Arquivos mensais: setembro 2016

Desempenho dos candidatos no debate da TV Mirante tornou imprevisível o desfecho da corrida pela Prefeitura de São Luís

 

debate-mirante-1
Eduardo Braide, Fábio Câmara, Wellington do Curso, Edivaldo Jr. e Eliziane Gama fizeram um debate de bom nível  e sem afetação nem agressões na TV Mirante

 

Se havia dúvidas sobre se o desfecho da disputa pela Prefeitura de São Luís será decidido em um ou em dois turnos, o debate de ontem, na TV Mirante, certamente contribuiu para tornar imprevisível o resultado dessa eleição. É que durante a campanha nenhum outro evento revelou tanto os candidatos como o embate de ontem. Nas suas mais de duas horas, o jogo de perguntas e respostas foi intenso, mostrando com clareza, quem é quem entre os candidatos a prefeito, e nessa mostra definiu com nitidez quem está mais preparado para ser o adversário do prefeito Edivaldo Jr. (PDT) numa eventual segunda volta. Eduardo Braide (PMN) – que mais uma vez surpreendeu -, Eliziane Gama (PPS), Wellington do Curso (PP) e Fábio Câmara (PMDB) não conseguiram colocar o prefeito contra a parede, embora tenham ido ao limite do possível e conseguiram fazer o mais produtivo debate das últimas disputas pela cadeira de gestor da Capital do Maranhão. No geral, houve, é claro, os que se saíram melhor, mas vale dizer que ninguém foi tão ruim a ponto de ser definido como o pior.

O prefeito Edivaldo Jr. participou do debate com a incômoda expectativa de que seria alvo de todas as pancadas. Não foi. O formato inteligente do confronto não deu margem para ele fosse alvejado em série. Inicialmente tenso, tendo relaxado em seguida, o prefeito respondeu corretamente a todas as perguntas que lhe fizeram, inclusive a sobre a promessa não cumprida de construção de 20 creches, que respondeu com uma explicação convincente: do convênio que fez com o Governo Federal, só recebeu recursos parra seis, sendo que quatro estão em fase de conclusão e devem ser entregues em até dezembro, e duas estão em fase inicial. Enfim, não deixou nenhuma pergunta sem resposta nem deu corda para as provocações, o que lhe garantiu sair do debate do leito que entrou: inteiro, mesmo que não tenha adicionado pontos ao seu projeto de reeleição.

Numa avaliação isenta, o debate foi vencido por Eduardo Braide, que confirmou e ampliou a boa impressão que causara no encontro da TV Guará, e que poderia estar em posição bem mais confortável se o debate da TV Difusora tivesse sido realizado com a sua participação. Braide foi duro, fez perguntas inteligentes, ironizou as respostas dos demais candidatos, fez duras críticas a alguns e criou todas as condições para mostrar o seu desempenho como deputado estadual, principalmente nas ações relacionadas com a saúde. Braide incomodou a Edivaldo Jr., tirou Wellington do Curso do eixo várias vezes, provocou Eliziane Gama e estocou seriamente Fábio Câmara.  Criou situações nas quais o candidato do PP gaguejou e não ofereceu respostas satisfatórias. Demonstrou conhecimento sobre tudo o que falava e foi, de longe, o candidato mais propositivo do debate. Pode ter atraído muitos eleitores indecisos

Pela desenvoltura com que iniciou sua participação, Wellington do Curso se preparou para ser a estrela do debate, mas o seu desempenho foi muito aquém do esperado. Ele se comportou com equilíbrio, mas o seu discurso não revelou consistência, foi apanhado em contradições estava preocupado em se defender e fortalecer sua posição. As promessas que fez foram tão óbvias que, se pudessem, todos os prefeitos anteriores, a começar por Edivaldo Jr., as teriam realizado. Em nenhum momento Wellington do Curso disse o que fazer, como fazer e de onde sairão os recursos para fazer. Todos os seus momentos de alta no embate foi atacando a atual gestão. Passou a impressão de que, se eleito, fará um governo com a conta abarrotada de dinheiro, o que é um engano uma situação a ser explicada.

Eliziane Gama mostrou-se preparada, exibiu conhecimento de causa sobre tudo o que falou, fez proposições, criticou serenamente problemas de São Luís, disparou algumas alfinetadas contra o prefeito, mas não entrou no debate para valar. Ela foi incisiva nas perguntas e, principalmente nas respostas, confirmando ser uma candidata que se preparou para disputar a Prefeitura de São Luís. Não cometeu erros, e se manteve com a dignidade de sempre. Um aspecto do desempenho de Eliziane Gama chamou a atenção: por maior que tenham sido seus esforços para se apresentar como a solução para todos os males que afetam São Luís, a candidata do PPS não se mostrou confiante de quem tem todas as condições de virar o jogo e se eleger prefeita de São Luís.

Outro bom desempenho foi o do candidato do PMDB, Fábio Câmara. No jogo de pergunta e resposta, ele não chegou a roubar a cenas, mas atuou com desenvoltura, fazendo perguntas inteligentes e se aproveitando das falhas dos demais candidatos para ironizar. O pemedebista exibiu bons conhecimentos na área de saúde, principalmente no que diz respeito à complexa logística hospitalar e sobre as necessidades da população de São Luís. Com suas intervenções e suas respostas, o candidato pemedebista saiu do debate maior do que entrou.

Foi, enfim, o grande debate da campanha, e serviu para que o eleitorado fundamente as suas escolhas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ataques a ônibus não inviabilizou o debate
onibus-incendiado
`Ônibus destruído pelo fogo ateado por bandidos por ordem dos chefões do tráfico

 

O debate entre os candidatos a prefeito de São Luís na TM Mirante aconteceu em meio a mais uma onda de violências na Capital, onde três coletivos foram incendiados por ordem dos chefões do trafico e do crime organizado que estão presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ninguém duvidou de que a onda foi uma resposta dos bandidos à firmeza com que o governador Flávio Dino vem organizando o Sistema Policial e investindo na estrutura e no quadro de pessoal das Polícias Civil e Militar. No caso, Dino foi duro na tentativa de rebelião em Pedrinhas e tem sido determinado no combate á criminalidade. Ontem, ao contrário de tentar criar uma situação mais amena, a Polícia agiu rápido e conseguiu prender um grupo de suspeitos, colocando o efetivo disponível nas ruas.

Dino foi às ruas
dino-nas-ruas
Na noite de terça-feira, Flávio Dino foi às ruas inspecionar  as ações da Policia

É verdade que aconteceu às vésperas do desfecho de uma guerra eleitoral, o que induziu adversários a criticá-la como eleitoreira, mas a iniciativa do governador Flávio Dino (PCdoB) de percorrer pontos tensos de São Luís, na noite de quarta-feira, para ver de perto a ação policial no  combate ao crime, foi uma das mais saudáveis por ele protagonizadas nos últimos tempos. A começar pelo fato de que, sob o impacto dos incêndios a ônibus na tarde/noite de segunda-feira e da ação firme do Governo na repressão à rebelião iniciada no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o chefe do Poder Executivo saiu às ruas, se expôs e correu riscos.

O governador do Estado poderia ter designado um auxiliar seu – o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, por exemplo – mas preferiu tirar ele próprio a prova dos nove, não apenas fazendo contato direto com policiais e motoristas de ônibus, mas também com a própria população. Nos diálogos, perguntou sobre as dificuldades, os problemas, as tensões que todos sofrem, como também explicou as decisões do Governo nessa área crítica, mostrando que o Sistema Estadual de Segurança Pública está operando no limite das suas condições no combate ao crime.

Não é usual, principalmente em tempos atuais, um governador de Estado sair às ruas, à noite, em momentos tensos, para estimular os órgãos de segurança a atuar com mais eficiência. E chama atenção o fato de que não foi um movimento orquestrado, com roteiro previamente definido e precedido de fanfarra. Tudo indica que governador Flávio Dino tomou a decisão num estalo e seguiu em frente, o que torna a iniciativa mais autêntica, à medida que tudo o que aconteceu durante a circulada foi verdadeiro e decente, nada parecido com rompantes populistas e, no caso, com viés eleitoreiro.

A conclusão óbvia é que, independente da propaganda oficial – que é lícita desde que os fatos mostrados sejam verdadeiros -, o atual Governo do Maranhão está investindo tudo o que pode na melhoria do Sistema de Segurança Pública. E com a consciência de que precisa fazer muito mais, se possível for.

 

São Luís, 30 de Setembro de 2016

Sob o impacto de pesquisas , que mostram cenários diferentes, debate da TV Mirante será decisivo para Wellington e Eliziane

 

debate-mirante
Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane gama, Eduardo Braide e Fábio Câmara se enfrentarão hoje no debate organizado pela TV Mirante

O indicativo feito pela pesquisa do Ibope – divulgada ontem pela TV Mirante – de que a eleição para a Prefeitura de São Luís será decidida em dois turnos acrescentou o componente que faltava para que o debate de hoje na emissora seja, de fato, decisivo para o desfecho do processo eleitoral na Capital. Além do “efeito Ibope”, o debate contará com os cinco candidatos que podem, de fato, fazer a diferença: Edivaldo Jr. (PDT) com 38%, Wellington do Curso (PP) com 28%, Eliziane Gama (PPS) com 8%, Eduardo Braide (PMN) com 5% e Fábio Câmara (PMDB) com 4%. Será, portanto, o grande momento da campanha que, vale registrar, não tem sido marcada por grandes lances, tendo como fatores de animação a impressionante desidratação da candidata do PPS e o surpreendente ganho muscular do representante do PP, e agora, na reta final, a movimentação diferenciada do candidato do PNM, que entre outras proezas foi o responsável direto pelo cancelamento do debate da TV Difusora, que seria realizado no dia 27.

Líder incontestável da corrida e vislumbrando a possibilidade de liquidar a fatura em um só turno, o prefeito Edivaldo Jr. tem perfeita consciência de que será o alvo principal no debate. Deve saber com muita clareza que tem de estar preparado para responder a perguntas perigosas, escorregadias e embaraçosas, que mal respondidas poderão causar estragos graves na vantagem que ele desfruta até aqui na preferência do eleitorado, segundo apontam as pesquisas. Seus conselheiros provavelmente devem estar orientando-o para não se deixar envolver pelas esperadas provocações de Wellington do Curso, que, pelo que tem demonstrado na campanha na TV, vai provocá-lo. Até agora, o prefeito demonstrou serenidade, não reagindo à pancadaria desferida pelos candidatos, limitando-se mandar recados como o mais recente, segundo o qual gosta é de trabalhar e não de brigar. Deve se valer da regra de que o importante não é o ataque que sofrerá, mas a resposta que dará a cada um deles.

Wellington do Curso e Eliziane Gama têm a última chance de virar o jogo e se credenciar para ser o oponente do prefeito numa eventual segunda volta. Ele em confortável segundo lugar, ela numa incômoda terceira colocação. Ele é muito afoito, às vezes se comportando como um debutante deslumbrado; ela procurando a todo custo manter a serenidade de parlamentar bem posicionada, e evitar traços de abatimento imposto pelo cruel processo de desidratação de quem já liderou a corrida a léguas do segundo colocado. Wellington do Curso provavelmente irá para o debate apostando na estratégia de chamar o prefeito para o confronto direto, correndo o risco de abrir alguns flancos e ser duramente bombardeado. E se ainda não foi, deve ser lembrado de que debate é uma guerra de inteligência, sem muito espaço para a esperteza pura e simples, e na qual um passo em falso pode ser fatal. Na situação mais delicada no grupo, Eliziane Gama terá de decidir em quem vai atirar primeiro, se no prefeito ou no candidato do PP, e para isso precisará de uma estratégia bem urdida como alguém que estará no lugar certo na hora certa e com a munição certa. Os dois não devem esquecer que o “alvo maior” também terá direito de perguntar e de atacar.

Cada um a seu modo, Eduardo Braide e Fábio Câmara farão as vezes de franco-atiradores, que têm muito a ganhar se atuarem com argúcia. Isso não os autoriza a atirar em tudo e em todos e até a esmo, pois o pouco que têm a perder poderá ser perdido se derem tiros nos próprios pés. Isso porque, segundo o Ibope, têm chances concretas de ultrapassar a Eliziane Gama e chegar na terceira colocação, o que para qualquer dos dois será um feito que lhes abrirá portas nas eleições de 2018, por exemplo. Dos dois, Eduardo Braide é o que gerou mais expectativas pelo nível de preparo que apresentou no debate da TV Guará, e por isso entrará no debate tendo sobre os ombros o peso de fazer a diferença – obrigação que não tem Fábio Câmara, por exemplo.

Nenhum deles deve esquecer que poderão transformar o prefeito Edivaldo Jr. num guerreiro acuado, obrigando-o a mostrar que também levará uma faca entre os dentes.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas mostram resultados diferentes em São Luís

Duas pesquisas divulgadas ontem animaram os bastidores da campanha em São Luís, principalmente pela diferença gritante dos seus percentuais. Uma foi a do Ibope, contratada pela TV Mirante e que prevê dois turnos.  A outra foi a do Data M, contratada pela TV Difusora, que prevê a reeleição do prefeito Edivaldo Jr. em um só turno.

IBOPE – De acordo com o Ibope, Edivaldo Jr. tem 38% das intenções de votos, contra 28% de Wellington do Curso. Eliziane Gama aparece com 8% das intenções de votos. O Ibope também apurou que a presença do candidato do PMN, Eduardo Braide, no debate da TV Mirante, marcado para a noite desta quinta-feira, 28. Ele atingiu 5% das intenções de votos, o mínimo exigido para participar do programa. Os demais candidatos registraram os seguintes índices: Fábio Câmara (PMDB): 4%, Rose Sales (PMB): 3%, Cláudia Durans (PSTU): 2%, Valdeny Barros (PSOL): 1%, Zeluis Lago (PPL) não pontuou. O número de eleitores que declaram votar nulo ou branco alcançou 5%. Outros 6% declaram indecisos. Na hipótese de um segundo turno entre Edivaldo Jr. e Wellington do Curso, o prefeito venceria com 45% do voto contra 40% de Wellington do Curso. E se a segunda volta fosse entre o prefeito e a candidata do PPS, Edivaldo Jr. teria 49% contra 23% de Eliziane.

Em tempo: a pesquisa Ibope ouviu 805 eleitores em São Luís, entre os dias 24 e 28, com margem de erro de três pontos percentuais. O registro na Justiça Eleitoral recebeu o número MA-05305/2016.

DATA M – No seu levantamento, o Data M apurou que Edivaldo Jr. tem 48,0% das intenções de voto, seguido de Wellington do Curso com 21,3%, Eliziane Gama (PPS) com 6,2%, Eduardo Braide (PMN) com 3,5%, Fábio Câmara (PMDB) com 1,9%, Rose Sales (PMB) com 1,1%, Cláudia Durans (PSTU) com 0,8%, Valdeny Barros (PSOL) com 0,1% e Zé Luis Lago (PPL), que não pontuou. 9,7% disseram que não votariam em nenhum dos candidatos e 7,4% estão indecisos. Considerando somente os votos válidos — sem os brancos e nulos, que é o formato utilizado pela Justiça Eleitoral para contabilizar os resultados —, Edivaldo Jr. lidera com 57,9% das intenções de voto. O percentual seria suficiente para o pedetista ser reeleito ainda no primeiro turno. Neste cenário, Wellington se mantém na segunda posição, com 25,7% das intenções de voto, seguido de Eliziane com 7,5%, Eduardo Braide com 4,2%, Fábio Câmara com 2,3%, Rose Sales com 1,3%, Cláudia Durans com 1,0%, Valdeny Barros com 0,1% e Zé Luis Lago não pontuou.

Em tempo: a pesquisa foi encomendada pela TV Difusora e Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Maranhão/ Sinduscon, e registrada na Justiça Eleitoral, no dia 23 de setembro, sob o protocolo MA­06630/2016. Foram ouvidos mil eleitores, entre os dias 25 e 27 de setembro, para uma margem de erro da pesquisa de três pontos percentuais, para mais, ou para menos, e 95% de confiabilidade.

 

São Luís, 28 de Setembro de 2016.

Cancelamento do debate na TV Difusora só fez mal ao eleitor, porque os candidatos, no fundo, ficaram até aliviados

 

difu-3
Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama e Fábio Câmara perderam o debate

 

braide-6
Eduardo Braide causou a decisão  do cancelamento éla TV Difusora

O que poderia ter sido um dos momentos mais importantes e decisivos da corrida à Prefeitura de São Luís, o debate agendado para ontem, às 22 horas, na TV Difusora, foi transformado no mais polêmico e controverso episódio da disputa pelo voto e, por causa disso, foi cancelado. A não realização do que poderia ter sido um animado confronto entre Edivaldo Jr. (PDT), Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS) e Fábio Câmara (PMDB) se deveu a uma ação por meio da qual o candidato Eduardo Braide (PMN) obteve na Justiça o direito de participar do debate, para o qual não fora convidado.

A decisão judicial provocou um grande burburinho entre os bastidores da campanha, deu margem a uma série de interpretações, causou irritação aparente nos candidatos e acabou cancelado pela emissora, que recorreu da decisão favorável à Braide, mas a manifestação da Justiça não saiu a tempo. O fato produziu uma série de desdobramentos políticos, entre eles a suspeita de que tudo não teria passado de um estratagema audacioso para “poupar” o prefeito Edivaldo Jr., como também o de que o candidato do PMN teria agido articulado com o PDT com o mesmo objetivo. Além dessas, várias outras versões “viajantes” circularam, tendo sido todas, de um lado confirmadas como verdades absolutas pelos adversários do prefeito Edivaldo Jr., e negadas com veemência pelos seus aliados e porta-vozes e pelo deputado Eduardo Braide. A verdade certamente não virá à tona agora.

No balanço de perdas e ganhos, o cancelamento do debate da TV Difusora foi um imbróglio típico das campanhas eleitorais, que sempre produz resultado desfavorável ao eleitor. Sim, porque, preto no branco, todos os candidatos saíram ganhando de alguma maneira. O prefeito Edivaldo Jr., que seria o alvo contra o qual todos descarregariam suas munições com o objetivo de abatê-lo ou, pelo menos, tirá-lo do eixo. O prefeito livrou-se assim das ousadas e insistentes investidas de Wellington do Curso, de um tiroteio mais centrado de Eliziane Gama e de cortantes intervenções de Fábio Câmara. Wellington do Curso, por sua vez, livrou-se de respostas demolidoras e de indagações ferinas de Edivaldo Jr., como também escapou de ser bombardeado por Eliziane Gama e Fábio Câmara. Eliziane Gama idem e Fábio Câmara idem. Se realizado, o debate teria produzido vitoriosos e derrotados, quem sabe até heróis e vilões.

Por razões óbvias, ninguém duvida de que seria um debate muito proveitoso para o eleitor, principalmente para os indecisos e para aqueles que rejeitam a todos os candidatos. Como também ninguém duvida de que de alguma maneira todos eles ficaram aliviados com o cancelamento. E numa especulação plausível, não é demais supor que, a julgar pelo que aconteceu na TV Guará, a participação de Eduardo Braide poderia ter produzido um enfrentamento espetacular, capaz até de alterar posições. Não apenas pelas suas intervenções, mas porque os demais candidatos também seriam estimulados a defender e melhorar suas posições com unhas e dentes.

A velocidade com que essa campanha está evoluindo e a iminência do seu desfecho fazem com que já nesta quarta-feira, por mais controvérsias que tenha produzido, o debate que não houve na TV Difusora e seus desdobramentos sejam coisa do passado. A necessidade de atrair votos é imperativa, e por isso chororô e nhenhenhém não resolverão questões que envolvem perdas e ganhos. Para os candidatos, não há outro caminho que não seja intensificar suas ações para encantar o eleitorado e, nessa linha, se preparar para o debate de amanhã na TV Mirante, onde o profissionalismo global não costuma abrir brecha para que aconteça imbróglio como o de ontem numa emissora do peso da TV Difusora.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Paço do Lumiar vai ter guerra e não disputa pelo voto
paco-2
Gilberto Aroso é candidato e deixa Domingos Dutra em situação complicada

O alerta vermelho foi disparado em Paço do Lumiar, com ecos fortes no Palácio dos Leões. Por decisão quase unânime, o TRE decidiu ontem deferir a candidatura do ex-prefeito Gilberto Aroso (PPL). Era tudo o que o candidato do PCdoB, Domingos Dutra, não esperava que acontecesse. Nos levantamentos mais recentes, Aroso apareceu na frente, mesmo estando com sua candidatura na guilhotina da Justiça Eleitoral. A confirmação da participação dele na corrida eleitoral lumiense rouba de Dutra a certeza de uma vitória tranquila. Agora, a tranquilidade foi para o espaço e Paço do Lumiar não pode, pelo menos até aqui, integrar a relação das vitórias dadas como certas pelo Palácio dos Leões. Domingos Dutra tem, de fato, condições de vencer a eleição, mas Gilberto Aroso é um candidato enraizado e reúne todas as condições de sair vitorioso das urnas. Com os dois candidatos de pé, pressionados pelo prefeito Josemar Sobreiro (PSDB), que aparece em terceiro, a eleição do futuro prefeito de Paço do Lumiar será o desfecho de uma disputa como poucas vezes o sétimo maior município do Maranhão viveu.

Luis Fernando entra para a História como fenômeno
luisfernando-10
Luis Fernando Silva: sem adversários, mas mantendo os compromissos de campanha

Luis Fernando Silva (PSDB) caminha célere para entrar para a história política como um dos maiores fenômenos eleitorais do Maranhão. Ele será eleito pela segunda vez como candidato único. Tal situação, inédita nos registros eleitorais até aqui, ganhou forma ontem quando a Justiça Eleitoral bateu martelo e decidiu que o também ex-prefeito Julinho Matos (PMDB) não pode ser candidato devido a sua condição de ficha-suja. Chama atenção também o fato de que Luis Fernando é candidato liderando uma coligação que reúne nada menos que 18 partidos, sendo, se não a maior, uma das maiores entre os mais de 600 candidatos a prefeito em todo o Maranhão entre eles o PCdoB, o PDT e o DEM. Mas, ao invés de deitar-se numa rede e aguardar o anúncio oficial de sua eleição, o tucano intensificou sua campanha liderando uma caminhada-gigante pelas ruas da cidade e confirmando ainda todos os compromissos agendados para os próximos dias. Para ele, o fato de estar sozinho na corrida não é motivo para desativar sua campanha, explicando que sua relação com o eleitorado não leva em conta o fato de ter ou não adversário. Talvez esteja aí o segredo da sua ligação tão forte com a população da Cidade do Padroeiro.

Maria Lucia Telles: partiu um exemplo de dignidade
marialuciatelles
Maria Lúcia Telles: uma vida de coerência

O Maranhão perdeu segunda-feira uma das suas ativistas políticas mais respeitadas dos últimos 70 anos: Maria Lúcia Telles. Poucas mulheres da sua geração foram tão dedicadas a ideais políticos voltados para a quebra das velhas estruturas e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao lado do marido, o jornalista, poeta, escritor e militante Reginaldo Telles, com quem construiu uma família numerosa e engajada, a professora Maria Lúcia foi, antes de qualquer rótulo, um ser humano da melhor estirpe, uma figura de escol, sempre atenciosa e prestativa, e via de regra exibindo o sorriso que foi sua marca. Ao lado de Reginaldo Telles, Maria Lúcia militou no antigo PTB, sofreu dura perseguição da ditadura e foi, ao lado de Jackson Lago e Neiva Moreira, uma das construtoras do projeto que deu origem ao PDT no Brasil e no Maranhão, destacando-se por sua fidelidade aos ideais políticos de Leonel Brizola. Teve participação ativa em todas as gestões de Jacson Lago na Prefeitura de São Luís e no Governo do Estado, mantendo a serenidade e a dignidade nos momentos mais difíceis na vida pessoal e nas circunstâncias políticas, incluindo a deposição do governador pedetista. Nos últimos anos, já com idade avançada e alguns problemas de saúde, vinha se dedicando mais à família, sofrendo perdas que certamente contribuíram para apressar sua partida. Partiu aos 86 anos deixando um exemplo de coerência como militante política e dignidade e decência como pessoa.

 

São Luís, 27 de Setembro de 2016.

 

 

 

 

 

Debate na TV Difusora terá Edivaldo Jr. e pode ser decisivo para Wellington do Curso, Eliziane Gama e Fábio Câmara

 

 

difu-3
Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama e Fábio Câmara: confronto decisivo hoje, na TV Difusora, em debate que pode alterar posições na reta final da corrida

Cinco situações podem resultar do debate de hoje entre Edivaldo Jr. (PDT), Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS) e Fábio Câmara (PMDB) na TV Difusora. A primeira será a consolidação da liderança do prefeito na corrida à reeleição, situação que fortalecerá a possibilidade de desfecho em turno único. A segunda é que Wellington do Curso repita o mau desempenho do debate na TV Guará e seja atropelado por Eliziane Gama com a ajuda decisiva de Edivaldo Jr. e Fábio Câmara. A terceira é que Fábio Câmara surpreenda e ganhe alguns postos de indecisos e reverta alguns votos de quem pretende votar nulo e force a realização de um segundo turno. A quarta, que é muito remota, seria um desempenho muito ruim do prefeito que lhe tirasse votos consolidados. Mesmo assim, qualquer que seja o desfecho do embate de hoje, esse será o último passo para o confronto final, no dia 29, na TV Mirante.

O diferencial do encontro de hoje é, claro, a presença do prefeito Edivaldo Jr., o candidato a ser batido, e, numa escala bem menor, a ausência do candidato do PMN, Eduardo Braide, que surpreendeu com as suas intervenções e poderia animar o embate de hoje – ficará de fora, mas observando e se preparando para o de quinta-feira (29), na TV Mirante.

Edivaldo Jr. sabe que será o alvo preferencial de todos os candidatos, mas a essa altura já conhece o poder de fogo de todos, e certamente tem a maneira de enfrentar cada um deles. Com a experiência de quem bateu o experiente João Castelo em 2012 e está há três anos e nove meses no comando da cidade, sabe também que o debate poderá ser marcado por uma medição de força entre Wellington do Curso e Eliziane Gama, cada um com dois objetivos: forçar num segundo turno e se credenciar para ser o seu adversário na segunda volta. Nesse contexto, sem perder a atenção em relação a Fábio Câmara, que não perderá oportunidade para atiçar os ânimos entre os dois nem de disparar chumbo grosso na sua direção, Edivaldo Jr. pode ser beneficiado num embate com o pemedebista e deixar isolados os dois outros contendores.

Nos seus últimos registros no horário gratuito, Wellington do Curso investiu fortemente na estratégia de chamar Edivaldo Jr. para um debata “olhos nos olhos”, dizendo tratar-se coisa de “homem que é homem”. Sem dúvida, uma atitude ousada contra o prefeito, que tem hoje São Luis na cabeça e um conjunto de informações que o candidato do PSB não domina e que spo conhece genericamente, conforme ficou claro no debate da TV Guará. Naquele momento, certamente pressionado pelas denúncias que o alvejaram, Wellington do Curso pareceu fora de foco, não rendendo o que poderia render se não tivesse um fantasma de IPTU e outro de um terreno grilado do Ipem a assustá-lo. Pode ser que no debate de hoje ele tenha mais objetividade e explicite mais o que apresentar como proposta. Se não o fizer, poderá sair do estúdio da Difusora em terceiro lugar, e sem chance de recuperar a posição no debate da TV Mirante, no dia 29.

Eliziane Gama, ao contrário do candidato do PP, tem tudo para virar a mesa e sair da corrida pelo menos como segunda colocada, recuperando parte do prestígio que perdeu no espantoso processo de desidratação que sofreu durante a campanha eleitoral. Tem o suporte de dois mandatos de deputada estadual e meio de federal, com desempenho reconhecido até por adversários. Poderá assumir protagonismo no debate de hoje se conseguir atropelar a Wellington do Curso e se colocar frente a frente com o prefeito como a candidata que pode travar com ele um debate de nível elevado, já que ambos, movidos pela ética evangélica, não gostam de xingar adversários.

Uma expectativa está no ar em tom de indagação: o que esperar do candidato do PMDB, Fábio Câmara, que no debate da TV Guará fez um bom discurso sobre saúde e atuou como provocador? Câmara tem dito  nos bastidores que aposta alto nos debates, mas não tem sido explícito quanto a isso, dando a impressão de que tem cartas na manga, mas que também pode estar blefando. Sabe que não há tempo para apresentar propostas de governo e que seu único meio de crescer é se valendo-se dos erros dos seus adversários.  A essas alturas da corrida e das possibilidades que ainda pode vislumbrar, Fábio Câmara pensa tirar o máximo de proveito, embalado pela premissa segundo a qual o que vier a conseguir será lucro.

Pode-se esperar um debate bem mais tenso e agitado do que o do dia 22.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Só dois candidatos abriram espaço para reforço aliado
edino-2
Edivaldo Jr. e Flávio Dino: parceria lembrada sem citar nomes

Os dois candidatos a prefeito de São Luís com maiores suportes político-partidários iniciaram a semana final da campanha usando nos seus programas no horário gratuito na TV os seus trunfos. O prefeito Edivaldo Jr. finalmente falou do que vai entrar para a História como a maior conquista da sua gestão: a parceria com o Governo do Estado. Provavelmente cumprindo uma estratégia de campanha, ele não citou o nome do governador Flávio Dino (PCdoB), o seu maior aliado. Mas falou com entusiasmo da parceria o Governo estadual e exibiu imagens de obras em que aparece confraternizando com o ocupante do Palácio dos Leões. Era o que faltava para dar um desfecho mais apropriado à sua bem elaborada e avassaladora campanha.

alckmin
Geraldo Alckmin: declaração de apoio firme a Eliziane Gama 

No item “reforço político”, Eliziane Gama até agora já usou três trunfos. O primeiro foi o vice-governador Carlos Brandão, presidente do PSDB estadual e fiador da aliança que sustenta sua candidatura. Na sua fala, que está no ar desde a semana passada, Brandão alfineta Wellington do Curso alertando que dirigir uma cidade como São Luís é muito mais difícil do que tocar uma empresa. Depois, a própria Eliziane Gama exalta a figura politica do ex-prefeito João Castelo, declarando-se feliz da vida por ter recebido dele apoio à sua candidatura, superando a mágoa da campanha passada, quando ela o definiu como “Caostelo”. Finalmente, a candidata do PPS exibe agora como um grande trunfo um vídeo em que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que é candidatíssimo à Presidência da República, faz declarações elogiosas à deputada federal, afirmando ser ela a melhor opção para São Luís. É provável que Eliziane ainda ponha no ar uma fala de Marina Silva, que veio a São Luís e fez com ela a travessia da Rua Grande.

Só três apresentaram e deram vez aos seus vices

Até agora, apenas três dos nove candidatos a prefeito de São Luís apresentaram seus candidatos a vice-prefeito. Eliziane Gama, que abriu espaço para o respeitado vereador José Joaquim (PSDB), que fez forte pregação em apoio à sua colega de chapa. E Fábio Câmara, que apresentou, numa lanchonete de bairro o coronel-PM ????, a quem convidou para ser vice com uma missão específica: cuidar do programa de segurança pública na sua gestão. E o terceiro foi Wellington do Curso, que cedeu espaço para o vereador Roberto Rocha Jr. (PSB).

Edivaldo Jr., Rose Sales, Eduardo Braide, Zéluiz Lago, Cláudia Durans e Valdeny Barros não apresentaram formalmente seus companheiros de chapa.

 

São Luís, 26 de Setembro de 2016.

Na reta final, Dino se movimenta para reforçar os candidatos aliados, principalmente nos maiores municípios

 

dino 17
Flávio Dino: reforço aos candidatos que integrarão a sua base politica para o seu projeto de poder

 

A corrida eleitoral para as prefeituras está na reta final e semana que começa será decisiva para a definição, pelo eleitorado, de quem comandará cada um dos 217 municípios maranhenses e, por esse caminho, desenhar o cenário político que será movimentado a partir de 1º de Janeiro do ano que vem para desembocar de novo nas urnas em 2018. O governador Flávio Dino (PCdoB) trabalha intensamente para formar uma base política expressiva e consistente, contando para isso com a eleição de um grande numero de prefeitos pelo PCdoB, PDT e outros partidos que integram o seu grupo de apoio. Nesse panorama em construção, Dino investe para ter aliados fiéis à frente dos maiores municípios, numa estratégia que valoriza também o controle em médios e pequenos municípios. São Luís, Imperatriz, Timon, Caxias, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Codó, Bacabal, Coroatá, Pinheiro e Santa Inês são municípios considerados chave para o projeto politico que o governador alimente o seu projeto de poder para os próximos tempos.

edivaldo jr. 3
Edivaldo Jr. é a aposta de Flávio Dino em São Luís

São Luís é o maior e mais importante item da estratégia posta em prática pelo Palácio dos Leões, e todos os indicativos, sinais e evidências apontam para a reeleição do prefeito Edivaldo Jr. (PDT) logo no primeiro turno, com pouca margem para o risco de um contratempo imprevisível. Mas, se por uma situação excepcional o resultado vier favorecer Eliziane Gama (PPS), esse desfecho será contabilizado como ganho. O clima de derrota só será admitido se der Wellington do Curso (PP), que agora segue a orientação do senador Roberto Rocha. O Palácio dos Leões também comemorará discretamente se, numa hipótese mais remota ainda, o eleito for Eduardo Braide (PMN), que, como Edivaldo Jr. e Eliziane Gama, integra a base política governista. Mas o fato é que, a menos que aconteça algo fora da lógica política e eleitoral, o comando da administração da Capital continuará com o prefeito Edivaldo Jr., que entre os candidatos, é de longe o mais fiel aliados do governador.

curado
Rosângela Curado corre sério risco em Imperatriz

Se a situação em São Luís está sob controle absoluto, em Imperatriz o cenário é de rigorosa incerteza. Antes líder da preferência do eleitorado, Rosângela Curado (PDT), apoiada pelos demais partidos governistas, a começar pelo PCdoB, se não foi acometida de um processo de desidratação, padece do mal da estagnação. As pesquisas mais recentes apontam para a vitória do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) ou, numa situação de revés total, do candidato do PMDB, Assis Ramos. A situação da candidata governista é tão complicada que o secretário de Articulação Política e Comunicação Márcio Jerry, que preside o PCdoB no estado, deslocou-se para a metrópole tocantina a fim de injetar ânimo na campanha da pedetista. O próprio governador Flávio Dino deve desembarcar nesta semana em Imperatriz para, do alto dos mais de 70% de aprovação na cidade, tentar virar o jogo, que para muitos estaria perdido.

timoncaxias
Luciano Leitoa e Léo Coutinho: favoritos na corrida eleitoral em Timon e Caxias

O governador não teme riscos em Timon e em Caxias, dois fortins seguros da sua base de apoio. Em Timon, que é o terceiro maior município do estado, é quase certa a reeleição do prefeito Luciano Leitoa (PSB), embora algumas fontes avaliem que o deputado estadual Alexandre Almeida (PSD) pode surpreender na última hora, o que é rigorosamente improvável e só admitido como uma situação que contraria a lógica, o que é comum em política. Em Caxias, todas as sinalizações e percentuais de pesquisas remetem para a reeleição do prefeito Léo Coutinho (PSB), confirmando a estabilidade do grupo liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho (PDT). O que chama atenção nesses dois municípios os prefeitos Luciano Leitoa e Léo Coutinho pertencem ao PSB mas não seguem a cartilha do senador Roberto Rocha e são aliados firmes do governador Flávio Dino.

ribamar-paco
Luis Fernando caminha para a consagração; Domingos Dutra corre sério risco

São José de Ribamar e Paço do Lumiar vivem situações absolutamente distintas. Na cidade do Padroeiro, o governador Flávio Dino conta com a vitória do ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB), que caminha para mais uma eleição consagradora, podendo obter até 80% dos votos, segundo estimativas feitas por entendidos em corridas eleitorais, já que não terá um adversário à altura. No contrapeso, o Palácio dos Leões corre sério risco de amargar uma derrota fora das previsões que indicavam até pouco tempo a vitória do candidato do PCdoB e do governo Domingos Dutra, que está seriamente ameaçado de ser “atropelado” pelo candidato do PSC, o ex-prefeito Gilberto Aroso. Se tal situação se configurar, será uma derrota dura para o governador, que tem Dutra numa lista de futuros prefeito.

bacabalsantaines
Roberto Costa e Vianey Bringel: favoritos na corrida em Bacabal e Santa Inês

Em Bacabal, a corrida é liderada pelo deputado Roberto Costa (PMDB), um dos políticos mais importante da nova geração, que poderá se eleger sem maiores esforços se a Justiça confirmar a situação de inelegibilidade do candidato do PP, o ex-prefeito Zé Vieira. Ali, a preferência do Palácio dos Leões é pela eleição de Roberto Costa, mas o governador e seus aliados se conformariam com a eleição do ex-prefeito Zé Vieira, apesar de todos os problemas que ele acumula como ficha suja. Em Santa Inês, a situação é bem clara: o governador Flávio Dino torce pela eleição da ex-deputada Vianey Bringel, que é franca-favorita, descartando apoio ao prefeito Ribamar Alves (PSB), que caiu em desgraça depois de ter sido preso sob a acusação de ter estuprado uma estudante, um caso cheio de nuvens carregadas de controvérsias.

São exemplos de que a guerra eleitoral vai muito além das fronteiras municipais e está diretamente associada a uma teia de interesses sem começo nem fim. Nesse contexto, o governador Flávio Dino trabalha para ter ao seu lado a maioria dos prefeitos, o que lhe dará cacife para encarar as urnas em 2018 das quais pretende sair como líder consolidado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Juntando as peças

Declaração de Rodrigo Maia joga luzes sobre o Caso Lunos

rodrigomaia
Rodrigo Maia: declaração reforça que Caso Lunus foi armação politica do PSDB

Como na montagem de um quebra-cabeça, o jornalismo vai produzindo registros que confirmam suspeitas de fatos nos quais vítimas levantaram e supostos algozes contestaram por anos e anos. Na entrevista que concedeu às Páginas Amarelas da última edição da revista Veja, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM/RJ), que sucedeu a Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados, reforça a acusação, feita pelo então senador José Sarney (PMDB), segundo a qual partiu do PSDB a operação para sufocar sua pretensão de disputar a Presidência da República pelo PFL em 2002. Ao responder a pergunta se a oposição errou na relação com o PT, Maia respondeu: “Sem dúvida. Primeiro, lá em 2002, perdemos para o PT por disputas na base governista, entre o PSDB e o antigo PFL. No caso da candidatura (presidencial) de Roseana Sarney pelo PFL, muitos acharam que o governo FHC trabalhou para abatê-la”.

capas
Roseana Sarney e Jorge Murad foram execrados por Veja; José Serra pagou o preço de ser derrotado por Lula

Para quem não se lembra, em 2001, então governadora do Maranhão, com prestígio nacional em alta, apareceu numa pesquisa do Ibope como uma opção para a sucessão presidencial. Sua inclusão na corrida ao Palácio do Planalto, na qual Lula despontava com força e José Serra se movimentava como candidato do PSDB, causou forte impacto no meio político; mais ainda quando uma segunda pesquisa o colocou em segundo lugar, atrás apenas de Lula, mas com potencial para alcançá-lo, e até ultrapassá-lo. O PFL entrou em clima de festa e as forças conservadoras soltaram foguetes. Logo Roseana se tornou celebridade e ganhou grupos de apoio em todo o país, principalmente de mulheres. Na outra ponta, os tucanos enxergaram na política maranhense uma ameaça concreta. E não demorou para que uma série de factóides  ganhasse espaço na impressão quatrocentona de São Paulo.

Diante da onda crescente em que a governadora surfava, veio a bomba, no dia 1º de março de 2002. Numa operação surpreendente, a Polícia Federal invadiu os escritórios da empresa Lunus, pertencente ao marido da governadora, Jorge Murad, onde apreendeu documentos e computadores e confiscou cerca de R$ 1,3 milhão em espécie, cujos maços foram fotografados e imediatamente enviados às principais redações de jornais e TVs do país. Foi uma operação organizada pelo Ministério Público federal e ratificada pelo braço da Justiça federal no Maranhão com o pretexto de investigar suspeita de corrupção praticada por Roseana Sarney com recursos da Sudam. O caso foi transformado num dos maiores escândalos envolvendo um político na história recente do Brasil. Todas as suspeitas e evidências apontaram que tudo foi montado e posto em prática com o aval do Palácio do Planalto para favorecer o candidato tucano, José Serra, que acabaria punido com uma surra de recebeu de Lula nas urnas com o apoio de Roseana Sarney, que, mesmo banida da corrida presidencial e moralmente trucidada por uma implacável campanha da imprensa se elegeu senadora.

Passada uma década, período em que Roseana e o marido foram minuciosamente investigados e passaram por todo tio de constrangimento que um político sob a acusação de corrupção pode passar, nenhuma acusação contra eles foi provada, o que obrigou a Justiça a inocentá-los e devolver-lhes todo o material apreendido na Operação de 2002, incluindo a bolada milionária, que lhe foi entregue nota sobre nota, sem faltar um tostão.

FHC, José Serra e companhia sempre negaram envolvimento no Caso Lunus, mas até hoje não conseguiram apagar as evidências que deram asas às suspeitas dos Sarney. Catorze anos depois, a declaração do deputado Rodrigo Maia, cujo pai, César Maia, que na época era um dos grandões do PFL, chega para consolidar a suspeita de José Sarney de que a pré-candidata a presidente da República foi mesmo vítima de uma assombrosa trama.

 

São Luís, 24 de Setembro de 2016.

 

Desempenho em debate colocou Braide no centro da disputa e indica acirramento nos próximos embates

 

braide-3
Eduardo Braide: debate tirou-o de uma campanha modesta para o centro da disputa pela prefeitura de São Luís

O deputado Eduardo Braide viveu ontem o dia mais intenso e entusiasmado da sua trajetória como candidato do PMN à prefeitura de São Luís. De integrante do segundo pelotão de candidatos, medindo forças com Rose Sales (PPS) e Fábio Câmara (PMDB) – que atuaram bem -, ele se viu alçado ao pelotão da frente devido ao seu desempenho no debate da TV Guará, realizado entre o fim da noite de quinta-feira e o início da madrugada de sexta-feira. Durante o dia, o candidato saboreou os inúmeros telefonemas de congratulações e incentivo e incontáveis mensagens nas redes sociais apontando-o como a grande revelação da campanha até aqui, o que o catapultou para o primeiro plano da disputa pelo voto, credenciado que foi para romper o trio formado por Edivaldo Jr. (PDT) – até aqui líder isolado da corrida, com chance de vencer em turno único -, Eliziane Gama (PPS) e Wellington do Curso (PP) e formar uma quadra de futuro absolutamente imprevisível e que ganhará definição nos próximos dias com a realização de mais dois debates, o da TV Difusora (27) e o da TV Mirante (29).

A atuação de Eduardo Braide foi reforçada por três fatores bem claros. O primeiro foi o seu próprio desempenho, por meio do qual se revelou um político hábil e com excelente visão técnica, acrescida de um domínio surpreendente da complicada realidade de São Luís, que garantiu ter condições de corrigir. O segundo foi a ausência do prefeito Edivaldo Jr., que lhe permitiu dominar a cena com intervenções precisas e convincentes sempre que teve oportunidade ao longo do debate. E finalmente a fragilidade e a insegurança demonstradas por Wellington do Curso, que se deixou dominar pela tensão e não fez jus à posição de segundo colocado nas preferências do eleitorado, segundo as pesquisas feitas até aqui. O candidato do PMN aproveitou com eficiência cada segundo do tempo que lhe foi dado, enquanto o candidato do PP desperdiçou quase todos os seus espaços de intervenção.

O “fator” Eduardo Braide certamente causará uma mudança radical na postura, no conteúdo e no tom dos discursos dos candidatos, que devem se preparar muito mais para os próximos confrontos. As intervenções do candidato do PMN surpreenderam Eliziane Gama, Wellington do Curso, Fabio Câmara e Rose Sales, que provavelmente estão avaliando que não valerá a pena interpretar o papel de bons moços nos próximos encontros, concluindo que o que está em curso é uma disputa pela joia principal da seara municipal maranhense, que armazena muitos problemas, mas que é também uma poderosa fonte de poder. E por isso sua conquista não se dará jamais com a pureza de noviços, mas sim com a ação firme de políticos preparados e determinados, que sabem onde querem chegar. Nesse contexto, os próximos lances não deixarão margem para vacilações, até porque não haverá tempo físico para reverter escorregões.

Numa avaliação isenta, a lógico sugere que os próximos debates serão intensos e decisivos, a começar pelo fato de que eles terão a participação do prefeito Edivaldo Jr., em quem todos querem bater, mas que entrará no “ringue” protegido por três anos e meio de mandato, uma extensa relação de obras, um bom domínio sobre a máquina municipal e suas nuances, tudo acrescido de visível experiência acumulada, o que o torna um contendor mais atento e bom de briga, bem diferente do candidato tímido que entrou na guerra em 2012. Pelo que se ouve nos bastidores, Edivaldo Jr. irá para os dois debates também com a faca nos dentes, mas com a calma de quem está isolado na liderança não pode perder o eixo, passando ao eleitor a segurança de um líder, merecedor, portanto, de um novo mandato.

As avaliações ouvidas pela Coluna sobre o debate na TV Guará estavam amarradas por um ponto: o encontro dos candidatos mudou o cenário da campanha, mudança que pode se acentuar muito mais nos próximos embates, e com forte repercussão no desfecho da corrida às urnas. O prefeito Edivaldo Jr. e o deputado Eduardo Braide sabem disso tanto quanto Eliziane Gama, Wellington do Curso, Fábio Câmara e Rose Sales.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Teori Zavascki homenageado pelo Tribunal de Justiça
teori-za
Ao lado de Cleones Cunha e autoridades do Judiciário e do legislativo, Teori Zavaski recebe a comenda dos 200 Anos da Anildes Cruz em solenidade na sede da Justiça

O ministro Teori Zavaski,  o Supremo Tribunal Federal, o celebrado e temido relator dos processos da Operação Lava Jato, entrou ontem para a galeria dos magistrados laureados pelo Poder Judiciário do Maranhão. Ele veio a São Luís especialmente para receber a Medalha do Mérito Judiciário Cândido Mendes, que lhe foi entregue pelo desembargador Paulo Veltén em ato comandado pelo desembargador-presidente Cleones Cunha, e a Medalha Comemorativa dos 200 Anos do Tribunal de Justiça do Maranhão e que no ato lhe foi entregue pela desembargadora-corregedora Anildes Cruz. A distinção do ministro do STF foi proposta pelo desembargador Paulo Veltén e aprovada por unanimidade pelo Tribunal Pleno em novembro de 2015. Ocorrido na sala da Presidência do TJ, no Palácio Clóvis Bevilácqua, o ato atraiu a nada da magistratura estadual e federal maranhense e convidados de outros estados, como o desembargador Elton Leme, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e a desembargadora Cristina Leme,  do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

No ato, o desembargador Paulo Vélten ressaltou a trajetória jurídica do ministro e sua atuação técnica e discreta nas decisões, demonstrando harmonia entre Justiça e Direito. Ele destacou casos como a condução do processos da Operação Lava-Jato e o julgamento que reconheceu a possibilidade de início da execução de pena condenatória após a confirmação em 2º Grau. “Prestamos essa homenagem pela admiração ao grande processualista e professor, em nome do TJMA e da sociedade maranhense”, disse. O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também frisou que a concessão da Medalha se dá como justa homenagem em reconhecimento ao trabalho do ministro.

O ministro Teori Zavascki disse que recebe a Medalha Cândido Mendes na dimensão pessoal – em honra própria e de seus familiares -, e, principalmente, institucional, pois se trata de uma homenagem prestada por juízes para um colega, o que leva a uma reflexão sobre o papel do Poder Judiciário, especialmente no momento importante vivido pelo país, em que as instituições devem se fortalecer. Ele destacou a missão constitucional conferida aos juízes, na apreciação de ameaças e lesões a direito e no papel de fazer cumprir a lei, que deve se pautar na imparcialidade e independência, não atendendo a voluntarismos e com coragem para enfrentar, inclusive a opinião pública em alguns casos.

Reviravolta em Balsas
chicoerik
Chico Coelho perde candidatura; decisçao beneficia Dr. Eric em Balsas

A corrida eleitoral para a prefeitura de Balsas sofreu ontem uma espetacular reviravolta com a decisão da Justiça de inviabilizar a candidatura do ex-prefeito Chico Coelho pelo PPL. A decisão pavimentou a avenida para Dr. Eric, o candidato do PDT/PCdoB e apoiado pelo Palácio dos Leões, já que, em princípio, não terá um adversário à altura para substituí-lo. Todas as informações colhidas nos últimos dias pela Coluna indicavam que Chico Coelho caminhava para ganhar mais um mandato de prefeito de Balsas. O candidato Dr. Eric saiu na frente na preferência do eleitorado, mas à medida que foi se consolidando como candidato, Chico Coelho foi atraindo uma base de apoio que, medida pelas pesquisas, revelaram ser maior do que a do adversário. O ex-prefeito ainda pode recorrer, cassar a decisão da primeira instância e concorrer sub judice. A decisão judicial aliviou as tensões no PDT cujos líderes temiam que Chico Coelho vencesse a eleição.

 

São Luís 23 de Setembro de 2016.

 

Debate na TV Guará: prefeito não foi, candidatos estocaram Wellington do Curso, deram seus recados e ninguém saiu da linha

 

debate-guara
Candidatos posicionados e o espaço reservado ao prefeito Edivaldo Jr., que decidiu não participar e foi duramente criticado pelo mediador  do debate

 

As duas horas e meia que durou o debate na TV Guará não causaram a empolgação esperada  no eleitor, mas, mesmo com a ausência anunciada do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), foi suficiente para demonstrar o perfil real de cinco dos nove candidatos à Prefeitura de São Luís. Se não apresentaram tudo o que poderiam apresentar para mostrar ao eleitorado que estão preparados para comandar uma cidade com o perfil de São Luís, Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS), Eduardo Braide (PMN), Rose Sales (PRB) e Fábio Câmara (PMDB) pelo menos se esforçaram. E nesse esforço, e também devido às circunstâncias, uns se saíram melhor, seja porque souberam manter a serenidade e organizar corretamente o seu discurso, seja porque outros não tiveram condições de adequar corretamente sua fala ao momento. A experiência favoreceu Eduardo Braide, Eliziane Gama e Rose Sales, que demonstraram conhecer os problemas da cidade, passando também a impressão de que podem enfrentá-los. Fábio Câmara surpreendeu com um foco interessante na saúde, enquanto Wellington do Curso fez discursos genéricos sobre todos os assuntos que lhe foram propostos. As restrições impostas pelas regras impediu que os candidatos tratassem da São Luís macro, da cidade portuária maior, do empório cultural que encanta o mundo.

Provavelmente porque sabia que seria alvo de todas as atenções e de todas as estocadas – que foram poucas, vale assinalar – e também por ser neófito nesse tipo de embate, Wellington do Curso participou do embate visivelmente pela tensão. Na ausência do prefeito Edivaldo Jr., o candidato do PP passou foi duramente provocado por Eliziane Gama sobre sua filiação ao PP, partido que, lembrou, dos 45 deputados federais que tem, 32 tem um pé na lama dos desvios. Sua resposta foi tangencial, afirmando que só responde por ele próprio, dando margem a muitas interpretações. Wellington ouviu outras provocações, como a suspeita de sonegar impostos. Suas respostas não foram taxativas. Quando tratou de temas técnicos, como educação, por exemplo, foi muito superficial, ao contrário de Eduardo Braide, Eliziane Gama e Rose Sales. E no final, repetiu o discurso de que nasceu pobre, foi abandonado pelo pai, vendeu fruta na feira, trabalhou muito e venceu na vida. É provável que menos tenso pudesse ter demonstrado ter a dimensão do que é ser prefeito de São Luís, o que teria melhorado o seu desempenho.  Fechou sua participação garantindo que está preparado para comandar a cidade.

Eliziane Gama demonstrou que conhece os problemas das áreas mais sensíveis da Prefeitura de São Luís, como educação, saúde e infraestrutura, e falou com propriedade sobre todas elas. Mostrou que estuda, que se esforça para conhecer o viés técnico e que reuniu informações que lhe permite ter uma visão pragmática de São Luís, o que lhe permite passar a ideia de que pode ser uma boa gestora. Para todas as questões levantadas ela ofereceu resposta coerente, sinalizando que tem, de fato, um plano de governo. Deu seu recado e foi firme quando declarou que se preparou para ser prefeita de São Luís.

Eduardo Braide teve um desempenho no nível que vem demonstrando na Assembleia Legislativa, onde é considerado uma das melhores referências. Mostrou domínio sobre os temas tratados no debate, apresentando solução efetiva para cada um dos problemas a eles relacionados. E mesmo tolhido pelas regras, tentou atrair Wellington do Curso para um embate direto, criticando-o por não ter apresentado projetos como deputado estadual, provocando-o de maneira ferina, mas sem ultrapassar os limites da civilidade, mas o candidato do PP preferiu não aceitar o enfretamento. No final, pediu que o eleitorado o mande para o segundo turno.

Rose Sales mostrou muito do seu reconhecido trabalho como vereadora, principalmente no campo social, que envolve educação, saúde, cultura e  mobilidade social. Lamentou o fato de não ter mais tempo na TV para mostrar suas propostas e disse que ela e seu partido, o PRB, foram vítimas de uma artimanha política, que lhe tirou tempo e fundo partidário. E foi taxativa quando afirmou que não está atrás de projeção pessoal nem de status; que mora no Cruzeiro do Anil e ali continuará morando por toda a vida. “Só quero trabalhar por minha cidade”, disse.

Fábio Câmara teve uma participação razoável no debate. Primeiro como político, procurando provocar os concorrentes para o enfrentamento. E depois demonstrando ter um bom conhecimento dos problemas de São Luís, principalmente uma área da saúde, que conheceu bem quando foi administrador da regional de São Luís da Secretaria de Estado de Saúde na gestão de Ricardo Murad. Disse que sua candidatura “nasceu no útero desta cidade, onde o poder público não vai”. E avaliou que por sua negritude se sente representante “da maioria da nossa população”.

Foi um debate comportado, sem maiores embates e sem ideias brilhantes. As limitações impostas pelas regras impediu o grande confronto político. E confirmou a avaliação segundo a qual as regras eleitorais em vigor são injustas. Deixou no eleitor o gosto de “quero bem mais”, criando, assim, a expectativa de que o próximo, com a participação do prefeito Edivaldo Jr., será bem mais quente.

PONTO & CONTRAPONTO

Ausência de prefeito foi criticada pela emissora

O prefeito Edivaldo Jr. foi duramente criticado por não ter comparecido ao debate de ontem na TV Guará. O mal-estar da direção da emissora foi demonstrado pela reação do mediador do debate de ontem, jornalista Américo Azevedo Neto, que fez duras críticas ao prefeito. Mesmo tendo sido comunicada oficialmente de que o prefeito não compareceria, a organização do debate fez questão de deixar o espaço de Edivaldo Jr., que foi usado algumas vezes pelos outros candidatos para atacá-lo. No ofício que encaminhou à TV Guará comunicando o seu não comparecimento, o prefeito disse que só participaria dos dois debates “tradicionais”, o da TV Difusora – que será realizado no dia 27 – e o da TV Mirante – que está agendado para o dia 29. Por outro lado, os candidatos que participaram não exploraram fortemente a ausência do prefeito, que saiu menos alvejado do que seus assessores imaginaram.

Pesquisa instala clima de guerra em Paço do Lumiar
paco-2
Pesquisa Escutec diz que Gilberto Aroso passou Domingos Dutra em Paço do Lumiar

Pesquisa do Escutec sobre a corrida para a Prefeitura de Paço do Lumiar divulgada ontem por O Estado do Maranhão caiu como uma bomba de alto poder destrutivo no QG de campanha do candidato do PCdoB, Domingos Dutra. De acordo com os números, o candidato do PRB, Gilberto Aroso, lidera as preferências do eleitorado com 30,7% das intenções devoto, ficando Domingos Dutra em segundo com 23,8%, seguido do prefeito Josemar Sobreiro (PSDB) com 10,7%, Inaldo Pereira (PPL) com 8,7%, Raimundo Filho (PT) com 3,3% e Moraes Maninho (PCB) com 1,5% – indecisos somaram 9,2% e “nenhum deles” 12,2%. Os números do Escutec contrariaram radicalmente pesquisas recentes segundo as quais o candidato do PCdoB, apoiado fortemente pelo palácio dos Leões, estaria liderando a corrida com alguma folga, estando por isso incluído numa lista de candidatos alinhados ao Governo cujas eleições são tidas como certas.

Mesmo levando em conta a precariedade formal da sua candidatura, que precisou ser confirmada pela Justiça, desde o início da campanha ficou bem claro que o ex-prefeito Gilberto Aroso não seria adversário fácil de ser batido. Ponta de rama de uma família que domina a cena politica em Paço do Lumiar há mais de cinco décadas, tendo nesse período eleito quarto prefeitos e vários representantes, Gilberto Aroso é lembrado pelos lumienses como tendo sido um bom prefeito, o que, somado peso político da família e sua firme aliança com o Grupo Sarney, lhe garante poder de fogo entrar na briga contra o ex-petista e hoje comunista Domingos Dutra, que também é osso duro de roer e tem base sólida no município.

Quem conhece os meandros da política lumiense garante que a pesquisa Escutec – que foi feita nos dias 17 e 18, tem margem de erro de 3,5% e está registrada no TRE sob o número 08845/2016 – pode ter captado a situação do momento, que dificilmente será mantido com a movimentação dos candidatos na reta final da campanha. Nesse contexto, Gilberto Aroso certamente jogará todo o peso do seu cacife para ampliar e consolidar a vantagem apontada na pesquisa, devendo para isso receber apoio integral dos seus aliados mais fortes. Por sua vez, Domingos Dutra usará todas as suas armas para reverter tal cenário, devendo contar para isso com a sua incansável movimentação pessoal e com o suporte do PCdoB e com o empenho pessoal do governador Flávio Dino, que considera Paço do Lumiar – o oitavo maior colégio eleitoral do Maranhão, com 66,5 mil eleitores – estratégico para o seu projeto político e aposta alto na vitória do ex-petista.

O cenário desenhado pelo Escutec sugere que a reta final da corrida pelo voto em Paço do Lumiar será de guerra sem trégua, que pode beirar ao vale-tudo.

 

São Luís, 23 de Setembro de 2016.

 

Reta final: debate da TV Guará abre hoje etapa decisiva para o desfecho da disputa pela Prefeitura de São Luís

 

seis-na-tela
Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama, Eduardo Braide, Fábio Câmara e Rose Sales se enfrentam hoje no debate da TV Guará

Começa hoje a etapa da campanha na qual o desempenho de cada um dos candidatos à Prefeitura de São Luís será decisivo para completar a impressão do eleitor sobre eles, de modo a juntar elementos e fazer escolhas. Edivaldo Jr. (PDT), Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS), Fábio Câmara (PMDB), Eduardo Braide (PMN) e Rose Sales (PRB) se enfrentarão em debate que será realizado às 22 horas pela TV Guará, abrindo uma série que prosseguirá no dia 27 na TV Difusora e no dia 29 na TV Mirante. Nesses programas os candidatos partirão para o tudo ou nada para convencer o eleitor das suas propostas e dos seus planos de ação. Será também a grande oportunidade para que algumas acusações, dúvidas, factoides e armações que saíram das brumas – alguns com digitais óbvias e outros nem tanto – possam ser esclarecidos. Os debates serão também oportunidades ímpares para que o eleitorado finalmente saiba com mais clareza quem são os cidadãos que estão se propondo a comandar a cidade que hora abriga mais de 1 milhão de almas ludovicenses e que ganhou projeção mundial com o título de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade conferido pela Unesco, braço cultural da ONU, e que precisa proteger seus velhos casarões e  espantar definitivamente seus fantasmas agourentos.

De acordo com as últimas pesquisas, no quadro que será movimentado hoje pela TV Guará o prefeito Edivaldo Jr. está posicionado como favorito e com boa vantagem sobre o segundo colocado, Wellington do Curso, que por sua vez está bem à frente de Eliziane Gama, que fecha o pelotão da frente correndo o risco de cair para o pelotão intermediário. O segundo grupo está formado por Eduardo Braide, Fábio Câmara e Rose Sales, três quadros dispostos a mudar o quadro.  Por uma injustiça de uma legislação eleitoral cheia de imprecisões, lacunas e excessos, os três candidatos do grupo de trás – Zéluis Lago (PPL), Cláudia Durans (PSTU) e Valdeny Barros estão excluídos dos debates, privando o eleitor de compreender, por exemplo, o que significa o bordão stalinista “São Luís para os trabalhadores” sob o comando dos “conselhos populares”.

O fato é que os seis candidatos que participarão do debate na TV Guará entrarão no estúdio para tirar uma espécie de prova dos noves na qual poderão identificar quem tem mesmo cacife de levar a eleição para um segundo turno e nele enfrentar de igual para igual o prefeito Edivaldo Jr., revertendo assim a tendência de que a fatura seja liquidada em turno único. Todos sabem que não será fácil, pois o prefeito, ao contrário dos demais concorrentes, avança com uma campanha avassaladora, inteligente e organizada, não deixando espaço para questionamentos nem críticas muito fortes. Edivaldo Jr. vem convencendo o eleitorado de que fez o governo possível dentro de uma conjuntura de crise sem precedentes na história recente do Brasil, situação danosa que vem consumindo as energias do País e paciência do cidadão. Rompeu a barreira que separava o Palácio de la Ravardière do Palácio dos Leões, abrindo um tempo novo e produzido nessa relação. Mesmo com essa vantagem toda, o prefeito sabe que será o alvo preferencial e pode sofrer bombardeio cruel e implacável; sabe também que não pode cometer erros, sob pena de sofrer danos irreparáveis na boa impressão que vem causando na campanha e embicar para o imprevisível.

Wellington do Curso deve se preparar para enfrentar o célebre e cruel impasse segundo o qual se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. De um lado, o prefeito quer afastá-lo para o mais longe possível; de outro, Eliziane Gama irá para o debate com faca nos dentes, disposta a mudar o curso da campanha e se viabilizar como a adversária do prefeito num eventual segundo turno. O objetivo que move Eliziane Gama é o mesmo de Fábio Câmara, Eduardo Braide e Rose Sales, e todos avaliam que para se credenciar como adversário de Edivaldo Jr. o caminho é tirar o candidato do PP do caminho. Wellington sabe que em debates decisivos como os três que se avizinham sua posição é de extrema fragilidade, pois será alvo preferencial no fogo cruzado intenso e impiedoso que eles costumam produzir.

Para muitos, os debates serão apenas para consolidar posições, produzindo poucas mudanças a essa altura da corrida pelo voto. Para outros, porém, serão momentos decisivos, que podem mudar o curso da campanha e da história dessa corrida pela sala do trono do Palácio de la Ravardière.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

É ainda de indefinição a corrida em Coroatá
coroata
Tereza Murad e Luis da Amovelar Filho: indefinição

Um jogo de percentuais em pesquisas diversas gerou um clima de expectativa em relação à corrida para a Prefeitura de Coroatá. Até na semana passada corria nos bastidores a informação de que a prefeita Tereza Murad (PMDB) havia alcançado uma vantagem razoável sobre o candidato Luiz da Amovelar Filho (PSB), indicando que sua reeleição estava segura. Agora, de uma hora para outra, alguns blogs começaram a publicar a informação – a ser conferida – de que o candidato apoiado pelo Governo teria virado o jogo. Difícil entender a suposta reviravolta, mas algumas vozes confiáveis confirmam que nesse momento o que está acontecendo em Coroatá é que os dois candidatos se aproximaram muito, tornando o desfecho da eleição imprevisível, embora vozes ligadas ao ex-deputado Ricardo Murad afirmam, com todas as letras, que apesar da carga que o Governo está fazendo para embalar o candidato governista, a prefeita Tereza Murad ainda teria o controle da situação. A indefinição está atraindo a atenção para Coroatá, principalmente a do Palácio dos Leões. Principalmente nos movimento do ex-deputado Ricardo Murad, que dificilmente vai entregar o ouro.

Versões pintam a corrida em Timon
timon-2
Luciano Leitos e Alexandre Almeida: duas versões

Vozes governistas que sabem das coisas disseram à Coluna que o prefeito de Timon, Luciano Leitoa (PSB) consolidou sua caminhada para a reeleição. No contraponto, vozes também confiáveis ligadas ao Grupo Sarney garantem quem a situação ali é “pau a pau”, com o deputado Alexandre Almeida (PSD) fazendo contas com certeza de que vencerá a disputa. O prefeito Luciano Leitoa vive a curiosa situação de ser apoiado pelo  governador Flávio Dino e pelo senador Roberto Rocha (PSB), o que vem lhe dando poder de fogo para intensificar sua campanha. No final da semana passada, Alexandre Almeida liderou ali uma carretada gigantesca que acabou repercutindo fora do município. Luciano Leitoa promete fazer uma maior neste fim de semana. Um conhecedor das entranhas políticas de Timon disse à Coluna que o prefeito está na frente, mas que tudo pode acontecer nos próximos dias. Quem conhece Timon pelas suas entranhas políticas prefere aguardar a abertura das urnas na noite do dia 2 de outubro.

 

São Luís, 21 de Setembro de 2016.

Tensões da campanha estremecem o plenário da AL com confronto entre Edilázio Jr., Andrea Murad e Marcos Caldas

 

 

trioternura
Marcos Caldas, Edilázio Jr. e Andrea Murad: discurso duros contra e a favor do governador Flávio Dino, que foi acusado de ameaçar adversários na camánha

As tensões políticas produzidas pela campanha eleitoral aterrissaram mais uma vez, e com força, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, e foram extravasadas num embate verbal duro, travado sem maiores cuidados pelos deputados oposicionistas Edilázio Jr. (PV) e Andrea Murad (PMDB) com o deputado governista Marcos Caldas (PRB). Os pomos da discórdia foram a participação do governador Flávio Dino (PCdoB) na corrida ao voto e a política de Saúde do Governo. O governador foi acusado pelo deputado verde de fazer campanha para seus aliados “ameaçando os adversários”, o que foi duramente contestado pelo governista, que afirmou que é o cidadão Flávio Dino e não o governador que está indo às comunidades apoiar seus aliados. A discussão ácida deu origem a outra na qual a deputada Andrea Murad disparou forte ataque à política de saúde do Governo, o que foi rebatido com igual veemência pelo paladino governista Marcos Caldas. Esse confronto verbal derrapou sem controle para uma espantosa troca de acusações e de ofensas entre dois deputados. O embate verbal foi tão contundente que precisou da interferência da Mesa para acalmar os ânimos e evitar que eles se repitam.

Edilázio Jr. X Marcos Caldas

O discurso que o deputado Edilázio Jr. fez nesta terça-feira ultrapassou a fronteira do rame-rame para ganhar peso de declaração de guerra. O parlamentar verde não fez uma denúncia fundada com um ou vários casos; valeu-se de episódios marcados por controvérsias e montou um ataque frontal com algumas ilustrações. Acusou o governador de ameaçar adversários e coagir eleitores ao sugerir que o Palácio dos Leões ficará de portas abertas aos prefeitos aliados do governo.

Para o parlamentar, Dino ameaça adversários e coage eleitores, ao sugerir que o Palácio dos Leões somente ficará de “portas abertas” aos prefeitos aliados do Governo e fechado para os que não rezam na cartilha governista. E referindo-se a uma declaração polêmica do governador Flávio Dino em Imperatriz, criticou: “O governador Flávio Dino falava no Maranhão em 2014 que todos os prefeitos e deputados seriam tratados de forma igualitária. Mas aí veio a realidade. Ele chegou em Imperatriz e afirmou que as portas do Palácio dos Leões só estarão abertas para a sua candidata. Ele tem de fazer campanha para seus candidatos com propostas, de compromisso, e não com ameaças”. E fechou: “O governador Flávio Dino tem de respeitar os maranhenses. Ele não pode chegar em Imperatriz, com a candidata dele patinando nos 20 pontos, e desrespeitar 80% da maior cidade da Região Tocantina. Ele tem de tratar os prefeitos e a classe política bem, e não com descaso”.

O deputado Marcos Caldas, que assumiu o mandato na vaga do titular Alexandre Almeida (PSC), chegou com disposição de ser o tacape do Governo atacando duramente seus adversários PRB garantiu: “O Governo do Maranhão não está tomando parte e nem fazendo campanha de ninguém. Quem está indo até as comunidades e até os municípios é o cidadão Flávio Dino. Tanto é que ele só vai aos finais de semana”, pois “durante a semana Flávio Dino está no Palácio despachando como todo governador. Agora, ele tem o cargo político, ele é político, tem um partido e tem os seus aliados, e como cidadão que ele está indo, não está lá ameaçando ninguém”. Caldas exaltou ainda  o que entende como uma política de igualdade posta em prática pelo governador: “Os grandes empresários do Maranhão não pagavam impostos. Tinham isenções dadas pelo Governo anterior, e o Governo Flávio Dino chegou e disse: todo mundo é igual. Se o pequeno paga imposto, o grande também vai ter de pagar”.

Andrea Murad X Marcos Caldas

A explosão de tensões aconteceu num debate entre a deputada Andrea Murad (PMDB) e o deputado Marcos Caldas (PRB). O motivo, mais uma vez, fora as críticas da parlamentar e da oposição em gral sobre a política de saúde posta em prática pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Andrea Murad bateu forte na política de Saúde do governador Flávio Dino (PCdoB), criticando sem medida o funcionamento dos novos hospitais macrorregionais, notadamente o de Santa Inês, um homem teria morrido supostamente por falta de atendimento no hospital macrorregional. “Incompetente”, “irresponsável”, “criminoso” foram adjetivos usados pela deputada no ataque ao Governo do Estado.

O primeiro rebate ao ataque de Andrea Murad foi feito pelo deputado Stênio Rezende (DEM), que é médico e explicou que, no caso, nada poderia ser feito no Hospital Macrorregional, que não atende a casos de urgência e emergência, por ser esse um atendimento que só efeito pela rede hospitalar do município.

Mas foi o deputado Marcos Caldas quem contra-atacou na direção de Andrea Murad afirmando que os problemas de Saúde do Maranhão de hoje é herança deixada pelo Governo passado, “que depois do golpe que deu em Jackson Lago, cortou os convênios com Prefeituras”. Andrea Murad menosprezou com ironia a reação de Caldas, acusando-o de não saber o que estava dizendo, “porque nem profissão tem”.

Marcos Caldas reagiu: “Não sou formado, mas tem muito formado trabalhando para mim, enquanto a senhora sempre viveu no bem bom, e não tem nem profissão, porque ninguém sabe qual é a sua profissão”. E foi em frente dizendo que a deputada é “uma princesa da oligarquia”.

Andrea Murad pediu novamente a palavra, fazendo agora um discurso muito duro contra Marcos Caldas. Disse que o deputado estava querendo se mostrar para o Governo e querendo conseguir “um brilho extra”, mas não ia conseguir por ser ele, segundo ela, “um deputado que não existe”. E prosseguiu: “Tú és baixo nível, tú não és nada. Se tú és homem, eu sou mulher!” Caldas pediu um aparte, mas Murad não atendeu: “Não dou aparte, porque tú não merece. Tú não és nada, tú és um deputado de nada”. O clima só não esquentou de vez porque o presidente da sessão, deputado Othelino Neto (PCdoB) interferiu com firmeza para conter os ânimos.

A interferência do presidente da sessão não impediu que, já nos estertores, Marcos Caldas, que foi apelidado de “Play” por Andrea Murad,  aproveitasse para romper o limite no contra-ataque: “E seu apelido é cara de cavalo”.

PONTO & CONTRAPONTO

Chico Coelho tem candidatura confirmada e ganha força eleitoral
chicoerik
Volta de Chico Coelho acendeu sinal de alerta no comando da campanha de Dr. Eric, em Balsas

A disputa para a Prefeitura de Balsas pode ganhar novo rumo na reta final. São fortes os indícios de que a confirmação da candidatura do ex-prefeito Chico Coelho (PSL), que muitos apostavam que seria liquidada na Justiça Eleitoral, se tornou um risco muito grande para o favoritismo do candidato Dr. Eric (PDT), que tem o aval do PCdoB e o apoio do Palácio dos Leões. Na semana passada, quando Chico Coelho, devido a imbróglio envolvendo dois partidos, parecia não ter qualquer chance de desse manter na corrida, a expectativa das hostes governistas era a de que Dr. Eric venceria a eleição sem fazer qualquer esforço, já que o outro adversário de peso, o prefeito Luiz Rocha Filho (PSB), anunciara sua desistência de concorrer à reeleição devido a problemas de saúde. A Justiça Eleitoral, porém, deu ganho de causa a Chico Coelho, acatando o argumento de sua defesa segundo o qual ele não tinha dupla filiação partidária. A decisão judicial assegurou a participação do ex-prefeito na disputa. Fonte de Balsas informou à Coluna que Chico Coelho voltou ao cenário da disputa politicamente muito mais forte. O comando da chapa governista já teria sentido a pancada e estaria redefinindo a estratégia de campanha do candidato do PDT.

O que eles disseram

Edivaldo Jr. concedeu ontem entrevista ao JMTV 1ª Edição, que concluiu dizendo o seguinte:

“Quero pedir o seu voto no 12. No prefeito que teve coragem de enfrentar problemas que nunca tinham sido resolvidos na cidade. Prefeito que licitou o transporte, que está colocando ar-condicionado, que implantou o Bilhete Único, o Cartão Criança. A gestão que fez a Interbairros, que está construindo o Hospital da Criança. Enfim, e demais outras ações que temos desenvolvido. O prefeito que fez 1.800 ruas”.

Já Wellington do Curso prosseguiu ontem, no São Francisco, com sua programação de visita às feiras. E lá disse o seguinte:

O retrato dos mercados de nossa cidade é o mesmo. Marcado pelo abandono e descaso por parte da prefeitura. Mudaremos essa realidade, dotando esses espaços de condições adequadas de trabalho e fazendo com que eles, de fato, sejam geradores de mais emprego e renda”.

 

São Luís, 20 de Setembro de 2016

Imperatriz: avanço de Ildon Marques acende alerta vermelho no comando de campanha de Rosângela Curado

 

trioimperosa
Ildon Marques estaria liderando, seguido de Rosângela Curado e de Assis Ramos na corrida em Imperatriz

Uma pesquisa divulgada domingo pelo jornal O Progresso, de Imperatriz, disparou o alerta vermelho no Palácio dos Leões. Feito pelo Instituto Gauss, o levantamento apurou que, levando em conta apenas os votos válidos, o ex-prefeito Ildon Marques (PSB), apoiado pelo senador Roberto Rocha (PSB), estaria caminhando para voltar ao comando da Prefeitura de Princesa do Tocantins, deixando para trás a enfermeira Rosângela Curado (PDT), apoiada pelo PCdoB com o aval expresso e empenhado do governador Flávio Dino. Ildon Marques teria no momento 33,78% das intenções de voto contra 28,75% de Rosângela Curado, que já estaria sendo ameaçada pelo candidato do PMDB, delegado Assis Ramos, que aparece com 21,49%. A pesquisa registra também surpreendente crescimento do candidato do PSC, empresário Ribinha Cunha (13,66%), que entrou na briga com o aval do prefeito Sebastião Madeira (PSDB).  Os dois outros candidatos, Edmilson Sanchez (PPL) e Sandro Ricardo (PCB) somariam 2.37% dos votos válidos.

Os números do Gauss reforçam a previsão de vários observadores, que logo no início de agosto enxergaram inconsistência no lastro eleitoral de Rosângela Curado, observando que sua liderança nas preferências do eleitorado expressava apenas um momento, e que depois, quando a campanha tivesse começado para valer e o ex-prefeito já não precisasse brigar para confirmar a sua candidatura, o cenário mudaria. Em junho, Marques apareceu em segundo lugar, com Curado em primeiro. Mas logo em seguida, a ciranda começou a favorecer o ex-prefeito, que se revelou dono de cacife suficientemente gordo para disputar a eleição em Imperatriz com chances reais de vitória nas urnas. Nenhum dos observadores ouvidos pela Coluna desprezou a posição do pemedebista Assis Ramos, e todos avaliaram que, sozinho, Ribinha Cunha dificilmente alcançaria mais de 5% dos votos, mas com o apoio determinado do prefeito Sebastião Madeira, cujo poder de fogo político só tolos e mal informados subestimariam.

Nos momentos iniciais da campanha, ficou claro que para consolidar sua vantagem inicial e evitar a todo custo ser alcançada pelo “efeito Eliziane”, Rosângela Curado teria de virar uma “onda” – o que não aconteceu – cuja força inibiria o movimento dos demais candidatos. Ocorre que a disputa em Imperatriz está sendo travada por quatro forças difíceis de serem batidas. Se Rosângela Curado tem a aliança PDT/PCdoB e o apoio ostensivo do Palácio dos Leões, Ildon Marques tem como suporte um lastro respeitado como ex-prefeito, o apoio político do senador Roberto Rocha e um grande apoio popular; Assis Ramos briga por voto tendo como suporte o poder de fogo do PMDB e a experiência da cúpula do Grupo Sarney, a começar pelo senador João Alberto, o principal avalista da sua candidatura; e finalmente, Ribinha Cunha traz na base do seu projeto eleitoral o apoio nada desprezível do prefeito Sebastião Madeira, de longe um dos políticos mais acreditado de Imperatriz.

A notícia, portanto, não poderia ser pior para o governador Flávio Fino, por várias razões, entre elas duas em especial. A primeira: uma derrota do candidato governista em Imperatriz, o segundo maior colégio eleitoral do Maranhão e polo econômico de uma das regiões mais importantes do estado, produzirá um estrago sem tamanho do projeto político do chefe do Poder Executivo e arranhará fortemente o prestígio político do Governo. A segunda: a eleição de Ildon Marques reforçará expressivamente o cacife político do senador Roberto Rocha na região e com forte repercussão em todo o estado. Isso porque as eleições municipais em curso produzirão o cenário político e as forças que dele farão parte para a grande guerra eleitoral de 2018.

Em tempo: A Coluna não tem elementos técnicos para aferir a seriedade técnica do Instituto Gauss, mas lhe dá o crédito necessário por ter sido a pesquisa publicada pelo jornal O Progresso, um dos símbolos de Imperatriz. A pesquisa entrevistou 1000 eleitores nos dias 8 e de setembro e está registrada no TRE sob o protocolo MA-04710/2012.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Diferentes maravilhas da mobilidade
trinca-1
Edivaldo Jr. Wellington do Curso e Eliziane Gama (com Marina Silva): projetos diferentes para transporte de massa

Os candidatos mais destacados à Prefeitura de São Luís exibiram ontem suas impressões e projetos sobre a mobilidade na Capital. E certamente conseguiram impressionar o eleitorado posições que levaram o sistema de transporte coletivo do céu ao inferno. O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) falou maravilhas do que está em curso e o que vem por aí para o sistema de transporte de massa, focando nas novas regras impostas pela licitação finalmente realizada e cujos benefícios vão culminar com a refrigeração de todos os ônibus que entrarem no sistema. Fábio Câmara (PMDB) apresentou um projeto para tirar o VLT do armazém e que consiste no aproveitamento da velha linha férrea da São Luís-Teresina, entre o Centro de São Luís e o Tirirical – um projeto tão bom que só precisará construir aí “uns quinhentos metros de linha férrea”. Eliziane Gama (PPS) mostrou que tem um projeto amplo e global para a mobilidade, concebido com o ex-prefeito de Curitiba, o genial e lendário Jaime Lerner, que implantou ali as bases do transporte urbano moderno do país. Antes apresentar seu plano, a candidata do PPS passou a impressão de que, apesar da licitação e dos ônibus com ar condicionado já circulando, São Luís vive no inferno nesse quesito.

A peneira para os debates

O primeiro debate entre os candidatos a prefeito será realizado nesta quinta-feira na TV Guará. A emissora optou por abrir o leque e colocar na telinha seis candidatos: Edivaldo Jr. Wellington do Curso, Eliziane Gama, Fábio Câmara, Eduardo Braide e Rose Sales, excluindo Zéluiz Lago, Claudia Durans e Valdeny Barros. Será, de longe, o debate mais aberto da temporada. Isso porque a TV Mirante decidiu convidar os cinco primeiros da lista da TV Guará, e a TV Difusora só vai abrir seu estúdio para os quatro primeiros.

 

São Luís, 19 de Setembro de 2016.