Arquivos mensais: setembro 2017
Condenação de Tadeu Palácio por improbidade reforça o estigma que atingiu parte dos ex-prefeitos de São Luís
A anunciada condenação do ex-prefeito Tadeu Palácio, por improbidade administrativa, em decisão de primeira instância da Justiça estadual, sob a acusação de haver causado danos ao erário no valor de R$ 186.716,90, consolida uma tendência de que – com exceção de Jackson Lago, e de Edivaldo Jr., que está no exercício do segundo mandato – parte dos prefeitos eleitos da Capital enfrentou problemas, emagreceu politicamente e acabou praticamente apagada do cenário político de São Luís. Esse desdobramento atingiu os ex-prefeitos Gardênia Castelo (1985/1989), Conceição Andrade (2003/2007), Tadeu Palácio (2002/2009) e arranhou João Castelo (2009/2013). Todos sofreram fortes perdas políticas e enfrentaram situações as mais incômodas, decorrentes de denúncias feitas pelo Ministério Público. A maioria simplesmente desapareceu do mapa político e partidário de São Luís e do Maranhão, se não afundaram, sofreram desgastes fortes e perderam votos a influência nas definições políticas.
O estranho processo começou com a ex-prefeita Gardênia Castelo (PDS), que recebeu uma verdadeira consagração nas urnas, eleita que foi em outubro de 1985 contra o deputado federal Jaime Santana, apoiado pelo então presidente José Sarney (PMDB) e fez campanha com o slogan “Força Total”. O espetacular desfecho nas urnas parece ter funcionado como uma senha para que Gardênia Castelo, respeitada ex-primeira-dama do Estado e tendo naquele momento o marido João Castelo como senador da República em oposição ao presidente, sofresse todo tipo de boicote, tendo por isso realizado uma gestão pobre em matéria de realizações, apesar do esforço extremo que fez para reverter esse quadro. Depois de deixa a Prefeitura em 1989, quando passou o bastão para Jackson Lago (PDT), Dona Gardênia esteve somente mais uma vez no centro das atenções: foi candidata à vice-presidente da República em 1989, na chapa do catarinense Espiridião Amin (PDS), após o quê dedicou-se exclusivamente a apoiar a trajetória do marido e as campanhas da filha, sem ser protagonista em nenhum outro momento.
A advogada Conceição Andrade (PSB), que chegou à Prefeitura pela força do apoio do então prefeito Jackson Lago ao vencer o ex-governador João Alberto (PFL), que entrou na disputa como franco favorito despois de ter feito um Governo que surpreendeu o Maranhão fez um governo conturbado, enfrentando todo tipo de problema político com o PDT, com o qual rompeu, aliando-se a João Castelo e ao senador Epitácio Cafeteira (PMDB). Sofreu um intenso processo de boicote na Câmara Municipal, que a impediu, por exemplo, de contratar empréstimos que seriam fundamentais para dar um pouco de alento à sua gestão. Eleita como líder política respeitada, depois de ter sido deputada estadual atuante e em franca ascensão, Conceição Andrade terminou seu mandato praticamente só, depois de queimar todos os seus cartuchos políticos ao apoiar a candidatura de João Castelo exatamente contra Jackson Lago, que venceu a eleição e tratou de apagar até vestígios da sua passagem pelo Palácio de La Ravardière. Depois de ser prefeita, Conceição Andrade nunca mais venceu uma eleição.
O oftalmologista Tadeu Palácio chegou à Prefeitura de São Luís depois de ter sido vereador e escolhido pelo PDT para substituir a Domingos Dutra (PT) como candidato a vice de Jackson Lago no pleito de 2000. Reeleito, Jackson Lago decidiu renunciar em 2002 para disputar o Governo do Estado naquele ano. Palácio causou boa impressão nos seus primeiros atos – entre eles o de limpar a cidade. Com boa vontade e surfando no prestígio de Jackson Lago, Tadeu Palácio fez um governo eficiente, tecnicamente correto e sem rasgos de inovação nem ousadia maiores gestos de ousadia. Mas, curiosamente, foi se afastando do PDT e perdendo força e prestígio na mesma proporção. Passou o bastão para João Castelo em janeiro de 2009, depois de torrar todas as suas fichas na candidatura sem futuro do ex-deputado Clodomir Paz. Tadeu Palácio comandou a Prefeitura da Capital por seis anos e deixou o cargo dando a impressão de que seguiria em frente. A realidade, porém, revelou-se cruel: o ex-prefeito não conseguiu sequer eleger o irmão deputado federal, perdeu espaço, desapareceu do mapa político e agora é brindado com uma condenação por improbidade administrativa, o que, se confirmada pelo Tribunal de Justiça, suspenderá seus direitos políticos por cinco anos.
Político vencedor apesar das várias derrotas que amargou durante sua trajetória, João Castelo sofreu dura decepção ao ser derrotado pelo jovem deputado federal Edivaldo Jr. no pleito de 2016, já que tinha como certa sua reeleição. Sua eleição para a Câmara Federal em 2014 avisou que não era mais o campeão de votos de outros tempos.
Edivaldo Jr. (PDT) vem sinalizando fortemente que não terá sua trajetória perturbada por esse “estigma” que embaraça prefeitos de São Luís. Eleito e reeleito, o atual prefeito de São Luís tem demonstrado surpreendente habilidade política ao agir como político experiente, gerando a expectativa de que está se preparando para dar passos mais largos após deixar o Palácio de la Ravardière na esteira da aliança que cultiva com o governador Flávio Dino (PCdoB).
PONTO & CONTRAPONTO
Judiciário define data e regras para a eleição da nova direção do Tribunal de Justiça
O Tribunal de Justiça divulgou ontem as regras por meio das quais o Colégio de Desembargadores, composto por 27 membros, elegerá o novo presidente do Poder Judiciário, o vice-presidente e o corregedor geral de Justiça, que substituirão, respectivamente, aos desembargadores Cleones Cunha, Maria das Graças Duarte e Anildes Cruz. Estão no páreo os três desembargadores mais antigos e que ainda não presidiram a instituição: José Joaquim Figueiredo dos Anjos, Nelma Sarney e Marcelo Carvalho. A eleição acontecerá na próxima quarta-feira (04/10) em sessão administrativa do Pleno do Tribunal de Justiça, que será iniciada às 9h. A eleição para os três cargos se dará por maioria em votação secreta. Os eleitos terão mandato de dois anos e não há reeleição. Detalhe importante: o desembargador eleito para qualquer um dos cargos será obrigado a aceitá-lo, já que a recusa só pode ser formalizada antes da eleição. Os eleitos serão empossados na terceira quarta-feira de dezembro. Os bastidores do Poder Judiciário estão fervendo, pois até agora não foi feito um acordo a respeito de quem será o quê, situação indicativa que os três candidatos irão mesmo para a disputa voto a voto.
Bancada deve repetir a votação sobre a nova denúncia contra o presidente Temer
Todos os sinais estão indicando que a bancada federal maranhense repetirá a divisão na votação que autorizará ou não que o Supremo Tribunal Federal abra processo para investigar o presidente Michel Temer (PMDB).
Os deputados Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo (PMDB), Sarney Filho (PV) – que deixará o Ministério do Meio Ambiente para reassumir a cadeira por dois dias para participar da votação -, Aluísio Mendes (PTN), Júnior Marreca (PEN), Cléber Verde (PRB), Pedro Fernandes (PTB), André Fufuca (PP), José Reinaldo Tavares (PSB), Victor Mendes (PSD), Juscelino Filho (DEM) votarão a favor do presidente.
Já os deputados Weverton Rocha (PDT), Deoclídes Macedo (PDT), Rubens Jr. (PCdoB), Zé Carlos (PT), Waldir Maranhão (PTdoB), Luana Costa (PSB) e Eliziane Gama (PPS) votarão pela autorização para que o presidente seja investigado.
É aguardar para conferir.
São Luís, 28 de Setembro de 2017.
Ao chegar aos mil dias no comando do Estado, Flávio Dino mostra um Governo de mudança, transparente e com saldo positivo
Os mil dias do Governo Flávio Dino têm sido motivo para elogios por parte da bancada governista e de críticas da representação oposicionista na Assembleia Legislativa. Enquanto o deputado Rafael Leitoa (PDT) afirma que o Maranhão está passando por “uma revolução” sob o comando do governador Flávio Dino (PCdoB), a deputada Andrea Murad (PMDB) avalia que o estado está vivendo “tempos de atraso”. Travado num momento em que as forças políticas governistas e oposicionistas se preparam para o grande embate eleitoral do ano que vem, o debate sobre a qualidade do atual governo guarda excessos, para mais e para menos, em ambos os discursos. O discurso dos parlamentares governistas, até aqui correto, passa a impressão de que todas as ações do atual Governo são originais, como se o Governo passado tivesse sido uma página em branco. O mesmo fazem, com visíveis doses de exagero, os deputados oposicionistas ao tentar convencer a opinião pública de que tudo o que o Governo atual está realizando foi deixado engatilhado pelo Governo passado. Visto pela ótica da isenção, sem a pressão para agradar um ou outro lado, o cenário atual no Maranhão é, em pequena parte, fruto da soma das ações de Governos anteriores deixadas pela metade, e em grande parte, das ações originais do Governo de agora, não havendo parâmetros para comparações. Mas é possível afirmar que o Governo Flávio Dino é eficiente e transparente.
Um exercício de comparação, para ser politicamente honesto, do desempenho administrativo de Roseana Sarney e de Flávio Dino, teria de levar em conta apenas o período de janeiro de 2011 a setembro de 2013 do Governo da pemedebista, com a vantagem de que ela estaria substituindo a si mesma, ou seja, dando continuidade ao governo que iniciara em abril de 2009, quando voltou ao Palácio dos Leões com a derrubada do Governo Jackson Lago (PDT) no tapetão da Justiça. Nesse caso, qualquer comparação com o atual Governo provavelmente daria vantagem ao Governador Flávio Dino no quesito originalidade, já que, depois de dois mandatos, os primeiros mil dias do último período de Roseana Sarney (2011/2013) dificilmente seria apontado como renovador ou mudancista, como acontecera nos primeiros mil dias do seu primeiro Governo, de janeiro de 1995 a setembro de 1997, e como acontece agora com o Governo Flávio Dino.
Qualquer avaliação honesta levará a um cenário em que o Governo Flávio Dino é original em larga escala, com forte inclinação mudancista e reformadora. Isso é visível nos seus procedimentos e na natureza social dos seus programas basilares. Isso não significa dizer que naquele período (2011/2013), o Governo dela tenha sido negativo. Mas não há como não enxergar que, a exemplo do que fez José Sarney entre 1966 e 1969, quando derrubou o ancien regime comandado pelo velho cacique Victorino Freire, o que está sendo feito por Flávio Dino é a implantação de uma nova ordem por uma nova geração de políticos altamente politizados. Nesse contexto, ações iniciadas pelo Governo de Roseana, como o gigantesco programa de Saúde, por exemplo, ganharam feição e dinâmica diferentes na atual gestão. Enquanto o “Saúde é Vida” parecia um governo paralelo, comandado por um secretário que não parecia subordinado à governadora, o “Mais Saúde” é movido por uma lógica de Governo, com um gestor eficiente e com o acompanhamento direto do governador do Estado, que parece ter controle total sobre cada centavo gasto em obras. Sem as trombetas de antes, os seis hospitais macrorregionais e regionais, além de uma penca de outros de 20 leitos, foram concluídos e estão funcionando. O governador Flávio Dino os mostra como frutos da ação racional e politicamente correta de um Governo comprometido com a causa popular, e não como dádivas produzidas pela extrema bondade de governantes personalistas.
Depois de mil dias de instalado, e mesmo enfrentando o pior da crise econômica, o atual Governo está cumprindo quase que integralmente os compromissos que o candidato Flávio Dino assumiu durante a campanha: está mudando a cultura de poder, realiza um Governo transparente, instaurou novos métodos de gestão, dá prioridade às ações por meio das quais o poder público vai de encontro aos mais pobres, está fazendo uma revolução na Educação – com o Escola Digna no ensino de base, a Escola de Tempo Integral no ensino médio e o Iema no ensino técnico -, na Saúde – com seis os hospitais macrorregionais e regionais já em pleno funcionamento, e na Segurança – com quase dois mil novos policiais militares e investimentos pesados em estrutura e armamento -, para citar apenas as três áreas maior demanda.
Em resumo: as comparações são injustas e infelizes, porque não se respaldam em cenários íntegros, mas mesmo assim, sem tirar os méritos dos Governos de Roseana Sarney, os primeiros mil dias de Governo de Flávio Dino fizeram os maranhenses respirar fortes e saudáveis ares de mudança, como não respiravam desde o início do Governo Epitácio Cafeteira (PMDB) em 1997, e com os primeiros momentos do Governo Jackson Lago (PDT). Com a diferença de que o Governador Flpavio Dino chegou ao Governo liderando uma geração que tem um projeto de poder.
PONTO & CONTRAPONTO
Bacabal: STJ confirma que José Vieira é ficha-suja e seu futuro será decidido pela Justiça Eleitoral
O Superior Tribunal de Justiça tomou ontem uma decisão que, enfim, servirá de argumento definitivo para que a Justiça Eleitoral corrija o grave erro que é manter o empresário e ex-prefeito José Vieira (PR) como prefeito de Bacabal. Com base em provas sólidas e indiscutíveis, a Corte reconheceu que o empresário e ex-prefeito é ficha-suja e que nessa condição não poderia sequer ter registrado sua candidatura em 2016. Agora, os advogados do deputado Roberto Costa (PMDB), que ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Bacabal, vão bater às portas da Justiça Eleitoral e fundamentar, com o argumento incontestável, a anulação dos votos dados a José Vieira. O parlamentar espera com isso o reconhecimento de que ele é o verdadeiro prefeito eleito de Bacabal, dando-lhe o direito de assumir, finalmente, o comando do Município. É esse o entendimento dos seus advogados e de outros especialistas em Direito Eleitoral. Mas há também uma corrente que enxerga outro desfecho. Para eles, ao ser oficialmente informada que José Vieira é ficha-suja, como denunciara o Ministério Público Eleitoral, a Justiça Eleitoral entenderá que a candidatura e a eleição contaminaram irremediavelmente o processo eleitoral em Bacabal, o que torna nulos não apenas os votos dados a José Vieira, mas os dados a todos os candidatos envolvidos na disputa majoritária naquele município. E o desfecho será uma nova eleição. Do ponto de vista exclusivamente político, é quase unânime a avaliação de que nas mãos do deputado Roberto Costa, um dos políticos mais destacados da nova geração, em condições, portanto, de fazer uma revolução naquele que é polo da Região do Médio Mearim e pontifica entre os dez mais importantes do Maranhão.
João Alberto provoca Flávio Dino lembrando as quase mil obras que realizou em 11 meses de Governo
‘Ao comentar a informação de que em quase três anos de ação o governador Flávio Dino teria comemorado 800 obras, o senador João Alberto (PMDB) alfinetou: “Em onze meses de Governo eu realizei cerca de mil obras”. O senador, é claro, usou esse cacife para provocar o governador, mas o fez com o lastro de quem não estava blefando nem dando origem a um factóide. Mesmo enfrentando o peso das ações do então presidente Fernando Collor de Mello (PRN) contra seu governo, fechando todas as torneiras da União para o Maranhão, e por isso tendo de conferir ao final de cada dia, em reunião obrigatória com o secretário de Fazenda, para saber como foi o movimento do caixa do Estado, o que o obrigava a conferir até os centavos, João Alberto deu uma demonstração de que, bem administrados e aplicados com honestidade, recursos parcos ganham volume. E foi nessas condições que construiu e restaurou estradas, pontes, estádios, praças, aeroportos, avenidas, escolas, hospitais, postos de saúde, combateu o crime organizado e manteve a folha de pessoal em dia – isso depois de ter ouvido do governador que saía, Epitácio Cafeteira, que seu sucessor não conseguiria tal proeza e que agora sem José Sarney na presidência da República, a situação financeira do Estado entraria em colapso em poucos meses. No final do seu Governo, a Secretaria de Comunicação Social publicou uma revista em que é contada a fascinante que foi o Governo João Alberto e nas páginas finais relaciona quase novecentas obras físicas iniciadas e concluídas naqueles 777 dias que sacudiram o Maranhão. Tanto que ao deixar o Governo, em abril de 1991, João Alberto tinha a aprovação de 88% dos maranhenses, segundo pesquisa realizada à época pelo instituto Econométrica.
São Luís, 27 de Setembro de 2017.
Famem mobiliza prefeitos para reivindicar em Brasília solução para problemas nas áreas de Saúde e Educação
Uma reunião realizada ontem no auditório do Palácio Henrique de la Rocque por iniciativa da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) expôs dois problemas que vêm complicando a vida da esmagadora maioria das 217 Prefeituras maranhenses: o emagrecimento progressivo dos recursos para bancar os sistemas municipais de Saúde e Educação. Os vários relatos feitos por chefes de Executivos municipais revelaram que muitos prefeitos estão enfrentando graves problemas devido ao desequilíbrio na relação receita e despesas nessas áreas, tendo como consequência mais grave o atraso nas folhas de pagamentos, afetando principalmente professores. Nas várias intervenções que fez ao longo de mais de duas horas, o presidente da entidade municipalista, Cleomar Tema Cunha, que é também prefeito de Tuntum, alertou seus colegas para a gravidade da situação e defendeu que a solução só será encontrada por maio da mobilização e da pressão política sobre Brasília. E nessa linha, o presidente da Famem convocou seus prefeitos para estarem em Brasília na próxima quarta-feira, 4 de Outubro, para, com o apoio da bancada federal, nova rodada de negociações com as autoridades federais.
Em princípio esperada como um evento de rotina, que vêm sendo realizados pela Famem para debater problemas específicos das administrações municipais, como ações fiscais, atualização contábil, enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal, transferências de recursos e convênios com a União e o Estado, entre outros itens da rotina das Prefeituras, a reunião de ontem foi muito além. Primeiro tratou da Saúde com a constatação geral de que os municípios, principalmente os mais pobres, estão sendo fortemente prejudicados pelo emagrecimento dos repasses do SUS, ainda que todas as Prefeituras maranhenses já estejam credenciadas para fazer gestão plena de Saúde.
O foco maior da reunião de prefeitos foram os problemas que têm afetado com insistência os sistemas municipais de Educação. E o maior deles é a distância, cada vez maior, entre a demanda e a capacidade de atendimento, sendo a limitação dos recursos financeiros a chave desse desequilíbrio. Na reunião, Gildásio Ângelo da Silva, diretor Executivo da Famem, e advogados da entidade, enfatizaram a gravidade do problema, que se evidencia na relação custo-aluno, que no Maranhão está se agravando. Tal situação foi mostrada pelo professor Paulo Buzar, que alertou os dirigentes municipais para a necessidade de buscar o equilíbrio.
Em meio essas informações preocupantes, o presidente Tema Cunha abriu a palavra aos prefeitos, que traçaram um cenário de quase desolação nesse campo. O prefeito de Barra do Corda, Wellryk da Silva (PCdoB) relatou que essa situação afeta a maioria dos municípios, revelando ter conhecimento de Prefeituras cujo valor da folha de pagamento de professores chega a 150% do que recebe do Fundeb, gerando assim um processo incontrolável de inadimplência, que só pode se resolvido com a mobilização dos prefeitos num movimento organizado e um discurso uníssono dos prefeitos Na mesma batida, o prefeito de São Mateus, Miltinho Aragão (PSB) confirmou a preocupação do colega cordino, alertando também para os problemas que as Prefeituras vêm enfrentando com sindicatos cujos líderes se tornam cada vez mais agressivos.
A manifestação mais forte partiu da prefeita Karla Batista (PSDB), de Vila Nova dos Martírios, que chamou a atenção dos colegas para o fato de que Educação é política pública e não política partidária. Ela protestou contra o fato de que os prefeitos maranhenses não estão recebendo tratamento correto por parte do Governo Federal, e defendeu a mobilização dos dirigentes municipais como categoria. “Não somos bandidos. Somos prefeitos eleitos pelo povo”, declarou, reconhecendo o trabalho de articulação em favor dos municípios realizado pelo presidente da Famem.
O desfecho da reunião foi a confirmação do movimento que será levado pelo comando da Famem à Brasília, onde também pedirão aos deputados federais que as emendas de bancada sejam destinadas aos municípios nas áreas de Educação e Saúde.
PONTO & CONTRAPONTO
Situação dramática de Aécio Neves pode adiar definição sobre o PSDB do Maranhão
A crise em que o comando nacional do PSDB foi mergulhado nesta terça-feira por causa da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o mineiro Aécio Neves do mandato de senador da República e impor-lhe duras restrições de movimento poderá atrapalhar o processo de filiação do senador Roberto Rocha ao partido na próxima semana. Quando o senador Aécio Neves foi pilhado em gravações em que negociava propina com o empresário Joesley Batista, todas as operações políticas que estavam sendo realizadas pelo partido foram suspensas. E a situação se repete com igual ênfase exatamente no momento em que o senador maranhense se prepara para se tornar tucano e ser anunciado como candidato do partido ao Governo do Estado. Se o processo for realmente prejudicado, o atual o presidente do partido no Maranhão, o vice-governador Carlos Brandão, ganha tempo para se movimentar, mesmo que Aécio Neves seja o seu principal elo com o partido.
Mesmo sem confirmar ainda candidatura, Roseana já tem nomes tentando garantir vaga de vice
Mesmo que não esteja ainda decidido que a ex-governadora Roseana Sarney será candidata ao Governo do Estado, é grande a movimentação dentro do Grupo Sarney (PMDB) para a escolha de nomes que possam ser candidatos a vice na chapa que ela vier a liderar. No momento, há uma espécie de torcida organizada para que a ex-prefeita e ainda pré-candidata ao Governo, Maura Jorge (Podemos) seja a candidata. Há também quem defenda que o Grupo vá buscar um candidato fora dos seus domínios, de modo a ampliar a sua aliança. Mas a composição de chapa mais forte e provável entre os líderes do partido é a que tem o senador João Alberto (PMDB) como candidato a vice. Essa fórmula resolveria o problema do Grupo com a entrada do deputado federal Sarney Filho na disputa majoritária como candidato a senador.
São Luís, 26 de Setembro de 2017.
Mudanças no PSDB podem levar Luis Fernando Silva a incorporar projeto do partido ou protagonizar guinada radical
Uma das perguntas mais ouvidas recentemente no meio político é a seguinte: a se confirmar a mudança de comando no PSDB e a filiação e a candidatura do senador Roberto Rocha ao Governo do Estado, qual será a reação do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva? E seus desdobramentos: vai permanecer no partido e incorporar o projeto de Rocha? Continuará tucano, mas com posição de neutralidade? Manter-se-á filiado ao partido, mas assumirá posição de dissidente apoiando o projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB)? Ou alçará voo do ninho em busca de um novo pouso partidário? Mergulhado na tarefa de impulsionar São José de Ribamar, tentando cumprir, numa maratona de penitente, as promessas de campanha, Luis Fernando Silva não emitiu, até aqui, sinais de que esteja interessado na agitação interna do PSDB. Passa a impressão de que, pelo menos por enquanto, não pretende envolver-se nessa guerra doméstica.
Quando ingressou no PSDB, depois da tremenda frustração que fora seu projeto de ser candidato a governador pelo PMDB em 2014, Luis Fernando Silva parece ter avaliado que teria um pouso partidário tranquilo e identificado com sua visão de centro e liberal da agremiação tucana, na qual pudesse permanecer por muito tempo. Naquele momento, o ninho dos tucanos lhe dava tal perspectiva e, mais do que isso, a possibilidade de montar ali um projeto macro, que lhe permitiria até disputar o Governo do Estado, depois, é claro, de governar São José de Ribamar mais uma vez. A oportunidade de voltar ao comando da Cidade do Padroeiro lhe foi dada por mais de 90% dos votos, e de uma maneira tão eloquente que não apareceu adversário para enfrentá-lo para valer nas urnas.
Numa sociedade em que os políticos se impõem aos partidos num grau de permissividade inacreditável, o PSDB viveu no Maranhão uma situação que dificilmente sobreviveria: uma aliança com PCdoB e o PT, algo cuja ruptura era apenas uma questão de tempo. Luis Fernando Silva elegeu-se e estava planejando seu futuro na condição de aliado do governador Flávio Dino. Com a reviravolta radical no comando e no rumo do PSDB, o prefeito de São José de Ribamar se vê na iminência de tornar-se adversário do governador, condição que além dos desdobramentos políticos, poderá criar sérias complicações também na seara administrativa, pois certamente criará embaraços desgastantes numa parceria que até agora vem dando certo.
Em meio à situação a ser criada no PSDB com a mudança de comando e a definição do senador Roberto Rocha como candidato a governador, um gesto do prefeito de São José de Ribamar indicará o seu rumo. Se ele permanecer no partido após o dia 7 de outubro, sinalizará que tentará conviver com a nova situação sem envolvimento direto na guerra eleitoral de 2018. Mas se, ao contrário, deixar o PSDB e assinar ficha de filiação em outra agremiação antes do dia 7 de outubro, estará informando que tem perspectiva de encarar as urnas no ano que vem. E aí virão indagações fatais: será candidato a deputado federal, a senador ou a governador?
Político de movimentos discretos, mas extremamente eficientes, o prefeito de São Jose de Ribamar se colocará bem em qualquer situação: é um dos quadros mais bem sucedidos da sua geração, ostenta o cacife de craque em gestão pública e tem nome leve como candidato a qualquer cargo eletivo. Em resumo: se ficar no PSDB e incorporar o projeto de Roberto Rocha, será peça fundamental e decisiva na campanha. Mas se resolver se desprender da Prefeitura e dar um salto mais alto, entrará na corrida com cacife para obrigar seus concorrentes a reverem suas estratégias.
PONTO & CONTRAPONTO
Ida de Roseana à festa de advogado em Lisboa trem muito mais por trás do que registrou a “grande imprensa”
A registrar a presença da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) “única estrela do universo político”, e do marido dela, o empresário Jorge Murad, na festa de aniversário de 60 nos do competente e festejado advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a chamada “grande imprensa” lembrou que ele foi o defensor da pemedebista no rumoroso Caso Lunus. O caso eclodiu quando no dia 4 de março de 2002 a Polícia Federal, cumprindo ordem judicial dada pelo Luiz federal, Carlos Madeira, invadiu os escritórios da Lunus, empresa de Roseana Sarney e Jorge Murad, e ali encontrou cerca de R$ 1,3 milhão em espécie, o que deu a um processo que por pouco não levou a ex-governadora para a cadeia sob a alegação de que ela teria desviado recursos da Sudam. O que a “grande imprensa” não conta é que, depois de quase uma década de guerra no tapetão judicial, o criminalista festeiro mostrou que é um craque no seu oficio: provou por A mais B que a acusação do Ministério Público Federal à ex-governadora não tinha fundamento e estava tecnicamente cheia de falhas. Resultado: Roseana Sarney, depois de submetida a todo tipo de investigação – incluindo um duro interrogatório feito por delegados da PF na antiga sede da PF no Anil -, foi inocentada, tendo inclusive recebido a dinheirama de volta, nota sobre nota. Em tempo: além dos bons serviços prestados, Antônio Carlos de Almeida Castro e os Sarney mantêm fortes laços de amizade.
Tremor no ninho: Sérgio Frota avisa que apoiará reeleição de Flávio Dino, queira ou não o PSDB
A decisão do deputado tucano Sérgio Frota de que apoiará o projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB) independente de qual venha ser a posição do PSDB na corrida sucessória estadual foi um sinal forte e claro de que o PSDB viverá momentos de forte tensão com a mudança de comando no estado e a filiação do senador Roberto Rocha e o lançamento da sua candidatura a Governo do Estado. Sérgio Frota fez a declaração de corpo presente, durante audiência em que representantes do time do Sampaio Corrêa foram ao Palácio dos Leões para receber os cumprimentos do chefe do Poder Executivo, que se classificou ascendeu de novo para a Série B do Campeonato Brasileiro. A posição cria um problema para o futuro comando do ninho maranhense, que será liderado pelo ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Se decidir sair do partido ou for convidado a deixa-lo, Sérgio Frota desfalcará o PSDB de um deputado estadual expressivo, o que o é uma perda importante. Mas se decidir permanecer na agremiação, abrirá uma dissidência ao mesmo tempo incômoda e perigosa, que poderá impor fortes desgastes ao partido. Sérgio Frota é um político de posições firmes e que, depois dos momentos complicados que ele passou no comando do Sampaio Corrêa, saboreia agora o salto para a frente, tendo recuperado fôlego político a musculatura eleitoral.
São Luís, 25 de Setembro de 2017.
PSDB tem data marcada para romper com Flávio Dino e lançar Roberto Rocha candidato a governador
Os tucanos maranhenses – ou pelo menos os mais identificados com o partido – têm data e local marcados para colocar ponto final da sua aliança com o governador Flávio Dino (PCdoB), assumir a condição de adversário e lançar um candidato ao Governo do Estado. Será o dia 2 de outubro, em Brasília, quando o comando do tucanato nacional se reunirá para o ato de filiação por meio da qual o senador Roberto Rocha retornará ao partido, agora condição de candidato ao Palácio dos Leões. A reunião será o grande desfecho de uma guerra interna travada pelo vice-governador Carlos Bandão, que preside o partido e o vinha mantendo na aliança liderada pelo PCdoB, e o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, que defende o partido com rumo próprio ou construa uma aliança com seus aliados no plano nacional, como o PMDB e o DEM, por exemplo. Os chefes tucanos querem fazer da filiação de Roberto Rocha um ato de grande envergadura e repercussão, uma demonstração de que pretendem dar à disputa pelo Governo do Maranhão o mesmo peso que em estados onde o PSDB tem chance de chegar ao poder.
O projeto de candidatura do senador Roberto Rocha se encaixa com precisão no projeto desenhado pelo ex-prefeito de Imperatriz e outros tucanos de proa incomodados com a relação com o PCdoB, como o grupo que era liderado pelo ex-governador Joao Castelo. A mudança de rumo coloca em suspense a posição de outra liderança de peso, como o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva, que vem mantendo uma boa relação com política e institucional com o governador Flávio Dino. E contraria outras correntes tucanas, como a representada pelo deputado Sérgio Frota e a que tem como líder o deputado estadual licenciado Neto Evangelista. E pode resultar também num processo de emagrecimento da agremiação, se confirmada, como previsto, a saída do vice-governador Carlos Brandão, que poderá ser seguido por pelo menos metade dos 29 prefeitos eleitos pelo partido no pleito do ano passado.
Do ponto de vista exclusivamente político, a candidatura do senador Roberto Rocha, se vinda à tona com o aval explícito da cúpula nacional como um projeto do partido, e não como uma aventura pessoal do senador, ganhará o peso de “terceira via” na corrida sucessória maranhense, se levada em conta a possibilidade de o Grupo Sarney vier a lançar um candidato, que em princípio será a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Se por alguma razão política, eleitoral, jurídica ou de foro pessoal Roseana Sarney não entrar na briga, Roberto Rocha poderá ganhar musculatura política para assumir a condição de “segunda via”, para tornar-se o principal, adversário do governador Flávio Dino. Podendo até, numa hipótese remota, se tornar, por força de acordos entre as forças que sustentam o presidente Michel Temer, vir a ser apoiado pelo Grupo Sarney.
A se confirmar o ato marcado para o dia 2 de outubro – a data foi definida a pedido do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que faz questão de estar presente -, o senador Roberto Rocha abrirá a corrida sucessória como o primeiro candidato ao Governo do Estado lançado por seu partido, o que lhe dá uma vantagem respeitável em matéria de pré-campanha. Rocha terá tempo terá tempo para articular uma rede de apoio nas mais diversas regiões, a exemplo da Região Tocantina, onde começa com dois líderes fortes em Imperatriz, os ex-prefeitos Sebastião Madeira e Ildon Marques, e na Região Sul, onde já teria o apoio declarado dos ex-prefeitos de Balsas, Francisco Coelho e Luis Rocha Filho, e em São Luís, onde há grupos remanescentes do Governo Luiz Rocha.
É claro que entre ganhar força política e partidária com o lançamento da candidatura e se turbinar eleitoralmente para entrar na briga de igual há uma distância gigantesca a ser vencida. Atualmente, nove entre dez observadores da cena política maranhense enxergam o governador Flávio Dino como franco favorito na disputa, incluindo a ex-governadora Roseana Sarney. Mas, se a última pesquisa Escutec for tecnicamente correta e politicamente honesta, o senador Roberto Rocha entra na corrida com 9,1% das intenções de voto, um cacife nada desprezível para quem entra como terceira opção entre dois gigantes da política maranhense na atualidade.
PONTO & CONTRAPONTO
Tucanos foram pragmáticos, mas tiveram o cuidado de mostrar respeito por Carlos Brandão
Foi pragmática, de olho na corrida presidencial e na possibilidade de se fortalecer nos estados, a decisão do comando nacional do PSDB de abrir caminho para o senador Roberto Rocha se tornar o porta-bandeira do partido no Maranhão. E mais: a decisão foi tomada com cuidados extremos para não passar a impressão de que o vice-governador Carlos Brandão e seu grupo estejam sendo escorraçados da agremiação. A Coluna apurou que o vice-governador é bem visto na cúpula dos tucanos e pertence à corrente liderada pelo senador mineiro Aécio Neves, mas ganhou respeito pelo trabalho de fortalecimento que realizou e que nas eleições municipais de 2016 fez o PSDB sair das urnas com nada menos 29 prefeitos, vários vice-prefeitos e uma penca alentada de vereadores. Na ótica atual do PSDB, Carlos Brandão vem cometendo o maior dos males políticos: manter o PSDB como linha de frente na aliança liderada pelo PCdoB no Maranhão. Tal equação foi possível nas eleições de 2014 quando, por força de acordos nacionais, o PT apoiou a pemedebista Roseana Sarney contra Flávio Dino, levando o candidato comunista a declarar apoio à candidatura da petista Dilma Rousseff, mas também abrir espaço para a candidatura do tucano Aécio Neves tucanos no seu projeto de poder dando a vaga de candidato à vice a Carlos Brandão. Atualmente, tal situação é inviável. Tanto que o martelo da decisão de romper a aliança com o governador Flávio Dino foi batido quando os chefes tucanos viram as imagens do comício de apoio do governador Flávio Dino ao ex-presidente Lula da Silva, no último dia 5, em frente ao Palácio dos Leões. O rompimento da aliança e a filiação e a candidatura de Roberto Rocha ao Governo não implicam o afastamento automático de Carlos Brandão da presidência e dos quadros do PSDB. Mas sem a garantia de que terá o controle do ninho no Maranhão e que será indicado para ser candidato à reeleição na chapa de Flávio Dino, Carlos Brandão dificilmente permanecerá no partido. É quase certo, portanto, que no dia 2 de outubro o senador e o vice-governador se cruzem na porta de entrada do ninho, o primeiro entrando e o seguindo saindo.
Torcendo pela sobrevivência de Temer, Roseana acompanha atenta os movimentos da Câmara
A chegada à Câmara Federal do pedido de autorização para que a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) seja investigada, colocou a cúpula do Grupo Sarney em estado de alerta vermelho. Nesse contexto de tensão, no qual o ex-presidente José Sarney (PMDB) atua como conselheiro informal do presidente, a ex-governadora Roseana Sarney se volta para a Casa congressual cujos movimentos e humores conhece na palma da mão. Com a experiência de quem foi assessora especial da Presidência da República no Governo do pai, deputada federal que coordenou a captação de votos para derrubar o presidente Fernando Collor de Mello, e senadora e líder do Governo Dilma no Congresso Nacional, Roseana faz um acompanhamento paralelo dos posicionamentos para identificar as tendências dos partidos em relação pá denúncia. Sua preocupação é óbvia: se o presidente Michel temer for afastado, muitos projetos eleitorais do PMDB entrarão em colapso, podendo o de ela própria entrar nesse desastre político. É verdade que o eventual substituto de Temer, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM) mantém laços fortes de amizade e proximidade polpitica com os Sarney, mas não é uma garantia de que o poder do Planalto embalará sua candidatura ao Governo do Estado como o fará o presidente Michel Temer, caso permaneça no cargo, como está sendo desenhado.
São Luís, 23 de Setembro de 2017.
A Coluna será atualizada neste Domingo, 24/09/2017.
Edivaldo Holanda: São Luís se livra de “nós” no trânsito graças à determinação de Edivaldo Jr. e à competência de Canindé Barros
Até pouco tempo sufocada por “nós” que travavam fortemente a fluência do trânsito, transformando alguns pontos cruciais em verdadeiros infernos nos momentos de fluxo mais intenso de veículos, São Luís começa a viver uma realidade mais amena e mais civilizada em matéria de trânsito, que é a base da mobilidade urbana. Esse panorama alvissareiro, construído a partir de intervenções arrojadas e inteligentes decididas pelo prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e planejadas e executadas pelo secretário de Trânsito e Transporte, Canindé Barros, foi desenhado ontem na Assembleia Legislativa pelo deputado Edivaldo Holanda (PTC). Lembrando que a mobilidade, condicionada pela equação tráfego-vias públicas – “uma contabilidade que nunca fecha” – é um problema global, que afeta até cidades modernas e planejadas como Brasília, Edivaldo Holanda assinalou, com ênfase, que ela está sendo viabilizada em São Luís por meio de recursos simples da engenharia de trânsito e uma parceria produtiva entre Prefeitura e Governo do Estado. É assim que o prefeito Edivaldo Jr. está enfrentando “o intolerável engarrafamento de trânsito”.
Com o entusiasmo de pai e de político apaixonado pela cidade onde vive e milita, o deputado Edivaldo Holanda assinalou que São Luís está enfrentando com bons resultados os problemas que travam a mobilidade. “Muitas vezes, nós nos esquecemos dos avanços que temos tido nessa questão nos governos anteriores e agora do prefeito Edivaldo Holanda Jr.”. E indagou: “Quem não se lembra do engarrafamento da cabeceira da Barragem do Bacanga? Que inferno! Há alguns meses, ao tentar sair daqui para o Anjo da Guarda em horários de pico, ficava ali retido na cabeceira do Bacanga. Hoje você nem lembra mais de como era aquilo antes, porque o trânsito flui normalmente”.
Familiarizado com a geografia urbana de São Luís e tendo em mente o mapa de localização dos “nós”, o deputado Edivaldo Holanda relacionou com precisão cada ponto crítico de travamento de trânsito resolvido por “soluções simples, baratas e inteligentes”. Citou o trecho entre o Jaracaty e o Shopping São Luís, a Curva do 90. No Tirirical – em frente à entrada do Aeroporto -, onde a situação “era insuportável”, e outras cerca de duas dezenas de intervenções menires, mas igualmente eficientes.
“Agora estão sendo feitas algumas intervenções, uma delas no retorno do antigo Alfa, na cabeceira da Avenida Lourenço Vieira da Silva, que leva a polos importantes, como a Cidade Operária e a Cidade Olímpica, região de quase 70 bairros e que depende daquele corredor de trânsito. Ali, a rotatória está sendo substituída por sinalização horizontal, vertical, semafórica e recuperação de vias. O trânsito vai fluir através da Avenida Dois, que não tinha praticamente nenhuma utilidade. E hoje o trânsito vai fluir por aquela avenida e vai chegar próximo da UEMA. Antes que se termine aquele trabalho o trânsito já melhorou. Agora, se você chegar à Forquilha, o velho “nó” desta cidade, um incômodo eterno, a solução veio simples, rápida, com uma parceria irmã, produtiva e aplaudida por esta cidade Governo do Estado e Governo Municipal, o governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Quem trafega hoje pela Forquilha sente a mudança radical no trânsito, com a influência sobre dezenas de bairros, drenagem profunda, drenagem artificial, recuperação de avenidas, retornos de quadra, revitalização do asfalto, troca do sistema semafórico, sinalização vertical e horizontal”, mostrou Edivaldo Holanda no seu entusiasmado pronunciamento.
O deputado do PTC prosseguiu: “Vou finalizar falando da intervenção próxima ao túnel da Cohab, que vai ajudar a resolver em definitivo o problema de trânsito em todo o corredor a partir do Tirirical, passando pela Guajajaras, entrando ali pela Jerônimo de Albuquerque, saindo na direção da São Luís Rei de França e vindo até o Centro. Finalmente falo da região do Turu. Por determinação do prefeito Edivaldo Jr., o secretário Canindé Barros mexeu na geometria daquela região da São Luís Rei de França: General Arthur Carvalho, Rua Boa Esperança, Rua do Aririzal, Pai Inácio, Avenida Nossa Senhora da Vitória, Coronel Eurípedes Bezerra, vias que receberam um trabalho extraordinário do reordenamento do trânsito. Engenharia simples, mas inteligente e eficaz”.
Enfatizando cada afirmação, o deputado Edivaldo Holanda completou seu painel fazendo justiça à determinação do prefeito Edivaldo Jr. e ao desempenho técnico do secretário Canindé Barros, um dos maiores técnicos que São Luís já teve, homem que entende de engenharia de trânsito e que trabalha diuturnamente para fazer o melhor”.
Edivaldo Holanda fechou seu discurso com uma revelação: “São Luís integra o Projeto Nacional de Mobilidade Urbana. São 10 cidades. Isso é importante para nós sabermos que hoje a Capital integra este Projeto. Avalia que isso é fruto dos esforços e determinação do prefeito Edivaldo Jr. e do trabalho que o secretário Canindé Barros vem desenvolvendo, diuturnamente. na questão da mobilidade urbana que não passa só pelas intervenções de trânsito, mas também na recuperação de vias por meio dos programas Mais Asfalto, em parceria com o Governo do Estado, e Asfalto na Rua.
De alguma maneira, o deputado Edivaldo Holanda interpretou a boa avaliação que muitos já fazem da gestão da atual gestão de São Luís.
PONTO & CONTRAPONTO
Guerra pela mobilidade começou com a virada dada pelo Governo de José Sarney
Em tempos recentes, a luta pela mobilidade em São Luís foi iniciada na segunda metade dos anos 60 do século passado, quando o então governador José Sarney traçou e o engenheiro Haroldo Tavares planejou e executou as condições para a expansão da cidade. O resultado foi a construção dos eixos que expandiram a cidade: da Barragem do Bacanga – que deu origem à hoje Área Itaqui-Bacanga – a Avenida Kennedy, a Ponte do Caratatiua – que abriu a frente em direção ao Olho D`Água, e a Ponte José Sarney, que deu origem à cidade nova a partir do São Francisco. O segundo grande passo foi dado no Governo Nunes Freire: o Anel Viário, que desafogou o Centro e o interligou a todas as regiões da cidade, e a Ponte Bandeira Tribuzi, ambos planejados e executados por Haroldo Tavares, agora como prefeito da Capital. O governador João Castelo fez uma série de intervenções importantes para a mobilidade. O governador Luiz Rocha fincou as bases da Avenida Litorânea. O governador Epitácio Cafeteira abriu avenidas como a Holandeses e iniciou a era dos viadutos com o Viaduto do Café. O governador Edison Lobão concluiu a Avenida Litorânea e a transformou numa grande via de interligação de regiões da cidade. A governadora Roseana Sarney construiu os elevados do Trabalhador, da Cohama, da Cohab e da Avenida dos Franceses, urbanizou a Guajajaras, ampliou a Litorânea com a Avenida Ferreira Gullar e construiu a Avenida Luis Eduardo Magalhães e a Via Expressa. O governador José Reinaldo Tavares fez a ligação da Ferreira Gullar com a Avenida Carlos Cunha e outras intervenções. O governador Flávio Dino está restaurando a malha viária da Capital com 200 quilômetros de recapeamento asfáltico.
Sem distrital nem distritão, deputados estaduais seguem vida normal para 2018
De um modo geral, os deputados estaduais maranhenses não lamentaram o farto de que não houve mudança no sistema eleitoral para 2018, cuja eleição será feita pelo sistema proporcional atual, com coligação partidária e tudo o mais. A representação partidária que compõe o parlamento estadual será mantida, já que a decisão da Câmara Federal de manter tudo como está para 2018 desanimou inteiramente a corrida partidária que certamente aconteceria nos próximos dias caso o Distritão tivesse sido aprovado, como também o fim das coligações. Enfim, tudo continua como antes na Casa de Manoel Bequimão.
São Luís, 21 de Setembro de 2017.
Com pauta de questões complicadas para resolver, Roseana prefere não fazer festa com número de pesquisa
Muita gente estranhou que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) não tenha feito movimentos de comemoração dos números da pesquisa Escutec e emitidos sinais claros de que, embalada por eles, vai mesmo entrar na corrida sucessória tendo como adversário o governador Flávio Dino (PCdoB). Contrariando expectativas, a estrela maior do Grupo Sarney preferiu manter-se discreta, evitando exposição num momento político extremamente delicado no cenário nacional, no qual a cúpula do seu partido, a começar pelo presidente Michel Temer, está na linha tiro dos canhões da Justiça, e também porque tem pendências a resolver dentro do seu arraial partidário. Roseana Sarney sabe que, ao mesmo tempo em que pode funcionar como uma espécie de tábua de salvação para muitos dos seus aliados, sua candidatura ao Palácio dos Leões, embora dependendo apenas da sua vontade, é também um parto complicado por uma série de fatores intestinos.
Para começo de conversa, Roseana Sarney tem noção plena de que, ao contrário do que alguns dos seus parceiros estão prevendo, a disputa de 2018 pelo Palácio dos Leões não será um fato isolado, mas um evento situado no contexto nacional. Experiente nesse jogo, sabe que, mesmo com o trucidamento das esquerdas, o governador Flávio Dino é favorito, e numa aliança com Lula – mesmo que o ex-presidente seja impedido de se candidatar -, essa parceria pode se transformar num rolo-compressor imbatível no Maranhão.
Outro ponto a ser ajustado é que não é unânime no conjunto das suas forças a ideia de que ela seja candidata ao Governo tendo o seu irmão, o deputado federal Sarney Filho (PV), atua ministro do Meio Ambiente, como candidato ao Senado. Mesmo considerando o fato de que Sarney Filho aparece nas pesquisas liderando as preferências, muitos caciques sarneysistas temem que na evolução da campanha a banda maior do eleitorado acabe fazendo uma opção, por considerar exagero ter Sarney em dose dupla na disputa majoritária. É verdade que essa não é uma discussão que já agite as entranhas do Grupo Sarney, mas também não é exagero afirmar que ela está na pauta. Nas contas de alguns, um Sarney se dará bem na corrida majoritária, enquanto o outro será atropelado.
Sem os instrumentos de poder que sempre movimentou, dando asas e carta branca a operadores políticos e eleitorais do naipe do ex-deputado Ricardo Murad, a ex-governadora enfrentará enormes dificuldades para mover as forças do seu grupo, que sempre contaram com ajuda generosa para bancar suas campanhas. A Operação Lava Jato e outras ações que fecharam os dutos de irrigação de campanhas eleitorais no País criaram um ambiente de extrema dificuldade para os grandes grupos políticos estaduais do PMDB, entre eles o Grupo Sarney. Isso não significa dizer que essa não será uma dificuldade insuperável, mas não há com não registrá-la como um obstáculo de difícil remoção.
Roseana Sarney terá de administrar ainda questões incômodas como a definição do candidato à segunda vaga de senador que, tudo está indicando, será do senador Edison Lobão (PMDB). Mas aí vem a indagação: como ficará o senador João Alberto, que preside o PMDB n estado? Há sinais de que, se vier a ser candidata, Roseana poderá convocar João Alberto para ser candidato a vice-governador, projeto com o qual o ex-governador simpatiza. Ainda assim, será uma costura delicada.
É verdade que, mesmo agravadas pelo furacão que atinge o PMDB e até mesmo o ex-presidente José Sarney, o principal incentivador, articulador e avalista desse projeto, nenhuma dessas situações é fator impeditivo à sua candidatura. Mas é igualmente verdadeiro que, ao assumir a candidatura, caso assim decida, a ex-governadora Roseana Sarney terá de dar solução eficiente para essas questões e, ao mesmo tempo, se preparar para enfrentar um bombardeio intenso e impiedoso. Como, aliás, costuma fazer com seus adversários.
PONTO & CONTRAPONTO
Legislativo terá divulgação turbinada com Rádio Online, jornal e livros
Você já ouviu a Rádio Assembleia Online? Não?! Então ouça. O faça nos intervalos em que assistir à TV Assembleia, e daqui a algum tempo puder ter nas mãos um jornal mensal com informações ampliadas sobre as ações do Poder, e aprofundar essas informações “devorando” os livros sobre a trajetória, o perfil e as ações da Assembleia Legislativa. Essencial à formação crítica da cidadania, essa teia de canais é o resultado de um arrojado projeto ampliação e expansão do sistema de informação da Assembleia Legislativa, elaborado e posto em prática pela Diretoria de Comunicação, comandada por Carlos Alberto Ferreira e com o aval entusiasmado do presidente Humberto Coutinho (PDT).
A Rádio Assembleia Online é a grande vedete do pacote de novidades destinadas a enriquecer e expandir o sistema de comunicação da Assembleia Legislativa, que tem como carro-chefe a TV Assembleia e uma “máquina” de produção e disseminação de notícias pela web sobre o dia-a-dia do Parlamento estadual. E é fruto de uma inteligente engenharia que potencializa a Rádio Assembleia 96.9 FM, que até domingo passado existia por apenas duas horas diárias dentro da programação da Rádio Senado FM. Agora, a emissora online, que será a voz do Poder Legislativo maranhense, estará no ar 24 horas por dia, levará aos seus ouvintes uma rica programação de informações – noticiário e entrevistas – e muita música, valorizando sobretudo a MPB, com ênfase na música maranhense.
Outra novidade saudável é o Núcleo de Jornalismo Impresso, que produzirá um jornal mensal e uma revista trimestral. Além disso, editará, até o final deste ano, três livros com informações sobre os mais diferentes aspectos do Poder Legislativo. Atualmente, o único impresso do Poder Legislativo é o Diário da Assembleia, de conteúdo exclusivamente institucional. O Núcleo de Jornalismo Impresso rompe essa limitação a abre caminho para um registro bem mais denso e rico das atividades do Poder Legislativo.
De acordo com o está programado pela Diretoria de Comunicação primeiro jornal deve ser lançado no fim de setembro, com matérias especiais, resumo das últimas ações do Legislativo e atuação dos parlamentares. Junto com o jornal também será lançado o primeiro livro, que trará um perfil dos atuais deputados estaduais. Esse trabalho terá a coordenação da jornalista Jaqueline Heluy
“A Rádio Online possibilita uma maior abrangência na comunicação, além de ser uma ferramenta importante na publicidade das ações do parlamento estadual e na participação do cidadão, assim a interação entre o ouvinte e o Legislativo se tornará ainda mais rápida e direta”, enfatizou o diretor Carlos Alberto Ferreira, que entregou a coordenação geral desses novos instrumentos à competente jornalista Jaqueline Heluy.
Ontem, o deputado César Pires (DEM), que participou efetivamente da criação do Núcleo de Comunicação, ocupou a tribuna para saudar as novidades implantadas pela Diretoria de Comunicação. Ele parabenizou o presidente Humberto Coutinho e destacou que as novidades darão mais abrangência e eco às ações do Poder Legislativo. “É um sistema de comunicação bem liderado pelo competente Carlos Alberto, sem perder de vista outros talentos que compõem essa equipe, como Luís Pedro, Jackeline Heluy, Ellen Serra, Elda Borges e demais jornalistas e radialistas. Sou ouvinte e telespectador assíduo e tenho aprendido muito com a programação cultural que eles produzem”, destacou César Pires.
Atenção: A Rádio Assembleia Online pode ser acessada por computador, tablete ou celular, pelos sites www.radioalema.com e www.al.ma.leg.br. Nos smartphones com sistema operacional Android ou iOS, basta baixar o aplicativo da Assembleia Legislativa do Maranhão, pelo Google Play Store ou App Store. A programação também está sendo transmitida ao vivo pelo Facebook, na fanpage Rádio Assembleia Maranhão.
Brandão pode ganhar ou perder na conversa com a cúpula dos tucanos
É provável que o mundo saiba hoje o desfecho da conversa do vice-governador Carlos Brandão com a cúpula nacional do PSDB, para definir quem, afinal, ficará com o controle do partido no Maranhão. O vice-governador, que o preside o ninho dos tucanos no estado, viajou levando na bagagem uma série de argumentos de peso, entre eles o de que ele é o responsável pelo crescimento substancioso do partido nas eleições municipais, saindo das urnas em segundo lugar com 29 prefeitos e uma alentada penca de vereadores, e que, ao contrário, o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, só contribuiu para desagregar o partido, e mais: o senador Roberto Rocha nada acrescentará à agremiação em matéria de poder político e eleitoral. A conversa será decisiva, e dela Carlos Brandão sairá confirmado como chefe maior do partido no Maranhão ou deixando o ninho e procurando um novo pouso partidário, o que fará acompanhado de um grande número de prefeitos. Se vencer a parada, isolará Sebastião Madeira e deixará Roberto Rocha numa sinuca de bico. Se perder, corre o risco de perder também a vaga de vice na chapa do governador Flávio Dino.
São Luís, 20 de Setembro de 2017.
Pesquisa: posição de candidatos a senador na preferência do eleitorado obedece à lógica do prestígio de cada um
Se os números divulgados pelo instituto Escutec expressarem a realidade, os candidatos da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) às duas vagas de senador nas eleições do ano que vem – Waldir Maranhão (PTdoB) com 7% e Weverton Rocha (PDT) com 8,9% – terão de fazer uma parada e reavaliar suas estratégias. Eles estão perdendo feio para os candidatos do Grupo Sarney – Sarney Filho (PV) com 15% e Edison Lobão (PMDB) com 13% – e para o candidato independente José Reinaldo Tavares (ainda no PSB), que aparece com 10,8%. Essas informações sobre as preferências do eleitorado em relação aos nomes postos até agora para disputar as duas vagas de senador. Ainda que com alguns “porens”, os percentuais do Escutec parecem expressar a lógica, à medida que cada candidato encontra-se inserido no patamar que lhe cabe, não havendo nos percentuais, aparentemente, qualquer incoerência.
O fato de o deputado federal Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente aparecer na liderança com 15% das preferências dos 2020 eleitores entrevistados pelo instituto eleitorado é perfeitamente explicado com uma avaliação, ainda que superficial, da sua trajetória. Cria de ponta do sarneysismo, inicialmente apontado como o herdeiro político de José Sarney (PMDB), Sarney Filho não fugiu à regra nem às suas origens, mas construiu uma carreira parlamentar própria e não inteiramente identificada com a linha de ação dos parlamentares do Grupo Sarney, aí incluída a própria Roseana Sarney. Ao longo de nove mandatos federais, teve leis aprovadas, presidiu as mais importantes comissões técnicas da Câmara federal – a de Orçamento e Controle, por exemplo -, fundou a Frente Parlamentar Ambientalista, votou a favor das diretas já e foi ministro do Meio Ambiente duas vezes, e nesse período não há notícias de que tenha se envolvido em falcatruas. Está, portanto, credenciado para disputar a vaga.
A lógica que embala Sarney Filho se aplica também ao senador Edison Lobão, segundo colocado na preferência do eleitorado, mesmo sendo acusado de envolvimento com o esquema que saqueou a Petrobras e o projeto Angra III e de ter, por isso, sofrido um verdadeiro massacre da grande mídia. Lobão é um político com lastro sólido e amplo, que alcança as mais diversas regiões do estado, construído nos seus mandatos de deputado federal, senador e Governador do Estado vem avaliado. Lobão presidiu o Senado, foi ministro de Minas e Energia, e hoje, mesmo som intenso bombardeio, preside nada menos que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com a eficiência correspondente à imagem de ser uma das vozes mais influentes no PMDB, no Senado e no Congresso Nacional, acrescentando-se a isso a condição de amigo e interlocutor habitual do presidente Michel Temer (PMDB).
Terceiro melhor colocado na preferência do eleitorado, segundo o Escutec, o deputado federal José Reinaldo Tavares, tanto quanto os dois primeiros, tem cacife de sobra para pleitear uma das cadeiras senatorias. Um dos homens públicos maranhense de carreira mais rica – foi várias vezes secretario de Estado, administrou Brasília, comandou a Sudene, foi ministro dos Transportes e governou o Estado por cinco anos. Mais do que a carreira, entrou para a História política do Maranhão como o grande articulador e fiador da grande virada política que levou Jackson Lago ao Palácio dos Leões, interrompendo um ciclo de três décadas de domínio político e administrativo do Grupo Sarney. Sua posição na preferência do eleitorado é perfeitamente justificada.
A quarta posição do deputado federal Waldir Maranhão (PTdoB) não é de todo um evento inexplicável. Antes de se tornar um político malvisto, Waldir Maranhão, que é veterinário e professor universitário com sólida formação acadêmica, foi reitor da UEMA, secretário de Ciência e Tecnologia. É deputado federal no terceiro mandato, tendo presidido as Comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, sendo também apontado como um dos especialistas da Câmara Baixa na área de educação, tanto que ganhou espaço no PP, tornando-se seu chefe supremo no Maranhão. Caiu em desgraça pelas derrapagens que cometeu quando se tornou 1º vice-presidente da Casa, mas, no contrapeso, caiu nas graças do ex-presidente Lula, que avaliza sua candidatura ao Senado com sinal verde do Palácio dos Leões.
O dado mais surpreendente da pesquisa Escutec é a quinta posição do deputado federal Weverton Rocha na preferência do eleitorado. Um dos políticos mais ativos e ousados da nova geração, Weverton foi líder estudantil, caiu nas graças do ex-governador Jackson Lago (PDT), que lhe deu não só cargo no seu governo – foi secretário de Esportes e Juventude -, mas muito prestígio político. Na mesma pisada ele encantou o comando nacional do PDT, tornando-se uma dos quadros mais ativos do partido em todo o País, desbancando brizolistas da velha geração. Como parlamentar, sua atuação na Câmara Federal surpreendeu aos próprios pedetistas, que passaram a respeitá-lo como uma liderança importante do partido, tanto que assumiu a liderança da bancada e vem tomando posições cada vez mais arrojadas em nome do PDT. Há quem veja sua candidatura a senador como precipitada agora, mas Weverton Rocha tem um projeto político ousado e focado no Palácio dos Leões já na próxima década. O que lhe falta em lastro lhe sobra em ousadia, o que é decisivo em política e isso justifica o projeto senatorial agora.
Em resumo: os cinco relacionados são qualificados e têm cacife para chegar lá. Mas vale anotar que, dada a proximidades entre os candidatos e o fato de que 42,7% dos eleitores entrevistados responderam que não têm candidato, esse cenário é absolutamente descartável. Muita água rolará ainda nos próximos 380 dias.
Em Tempo: Nada justifica a não inclusão da deputada federal Eliziane Gama (PPS). Se incluída, ele certamente estaria disputando os primeiros lugares da fila. O Escutec derrapou feio com essa imperdoável omissão.
PONTO & CONTRAPONTO
Max Barros enriquece o papel da Oposição na Assembleia elevando debate sobre Medidas Provisórias
O plenário da Assembleia Legislativa tem sido palco, nos últimos dias, de um debate elevado e interessante entre Oposição e Situação sobre a edição de Medidas Provisórias pelo governador Flávio Dino (PCdoB). A maioria governista se movimenta para aprovar os projetos de conversão de MPs em leis estaduais, enquanto a Oposição, que nem sempre é contra o conteúdo das MPs, atua para retardar sua aprovação por meio de uma série de artifícios regimentais – obstrução, verificação de quórum, acréscimo de conteúdo ou retirada dessa ou daquela regra de um ou outro projeto de conversão. Nesse contexto, o deputado Max Barros (PRP), que integra e lidera o Bloco Parlamentar Independente (BPI), tem se destacado como uma voz de peso na sustentação das teses oposicionistas, mas sem o ranço de tentar criar embaraços incontornáveis ao Governo. Com a experiência de quem já esteve nos dois lados – foi gerente metropolitano e secretário de Infraestrutura dos governos Roseana Sarney durante anos -, o deputado Max Barros faz uma oposição politicamente ao mesmo tempo dura e correta e tecnicamente elevada, a ponto de em certos momentos de acirramento dos ânimos ser o um dos poucos oposicionista a manter canal aberto para dialogar com as lideranças governistas. Sobre o debate em curso, Max Barros advoga a tese segundo a qual, já que Medida Provisória ganha força de lei no momento em que é assinada pelo chefe do Poder Executivo, não há porque aprová-las em regime de urgência. Para ele, seria mais coerente e produtivo que a Assembleia Legislativa tivesse mais tempo para discuti-las, inclusive fazendo consultar à sociedade em casos específicos. Lembrando que o governador Flávio Dino foi um crítico severo do uso de MPs, o líder do BPI argumenta que essa série de leis editadas por meio de MPs – entre elas a que define uma polpitica de isenção fiscal para a implantação de uma refinaria de petróleo no Maranhão – seria mais saudável se nascesse a partir de projetos de lei propostos pelo Poder Executivo. Os líderes governistas contra argumentam afirmando que a MP é um instrumento constitucionalmente legítimo e que nada impede que os projetos de conversão de MP em lei estadual sejam discutidos. Max Barros admite a legalidade, mas discorda e recomenda, com elegância oposicionista possível, que o governador interrompa ouso de MPs e contribua para o desenvolvimento do processo legislativo propondo projetos de lei.
Roberto Costa leva prestígio do Legislativo à posse de novo membro da Justiça Eleitoral
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA) ganhou novo membro efetivo, o juiz Itaércio Paulino da Silva, que foi empossado ontem em sessão solene comandada pelo presidente da Corte, desembargador Raimundo Barros, na presença da corregedora geral da Justiça, desembargadora Anildes Cruz, e do deputado estadual Roberto Costa (PMDB), que representou o Poder Legislativo por designação do presidente Humberto Coutinho (PDT).
A saudação ao juiz Itaércio Paulino da Silva foi feita pelo presidente Raimundo Barros: “É um grande prazer dirigir a palavra a Itaércio que, nesta data, ocupa definitivamente assento nesta egrégia Corte Eleitoral. Ele sempre demonstrou muita maturidade, não somente pelo seu intelecto, mas, sobretudo, pela sua experiência profissional e equilíbrio em suas decisões. A sua aparência serena, discreta, tranquila, anuncia a inteligência desse homem que já abrilhanta a magistratura maranhense com seu conhecimento jurídico, sua notória reputação e sua grande experiência no ramo do Direito”.
Itaércio Paulino da Silva agradeceu aos pais que se esforçaram para que pudesse estudar, ensinando-lhe desde a infância o caminho do bem, formando assim seu caráter com respeito e dignidade. Também agradeceu o apoio da esposa e dos filhos que sempre estiveram presentes, torcendo pelo êxito na vida e na carreira profissional. “Tomo posse como membro efetivo na qualidade de juiz com humildade diante da grandeza da missão que me incumbirá nos próximos dois anos”, salientou o juiz Itaércio Paulino da Silva, que durante a cerimônia foi agraciado com a Medalha do Mérito Eleitoral Ministro Arthur Quadros Collares Moreira, a maior honraria da Justiça Eleitoral no Maranhão.
O deputado Roberto Costa destacou a importância da solenidade, realizada no Plenário do TRE, frisando o valor da Justiça Eleitoral como uma das instituições mais importantes do País. “O Dr. Itaércio Paulino da Silva toma posse nesta Corte Eleitoral depois de indicado por seus pares em razão de sua experiência, dedicação, trabalho dedicado e, sobretudo, de sua competência como homem que consagrou sua vida ao Direito, à Justiça e à cidadania de todos nós”, declarou Roberto Costa.
São Luís, 19 de Setembro de 2017.