Arquivos mensais: setembro 2018

Pesquisas: Fernando Haddad ameaça Jair Bolsonaro no País e dispara no Maranhão com o apoio de Flávio Dino

 

Flávio lidera e reforça Fernando Haddad; Maura Jorge não ajuda Jair Bolsonaro

A medição de forças entre a esquerda e a direita desenhada com clareza absoluta na corrida para a presidência da República, a primeira representada pela candidatura de Fernando Haddad (PT) e a segunda pela de Jair Bolsonaro (PSL) caminha mesmo para um segundo turno entre as duas forças, conforme pesquisa CNI/MDA, publicada na madrugada deste Domingo, mostrando Jair Bolsonaro com 28,2% das intenções de voto e Fernando Haddad com 25,2%. Essa forte e, tudo indica, irreversível polarização está caracterizada no cenário eleitoral do Maranhão, com a diferença de que nele as posições se invertem: Fernando Haddad tem 44,9% das intenções de voto e Jair Bolsonaro 26,5%, segundo pesquisa do DataIlha. Nesse contexto, as forças que lutam pelo comando do estado estão posicionadas, sendo a esquerda mais moderada e mais democrática representada pela candidatura do governador Flávio Dino (PCdoB) à reeleição, e outra radical – PSTU E PSOL, disputando com as duas correntes da direita, uma mais moderada e mais esclarecida, expressada pela candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e a outra mais conservadora, extremada, refletida na candidatura da ex-prefeita Maura Jorge (PSL), porta-voz de Jair Bolsonaro no estado. Assim como no campo nacional, o centro (PSDB) está sendo triturado nessa corrida às urnas no Maranhão.

Exatamente como foi previsto, o petista Fernando Haddad já ultrapassou largamente o pslista Jair Bolsonaro na preferência do eleitorado maranhense, saindo de 11% para 44,9% em apenas três semanas, mantendo ainda uma tendência forte de crescimento, que pode chegar a mais de cinco dezenas de pontos percentuais. Fernando Haddad caminha para se alinhar ao governador Flávio Dino, que, com exceção do Ibope, que lhe deu 49% na última pesquisa, tem acima de 50%, conforme as demais pesquisas. Esse alinhamento do presidenciável petista com o governador maranhense é o resultado de uma aliança declarada que une as duas forças no Maranhão, consolidada pelas manifestações do ex-presidente Lula, por meio de carta aberta aos maranhenses, e Fernando Haddad por reiteradas declarações de apoio ao chefe do Executivo maranhense. A julgar pelas fotografias estatísticas do momento, Flávio Dino se move para fechar sua eleição em turno único, enquanto Haddad sairá das urnas maranhenses turbinado para uma disputa de segundo turno.

A explicação para a tendência de vitória de Flávio Dino e Fernando Haddad no Maranhão é óbvia: o governador é bem avaliado e lidera um grande movimento de transição política, enquanto o presidenciável petista encarna integralmente o lulismo que ganhou os corações e as mentes de mais de 80% dos maranhenses desde a sua primeira eleição, em 2002, relação reforçada com os programas sociais implantados nos seus dois Governos.  Uma aliança difícil de ser dobrada nas urnas. Ciro Gomes tem 11% das intenções de votos dos maranhenses e segue em frente com o apoio do PDT e simpatia do governador Flávio Dino.

Na outra ponta da corda está o presidenciável Jair Bolsonaro, da direita dura, com as intenções de voto de 1/4 do eleitorado maranhense, tendo como aliada Maura Jorge, que vem variando de dois a cinco pontos percentuais da preferência, brigando, ponto a ponto, com o candidato de centro-direita Roberto Rocha (PSDB), que tem sofrido a mesma variação de percentuais da candidata do PSL. A diferença é que Maura Jorge, com seu prestígio político e eleitoral limitado, não agrega poder de fogo ao presidenciável, ao contrário, tenta avançar no vácuo por ele produzido numa campanha sem estrutura e sem qualquer vibração. Maura Jorge bem que tem se esforçado para dinamizar sua campanha, mas as suas limitações são tantas que ela atua como se não conseguisse sair do lugar.  Daí ser muito difícil, quase impossível mesmo, que Jair Bolsonaro consiga avançar e alcançar pelo menos três dezenas de pontos percentuais no eleitorado maranhense, mesmo levando em conta a imprevisibilidade de uma corrida como a que está em curso.

A pesquisa CNI/MDB sobre a corrida presidencial confirma, de fato, a tendência de crescimento do petista Fernando Haddad, com possibilidade de chegar a um empate efetivo com o pslista Jair Bolsonaro, podendo os votos maranhenses contribuir para essa possibilidade. O governador Flávio Dino tem sido importante para essa dinâmica de crescimento de Fernando Haddad no Maranhão, trabalho de certa maneira facilitado pelo fato de seu principal adversário, a ex-governadora Roseana Sarney, ser o único candidato a governador no Maranhão – e provavelmente em todo o País – que não tem candidato a presidente da República, já que não abraçou o candidato do MDB, Henrique Meireles, que só tem 1,1% no estado, amargando, por isso, um isolamento que poderá custar-lhe caro, principalmente depois que foi desautorizada a usar o nome do ex-presidente Lula da Silva na sua propaganda.

Os demais candidatos aparecem sem qualquer chance de virar o jogo com seus aliados presidenciais no Maranhão. Com apenas 3,1% no estado, Geraldo Alckmin trava Roberto Rocha – e vice-versa -; Marina Silva tem 2,2% e não tem candidato a governador para puxá-la. E como os outros presidenciáveis não existem no Maranhão, o grande embate será mesmo entre Fernando Haddad, apoiado por Flávio Dino, e Jair Bolsonaro, com a força de Maura Jorge.

Em Tempo: A pesquisa CNI/MDA foi realizada nos dias 27 e 28 de Setembro, ouviu 2.002 eleitores em 137 municípios de 25 estados e foi  registrada no TSE sob o número BR-03303/2018. A pesquisa DataIlha ouviu 2.037 pessoas de 40 municípios do Maranhão entre os dias 24 e 28 de setembro, tem margem de erro de 3,3% e está registrada no TSE sob o nº MA-01456/2018.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Exata/JP aponta Flávio Dino com 63% dos votos vários contra 31% de Roseana Sarney

Flávio Dino lidera com folga, e Roseana Sarney permanece estacionada numa espécie de teto de 30%

Enquanto a corrida ao Planalto caminha para um desfecho imprevisível, a corrida ao Palácio dos Leões avança sem surpresas e, tudo leva a crer, consolidando uma tendência nítida e indiscutível, como aponta a mais recente pesquisa do Exata/JP, divulgada neste Domingo pelo Jornal Pequeno. Se a eleição fosse hoje, o governador Flávio Dino (PCdoB) sairia das urnas com 63% dos votos válidos (sem brancos e nulos nem indecisos), ficando a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) com 31%, fechando a disputa no primeiro turno, com Maura Jorge (PSL) com 4%, Roberto Rocha (PSDB) com 2% e Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU) sem pontuação.

O andamento da disputa pelo Governo do Maranhão é o desdobramento de um longo processo de transição política comandado pelo governador Flávio Dino e cujo desdobramento mais evidente é a perda de poder de mando, poder político e poder eleitoral do Grupo Sarney. Flávio Dino  lidera a corrida eleitoral desde as pesquisas mais remotas. As mais de duas dezenas de levantamentos feitos apontaram uma tendência segura, com quase nenhuma alteração, sendo a maioria indicando a possibilidade de sua reeleição no primeiro turno.

A candidatura da ex-governadora Roseana Sarney é a confirmação estridente de que ela e seus gurus cometeram o grave erro estratégico de não sinalizar com uma renovação, preferindo fazer exatamente o contrário: lançar também o deputado federal Sarney Filho candidato ao Senado. Atingida pelo desgaste natural de uma trajetória em que passou metade da sua vida política à frente do Governo (14 anos) e afastada do poder, Roseana Sarney não conseguiu até aqui mostrar pelo menos parte do vigor político e eleitoral de outros tempos, batendo cabeça no teto de 30%. As pesquisas estão avisando que ela, uma política bem sucedida, caminha para liderar um desastre, que será a própria derrota e a não eleição do irmão para o Senado, podendo arrastar também o senador Edison Lobão (MDB).

 

Senado: Weverton e Eliziane lideram embolados com Lobão e Sarney Filho; Zé Reinaldo está no jogo

Weverton Rocha e Eliziane Gama lideram ameaçados por Edison Lobão e Sarney Filho; José Reinaldo e Alexandre Almeida continuam no jogo da corrida ao Senado

A disputa pelas duas cadeiras do Senado está mesmo resumida a quatro candidatos, de acordo com a tendência confirmada pela pesquisa Exata/JP. Lideram Weverton Rocha (PDT) com 31% e Eliziane Gama (PPS) com 28%, candidatos da coligação “Todos Pelo Maranhão”, liderada pelo governador Flávio Dino, seguidos de Edison Lobão (MDB) com 26% e Sarney Filho (PV) com 23%, representantes da coligação “O Maranhão quer mais”, encabeçada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB).

Interpretada com rigor estatístico que deve orientar a leitura de uma pesquisa dessa natureza, levando em conta, principalmente, a margem de erro (3,35) e o intervalo de confiança (95%), a conclusão é que os números encontrados por esse levantamento remetem para uma situação de empate técnico “em cadeia” entre os quatro primeiros.

Por essa fotografia, a situação mais confortável é a do pedetista, que pode estar fora da margem de erro, numa situação mais segura. Eliziane Gama está sofrendo forte pressão de Edison Lobão, que pode assim estar à sua frente, já que a diferença entre os dois é de apenas dois pontos percentuais. Em relação à Sarney Filho, Lobão tem três pontos à frente, mas pode ter mais, pela margem de erro. Ou seja, mesmo considerando as vantagens, a situação é de absoluta indefinição.

Mesmo muito distanciados dos líderes, a uma semana do pleito, José Reinaldo (PSDB) com 14% e Alexandre Almeida (PSDB) com 11% não podem ser considerados definitivamente fora do jogo. E a explicação é uma só: a pesquisa encontrou nada menos que 32% de nulos e brancos e 28% indecisos, um exército de eleitores poderá se posicionar, com possibilidade de seguir a tendência – o que é mais provável – ou se dividir e levar o desfecho para o maior grau possível de imprevisibilidade.

Diante desses números, a recomendação mais saudável é a de que os candidatos saiam a campo, sem descanso, até quando a lei permitir.

São Luís, 20 de Setembro de 2018.

 

Ataques, contra-ataques, caneladas e rasteiras poderão tensionar fortemente a reta final da corrida aos Leões

 

Flávio Dino, Weverton Rocha e Eliziane gama enfrentarão fogo cerrado nos próximos dias e podem contra-atacar

A carta em que o ex-presidente Lula da Silva (P) reafirma seu apoio à candidatura do governador Flávio Dino (PCdoB), da coligação “Todos pelo Maranhão”, à reeleição, a insistência com que a propaganda da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) vem tentando desqualificar o atual Governo, a pancadaria do deputado estadual e candidato ao Senado Alexandre Almeida (PSDB) contra o concorrente, senador Edison Lobão (MDB), a ameaça de sujeira que rondou a ficha do deputado federal e candidato a senador Sarney Filho (PV), a tentativa de atingir a candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) ao Senado atacando seu marido e, mais recentemente, a impressionante e suspeitíssima reportagem da revista Isto É sobre R$ 6 milhões em dinheiro vivo mandados pelo ex-presidente Lula para o candidato a senador do PDT, Weverton Rocha, para que ele abandone o presidenciável do seu partido, o PDT, Ciro Gomes, e apoie o candidato petista Fernando Haddad no Maranhão. São situações registradas recentemente e que indicam que a reta final da corrida ao Governo do Estado será ao mesmo tempo tensa e intensa, já que corre nos bastidores que novas “bombas” estão a caminho para estourar ao longo da semana que vem, quando será feita a contagem regressiva para as eleições.

Até aqui, todos os petardos da campanha foram disparados pelos canhões da coligação “O Maranhão quer mais”, liderada pela ex-governadora Roseana Sarney em seguidas tentativas de minar o poder de fogo da aliança comandada pelo governador Flávio Dino, que de acordo com as pesquisas mais recentes, caminha para fazer “barba, cabelo e bigode” nas urnas, no dia 7 de Outubro. Sinal estridente de que o governador e seus aliados construíram uma base polpitica e eleitoral consistente e que se torna a cada dia mais difícil de ser revertida se mantida a polarização já desenhada. Primeiro porque o candidato do PSDB, senador Roberto Rocha, não entrou na disputa e, se não reagir nas próximas horas, sairá das urnas como um fracasso retumbante, e a candidata do PSL, Maura Jorge, não consegue transferir para si um naco sequer do prestígio que o seu candidato presidencial, Jair Bolsonaro (PSL), conseguiu no Maranhão.

Usando a estratégia de sempre, fundada principalmente na desconstrução de adversários pela via midiática, o Grupo Sarney não se conforma com uma derrota eleitoral anunciada, joga todo o seu peso e usa todos os seus recursos na tentativa virar o jogo. Só que enfrenta agora um adversário osso duro de roer em todos os sentidos, de modo que todas as investidas nessa direção feitas até aqui não causaram qualquer dano no projeto de Flávio Dino; pior, nada estão acrescentando ao projeto da ex-governadora Roseana Sarney de voltar ao poder, à medida que, segundo todas as mesmas pesquisas, ela não consegue ultrapassar o patamar dos 30% das intensões de voto, situação que repercute forte e negativamente na corrida dos seus candidatos ao Senado e até mesmo na disputa proporcional.

A inacreditável reportagem de Isto É destinada a desmanchar o lastro político construído pelo deputado federal Weverton Rocha é um exemplo “clássico” de jabuti em galho de árvore: “foi enchente ou mão de gente”. Nada justifica que, em meio a guerras senatoriais acontecendo em todo o País, a revista fosse produzir uma opereta tendo como roteiro o suposto transporte de R$ 6 milhões mandados por Lula para o líder do PDT trair o candidato do seu partido a presidente. O caso não faz o menor sentido e tudo indica que foi um produto “terceirizado”, lembrando muito “reportagem” da mesma revista que alvejou dura e impiedosamente o então senador Epitácio Cafeteira em 1994, quando ele liderava com folga a corrida pelo Governo do Estado contra Roseana Sarney, que brigava pelo seu primeiro mandato, conquistado com uma vantagem surpreendente de 18 mil votos.

Como dizia diante de uma situação política complicada um pracinha que participou de combates sangrentos na Itália durante a Segunda Guerra: a cobra vai fumar nas próximas 200 horas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão enfrenta maratona de campanha e comemora prêmio como defensor dos municípios

Edison Lobão entusiasmado com campanha no interior 

Poucos candidatos à reeleição, qualquer que seja o cargo eletivo, caminha pelas ruas dos municípios maranhenses com a autoridade e segurança do senador Edison Lobão (MDB), que concorre ao quarto mandato. Nas caminhadas e carreatas das quais participa, Edison Lobão leva na bagagem dois mandatos de deputado federal e um mandato de governador, incluindo também um período com o presidente do Senado, e ainda mais de oito anos como ministro de Minas e Energia nos governos dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na semana que finda hoje, o ex-ministro de Minas e Energia exibiu disposição fora do normal ao cumprir uma maratona de compromissos de campanha em Santa Inês, Santa Luzia do Tide e Arame. Nesses atos, o senador Edison Lobão mostrou determinação e entusiasmo com sua popularidade entre os eleitores, em vários municípios, com grande empatia com a população e o reconhecimento por seus trabalhos prestados durante 40 anos dedicados ao Maranhão. Por onde passou, agradeceu o apoio de todos, desconhecendo sol, calor e cansaço.

Em meio à maratona de compromissos eleitorais, o senador Edison Lobão recebeu uma notícia animadora. Ele foi o “Destaque Parlamentar – 2017” do Prêmio da Confederação Nacional dos Municípios. Lobão ficou com a primeira posição no ranking do Observatório Político do Estado do Maranhão no ano de 2017 por sua atuação em favor dos municípios maranhenses e de todo o Brasil. “Esse é o Destaque Parlamentar, um prêmio de agradecimento por tudo que o senhor tem feito pelo municipalismo brasileiro. O senhor é destaque, em primeiro lugar no Maranhão e em uma das primeiras posições no país, que mais tem beneficiado os municípios brasileiros. Esse é um reconhecimento por toda a sua atuação no Congresso Nacional”, declarou André Felipe, da Confederação. Edison Lobão agradeceu o prêmio e lembrou que sempre lutou pelos interesses dos municípios maranhenses e melhoria da qualidade de vida em todo o Brasil.

– Agradeço a Confederação Nacional dos Municípios por esse importante prêmio, que é um reconhecimento do meu empenho em favor dos municípios do Brasil, mas fundamentalmente, do Estado do Maranhão – declarou Edison Lobão.

 

Procurador eleitoral auxiliar que investigar Econométrica, uma empresa séria

Fachada da Econométrica, uma empresa de pesquisa séria criada pelo casal de chilenos  Sérgio Zubicueta e Mireia Goic  

Inconformada com os percentuais que a Econométrica encontrou na corrida ao Governo do Estado e ao Senado e divulgados há menos de duas semanas, a coligação “O Maranhão quer mais”, liderada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB) pediu ao Ministério Eleitoral para abrir uma investigação sobre o trabalho do instituto. Para quem não se lembra, a pesquisa da Econométrica encontrou o governador Flávio Dino caminhando para vencer no primeiro turno. Ontem, o procurador eleitoral auxiliar Alexandre Silva Soares, acatando os argumentos da coligação “O Maranhão quer mais”, emitiu parecer em que se manifesta por uma investigação da Polícia Federal no Instituto Econométrica. O curioso é que logo em seguida os institutos Exata e DataM publicaram pesquisas com números bem próximos aos da Econométrica.

Independentemente do que vier a resultar dessa investigação, a Coluna faz um registro. Hoje a mais antiga e experiente empresa de investigações estatísticas do Maranhão, a Econométrica é uma empresa séria, com excelentes serviços prestados nessa área ao longo de mais de três décadas. Fundada pelos emigrantes chilenos Sérgio Zubicueta e Mireia Goic, profissionais renomados no conhecimento de estatística – ele foi por décadas professor de Estatística da Universidade Federal do Maranhão –, os dois sempre de esforçaram ao extremo para manter a reputação da empresa, que sempre foi referência. Com a morte de Sérgio Zubicueta e a volta de Mireia Goic ao Chile na década passada, a empresa ficou sob a responsabilidade de Sérgio Zubicueta, filho, ele também um profissional de altíssimo nível e com o mesmo grau de seriedade dos pais.

São Luís, 28 de Setembro de 2018.

 

Carta de Lula a Flávio Dino coloca ponto final na estratégia emedebista de afastar o líder petista do governador

 

Carta de Lula para Flávio Dino (abaixo) barra tentativa dos marqueteiros de Roseana Sarney de  ligar o governador ao senador mineiro Aécio Neves

Uma carta de 17 linhas datilografadas dirigida aos “Amigos e Amigas do Maranhão”, assinada pelo ex-presidente Lula da Silva (PT) e lida ontem pelo governador Flávio Dino durante um comício da coligação “Todos pelo Maranhão” no aprazível município de Paulino Neto, colocou ponto final no bate-rebate sobre quem o líder petista apoia na corrida ao Governo do Maranhão. Na carta, o ex-presidente Lula declara, direta e enfaticamente, seu apoio ao projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB), confirmando o que dissera no ato em que encerrou, no ano passado, em frente ao Palácio dos Leões, a movimentada Caravana pelo Nordeste, uma espécie de pré-campanha à presidência da República. A entrada da Carta de Lula na campanha do governador maranhense acontece exatamente no momento em que a propaganda da candidata da coligação “Maranhão quer Mais”, Roseana Sarney (MDB), tenta afastar Flávio Dino do ex-presidente e vinculá-lo ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB), exibindo um vídeo que registra a passagem do tucano pelo Maranhão em campanha para o Palácio do Planalto em 2014, anos antes de ser o zumbi político em que foi transformado pela Operação Lava Jato. Trata-se de mais um “round” da campanha eletrônica, que promete mais bombas até sexta-feira da semana que vem.

O vídeo, de 2014, por meio do qual os estrategistas da campanha da ex-governadora Roseana Sarney tentam “queimar” o governador Flávio Dino, não tem pólvora suficiente para tanto. Nele, o então candidato a governador sem o apoio de Lula, que apoiava Lobão Filho por conta do acordo nacional PMDB/PT, recebe o presidenciável Aécio Neves, líder maior do PSDB, que estava coligado com o PCdoB tendo o então deputado federal Carlos Brandão, seu presidente regional, como candidato a vice-governador na chapa dinista. Flávio Dino e Aécio Neves trocam elogios, e nada aconteceu depois disso, além do líder comunista se eleger, já que Aécio Neves foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff. Passadas as eleições daquele ano, PSDB e PCdoB conviveram no Maranhão por conta do esforço do vice-governador Carlos Brandão, mas romperam depois das eleições municipais, quando os tucanos lideraram o movimento que resultou no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ou seja, Flávio Dino e Aécio Neves, que sempre estiveram em trincheiras partidárias e ideológicas opostas, se toleraram enquanto foi possível. Portanto, o vídeo não contém uma gota de nitroglicerina política.

O cenário de hoje é totalmente diferente do de 2014. Naquele ano, o ex-presidente Lula fez campanha aberta a favor do candidato do PMDB ao Governo do Estado, Lobão Filho, fazendo parceria com Roseana Sarney, então à frente do Governo do Estado. Sem o apoio do PT, Flávio Dino deixou em aberto a corrida presidencial, mantendo duas janelas abertas, uma para os descontentes do PT, que foram muitos, e outra para outras opções de apoio partidário. Vendo a janela do grupo dinista aberta, Aécio Neves, então candidato a presidente, entrou de cabeça, esperando obter uns votinhos no Maranhão, onde o eleitorado estava quase que integralmente alinhado à candidatura de Dilma Rousseff. Deu com os burros n’ água. E o distanciamento foi aumentando até que o comando tucano tomou o partido do vice Carlos Brandão para entregá-lo ao senador Roberto Rocha.

A Carta de Lula a Flávio Dino é uma pancada na estratégia imaginada pelos marqueteiros de Roseana Sarney de vinculá-lo ao senador mineiro. Nela, o líder petista foca dois pontos. O primeiro é o reconhecimento de que Flávio Dino faz “um Governo sério, com trabalho firme em favor dos mais pobres e das causas sociais”. O outro assinala que governador do maranhão “também tem demonstrado muita coragem para defender a democracia, lutando contra a violência de que eu tenho sido vítima”. Com relação ao Governo, o ex-presidente Lula diz o que têm dito diferentes avaliações. No que respeito à sua coragem política, o líder petista só reforça o registro sobre o papel destacado que Flávio Dino vem desempenhando no esforço de combater abusos na Operação Lava Jato, o que para ele está caracterizado no caso do processo, condenação e prisão do ex-presidente. Não é sem razão, portanto, que  Lula encerra a carta assim: “Por isso, me dirijo carinhosamente a vocês pedindo todo o apoio possível para que o companheiro Flávio Dino continue governando o Maranhão e ajudando o nosso país a ser mais justo”.

A Coluna mantém a impressão de que os marqueteiros da ex-governadora Roseana Sarney estão perdidos no espaço.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarney Filho reage a suspeita e mostra que sua ficha é limpa

Sarney Filho rebate bate suspeita e demonstra que sua ficha é mesmo limpa

O deputado federal e candidato a senador Sarney Filho (PV) não tem mancha na sua ficha de gestor público. A possibilidade foi levantada em matéria publicada no Jornal Pequeno. O parlamentar, por meio da sua assessoria, demonstrou cabalmente que sua condição de réu numa ação popular que questionou uma licitação – na forma de pregão – no valor de R$ 78 milhões feita no Ministério do Meio Ambiente durante sua última gestão, vai deixar de existir com o arquivamento do processo, já que o processo de concorrência foi arquivado. Sarney Filho tem dito, de maneira enfática, na sua campanha na TV e no Rádio, que é “ficha limpíssima”, aguçando com isso, os sentidos de adversários, que resolveram passar a declaração a limpo. Encontraram a tal licitação suspeita, que gerou uma ação popular de contestação e um processo no qual o ministro aparece como réu. Na sua publicação, o Jornal Pequeno relata as explicações do ex-ministro e candidato a senador sobre o assunto. A assessoria de Sarney Filho encaminhou ao jornal um relatório detalhado mostrando que o processo praticamente não existe e que será arquivado por falta de objeto. Nesse contexto, Sarney Filho deixará de ser réu. Vale lembrar que a condição de réu não mancha a ficha de um gestor, pois a condição de ficha suja existe se o réu for condenado em qualquer instância da Justiça e receba como pena a perda dos direitos políticos por oito anos, entre outras punições, como cadeia, por exemplo. O ex-ministro do Meio Ambiente segue na corrida ao Senado altamente preocupado. Não com a condição da sua ficha, que está imaculada até aqui, mas com o poder de fogo dos seus adversário na corrida pelo voto.

 

Wellington do Curso quer marcar mandato como o que menos faltou

Wellington do Curso: presença certa nas sessões da Assembleia Legislativa, na tribuna e nas redes sociais

O deputado Wellington do Curso (PSDB) está decidido a entrar para os registros da Assembleia Legislativa como o membro da atual legislatura com o menor número de faltas, o que mais discursou e que será um dos mais bem votados em São Luís. Agora mesmo, quando a esmagadora maioria dos deputados está embrenhada nas cidades e nos povoados em busca de votos , o parlamentar neotucano marca presença diariamente no plenário do Palácio Manoel Beckman, ocupando a tribuna quando os presentes instalam sessão. Oposição do Governo Flávio Dino (PCdoB) e do prefeito Edivaldo Hilanda Jr. (PDT), faz sempre pronunciamentos estridentes contra ações governistas. De uns tempos para cá, seus discursos têm sido repetitivos sobre leilão de motos apreendidas por falta de pagamento do IPVA e sobre temas ligados à educação, de tal maneira que os líderes do Governo não lhe dão nenhuma atenção. O deputado é acompanhado o tempo todo por um assessor, que registra em vídeo todos os seus movimentos, discursos, apartes, consultas e pedidos à Mesa Diretora. Esse material é em seguida cuidadosamente editado e jogado nas redes sociais, o que torna o deputado Wellington do Curso o parlamentar com o maior número de seguidores – dizem que são milhares . Nas rodas de conversa entre jornalistas, a impressão geral é a de que ele poderá ter uma votação surpreendente em São Luís, formada por parte dos que nele votaram para prefeito em 2016 e consolidada com suas ações.

São Luís, 27 de Setembro de 2018.

Flávio Dino mostra força e turbina campanha na reta final; Roseana Sarney continua sem dar sinais de reação

 

Flávio Dino e Roseana Sarney: ele caminha opara a eleição e ela não dá sinais de reação na reta final da campanha

Faltando exatos 10 dias para as eleições mais importantes para o Maranhão nas últimas décadas, todos os indicativos – da conversa de rua aos percentuais de pesquisa, passando pelo conteúdo da propaganda eleitoral no Rádio e na TV, incluindo ainda o cauteloso alerta de que eleição só se ganha com a apuração dos votos – apontam para uma vitória do governador Flávio Dino (PCdoB) logo no primeiro turno. Na mesma linha, é visível que a eleição presidencial será definida num segundo turno entre o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que representa a direita em todos os seus vieses, e o candidato do PT, Fernando Haddad, que encarna a esquerda, devendo o petista dar uma surra de votos no direitista nos dois turnos no Maranhão. Nesse contexto, o governador Flávio Dino inicia a reta final da sua campanha exibindo confiança na aprovação do seu Governo e, por via de desdobramento, na renovação do seu mandato, enquanto que a ex-governadora Roseana Sarney enfrentará os últimos dias se desdobrando para evitar a completa derrocada do império político da sua família, configurada nas informações estatísticas e no que é visível em matéria de campanha.

O diferencial dessa situação é que no comando da coligação “Todos pelo Maranhão”, liderada pelo governador Flávio Dino, a ordem geral é não cantar vitória antes do tempo. Ao contrário, a orientação é no sentido de que a campanha seja intensificada à medida que se aproximar o dia da votação, devendo os partidos e seus candidatos permanecerem mobilizados para o que der e vier. No contraponto, os chefes da coligação liderada pela ex-governadora Roseana Sarney têm feito grandes esforços para manterem a crença numa virada cada vez mais improvável, já que as mais de uma dezena de pesquisas divulgadas em menos de um mês indicam que a candidata do MDB está, em média, pelo menos 15 pontos atrás do líder, uma diferença que para muitos é praticamente impossível de reverter.

Qualquer observador, posicionado ou não, percebe claramente que o governador Flávio Dino faz uma campanha politicamente correta, com ataques políticos frontais à sua adversária e ao grupo dela, mas numa linguagem civilizada, sem entrar pela grosseria nem pelo xingamento, e sem entrar em qualquer outra seara, principalmente no plano pessoal. Os motes são os de sempre: oligarquia, cinco décadas no poder, influência familiar e outros temas de menor importância. Roseana Sarney, por sua vez, insiste numa campanha de linha personalista, tentando, ao mesmo tempo, descaracterizar a imagem do Governo e do governador, dando seguimento a uma estratégia nitidamente ineficiente. Lançar mão do recurso de usar duas ou três supostas professoras com cara de fome para dizer que a educação “foi sucateada” no atual governo, quando estão aí a contratação de professores, salário básico pelo teto, as escolas de tempo integral, os Iemas e as escolas dignas, é no mínimo um grosseiro erro do gênio da publicidade que está por trás da campanha. A campanha de Roseana Sarney causa a impressão de que sua única meta é desfigurar o Governo e o governador, uma tarefa absolutamente inglória, que não está produzindo qualquer resultado prático.

Diante do que se viu até agora, não restam dúvidas de que o governador Flávio Dino tem nas mãos o controle da situação e orienta os movimentos da sua chapa de acordo com as suas conveniências, estudando cada passo a ser dado, de modo a evitar erros, trombadas e escorregões, enquanto a ex-governadora Roseana Sarney vem colocando proposições mais sérias e de interesse geral em segundo plano para patinar sobre temas surrados, como a apreensão de motos que, está claro, não lhe rendeu um único voto. No outro lado, a segurança de Flávio Dino é tamanha, que ele assumiu os dois candidatos da sua coligação ao Senado, Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), tirando-os de uma situação indefinida para colocá-los à frente dos demais num confortável favoritismo, enquanto Roseana Sarney não conseguiu turbinar a candidatura do irmão, Sarney Filho (PV), ao Senado.

A julgar pelo que aconteceu até aqui na corrida ao Palácio dos Leões, é visível que o governador Flávio Dino está caminhando seguro para a reeleição, enquanto a ex-governadora Roseana Sarney se move aparentemente sem cacife nem ânimo para reagir e dar a volta por cima. Uma nova rodada de pesquisas dirá o que poderá acontecer daqui a 10 dias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sebastião Madeira e Ildon Marques travam duelo pelos votos de Imperatriz

Sebastião madeira e Ildon Marques com Roberto Rocha: raro momento de afinidade política entre os ex-prefeito

Um embate particular está sendo travado no campo de batalha eleitoral de Imperatriz, onde medem forças os ex-prefeitos Sebastião Madeira (PSDB) e Ildon Marques (PP) por vagas na Câmara Federal. É verdade que eles não disputam uma única vaga, pois elas são 18, podendo a bancada acomodar os dois, um só ou nenhum deles. A disputa em curso é para medir o prestígio político de cada um, já que ambos foram prefeitos duas vezes da Princesa do Tocantins, tendo acumulado, cada um a seu modo, fortes doses de prestígio. Os dois foram alvejados pela Justiça Eleitoral por causa de pendências que ficaram das suas gestões. Sebastião Madeira conseguiu reverter a situação para confirmar sua candidatura. Ildon Marques obteve sinal verde para concorrer, mas enfrenta restrições fortes por parte do Ministério Público Eleitoral, que tenta barrá-lo. Os dois são considerados os melhores prefeitos que Imperatriz teve nos últimos tempos. Sebastião Madeira mostrou força ao lançar Ribinha Cunha – vice de Roseana Sarney – na disputa pela Prefeitura em 2016, colocando-o quase em situação de empate com Ildon Marques, que disputou o cargo, mas ficou em segundo lugar. Os dois são políticos independentes, têm cacifes próprios, com a diferença de que nesta campanha Ildon Marques conta com o apoio efetivo e declarado do governador Flávio Fino, enquanto Sebastião Madeira faz uma campanha quase solitária, já que o seu candidato a governador, Roberto Rocha, não consegue sequer embalar a sua própria candidatura. Há quem diga que os dois terão pelo menos 70% dos votos de Imperatriz, numa divisão absolutamente imprevisível.

 

Abril quebra e Veja deixa de circular temporariamente em São Luís

Há três semanas as bancas de São Luís não recebem as principais revistas semanais da Editora Abril, a começar pelos seus dois carros-chefes em vendas: Veja e Caras. Na primeira semana, correu a suspeita de que algum interessado poderia ter comprado todos os exemplares de venda na própria distribuidora, evitando que chegasse às bancas. A suspeita permaneceu na segunda semana, mas logo veio a informação de que a gigante editorial Abril quebrou e está transferindo seus títulos para outras editoras de peso no País. Até na semana passada não estava definido o destino de Veja, que apesar de todo o seu facciosismo como porta-voz quase assumida da direita esclarecida e do grande capital, usada para desidratar vozes de esquerda, a começar pelo PT, é o veículo de maior peso no seu segmento, batendo fácil Época, da Editora Globo, e Isto É, da Editora Três.

São Luís, 26 de Setembro de 2018.

 

Força de Dino põe Weverton e Eliziane na frente; Roseana não consegue puxar Sarney Filho e Lobão perde espaço

 

Flávio Dino embaça candidaturas de Weverton Rocha e Eliziane Gama; Roseana Sarney não consegue embalar as de Sarney Filho e Edison Lobão ao senado

Consolidada, em todos os sentidos, a previsão de que a disputa para as duas vagas no Senado seria a mais acirrada, tensa e imprevisível das que estão em curso no Maranhão. A pesquisa divulgada segunda-feira (24) pelo instituto DataM, respaldou a do instituto Econométrica divulgada no final da semana passada, informando que os deputados federais Weverton Rocha (PDT), com 48,1% das intenções de voto, e Eliziane Gama (PPS) com 46,7%, candidatos da coligação “Todos pelo Maranhão”, comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que lidera a corrida ao Governo do Estado com 59% dos votos válidos, caminham firmes para consolidar vantagem na corrida senatorial sobre o senador Edison Lobão (MDB), com 35,6%, e o deputado federal Sarney Filho (PV) com 34,9%, candidatos da coligação “O Maranhão quer mais”, que tem à frente a ex-governadora Roseana Sarney, segunda colocada na disputa pelos Leões com 33%. A mudança de posição entre os candidatos ao Senado era esperada por observadores mais atentos, mas está se dando de maneira mais rápida e efetiva do que costuma acontecer na seara eleitoral.

A reviravolta está acontecendo por motivos óbvios. O mais visível deles é que Weverton Rocha e Eliziane Gama estão sendo agora turbinados pela liderança do governador Flávio Dino. Eles são políticos jovens, arrojados, com bons lastros eleitorais e são expressões destacadas de um processo de mudança que está dando nova cara política ao Maranhão. Quando chancelou as duas candidaturas, o governador Flávio Dino estava motivado pelo fato de que Weverton Rocha e Eliziane Gama representariam fidelidade política máxima à geração que está no poder no estado, ativando também, de maneira saudável, a ciranda da alternância na representação maranhense na Câmara Alta. Flávio Dino bateu martelo confiante no taco dos dois escolhidos, como também no poder de fogo da aliança que montou. Sabia também que o sucesso da empreitada de Weverton Rocha e Eliziane Gama dependeria fortemente do seu próprio desempenho. Jogou, enfim, uma cartada bem lastreada, mesmo com alguns riscos.

O ponto crítico das candidaturas de Weverton Rocha e Eliziane Gama  eram exatamente os seus adversários, em especial o senador Edison Lobão e os deputados federais Sarney Filho e José Reinaldo Tavares. Edison Lobão foi deputado federal por dois mandatos, governador, senador por três mandatos, presidente do Senado e ministro de Minas e Energia nos dois governos do presidente Lula da Silva (PT), tendo exercido as mais destacadas funções dentro da Câmara Alta, como a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, o sonho de todos os senadores. Sarney Filho, por sua vez, está no décimo mandato parlamentar – um de deputado estadual e nove como deputado federal, foi ministro do Meio Ambiente nos Governos de FHC e Michel Temer, presidiu comissões importantes e foi um dos fundadores da Frente Parlamentar  Ambientalista, que acabou dando origem ao Partido Verde, do qual é fundador no Brasil. José Reinaldo, além de deputado federal, presidiu estatais, comandou a Sudene, foi ministro dos Transportes e governador. Todos, portanto, com lastros que justificariam plenamente suas eleições.

No que diz respeito a Weverton Rocha e Eliziane Gama, os dois, mesmo sendo políticos jovens, já têm estrada pavimentada para pleitear mandato senatorial. Weverton Rocha é militante político forjado no movimento estudantil e na Juventude do PDT, com participação importante na organização e mobilização do brizolismo no Maranhão enquanto o líder Jackson Lago foi vivo, galgando também os escalões do partido no plano nacional, a ponto de tornar-se um dos seus dirigentes mais importantes; na Câmara, foi um dos mais aguerridos aliados da presidente Dilma Rousseff atuando como vice-líder da bancada do PDT e, mais recentemente, líder da Minoria, que reúne partidos de Oposição. Já Eliziane Gama fez um trabalho parlamentar de excelência nos seus dois mandatos na Assembleia Legislativa, saiu das urnas de 2014 como a mais votada entre os candidatos a deputado federal (140 mil votos) e vem sendo um dos destaques do PPS na Câmara Federal, com participação ativa nos momentos decisivos vividos naquela Casa, como na CPI da Petrobras, por exemplo. Seu trabalho político tem forte viés social, com engajamento nos movimentos e defesa dos direitos da mulher e da criança. Os dois têm, sim, lastro político e vivência parlamentar para atuar com eficiência no Senado da República.

A virada tencionou ainda mais a campanha, com as agressivas ações do candidato Alexandre Almeida (PSDB) ao senador Edison Lobão, que reagiu no mesmo tom; com aos movimentos de Roseana Sarney e do ex-presidente José Sarney (MDB) em favor de Sarney Filho, e as declarações da viúva do ex-governador Jackson Lago, Clay Lago em favor de José Reinaldo Tavares. É possível que o acirramento aumente na reta final, mas pelo que está desenhado até aqui, dificilmente essa tendência será revertida. Pelo simples fato de que Edison Lobão e Sarney Filho não contam com o embalo da sua candidata ao Governo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maura Jorge tenta minimizar volta de escândalo dizendo-se vítima de perseguição

Maura Jorge entre Ribeiro Filho e Samuel de Itapecurú: entrevista para brecar fantasma de escândalo, que foi ressuscitado por reportagem do Jornal Pequeno

Reportagem publicada ontem pelo Jornal Pequeno explica com clareza a iniciativa extemporânea da candidata do PSL ao Governo do Estado, Maura Jorge de convocar uma entrevista coletiva para, segundo a resenha, “prestar alguns esclarecimentos”. Trata-se do calvário da doméstica Gercina Vieira, de 72 anos, vítima-pivô de uma tramoia supostamente armada pela então deputada estadual Maura Jorge para engrossar a sua conta bancária usando a denunciante como fantasma na sua assessoria e embolsando o seu contracheque mensalmente, um caso típico de roubo de dinheiro público. O fato continua sendo investigado e o inquérito já apontaria problemas graves para a candidata do PSL. Tanto que na sua entrevista, Maura Jorge não tocou no assunto, mas denunciou que estaria sendo “pressionada” a deixar a corrida eleitoral, como se o pano de fundo do seu movimento fosse apenas problemas de campanha. A candidata do PSL sabe que não irá a lugar algum e que a sua única esperança de manter-se no centro da política será a improvável eleição de Jair Bolsonaro (PSL), que a apresentou com sua porta-voz no Maranhão.

 

Desistência de Souza Neto reflete ocaso político de Ricardo Murad

Souza Neto desistiu porque Ricardo Murad também está fora e concentra esforços para reeleger Andrea Murad

Não surpreendeu a desistência do deputado estadual Souza Neto (PRP) de concorrer à reeleição. No seu comunicado, ele justifica a decisão com o fato de que o grupo a que pertencia em Santa Inês, liderado pela prefeita Vianey Bringel (DEM), ter deixado de apoiá-lo. Faz algum sentido, pois a prefeita, seu partido e seu grupo integram a aliança do governador Flávio Dino, sendo impossível um candidato hostil a esse projeto. Mas a verdade é que a saída de Souza Neto do páreo eleitoral se deve à drástica perda de poder por parte do seu patrono, o ex-deputado Ricardo Murad (PRP), que não mais conta com a poderosíssima máquina da Secretaria de Estado da Saúde nem com o suporte político da Prefeitura de Coroatá. Sem essas alavancas, que ele sabe usar como poucos, Ricardo Murad está encontrando  enormes dificuldades para reeleger a deputada Andrea Murad (PRP), já com a certeza de que ele próprio não irá a lugar algum como candidato a deputado federal, uma vez que sua candidatura foi bombardeada pela Justiça Eleitoral. A julgar pelas previsões que estão sendo feitas nos bastidores da corrida eleitoral, a família Murad ficará sem espaço político algum a partir de fevereiro do ano que vem. A tábua de salvação é a deputada Andrea Murad, que com seu estilo agressivo espetaculoso de fazer oposição, pode atrair votos de insatisfeitos.

São Luís, 26 de Setembro de 2018.

O Globo: Flávio Dino tem situação “confortável” entre os governadores mais bem posicionados na busca da reeleição

 

Flávio Dino tem posição confortável no grupo de governadores bem avaliados 

Repercutiu fortemente no meio político uma avaliação publicada ontem pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, mostrando a posição dos 20 governadores que estão em campanha pela reeleição nas eleições do dia 7 de Outubro. Nesse levantamento, o governador Flávio Dino (PCdoB) faz parte de um bloco de seis governadores – Alagoas (Renan Filho – MDB), Ceará (Camilo Santana PT), Bahia (Rui Costa – PT), Tocantins (Mauro Carlesse – PHS) e Piauí (Wellington Dias – PT) – cuja situação eleitoral é “confortável”, estando todos caminhando para liquidar a fatura já no primeiro turno. No caso do Maranhão, o levantamento de O Globo se baseia na última pesquisa do Ibope, que apontou o governador Flávio Dino com líder das intenções de voto, seguido da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Para chegar a esse cenário, o jornal fluminense, que é um dos três mais importantes do País, analisou cuidadosamente os relatórios das pesquisas do Ibope feitas nesses estados. Em relação ao Maranhão, a base da avaliação foi a pesquisa publicada no dia 20 de Setembro pela TV Mirante, sua contratante, e que apontou Flávio Dino com 49% das intenções de voto, seguido de Roseana Sarney com 32%, Maura Jorge (PSL) com 5%, Roberto Rocha (PSDB) com 2%, enquanto Ramon Zapata (PSTU) e Odívio Neto (PSOL) não pontuaram.

A avaliação de o Globo não é a primeira que encontra esse cenário no Maranhão, mas foi a mais consistente feita até agora, porque se fundamenta em números mais recentes encontrados pelo Ibope, corroborados por percentuais de várias outras pesquisas divulgadas na semana passada. Indica também que a caminhada do governador para a reeleição em turno único parece se consolidar a cada dia, a começar pelo fato de que nenhum outro candidato sinalizou com algum movimento de reação que pudesse levar a uma reviravolta. No caso da candidata emedebista Roseana Sarney, a situação avaliada por O Globo sugere ser improvável que ela consiga reagir e entrar na disputa para valer, uma vez que sua campanha no Rádio e na TV e a sua movimentação pelo interior em caminhadas e carreatas não indicaram a possibilidade de reviravolta, mostrando, ao contrário, que sua candidatura “bateu no teto”, que é o patamar dos 30%.

A avaliação do jornal fluminense revela um dado expressivo nesse grupo de seis governadores melhor situados na corrida à reeleição: o governador Flávio Dino não é o que tem a situação mais “confortável”, mas é o que, sem sombra de dúvida, enfrenta os adversários mais poderosos. Nenhum outro desse grupo tem como concorrente uma ex-governadora que comandou o Estado por 14 anos e que tem o suporte de um ex-presidente da República e de uma máquina de comunicação que inclui a afiliada da Rede Globo e o jornal de maior circulação e o maior portal de notícias do Maranhão no estado ambos atuando em clara parcialidade editorial. Além do mais, enfrenta um segundo adversário que é nada menos que um senador da República, Roberto Rocha (PSDB). Isso sem contar o fato de que os outros cinco, além de serem bons governadores, estão enfrentando candidatos fracos.

Ao avaliar essas candidaturas com a isenção que tem em relação à corrida eleitoral nos estados, o jornal O Globo dá uma contribuição importante à movimentação desses governadores, que vêm se esforçando para manter suas posições. Relativamente ao governador Flávio Dino, a avaliação confirma a tendência que começou a se esboçar desde as primeiras investigações acerca das preferências do eleitorado e que ganhou forma e peso nas pesquisas feitas no longo da pré-campanha e que agora vem se consolidando na campanha.

É certo que numa corrida eleitoral não existe verdade estabelecida e imutável, e que no caso da briga pelo Palácio dos Leões no processo eleitoral em curso não se deve soltar rojões festivos antes da hora, principalmente quando o adversário é a estrela maior do Grupo Sarney. Mas é igualmente verdadeiro que nessa corrida, por maiores que sejam o poder de fogo político e o aparato midiático que embalam a sua principal adversária, o governador Flávio Dino caminha em direção às urnas com a segurança e a confiança de que terá seu mandato renovado, como prevê o jornal O Globo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Crescimento de Fernando Haddad anima ainda mais a cúpula do Governo Flávio Fino

Fernando Haddad já está tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro, segundo nova pesquisa do Ibope

A pesquisa Ibope divulgada ontem mostrando uma situação de empate técnico entre Jair Bolsonaro (PSL), com 28%, e Fernando Haddad (PT), com 22% das intenções de voto, no limite da margem de erro, acendeu o sinal amarelo para os partidários do líder nas pesquisas e injetou mais ânimo na já animada militância do PT com o desempenho do substituto do ex-presidente Lula da Silva (PT) na corrida presidencial. Mais do que os percentuais de primeiro turno, o impacto maior foi causado pela  informação de que, num segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, o candidato de Lula, que vinha perdendo nesse quesito, já aparece como vencedor, e com uma margem expressiva sobre o capitão-deputado. A repercussão da pesquisa alcançou o Palácio dos Leões, onde já se avalia a possibilidade concreta de o candidato petista vencer a eleição. Na cúpula governista, independente do cenário de crise, a possibilidade de reeleição do governador Flávio Dino e de eleição de Fernando Haddad abre uma enorme perspectiva ao governador Flávio Dino, que, se reeleito, poderá cumprir o segundo mandato com um aliado no Palácio do Planalto.

 

Alexandre Almeida ataca Edison Lobão, mas acaba beneficiando Weverton Rocha e Eliziane Gama

Alexandre Almeida intensifica ataques a Edison Lobão

Enganou-se quem previu que a campanha agressiva do deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB) contra o senador Edison Lobão (MDB) na disputa que travam por uma das duas vagas no Senado seria apenas um momento de estresse. Primeiro Alexandre Almeida escolheu Edison Lobão como alvo mais fácil e disparou chumbo grosso contra o senador, afirmando que o ex-ministro de Minas e Energia é investigado por corrupção, lavagem de dinheiro, etc.. A reação aconteceu apenas nos bastidores, com a declaração do suplente de senador e candidato á reeleição Lobão Filho (MDB) afirmando que o parlamentar de Timon ganhou um inimigo. Diante da reação, Alexandre Almeida foi à Polícia Federal registrar uma queixa-crime e pedir proteção, aproveitando para reforçar os ataques ao senador Edison Lobão. No final da semana passada, a campanha de Edison Lobão divulgou um vídeo em que Alexandre Almeida recebe o troco sendo chamado de “cabeça de camarão” e sendo ironicamente tratado de “tio” pela jovem apresentadora da campanha de Lobão. Ontem à noite, Alexandre Almeida voltou à carga, com um vídeo muito mais agressivo contra o senador. O bateu-levou entre os dois candidatos ao Senado gera o risco de contaminar uma campanha que até agora vinha evoluindo num tom altamente civilizado. Se apostou que escolhendo Edison Lobão como adversário alavancaria sua candidatura, Alexandre Almeida parece ter cometido um erro de avaliação, porque o resultado da estratégia está beneficiando exatamente os candidatos Weverton Rincha (PDT) e Eliziane gama (PPS), que agora lideram a corrida ao Senado.

São Luís, 24 de Setembro de 2018.

 

Flávio Dino tem vantagem consolidada e Roseana Sarney, com rejeição alta, não dá sinais de reação

 

Flávio Dino lidera com folga a corrida à reeleição; e Roseana Sarney, com rejeição elevada, não consegue esboçar reação

Pesquisa divulgada sábado (22) pela experiente empresa Econométrica, em parceria com a Rádio FC FM, apurou que, se a eleição para governador fosse neste Domingo, o governador Flávio Dino (PCdoB) sairia das urnas com 58,8% dos votos, contra 27,3% de Roseana Sarney (MDB), 2,3% de Maura Jorge (PSL), 2,2% de Roberto Rocha (PSDB), 0,6% de Ramon Zapata (PSTU) e 0,1% de Odívio Neto (PSOL); 4,5% votariam nulo ou em branco e 4,2% não saberiam em quem votar. Transformados em votos válidos – excluindo-se brancos, nulos e indecisos -, Flávio Dino teria 64,4% dos votos contra 29,9% de Roseana Sarney, 2,5% de Maura Jorge, 2,4% de Roberto Rocha, 0,6% de Ramon Zapata e 0,2 de Odívio Neto.  A eleição para o Governo do Estado seria resolvida em turno único, com uma vitória retumbante do governador Flávio Dino. A pesquisa Econométrica fecha uma rodada de pesquisas realizadas depois de iniciada a campanha no Rádio e na TV, que  apontou na mesma direção, com algumas diferenças numéricas, mas nenhuma que apontasse em outra direção.

O cenário da corrida ao Palácio dos Leões está ganhando desenho definitivo, confirmando uma tendência sinalizada já nos primeiros levantamentos, realizados ainda no ano passado. Os números consolidam a consistência política do movimento liderado pelo governador Flávio Dino e, ao mesmo tempo, a perda de espaço do Grupo Sarney, que corre o risco de ser derrotado em todos os campos da disputa – Governo, Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa. É verdade que faltam ainda duas semanas para a votação, num embate político em que os dois grupos em confronto têm tudo a ganhar e tudo a perder. Mas a julgar pela demonstração da força mobilizadora de cada um até aqui, não há como duvidar dos percentuais encontrados pelos levantamentos mais recentes sobre as preferências do eleitorado.

A campanha em andamento tem sido claramente favorável ao candidato da coligação “Todos pelo Maranhão”, que mobiliza 16 partidos, boa parte deles aliados tradicionais do Grupo Sarney, mas que agora, movidos pelo aguçado instinto de sobrevivência, resolveram mudar de lado. Na maioria dos casos, essa mudança nada tem a ver com afinidade política, ideológica, doutrinária ou programática. Ela é resultado do fato de que seus líderes perceberam fragilidade e inconsistência no projeto de candidatura da ex-governadora Roseana Sarney, em que pese o fato de ser ela, em si, uma liderança forte, capaz de arrebanhar um grande número de eleitores. Só que agora enfrenta um adversário bem mais forte, organizado, com discurso denso e coerente, líder, enfim, de um projeto de poder que extrapola as fronteiras do Maranhão, aliado que está ao movimento que tem o ex-presidente Lula (PT) como referência.

Num outro viés da disputa, Roseana Sarney é fortemente atingida por um inimigo destruidor de cacifes políticos: a rejeição. A pesquisa Econométrica investigou esse item e apurou que a candidata do MDB é rejeitada por 43,6% dos eleitores, enquanto o governador Flávio Dino tem apenas 17,8%. A explicação para essa informação é óbvia: nos seus 28 anos de vida pública – contados a partir da sua eleição para deputada federal em 1990 – durante os quais esteve por 14 anos no comando do Estado, a Roseana Sarney política fadigou. Um processo absolutamente natural, principalmente quando é fácil observar que o Grupo Sarney explorou seu potencial eleitoral ao extremo, sem se preocupar em criar condições para a projeção de novas lideranças. Na conta da anemia política e eleitoral de Roseana Sarney entra o fato de ela não contar com a máquina pública e não estar engajada na corrida à presidência da República.

Nesse contexto, a força política exibida pelo candidato do PCdoB vem  esmagando todas as possibilidades de reação por parte da candidata do MDB, tornando inócua a metralha disparada diariamente pelos poderosos meios de comunicação controlados pelo Grupo Sarney. Isso tem sido possível por um dado essencial: o governador é ficha limpa, portanto, imune a esse tipo de ataque. É esse o cenário visível até aqui, e que parece consolidado para manter-se até a votação. É sempre bom lembrar que a política tem seus caprichos, que aqui e ali cenários aparentemente definitivos são mudados drasticamente. Não parece ser o caso dessa disputa pelo Governo do Maranhão. Em todo caso, vale acompanhar com atenção o rolar das águas durante o tempo que resta de campanha e o resultado da votação.

Em Tempo: A pesquisa da Econométrica está registrada no TSE sob o nº MA-04166/2018, ouviu 1.437 de 48 municípios entre os dias 15 a 19 de setembro de 2018, tem intervalo de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 2,6 pontos para mais ou para menos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Vantagem de Flávio Dino embala Eliziane Gama e Weverton Rocha na corrida ao Senado

Números da Econométrica: Weverton Rocha e Eliziane Gama agora lideram a corrida pelas duas vagas no Senado, seguidos de Sarney Filho e Edison Lobão

 

Se os percentuais levantados pela Econométrica expressarem a realidade, como costuma acontecer nas suas investigações em busca das tendências do eleitorado, a disputa para o Senado pode estar sendo definida em favor dos candidatos da coligação “Todos pelo Maranhão”, Eliziane Gama (PPS), que aparece na liderança com 26,8%, e Weverton Rocha (PDT), que se encontra no mesmo patamar com 26,5%. Os dois aparecem à frente dos candidatos da coligação “Maranhão Quer mais”, Sarney Filho (PV), que tem 21,2%, e Edison Lobão (MDB) que aparece com 19,8% das preferências.

Os números respaldam a previsão de que, mantida a sua liderança folgada e consistente na corrida pela reeleição, o governador Flávio Dino teria lastro político e eleitoral suficiente para embalar as duas candidaturas senatoriais. Ao mesmo tempo, a visível estagnação da candidatura da ex-governadora Roseana Sarney vem se refletindo negativamente nas candidaturas de Edison Lobão, que vinha liderando a corrida, e Sarney Filho. Flávio Dino abraçou as duas candidaturas da sua coligação, deu a elas um sentido de chapa e as incluiu na sua campanha. Já Roseana Sarney não trabalhou essa unidade, o que obrigou Edison Lobão a seguir seu próprio rumo, e só agora, quando foi aceso o alerta vermelho, resolveu tentar embalar a candidatura de Sarney Filho.

Nos momentos iniciais da campanha já corria nas entranhas partidárias a previsão de que o futuro das candidaturas ao Senado estaria condicionado ao poder de fogo dos candidatos a governador, como aconteceu em 2010, quando Roseana Sarney embalou as candidaturas de Edison Lobão e João Alberto, ambos do então (PMDB), deixando para trás José Reinado (PSB) e Roberto Rocha (PSB), e em 2014, quando Flávio Dino, que liderava com folga a disputa com Lobão Filho (PMDB), “puxou” Roberto Rocha, que durante toda a campanha apareceu atrás de Gastão Vieira (PMDB). Os números da Econométrica sugerem que essa marca eleitoral pode estar acontecendo na disputa em curso.

No segundo grupo, aparentemente sem chance de reação, estão Zé Reinaldo (PSDB) com 12,5%, Alexandre Almeida (PSDB) com 7,0%, Preta Lú (PSTU) com 1,7%, Iêgo Brunno (PCB) com 1,0%; Samuel Campelo (PSL) com 0,7%, Saulo Arcangeli (PSTU) com 0,6% e Saulo Pinto (PSOL), com 0,5%. Brancos e nulos somaram 26,6% e 55% disseram não saber ou não responderam.

 

Grande comício na Beira-Mar trouxe de volta vida política ao coração de São Luís

Flávio Dino entre Weverton Rocha e Eliziane Gama no comício de  sexta-feira na Beira-Mar, devolvendo vida política a São Luís, ao contrário dos outros candidatos

 

Há muito a São Luís antiga, que fora palco dos grandes acontecimentos políticos e eleitorais da História do Maranhão, não era transformada em campo de pregação por parte de candidatos em comícios minimamente convincentes. Esse jejum vem sendo aos poucos quebrado pelo governador Flávio Dino, como aconteceu, na noite de sexta-feira (21), quando ele liderou um ato político com pelo menos 10 mil pessoas na Praça Gomes de Castro, em frente à RFSA, na Beira-Mar. Ali se reuniram candidatos, militantes, partidários e simpatizantes de todas as idades, numa forte demonstração de prestígio político do movimento dinista. Vários grandes eventos políticos aconteceram na São Luís tradicional – o histórico ato de posse de Flávio Dino em janeiro de 2015 e o encerramento da caravana do ex-presidente Lula da Silva (PT), em Outubro do ano passado, ambos em frente ao Palácio dos Leões. Mas o comício de sexta-feira teve um sentido bem mais forte no que diz respeito a campanhas eleitorais. Pode ser considerado um dos marcos dessa corrida ao voto, a começar pelo fato de que nenhum dos demais candidatos ao Governo do Estado fez até agora algo parecido em São Luís. É a vida política plural e intensa que parece estar de volta à Capital do Maranhão. Que assim seja.

São Luís, 23 de Setembro de 2018.

 

Disputa pelas vagas do Senado vira guerra pesada do Grupo Sarney contra Eliziane Gama e Weverton Rocha

Eliziane Gama, Edison Lobão, Sarney Filho e Weverton Rocha isolados na disputa das duas vagas, mais José Reinaldo e Alexandre Almeida, que disparou conta o segundo

Como registrado várias vezes na Coluna ainda nos primórdios da corrida eleitoral, a disputa pelas duas vagas no Senado ganhou mesmo os traços de uma guerra na qual os candidatos em confronto vêm manifestando clara disposição de jogar pesado para sair das urnas com seus passaportes carimbados para morar oito anos em Brasília a partir de fevereiro de 2019. As batalhas mais duras estão sendo travadas pelo senador Edison Lobão (MDB), e os deputados federais

Eliziane Gama (PPS), Weverton Rocha (PDT) e Sarney Filho (PV), com o acompanhamento próximo de José Reinaldo Tavares (PSDB) e os movimentos provocativos de Alexandre Almeida (PSDB). Iniciado já agitado por algumas tensões de âmbito interno, o embate ganhou intensidade e agora está ameaçado de sair do campo civilizado para ser travado num charco onde tudo pode valer. Essa tendência vem se acentuando nos últimos dias, produzindo fortemente a impressão de que esse viés pode ser um caminho sem volta, acirrando o clima de “bateu-levou” até o dia da votação, tornando imprevisível o desfecho da disputa.

A corrida dos candidatos ao Senado vinha se desenrolando num ambiente de tensão comum em campanhas eleitorais, mas o acirramento da disputa pelas duas vagas travada pelos quatro mais bem posicionados nas pesquisas: Edison Lobão e Sarney Filho, da coligação “Maranhão quer mais”, encabeçada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e Eliziane Gama e Weverton Rocha, da coligação “Todos pelo Maranhão”. Comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Até aqui, Eliziane Gama e Edison Lobão vêm liderando a corrida, desenhando a possibilidade de os dois saírem eleitos das urnas. Só que quase no mesmo plano de acordo com as pesquisas feitas até aqui, seguidos de Weverton Rocha e Sarney Filho, ambos com percentuais muito próximos e dispostos a virar o jogo, cada um à sua maneira.

A última pesquisa acirrou os ânimos ao mostrar Eliziane Gama e Weverton Rocha na frente para as duas vagas. Do fim da fila desse pelotão, Alexandre Almeida (PSDB) resolveu virar o jogo disparando chumbo grosso contra Edison Lobão, que vinha desenvolvendo uma campanha ao seu estilo: sem provocar conflitos. Logo em seguida, os canais de comunicação do Grupo Sarney elegeram Weverton Rocha e Eliziane Gama como alvos preferenciais, num movimento claramente destinado a beneficiar a Sarney Filho. O petardo contra o pedetista estava recheado com a informação sobre a reabertura de um processo já arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no qual é acusado de improbidade. Contra Eliziane Gama o disparo alcançou o marido dela, Inácio Cavalcante Melo Neto, acusado de ter mais de um CPF, causando uma reação dura e desafiadora da candidata popular socialista, que também vinha realizando uma campanha ligth. Desde então, a corrida senatorial mergulhou num forte clima de tensão.

No plano da campanha em si, o governador Flávio Dino, que lidera com folga a corrida pela reeleição, resolveu reforçar a campanha dos dois seus candidatos ao Senado, gravando spots com Weverton Rocha e com Eliziane Gama, e participando de comícios, caminhadas e carreatas com os dois nas mais diferentes regiões do estado. Com o movimento, o governador vem dando um forte sentido de unidade à chapa majoritária da sua coligação, Uma situação bem diferente da coligação adversária, na qual até agora a candidata emedebista ao Governo só abraçou para valer a campanha do irmão, com quem gravou peças de campanha na TV, enquanto Edison Lobão, dono de um enorme cacife político e eleitoral, faz uma campanha solo, que na visão de alguns produz resultados mais efetivos do que associada à cabeça de chapa da coligação.

O que acontecerá nas duas semanas que ainda restam de campanha é absolutamente imprevisível. Afinal, estão agora em guerra aberta pelas cadeiras no Senado o grupo que está no poder e caminha para prolongar sua permanência, e o grupo que foi tirado do poder e joga tidas as suas fichas para voltar a dar as cartas no Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Nova pesquisa já mostra Fernando Haddad tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro

Fernando Haddad já está tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro, segundo nova pesquisa Poder360

O mundo político foi agitado na noite de ontem com a mais nova pesquisa sobre a corrida ao Palácio do Planalto. Feito pela DataPoder360   nos dias 19 e 20 de Setembro de 2018 (últimas 4ª e 5ª feiras), o levantamento indica que Jair Bolsonaro (PSL) tem 26% das intenções de voto para presidente. Fernando Haddad (PT) registra 22%. Trata-se de situação de empate técnico no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Os números reforçam a tendência de crescimento do candidato petista e a previsão de que o desfecho da eleição presidencial acontecerá no segundo  num confronto direto entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.

Na sequência aparecem Ciro Gomes (PDT) com 14%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 6%, Marina Silva (Rede) com 4%, Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meireles (MDB) com 3% cada, Guilherme Boulos (PSOL) com 2% e Cabo Darciolo (Patriota), José Maria Eymael (DC), João Amoêdo (Novo) e Goulart Jr. (PPL) 1º cada. Vera Lúcia do PSTU não pontuou.

Outro destaque desta rodada do DataPoder360 é a queda dos votos brancos, nulos e daqueles que dizem estar indecisos. Durante toda esta campanha o chamado “não voto” teve taxas altíssimas. Agora, caiu para 15%.

Em Tempo: A DataPoder360 é a Divisão de Pesquisa da Poder360, uma empresa de jornalismo independente comandada pelos respeitados jornalistas Fernando Rodrigues e Tales Farias, que fizeram carreira no jornal Folha de São Paulo. E a pesquisa foi realizada com 4.000 entrevistas em todas as unidades da Federação. O registro na Justiça Eleitoral é BR-02039/2018.

 

João Alberto diz que Edvan Brandão ganha a eleição suplementar em Bacabal

Edvan Brandão: prefeito-tampão é favorito em Babacal, segundo avaliação do senador João Alberto

“Vamos ganhar com folga em Bacabal!”. A afirmação, com muita ênfase, em clima de entusiasmo mesmo, foi feita pelo senador João Alberto (MDB), que apoia a candidatura do prefeito-tampão Edvan Brandão à Prefeitura de Bacabal, que tem como adversário César Brito (PPS), candidato do grupo formado pelo deputado Carlinhos Florêncio (PCdoB) e tem o apoio do ex-prefeito Zé Vieira (PR). Concorrem também Professor Maninho (PRB), Gisele Veloso (PR) e Luizinho Padeiro (PSB).

Enquanto o prefeito-tampão Edvan Brandão é apoiado aberta e ostensivamente pelo grupo do senador João Alberto, incluindo o deputado Roberto Costa (MDB), que perdeu a disputa com Zé Vieira em 2016, César Brito conta com o apoio da deputada federal Eliziane Gama, que lidera a corrida ao Senado, e também do governador Flávio Dino, que não se envolveu na primeira eleição, mas agora deve se posicionar em favor dos aliados que estão na disputa, Florêncio Neto, candidato a vice-prefeito. O clima em Bacabal é de campanha intensa.

São Luís, 21 de Setembro de 2018.

Presidência: pesquisas mostram que Fernando Haddad e Jair Bolsonaro já polarizam a corrida pelos votos dos maranhenses

 

Fernando Haddad lidera no maranhão com o apoio de Flávio Dino, Bolsonaro é segundo com o apoio de Maura Jorge e Geraldo Alckmin é quarto com o apoio de Roberto Rocha

Faltando 16 dias, ou seja, 380 horas, para a corrida às urnas, o eleitorado do Maranhão começa, de fato, a se posicionar em relação aos candidatos a presidente da República. E a exemplo do que acontece em todo o País, os fatos vão desenhando uma clara polarização entre os candidatos da esquerda, Fernando Haddad (PT), e da direita, Jair Bolsonaro (PSL), que aos poucos vão desidratando os concorrentes do centro-esquerda, Ciro Gomes (PDT), do centro, Marina Silva (Rede), e do centro-direita, Geraldo Alckmin (PSDB), levando a escolha do próximo presidente da República a uma decisão quase plebiscitária entre os dois campos. Esse desenho se repete em parte no Maranhão, com o governador Flávio Dino (PCdoB) representando a esquerda, e a ex-governadora Roseana Sarney como expressão da direita, embora se esforce para dar uma aparência de centro-esquerda. A última pesquisa do Ibope, divulgada quarta-feira (19) rascunhou com clareza esse espectro ideológico na corrida presidencial no Maranhão, mostrando o embate direto entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, com a diferença que a candidata do MDB não abraça o candidato do PSL, que no estado é política e ideologicamente  representado pela ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, candidata do PSL ao Governo do Estado.

De acordo com o Ibope, o petista Fernando Haddad, “o candidato do Lula”, deu um salto espetacular, saindo de inexpressivos 4% das intenções de voto para impressionantes 36%, assumindo folgada liderança em relação ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que saiu de expressivos 14% e agora aparece com 18%, mas com clara tendência de crescimento. Entre os demais presidenciáveis, o melhor posicionado é o pedetista Ciro Gomes, que “segurou a pressão” e perdeu apenas um ponto, caindo de 14% para 13%, fruto principalmente da atuação do seu partido, o PDT, que conserva parte de uma militância aguerrida, liderada pelo deputado federal e atual candidato a senador Weverton Rocha. Marina Silva (Rede), que tinha estimulantes 17% na primeira pesquisa Ibope, agora apareceu com 6%, vítima do mais cruel processo de desidratação eleitoral registrado nessa corrida, o que pode ser em parte explicado pelo fato de que a Rede foi praticamente varrida do tabuleiro partidário do Maranhão.

Nesse contexto, a emedebista Roseana Sarney tem a situação mais complicada na relação com a corrida presidencial. Ela simplesmente não tomou – pelo menos até aqui – conhecimento da existência do candidato do seu partido, Henrique Meirelles, e usa o ex-presidente Lula da Silva como um dos motes da sua campanha, mesmo tendo ele mandado Fernando Haddad trombetear para todo o Maranhão que o seu candidato é o governador Flávio Dino. E tudo indica que não haverá mudança nessa situação esdrúxula.

O candidato presidencial do PSDB, Geraldo Alckmin, oscilou de 6% para 5% nas preferências do eleitorado maranhense, um desempenho bem melhor do que o do candidato tucano ao Governo do Estado, senador Roberto Rocha, que na primeira pesquisa apareceu com 3% e na última oscilou para 2%. Geraldo Alckmin e Roberto Rocha protagonizam, até aqui, uma situações vista como vexatória por observadores e políticos experientes, principalmente quando são levadas em conta as condições excepcionais que os dois dispõem na campanha – partido estruturado, largo tempo de TV, recursos financeiros, etc.. A situação de Roberto Rocha em relação a Geraldo Alckmin fica mais dramática quando a pesquisa mostra que Maura Jorge, sem carro de campanha, sem estrutura, dinheiro nem aliados dispostos a segui-la, aparece com 5% na pesquisa Ibope, o equivalente a mais de o dobro do percentual do tucano. O cenário indica que eleitoralmente Maura Jorge não irá a lugar algum, mas ninguém duvida de que, eleito Jair Bolsonaro, ela ganhará muitas arroubas de peso político no estado, o que, associado a 5% de intenções de votos majoritários que vier a ter, poderá abrir-lhe caminhos para outras eleições, a começar por voltar à Prefeitura de Lago da Pedra em 2020.

O dado mais curioso da pesquisa do Ibope é a forte alteração registrada no campo dos indecisos – nulos/brancos/não sabe/não respondeu. Na primeira pesquisa, os que disseram que votariam nulo ou em branco eram 28%, enquanto que os que não sabem ou não responderam eram 10%. Na nova pesquisa, nulos e brancos somam apenas 8%, o que representa uma queda surpreendente de 19 pontos percentuais, enquanto os que não sabem ou não responderam  se mantiveram em 10%. Ou seja, a massa de indecisos caminha para se decidir, o que pode ser explicado pela tendência à polarização Fernando Haddad/Jair Bolsonaro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Campanha perigosa: atacada com dossiê sobre seu marido, Eliziane Gama vai à PF e chama adversários para a briga

Eliziane Gama vai à Polícia Federal e desafia adversários a debater “em qualquer lugar”

A circulação de um dossiê sem autoria tendo como alvo Inácio Cavalcanti Melo, marido da deputada federal Eliziane Gama (PPS),          candidata ao Senado, ameaça tirar a disputa senatorial da planície em que vem acontecendo para remetê-la para o terreno pantanoso da política de baixo nível. Em circulação nas redes sociais, que aqui e ali se transformam numa espécie de submundo no qual a verdade e a ética perdem sentido, o tal dossiê tem o claro objetivo de tirar do eixo a parlamentar, que lidera a corrida ao Senado juntamente com o senador Edison Lobão (MDB). Mas, ao contrário de mergulhar na intimidação, Eliziane Gama reagiu forte, com dignidade e disposta a colocar a situação em pratos limpos. Primeiro foi à Polícia Federal registrar queixa contra a divulgação do tal dossiê, pedindo investigação completa sobre o caso. E certa de que o míssil foi disparado das baterias do Grupo Sarney, partiu para o contra-ataque com um vídeo no qual, de cara limpa e tom desafiador, disparou: “Parem de atacar a minha família. Larguem de ser covardes. Venham debater comigo, olhar nos meus olhos. Frente a frente. Eu vou aonde vocês quiserem, no horário e no local que vocês definirem. Eu não tenho medo de vocês porque eu estou do lado da verdade. Eu tenho certeza que a verdade vai vencer. Que o povo do Maranhão vai vencer!”

 

Quantidade de números da votação torna votação complexa e preocupa candidatos e dirigentes partidários

Uma preocupação está tomando conta de candidatos e dirigentes partidários em relação à votação no dia 7 de Outubro: as dificuldades que envolvem o processo de votação em si, visto como uma operação complexa, que pode encalacrar milhares e milhares de eleitores. O problema é que, ao votar, o eleitor terá de digitar 25 vezes, sendo dois números para Presidente, dois para Governador, três para Senador, mais três para Senador, quatro para Deputado Federal e cinco para Deputado Estadual, num total de 19 algarismos digitados. Além disso, após cada número de candidato, o eleitor deve acionar a tecla de “confirmar”, o que totalizará seis digitações. O fato é que, no total, serão 25 toques, numa operação considerada complexa, por mais objetiva que seja dada a quantidade de números. Técnicos da área sugerem que o eleitor leve sua “cola” para a cabine de votação, pois só assim ele terá garantia de que votará certo nos candidatos da sua preferência. Especialistas estão recomendando também que antes de votar o eleitor realize simulações, de modo a assimilar bem o processo de votação.

São Luís, 20 de Setembro de 2018.

 

Ibope e DataIlha confirmam liderança de Flávio Dino, sugerem teto para Roseana Sarney e preveem turno único

 

Flávio Dino lidera com grande folga, Roseana Sarney estaciona, Maura Jorge está em terceiro, Roberto Rocha não reage e é o quarto e Odívio Neto e Ramon Zapata mais uma vez não pontuaram

As pesquisas do Ibope e do DataIlha sobre as tendências do eleitorado na corrida para o Governo do Maranhão divulgadas ontem funcionaram, juntas, como uma poderosa injeção de ânimo na candidatura do governador Flávio Dino (PCdoB) à reeleição, e como uma forte ducha de água fria na candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Primeiro porque confirmou, com toda ênfase, o favoritismo do governador, reforçando a possibilidade de a eleição ser resolvida em turno único, e depois porque reduziu drasticamente as chances de a candidata emedebista alimentar o projeto de chegar a um segundo turno e, com ele, disputar “uma nova eleição”. As duas pesquisas depositaram ainda mais algumas pás de barro no projeto do senador Roberto Rocha (PSDB) de pelo menos se consolidar como uma “terceira via”, agora que parece ter sido definitivamente atropelado pela ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PSL). Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU) não pontuaram, mas eles são na verdade anticandidatos, estando mais preocupados em aproveitar as brechas da propaganda para disseminar suas ideias contra a “democracia burguesa”.

Os 49% apurados pelo Ibope e os 52% do DataIIha para o governador Flávio Dino refletem com precisão a soma de uma série de fatores que o favorecem claramente: Governo sério e transparente, bons programas sociais, avaliação altamente positiva, posicionamento político ao mesmo tempo coerente e pragmático – sem qualquer escorregão até aqui -, e uma campanha bem armada, que o mostra como o líder de um processo, e não como um “salvador da pátria”. Os percentuais informam também a aprovação da mudança proposta em 2014 e que foi confirmada nos últimos anos pelo cumprimento da quase totalidade dos compromissos de campanha, segundo informações levantadas por organizações insuspeitas como o portal G1, do Sistema Globo. Mais do que isso, revelam que para a maioria, o governador Flávio Dino tem cacife para não precisar lançar mão de recursos como o uso excessivo da sua relação com o ex-presidente Lula da Silva (PT).

Os 32% da pesquisa do Ibope e os 27% do levantamento do DataIlha representam, antes de qualquer coisa, o tamanho atual do poder de fogo político e eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney e, ao mesmo tempo, o provável teto a que pode chegar o Grupo Sarney nessa disputa. E a explicação é uma só: o Grupo concebeu e jogou uma grande e decisiva cartada confiando exclusivamente no cacife da sua única estrela, sem se dar conta de que esse tipo de astro, depois de 24 anos eclipsando todos ao seu redor, 14 deles governando com super poderes, acaba fadigando e perdendo o brilho e poder de atração. Além disso, o comando do Grupo Sarney vem cometendo um erro primário: tentar atirar o governador Flávio Dino na vala comum dos maus políticos, não se dando conta de que atacá-lo por má gestão e por desvios não cola. Difícil, quase impossível, portanto, reverter essa tendência nas próximas duas semanas, mesmo levando em conta a máxima segundo a qual no Maranhão político até boi voa.

Os 5% do Ibope e os 3% do DataIlha encontrados em favor da candidata Maura Jorge têm tudo a ver com a sua aliança com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que lidera a corrida pelo voto também no Maranhão. Mas o que está deixando observadores boquiabertos é a vantagem da ex-prefeita de Lago da Pedra sobre o candidato do PSDB a governador, Roberto Rocha, que tem 2% das intenções de voto, segundo o Ibope, e 1,41%, conforme o DataIlha. Maura Jorge, que não tem partido, estrutura, militantes, dinheiro nem tempo de Rádio e TV, bate um candidato que é senador da República, comanda um partido forte, tem recursos para a campanha e dispõe de quase 1 minuto e meio no Rádio e na TV, desperdiçados com uma campanha esteticamente inovadora mas nem um pouco inteligente. Em resumo: os dois parecem irremediavelmente fora da disputa, limitando-se a fazer figuração.

O dado final das duas pesquisas amarra a vantagem incontestável do governador Flávio Dino: transformados em votos válidos – sem brancos e nulos (5% do Ibope e 5,76% do DataIlha) e não sabe nem respondeu (7% do Ibope e 9,88% do DataIlha) – ele alcança o patamar dos 60% de votos válidos, o que, se confirmado, tudo acabará no dia 7 de Outubro. Por outro lado, vale registrar que a prudência política sempre lembra que eleições só se ganha com o anúncio do resultado.

Em Tempo: A pesquisa do Ibope ouviu 1.008 pessoas entre os dias 16 e 18 de Setembro, tem margem de erro de três pontos percentuais e está registrada no TSE sob o protocolo 07474/2018. A pesquisa DataIlha ouviu 2.412 eleitores entre os dias 15 e 18 de Setembro, tem margem de erro de três pontos percentuais e está registrada no TSE sob o protocolo MA-07779/2018.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Alexandre Almeida mantém intrigante ataque a Edison Lobão, que segue nos trilhos do equilíbrio

Edison Lobão recebe apoio do prefeito Fábio Gentil (d) e grande manifestação; apesar dos ataques do adversário Alexandre Almeida

Por mais que o deputado Alexandre Almeida (PDSB) afirme que o seu virulento ataque ao senador Edison Lobão (MDB) seja apenas um ato de campanha para expor sua visão política e, claro, tentar reverter a sua colocação em último lugar no pelotão dos seis candidatos que de fato disputam as duas vagas no Senado, a impressão dominante é a de que a estratégia do parlamentar é fruto de uma “parceria” com algum outro interessado na vaga. De cara, as primeiras suspeitas recaíram sobre o comitê central da campanha do deputado federal Sarney Filho (PV). Aliados do ex-ministro do Meio Ambiente, porém, apressaram-se para desmanchar tal suspeita, afirmando que Sarney Filho faz uma campanha correta e limpa, sem atacar nenhum dos concorrentes. Tudo bem. Mas o fato de o senador Edison Lobão liderar a corrida por várias semanas, fazer uma campanha com base na sua longa e vitoriosa trajetória, enquanto Sarney Filho apresenta desempenho menor expressivo e de a candidata ao Governo Roseana Sarney (MDB) investir forte e isoladamente na candidatura do irmão no horário eleitoral gratuito, sem dizer uma palavra de incentivo à campanha do senador tem deixado muitos observadores intrigados, estimulando também o surgimento de rumores de uma “guerra” entre a família Lobão e a família Sarney. A Coluna ouviu fontes confiáveis com trânsito no Grupo Sarney e ouviu delas que existe, de fato, um clima de tensão entre as duas correntes, mas nada que possa ter levado algum sarneysista desastrado a tramar, sem o aval da cúpula, e bancar o ataque virulento do deputado Alexandre Almeida ao senador Edison Lobão. O fato é que a pancadaria de Alexandre Almeida contra Edison Lobão continua na TV e no Rádio, enquanto o senador, do alto da sua experiência e usando suas reconhecidas sobriedade pessoal e sabedoria política, mantém sua campanha nos trilhos do equilíbrio.

 

Edivaldo Jr. barra na Justiça tentativa de empresários de usar reajuste de salários para aumentar tarifas

Edivaldo Jr. faz previsão sombria das consequências da greve dos caminhoneiros para as finanças municipais

O prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) desativou na Justiça uma bomba contra a população: conseguiu barrar a tentativa das empresas de transportes coletivos de São Luís de garantir que as tarifas pagas pela população fossem aumentadas todas as vezes em que elas aumentassem os salário dos seus motoristas, cobradores, fiscais e funcionários em geral. A vitória do prefeito de São Luís foi consolidada ontem, quando a 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) aplicou entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para confirmar decisão de primeira instância, que não concordou com a vinculação do aumento salarial de funcionários de empresas de ônibus à obrigação de reajuste da tarifa cobrada dos passageiros do transporte coletivo de São Luís. A ação foi ajuizada pela Prefeitura de São Luís para impedir o aumento abusivo para usuário, sob o argumento óbvio: se os salários são reajustados todos os anos, o impacto na passagem seria drástico para o usuário.

A vitória do prefeito Edivaldo Holanda Jr. foi desenhada no voto do desembargador-relator Jaime Ferreira de Araújo (relator), que concordou com o entendimento do Juízo de origem, de acordo com o STJ, de que a ocorrência de movimento grevista de empregados das empresas concedentes do serviço público, do qual possa eventualmente resultar aumento/reajuste salarial, não configura situação imprevisível capaz de vulnerar a cláusula que prevê um período mínimo de 12 meses para reajuste do contrato. Traduzindo: o preço das tarifas nos coletivos não pode estar vinculado aumento salarial dos funcionários das empresas. Os desembargadores Marcelino Everton e Luiz Gonzaga acompanharam o voto do relator.

São Luís, 19 de Setembro de 2018.