atlântica, no Araçagy, em São José de Ribamar, e vai custar R$ 235,6 milhões, com conclusão prevista para até o final do ano ou, no máximo, no início do ano que vem.

O expressivo toque político dado à sua fala pelo chefe do Executivo tinha total razão de ser, a começar pelo fato de que ali estavam um ministro, André Fufuca (Esporte), o deputado federal e candidato a ministro das Comunicações, Pedro Lucas Fernandes, ainda líder do União na Câmara Federal, uma senadora em busca da reeleição, Eliziane Gama (PSD), o deputado federal Júnior Lourenço (PL), um dos integrantes da minibancada federal comandada pelo deputado Josimar de Maranhãozinho (PL). Um ambiente apropriado para sinalizações políticas como a que foi feita.

Do alto da sua experiência, Carlos Brandão avalia que chegou a hora de começar a colocar as peças sobre o tabuleiro do xadrez que será jogado de agora por diante. Tanto que vem aos poucos indicando qual vai ser o seu movimento principal, que na bolsa de apostas será a sua saída do Governo para disputar uma cadeira no Senado com amplas chances de eleição, o que lhe garantirá presença forte no cenário do Maranhão por longos oito anos, ou muito mais, dependendo da evolução do processo político no Maranhão. E como não poderia deixar de ser, sairá abrindo caminho para o vice-governador Felipe Camarão assumir o comando e tentar a reeleição.

Carlos Brandão usa a cautela em relação à sua tomada de decisão por várias razões. A primeira é que o processo eleitoral tem um roteiro que não deve ser alterado. E a segunda, vista como a principal, é que como líder de uma aliança com 12 partidos, qualquer decisão sua afetará a disputa para o Governo do Estado, para o Senado, para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa, com riscos de ganhos e perdas se tal decisão não se encaixar perfeitamente num projeto viável. Essa situação se reflete na sua previsão de que “o nosso grupo” elegerá o próximo governador. Com isso, o mandatário não abre mão do comando, mas lembra que o desfecho da guerra eleitoral que se aproxima será responsabilidade de todos que integram a base governista.

Provavelmente por problema de agenda, o vice-governador Felipe Camarão não participou do ato de assinatura da Ordem de Serviço para as obras de prolongamento da Avenida Litorânea, mas com certeza de onde estava recebeu as declarações do governador Carlos Brandão como mais um sinal de que o futuro do Maranhão estará nas suas mãos a partir de 3 de abril, junto com a responsabilidade política de liderar a corrida às urnas.

PONTO & CONTRAPONTO

Prefeitos de quatro grandes cidades têm prioridades diversas e projeto político comum para 2026

Acima, Rildo Amaral e Rafael Brito, e embaixo
Gentil Neto e Roberto Costa: pauta política comum

Prefeitos de quatro das mais importantes cidades do Maranhão trabalham em muitas frentes, mas cada um tem uma meta que nesse momento se impõe às demais. Eles também têm prioridades políticas para 2026.

O prefeito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP), está determinado a eliminar os rombos financeiros que a gestão de oito anos do agora ex-prefeito Assis Ramos (União). Ao tomar posse, o novo prefeito editou decreto colocando a Prefeitura imperatrizense sob implacável controle no que diz respeito às finanças. As coisas ali já melhoraram nesse campo, mas Rildo Amaral nem pensa em afrouxar o nó.

O prefeito de Timon, Rafael Brito (PSB), já concretizou uma das mais importantes promessas de campanha: dotar a cidade – que é a terceira maior do Maranhão em população -, de um sistema de transporte coletivo, principalmente na sua ligação com a vizinha Teresina, onde muitos timonenses trabalham.

Já o prefeito Gentil Neto (PSB), de Caxias, voltou-se intensamente para o Sistema Municipal de Saúde, que encontrou com problemas quando assumiu. De lá para cá, os problemas mais urgentes do Sistema foram solucionados, com medidas definitivas e algumas paliativas, enquanto as mais graves foram equacionadas para solução de médio prazo.

Em Bacabal, o prefeito Roberto Costa (MDB) já resolveu algumas pequenas pendências, mas ainda está em planejamento o seu projeto maior: dotar a cidade de um eficiente Sistema de Abastecimento de Água, pondo fim a um problema que afeta e angustia os bacabalenses há muito tempo.

No que diz respeito à política, os quatro têm uma posição comum: apoiam uma chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT) para o Governo e o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro André Fufuca para o Senado.      

Candidatos têm motivos fortes para disputar a presidência da Câmara de São Luís

Atuação de Paulo Victor e possível ascensão de
Esmênia Miranda embalam candidatura de
Beto Castro, Marquinhos e Concita Pinto

Leitores indagam o motivo de a disputa para o comando da Câmara Municipal de São Luís, com eleição agendada apenas para o próximo ano, ter sido deflagrada com tanta antecedência. Na verdade, são vários os motivos, sendo dois deles bem mais importantes do que os demais.

Para começar, a presidência do parlamento ludivicense é o segundo cargo em importância no tabuleiro político da Capital, tendo esse status sido turbinado com a atuação política do atual presidente, vereador Paulo Victor (PSB). Ele mudou completamente o papel do chefe do Legislativo municipal, dando à Casa uma força política não vista nas últimas legislaturas. O próximo presidente terá o desafio de surfar nessa onda ou se autocondenar a ser uma figura inexpressiva.

O outro motivo está no projeto do prefeito Eduardo Braide (PSD), ainda não declarado, de renunciar em abril do ano que vem para disputar o Governo do Estado. Se isso for confirmado, como quer o comando nacional do PSD e, ao que tudo indica, o próprio chefe do Executivo municipal, com a ascensão natural da vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD) ao comando da maior e mais importante Prefeitura do Maranhão, o presidente da Câmara Municipal será o vice-prefeito da Capital, o que multiplicará várias vezes a importância da chefia do Legislativo. Esses dois itens explicam o fato de a sucessão na presidência da Câmara Municipal de São Luís ter sido deflagrada com tanta antecedência, tendo como candidatos os vereadores Beto Castro (Avante), que já tem cinco votos declarados e o dele próprio; Marquinhos (União), que saiu na frente, mas ainda não deslanchou, e Concita Pinto (PSB), que até agora só manifestou a intenção de se candidatar.

São Luís, 17 de Abril de 2025.

Movimentos começam a confirmar previsão de que Camarão e Brandão farão dobradinha em 26

Felipe Camarão e Carlos Brandão caminha para formar
chapa defendida até Weverton Rocha, Juscelino Filho
e Leandro Bello, que fez discurso na Alema

As últimas semanas têm sinalizado a confirmação do que foi previsto neste espaço há mais de um ano e reafirmado quando muitos apostaram que a crise na base governista levaria ao rompimento e, como desdobramento, ao confronto entre brandonistas e dinistas: a crise está sendo rapidamente superada, com o vice-governador Felipe Camarão (PT) caminhando para assumir o Governo do Estado em abril do ano que vem e buscar a reeleição em outubro, e o governador Carlos Brandão (PSB) se movimentando com segurança na busca de uma cadeira no Senado. Pelas condições políticas vigentes no Maranhão neste momento, os dois reúnem as condições necessárias para marchar para as urnas como candidatos extremamente competitivos, mesmo considerando o potencial dos outros candidatos e as temidas imprevisibilidades da política. Felipe Camarão e Carlos Brandão são parte de um movimento político que vem mudando a cara e as relações políticas no Maranhão nos últimos 11 anos, com cacife para levar as mudanças à frente por pelo menos mais uma década.

Político jovem, mas com experiência pública de adulto – advogado, procurador federal concursado, professor universitário e uma participação decisiva na política educacional do estado nos últimos anos -, o vice-governador Felipe Camarão tem o desafio de assumir o Governo e convencer a maioria do eleitorado de que o Maranhão vai continuar bem sob seu comando durante a campanha e pelos próximos quatro anos a partir de 1º de janeiro de 2027. Tem argumentos técnicos e suporte político para tanto, a começar pelo fato de que foi o nome indicado pelo então governador – depois senador e agora ministro da Suprema Corte – Flávio Dino, e agora mais do que isso, vai carregar a bandeira do presidente Lula da Silva (PT), ou de quem for por ele indicado, para disputar a presidência da República.

Nesse campo de guerra, os desafios maiores do vice-governador será, primeiro, trabalhar sem descanso para recompor integralmente a base situacionista e consolidar a liderança do governador Carlos Brandão, que tem o poder de confirmar esse desenho ou virar o jogo radicalmente. E num cenário mais amplo, tem o vice-governador o desafio de, em nome dessas forças, provavelmente enfrentar nas urnas um adversário de peso, que vem liderando com larga vantagem, segundo todas as pesquisas: o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). Como se vê, o leque de tarefas do vice-governador não é coisa para amador.

O governador Carlos Brandão tem uma situação rigorosamente inversa. Tem o comando do Governo, que moldou à sua visão política, e nesse ambiente, ganhou estatura de quase unanimidade para uma das vagas de senador, dentro e fora da sua base política e partidária. Em tempos recentes, os maranhenses foram surpreendidos com declarações de apoio à sua candidatura ao Senado, numa dobradinha com o vice-governador Felipe Camarão, como as feitas pelo então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que é deputado federal (União) e não faz parte do seu grupo político, do senador Weverton Rocha (PDT), seu adversário até meses atrás, e de políticos mais jovens e que estiveram distanciados, como o deputado estadual Leandro Bello (Podemos).

– Eu vejo, com muito bons olhos, a paz reinando no nosso grupo político, com o governador dando a entender que é candidato a senador e que o vice-governador será candidato a governador sentado na cadeira – declarou Leandro Bello, terça-feira, na tribuna da Assembleia Legislativa.

Admitam ou não seus adversários e seus críticos – que pouco se manifestam, vale observar -, o governador Carlos Brandão lidera um Governo ativo, com programas sociais ampliados e em dia, e cumprindo uma maratona de inaugurações em todo o estado pelo seu viés municipalista. Bem avaliado e sem adversário com cacife para ameaçar o seu projeto senatorial, o governador chega a um ano de deixar o cargo, se assim resolver, com todas as condições de chegar à Câmara Alta em 2026.

Esse é o cenário de agora, a 11 meses e 12 dias da data da desincompatibilização e a 17 meses e meio das eleições. Vale anotar para ver o que cantará a ciranda da política até lá.

PONTO & CONTRAPONTO

Motivado pelo favoritismo de agora, Braide vai preparar Esmênia para sucedê-lo

Eduardo Braide poderá ser
substituído por Esmênia Miranda

O prefeito Eduardo Braide (PSD) teria iniciado, de fato, a formulação de uma estratégia para, se for mesmo o caso, renunciar ao cargo em abril do ano que vem para ser candidato a governador. Atende assim a três estímulos: a sua vontade de ser governador, a sua posição de favorito mostrada nas pesquisas e a batida de martelo do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, decidindo que sua candidatura é prioridade para o partido.

Nesse contexto, uma preocupação ganha corpo: a vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD). A ideia inicial é prepara-la intensamente para assumir o comando da Capital, o que passa por um mergulho no funcionamento da máquina administrativa, uma imersão cuidadosa a atenta na área das finanças e nos delicados meandros que levam ao equilíbrio fiscal, e, finalmente, o funcionamento de cada área de atuação do governo municipal – saúde, educação, urbanismo, assistência social, cultura, etc..

Eduardo Braide confia plenamente na sua vice, tanto que a manteve para a reeleição, mesmo sofrendo fortes pressões de alguns aliados, que queriam o cargo. Professora de nível superior e ex-oficiala da Polícia Militar, a vice-prefeita de São Luís foi secretária de Educação no primeiro mandato, mas o jogo pesado de grupos sindicais fez o prefeito poupa-la do ambiente de pressões. Cumpriu o seu papel de vice correta e lealmente. Reeleita, pode ter agora a possibilidade de vir a comandar a Prefeitura da Capital por dois anos, se o prefeito vier a ser candidato a governador e confirmar nas urnas o seu favoritismo.

Nos bastidores da Prefeitura há até quem defenda que Eduardo Braide repita a chapa, mas não correrão risco de entregar a poderosa máquina ludovicense ao próximo presidente da Câmara Municipal de São Luís.

Movimentos de Weverton chamam a atenção de Fufuca e Eliziane

Movimentos de Weverton Rocha em direção a
Carlos Brandão são observados por
Eliziane Gama e André Fufuca

A desenvoltura com que o senador Weverton Rocha (PDT) se movimenta junto à base governista para viabilizar sua reeleição está colocando em estado de alerta o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), e a senadora Eliziane Gama (PSD), ambos candidatos à segunda vaga de senador, ele tentando ascender e ela buscando a reeleição.

Depois de terem sido alertados pelas declarações do senador pedetista em diversas entrevistas, nas quais ele vem defendendo a candidatura do governador Carlos Brandão para uma das vagas de senador sem adversários no grupo, eles ficaram surpresos com a presença ativa de Weverton Rocha na grande festa que foi a inauguração da ponte de Barreirinhas, há duas semanas, e depois nas inaugurações de domingo em Paço do Lumiar, onde ele reforçou a estratégia em discurso no palanque.

Uma fonte ligada ao ministro André Fufuca disse que sua assessoria política está atenta e que ele tem sua própria agenda com o governador Carlos Brandão. Uma fonte ligada à senadora Eliziane Gama disse que no momento sua preocupação é resolver sua situação em relação ao PSD, mas que ela mantém “excelente” relação com o governador Carlos Brandão.

EM TEMPO: a partir desta quinta-feira e até o final de abril, a Coluna será publicada na primeira hora depois do Meio-Dia.

São Luís, 16 de Abril de 2025.

Câmara de SL antecipa disputa pelo comando da Casa com vereadores manifestando preferências

Beto Castro, Marquinho e Concita Pinto na disputa
pela sucessão na presidência da Câmara de São Luís

Em meio aos primeiros passos para as eleições gerais do ano que vem, inclusive com alguns dos seus integrantes, se preparando para disputar cadeira na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, a Câmara Municipal está sendo sacudida pela sucessão no cargo de presidente. Num processo deflagrado no final de março, o vereador Marquinhos (União), um dos mais bem votados nas eleições de outubro, se lançou candidato à sucessão do presidente Paulo Victor (PSB), que de acordo com os rumores que correm nos bastidores, disputará um mandato estadual. E o processo sucessório, cuja eleição poderá ser agendada para qualquer momento do próximo ano, ganhou velocidade tal, que nada menos que oito vereadores já se manifestaram, sendo o próprio Marquinhos, Concita Pinto (PSB) e logo em seguida Beto Castro (Avante), que também se lançou candidato a presidente e já dispara na frente como favorito ao receber declaração de votos do presidente Paulo Victor e dos colegas Marlon Botão (PSB), Daniel Oliveira (PSD), Marcos Castro (PSD) e ontem o Cléber Filho (MDB).

Primeiro a se lançar candidato a presidente, no final de março, menos de três meses da posse da nova Câmara e da nova Mesa Diretora para o novo mandato, o vereador Marquinho fez o que já havia planejado, só que com muita antecedência. Surpreendentemente, nenhum vereador lhe declarou apoio. Logo em seguida, o vereador Beto Castro, atual 2º vice-presidente da Casa, lançou sua candidatura, tendo, desde então, recebido o apoio de cinco vereadores. Mais discreta, mas muito experiente no jogo político que move o parlamento ludovicense, a vereadora Concita Pinto avisou que está no páreo, podendo se tornar uma opositora forte ao projeto eleitoral de Beto Castro.

Diferentemente de tempos recentes, quando era composta por vereadores fortes, mas sem liderança para formar grupos e definir disputas, a atual Câmara Municipal de São Luís tem um desenho político e partidário muito claro, com uma banda forte do PSB, liderada pelo presidente Paulo Victor, que mantém diálogo com os vereadores mais jovens, como o emedebista Cléber Filho e com os mais experientes, como a própria Concita Pinto, que é a atual 1ª vice-presidente da instituição parlamentar, e Astro de Ogum (PCdoB), que já comandou a Casa e sabe tudo sobre a política de São Luís.

Na avaliação de quem conhece as tendências e rumores da Câmara da Capital, o vereador Marquinho vai encontrar muita dificuldade para montar a base da sua candidatura. Primeiro pelo seu temperamento explosivo, que deixou muitos colegas estupefatos ao declarar, num inflamado discurso de viés bolsonarista, ter certeza de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal “é um psicopata”. Um vereador experiente avaliou que essa declaração praticamente liquidou as chances do vereador Marquinhos ser presidente. E foi exatamente no rescaldo dessa declaração que a vereadora Concita Pinto voltou a considerar a possibilidade de ser candidata.

A manifestação, ontem, do vereador Cléber Filho, que fez um discurso equilibrado, desenhou uma tendência na corrida à presidência da Câmara Municipal. Mas isso não significa uma definição. E a julgar pela tradição do parlamento ludovicense, e considerando o fato de que 23 dos seus 31 vereadores estão observando o cenário, tudo indica, não haver muita pressa para liquidar essa fatura. Isso significa dizer que o até aqui favorito Beto Castro tem chance ampla de chegar lá. Mas, mesmo ainda sozinho até aqui, Marquinhos pode alterar as condições e mudar o curso da corrida presidencial, podendo o mesmo ser dito em relação à vereadora Concita Pinto.

A verdade é que a Câmara Municipal de São Luís vive um momento em que as forçar que a compõem se mobilizam numa saudável luta pelo poder, que é, afinal, a essência da política. E vale registrar que essa movimentação está sendo acompanhada discreta, mas atentamente, pelo Palácio de la Ravardière, que não ficará fora do processo.

PONTO & CONTRAPONTO     

Em domingo de sol, Paço do Lumiar ganhou feira, praças e intensa movimentação política

Carlos Brandão, Iracema Vale, Fred Campos, Felipe Camarão
na inauguração da praça no Paranã; Carlos Brandão corta
um bolo e fala à população ouvido por Weverton Rocha
posicionado entre Felipe Camarão e Iracema Vale

Na ensolarada manhã de domingo (13), Paço do Lumiar foi palco de uma grande festa, que movimentou a população e teve dois vieses, um administrativo, com a inauguração de obras pelo governador Carlos Brandão (PSB), tendo o prefeito Fred Campos (PSB) como anfitrião, e outro político, pelos movimentos do próprio chefe do Executivo, do vice-governador Felipe Camarão (PT), da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), e do senador Weverton Rocha (PDT), que surpreendeu a muitos ao aparecer na festa.

A agenda do evento de entregas aconteceu primeiro na Vila Isabel Cafeteira, onde o governador entregou a nova Feira Municipal, equipada com 22 boxes e infraestrutura completa, o que fez a alegria de feirantes e consumidores, e a nova sede da União dos Moradores da Vila Epitácio Cafeteira, e uma praça moderna e funcional. Dali, a comitiva seguiu para o Paranã, onde foi entregue uma grande e bem equipada praça, construída numa área onde até meses atrás foi um lixão.  

Numa das suas falas, o governador Carlos Brandão reforçou o caráter municipalista do seu Governo: “Precisamos ter parcerias. Eu prego pelo Maranhão inteiro a importância de termos unidade com os municípios. De mãos dadas, nós chegamos mais longe. A presidente Iracema é uma grande parceira do nosso Governo. Quando mandamos um projeto para a Assembleia, ela rapidamente conversa com os deputados e aprova. Até mesmo porque os projetos são bons e visam atender a população”.

A deputada-presidente bateu na mesma tecla quando se manifestou: “Grata a Deus por estar aqui celebrando a entrega de obras tão importantes. Essa parceria forte que o governador Carlos Brandão tem com todos os municípios do Maranhão”.

No viés político, o destaque foi a presença do vice-governador Felipe Camarão na comitiva, atuando de maneira discreta, mas intensa, conversando muito com líderes comunitários e vereadores, respeitando o protagonismo do governador, que era o líder da festa, e da presidente da Alema, que atua na área. Consolidando a cada dia o projeto de assumir o comando do Governo em abril do ano que vem, Felipe Camarão teve de trocar duas vezes de camiseta, a primeira com a declaração “Amo Paço” e a outra estampando “Orgulho de ser luminense”.

Mas a surpresa política da festa foi a presença do senador Weverton Rocha, que se encontra em franca corrida pela reeleição, tendo como estratégia o discurso segundo o qual uma das vagas deve ser do governador Carlos Brandão. Com surpreendente desenvoltura para um oposicionista assumido até pouco tempo atrás, o senador pedetista ganhou até o direito de falar nos atos e elogiar as ações do governador. Vai assim, aos poucos, construindo a base para a tentativa de renovar o mandato.

Posições na bancada do Maranhão serão mantidas em qualquer situação do projeto de anistia a golpistas

A bancada do Maranhão já está definida em relação ao projeto de anistia aos que participaram dos atos golpistas que culminaram com o 8 de Janeiro e que, se aprovado, poderá livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro de uma condenação e, muito provavelmente, da cadeia.

De acordo com deputados federais, o placar de 11 contrário e sete a favor, que se materializou no número de assinaturas relacionado com o pedido de urgência, deve ser mantido também no plenário, se ele for colocado em votação, como manda a regra. E esses números serão confirmados na hipótese de o projeto vir a ser votado.

Esses parlamentares ouvidos – dos dois lados – avaliam que, por conta dos seus laços muito estreitos com o bolsonarismo – caso de Allan Garcês (PP), Aluísio Mendes (Republicanos) e Josivaldo JP (PSD), e por conta da pressão que estão recebendo da cúpula – Josimar de Maranhãozinho (PL), Detinha (PL), Júnior Lourenço (PL) e Pastor Gil (PL), dificilmente voltarão atrás.

Já os deputados Pedro Lucas Fernandes (União), Juscelino Filho (União), Márcio Jerry (PCdoB), Rubens Júnior (PT), Duarte Jr. (PSB), Amanda Gentil (PP), Hildo Rocha (MDB), Márcio Honaiser (PDT), Marreca Filho (PSD), Cléber Verde (MDB) e Fábio Macedo (Podemos) manterão seguramente sua posição contrária à urgência e ao projeto em si.    

São Luís, 15 de Abril de 2025.

Projeto de anistia: só sete dos 18 deputados maranhenses assinaram pedido de urgência

Allan Garcês, Aluísio Mendes, Josivaldo JP, Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Júnior
Lourenço e Pastor Gil assinaram o pedido de urgência por diferentes motivos

Usado como tábua de salvação pelos já condenados e os que estão a caminho da condenação por participarem dos atos golpistas que culminaram com 8 de Janeiro de 2023, aí incluída a cúpula do bolsonarismo, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno, o projeto de lei da anistia dividiu a bancada maranhense na Câmara Federal. A maioria dos 18 deputados é francamente contrária ao perdão, por entender, como a maioria dos brasileiros, que houve, de fato, uma tentativa de golpe de estado. E a minoria favorável, baseada no argumento segundo o qual os acontecimentos que incendiaram Brasília desde meados de dezembro de 2022 e que culminaram com o 8 de Janeiro, com o ataque violento e criminoso às sedes dos Três Poderes, foram pura ação de “vândalos infiltrados” em manifestações de “cidadãos de bem”., que foram “protestar” num domingo numa área vazia.

O posicionamento da bancada maranhense foi desenhado com clareza na sexta-feira, quando, usando todos os seus instrumentos de pressão, a banda bolsonarista da Câmara Baixa conseguiu as 257 assinaturas necessárias para garantir a urgência na tramitação do PL, fazendo com que ele vá direto para votação no plenário, sem passar pelas comissões técnicas. Esse aval foi dado por sete dos 18 deputados maranhenses: Allan Garcês (PP), Aluísio Mendes (Republicanos), Josivaldo JP (PSD), Detinha (PL), Josimar de Maranhãozinho (PL), Júnior Lourenço (PL) e Pastor Gil (PL). Eles formam dois grupos distintos na seara direitista, sendo o primeiro mais ideológico, que não discute as posições bolsonaristas, e o segundo, menos ideológico, forma a banda mais pragmática da direita, que não segue a cartilha do bolsonarismo. E nesse contexto, assinaram o pedido de urgência por diferentes motivos.

No primeiro grupo, que é bolsonarista roxo, Allan Garcês, que é de direita radical e fidelíssimo à linha de ação do chamado “bolsonarismo raiz”, divergindo da linha do seu partido, o PP, assinou a urgência por convicção, inclusive defendendo o projeto na forma em que foi proposto, “por uma anistia ampla, geral e irrestrita”. O deputado Aluísio Mendes, que tem relações muito próximas com a cúpula do bolsonarismo, integra a ala da Polícia Federal (ele é agente) identificada com essa corrente, também assinou a urgência para o projeto da anistia por convicção, ao contrário de muitos colegas de partido. O deputado Josivaldo JP, que marcha com o bolsonarismo sem deixar muito clara a sua verdadeira posição ideológica, joga com a corrente bolsonarista que é forte na Região Tocantina, mas foi rejeitado pela cúpula dessa corrente na eleição para a Prefeitura de Imperatriz. Não está claro o motivo do seu apoio à urgência do projeto de anistia.

Os outros quatro votos foram dados pelos integrantes da “minibancada” comandada pelo deputado Josimar de Maranhãozinho. A deputada Detinha já havia sinalizado apoio à urgência do projeto e assinou o pedido há alguns dias. Logo depois assinaram Júnior Lourenço, Pastor Gil e, finalmente, o próprio Josimar de Maranhãozinho, que só apôs sua assinatura no final da tarde de sexta-feira, sendo o 256º deputado, portanto, o penúltimo a fazê-lo.

Josimar de Maranhãozinho e seu grupo não queriam atender à “convocação” do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é interessado direto na aprovação do projeto. O chefe do PL no Maranhão não engoliu até agora os ataques violentos que sofreu do ex-presidente, que no ano passado fez de tudo para expulsá-lo do partido, acusando-o de corrupção e o chamando de “bandido”. Josimar de Maranhãozinho pretendia liberar seus aliados, mas foi fortemente pressionado pelo chefe maior do PL, Waldemar Costa Neto, e acabou cedendo. Há quem diga que Josimar perdeu força no partido depois que foi denunciado pela PGR de comandar um esquema de corrupção com emendas parlamentares.

A tradição no Congresso Nacional e nas Casas legislativas em geral é que a assinatura de apoio a projeto nem sempre significa garantia de voto. São incontáveis os casos em que parlamentares que haviam aposto suas assinaturas em projetos de lei votaram contra os mesmos. Resta aguardar, primeiro, se o projeto será colocado em votação, o que parece que não acontecerá tão cedo. E depois, se os 257 votos de apoio se repetirão no tudo ou nada no plenário.

Em Tempo: não assinaram a urgência ao projeto da anistia os deputados federais Pedro Lucas Fernandes (União), Juscelino Filho (União), Márcio Jerry (PCdoB), Rubens Júnior (PT), Duarte Jr. (PSB), Amanda Gentil (PP), Hildo Rocha (MDB), Márcio Honaiser (PDT), Marreca Filho (PSD), Cléber Verde (MDB) e Fábio Macedo (Podemos).

PONTO & CONTRAPONTO

Pedro Lucas só assumirá ministério após escolha do líder do União, que dificilmente será Juscelino Filho

Pedro Lucas Fernandes será ministro,
Juscelino Filho tenta ser líder do União

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) está escolhido pelo presidente Lula da Silva (PT) para o Ministério das Comunicações, inclusive com o aval do presidente nacional do partido, Antonio Rueda, e da maioria da bancada do União na Câmara Federal. O parlamentar maranhense pediu um tempo – até depois da Semana Santa – ao presidente.

Para assumir o Ministério das Comunicações, Pedro Lucas Fernandes quer deixar resolvida sua sucessão no comando da bancada. Houve até apelos para que ele abrisse mão do ministério e permanecesse como líder do União, onde mostrou bom desempenho como articulador num parlamento dividido e sob forte tensão. Mas ele, também atendendo a uma grande fatia do partido, decidiu ser ministro.

O problema é que, imediatamente após deixar o comando do Ministério das Comunicações, depois que a denúncia de corrupção com emendas parlamentares lhe tirou as condições de permanecer no cargo, o deputado Juscelino Filho iniciou uma articulação para substituir Pedro Lucas Fernandes na liderança da bancada do União. Seu movimento abriu uma crise no partido, onde seu projeto encontrou muitos apoiadores e mais adversários.

Entraram no páreo pela liderança os deputados Mendonça Filho, pernambucano que foi ministro da Educação no Governo Temer, e Moses Araújo, um ativo membro da bancada. O clima de disputa levou o deputado Pedro Lucas Fernandes não tomou partido, mas teve de entrar numa intensa onda de negociações dentro do partido resolver a questão da liderança, inclusive atendendo a apelo do presidente Antonio Rueda, de quem é aliado de primeira hora.

O deputado Pedro Lucas Fernandes pediu ao presidente Lula da Silva para ser nomeado somente depois da Semana Santa, ganhando assim, tempo suficiente para resolver a escolha do novo líder. Esse, na avaliação de alguns observadores, dificilmente será o ex-ministro Juscelino Filho.

Pedro Fernandes se dividiu entre dois fatos na sexta-feira, um em Brasília e outro em Arame

Pedro Fernandes apoiou homenagem a
José Sarney pela Câmara Municipal de Arame

O prefeito de Arame, Pedro Fernandes (União), se dividiu durante a sexta-feira. Em meio ao expediente que cumpre rigorosamente na Prefeitura – entra às 8h, sai meio dia, volta às 14h e sai às 18h -, ele se manteve atento a dois movimentos.

Um em Brasília, protagonizado pelo filho, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União), que está com um pé no Ministério das Comunicações.

E outro na Câmara Municipal de Arame, que votava e acabou aprovando, por unanimidade, projeto batizando de José Sarney (MDB) uma grande avenida da cidade.

Sobre a corrida do deputado Pedro Lucas da liderança do União na Câmara Federal para o gabinete principal do Ministério das Comunicações, o prefeito Pedro Fernandes subiu na longa experiência de Congresso Nacional e avaliou que o herdeiro sabe o que fazer e que tomará as decisões certas.

Já em relação ao projeto homenageando José Sarney, o prefeito de Arame se mostrou entusiasmado. Primeiro porque acha que a homenagem é mais que justa. E depois porque avalia que uma das suas principais avenidas com o nome de José Sarney valorizará a cidade.

São Luís, 13 de Abril de 2025.

Pesquisa Quaest/TV Mirante gera discussão, mas traduz o momento atual da corrida aos Leões

Pesquisa Quaest/TV Mirante: Eduardo Braide lidera
seguido de Felipe Camarão e de Lahesio Bonfim

A Coluna não teve acesso aos números da pesquisa Quest/TV Mirante, mas de acordo com o bem informado blog do jornalista Marco D`Eça, se a eleição para o Governo do Estado fosse agora, 17 meses antes da data agendada para as eleições de 2026, haveria segundo turno com a disputa decisiva entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) com 34%, o vice-governador Felipe Camarão (PT) 19%, com o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), na terceira colocação com 17%, seguido do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB) com 9%. Num segundo cenário, as posições dos três primeiros sofrem pequenas variações, tendo a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), colocada no lugar de Orleans Brandão, aparece com 6% das intenções de voto. Chamou a atenção o fato de o ex-senador Roberto Rocha (Republicanos), que é candidato assumido a governador, não ter sido incluído no levantamento.

Se os números estiverem corretos, a pesquisa Quaest/TV Mirante terá trazido à tona um cenário produzido pela lógica que move a política na situação presente, em que Eduardo Braide é o prefeito de São Luís bem avaliado e surfando nas gigantescas ondas de uma reeleição acachapante, de turno único. O seu principal adversário, Felipe Camarão, é, no momento, o vice-governador cujo poder de fogo está fundado numa boa avaliação pessoal e nas suas relações com o presidente Lula da Silva (PT), com o governador Carlos Brandão (PSB) e com o ministro Flávio Dino (STF). É lógico que nesse ambiente o prefeito Eduardo Braide “é o cara”, como, aliás, vêm demonstrando pesquisas de diferentes institutos.

Agora, imaginando um cenário mais realista, vale indagar como será a partir de 04 de abril do ano que vem, se o governador Carlos Brandão decidir mesmo sair para disputar uma cadeira no Senado, o que é quase certo. Nesse novo ambiente, o prefeito Eduardo Braide será obrigado a renunciar e entrará no páreo como ex-prefeito bem avaliado da Capital. Por seu turno, Felipe Camarão entrará para valer na corrida na condição de governador do Estado em busca da reeleição. Qualquer avaliação do cenário de abril de 2026, daqui a um ano, portanto, certamente concluirá que o jogo será radicalmente diferente. Logo, os levantamentos de agora podem servir de referência, mas já trazendo a certeza de que estarão superados, com prazo de validade bem curto.

Nas condições do presente – ainda que divulgados em meio a uma situação que sugere algum tumulto – os números divulgados pelo blog do jornalista Marco D`Eça dão ao prefeito Eduardo Braide um lastro invejável, mas ao mesmo tempo curioso: ele aparece firme na liderança, mas estacionado no patamar entre 33% e 35% das intenções de voto. Estimulante por um lado, essa posição ganha feição de risco quando se soma os percentuais de Felipe Camarão e Lahesio Bonfim, o que alcança um total de 36%, e chega a 42% se acrescentados os 7% de Orleans Brandão. O resultado é um segundo turno com o jogo zerado entre o ex-prefeito de São Luís e o governador do Estado e desfecho absolutamente imprevisível.

O levantamento Quaest/TV Mirante é certamente confiável e aponta o que pode ser de fato a realidade do momento. E em que pese a falha técnica e política da não inclusão do ex-senador Roberto Rocha, que foi o primeiro a se declarar candidato a candidato ao Governo em 2026, pode se destacar os sete pontos percentuais dados a Orleans Brandão, que em nenhum momento se disse candidato a governador, tendo se lançado às Câmaras Federal, e os seis pontos dados à deputada Iracema Vale, que também nada declarou até aqui sobre ser ou não ser candidata ao Governo. Ambos podem comemorar esse desempenho.

No mais, vale registrar com ênfase que nos dois cenários 8% se declararam indecisos e 15% 16%, respectivamente, disseram que votarão em branco ou anularão o voto. Percentuais aceitáveis se levado em conta o fato de que as eleições estão agendadas para daqui a 17 meses e que o 03 de abril de 2026 definirá o cenário real da disputa.

PONTO & CONTRAPONTO

Juíza barra chicana e comunica ao TRE que Hemetério Weba não é mais deputado estadual

Hemetério Weba abrirá vaga para Helena Duailibe

Os fatos indicam, com clareza solar, que os dias do deputado Hemetério Weba (PP) na Assembleia Legislativa estão chegando ao fim e que a suplente Helena Duailibe (PP) deve voltar à Casa nos trilhos da legalidade.

Hemetério Weba está cassado há mais de uma década e se manteve na condição de parlamentar graças a uma intrincada rede de recursos judiciais por meio dos quais vem ganhando sobrevida precária, com momentos críticos, superados por fios suspeitos de legalidade.

Mas esse jogo de mirabolância judicial esbarrou na juíza Patrícia Bastos de Carvalho Correia, titular da Vara Única de Santa Luzia do Paruá, que depois de brecar a chicana promovida pela defesa do deputado, confirmou a cassação do seu mandato e comunicou ontem ao presidente do TRE, desembargador Paulo Velten, que Hemetério Weba está cassado, inelegível por três anos e obrigado a pagar multa de R$ 665 mil.

No comunicado à Justiça Eleitoral, a magistrada pede a imediata declaração de vacância da cadeira parlamentar a convocação da suplente Helena Duailibe. Hemetério Weba tenta de todas as maneiras suspender a decisão da magistrada, mesmo estando irreversivelmente condenado por improbidade quando prefeito de Santa Luzia. Mas tudo indica que desta vez a chicana chagou ao ponto final.

O passo final será a comunicação, pelo TRE à Assembleia Legislativa, que Hemetério Weba não é mais deputado e dar posse à deputada Helena Duailibe.

Renovada, Câmara de São Luís completa 100 dias sinalizando que será politicamente ativa

Paulo Victor lidera o protagonismo
da Câmara Municipal de São Luís

Renovada nas urnas em 40% das suas 31 cadeiras nas eleições do ano passado, a Câmara Municipal de São Luís chegou aos primeiros 100 duas de atuação emitindo todos os sinais possíveis de que está, de fato, se estruturando para uma legislatura produtiva em produção legislativa e rica no debate parlamentar, com reflexos políticos dentro e fora do Palácio Pedro Neiva de Santana.

Comandado pelo vereador Paulo Victor (PSB), que a preside pela terceira vez consecutiva e tem sido até aqui o seu principal protagonista, o processo político e institucional que move os vereadores de São Luís tem sido intenso e produzido um cenário em que o Executivo municipal não tem qualquer controle sobre a Casa legislativa. Essa realidade produz a situação parlamentar em que as matérias propostas pelo prefeito Eduardo Braide sejam sempre bem debatidas e aprovadas por negociação.

Composta por 29 vereadores e dois Coletivos, o “Nós”, do PT, e o “Unidos”, do PRD, a nova Câmara hoje conta com quadros experientes, como Astro de Ogum (PCdoB), Concita Pinto (PSB) e Raimundo Penha (PDT), por exemplo; mandatos ativos como o de Marlon Botão (PSB) e o do “Coletivo Nós”; e promessas que começam a se destacar, como Thay Evangelista (União), André Campos (PP), Dr. Joel (PSD) e Douglas Pinto (PSD), entre outros.

É verdade que ainda é cedo e que o perfil de um o parlamento renovado leva mais tempo para ser construído. Mas a nova Câmara Municipal de São Luís foi de tal modo turbinada pelas urnas, que não será surpresa se a vida a política da Capital vier a ganhar mais intensidade nos próximos tempos.

São Luís, 11 de Abril de 2025.

Cem dias depois da posse, Roberto Costa dá novo norte para a gestão pública de Bacabal

Roberto Costa com crianças durante uma
passeata por mais atenção para autistas

Os novos prefeitos completam hoje uma marca temporal simbólica:100 dias desde a posse. Para muitos, é pouco tempo para que uma gestão que chega já mostre resultados, mas para outros, mesmo considerando a exiguidade do período, é tempo suficiente para que uma gestão focada, cujo titular entrou já sabendo o que faria, mostrando uma linha clara de trabalho, atacando problemas simples como limpeza urbana, operação tapa-buracos, ordenamento de trânsito, além de problemas mais graves e complexos como colocar as contas em dia e água nas torneiras, por exemplo. Como vários dos seus colegas, entre eles Rildo Amaral (PP), de Imperatriz, e Rafael Brito (PSB), de Timon, o prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), assumiu o cargo com um projeto de governo alinhavado, com início, meio e fim em relação às áreas mais essenciais, como educação, saúde, urbanização e, em especial, o abastecimento de água. O foco central da nova gestão de Bacabal é a excelência na prestação dos serviços públicos.

Três exemplos indicam o Norte que o novo prefeito de Bacabal está impondo à gestão pública. O primeiro é o rigor no controle dos gastos, para que recursos públicos não sejam desperdiçados, e para isso um novo sistema de ordenamento de despesas está sendo implantado na máquina administrativa municipal. O segundo é o cumprimento das regras que norteiam as 15 secretarias, principalmente nas áreas de educação, saúde, assistência social, com numa política de eficiência e sem espaço para erros ou descaso – vale registrar que 10 dos 15 secretários são mulheres. E o terceiro é a política de ordenamento urbano para que Bacabal, que é uma cidade polo, seja uma referência, a começar pelo trânsito, que já sofreu algumas intervenções, que serão ampliadas a partir de convênio firmado com o Detran.

O prefeito de Bacabal opera para trabalhar em parceria com o governador Carlos Brandão (PSB), de quem é aliado.

Mesmo exercendo simultaneamente a presidência da Associação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), para a qual foi eleito em janeiro, o que exige dele deslocamentos frequentes para São Luís e Brasília, o prefeito Roberto Costa, que é jovem e atleta militante, tem se desdobrado para ajustar sua agenda recheada e ser um prefeito presente, focado na gestão municipal, cuidando de uma teia que vai dos problemas mais simples aos mais complexos. Isso porque, além da administração da máquina, incluindo a parte financeira e a fiscal, o seu foco são os serviços que a Prefeitura presta à comunidade.

Semanas depois que assumiu, Roberto Costa, ao visitar um hospital, se deparou com uma situação inaceitável: um médico havia orientado uma paciente a realizar um exame em laboratório privado, a um custo superior a R$ 300,00, quando ele poderia ser feito no próprio hospital, gratuitamente. No ato, o prefeito reembolsou a paciente, abriu procedimento de investigação e avisou que quem age assim, seja quem for, não pode trabalhar num hospital de Bacabal. Na semana passada, ao empossar coordenadores escolares, o prefeito deu um recado bem claro: diretores, coordenadores e professores estão proibidos de exigir lista de material escolar dos estudantes da rede básica de ensino. E deixou claro: a Prefeitura é obrigada a fornecer fardamento e todo material necessário para as atividades em sala de aula.

– Os pais só têm de garantir o lápis e o caderno. O resto é responsabilidade nossa! – determinou.

Roberto Costa recebeu uma Prefeitura sem grandes problemas, mas concebeu o seu próprio plano de governo, fruto de anos e anos de observação e convivência com os problemas de uma das dez maiores cidades do Maranhão e um polo em torno do qual gravitam pelo menos 15 municípios da Região do Médio Mearim, uma das mais promissoras do Maranhão. E como não poderia deixar de ser, apesar de banhada pelo rio Mearim, a população de Bacabal sofre severamente com a falta de água potável. Ali não existe Caema e o abastecimento é feito pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), administrado pelo próprio município. E o desafio que o prefeito pretende vencer ao longo dos 1.360 dias que lhe restam de mandato, para deixar como legado, é garantir o fornecimento de água potável nas torneiras da população de Bacabal.

Em Tempo: como havia prometido na campanha, o prefeito Roberto Costa comandou uma grande festa carnavalesca e prepara um São João igualmente animado.

PONTO & CONTRAPONTO

Pedro Lucas está escolhido para as Comunicações; só falta o ato de nomeação por Lula

Pedro Lucas Fernandes atuando como líder do União na Câmara

Só falta uma conversa do presidente Lula – que retorna hoje da Colômbia – com a cúpula do União Brasil para que o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, líder da bancada do partido na Câmara Federal, seja nomeado ministro das Comunicações, sucedendo ao deputado federal Juscelino Filho, seu colega de partido, que pediu demissão depois de ter sido denunciado pela Procuradoria Geral da República, por suposto desvio de emendas parlamentares destinadas à prefeitura de Vitorino Freire.

Se vier a ser nomeado como está previsto, o deputado Pedro Lucas Fernandes – que foi vereador por São Luís em dois mandatos (2012/2018), comandou a Agência Executiva Metropolitana (Agem), responsável pelos problemas estruturais da região metropolitana de São Luís, após o que se elegeu deputado federal em 2018 com 111 mil votos e se reelegeu em 2022 com 156 mil votos – ascenderá a um novo patamar na sua trajetória.

Até aqui um político por excelência e muito bem-sucedido no aspecto eleitoral, o deputado Pedro Lucas Fernandes tem lastro também na coerência política e partidária. Ele foi filiado ao PTB por duas décadas, elegendo-se deputado federal pelo partido em 2018 e nele permanecendo até que as loucuras do presidente do partido, ex-deputado federal Roberto Jefferson, tornaram inviável sua permanência na legenda fundada por Getúlio Vargas que terminou como apêndice do bolsonarismo mais primário.

Pedro Lucas Fernandes é hoje um político maduro e confiável, que aprendeu as melhores lições com o pai, o ex-vereador por São Luís e ex-deputado federal e hoje prefeito reeleito de Arame, Pedro Fernandes. E se o presidente Lula da Silva (PT), que declarou conhecer e simpatizar com ele, o nomear para o Ministério das Comunicações, passará a contar com um ministro tecnicamente preparado e politicamente correto.

Todos os sinais estão indicando que o parlamentar maranhense será nomeado. Mas como em política a imprevisibilidade faz com que os ventos mudem repentinamente de rumo, o melhor mesmo é aguardar a assinatura do ato de nomeação. Até porque ontem surgiram rumores de que o deputado Moses Rodrigues, do União do Ceará, teria entrado no páreo, sem muita chance de disputar com Pedro Lucas Fernandes, mas mesmo assim o sensato é aguardar a palavra final do presidente da República, que deve ser dada até o final da tarde.

Juscelino Filho reassume mandato, vai focar na defesa e mobilizar suas bases por reeleição

Juscelino Filho: desafios

O ex-ministro das Comunicações Juscelino Mendes reassumiu o seu mandato de deputado federal, mandando para casa o suplente Ivan Júnior, que ocupava a vaga depois que o médico Benjamin de Oliveira renunciou a condição de 1º suplente do União para assumir a Prefeitura de Açailândia, eleito que foi em outubro passado.

Juscelino Filho tem agora duas tarefas desafiadoras, trabalhar intensamente para montar sua defesa à denúncia feita pela PGR baseada em investigações da Polícia Federal e segundo as quais o parlamentar teria desviado recursos de emendas parlamentares destinadas à prefeitura de Vitorino Freire, na gestão da prefeita eleita e reeleita Luanna Bringel (União), sua irmã, no valor de R$ 6 milhões para a construção de estradas vicinais.

O deputado nega veementemente a acusação, contradiz a Polícia Federal, criticando o trabalho investigatório. Ele afirma categoricamente ser inocente e que não houve desvio de recursos, em que pesam documentos e gravações que o ligariam de maneira nada republicana a um empresário da construção civil, sobre quem recaem suspeitas de esquemas de desvio de dinheiro público.

O outro desafio do agora ex-ministro das Comunicações será mergulhar nas suas bases e mostrar aos seus eleitores que nada fez de errado e mobiliza-los para as eleições do ano que vem, quando tentará a reeleição.

Ontem, o ex-ministro teve momentos de satisfação ao saber que o deputado estadual Osmar Filho (PDT) foi à tribuna para elogiar sua passagem pelo Ministério das Comunicações e dizer acreditar que ele será inocentado das acusações. Osmar Filho foi aparteado pelo deputado Othelino Filho (Solidariedade), que se manifestou na mesma direção.

São Luís, 10 de Abril de 2025.  

Denunciado, Juscelino Filho perde ministério, pode virar réu e torna incerto o seu futuro político

Juscelino Filho deixa o Ministério das Comunicações por suspeita de desvio de
recursos de emendas parlamentares antes de ser ministro

A queda do deputado federal Juscelino Filho (União) do comando do Ministério das Comunicações estava escrita nas estrelas e só dependia da manifestação da Procuradoria Geral da República, que acatou o resultado das investigações da Polícia Federal sobre supostos desvios de recursos de emendas parlamentares por ele destinadas à Prefeitura de Vitorino Freira, na época comandada por sua irmã, Luanna Bringel (Bringel), e o denunciou ao Supremo Tribunal Federal. Diante da denúncia da PGR, que pede para ele ser transformado em réu e seja julgado pelos supostos crimes, Juscelino Filho perdeu de vez a complacência do presidente Lula da Silva (PT), o apoio da cúpula e da bancada do seu partido e de aliados, não lhe restando outro caminho que não o pedido de demissão, recomendado e previamente aceito pelo presidente da República.

A demissão de Juscelino Filho resolve alguns problemas para o Palácio do Planalto, sendo o principal deles o destravamento da reforma ministerial, uma vez que é ele o alvo da primeira mudança, com a quase certa nomeação do seu colega de bancada e de partido, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, atual líder da bancada do União. Ao mesmo tempo, a saída do parlamentar poderá se refletir no cenário político maranhense, onde ele é parte de uma geração que está chegando ao poder e vinha sendo apontado como dono de potencial político e eleitoral para chegar ao topo, juntamente com o atual ministro do Esporte, André Fufuca (PP), que caminha para disputar uma cadeira no Senado.

A denúncia da PGR abala fortemente a sua credibilidade e a sua base de apoio, o que coloca em risco o cacife político e eleitoral que acumulou nos três mandatos federais. Mas isso não significa o fim da sua carreira, porque se trata de uma denúncia, que ele garante ser injusta e promete demonstrar isso ao se defender no processo, caso o Supremo o transforme em réu. Se vier a ser condenado, poderá ser punido também com a inelegibilidade, o que será um desastre. Mas se vier a ser absolvido, poderá levar sua carreira adiante, ainda que fragilizado pelos meses e até anos como acusado brigando para ser inocentado.

A trajetória política de Juscelino Filho, 40 anos, lhe abre uma brecha para continuar no cenário. Médico por formação, nasceu de uma família política de Vitorino Freire, elegendo-se deputado federal em 2014 e se reelegendo em 18 e 22. Chegou ao Ministério das Comunicações em 2023 sem apadrinhamento e por indicação da bancada federal do seu partido, onde ganhou espaço desde que tirou o DEM da família Fecury em 2014 e transformou o braço maranhense numa força partidária ativa, consolidando seu espaço quando houve a fusão com o PSL, em 2021, da qual nasceu o União Brasil, no qual se consolidou como uma das lideranças mais importantes.

No cenário político estadual, o deputado federal Juscelino Filho vem mantendo uma trajetória de independência em relação ao Governo estadual embora mantenha relações institucionais com o governador Carlos Brandão (PSB), tendo apoiado a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) aos Leões em 2022. De uns tempos para cá, se posicionou várias vezes em relação ao cenário sucessório, defendendo a eleição do governador para o Senado e a do vice-governador para o Palácio dos Leões. Agora, terá de concentrar suas forças na defesa que fará perante a Suprema Corte com o objetivo de evitar a pancada ética e a degola política.

Juscelino Filho perde o comando do Ministério das Comunicações no momento em que vinha implantando vários projetos de conectividade via internet no Maranhão, beneficiando principalmente escolas e empresas, assim como a expansão da rede de rádios comunitárias nas mais diferentes regiões do estado, para citar apenas dois campos de atuação da pasta sob seu comando em território maranhense. Esses projetos podem ter prosseguimento se o deputado federal e atual líder da bancada do União Pedro Lucas Fernandes vier a assumir o comando da pasta, o que é tido como certo em quase todas as previsões.

Em Tempo: A denúncia contra o deputado federal Juscelino Filho terá como relator o ministro Flávio Dino, que tem sido implacável com a frouxidão das regras sobre emendas parlamentares.

PONTO & CONTRAPONTO

Pedro Lucas Fernandes pode vir a ser o novo ministro das Comunicações

Pedro Lucas Fernandes cotado para
o Ministério das Comunicações

Se a quase totalidade dos videntes políticos de Brasília estiverem certos, o deputado federal e atual líder da bancada do União na Câmara Federal, deputado Pedro Lucas Fernandes (União) será o novo ministro das Comunicações. A exemplo da escolha do deputado federal Juscelino Filho (União), a nomeação, se ocorrer, se dará por decisão da cúpula nacional e da bancada do partido, sem nenhuma relação com o fato de serem eles maranhenses.

Pedro Lucas Fernandes é um dos mais bem-sucedidos da nova geração de políticos maranhenses, seguindo a trajetória do pai, o atual prefeito reeleito de Arame, Pedro Fernandes (União), que exerceu cinco mandatos na Câmara Federal batendo um recorde difícil de ser quebrado: não faltou a nenhuma das sessões.

Desde que chegou ao União, Pedro Lucas se firmou como um quadro diferenciado. No campo local, encontrou uma relação harmônica com Juscelino Filho, dividindo com ele o comando do partido. A parceria levou o União a bons desempenhos eleitorais, a exemplo das eleições municipais, quando o partido fez mais de duas dezenas de prefeitos e centenas de vereadores.

Sua eficiência política e parlamentar levou o comando nacional do partido a indicá-lo líder da bancada na Câmara Federal. Agora, ele está na iminência de dar o passo mais largo da sua carreira.

Se vier a ser ministro das Comunicações, o deputado federal Pedro Lucas, 45 anos, entra de vez no seleto grupo de políticos maranhenses com chances de vislumbrar horizontes mais largos.

Saída de Juscelino Filho do ministério pode acirrar a guerra política e eleitoral na família Rezende

Disputa acirrada em Vitorino Freire separou
Juscelino Filho do tio Stênio Rezende

O desgaste sofrido pelo deputado federal Juscelino Filho pode reequilibrar o ambiente de guerra na família Rezende, na qual, juntamente com a irmã, a ex-prefeita Luanna Bringel, mede força com o tio, o ex-deputado estadual Stênio Rezende, que tem como braço político a deputada Andrea Rezende (PSB).

A guerra na família, que vinha sendo desenhada há tempos, inclusive envolvendo a denúncia sobre as emendas, culminou quando Stênio Rezende, com a experiência vários mandatos de deputado estadual, tentou ser candidato a prefeito de Vitorino Freire em substituição à sobrinha Luanna Bringel, e encontrou a resistência do ministro Juscelino Filho.

Na guerra, que ganhou repercussão nacional por conta de declarações do ex-deputado Stênio Rezende, que estava inelegível, Juscelino Filho e a irmã Luanna Bringel juntaram forças e aplicaram uma derrota acachapante no tio.

Se não houver um armistício familiar, os Rezende vão se enfrentar de novo nas urnas; ele, Juscelino Filho, se permanecer elegível, como candidato à reeleição, e a irmã, Luanna Bringel, como candidata à Assembleia Legislativa, num embate direto com a deputada Andrea Rezende.  

São Luís, 09 de Abril de 2025.

Camarão participa da campanha do PT e acelera passos para consolidar sua candidatura ao Governo

Felipe Camarão: movimentos para
fortalecer projeto de candidatura

“Sou Felipe Camarão, professor e ex-secretário de Educação do Maranhão. Durante sete anos trabalhei à frente da educação pública do estado e vivenciei momentos que marcaram a minha vida. Muito mais do que paredes e tijolos, a Escola Digna transformou a vida de milhares de crianças e jovens por todo o estado. Muito mais do que escolas, o Escola Digna transformou bairros e comunidades. Como vice-governador do PT, sigo trabalhando incansavelmente por políticas públicas que tornem o Maranhão um lugar melhor de se viver. E é esse futuro de oportunidade que queremos seguir construindo juntos”.

Com essa mensagem, divulgada no bojo de uma campanha do PT no rádio e na TV, o vice-governador Felipe Camarão sinaliza que está no jogo sucessório e que deverá mesmo ser o candidato do partido e da aliança governista à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), que, também conforme os sinais mais recentes, deve ser candidato ao Senado. Felipe Camarão se apresenta como professor e ex-secretário de Estado da Educação – “esquecendo” de informar que é também advogado e procurador da República licenciado -, e cita o programa Escola Digna como referência do seu trabalho executivo, e afirma que seguirá nesse caminho, caso venha a ser governador, o que poderá acontecer exatamente daqui a um ano, se o titular Carlos Brandão renunciar cumprindo a regra da desincompatibilização.

A participação do vice-governador na propaganda do PT faz parte da sua movimentação inicial visando consolidar o seu projeto de candidatura ao Governo. E acontece no exato momento em que, depois de um longo tempo de incerteza, começou a atuar como aspirante a chefe de Governo, participando dos atos do governador Carlos Brandão. Nesse novo ambiente, tem atraído manifestações de apoio, como as que recebeu do PCdoB, do próprio PT e do PDT –  essa num forte discurso do senador Weverton Rocha nessa direção – na semana passada, durante a sessão na Alema em que o “Partidão” comemorou 103 anos de existência. Antes, fora alvo de declarações importantes, como a do ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PP), e do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União), todas assegurando apoio integral à sua candidatura à reeleição, caso assuma o Governo em 2026.

Apontado na terceira posição, com 13% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto Conceito, a mais recente – um começo mais que promissor para quem pode ser candidato pela primeira vez -, Felipe Camarão reúne as condições essenciais para fortalecer o seu projeto político-eleitoral nos próximos meses, podendo chegar em 2026 como o contrapeso do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) na disputa. Claro que para isso precisa tirar da frente o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), que aparece em segundo, com 19%, e fugir da sombra do ex-senador Roberto Rocha (Republicanos), que figura em quarto lugar, com 11%.

Além do seu potencial pessoal, que é indiscutível, a começar pelo fato de que se revelou um gestor de excelência, Felipe Camarão entra no jogo sucessório com o apoio do governador Carlos Brandão, que deverá ser o seu companheiro de chapa disputando a senatória, e do presidente Lula da Silva (PT), que tem a sua candidatura como uma das prioridades do PT na seara estadual. Conta com a corrente que teve o hoje ministro Flávio Dino (Supremo) como líder e referência política, e a do campo de centro, como André Fufuca (PP), ministro do Esporte e virtual candidato a senador, além da maioria dos prefeitos, a começar pelos que comandam os maiores municípios, como o pepista Rildo Amaral (Imperatriz), o emedebista Roberto Costa (Bacabal), o pepista Gentil Neto (Caxias) e o socialista Rafael Brito (Timon).

Esse é o cenário que envolve o vice-governador Felipe Camarão no momento, que pode se confirmar ou sofrer alterações para melhor ou para pior nos próximos meses. O sucesso dele dependerá muito do seu desempenho como articulador político da sua própria candidatura, que, conforme todos os jogadores de búzios e cartomantes da política maranhense, tem o desafio maior de medir forças com o prefeito Eduardo Braide.

PONTO & CONTRAPONTO

Lahesio solta a língua e pode ter perdido qualquer possibilidade de compor com Braide

Lahésio Bonfim tem feito provocações ignoradas solenemente por Eduardo Braide

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), pode ter mandado para o espaço qualquer possibilidade de um improvável acerto político com o PSD, ao questionar, de maneira extemporânea e inoportuna, a posição ideológica do prefeito de São Luís.

Ele declarou, em entrevista, que Eduardo Braide “não é de direita”, o que o tornaria inepto para ser candidato a governador e ser apoiado pelas diversas correntes desse campo no Maranhão.

Provavelmente incomodado com o fato de o prefeito Eduardo Braide haver ignorado solene e inteligentemente as suas provocações, como a que pediu que o prefeito “lhe desse” a primeira-dama de São Luís para ser sua vice, e, mais recentemente, quando pretendeu incluir o prefeito da Capital numa lista de apoiadores.

Ao insinuar que Eduardo Braide joga ideologicamente para atrair os votos da direita, que ele entende, pretensiosamente, serem seus, Lahésio Bonfim mais uma vez age de maneira extemporânea.

A provocação, que como as outras foi solenemente ignorada pelo prefeito de São Luís, pode ter sido um tiro no pé, pois depois disso, dificilmente Eduardo Braide lhe dará o mínimo de atenção, principalmente se o assunto for a corrida dos Leões.

Governo disponibiliza quatro mil bolsas de R$ 600 para trabalho jovem

Carlos Brandão: convocando
empresas para abrir espaço
para jovens aprendizes

O Governo do Estado abriu ontem inscrições para empresas que queiram abrir espaço para jovens aprendizes por meio do programa Trabalho Jovem – Eixo Estágio Social.

O governador Carlos Brandão anunciou, em redes sociais, a liberação de quatro mil bolsas no valor de R$ 600,00 para a alocação de jovens nos mais diversos ramos da iniciativa privada.

Na sua mensagem, o mandatário maranhense estimula as empresas a aproveitarem esta oportunidade de abrir espaço para a mão-de-obra jovem, contribuindo, decisivamente, para a inclusão dos bolsistas no mercado de trabalho.

O Trabalho Jovem é um dos programas sociais importantes, uma vez que o jovem trabalhador terá seu horário ajustado de modo a que não haja qualquer prejuízo aos seus estudos.

O atual Governo já concedeu essa bolsa a milhares de jovens nas mais diferentes regiões do Maranhão, incluindo São Luís. Muitos bolsistas foram aproveitados e contratados, enquanto a maioria preferiu continuar estudando.

São Luís, 08 de Abril de 2025.

Bem nas pesquisas, Lahesio começa agressivo, tenta liderar a direita e pode acabar como em 22

Lahesio Bonfim: conhecido por
falar demais e agressivamente

Há pouco mais de um mês, ele pediu publicamente ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que indicasse a primeira-dama da Capital como sua vice; agora, seu lance é bem mais ousado: reunir num mesmo palanque os deputados federais Josimar de Maranhãozinho e Detinha do PL, e Aluísio Mendes, do Republicanos, e ainda o prefeito Eduardo Braide. Dois meses atrás ele lançou sua candidatura a governador em Marajá do Sena, no centro do estado, com a presença da vereadora Flávia Berthier (PL), bolsonarista roxa que usava boné festejando Donald Trump. Ontem, ele deixou no ar a impressão de que quer essa mobilização em torno da sua candidatura ao Governo do Estado. Até o fechamento da Coluna, todos ignoraram sua proposta.

O rabiscador desses rascunhos políticos para as eleições de 2026 para o Palácio dos Leões é o médico e ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), candidato assumido e em campanha aberta ao Governo do Estado. Ele vem atuando embalado pela segunda colocação nas três últimas pesquisas, atrás apenas do prefeito Eduardo Braide.

Dono de um discurso agressivo, no qual xinga adversários e centra fogo na corrupção, mas com o estranho cuidado de não mostrar casos concretos, com nomes e dados, e navegando no resultado de 2022, quando saiu das urnas com exatos 24,96% dos votos, à frente do senador Weverton Rocha (PDT), que obteve mais de 19%, ambos derrotados pelo governador Carlos Brandão (PSB), que obteve 51% da votação, Lahesio Bonfim vai aos poucos espalhando no eleitorado do interior a imagem de candidato que “desafia o sistema”. Faz o mesmo discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na primeira campanha. Ele nega ser bolsonarista, mas de olho nos bolsões da extrema-direita do Maranhão, se declara seu eleitor e se mostra identificado com muitas das suas bandeiras, incluindo as mais conservadoras.

Com esse discurso e seu lastro eleitoral, mas também com a sua espantosa imprevisibilidade, Lahesio Bonfim é visto com desconfiança pela maioria dos políticos, alguns dos quais consideram difícil alinhavar algum tido de acordo com ele, principalmente em se tratando de uma aliança em que ele seria o candidato ao Governo do Estado. O deputado federal Josimar de Maranhãozinho, por exemplo, não manifesta qualquer interesse em conversar com o ex-prefeito. O prefeito Eduardo Braide não se deu sequer ao trabalho de comentar a sua ousada proposta de aliança.

A menos que haja uma reviravolta surpreendente, a tendência do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes é continuar sua campanha aberta sozinho, como um outsider às avessas, que promete “completar a mudança”, sem explicar exatamente do que está falando. Nos seus pronunciamentos, não apresenta propostas concretas para governar, levantando a suspeita de que não tem um projeto de Governo e de que sua plataforma é ainda um discurso no qual se mostra como a solução para os problemas do Maranhão, como diz ter sido para São Pedro dos Crentes.

Mas as sutilezas da política recomendam que um político como o candidato do Novo, um partido fraco e sem futuro, não deve ser subestimado. Os 25% dos votos que obteve em 2022, batendo um senador da República, e os 19% das intenções de voto para 2026, segundo a pesquisa mais recente, é motivo suficiente para que seus concorrentes enxerguem nele um fator de risco.

Todos os sinais indicam que a disputa para o Palácio dos Leões em 2026 caminha para uma polarização entre o prefeito Eduardo Braide, que representa a oposição, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), liderando as forças da situação. E como dificilmente atrairá eleitores dessa seara, terá de tirá-los de quem será o seu principal adversário: o ex-senador Roberto Rocha (Republicanos), que entrará na briga para atrair exatamente os eleitores dos nichos nos quais o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes começou fazendo a festa com muita antecedência.

Resta saber se ele conseguirá manter o ritmo de campanha, principalmente depois do Carnaval de 2026, quando o cenário será definido e o jogo começará para valer.

PONTO & CONTRAPONTO

Nomeação de Fábio Gentil para Agricultura reforça posição dos Leões no Leste maranhense

Fábio Gentil: influente
na região Leste

O governador Carlos Brandão reforçou seus laços políticos com o Leste do Maranhão com a nomeação do ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PP), para secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, e o militante político Gabriel Tenório para chefiar a Agência Metropolitana do Leste Maranhense (Agem Leste). As nomeações, especialmente a primeira, são parte de um ajuste de relações numa das regiões politicamente mais importante e mais ativa do Maranhão.

Fábio Gentil é hoje um dos líderes regionais mais importantes e influentes do Maranhão. Além de ter feito o seu sucessor, Gentil Neto (PP), numa bem armada aliança com o Grupo Coutinho, tem a filha Amanda Gentil (PP) como deputada federal e a parceira de vida, Daniela Gidão (PSB), na Assembleia Legislativa. No meio político, Fábio Gentil é apontado como forte candidato à Câmara Federal, sendo lembrado também como o primeiro da lista para suplente de senador e nome certo para o secretariado no próximo Governo, se o grupo eleger o vice-governador Felipe Camarão (PT), a quem já declarou apoio.

A nomeação de Gabriel Tenório para a Agem Leste funciona como suporte a um dos políticos da região mais alinhados à aliança liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), mesmo depois de ter sido derrotado em duas eleições para a Prefeitura de Matões – em 2020 para o prefeito Ferdinando Coutinho (PDT) e em 2024 para Nonatinho (União), que era apoiado por Ferdinando Coutinho, pela deputada Cláudia Coutinho (PDT) e pelo ministro Juscelino Filho (Comunicações). Gabriel Tenório migrou e disputou a prefeitura pelo PT, com o apoio do deputado federal Rubens Jr. (PT) e mais o PCdoB e o PV, que formam a Federação Brasil Esperança.

A duas nomeações reforçam o poder do Palácio dos Leões na Região.

Deputado Neto Evangelista e vereadora Thay Evangelista somam forças por mulheres

Thay Evangelista e Neto Evangelista: parceria

O deputado Neto Evangelista (União), líder do Governo na Assembleia Legislativa, apresentou, na semana passada, indicação no sentido de que as empresas de transporte de massa de São Luís disponibilizem ônibus só para mulheres em determinados horários em linhas semiurbanas. O seu argumento: o elevado registro de casos de assédios e violência contra mulheres nessas linhas. Outra informação do parlamentar, a vereadora Thay Evangelista (União), sua esposa, também apresentou a mesma demanda à Prefeitura de São Luís.

A demanda feita pelo casal é absolutamente oportuna, pois se trata de uma realidade que afeta mulheres trabalhadoras quase que diariamente, conforme os poucos registros policiais – a maioria prefere não denunciar, por medo de represália. A colocação de ônibus exclusivo para mulheres pode ser uma solução – o ideal mesmo seria a educação dos assediadores sobre relações respeitosas na realidade urbana.

Vista por outro ângulo, a iniciativa traz à tona uma relação parlamentar inusitada. Um deputado estadual, Neto Evangelista, e uma vereadora de São Luís, Thay Evangelista, casados e politicamente afinados, somam forças, cada um no seu campo e com o seu nível de responsabilidade, para a solução de um problema social grave. A soma dos esforços amplia expressivamente a possibilidade de uma solução.

Vale lembrar que outra parceria nessa linha pode surgir, essa entre o deputado estadual Osmar Filho (PDT), ex-presidente do parlamento ludovicense, e sua esposa, a vereadora Clara Gomes (PSD).

São Luís, 06 de Abril de 2025.