Presidência: pesquisas mostram que Fernando Haddad e Jair Bolsonaro já polarizam a corrida pelos votos dos maranhenses

 

Fernando Haddad lidera no maranhão com o apoio de Flávio Dino, Bolsonaro é segundo com o apoio de Maura Jorge e Geraldo Alckmin é quarto com o apoio de Roberto Rocha

Faltando 16 dias, ou seja, 380 horas, para a corrida às urnas, o eleitorado do Maranhão começa, de fato, a se posicionar em relação aos candidatos a presidente da República. E a exemplo do que acontece em todo o País, os fatos vão desenhando uma clara polarização entre os candidatos da esquerda, Fernando Haddad (PT), e da direita, Jair Bolsonaro (PSL), que aos poucos vão desidratando os concorrentes do centro-esquerda, Ciro Gomes (PDT), do centro, Marina Silva (Rede), e do centro-direita, Geraldo Alckmin (PSDB), levando a escolha do próximo presidente da República a uma decisão quase plebiscitária entre os dois campos. Esse desenho se repete em parte no Maranhão, com o governador Flávio Dino (PCdoB) representando a esquerda, e a ex-governadora Roseana Sarney como expressão da direita, embora se esforce para dar uma aparência de centro-esquerda. A última pesquisa do Ibope, divulgada quarta-feira (19) rascunhou com clareza esse espectro ideológico na corrida presidencial no Maranhão, mostrando o embate direto entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, com a diferença que a candidata do MDB não abraça o candidato do PSL, que no estado é política e ideologicamente  representado pela ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, candidata do PSL ao Governo do Estado.

De acordo com o Ibope, o petista Fernando Haddad, “o candidato do Lula”, deu um salto espetacular, saindo de inexpressivos 4% das intenções de voto para impressionantes 36%, assumindo folgada liderança em relação ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que saiu de expressivos 14% e agora aparece com 18%, mas com clara tendência de crescimento. Entre os demais presidenciáveis, o melhor posicionado é o pedetista Ciro Gomes, que “segurou a pressão” e perdeu apenas um ponto, caindo de 14% para 13%, fruto principalmente da atuação do seu partido, o PDT, que conserva parte de uma militância aguerrida, liderada pelo deputado federal e atual candidato a senador Weverton Rocha. Marina Silva (Rede), que tinha estimulantes 17% na primeira pesquisa Ibope, agora apareceu com 6%, vítima do mais cruel processo de desidratação eleitoral registrado nessa corrida, o que pode ser em parte explicado pelo fato de que a Rede foi praticamente varrida do tabuleiro partidário do Maranhão.

Nesse contexto, a emedebista Roseana Sarney tem a situação mais complicada na relação com a corrida presidencial. Ela simplesmente não tomou – pelo menos até aqui – conhecimento da existência do candidato do seu partido, Henrique Meirelles, e usa o ex-presidente Lula da Silva como um dos motes da sua campanha, mesmo tendo ele mandado Fernando Haddad trombetear para todo o Maranhão que o seu candidato é o governador Flávio Dino. E tudo indica que não haverá mudança nessa situação esdrúxula.

O candidato presidencial do PSDB, Geraldo Alckmin, oscilou de 6% para 5% nas preferências do eleitorado maranhense, um desempenho bem melhor do que o do candidato tucano ao Governo do Estado, senador Roberto Rocha, que na primeira pesquisa apareceu com 3% e na última oscilou para 2%. Geraldo Alckmin e Roberto Rocha protagonizam, até aqui, uma situações vista como vexatória por observadores e políticos experientes, principalmente quando são levadas em conta as condições excepcionais que os dois dispõem na campanha – partido estruturado, largo tempo de TV, recursos financeiros, etc.. A situação de Roberto Rocha em relação a Geraldo Alckmin fica mais dramática quando a pesquisa mostra que Maura Jorge, sem carro de campanha, sem estrutura, dinheiro nem aliados dispostos a segui-la, aparece com 5% na pesquisa Ibope, o equivalente a mais de o dobro do percentual do tucano. O cenário indica que eleitoralmente Maura Jorge não irá a lugar algum, mas ninguém duvida de que, eleito Jair Bolsonaro, ela ganhará muitas arroubas de peso político no estado, o que, associado a 5% de intenções de votos majoritários que vier a ter, poderá abrir-lhe caminhos para outras eleições, a começar por voltar à Prefeitura de Lago da Pedra em 2020.

O dado mais curioso da pesquisa do Ibope é a forte alteração registrada no campo dos indecisos – nulos/brancos/não sabe/não respondeu. Na primeira pesquisa, os que disseram que votariam nulo ou em branco eram 28%, enquanto que os que não sabem ou não responderam eram 10%. Na nova pesquisa, nulos e brancos somam apenas 8%, o que representa uma queda surpreendente de 19 pontos percentuais, enquanto os que não sabem ou não responderam  se mantiveram em 10%. Ou seja, a massa de indecisos caminha para se decidir, o que pode ser explicado pela tendência à polarização Fernando Haddad/Jair Bolsonaro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Campanha perigosa: atacada com dossiê sobre seu marido, Eliziane Gama vai à PF e chama adversários para a briga

Eliziane Gama vai à Polícia Federal e desafia adversários a debater “em qualquer lugar”

A circulação de um dossiê sem autoria tendo como alvo Inácio Cavalcanti Melo, marido da deputada federal Eliziane Gama (PPS),          candidata ao Senado, ameaça tirar a disputa senatorial da planície em que vem acontecendo para remetê-la para o terreno pantanoso da política de baixo nível. Em circulação nas redes sociais, que aqui e ali se transformam numa espécie de submundo no qual a verdade e a ética perdem sentido, o tal dossiê tem o claro objetivo de tirar do eixo a parlamentar, que lidera a corrida ao Senado juntamente com o senador Edison Lobão (MDB). Mas, ao contrário de mergulhar na intimidação, Eliziane Gama reagiu forte, com dignidade e disposta a colocar a situação em pratos limpos. Primeiro foi à Polícia Federal registrar queixa contra a divulgação do tal dossiê, pedindo investigação completa sobre o caso. E certa de que o míssil foi disparado das baterias do Grupo Sarney, partiu para o contra-ataque com um vídeo no qual, de cara limpa e tom desafiador, disparou: “Parem de atacar a minha família. Larguem de ser covardes. Venham debater comigo, olhar nos meus olhos. Frente a frente. Eu vou aonde vocês quiserem, no horário e no local que vocês definirem. Eu não tenho medo de vocês porque eu estou do lado da verdade. Eu tenho certeza que a verdade vai vencer. Que o povo do Maranhão vai vencer!”

 

Quantidade de números da votação torna votação complexa e preocupa candidatos e dirigentes partidários

Uma preocupação está tomando conta de candidatos e dirigentes partidários em relação à votação no dia 7 de Outubro: as dificuldades que envolvem o processo de votação em si, visto como uma operação complexa, que pode encalacrar milhares e milhares de eleitores. O problema é que, ao votar, o eleitor terá de digitar 25 vezes, sendo dois números para Presidente, dois para Governador, três para Senador, mais três para Senador, quatro para Deputado Federal e cinco para Deputado Estadual, num total de 19 algarismos digitados. Além disso, após cada número de candidato, o eleitor deve acionar a tecla de “confirmar”, o que totalizará seis digitações. O fato é que, no total, serão 25 toques, numa operação considerada complexa, por mais objetiva que seja dada a quantidade de números. Técnicos da área sugerem que o eleitor leve sua “cola” para a cabine de votação, pois só assim ele terá garantia de que votará certo nos candidatos da sua preferência. Especialistas estão recomendando também que antes de votar o eleitor realize simulações, de modo a assimilar bem o processo de votação.

São Luís, 20 de Setembro de 2018.

 

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