Arquivos mensais: fevereiro 2020

Aliança PCdoB-Progressistas dá a Rubens Júnior força política e potencial eleitoral em São Luís 

 

Rubens Júnior recebe o apoio do Progressistas e do Democracia Cristã (DC) tendo ao lado Helena Duailibe (Solidariedade), André Fufuca, Márcio Jerry e Júlio Pinheiro

A aliança do Progressistas com o PCdoB, anunciada ontem, deu ao deputado federal licenciado e secretário das Cidades Rubens Júnior o primeiro grande impulso para que ele se torne, em pouco tempo, o pré-candidato com a maior e mais forte base política e partidária entre os já previamente inscritos na corrida à Prefeitura de São Luís. Articulado pelos presidentes do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, e do Progressistas, deputado federal André Fufuca, o acerto político, além de fortalecer o projeto eleitoral de Rubens Júnior, amplia expressivamente o peso da aliança formada no esforço para tornar o parlamentar comunista sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Com o PCdoB mobilizado e tendo o Progressistas como aliado de proa, Rubens Júnior ganha peso político para se tornar o mais forte adversário do pré-candidato do Podemos, deputado federal Eduardo Braide, que até aqui lidera a corrida sucessória na Capital.  O nanico Democracia Cristã (DC), que pouco ou nada representa em peso político e eleitoral, também declarou apoio a Rubens Júnior.

Com o anúncio de ontem, Rubens Júnior saiu na frente na corrida para a formação de uma base político-partidária forte. Já como pré-candidato do PCdoB, fruto de uma disputa com o deputado estadual Duarte Júnior, que migrou para o Republicanos, o secretário das Cidades ganhou o status de peso-pesado, ainda que as pesquisas o tenham apontado até aqui entre os menos preferidos. Agora pré-candidato de uma aliança de dois partidos fortes, é quase certo que Rubens Júnior dê um salto para cima no quadro de preferências do eleitorado já nessa fase de pré-campanha. Para se ter uma ideia do que isso representa, Eduardo Braide vem trabalhando intensamente nos bastidores para construir uma coligação que lhe dê estrutura de campanha. Duarte Júnior, Bira do Pindaré (PSB), Yglésio Moisés (PROS) e Jeisael Marx (Rede) fazem o mesmo para ampliar o lastro das suas campanhas, e a pré-candidata Detinha já tratou de juntar o seu PL com os agregados Avante e Patriotas, ambos controlados pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

A rigor, o Progressistas não dará a Rubens Júnior um “caminhão de votos”, a começar pelo fato de que a sua fatia no rateio eleitoral de São Luís não é muito precisa. Sua importância na aliança será refletida pelo peso do seu tamanho nacional – é o terceiro maior partido do País e eixo do Centrão, com forte poder de influência nas decisões da Câmara Federal – pela estrutura que dispõe e, principalmente, pelo que assegurará ao candidato do PCdoB em tempo de Rádio e TV, ainda o ingrediente mais valioso das campanhas eleitorais, em especial as disputas por prefeituras. Além disso, a aliança PCdoB-Progressistas em São Luís certamente atrairá outros partidos menores e poderá estimular sua reedição em outros municípios, o que será proveitoso para as duas agremiações e, claro, para a aliança maior comandada pelo governador Flávio Dino.

Vale lembrar e registrar, por outro lado, que, como manda a regra e a tradição, as eleições municipais são corridas cujo ouro eleitoral garimpado nas urnas – prefeitos e vereadores – terá papel fundamental nas eleições gerais seguintes, no caso a de 2022. Isso quer dizer que o que é interessante para PCdoB e Progressistas em São Luís pode não ser em outros municípios. Um exemplo: enquanto se juntam na Capital, as duas agremiações ocupam campos opostos em Imperatriz, onde o primeiro tem como candidato o deputado estadual Marco Aurélio, que lidera as pesquisas, e o segundo o ex-prefeito Ildon Marques, considerado também um candidato forte.

Finalmente, vale observar que, numa perspectiva mais ampla, a aliança PCdoB-Progressistas reforça a grande frente partidária – que vai da esquerda à direita liberal – construída e alimentada pelo governador Flávio Dino, dando a ele reforço no argumento de que é fundamental reeditá-la no plano nacional para enfrentar as forças da direita conservadora mobilizadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

 

PONTO & CONTRAPONTO

Presença de Helena Duailibe em ato do PCdoB-Progressistas revela racha no Solidariedade

Helena Duailibe festejou Rubens Júnior e ignorou Carlos Madeira

Chamou a atenção a animada presença da deputada Helena Duailibe no ato em que o Progressistas e o DC anunciaram apoio à pré-candidatura do deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) à Prefeitura de São Luís. Motivo: ela é filiada ao Solidariedade, pelo qual se elegeu em 2018, e o seu partido já tem pré-candidato a prefeito, o ex-juiz federal Carlos Madeira.

Duas situações foram desenhadas por conta da presença de Helena Duailibe no ato de ontem. A primeira é um simples ato de infidelidade partidária da parlamentar, que pode ser resolvido com cobrança da cúpula e alguma explicação por parte da deputada. A segunda é mais grave: ao participar com entusiasmo de um ato partidário em que os atores estão exatamente na contramão do projeto do seu partido, a deputada Helena Duailibe pode estar trazendo à tona um racha no Solidariedade causado pela candidatura de Carlos Madeira, que até agora não mostrou exatamente a que veio.

Vale aguardar os desdobramentos.

Visitas de pré-candidatos a retiros evangélicos mostram  viés religioso na corrida eleitoral na Capital

Em cima: Eduardo Braide registra visita a retiro evangélico; Duarte Júnior e Flávio Dino em visita a Eliziane Gama também em retiro

Foi intensa a corrida de pré-candidatos à Prefeitura de São Luís aos chamados retiros culturais evangélico durante o reinado de Momo. Eduardo Braide (Podemos) Duarte Júnior (Republicanos), Rubens Júnior (PCdoB), Jeisael Marx (Rede) e Bira do Pindaré (PSB) encontraram tempo para percorrer essas concentrações na tentativa de conquistar eleitores. No campo evangélico, os retiros são organizados por denominações, sendo a maior delas a poderosa e politicamente influente Assembleia de Deus, que tem como referência na política a senadora Eliziane Gama (Cidadania), o deputado federal Pastor Gildenemyr (PL) e os deputados estaduais Mical Damasceno (PTB) e Pastor Cavalcante (PROS).

O curioso é que grupos católicos também se retiraram da agitação para dedicar o período a lazer, reflexões e orações, mas não se tem notícia – pelo menos não houve divulgação – da presença de pré-candidatos nesses ambientes fechados. Até onde é sabido, o militante católico politicamente mais ativo é o deputado federal Eduardo Braide e a deputada estadual Helena Duailibe (Solidariedade), que juntamente com o marido, o vereador por São Luís Afonso Manoel (Solidariedade), fazem parte da linha de frente da corrente da Igreja Católica no Maranhão, mas pouco misturam essa vertente com a política partidária.

Nesse campo, algumas denominações evangélicas e as seitas pentecostais que fazem o mercado da fé, como a Igreja Universal do Reino de Deus, se movimentam com fortes braços partidários.

São Luís, 29 de Fevereiro de 2020.

Sarney, Dino, Othelino e Weverton deram o tom da reação ao ataque de Bolsonaro às regras da Constituição

 

José Sarney, Flávio Dino, Othelino Neto e Weverton Rocha: discurso alinhado de crítica a Jair Bolsonaro e em defesa das instituições democráticas do País

A revelação de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ultrapassou os limites do cargo e afrontou mais uma vez a Constituição ao disparar para amigos e correligionários um vídeo de convocação de partidários para uma manifestação de apoio a ele, aos militares e ao seu Governo, numa ação que tem como alvo o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Estado Democrático de Direito, causou reação dura nos dois Poderes atingidos e gerou um clima forte de crise institucional no País. No Maranhão, o ex-presidente José Sarney (MDB), o governador Flávio Dino (PCdoB), o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e o senador Weverton Rocha (PDT) reagiram duramente. Os quatro enxergaram na atitude do presidente uma manifestação deliberada de desprezo pelas regras constitucionais no que diz respeito ao cargo de Presidente da República, e com isso uma sinalização de que o seu propósito é desmontar a estabilidade institucional e criar as condições para um Governo de exceção, ou seja, uma ditadura.

Do alto dos seus 90 anos e com a autoridade de quem comandou um processo inverso, fazendo a bem-sucedida transição da ditadura militar para a democracia durante seu Governo (1985/1990), o ex-presidente José Sarney alertou o País para o risco de enfraquecimento das instituições, especialmente o parlamento, o estado democrático corre sério risco. Com a moderação de sempre, mas dizendo o essencial em relação ao caso, mesmo sem fazer referência direta ao vídeo e à atitude do presidente de “dispará-lo” em rede social, José Sarney chamou atenção para o seu próprio exemplo como um democrata liberal: “Passei 52 anos no parlamento, mais da metade da minha vida. E afirmo com a certeza da experiência que sem parlamento forte não há democracia forte. Sem Congresso, não há democracia”.

Na condição de líder político em plena atividade, detentor de mandato e que participa do embate atual pelo poder no País, o governador Flávio Dino tem se mantido em confronto direto com o presidente Jair Bolsonaro, classificando o ataque dele às regras constitucionais como “atos subversivos e inconstitucionais”. Para o governador, o presidente age irresponsavelmente quando insufla a população para sair às ruas em protesto para defendê-lo e a seu Governo. “Em vez de atos subversivos e inconstitucionais, a pauta do governo deveria ser outra: reforma tributária, crescimento da economia, desemprego, filas do INSS e do Bolsa Família. Onde estão as propostas e ações? Governo é para governar, não para criar confusão”, disparou Flávio Dino.

Político da novíssima geração investido na presidência do Poder Legislativo do Maranhão, o deputado Othelino Neto viu na atitude do presidente Jair Bolsonaro, de quem tem sido um crítico duro e frequente, um ataque frontal às instituições e defendeu mobilização da sociedade com o que classificou como insanidade. Na sua avaliação, o presidente ultrapassou todos os limites do cargo ao convocar o povo para defendê-lo e atacar as instituições nas ruas no dia 15 de março. “O apoio do presidente às manifestações que defendem o fechamento do Congresso Nacional e do STF é uma clara afronta ao estado democrático de direito. É imperioso que as forças políticas responsáveis e a sociedade se mobilizem e tomem providências”, pregou.

Na linha do governador Flávio Dino e do deputado Othelino Neto, o senador Weverton Rocha (PDT), um dos líderes mais ativos da Oposição na Câmara Alta, viu como “muito grave” o ato do presidente da República, entendendo que ele abusou das suas prerrogativas. Para o senador, o presidente emitiu todos os sinais de que age para jogar cidadãos em manifestações de rua contra o Congresso Nacional e o Supremo, e com isso criar as condições de instalar um regime de exceção no País. “Muito grave a informação de que o presidente da República está convocando ato contra os outros Poderes. Congresso e Supremo fechados, só numa ditadura. Golpe de novo, não!”, bradou.

As vozes dos líderes maranhenses se somaram à de democratas de todas as cores, da direita à esquerda, que enxergam na atitude do presidente Jair Bolsonaro um excesso ao mesmo tempo injustificável e inaceitável, como reagiu o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha apoia Bolsonaro contrariando posição de FHC

Roberto Rocha: defesa de Jair Bolsonaro contrariando FHC

Tão surpreendente quanto o afrontoso e perigoso gesto do presidente Jair Bolsonaro de incentivar movimentos de ruas em sua defesa e de ataque aos Poderes da República foi a sua defesa feita pelo senador Roberto Rocha, líder do PSDB no Senado, para quem a reação ao chefe da Nação foi “absurdamente desproporcional”. “O presidente errou em quê? O vídeo conclama para uma manifestação a favor do presidente. Só isso. Por que o presidente, ele próprio, não pode divulgar esse vídeo?”, indagou o senador tucano – em nota ao bem informado blog do jornalista Gilberto Leda -, que tem sido um aliado entusiasmado e incondicional do presidente.

Como político e como cidadão, o senador Roberto Rocha tem todo o direito e total liberdade para apoiar um presidente de extrema direita, que contraria ideológica e doutrinariamente o seu partido, o PSDB. É politicamente lícito da sua parte aplaudir um presidente que defende a tortura, que despreza os postulados democráticos, que agride a liberdade de informação e que não esconde que seu sonho cor de rosa é submeter o Brasil a uma ditadura.

O que chama a atenção é o fato de que, ao avaliar como “absurdamente desproporcional” a reação ao gesto de Jair Bolsonaro, Roberto Rocha está criticando direta e duramente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líder e maior referência do PSDB, respeitado em todo o mundo civilizado como um democrata exemplar, um estadista, que enxergou na disparada do vídeo pelo presidente uma ameaça real e concreta à democracia.

Mas isso é a política, com as suas surpreendentes e, muitas vezes chocantes, contradições, que só podem acontecer numa democracia plena, como a que move o Brasil atual, apesar dos esforços de alguns para miná-la.

 

Elizabeth Gonçalo pressiona e DNIT promete recuperar a BR-135

Elizabeth Gonçalo (d) com o general Santos Filho no DNIT

O deputado federal temporário Elizabeth Gonçalo (Republicano) divulgou informação de que esteve no comando do DNIT, em Brasília, e de lá saiu com a garantia de que as obras de recuperação da BR-135, especialmente no trecho Estiva-Santa Rita, serão iniciadas em breve. E para mostrar que sua pressão funcionou, acrescentou uma foto em que aparece ao lado do diretor geral do DNIT, general Santos Filho. O curioso é que a mesma pressão foi feita por 12 deputados federais e dois senadores, que divulgaram foto da reunião no gabinete do chefe maior do órgão federal, que fez promessa, e nada aconteceu. Vale torcer para que o deputado federal temporário Elizabeth Gonçalo, que cobre uma licença do titular Cléber Verde (Republicano), surpreenda o Maranhão mostrando que tem mais força do que a bancada inteira.

São Luís, 28 de Fevereiro de 2020.

 

Sucesso retumbante do Carnaval deu a Flávio Dino mais fôlego para os desafios que estão a caminho

 

A Beira-Mar se tornou o grande corredor da folia de São Luís, abrigando milhares e milhares de foliões, num dos mais animados e seguros carnavais de todo o País
Ao lado do cantor Toni Garrido, do grupo Cidade Negra, Flávio Dino curtiu o sucesso do Carnaval e foi festejado pelos foliões

Mais de 700 mil foliões se renderam ao reinado de Momo nos quatro circuitos organizados na região central de São Luís, nada menos que 82% de ocupação na rede hoteleira durante os três dias de festa, mais de 2.500 pessoas trabalharam diretamente neste período, cerca de R$ 35 milhões movimentaram a economia local e, melhor de tudo: nenhum crime violento ocorreu no circuito. Com esses números, que podem ser comemorados como um sucesso retumbante, independentemente de comparações com outros estados ou com o passado recente das festas carnavalescas maranhenses, o governador Flávio Dino (PCdoB) começou sua Quarta-Feira de Cinzas com motivos de sobra para se considerar um vencedor. O resultado excepcional do Carnaval do Maranhão, somado aos números e à estabilidade institucional do seu Governo dão ao governador o gás político necessário para encarar os desafios que agora ganham forma definitiva à sua frente: as eleições municipais, as atitudes politicamente sombrias do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e a sua participação no jogo bruto que vai aos poucos ganhando forma na corrida ao Palácio do Planalto.

No que diz respeito às eleições municipais, o desafio do governador Flávio Dino será criar as condições políticas para que o seu partido e os partidos aliados vençam as eleições na maioria dos 217 municípios. O resultado dessa disputa, que já está movimentando as forças políticas em todas as regiões do Maranhão, será decisivo para o grande embate de 2022. A eleição de prefeitos e vereadores em grandes médios e pequenos municípios poderá pavimentar a estrada para a continuidade do projeto de poder iniciado em 2014, com a eleição do sucessor do próximo ocupante do Palácio dos Leões e do um senador da República. Se as forças sob sua liderança forem bem-sucedidas nas urnas, sua caminhada será mais fácil; do contrário, as dificuldades serão imensas.

Agora voz com eco no País inteiro, dada a projeção que alcançou como governante de bons resultados e militante ativo que trabalha para a formação de uma grande frente para fazer contrapeso ao presidente Jair Bolsonaro e as forças conservadoras mobilizadas em torno dele, o governador Flávio Dino vem cumprindo um papel importante no cenário político republicano. Ele tem sido uma das vozes mais firmes e equilibrada no contra-ataque aos ataques que o presidente tem feito às instituições. Antes ignoradas pelo Palácio do Planalto e com reservas pela própria oposição de esquerda, as posições por ele manifestadas agora são levadas em conta, numa evidência incontestável de que sua estatura política ganhou, finalmente, dimensão nacional. Ontem, por exemplo, Flávio Dino foi às redes sociais rebater o ataque mais recente de Jair Bolsonaro às instituições. “Extremamente grave que altas autoridades civis e militares estejam apoiando atos políticos contra os Poderes Legislativo e Judiciário. Os defeitos destes tem que ser enfrentados de acordo com as leis, não com coação. Lembrando que tal coação constitui crime de responsabilidade”, disse.

Ao mesmo tempo em que faz o contraponto ao presidente Jair Bolsonaro, o governador Flávio Dino ganha lastro para entrar no fechadíssimo clube dos presidenciáveis. Montado no prestígio de quem se reelegeu em turno único, o governador do Maranhão começa a ser tratado como político com estatura para disputar a Presidência da República. Esse status foi confirmado pelas recentes tentativas de desqualificá-lo, sendo a mais evidente uma reportagem da revista Veja, que num esforço vão, fez malabarismo verbal para dizer que seu Governo não tem brilho, quando os números que mostrou são todos positivos. Na sua edição de domingo (23), o jornal O Globo publicou reportagem alentada mostrando a situação financeira e o grau de investimentos dos estados, cenário no qual o Maranhão aparece entre os entre os que mais investiram, apesar da penúria financeira. As estocadas só indicam que aos poucos o governador Flávio Dino vai ampliando seu espaço no cenário político do País, já como presidenciável, e com o desafio de se manter no clube.

Embalado pelos resultados do reinado momesco, que colocou de vez o Maranhão no circuito carnavalesco nacional, e com ele uma injeção forte no turismo estadual, Flávio Dino reassume o protagonismo com gás suficiente para prosseguir governando bem e pisando firme no cenário político nacional.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Duarte Júnior sofre pancadaria de adversário, mas parece sair mais forte a cada investida

Duarte Júnior entre Eliziane Gama e Flávio Dino visita a um retiro cultural evangélico feita durante as festas de Carnaval

Adversários não assumidos do deputado Duarte Júnior (Republicano) aproveitaram as festas carnavalescas para disparar factoides na sua direção, tentando com isso, claro, criar-lhe embaraços políticos e eleitorais. O ponto alto foi a divulgação de áudios de campanha nos quais não há qualquer indício de crime eleitoral, como querem fazer crer. Enquanto isso, o pré-candidato do Republicano à Prefeitura de São Luís passou o reinado de Momo trabalhando duro para ampliar seu espaço, inclusive acompanhando o governador Flávio Dino na visita que fez a retiros culturais, movimento da comunidade evangélica para fugir à agitação momesca. O objetivo da pancadaria está claro: minar o poder de fogo do parlamentar, de modo a evitar que ele continue avançando na corrida à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Duarte Júnior, porém, tem demonstrado que é duro na queda, a começar pelo fato de que nenhuma artimanha usada até aqui para desestabilizá-lo funcionou. Mais do que isso: a impressão que dá é que ele se fortalece a cada pancada. As próximas pesquisas dirão com ele está no cenário sucessório municipal.

 

Eduardo Braide aproveita folia momesca para estreitar laços com evangélicos

Eduardo Braide (D) com evangélicos durante visita a retiro

Pré-candidato do Podemos à Prefeitura de São Luís, o deputado federal Eduardo Braide dedicou parte do seu tempo durante o reinado momesco a visitar retiros evangélicos. Católico praticante, o parlamentar tem dado um caráter ecumênico à sua ação política, estabelecendo relações fortes com diversos segmentos religiosos, a começar pelos evangélicos, dos quais se aproximou muito na eleição de 2016, tendo estreitado ainda mais os laços em 2018. Eduardo Braide também está muito próximo da Igreja Messiânica, comparecendo com frequência ao seu principal tempo em São Luís, sendo sempre muito bem recebido, segundo relato de um frequentador assíduo. Nas visitas que fez aos retiros organizados por segmentos da Assembleia de Deus durante o Carnaval, o pré-candidato do Podemos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior deu palestras sobre política, falou sobre São Luís e seus problemas, participou de atividades recreativas e conversou com lideranças. Com esses movimentos, o parlamentar vai alimentando sua condição do favorito, mantida até aqui, segundo todas as pesquisas já divulgadas.

São Luís, 27 de Fevereiro de 2020.

Dono de poder para influenciar sua sucessão, Edivaldo Holanda Júnior mantém silêncio sobre preferência

 

Edivaldo Holanda Júnior, sempre acompanhado da primeira-dama Camila Holanda, cuida de turbinar seu programa de obras, sobretudo asfaltamento, e aumenta cacife para coordenar sucessão na Prefeitura de São Luís

A pergunta mais insistente feita atualmente nos bastidores da corrida à Prefeitura de São Luís é a seguinte: Qual será a posição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) na sua própria sucessão? As especulações sobre essa interrogação são frenéticas, ouve-se diariamente as mais diversas hipóteses possíveis, mas a verdade é que, demonstrando uma enorme capacidade de se manter no cenário escondendo o jogo, mesmo fazendo gestos aqui e ali, o prefeito vem surpreendendo com um silêncio obstinado sobre o assunto. Politicamente, é sabido que Edivaldo Holanda Júnior já acertou ponteiros com o governador Flávio Dino (PCdoB), de quem recebeu a tarefa de coordenar o processo sucessório no âmbito dos partidos que integram a aliança governista, uma tarefa complexa e que exigirá dele muita habilidade, paciência e eficiência como articulador. Partidariamente, ele depende de um posicionamento do comando do PDT, mais precisamente do senador Weverton Rocha, que não tem candidato e deve sugerir o vice numa aliança com o DEM ou com o PCdoB. Uma situação pouco confortável, uma vez que muito do seu futuro político, que é promissor, depende do desfecho da sua própria sucessão.

No que diz respeito à tarefa de coordenar a corrida sucessória na seara dos partidos governistas, é evidente que, por mais delicada que ela seja, o prefeito não terá maiores dificuldades: tem bom relacionamento com todos os partidos que apoiam sua gestão, tem se mostrado aberto a conversas reservadas e, para completar, é um craque na arte de ser discreto, pois nada, ou quase nada do que articula tem vindo à tona. Tem mantido conversas com o presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, do Cidadania, senadora Eliziane Gama, e do PSB, deputado federal e candidato a prefeito Bira do Pindaré, entre outros. Isso evidencia que o prefeito está cumprindo sua tarefa de articulador, sem soprar a brasa de nenhum pré-candidato até aqui. Vem fazendo, à sua maneira discreta, a parte que lhe cabe no entendimento com o governador Flávio Dino, que não pretende se envolver diretamente no embate do primeiro turno.

Partidariamente, o prefeito de São Luís encontra-se numa posição delicada. Primeiro porque, numa situação insólita, o seu partido, o PDT, não tem nome de peso para disputar a sua sucessão – alguns foram lembrados, como o presidente da Câmara Municipal, Osmar Filho, por exemplo, mas não prosperaram. E depois, têm corrido insistentes rumores de que já não seria mais firme como dantes a sua relação com o senador Weverton Rocha. Intrigas à parte, o fato é que Edivaldo Holanda encontra-se na politicamente inusitada e estranha posição de prefeito de um partido forte e no comando de uma gestão bem avaliada, mas obrigado a apoiar um candidato de outro partido ou, se preferir, ficar de fora sem apoiar ninguém.

Aos 41 anos, e dono de um lastro que inclui dois mandatos de vereador de São Luís, meio mandato de deputado federal e dois mandatos de prefeito da Capital, à frente de uma gestão equilibrada e eficiente, com um enorme saldo positivo a seu favor, Edivaldo Holanda Júnior tem maturidade suficiente para saber que não pode errar. Tem consciência que cada passo que vier a dar de agora por diante será decisivo para o desfecho da corrida à sua sucessão, podendo ser-lhe favorável ou desastroso. Sabe, finalmente, que, com a autoridade de quem tirou São Luís de uma cratera fiscal, pagou salários rigorosamente em dia, investiu forte em educação, saúde e infraestrutura e deu uma guinada radical na revitalização do Centro da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, tem cacife para projetar futuro politicamente ambicioso.

Nesse contexto, aonde a partir de agora todo movimento será decisivo, o prefeito de São Luís passa o reinado de Momo distante da folia, certamente aproveitando para avaliar o cenário e se preparando para tornar sua coordenação mais efetiva com a chegada das águas de março. E com o trunfo de saber que o rumo que vier a tomar, discreta ou ostensivamente, influenciará fortemente no desfecho da disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PCdoB vai ter de mostrar o tamanho político real do pré-candidato Rubens Júnior

Aclamado por Márcio Jerry e dirigentes do PCdoB pré-candidato a prefeito, Rubens Júnior precisa ser mostrado com seu tamanho político correto

O PCdoB está se movimentando para transformar o deputado federal Rubens Júnior, seu pré-candidato ao palácio de la Ravardière, no grande nome da base dinista para enfrentar na campanha e nas urnas o deputado federal Eduardo Braide (Podemos), até aqui o nome a ser batido nessa disputa. A parte visível da estratégia é mostrá-lo como um dos políticos mais bem   sucedidos da nova geração, aliado de primeira hora do projeto de poder desenhado nos primeiros anos deste século pelo então ex-juiz federal e candidato a deputado federal Flávio Dino, e nome de proa em todos os movimentos do grupo que começou a chegar ao poder em 2012, com a eleição de Edivaldo Holanda Júnior (PTC) prefeito de São Luís, e que culminou com a eleição de Flávio Dino governador do Maranhão e a reeleição em 2018, tomando também as três vagas do Senado, uma em 2014 e duas em 2018. O PCdoB vai mostrar que, advogado de formação e político por profissão, Rubens Júnior é um quadro com sólida base de conhecimento, ampliada pela vivência em dois mandatos de deputado estadual e um cumprido e outro em andamento de deputado federal e do qual se licenciou para assumir a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano. Esse currículo, enriquecido por uma ação política intensa na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal – onde atuou fortemente em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), fez oposição intensa ao Governo do presidente Michel Temer (MDB) e foi duro com o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no curso período em que o enfrentou. Rubens Júnior, portanto, não é um político qualquer, o que exige do PCdoB um cuidado especial ao mostrá-lo ao eleitorado de São Luís como candidato à sucessão. Vale aguardar o produto a ser embalado por marqueteiros.

 

Avante e Patriota apoiam Detinha por serem controlados com mão-de-ferro por Josimar de Maranhãozinho

Josimar de Maranhãozinho e Detinha reunidos com sua tropa de choque: Pastor Gildenemyr, Júnior Marreca (pai), Júnior Marreca Filho, Aldir Júnior e Júnior Lourenço

Ao explicar sua pré-candidatura à Prefeitura de São Luís, a deputada estadual Detinha (PL) diz que seu nome foi escolhido após intenso debate no seu partido e no Avante e no Patriota, agremiações que, segundo ela, “somam com o projeto político do nosso grupo”. Só que a situação é bem mais que isso. Primeiro, Avante e Patriota não são partidos independentes no Maranhão. Assim como o PL, eles são controlados com mão-de-ferro pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que mantém seus representantes rigorosamente na linha que ele traça, e ponto final. Nessas reuniões ocorrem conversas animadas, mas a palavra final é do marido da deputada Detinha, que não aceita discordâncias. No meio político é sabido que os deputados federais Júnior Lourenço (PL), Pastor Gildenemyr (PL) e Marreca Filho (Patriota) e os deputados estaduais Hélio Soares, Vinícius Louro e Leonardo Sá seguem à risca as orientações de Josimar de Maranhãozinho. Ou seja, mais que um grupo político, o marido da deputada Detinha está formando uma tropa de choque com aliados incondicionais. O que muitos perguntam é do que é tecido o fio condutor de tanta lealdade.

São Luís, 23 de Fevereiro de 2020.

 

Definições no PDT, MDB e PSDB podem influenciar nos rumos da corrida para a Prefeitura de São Luís

 

Weverton Rocha, João Alberto e Roberto Rocha podem definir os rumos da corrida eleitoral em São Luís

O PCdoB bateu martelo pelo deputado federal Rubens Júnior, o Podemos confirmou o deputado federal Eduardo Braide, o PSB já está em campanha pelo deputado federal Bira do Pindaré, o Republicanos deu a vaga ao deputado estadual Duarte Júnior, a Rede balançou para o jornalista Jeisael Marx, o PROS assumiu o projeto eleitoral do deputado estadual Yglésio Moisés, o PSOL deve confirmar o professor Franklin Douglas, o PSTU avisou que vai com Saulo Arcangeli, o PL lançou a deputada Detinha, e é quase 100% certo que o DEM confirmará o deputado estadual Neto Evangelista. Para que o plantel de pré-candidatos a prefeito de São Luís fique completo, aguarda-se a manifestação do PDT, do MDB e do PSDB. São três legendas com histórico de participação forte na vida política de São Luís, com fatias gordas do eleitorado ludovicense, e que por isso o rumo que cada uma vier a tomar terá influência considerável na corrida para a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

É forte a expectativa pelo posicionamento do PDT, o partido com maior capilaridade em São Luís, que conta com uma militância forte e ativa e que comandou a Prefeitura por mais de 20 dos últimos 30 anos, a partir da eleição de Jackson Lago em 1988. No momento, porém, o PDT encontra-se numa encruzilhada: controla a máquina com um prefeito bem avaliado, mas sem um nome de peso para a sua sucessão, obrigando-se a fazer uma coligação indicando o vice. A aliança mais provável é com o DEM em torno do deputado Neto Evangelista, com o aval dos comandos nacionais do Democratas e do PDT. Mas poderá também compor com o PCdoB indicando o vice do deputado Rubens Júnior, como advogam algumas das suas vozes. Poderá, ainda, lançar candidato próprio. O comandante maior do partido, senador Weverton Rocha, diz que o momento “é de costura”, e que a posição do PDT será definida em convenção no dia 28 de março. “A partir daí começará o jogo de verdade”, disse ao bem informado blog do jornalista Marco D`Eça.

O MDB, que representa a banda maior do que restou do Grupo Sarney, “só vai resolver São Luís depois do Carnaval”, avisou o seu presidente, senador João Alberto. Inicialmente, o MDB tentou atrair sem sucesso a arquiteta Kátia Bogea, ex-presidente do Iphan, vista por muitos como um nome adequado para a São Luís atual. Depois, apostou muitas fichas no ingresso do ex-juiz Carlos Madeira, que após de várias conversas abandonou o projeto emedebista e se filou ao Solidariedade, pelo qual será candidato. Finalmente, o MDB radicalizou lançando a ex-governadora Roseana Sarney, que inicialmente pareceu animada, mas logo desanimou e recusou a acabou recusando  proposta. Agora, o partido tem dois caminhos: lançar um candidato que ainda não tem, ou apoiar a candidatura do deputado estadual Adriano Sarney (PV) – que o presidente João Alberto considera “muito difícil”. Isso reforça a especulação de que o MDB poderá aliar-se ao Podemos em torno de Eduardo Braide. “Na política do Maranhão boi voa, até de asa quebrada”, lembra, acertadamente, o ex-senador João Alberto.

O terceiro foco de indefinição é o PSDB, que já esteve no poder municipal com o prefeito João Castelo (2009/2012). O deputado estadual Wellington do Curso é pré-candidato assumido, mas até agora não recebeu o aval do presidente tucano, senador Roberto Rocha. Nos bastidores, corre que o projeto de Roberto Rocha é levar o PSDB para uma aliança o Podemos, indicando o vice de Eduardo Braide. É provável que Wellington do Curso busque outra legenda – o PSL, por exemplo – para se candidatar. A expectativa é a de que o nó será desatado em março.

O fato é que depois que essas forças políticas e partidárias se posicionarem, a corrida para a Prefeitura de São Luís terá largada definitiva.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Quinto homenageará Bacabal lembrando Padre Mohana e Papete e com ala dedicada ao “Carcará”

Padre Mohana, Papete e João Alberto: grandes bacabalenses que serão homenageados pela Turma do Quinto

A Turma do Quinto vai levar para a avenida o enredo O Centenário de Bacabal, uma homenagem ao século de existência de um dos maiores e mais importantes municípios maranhenses. A escola da Madre Deus, que costuma encantar o público e por isso coleciona campeonatos, vai destacar figuras importantes nascidas em Bacabal, como o padre, médico e escritor conhecido João Mohana; o nacionalmente respeitado percussionista, arranjador, compositor e cantor Papete, e o ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito, ex-governador e ex-senador João Alberto. Os dois primeiros serão lembrados em destaques, segundo uma fonte da escola. Para homenagear o ex-governador João Alberto, os carnavalescos criaram a ala “Carcará”, que promete ser uma das mais animadas. O samba assinado por Manoel Henrique, Carlos Boni e Cecel Mix homenageia os três gigantes bacabalenses. Num dos trechos destaca o genial Papete cantando que o seu disco, considerado o maior clássico da MPM, “Bandeira de Aço encanta os ouvidos”; em seguida lembra João Mohana destacando que “Conselhos do padre me fazem sentido”; e fecha a estrofe com “No voo do meu João”, numa alusão ao Carcará. O ex-senador anda visivelmente empolgado com a honraria carnavalesca.

 

PSC lança Mariana Carvalho à Prefeitura de Imperatriz

Aluísio Mendes lançou Mariana Carvalho candidata à Prefeitura de Imperatriz

Depois da confirmação das candidaturas do prefeito Assis Ramos (DEM), do deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), do ex-prefeito Ildon Marques (PP) e do ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), os quatro candidatos que, pelo menos em princípio, de fato pesam no cenário político local, a disputa para a Prefeitura de Imperatriz ganhou ontem um dado novo: a pré-candidatura da  bacharel em Direito Mariana Carvalho (PSC). Ela foi lançada pelo comandante do partido no Maranhão, deputado federal Aloísio Mendes, após assinar ficha de filiação na legenda. Mariana Carvalho entra com o diferencial de ser jovem e mulher. E vai para  a corrida com a experiência de quem recebeu 14 mil votos para deputada estadual em 2018. O presidente do PSC aposta alto na candidatura dela, que mostrou firmeza quando declarou: “Acredito que pelo modo de fazer uma política orgânica, sem conchavos, com respeito e diálogo, meu nome possa ter se sobressaído na escolha do partido”.

São Luís, 21 de Fevereiro de 2020.

Candidatura de Detinha em São Luís é jogada de Josimar de Maranhãozinho para ganhar projeção estadual

 

Josimar de Maranhãozinho lança Detinha em São Luís numa cartada política ousada de projeção estadual

A corrida para a Prefeitura de São Luís ganhou ontem um ingrediente a mais e diferenciado: a pré-candidatura da deputada estadual Detinha (PL), ex-prefeita de Centro do Guilherme, um dos feudos políticos do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, seu marido e mentor político, já também lançado candidato ao Governo do Estado em 2022. Com a iniciativa, por ela própria confirmada ontem em discurso na Assembleia Legislativa, Detinha desembarca na seara política da Capital com uma marca e um objetivo bem claros. A marca: é a primeira, e provavelmente a única, mulher na disputa, já que a ex-governadora Roseana Sarney não aceitou o convite do MDB. O objetivo: demarcar um espaço para o marido no território político de São Luís. Sua candidatura é o desfecho de uma série de movimentos malsucedidos feitos por Josimar de Maranhãozinho para figurar na linha de frente da política estadual.

Para quem não a conhece, Detinha é Maria Deusdete Lima Cunha Rodrigues, assistente social cearense, natural de Cariús, cidade de 18 mil habitantes distante 411 quilômetros de Fortaleza, casada com o empresário e político cearense Josimar Cunha Rodrigues, natural de Várzea Alegre, cidade de 40 mil habitantes 446 quilômetros distante de Fortaleza, hoje conhecido como Josimar de Maranhãozinho. Ele foi prefeito de Maranhãozinho de 2005 a 2012, foi o deputado estadual mais votado em 2014 (99.252 votos) e o deputado federal mais votado em 2018 (195.798 votos), controlando com mão de ferro o braço maranhense do agora PL. Ela foi prefeita de Centro do Guilherme de 2009 a 2015 e foi campeão de votos (88.402) em 2018 para a Assembleia Legislativa, onde comanda a chamada “Bancada do Josimar”, formada pelos deputados Hélio Soares, Vinícius Louro e Leonardo Sá. Josimar de Maranhãozinho tem o controle político e, dizem, administrativo de várias prefeituras, entre elas a de Zé Doca, a mais importante do Alto Turiaçu, comandada por sua irmã, Maria Josenilda Cunha Rodrigues (PL), e uma bancada fiel na Câmara Federal, formada pelos deputados Júnior Lourenço. Pastor Gildenemyr e Marreca Jr.. Em São Luís, controla o vereador Aldir Jr. (PL).

A candidatura da deputada Detinha à Prefeitura de São Luís pouco ou nada tem a ver com o seu desempenho como prefeita de Centro do Guilherme, município de 12 mil habitantes localizado na Região do Gurupi. Trata-se, na verdade, de uma jogada ousada de Josimar de Maranhãozinho para ganhar projeção política e sentar na mesa principal das negociações para a sucessão estadual de 2022. Para ele, não interessa permanecer rotulado como um político interiorano, marcado pela sombra de controvérsias. Seu projeto é adquirir estatura de político estadual, e para alcançar esse objetivo é imperativo mostrar força também em São Luís. Um projeto arrojado, que vem sendo tentado sem sucesso desde o ano passado.

A movimentação de Josimar de Maranhãozinho para ganhar força em São Luís começou para valer em meados de 2019, quando ele investiu fortemente para fazer o deputado federal Eduardo Braide, então no PMN e líder nas pesquisas, candidato do seu partido, o hoje PL. Nas várias rodadas de conversa, Eduardo Braide percebeu com clareza que Josimar de Maranhãozinho pretendia usá-lo para se fortalecer politicamente e recusou a proposta. Com o fracasso da investida sobre Eduardo Braide, Josimar de Maranhãozinho jogou pesado para cooptar os deputados Duarte Júnior, que ganhou liberação do PCdoB e se tornou pré-candidato do Republicanos, e Yglésio Moisés, que foi liberado pelo PDT e se tornou pré-candidato do PROS. Com a recusa dos três, o chefe do PL ficou sem alternativa fora do seu partido.

A candidatura da deputada Detinha à Prefeitura de São Luís foi a solução encontrada por Josimar de Maranhãozinho para fincar estacas e demarcar algum território na Capital, de modo a ganhar projeção estadual como um líder político com estatura para disputar o Governo do Estado. O discurso que fez ontem na Assembleia Legislativa foi revelador de que ela entra como parceira de um projeto mais ambicioso do marido. Isso, porém, não invalida o fato de que, caso seja mantida, será uma candidatura também para ser levada em conta, por mais estranha que pareça ao cenário político ludovicense.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino agiu com razão institucional ao pedir audiência a Bolsonaro para discutir situação das BRs

Flávio Dino propõe audiência a Jair Bolsonaro para falar do estado calamitoso das BRs que cortam oo Maranhão

Foi sensata e absolutamente justificada a iniciativa do governador Flávio Dino (PCdoB) de pedir formalmente, por ofício, uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tratar do grave e danoso problema das estradas federais que cortam o Maranhão, como as BRs 135, 010, 402, 316, 222, 226 e 230, todas em estado lastimável de degradação e carecendo de obras imediatas de reparo e restauração. Vozes da Oposição criticaram, algumas de maneira contundente, como o deputado César Pires (PV) em discurso na Assembleia Legislativa, mas os seus argumentos caíram por terra depois que o governador divulgou um vídeo explicando a sua iniciativa.

Primeiro, Flávio Dino informa que pediu a audiência “para discutir” o problema com Jair Bolsonaro, e buscar providências que permitam solucionar, parcial ou integralmente, o problema, evitando assim os prejuízos causados diariamente aos que nelas trafegam e à economia do estado e do País. Exatamente por saber que Governo estadual não pode cuidar da infraestrutura federal no estado, Flávio Dino esclarece que o seu propósito é conseguir que o presidente tome providências, e se coloca à disposição do chefe da Nação para apoiar as medidas com os instrumentos que dispõe a Secretaria de Infraestrutura. Nada demais, uma proposta sensata e equilibrada e administrativamente saudável. Se aceitar, Jair Bolsonaro dará uma demonstração de que é também capaz de agir com normalidade institucional. Se recusar, o presidente cometerá mais uma das suas idiossincrasias políticas.

Os que criticara a inciativa parecem não perceber que poucos políticos no País têm a consciência que Flávio Dino tem do seu papel institucional.

 

Sebastião Madeira avisa que é pré-candidato a prefeito de Imperatriz

Sebastião madeira: pré-candidato à Prefeitura de Imperatriz

Imperatriz já tem o quarto candidato a prefeito: o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Na edição de ontem, a Coluna comentou a entrada do ex-prefeito Ildon Marques (PP) na disputa, que já contava com o prefeito Assis Ramos (DEM) e o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), enfocando a participação de Sebastião Madeira como uma possibilidade a ser confirmada nas próximas semanas. Mas ontem mesmo ele informou que é pré-candidato e que já está iniciando movimentos de pré-campanha. O lastro de dois mandatos consecutivos de prefeito, que se somam três mandatos de deputado federal, Sebastião Madeira conhece como poucos os humores eleitorais da Princesa do Tocantins. Ao decidir entrar na disputa, mesmo ainda sob impacto da devastadora derrota sofrida pelo seu partido, o PSDB, nas eleições 2018 no Maranhão, Sebastião Madeira sabe exatamente onde está pisando. Com sua experiência, é capaz de medir peso de cada um dos candidatos e chegar à conclusão de que, ainda que remotamente, ultrapassar seus concorrentes e chegar lá. Isso porque avalia que, a exemplo de 2016, essa deverá ser uma eleição em que a diferença entre os candidatos pequena. Daí acreditar que está no jogo.

São Luís, 20 de Fevereiro de 2020.

Entrada de Ildon Marques acirra a disputa pela Prefeitura de Imperatriz

 

O ex-prefeito Ildon Marques entra para disputar com o prefeito Assis Ramos e o deputado Marco Aurélio

A confirmação da pré-candidatura do empresário, ex-interventor e ex-prefeito Ildon Marques, pelo PP, é mais uma pincelada forte no desenho do cenário em que se dará a disputa pela Prefeitura de Imperatriz, o segundo maior, mais rico e mais importante município do Maranhão. Ele confirmou ontem o projeto eleitoral à Coluna, afirmando que está atendendo a “um chamamento do PP”, e que sua pré-candidatura é fato. Ildon Marques, que já vinha dando sinais claros de que seria candidato, entra na corrida ao comando da Princesa do Tocantins quando já se encontram em movimento o prefeito Assis Ramos (DEM), que busca a reeleição, e o deputado estadual Professor Marco Aurélio (PCdoB), que de acordo com as últimas pesquisas aparece como favorito. A entrada de Ildon Marques dá novo impulso a uma peleja eleitoral entre forças expressivas e que deve ganhar mais intensidade com a provável candidatura do ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que de acordo com vozes tucanas, deve ser confirmada depois do reinado de Momo, provavelmente em meados de março.

Com um período de interventor e dois mandatos de prefeito no currículo, isso associado à posição de megaempresário, sem ser, portanto, uma novidade, Ildon Marques entra numa disputa difícil de alto risco. Com experiência política que acumulou, sabe que vai enfrentar um prefeito disposto a jogar pesado para renovar o mandato, e um político jovem, comprometido com causas sociais, parlamentar competente e bem posicionado, e que representa, de fato, uma ideia de renovação. Politicamente, o ex-prefeito é um nome respeitável em Imperatriz – foi suplente de senador e de deputado federal -, mas o seu desafio será transformar esse cacife em prestígio eleitoral e inibir o sopro de renovação que, tudo indica, vai embalar a campanha rumo à Prefeitura.

O prefeito Assis Ramos trocou o MDB pelo DEM, enfrenta dificuldades e aparece em terceiro lugar nas pesquisas feitas até agora. Mas políticos experientes alertam para o fato de que a máquina administrativa que move a segunda maior Prefeitura do Maranhão é um instrumento político muito poderoso, principalmente em períodos de disputa eleitoral, o que torna o prefeito um candidato que não pode ser subestimado. O próprio Ildon Marques sabe disso muito bem. E quando decide entrar na disputa e enfrentá-lo, certamente o faz com plena consciência de que enfrentará uma máquina. (O melhor exemplo disso é a trajetória do ex-prefeito Sebastião Madeira: elegeu-se em 2008, reelegeu-se em 2012, e em 2016, quando não pode mais se candidatar, tirou do nada o empresário Ribinha Cunha e lhe deu mais de 15% dos votos numa eleição em que Ildon Marques disputou a cabeça com Assis Ramos e perdeu).

Na outra ponta da linha adversária está o deputado estadual Professor Marco Aurélio, líder na preferência do eleitorado segundo pesquisas publicadas até aqui. Além do cacife político pessoal demonstrado em suas seguidas eleições com votações crescentes e de ser o candidato do PCdoB, Professor Marco Aurélio entra na corrida com o aval do Palácio dos Leões e, pelo que está sendo rascunhado, no comando de uma aliança que reunirá partidos como Solidariedade, PDT e PT. Ao contrário do prefeito Assis Ramos, que se elegeu como um outsider sem história política e até hoje não criou uma identidade político-partidária, e do ex-prefeito Ildon Marques, que já é marca registrada para agrado de uns e desagrado de outros, o deputado Marco Aurélio é um quadro em ascensão, até aqui sem manchas e com horizonte político largo pela frente.

É evidente que a entrada de Ildon Marques na corrida à Prefeitura de Imperatriz certamente contribuirá para elevar o nível do debate dos problemas e desafios de uma cidade com jeito de metrópole e com o peso de séria candidata a capital em futuro não tão distante.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Reação na medida a uma agressão indecente

Sob o impacto das inacreditáveis palavras usadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ofender uma jornalista cuja atuação séria e correta o incomodou fortemente, a Coluna reproduz editorial do Jornal Folha de S. Paulo, fazendo seus as posições, as afirmações e os alertas nele expressados:

Editorial

Sob ataque, aos 99

Bolsonaro reincide na ofensiva ao jornalismo; alvo é o edifício constitucional

Ao completar 99 anos de fundação, esta Folha está mais uma vez sob ataque de um presidente da República. Jair Bolsonaro atiça as falanges governistas contra o jornal e seus profissionais, mas seu alvo final não é um veículo nem tampouco a imprensa profissional. Ele faz carga contra o edifício constitucional da democracia brasileira.

Frustraram-se, faz tempo, as expectativas de que a elevação do deputado à suprema magistratura pudesse emprestar-lhe os hábitos para o bom exercício do cargo. É a Presidência que vai se contaminando dos modos incivis, da ignorância entranhada, do machismo abjeto e do espírito de facção trazidos pelo seu ocupante temporário.

O chefe de Estado comporta-se como chefe de bando. Seus jagunços avançam contra a reputação de quem se anteponha à aventura autoritária. Presidentes da Câmara e do Senado, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores de estado, repórteres e organizações da mídia tornaram-se vítimas constantes de insultos e ameaças.

Há método na ofensiva. Os atores agredidos integram o aparato que evita a penetração do veneno do despotismo no organismo institucional. Bolsonaro não tem força no Congresso nem sequer dispõe de um partido. Testemunha a redução de prerrogativas da Presidência, arriscada agora até de perder o pouco que lhe resta de comando orçamentário.

Escolhe a tática de tentar minar o sistema de freios e contrapesos. Privilegia militares com verbas, regras e cargos, e o exemplo federal estimula o apetite de policiais nos estados. Governadores são expostos por uma bravata presidencial sobre preços de combustíveis a um embate com caminhoneiros.

Pistoleiros digitais, milicianos e uma parte dos militares compõem o contingente dos sonhos do presidente para compensar a sua pequenez, satisfazer a sua índole cesarista e desafiar o rochedo do Estado democrático de Direito. 

Não tem conseguido conspurcar a fortaleza, mas os choques vão ficar mais frequentes e incisivos caso a resposta das instituições esmoreça. A democracia é o regime da responsabilidade, o que implica a necessidade de punir a autoridade que se desvia da lei.

Defender o reemprego de um ato que fechou o Congresso Nacional, como fez o deputado Eduardo Bolsonaro ao invocar o AI-5, não deveria ser considerado deslize menor pelos colegas que vão julgá-lo no Conselho de Ética.

As imunidades para o exercício da política não foram pensadas para que mandatários possam difamar, injuriar e caluniar cidadãos desprovidos de poder, como está ocorrendo. Dignidade, honra e decoro são requisitos legais para a função pública. O presidente que os desrespeita comete crime de responsabilidade.

Ao entrar no seu centésimo ano, a Folha está convicta de que o jogo sujo encontrará a resposta das instituições democráticas. Elas, como o jornalismo, têm vocação de longo prazo. Jair Bolsonaro, não.

São Luís, 19 de Fevereiro de 2020.