Arquivos mensais: janeiro 2019

Famem: Flávio Dino reafirmou sua liderança, Weverton Rocha ganhou canal para fortalecer seu projeto de poder

 

Flávio Dino uniu Erlânio Xavier e Cleomar Tema, e Erlânio Xavier reforçará projeto político de Weverton Rocha

Confirmado ontem, pelo voto de mais de 150 prefeitos, o acordo firmado terça-feira à noite, no Palácio dos Leões, por meio do qual o governador Flávio Dino (PCdoB), usando a força da sua liderança e sua autoridade política, estancou uma guerra entre prefeitos pelo comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), e garantiu a eleição do prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), para presidente, e o prefeito de Tuntum e atual presidente Cleomar Tema (PSB), para presidente de Honra. No geral, todos os envolvidos saíram vitoriosos do processo, mas não há como ignorar o fato de que, feitas as contas políticas, a maior fatia de ganhos ficou com o deputado federal até hoje e senador a partir de amanhã Weverton Rocha (PDT), de quem o novo comandante da entidade municipalista, além de pertencer à locomotiva pedetista, é seu aliado de primeira hora, tendo sido o principal coordenador da sua campanha no interior. Na prática, Weverton Rocha ganha um poderoso canal de comunicação com os municípios na pavimentação da via por meio da qual pretende chegar ao Governo do Estado em 2022.

Chegar à presidência da Famem não foi um projeto concebido solitariamente pelo prefeito de Igarapé Grande. Ele foi elaborado durante a corrida eleitoral do ano passado, no QG de campanha do deputado Weverton Rocha ao Senado, no qual Erlânio Xavier atuou como o principal coordenador junto aos prefeitos. Durante a caça ao voto, Erlânio Xavier mergulhou por inteiro na busca do apoio de prefeitos ao candidato pedetista ao Senado, aproveitando para deixar nas entrelinhas das articulações o projeto de chegar à presidência da Famem. Weverton Rocha encampou a estratégia, que foi ficando clara à medida que seu projeto senatorial se fortalecia. Abertas as urnas e confirmada a eleição do parlamentar pedetista para uma das vagas de senador, Erlânio Xavier se lançou candidato a presidente da Famem, acreditando que seria nome de consenso com base num acordo que teria sido feito em 2017, quando ele e outros pretendentes abriram mão e apoiaram a candidatura única do prefeito de Tuntum.

Ao lançar sua candidatura logo após as eleições, Erlânio Xavier se deu conta de que, embalado pela gestão que vinha realizando, Cleomar Tema, que já exercera outros dois mandatos de presidente da entidade, decidiu concorrer à reeleição. A decisão de Cleomar Tema criou um cenário de disputa, causando grande agitação entre os prefeitos. Estimulado por alguns colegas e incentivado pelo senador eleito Weverton Rocha, Erlânio Xavier decidiu partir para o confronto eleitoral. No final do ano passado, diante das evidências de que a briga pelo comando da Famem geraria um forte clima de tensão e causaria fissuras na sua base de apoio, o governador Flávio Dino tentou um acordo, mas os dois candidatos refugaram. O governador decidiu, então, não interferir, abrindo caminho para que o senador eleito Weverton Rocha reforçasse seu apoio a Erlânio Xavier, que partiu para o ataque a Cleomar Tema. Sem aliados de peso, o presidente decidiu reagir à pressão denunciando o envolvimento direto de Weverton Rocha numa disputa exclusiva entre prefeitos. “Lugar de senador é em Brasília e não se envolvendo na eleição em uma entidade como a Famem”, disparou, aumentando a tensão na campanha.

A reação de Cleomar Tema gerou um certo mal-estar e elevou a temperatura da disputa. Com o apoio ostensivo do senador eleito Weverton Rocha, Erlânio Xavier ampliou expressivamente o número de prefeitos a seu favor, colocando o presidente Cleomar Tema em posição de defesa. Os dois candidatos estavam caminhando para um confronto cujo desfecho causaria um racha desnecessário, quando o governador Flávio Dino decidiu uma última cartada pela unidade: convocou os dois candidatos, fez as ponderações necessárias e os convenceu de virar o jogo e transformar a guerra armada numa festa democrática. Cleomar Tema acatou as ponderações do governador e aceitou ser presidente de Honra da Famem na gestão do presidente Erlânio Xavier. Weverton Rocha não participou da reunião, mas orientou os passos do seu aliado e concordou com a fórmula proposta pelo governador Flávio Dino.

Qualquer avaliação isenta desse episódio concluirá que o governador Flávio Dino reafirmou sua liderança ao evitar tremores na sua base política, que Cleomar Tema sai da refrega sem arranhões, que Erlânio Xavier chegou onde projetou chegar, mas que politicamente o maior beneficiário foi o senador eleito Weverton Rocha, que cm a eleição do seu liderado ganhou um poderoso instrumento ação política para reforçar seu projeto para 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Destaque

 

À meia noite de hoje, João Alberto e Edison Lobão encerram carreiras políticas longevas e vitoriosas

Em meio à agitação dos preparativos para a posse do novo Congresso Nacional, com a Câmara Federal renovada em mais de 60% e os dois terços do Senado com muitas caras novas, dois políticos maranhenses que estiveram em evidência nas últimas quatro décadas, ambos vitoriosos nas urnas, encerrarão suas carreiras como membros da Câmara Alta exatamente à meia-noite de hoje. João Alberto e Edison Lobão, ambos do MDB, deixam o Senado depois de protagonizarem duas carreiras destacadas no cenário da política maranhense e no plano nacional. Expoentes do Grupo Sarney, ambos seguiram sim a liderança do ex-presidente José Sarney (MDB), mas mesmo atuando como homens de grupo, com um lado político assumido, cultivaram posições próprias, que nem sempre seguiram à risca a linha traçada pelo líder maior do sarneysismo.

João Alberto: carreira pautada na correção

João Alberto Souza (MDB) encerra uma carreira de mandatos longa, rica e decente aos 84 anos, depois de ter sido prefeito de Bacabal, deputado estadual (dois mandatos), deputado federal (quatro mandatos), senador da República (duas vezes), vice-governador e governador do Maranhão – só perdeu duas eleições, uma para deputado federal nos anos 70 e outra para prefeito de São Luís em 1992. Economista, bancário e militante sindical de esquerda, entrou para a vida pública no Governo de José Sarney, no qual foi diretor da Rádio Timbira, da Merenda Escolar e do Banco de Desenvolvimento do Maranhão, tendo sido ainda secretário de Estado várias vezes. Ingressou na vida política como deputado estadual. Político de posições firmes, afeito a embates diretos com seus adversários, sempre disse o que pensou quando foi parlamentar, e sempre fez o que considerou correto quando governou Bacabal e o Maranhão. Nos 11 meses e meio em que foi governador, ajustou a máquina pública, primou pela transparência – publicou todos os dias nos jornais o balanço financeiro do Estado -, e foi implacável no combate ao crime, adotando uma política de segurança pública que marcou época no Maranhão, e em menos de 360 dias realizou mais de 800 obras, mesmo enfrentando a má vontade do Governo de Fernando Collor. Sempre defendeu rigor ético na política e encerra sua carreira sem um processo por improbidade e tendo presidido o Conselho de Ética do Senado por cinco vezes. Preside o MDB do Maranhão há mais de 20 anos e deve passar o bastão em meados de Fevereiro. Tem dito a amigos que vai continuar fazendo política e com a possibilidade de fechar sua trajetória candidatando-se a vereador de Bacabal em 2020. Tem como herdeiro o deputado federal reeleito João Marcelo (PMDB), seu filho, e o deputado estadual reeleito Roberto Costa (MDB), que segue sua liderança desde quando era militante estudantil.

Edison Lobão:> carreira longeva com uma única derrota

Edison Lobão (MDB), que é advogado e jornalista – foi comentarista político do Correio Baziliense durante vários anos -,   deixa o Senado aos 83 anos depois de ter sofrido a única derrota de uma das trajetórias mais bem-sucedidas e regulares da política do Maranhão dos últimos tempos. Foi duas vezes deputado federal, exerceu três mandatos e meio de senador e foi governador do Maranhão. Além disso, Edison Lobão foi presidente do Senado e ministro de Minas e Energia nos Governos dos presidentes Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). Como governador fez uma gestão dinâmica, com fortes investimentos em rodovias, tendo como destaque a construção da Avenida Litorânea, em São Luís. Fez expressivos investimentos em educação e saúde, deixando um lastro respeitável de realizações. Como senador, foi um dos quadros mais ativos do Senado, tendo presido a Casa quando o então presidente, senador Jarbas Barbalho (PMDB-PA), perdeu cargo. Naquela Casa, Edison Lobão foi várias vezes presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante e cobiçada da Câmara Alta. Como ministro de Minas e Energia, cargo que ocupou durante seis anos, sendo parte no Governo de Lula da Silva e parte no de Dilma Rousseff, comandou uma grande mudança na área de energia, ampliando a produção de energia elétrica e pondo em prática o Programa Luz para Todos, que levou energia a milhões de brasileiros, entre eles mais de um milhão de maranhenses. Edison Lobão foi citado nos escândalos que atingiram a Petrobras na Operação Lava Jato, mas até agora nada ficou provado contra ele, que afirmado ser inocente. Anunciou que vai continuar fazendo política.

Os dois serão sucedidos pelos jovens senadores eleitos Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), eleitos no histórico pleito de 2018.

São Luís, 31 de Janeiro de 2019.

 

Flávio Dino evita guerra mediando acordo na Famem: Erlânio Xavier será presidente e Cleomar Tema, presidente de honra

 

Flávio Dino sela acordo para evitar disputa tensa na eleição na Famem, com Erlânio Xavier e Marcelo Tavares à direita e Cleomar Tema e Márcio Jerry à esquerda

Cerca de 12 horas antes do início da eleição para o comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) cujo desfecho poderia impor alguns danos na aliança político-partidária situacionista, o governador Flávio Dino (PCdoB), com a habilidade que vem refinando no dia a dia, usou a força da sua liderança para colocar os prefeitos de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), e de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), frente a frente e mediou um acordo que deu fim à beligerância e resolveu a sucessão na entidade. Pelo acordo, Erlânio Xavier será eleito presidente, e Cleomar Tema, atual presidente e até então candidato à reeleição, abriu mão da candidatura e será o presidente de honra da entidade municipalista pelos próximos dois anos. Com o acordo, o clima de “guerra” que vinha ganhando corpo foi desfeito, evitando que os prefeitos maranhenses entrassem num confronto político desnecessário num momento em que a palavra de ordem é união.

Ao convocar os dois candidatos para um entendimento que evitasse a guerra eleitoral, o governador tinha sobre a mesa uma equação complicada. De um lado, Cleomar Tema, prefeito de Tuntum pela quinta vez, presidente da entidade pela terceira vez e um lastro político expressivo e, de quebra, um dos líderes de proa do grande movimento que levou Flávio Dino ao Governo em 2014 e em 2018. Do outro, Erlânio Xavier, prefeito de Igarapé Grande, sem grande lastro, mas que, embalado pela liderança do senador eleito Weverton Rocha (PDT), a quem é fortemente ligado, soube construir um movimento para viabilizar o seu projeto de presidir a entidade. Uma guerra entre os dois, como foi sinalizado nos últimos dias, resultaria em estragos em ambos os lados.

Com objetividade política, o governador Flávio Dino fez as contas e concluiu que tal guerra não seria saudável nem para o eventual vencedor. Ao chefe do Executivo não interessava um aliado da estatura de Cleomar Tema ter sua liderança duramente arranhada por uma eventual derrota, ao mesmo tempo em que não gostaria de ver Erlânio Xavier tropeçando nesse embate, comprometendo assim os passos de uma liderança em construção. Para evitar um desses estragos numa eleição de caráter corporativo, Flávio Dino decidiu jogar uma cartada definitiva, que convocar os dois e mediar um entendimento. Houve, claro, rasgos de resistências de lado a lado, mas diante dos argumentos usados, os dois cederam e concordaram com a fórmula proposta: Erlânio Xavier para presidente em chapa única, tendo Cleomar Tema como presidente de honra. E ponto final.

Ao evitar um embate traumático entre prefeitos aliados, o governador Flávio Dino reafirma sua liderança na ampla aliança que construiu. Poderia ter fechado os olhos ou apontado um candidato da sua preferência. Se não se envolvesse como mediador e deixasse o embate acontecer, certamente teria o apoio do vencedor e tudo seguiria em frente; e se tivesse optado por um candidato, certamente esse seria eleito e tudo seguiria na mesma. Nos dois casos, porém, seria perseguido pelas mágoas dos perdedores. Mas como preferiu usar o diálogo para montar um acordo em que todos saíram ganhando, manteve aliados unidos, seguindo em frente sem fissura na sua base nem questionamentos à sua liderança.

No roteiro cumprido ontem, o governador Flávio Dino foi mais uma demonstração de que ele continua numa escalada de crescimento como líder político de grande envergadura, capaz de controlar crises e evitar confrontos que coloque sua aliança sob risco. Para esse, caso, contou com o apoio do principal articulador político do seu grupo, o deputado federal eleito Márcio Jerry (PCdoB), que participou da reunião e reforçou o argumento de união usado pelo chefe, o que foi feito também pelo chefe da Casa Civil e deputado estadual eleito, Marcelo Tavares.

Em resumo: até a tarde de ontem esperada como uma guerra com poder de criar um grande mal-estar na base governista, a eleição de hoje na Famem será, de novo, uma festa dos prefeitos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Oposição na Assembleia Legislativa terá bloco formado por cinco deputados

Roberto Costa, Arnaldo Melo, Adriano Sarney, Rigo Teles e Wellington do Curso formarão o único bloco de Oposição na Assembleia Legislativa

A Oposição na nova Assembleia Legislativa será resumida a cinco deputados: Roberto Costa e Arnaldo Melo, do MDB, Adriano Sarney e Rigo Teles, do PV, e Wellington do Curso, do PSDB. Esse grupo deverá formar um bloco, mas tudo indica que terá dificuldades para encontrar um discurso que o identifique, uma vez que as suas posições em relação ao Governo Flávio Dino diferem muito. O deputado emedebista Roberto Costa se declara oposicionista, mas não concorda com uma linha agressiva de ataques sucessivos e improdutivos ao Governo, preferido marcar posições pontuais em relação a questões de interesse geral, fomentando o debate em plenário. O deputado Arnaldo Melo, seu colega de partido, com a experiência de quem já presidiu a Casa por quatro anos, também pretende imprimir uma linha oposicionista firme, mas com os pés no chão. Por sua vez, o deputado Adriano Sarney defende uma atuação agressiva, com ataques permanentes, disparando chumbo grosso em direção a qualquer brecha que o Governo venha a abrir, como fez nos últimos quatro anos e que não produziu um só ganho, ao contrário, resultou na quase extinção do Grupo Sarney no âmbito parlamentar. Com o status de quem será o decano da Assembleia Legislativa em número de mandatos, o deputado Rigo Teles fará, como vem fazendo, uma Oposição amena, criticando situações pontuais, mas votando com a maioria governista. Ave solitária em matéria de partido, o deputado Wellington do Curso sinalizou claramente, após confirmar sua reeleição, que vai manter a pancadaria verbal contra o Governo na próxima legislatura, por entender ser essa a sua única maneira de sobreviver. Isso indica que, mesmo formando o bloco, os deputados oposicionistas terão liberdade para atuar de acordo com as suas convicções e conveniências políticas. Isso porque os cinco estão diante do fato de que com 37 dos 42 membros da Casa, mesmo com essa ou aquela posição furta-cor e um ou outro deputado movido por rasgos de independência, a poderosa base governista blindará o Governo sempre que necessário, tornando inócuo a atuação oposicionista.

 

Se emedebistas não entrarem em acordo, disputa pela 4ª Secretaria irá para o plenário

Um confronto está se desenhado na bancada do MDB na nova Assembleia Legislativa. O deputado Roberto Costa e o seu colega Arnaldo Melo pleiteiam a vaga de 4º secretário da Mesa Diretora a ser eleita amanhã. Roberto Costa não abre mão de ser o indicado do partido, e apresenta vários argumentos, entre eles dois: Arnaldo Melo já foi presidente da Casa duas vezes, e depois, no início da legislatura que finda, ele seria 4º secretário, mas como não havia nenhuma mulher na Mesa, ele abriu mão da vaga para deputada Nina Melo, por coincidência filha do deputado Arnaldo Melo. O ex-presidente mantinha até ontem sua posição de reivindicar a vaga, enfrentando, porém, a posição firme de Roberto Costa no sentido de não abrir mão do que considera um direito. Os emedebistas têm 48 horas para chegar a um entendimento, porque se não houver acordo entre eles a decisão será da plenário, durante a sessão de abertura. Nos bastidores é quase unânime a crença segundo a qual, se a decisão for para o plenário, Roberto Costa será eleito com folga.

São Luís, 30 de Janeiro de 2019.

 

Movimentos políticos em curso no Maranhão estão voltados para produzir bons resultados nas eleições que estão a caminho  

 

Flávio Dino, Othelino neto, Weverton Rocha, Eliziane gama, Eduardi Braide, Glalbert Cutrim, Cleomar Tema e Erlânio Xavier tornam movimentado o momento político no Maranhão

O universo político maranhense está em plena agitação. O governador Flávio Dino (PCdoB) dá os primeiros passos do segundo mandato numa maratona de ações para manter a máquina administrativa no ritmo de sempre e construir pontes com o novo Governo da República, os senadores eleitos Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) já se movimentam para a formação de um bloco que fará Oposição ao Governo de Jair Bolsonaro (PSL), os 18 deputados federais eleitos ganham o rumo de Brasília para tomar assento na Câmara Baixa, os 42 eleitos para a Assembleia Legislativa fazem romaria na direção do Palácio Manoel Beckman, e os prefeito estão mergulhados numa disputa que resultará na eleição do novo presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). São movimento aparentemente isolados, mas que na verdade estão interligados e terão desdobramentos nas eleições municipais, daqui a menos de dois anos, e nas eleições gerais, daqui a menos de quatro anos.

Nesse contexto, o governador Flávio Dino dá uma lição responsabilidade institucional e de pragmatismo político. Sem abrir mão de qualquer traço da sua posição política, e pregando uma democracia os contrários – principalmente os detentores de mandato popular –  podem conviver sem transformar diferenças ideológicas em obstáculos os interesses da sociedade estão sobre a mesa. Na semana passada, Flávio Dino, acompanhado do secretário de Educação, Felipe Camarão, esteve em Brasília, onde se reuniu com o ministro da Educação, Ricardo Vélez – um dos expoentes da direita conservadora -, com quem discutiu parcerias. Na sequência, o secretário de Saúde, Carlos Lula, reuniu-se com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, com o mesmo objetivo. E retornou a Brasília causando a impressão de que tudo correu muito bem.

Na mesma semana, os senadores eleitos Weverton Rocha e Eliziane Gama participaram, em Brasília, de uma reunião para a formação de um bloco de Oposição ao Governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo, tudo indica que para fortalecer seu projeto de chegar ao Governo do Estado, Weverton Rocha intensificou sua influência política na disputa pelo comando da Famem, na qual apoia forte e abertamente o candidato de Oposição, Erlânio Xavier (PDT), prefeito de Igarapé Grande, atraindo duras críticas do presidente e candidato à reeleição Cleomar Tema (PSB). Por sua vez, a senadora eleita Eliziane Gama, além de participar da formação do bloco oposicionista no Senado, vem sendo provocada a respeito da possibilidade de ser ou não candidata à Prefeitura de São Luís. Mantém silêncio sobre o assunto, o que para alguns é um indicativo de que ainda vive o drama shekspeariano se ser ou não ser.

A nova bancada federal se prepara para assumir em meio a uma série de fatos que poderão alterar sua com posição logo após a posse. Depois que Márcio Jerry confirmou ontem que vai mesmo para o front de Brasília, começou a correr a certeza de que o deputado reeleito Rubens Pereira Jr. (PCdoB) decidiu assumir uma secretaria de Estado, abrindo vaga para o 1º suplente Simplício Araújo (SD), que também deverá voltar ao Governo e assim dar vez ao 2º suplente Gastão Vieira. Entre os futuros deputados federais uma situação chama atenção: o futuro partidário de Eduardo Braide, que deve ser anunciado nas próximas 72 horas, estando entre o Podemos e o Avante, tendo descartado o PSL. Antes dele, Pastor Gildenemyr, que se elegeu pelo PMN, saltou para o barco bolsonariano do PSL.

No que diz respeito à Assembleia Legislativa, os movimentos estão agoira voltados para a formação da Mesa Diretora que comandará o Poder a partir do dia 1º de Fevereiro. Consolidado na presidência, o deputado Othelino Neto (PCdoB) vem costurando a escolha de integrantes, já tendo definidos o deputado Glalbert Cutrim (PDT) como 1º vice-presidente, Detinha (PR) como 2ª vice, Thaíza Ortegal (PP) como 3ª vive, estando ainda a 4ª Vice-Presidência em aberto; Andrea Resende (DEM) será 1ª secretária, Cleide Coutinho (PDT) será 2ª secretária, Pará Maranhão (PSL) será 3º secretário e a 4ª Secretaria será ocupada por um representante do MDB, provavelmente o deputado Roberto Costa. No mais, são movimentos ligados à formação de blocos, entre eles o de Oposição, que reunirá os deputados Roberto Costa e Arnaldo Melo do MDB, Adriano Sarney e César Pires do PV e Wellington do Curso do PSDB.

No meio desses fatos em andamento, prefeitos se envolvem numa disputa atípica dentro da Famem: o presidente Cleomar Tema (PSB), que está concluindo o terceiro mandato – não consecutivo – à frente da entidade, está tentando a reeleição desafiado pelo prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), homem de proa no esquema político do senador eleito Weverton Rocha. O que deveria ser uma disputa corporativa rotineira virou uma guerra pelo poder.

Todos esses movimentos têm um ponto comum: são preparativos para as eleições municipais de 2020 e das eleições estaduais de 2022. E não há dúvida de que o governador Flávio Dino e sua equipe investirão forte para estabelecer relações produtivas com o Governo Federal, que Weverton Rocha e Eliziane Gama querem fazer a diferença no Senado, que a bancada maranhense na Câmara Federal será muito ativa, que a Assembleia Legislativa vai respaldar o Governo Flávio Dino, e que se o candidato do PDT vencer na Famem, Weverton Rocha terá nas mãos um instrumento poderoso para fortalecer o seu projeto de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Márcio Jerry troca posto de comando no Governo pelo front na Câmara Federal

Márcio Jerry vai trocar a posição de secretário poderoso e influente pelo front da guerra na Câmara Federal

O jornalista Márcio Jerry, que preside o PCdoB no Maranhão e comandou a poderosa Secretaria de Comunicação e Articulação Política, vai mesmo abrir mão da condição de mais importante e influente integrante da equipe do governador Flávio Dino para assumir mandato de deputado federal, que conquistou nas urnas com 135 mil votos. Ele anunciou sua decisão ontem, em rede social, colocando um ponto final numa longa expectativa, recheada de especulações.

“Deixo o governo Flávio Dino com a leveza de quem se dedicou com responsabilidade e paixão, com total desprendimento, ajudando a construir páginas novas e belas na História do Maranhão. Na Câmara seguirei trabalhando para ajudar Flávio Dino a fazer ainda mais”, escreveu Jerry em seu Twitter.

A saída de Márcio Jerry abre uma respeitável lacuna no principal núcleo de   auxiliares de primeira hora do governador Flávio Dino. E mais do que isso, muda o perfil, a linguagem e as atitudes do Governo do PCdoB, à medida que, com o secretário de Comunicação e Articulação Política, atuou fortemente como porta-voz, escudo e borduna do Governo como um todo e do governador em particular, destacando-se também como o seu   principal articulador político, tendo sido um dos responsáveis diretos pelas campanhas vitoriosas de Flávio Dino.

Politicamente experiente e ideologicamente definido, dono de um amplo e sólido lastro de conhecimento, Márcio Jerry reúne todas as condições para fazer diferença na Câmara Federal, principalmente como integrante da Oposição, mas também atuar como articulador de benefícios para o Maranhão.  Será difícil substituí-lo tanto na seara técnica quanto na seara política.

O governador ainda não anunciou o seu substituto.

 

 

Cleomar Tema e Erlânio Xavier intensificam corrida pelo comando da Famem

Erlânio Xavier e Cleomar Tema: aliados de ontem são os oponentes de agora na disputa pelo comando da Famem

194 dos 217 prefeitos maranhenses decidirão amanhã (30), no voto direto e secreto, o futuro da Famem e do movimento municipalista no estado. O norte será definido com a eleição do presidente Cleomar Tema (PSB), prefeito de Tuntum, para um quarto mandato, ou do prefeito Erlânio Xavier (PDT), de Igarapé Grande. Cleomar Tema corre pela reeleição montado no seu prestígio, enquanto Erlânio Xavier tenta chegar ao comando da Famem embalado também sua capacidade de articulação, mas com o reforço do poder de fogo político do senador eleito Weverton Rocha. O governador Flávio Dino decidiu ficar de fora dessa corrida ao voto pelo fato de os dois candidatos pertencerem à aliança por ele liderada.

Depois de reclamar fortemente da interferência do futuro senador e líder do PDT no estado no processo em apoio ao seu oponente, Cleomar Tema assumiu um discurso mais ameno, afirmando, entre outras coisas, que não se trata de uma disputa entre inimigos, mas entre amigos, e que apesar de uma outra manifestação mais dura, o anúncio do resultado sepultará as diferenças manifestadas na campanha. Cleomar Tema tem dito e repetido que vencerá a eleição com mais de 100 votos.Isso é uma disputa salutar e é bom que haja disputa, porque esse é o principal sintoma de que a democracia está viva e palpitante. Acredito na vitória, tenho a maioria dos colegas”, declarou.

Erlânio Xavier, ao contrário, vem elevando o tom do seu discurso de opositor, como que apostando que os ataques verbais fragilizem a base de apoio do presidente. Ontem, por exemplo, declarou que quer tornar a Famem mais atuante e mais transparente. “Falta uma gestão mais atuante, participativa e defensora dos direitos dos associados. Também aponto como uma grande falha, a falta de transparência na prestação de contas da entidade”, atacou, acrescentando que tem o apoio “da maioria dos colegas prefeitos.

Entre os observadores os prognósticos estão divididos, com alguns prevendo a reeleição do presidente e outros garantindo que o prefeito de Igarapé Grande sairá vencedor por larga vantagem.

São Luís, 29 de Janeiro de 2019.

 

Nova Assembleia terá perfil político mesclado e assumirá com o desafio de atuar numa realidade nova

 

Othelino Neto: terá de usar sua habilidade e capacidade de articulação para harmonizar um plenário partidariamente muito diversificado

Vem aí a nova Assembleia Legislativa. Será empossada no dia 1º em meio a uma forte expectativa causada pela decisão do eleitorado de dar uma guinada radical renovando sua composição em 60%. A instituição legislativa a ser comandada pelo deputado e atual presidente Othelino Neto (PCdoB), será partidariamente pulverizada, sendo que as maiores bancadas serão a do PCdoB e a do PDT, ambas com sete deputados, seguidas, da representação do DEM, com cinco deputados – na sequência vêm as do PR, PV e SD com três cada, do PP, MDB e PRTB com dois, e do PRB, PSB, PT, PSL, PTB, PROS, PSDB e PMN, todas com um deputado. Essa pulverização certamente levará à formação de blocos parlamentares, devendo os blocos governistas formarem uma base com pelo menos 33 dos 42 deputados. Assim, o governador Flávio Dino não terá maiores dificuldades no plano legislativo, devendo aprovar suas proposições sem maiores restrições.

Esse cenário, que exigirá um grande esforço de articulação diante da previsão de que é quase certo que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tentará ampliar sua base no Maranhão como Oposição ao governador Flávio Dino (PCdoB), exigirá muita habilidade por parte do presidente Othelino Neto, que será eleito para presidir os primeiros dois anos da nova legislatura, conforme declaração de apoio feita pela maioria dos futuros deputados. Nesse sentido, tudo indica que a base permanecerá consolidada, não havendo previsão de rachas ou defecções, a Oposição terá seus direitos de criticar e espernear assegurados. Os desdobramentos das relações político-partidárias envolvendo a postura de Brasília em relação ao Maranhão encontram-se ainda no remoto campo das especulações, embora muitos tenham como certa uma investida forte do presidente Jair Bolsonaro e sua turma no cenário político do Maranhão.

A nova Assembleia Legislativa terá um perfil mesclado, com muitos marinheiros jovens de primeiras. São profissionais, liberais, servidores, empresários, militantes experientes entre outros dados, sendo que alguns geram expectativas, como é o caso, por exemplo, da deputada Detinha (PR), que saiu das urnas como campeã de votos e é ponta de lança de um ambicioso projeto de poder do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PR), ele também campeão de votos para a Câmara Federal. Como se comportarão as duas correntes que formam a Oposição sarneysista ao governador Flávio Dino? São recortes do contexto maior que devem ser observados, porque são os seus resultados que montarão o cenário para os próximos quatros anos, levando em conta o fato de daqui a menos de dois anos haverá uma guerra eleitoral decisiva nos 217 municípios maranhenses.

No campo legislativo propriamente dito, a nova Assembleia atuará numa realidade nova, que poderá exigir dos seus integrantes um esforço produtivo bem expressivo. E nesse aspecto, a capacidade já demonstrada do presidente Othelino Neto e das lideranças será muito exigida. E isso será positivo para parlamento, para o Maranhão e para a Democracia.

Quem são os eleitos que formarão a Assembleia Legislativa a partir do dia 1º de Fevereiro:

Detinha (PR) – Maria Deusdete Lima Cunha Rodrigues, 39 anos, ex-prefeita de Centro do Guilherme, saiu das urnas com o título de campeã de votos. Será a voz e o braço do marido, o deputado estadual Josimar de Maranhãozinho (PR), que assumirá no dia 1º o mandato de deputado federal para o qual foi eleito também como campeão de votos. Deve integrar a base governista.

Cleide Coutinho (PDT) – Aos 72 anos, volta à Assembleia Legislativa depois de ter sido deputada estadual e depois como presidente do Gedema na presidência do marido, o deputado Humberto Coutinho (PDT). É politicamente forte como aliada de proa do governador Flávio Dino e responsável pelo legado de Humberto Coutinho em Caxias. Há quem diga que ela poderá ser candidata a prefeita de Caxias.

Duarte Jr. (PCdoB) – Expoente da novíssima geração, 33 anos, chega à Assembleia Legislativa como um fenômeno das redes sociais, tendo ganhado projeção no comando do Procon e do Viva Cidadão. Promete atuação intensa no plenário, apoia incondicionalmente o governador Flávio Dino e pode ser candidato a prefeito de São Luís.

José Gentil (PRB) – Político de larga experiência, 78 anos, retorna ao parlamento estadual depois de mais de duas décadas, na esteira do movimento político que levou seu filho, Fábio Gentil (ORB) à prefeitura de Caxias. Será um deputado alinhado ao Governo, mas com rasgos de independência, devendo ter forte atuação nos bastidores.

Othelino Neto (PCdoB) – Atual presidente da Assembleia Legislativa,43 anos, é um dos políticos mais bem situados no Maranhão atual, e que vai para o terceiro mandato também com o presidente da instituição, uma vez que sua eleição para o comando da Casa já tem o respaldo da quase totalidade dos deputados reeleitos e eleitos.

Márcio Honaiser (PDT) – Nascido no movimento estudantil, 58 anos, com atuação política na região de Balsas, é um dos líderes do PDT forjados na militância sob a liderança de Jackson Lago. Um dos avalistas da participação do PDT na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), foi secretário de Agricultura do atual Governo.

Drª Thaíza (PP) – Médica, 39 anos, Thaíza Ortegal tem atuação na região polarizada por Pinheiro, tendo chegado à Assemblei Legislativa com o apoio decisivo do prefeito pinheirense Luciano Genésio (PP).

Adriano Sarney (PV) – Único representante do clã Sarney, 38 anos, que sobreviveu à guilhotina das urnas, vai para o segundo na condição de principal opositor ao Governo Flávio Dino, devendo repetir uma intensa atuação no plenário e fora dele. Seguirá rigorosamente a orientação do avô, o ex-presidente José Sarney (MDB).

Carlinhos Florêncio (PCdoB) – Com base em Bacabal, 55 anos, lidera uma família de empresários e vai para o segundo mandato como integrante da base de apoio do governador Flávio Dino.

Neto Evangelista (DEM) – 30 anos, herdeiro político do ex-deputado João Evangelista, vai para o segundo mandato depois de haver exercido o primeiro como secretário de Desenvolvimento Social. Indica que tentará ser candidato a prefeito de São Luís.

Marcelo Tavares (PSB) – Político experiente, 47 anos, com base na Baixada Ocidental, já foi deputado estadual e presidiu a Assembleia Legislativa, sendo atualmente secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado. Será empossado e ato contínuo se licenciará para reassumir a Casa Civil.

Professor Marco Aurélio (PCdoB) – Representante da Região Tocantina, 39 anos, é um dos principais integrantes da bancada governista, tendo atuado no mandato que finda como defensor de ponta do governador Flávio Dino, travando duros embates com a Oposição. Deve ser candidato a prefeito de Imperatriz.

Fernando Pessoa (Solidariedade) – Piauiense adotado pelo Maranhão, 27 anos, tem Barra do Corda como base política principal e onde recebeu um terço da sua votação. Há indicações de que integrará a base governista, mas terá também rasgos de independência.

Andreia Rezende (DEM) – 44 anos, mulher do deputado Stênio Resende, que não pôde se candidatar à reeleição por problemas com a Justiça Eleitoral, tem vivência política em casa, onde sempre acompanhou os movimentos do pai, o ex-deputado Francisco Martins, uma das maiores lideranças de Balsas. Integrará a bancada governista.

Edson Araújo (PSB) – 66 anos, tem sua atuação marcada pela liderança que exerce nas entidades sindicais ligadas ao setor pesqueiro. Movimenta-se discretamente no plenário, mas atua bem nos bastidores.

Rafael Leitoa (PDT) – 36 anos, uma das lideranças forjadas nas fileiras do PDT liderada pelo ex-governador Jackson Lago, representa a região polarizada por Timon, sua principal base eleitoral. Vai para o segundo mandato depois de ter atuado como um dos líderes da bancada governista.

Ana do Gás (PCdoB) – Representante da região polarizada por Santo Antônio dos Lopes, 37 anos, vai para o segundo mandado como membro da bancada governista. Te atuação discreta no plenário, mas é ativa nas articulações nos bastidores.

Adelmo Soares (PCdoB) – 46 anos, representa a região polarizada por Caxias, sua principal base. Costurou seu mandato como secretário de Desenvolvimento Fundiário. Deve atuar na linha de frente da bancada governista.

Rigo Teles (PV) – Vai para o nono mandato consecutivo, aos 55 anos, e será o deputado com mais antigo integrante da Casa a partir do dia 1º de Fevereiro. Represente da região polarizada por Barra do Corda, tem atuação discreta, ocupando eventualmente a tribuna. Apoiará o governador Flávio Dino

Glalbert Cutrim (PDT) – Reeleito aos 30 anos, vai para o segundo mandato como, membro da bancada governista. Sua atuação no primeiro mandato foi tímida na tribuna, mas eficiente na articulação nos bastidores. Deve melhorar o desempenho.

Paulo Neto (DEM) – Vai para o quarto mandato aos 50 anos como representante da região do Baixo Parnaíba, tendo   como base principal. Avesso à tribuna, principalmente quando esteve muito doente, é conhecido como muito atuante nos bastidores.

Daniella Tema (DEM) – Um dos novos quadros políticos do Maranhão, 33 anos, vai representar as regiões polarizadas por Tuntum, sua principal base, e Presidente Dutra, onde nasceu e realizou um trabalho mito elogiado no Hospital Regional. Bem articulada, tem discurso forte e deve ocupar espaço na bancada governista.

Vinícius Louro (PR) – Representante da região polarizada por Pedreiras, 37 anos, é atuante nos bastidores, ocupa a tribuna com frequência e defende posições polêmicas, como a defesa intransigente que faz da vaquejada, um esporte cruel com bovinos.

Yglésio Moisés (PDT) – 38 anos, militante político com um histórico de iniciativas polêmicas, como a de criticar o Sistema Municipal de Saúde quando era diretor do Socorrão I e defender a doação de alimentos para manter garantir a alimentação de doentes e servidores do hospital. Será um “governista independente”.

Hélio Soares (PR) – Volta à Assembleia aos 66 anos, depois de oito anos fora da cena político. Passado “na casca do alho”, deve atuar muito nos bastidores, seguindo a orientação do deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

Antônio Pereira (DEM) – Um dos principais representantes da Região Tocantina, 57 anos, vai para o quarto mandato com um histórico de altos e baixos na sua principal área de atuação, a Saúde. Ligado ao Grupo Sarney, deve atuar agora mais próximo da bancada governista.

Ciro Neto (PP) –  35 anos, em de atuação na região polarizada por Presidente Dutra, onde foi secretário de Administração. Integrará a bancada governista, seguindo, no entanto, a orientação do deputado federal André Fufuca (PP).

Arnaldo Melo (MDB) – Político com experiência ampla e sólida, 64 anos, tendo presidido a Assembleia Legislativa por dois mandatos consecutivos, foi governador por três semanas, vai agora para o sexto mandato parlamentar, depois de ter sido diretor da Funasa, em Brasília. Será uma das referências como articulador.

Roberto Costa (MDB) – 44 anos, um dos parlamentares mais ativos da atualidade, vai para o terceiro mandato defendendo uma Oposição racional, efetiva, mas não raivosa ao governador Flávio Dino pelo Grupo Sarney.

Fábio Macedo (PDT) – Vai para o segundo mandato aos 37 anos, com mais experiência, depois de uma série de atropelos. Deve ter um desempenho mais pés no chão dentro da bancada governista.

Rildo Amaral (Solidariedade) – 41 anos, representante da Região Tocantina, com base em Imperatriz, onde é vereador há dois mandatos, vai para o primeiro mandato estadual disposto a fazer uma carreira audacioso. Deve integrar a base de apoio do Governo.

Ricardo Rios (PDT) – Vai para o segundo mandato aos 32 anos, devendo ser mais atuante no plenário. No primeiro mandato, foi muito discreto, preferindo atuar nos bastidores, alcançando o cargo de 1º secretário, um dos mais importantes da mesa Diretora. Integra a base governista.

Leonardo Sá (PRTB) – 38 anos, liderança nova em Pinheiro, onde disputou a Prefeitura e foi derrotado. Se recompôs, articulou novas alianças e se elegeu para o primeiro mandato. Deve apoiar o Governo.

Zé Inácio (PT) – 45 anos, representante solitário do PT no Legislativo estadual desde que a deputada Francisca Primo deixou o partido, soube se movimentar, inclusive desarmando bombas no seu próprio partido. Vai para o segundo mandato fortalecido e integrando a base governista.

Pará Figueiredo (PSL) – 39 anos ingresso na política e até agora não disse a que veio, chega ao parlamento como uma grande interrogação. Deve apoiar o Governo, mesmo pertencendo ao partido do presidente Jair Bolsonaro.

Helena Duailibe (Solidariedade) – Política experiente, 60 anos, com sólida base em São Luís e larga vivência na área de Saúde da máquina pública (estado e município), deve fazer um mandato alinhada ao Governo, mas com rasgos de independência.

Mical Damasceno (PTB) – Ligada à Igreja Assembleia de Deus e filha de pastor, deverá ter uma postura conservadora, mas ativa. Deve apoiar as posições do Governo, mas com independência.

César Pires (PV) – 62 anos, um dos mais preparados e experientes políticos do Maranhão na atualidade, vai para o sexto mandado como uma das vozes da Oposição, devendo assumir a liderança do bloco oposicionista.

Pastor Cavalcante (PROS) –  Com atuação na Região Tocantina, tendo como base Açailândia, é militante evangélico. Não se sabe exatamente que ideias o trazem à Assembleia Legislativa. Vai apoiar o Governo.

Wellington do Curso (PSDB) – 48 anos, hiperativo e polêmico no primeiro mandato e atuando como opositor obcecado do Governo Flávio Dino, vai para o segundo mandato sinalizando que continuará batendo na mesma tecla. Deve disputar de novo a Prefeitura de São Luís.

Wendell Lajes (PMN) – Tem como base o município de Itapecuru-Mirim e membro de uma família de políticos, os Lauande, é empresário, mas optou por fazer carreira política. Não está claro ainda se fará parte da base governista.

Felipe dos Pneus (PRTB) – Com atuação forte na região polarizada por Santa Inês, onde teve o grosso da sua votação, tem 24 anos, o que faz dele o mais jovem membro da nova Assembleia Legislativa. Deve apoiar o Governo, mas há quem diga que é independente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Deputado federal eleito, Pastor Gildenemyr rebate a impressão de que é eleitoral e politicamente fraco

Pastor Gildenemyr: apoia Jair Bolsonaro  e diz que não fará Oposição a Flávio Dino, 

Em 2017, o Conselho de Pastores da Assembleia de Deus, como de praxe, realizou um pleito interno para a escolha de nomes da congregação religiosa para disputar as eleições gerais de 2018. O Pastor Gildemenyr, que há mais de 15 anos desenvolve trabalho social na congregação, foi o mais votado para disputar vaga na Câmara Federal. Com o objetivo a ser alcançado, Gildenemyr buscou a melhor legenda para viabilizar sua candidatura. Entre os diversos convites que recebeu de partidos, o Pastor Gildenemyr escolheu o PMN.

A nota ressalta que, “com trabalho social sólido”, Pastor Gildenemyr conseguiu eleger-se deputado federal. Assinala que com tal votação, ele seria eleito em outras legendas, inclusive o PSL, que lhe oferecera vaga para ser candidato, o que descarta a ideia de que Pastor Gildenemyr só foi eleito devido à votação do deputado Eduardo Braide (PMN). A nota assinala que explicações acima demonstram “a força social e política do Pastor Gildenemyr”.

Na nota, a Assessoria do Pastor Gildenemyr infirma que após saber o PMN perdeu acesso a direitos partidários devido as cláusulas de desempenho, passou a buscar novo caminho partidário. E como apoiou Jair Bolsonaro desde ele ser candidato a presidente, o mais lógico foi buscar espaço no partido do presidente, o PSL.

A nota afirma que fato de ser aliados do presidente Jair Bolsonaro não reduz a responsabilidade de o do futuro deputado federal para com o Maranhão. Segundo ele, apesar de o estado estar sob o comando de um Governo adversário político do presidente da República, “não há a possibilidade de Pastor Gildenemyr ser Oposição ao governador Flávio Dino no que diz respeito aos benefícios para o estado”. A ideia é trabalhar como um mediador entre o estado e a União para buscar cada dia mais recursos e obras para o Maranhão.

“Sou um representante do povo do Maranhão e quero honrar cada voto que recebi com a confiança de que farei o melhor para toda a população”, disse Gildenemyr.

A nota termina com a lembrança de que a deputada federal e senadora eleita Eliziane Gama (PPS) e o ex-deputado federal Costa Ferreira, dois políticos com trajetórias bem-sucedidas, sempre tiveram o aval do Conselho de Pastores da Assembleia de Deus, que para o Pastor Gildenemyr, é um processo de escolha democrático.

Em Tempo: Mesmo entendendo que a tentativa de organizações religiosas escalarem candidatos para levar seus conceitos e ideias para o parlamento, como que tentando fragilizar e até romper o laicismo pétreo do Estado brasileiro, a Coluna em nenhum momento questionou a legitimidade do mandato do Pastor Gildenemyr. Observou, com argumentos incontestáveis, a inexpressividade eleitoral e política de um deputado eleito com a menor votação (47 mil votos), num contexto em que os outros 17 se elegeram com mais de 60 mil. O tal “trabalho social” do Pastor Gildenemyr religioso não pode ser considerado pressuposto para seu ingresso na vida política, que precisa, sim, de cidadãos com ideias de organização social, direitos individuais, sociais e humanos, economia, infraestrutura, saúde, educação, cultura, enfim, tudo o que disser respeito ao cidadão, sem as amarras limitadoras de organizações, principalmente as religiosas. Ser aliado do presidente Jair Bolsonaro poderá ajudar o Pastor Gildenemyr a existir no cenário política, enquanto ser ou não ser Oposição ao governador Flávio Dino fará pouca diferença. Quanto à lembrança de Eliziane Gama e Costa Ferreira como exemplos de escolhidos pelo Conselho de Pastores da AD, os dois mostraram – principalmente ela – visões políticas sem se valer dessa coisa vaga que chamam de “trabalho social”. Em resumo: A eleição do Pastor Gildenemyr não esconde a sua fragilidade eleitoral e política, condição que poderá ser revertida, ou não – conforme o seu desempenho parlamentar.

 

Corrida pelo comando da Famem agita bastidores e os dois candidatos cantam vitória

Cleomar Tema e Erlânio Xavier correm para conseguir maioria de votos

As forças que disputam o comando da Federação dos Municípios do maranhão (Famem) encontram-se mergulhadas em articulações. O presidente e candidato à reeleição Cleomar Tema (PSB), não tem descansado na corrida por votos, reafirmando a interlocutores que vencerá a disputa com pelo menos 105 – estimativa que vem mantendo há cerca de duas semanas. O candidato de Oposição, Erlânio Xavier (PDT), também passou os últimos dias mergulhados em articulações para reforçar sua candidatura. Os dois lados têm afirmado que estão com a eleição definida a seu favor, mas a impressão que corre no meio político é a de que resultado deve surpreender, estando, portanto, indefinido até aqui. Vale aguardar.

São Luís, 27 de Janeiro de 2019.

Flávio Dino oferece parceria ao ministro da Educação e inicia convivência institucional com Governo Bolsonaro

 

Registro fotográfico da audiência mostra que o encontro de Flávio Dino (d) e Felipe Camarão (e) com Ricardo Vélez (c) no Ministério da Educação foi descontraído

Ao reunir-se ontem, em Brasília, com o ministro da Educação, Ricardo Vélez, para apresentar-lhe o projeto de apoio do Governo do Estado à conclusão das creches do Governo Federal no Maranhão cujas obras encontram-se paralisadas por falta de recursos, o governador Flávio Dino (PCdoB) deu uma demonstração cabal de que, em função do interesse coletivo, no plano institucional contrários políticos e ideológicos podem conviver produtivamente. Ao tomar a iniciativa de pedir audiência ao ministro para lhe fazer uma proposta – que muitos consideram ousada -, o governador do Maranhão, que prega ideias avançadas na área educacional, abriu diálogo sobre o tema com o mais conservador membro do Governo de Jair Bolsonaro, expoente da direita esclarecida. E abriu caminho para confirmar a tese segundo a qual na agenda democrática há espaço para convivência entre Oposição e Situação, sem que ambas abram mão das suas convicções nem do direito de manifestar suas críticas.

O que chama a atenção na audiência com o ministro da Educação, é que o governador do Maranhão – que estava acompanhado do secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão -, não se apresentou com chapéu na mão pedindo uma ajudazinha pelo amor de Deus. Ao contrário, Flávio Dino procurou Ricardo Vélez com uma agenda positiva, propondo que a União retome a construção de dezenas de creches, oferecendo apoio financeiro do Estado como suporte para a conclusão dessas obras. E a partir daí outros assuntos foram tratados, claro.

Não se sabe se o ministro Ricardo Vélez vai acatar a proposta do governador Flávio Dino. Mas o fato de ter recebido o comandante do Executivo maranhense com a atenção devida a um chefe de Estado foi uma sinalização importante e decisiva. Primeiro porque o ministro – que é um filósofo respeitado, apesar da sua rejeição extremada às ideias da esquerda -, demonstrou reconhecer que as diferenças políticas e ideológicas não podem ser obstáculos a um relacionamento institucional focado da defesa dos interesses da sociedade. E depois porque, mesmo sendo um governante política e filosoficamente progressista, que professa ideias de esquerda por uma visão democrática, o governador tem clara a noção de que no plano institucional as relações devem se dar na medida do interesse público. Daí a impressão de que audiências como a de ontem deverão ser rotina para o governador do Maranhão.

A campanha eleitoral revelou com clareza solar que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), seus ministros e seus aliados não gostam do governador Flávio Dino e que no campo político farão tudo o que estiver ao seu alcance para minar as suas forças. Revelou também que o mesmo acontece com o governador, seus secretários e aliados em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Essa é a lógica que move as diferenças políticas, principalmente quando elas se dão pelo viés ideológico, como é o caso. Mas esse estado permanente de conflito é quebrado quando o que está em jogo é o interesse público. Flávio Dino mostrou isso na prática quando estabeleceu e manteve uma convivência institucional produtiva com o Governo do presidente Michel Temer (MDB), sem abrir mão de apontá-lo como fruto de um golpe, mas também vivendo sob ataque permanente dos aliados de Michel Temer no Maranhão.

Politicamente, o governador Flávio Dino e o presidente Jair Bolsonaro estão separados por um Saara quase intransponível, mas a aproximá-los existe uma ponte formada por milhões de maranhenses, brasileiros, que precisam de educação, saúde, segurança, infraestrutura, assistência social e incentivos diversos, que só podem ser viabilizados por ações conjuntas dos Governos do Estado e da União. Por essa lógica, o ministro da Educação deve aceitar a parceria proposta pelo governador do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto e Osmar Filho: parceria entre Assembleia Legislativa e Câmara de São Luís

Osmar Filho e Othelino Neto: afinidades e parcerias das membros da nova geração no comando da Câmara Municipal de São Luís e da Assembleia Legislativa

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), recebeu ontem a visita de cortesia do vereador Osmar Filho (PDT), presidente da Câmara Municipal de São Luís. Sem uma agenda formal, os dirigentes das duas Casas Legislativas conversaram sobre ações de modernização do Parlamento e parceria institucional.

Othelino Neto chamou atenção que Osmar Filho começou a implantar no Legislativo da Capital. E assinalou: “É um prazer receber o presidente Osmar Filho, que acaba de assumir a Câmara e já está aplicando algumas medidas administrativas, no sentido de modernizar e dar mais transparência à Câmara Municipal. Essa relação próxima entre o Legislativo do Estado do Maranhão e a Câmara Municipal de São Luís, estendendo-se às outras Câmaras, é muito importante, pois é a sociedade quem ganha com isso”.

Osmar Filho, por sua vez, destacou que a troca de experiências é uma forma de consolidar a parceria institucional entre os Legislativos municipal e estadual. E completou: “Othelino é um grande amigo. Procuro me aconselhar pela experiência que tem como deputado e, como presidente, sempre foi muito atencioso. Tenho certeza que não só a Câmara de São Luís, mas todo o Legislativo municipal do Maranhão pode contar com a Assembleia como uma grande parceira”.

Um dado que faz a diferença nesse encontro: Othelino Neto e Osmar Filho são políticos da nova geração e, embora em partidos diferente, pertencem a uma grande aliança que, sob o comando do governador Flávio Dino, que desde 2015, vem mudando profundamente os padrões políticos vigentes no maranhão até 2014, quando o Grupo Sarney, que dava as cartas na política estadual, foi derrotado nas urnas e tirado do poder, num processo que se completou com o resultado das eleições de 2018, quando grupo sarneysista foi praticamente varrido do mapa político estadual. E tudo indica que atuarão como líderes de uma ampla transição. Othelino Neto com o propósito de completar uma mudança numa linha de inovação. Osmar Filho com a desafiadora tarefa de livrar a Câmara Municipal de uma cultura fisiológica que a contaminou nos últimos oito anos.

 

Roberto Rocha surpreende ao comentar a situação do filho de Jair Bolsonaro

Roberto Rocha recebe Flávio Bolsonaro no Senado: solidariedade e aliança política

As surpreendentes declarações do senador Roberto Rocha (PSDB) sobre o escândalo que envolve o deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PSL) chamaram a atenção por dois aspectos. O primeiro, mais óbvio, é que o senador enxerga no caso a possibilidade de um estreitamento de relações com o grupo que está no poder. O segundo é o surpreendente discurso por meio do qual o senador Roberto Rocha parece estar querendo ensinar o presidente Jair Bolsonaro a agir como pai.

A solidariedade ao amigo recente que está encrencado até a medula, à medida que saiu da condição de deputado estadual em cujo principal assessor movimentou quantias milionárias recheadas de suspeita, para um parlamentar que tem um pé no tenebroso charco criminoso onde atuam as milícias do Rio de Janeiro, é compreensível, mas surpreende, e muito. E à primeira vista é entendida como como capital para uma relação política promissora.

Já no que diz respeito às declarações do senador em relação às atitudes do presidente da República em relação ao filho, o senador Roberto Rocha causou perplexidade ao declarar:  “Ele (o presidente) foi levado do remanso da política de efeitos retóricos e morais para o alto mar da política real, onde até o silêncio tem significados. Agora pedem que ele jogue o filho ao mar para não comprometer a embarcação do governo. Sem entrar no mérito do caso, creio que lhe cabe, como pai, sustentar a presunção de inocência do filho. Não do político, ou do senador, mas do próprio filho. Não por princípio jurídico, mas pelo valor sagrado da confiança entre pai e filho”.

Sem comentário.

 

São Luís, 25 de Janeiro de 2019.

Famem: Cleomar Tema e Erlânio Xavier vão disputar o comando numa guerra de viés político mais amplo

 

Ao lado da deputada estadual eleita Daniella Tema, e de uma apoiadora, Cleomar Tema comemora o registro da sua chapa, o mesmo aconteceu com Erlânio Xavier,(camisa vermelha sem boné), que foi à Famem acompanhado de apoiadores

Definidas as forças que se enfrentarão na primeira e importante disputa eleitoral após o redesenho político feito pelas eleições de 2018 no Maranhão: a corrida pelo comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). Ontem, o prefeito de Tuntum, presidente da entidade e candidato à reeleição Cleomar Tema (PSB) registrou a chapa “A Famem é de Todos Nós”, e Erlânio Xavier (PDT), prefeito de Igarapé Grande, registrou a chapa de Oposição “Humberto Coutinho”, com o lema “A Famem é nossa”. Com os registros, feitos com a animação de disputa eleitoral, os candidatos deram a largada para o trecho final e decisivo da campanha para o pleito que será realizado no dia 30. Cleomar Tema e Erlânio Xavier cantaram vitória, ambos fazendo previsões otimistas. O presidente e candidato à reeleição voltou a manifestar a crença de que será reeleito com 105 votos, enquanto seu oponente foi bem mais longe, afirmando que recebeu o apoio de 171 prefeitos. Para essa eleição, 194 prefeitos estão aptos a votar.

Nos bastidores e nas rodas de conversas, as previsões se confrontam. Para alguns observadores, o presidente da Famem caminha para conquistar o quarto mandato à frente da entidade; para outros, o prefeito de Igarapé Grande conseguiu mobilizar uma ampla base de apoio à sua candidatura e tem condições de sair vitorioso. Há os que preveem que o vencedor dará uma lavagem no adversário, enquanto outros suspeitam de que o desfecho da eleição será apertado, sem que o vencedor humilhe o oponente. O fato é que nesse momento os dois são favoritos e só a evolução da corrida indicará qual dos candidatos está com a boa cheia.

Preocupado em evitar um racha no movimento municipalista, segundo tem dito aos seus apoiadores, Cleomar Tema se contentará com uma vitória simples, mas expressiva, enquanto Erlânio Xavier dá mostras de que persegue uma vitória retumbante, que o identifique como o novo líder municipalista do Maranhão. “Estou confiante na vitória. Tenho recebido muitas adesões nos últimos dias, de colegas de várias regiões do Estado e acredito que venceremos mais uma vez”, disse Cleomar Tema, que tem se dedicado integralmente à campanha nos últimos dias, recebendo apoio de prefeitos como o de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Avante), de Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PCdoB), de Colinas, Valmira Miranda (PDT), de Colinas, de Gonçalves Dias, Alexandre Costa (PSC), entre outros. Por sua vez, Erlânio Xavier tem dito a interlocutores que vencerá a eleição com larga vantagem, sendo apoiado por prefeitos como o de Barra do Corda, Eric Costa (PCdoB), o de Presidente Dutra, Juran Carvalho (PP), e o de São Mateus, Miltinho Aragão (PSB), entre outros.

Esse embate eleitoral entre prefeitos tem um fundo político que extrapola muito os limites das disputas dentro do municipalismo maranhense. O governador Flávio Dino (PCdoB), por exemplo, tentou articular uma solução de consenso, mas decidiu não se envolver ao perceber, ainda no ano passado, que as forças envolvidas dificilmente fariam concessões. O presidente Cleomar Tema, reconhecido pelo trabalho de articulação com a máquina federal, tenta levar em frente um projeto pessoal de fechar o quinto mandato de prefeito de Tuntum também fechando um quarto mandato de presidente da entidade municipalista no dia 31 de dezembro de 2019. A candidatura de Erlânio Xavier, por seu turno, representa um projeto bem mais amplo, que envolve a sua reeleição em Igarapé Grande em 2020 e os próximos passos do senador eleito Weverton Rocha (PDT), seu patrono, por muitos já apontado como virtual candidato a governador em 2022.

Em resumo: o grupo que alcançar o controle da Famem agora terá um poderoso instrumento de ação política para pavimentar a estrada do seu projeto de poder nos próximos dois anos. Sob a presidência de Cleomar Tema, a Famem continuará a ser uma entidade municipalista ativa e alinhada ao Palácio dos Leões. Sob Erlânio Xavier a entidade atuará em defesa dos municípios, tem o presidente como um aliado do Governo Flávio Dino, mas dentro de orientação do senador Weverton Rocha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governo divulga calendário de pagamento e tranquiliza os servidores e o comércio

Flávio Dino autoriza divulgação de decreto que estabelece o calendário de pagamento dos salários dos servidores, que injetará R$ 3,5 bilhões na economia

Contrariando a expectativa criada por informações divulgadas por canais de informação controlados pela Oposição, e diferentemente do que está acontecendo com a maioria dos seus colegas, que estão tentando domar  crise fiscal e fazer caixa para assegurar o pagamento dos salários dos servidores, como é o caso dos do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, de Goiás e de Minas Gerais, o governador Flávio Dino autorizou a Secretaria de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores (Segep) a divulgar ontem o calendário de pagamento do servidor público estadual para o exercício de 2019, através do Decreto Nº 34.655, de 15 de Janeiro. A data estabelecida ocorre até o quarto dia do mês e as parcelas do 13º salário serão pagas nos meses de Julho e Dezembro. A titular da Segep, Lílian Guimarães, explicou que, a exemplo do que ocorreu nos últimos quatro anos anteriores, a determinação do governador Flávio Dino é que, havendo viabilidade financeira, o pagamento seja sempre antecipado. O calendário de pagamento da folha do Estado não só tranquiliza os servidores, como também permite que os agentes econômicos, principalmente o comércio varejista, operem também com a garantia de que nada menos do que pelo menos R$ 3,5 bilhões serão injetados na economia ao longo do ano na forma de salário dos servidores.

As datas de pagamento são as seguintes: Janeiro (04.02.2019), Fevereiro (04.03), Março (02.04), Abril (03.05), Maio (03.06), Junho (03.07), 1ª parcela do 13º salário (03.07), Julho (02.08), Agosto (04.09), Setembro (04.10), Outubro (04.11), Novembro (02.12), 2ª parcela do 13º salário (16.12) e Dezembro (02.01.2020).

 

Preenchimento de cargos federais no MA só será feito depois que o presidente voltar a trabalhar

Jair Bolsonaro 

As decisões de Brasília em relação aos cargos federais no Maranhão provavelmente só serão tomadas em meados de Fevereiro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve voltar a trabalhar após a cirurgia para a retirar a bolsa de colostomia que ele continua usando por causa da facada que recebeu em Juiz de Fora um mês antes das eleições do ano passado. Até lá, é improvável que o presidente em exercício, general Mourão (PSL) tome decisões nesse sem o aval do presidente da República. A menos que alguma decisão esteja tomada pelo presidente, para ser operada por ministro, o que é improvável, os representantes do bolsonarismo no Maranhão consigam emplacar nomes em cargos federais importante.

São Luís, 24 de Janeiro de 2019.

Surpreendente: Sarney Filho quer tomar vaga de Eliziane Gama no Senado acusando-a de abuso de poder econômico, político e religioso

 

Sem sucesso nas urnas, Sarney Filho quer  tirar vaga de Eliziane Gama fazendo-lhe acusações que não fazem muito sentido

Surpreendente, sob todos os aspectos, a iniciativa do deputado federal licenciado Sarney Filho (PV), ex-ministro e hoje secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, de tentar cassar o mandato senatorial conquistado pela deputada federal Eliziane Gama (PPS) com o objetivo de tomar-lhe a vaga na Câmara Alta. De acordo com o que foi divulgado, na ação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA) Sarney Filho acusa Eliziane Gama de ter abusado de poder econômico, político e religioso durante a campanha eleitoral em que foi a segunda mais votada, com 1.539.916 votos (27,07% da votação válida), e ele o terceiro, com 752.893 mil votos (12,92%). A surpresa vem do fato de o ainda deputado federal – seu nono mandato consecutivo termina no dia 30 deste mês -, um político largamente experiente, com vivência ampla e profunda em todos os aspectos que envolvem a atividade política, acreditar que a Justiça Eleitoral possa vir a lhe dar ganho de causa acatando a denúncia de que Eliziane Gama praticou abuso de poder econômico, político e religioso durante a sua campanha, e o convoque para assumir a vaga.

Poucas escolhas eleitorais dos maranhenses nos últimos tempos foram tão contundentes, tão nítidas e tão definitivas como as que a maioria esmagadora do eleitorado fez no pleito majoritário de 2018. A reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB) em turno o único foi de uma eloquência excepcional, derrotando indiscutivelmente, com mais de 57% dos votos, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), que recebeu 32% – como fizera, por exemplo, a então governadora Roseana Sarney (PMDB) em 1998, derrotando, de maneira acachapante e em turno único, o então senador Epitácio Cafeteira (PTB). E a eleição do deputado federal Weverton Rocha (PDT) para uma das vagas no Senado, extrapolou as expectativas, tendo sido ele o candidato mais votado em todo o processo eleitoral, com 1.997.443 votos (34,91).

A eleição da deputada federal Eliziane Gama para o Senado foi igualmente eloquente. Ela teve mais que o dobro de votos que o ex-ministro do Meio Ambiente, não havendo qualquer rasura aparente, qualquer traço de dúvida, qualquer aspecto que pudesse ser apontado como um viés a ser discutido. A campanha eleitoral transcorreu de maneira linear, com a candidata do PPS liderando as preferências em quase todas as pesquisas de opinião. Em nenhum levantamento confiável Sarney Filho ameaçou para valer a posição de Eliziane Gama. E ao longo da corrida eleitoral a definição das posições se deu dentro da lógica que norteou quase todas as disputas para o Senado no Maranhão, com a vitórias expressiva dos candidatos alinhados aos candidatos a governador vitoriosos – essa lógica só foi contrariada em 2006, quando Epitácio Cafeteira foi eleito para o Senado, enquanto sua candidata ao Governo, Roseana Sarney, foi derrotada por Jackson Lago (PDT).

Acusar Eliziane Gama de ter vencido uma eleição para o Senado usando poder econômico não faz muito sentido, a começar pelo fato de que a deputada é pobre, e desde que se elegeu deputada estadual em 2006, o fez brigando pelo voto, militando, assumindo posições, atropelando obstáculos, e muitas vezes sem grana para o combustível. Acusá-la de abusar de poder político parece incoerente, à medida que representa o PPS, um partido de esquerda sem maior peso, o que a obrigou sempre a mergulhar nas articulações para formar o suporte político que lhe garantiu ser candidata na coligação liderada pelo governador Flávio Dino. E no que diz respeito à acusação de “abuso de poder religioso”, esta parece brincadeira, uma vez que Eliziane Gama sempre disputou eleições apoiada por fatia expressiva do eleitorado evangélico, que até aqui não lhe faltou – basta lembrar que no pleito de 2014, ela se elegeu para a Câmara Federal com mais de 130 mil votos.

Não se discute o direito de o deputado Sarney Filho questionar a legalidade e a consistência ética do mandato senatorial da deputada Eliziane Gama. A iniciativa faz parte do jogo e o agora secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal tem legitimidade para fazer o questionamento. O difícil é enxergar fundamento nas alegações, à medida que nenhuma delas, mesmo a de “abuso de poder religioso”, não se encaixa no conceito de delito eleitoral capaz de reverter sua eleição, que parece inquestionável sob todos os aspectos. Resta aguardar o que dirá Justiça Eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Procurador geral de Justiça amarga uma situação desconfortável

Luiz Gonzaga Coelho: desafio de desmontar uma acusação que arranha sua trajetória até agora sem manchas 

Não é confortável a posição do procurador geral de Justiça, Luiz Gonzaga Coelho, diante da denúncia, feita pelo advogado Otávio Batista Arantes de Mello ao Conselho Nacional do Ministério Público, na qual o chefe do Ministério Público do Maranhão é acusado de nepotismo, lesão aos cofres públicos, prevaricação e violação dos princípios da moralidade e da impessoalidade. O “calvário” do procurador geral de Justiça começou no ano passado, quando o jornal O Estado o denunciou pela prática de nepotismo, por haver ele nomeado para o cargo em comissão de chefe da Seção de Execução Orçamentária da PGE Amaurijanny Gonçalves Coelho, que na opinião do denunciante, não poderia ter sido nomeada por ser casada com Ícaro Coelho, filho de Hermes Martins Coelho, procurador de Justiça já falecido e que era irmão do procurador geral de Justiça Luiz Gonzaga Martins. Mesmo contestando a denúncia, alegando que a nomeada não é sua parenta, o chefe da PGJ do Maranhão está na incômoda situação em que, mesmo que o CNMP venha a absolvê-lo, sua reputação vem sendo sistematicamente arranhada, o que pode se tornar um dano moral irreversível. Luiz Gonzaga Coelho chegou ao comando do Ministério Público do Maranhão para coroar uma carreira de mais de duas décadas ralando em promotorias do interior e galgando os degraus da instituição até alcançar o topo, que é ser procurador e ser eleito procurador geral. A situação se torna mais delicada quando se recorda que Luiz Gonzaga Coelho chegou ao comando da instituição fiscalizadora do cumprimento da lei pregando combate sem trégua à imoralidade no serviço público, agindo como um verdadeiro cruzado contra corrupção. Tem pela frente agora a gigantesca tarefa de fulminar a denúncia e mostrar ao mundo que sairá do MP como entrou: limpo.

 

Roberto Rocha deve fechar com João Dória e apoiar o Governo Bolsonaro

Roberto Rocha recebe Flávio Bolsonaro em seu gabinete antes da denúncia contra o filho do presidente; agora, que o senador eleito virou alvo a relação será a mesma?

Tudo indica que o mês de fevereiro será decisivo para o futuro do senador Roberto Rocha. É que, esquartejado pelas urnas, embora tenha mantido o Governo de São Paulo e o do Rio Grande do Sul, o PSDB deve se reunir para resolver de uma vez por todas o caminho que seguirá no cenário político nacional. A situação é clara: as grandes estrelas do PSDB – FHC, Jose Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e outras de menor brilho se apagaram de vez, enquanto uma turma nova, oportunista, que nada tem a ver com o viés ideológico que deu origem ao ninho dos tucanos, liderada pelo novo governador de São Paulo, João Dória, está com todo o gás puxando o partido para a direita. A velha guarda, a começar pelo ex-presidente FHC, tem horror a Jair Bolsonaro, enquanto a jovem, simbolizada por João Dória, quer usar o bolsonarismo como trampolim. É nesse contexto que o senador Roberto Rocha tem de se situar. Todas as evidências indicam que ele deve se alinhar à turma liderada pelo governador João Dória alinhando-se a à base de apoio ao Governo de Jair Bolsonaro no Congresso, devendo ter uma contrapartida no Maranhão.

São Luís, 22 de Janeiro de 2019.

 

 

 

 

Flávio Dino reafirma posições e cresce como a mais forte voz da Oposição ao Governo Bolsonaro

 

Flávio Dino sendo entrevistado pelo respeitado jornalista Mário Sérgio Conti no programa Diálogos, da Globo News, em São Paulo, na semana que passou

Na semana passada, em meio aos primeiros e controversos movimentos do Governo de Jair Bolsonaro (PSL) e das intensas articulações partidárias para a presidência da Câmara Federal, em especial as envolvendo a candidatura do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) a novo mandato, o governador Flávio Dino (PCdoB) deu mais um passo para consolidar a sua posição de mais importante líder da esquerda do País na atualidade. Suas posições foram manifestadas em três entrevistas – nos programas Globo News Especial e Diálogos, este comandado pelo jornalista Mário Sérgio Conti, e à versão on line do Jornal do Brasil. Em todas, foi questionado sobre o novo Governo da República e sobre o quadro nacional, tendo nas repostas reafirmado sua postura de político ideologicamente convicto, mas com uma forte dose de realismo, que o faz um líder pragmático sem fazer qualquer concessão em matéria de princípio. Declarou, por exemplo,  ser perfeitamente possível ter um relacionamento institucional com o Governo Federal e manter sua postura de Oposição.

Nas três entrevistas, Flávio Dino avaliou o Governo Bolsonaro como “confuso” e ainda “muito desorganizado”, fez duras críticas ao decreto que facilitou a posse de arma de fogo no País, taxando-o “medida demagógica” e defendeu o apoio do PCdoB à candidatura de Rodrigo Maia a presidente da Câmara Federal, enfatizando que não vê qualquer problema o partido apoiar um candidato também apoiado pelas bancadas aliadas do Governo, também afirmando que o pleito não aproximará o seu partido do presidente Jair Bolsonaro. Além disso, é claro, defendeu à linha de ação do seu Governo e mostrou que, ao contrário do que prega o novo presidente Jair Bolsonaro na defesa do seu decreto armamentista, o Governo do Maranhão conseguiu reduzir de 1 mil por ano para 300 por ano o número de assassinatos na Ilha de São Luís após adotar uma política de apreensão de armas que premia os policiais apreendem armas usadas ilegalmente.

A posição de líder da Oposição ao Governo de Jair Bolsonaro foi enfatizada pelo jornalista Mário Sérgio Conti, apresentador do programa Diálogos, um dos homens de imprensa mais bem informados e respeitados do País, autor do célebre “Notícias do Planalto”, um livro que expôs o lado polêmico da imprensa durante o Governo de Collor de Mello. Conti apontou Flávio Dino como líder da região Nordeste onde os governadores fazem Oposição ao Governo Bolsonaro, e reforçou a boa impressão que o governador maranhense vem causando fora do estado e sinalizou várias vezes ter certeza de que Flávio Dino é o esquerdista mais proeminente do momento e o mais habilitado para liderar a Oposição, assinalando o seu desassombro como crítico do novo Governo. A defesa que fez do apoio do PCdoB à candidatura de Rodrigo Maia a novo mandato presidencial, argumentando que se trata de um gesto a favor consciente a favor da garantia de que sob o comando do parlamentar fluminense, o Regimento da Casa será cumprido e a esquerda terá seus espaços respeitados. “O presidente Rodrigo Maia é um guardião do Regimento”, declarou o governador, acrescentando que no dia seguinte à eleição da nova Mesa da Câmara Federal o PCdoB estará na linha de frente da Oposição ao Governo de Jair Bolsonaro.

Indagado a respeito da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, de suspender liminarmente a investigação sobre movimentações financeiras suspeitas no gabinete do deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro, o governador Flávio Dino avaliou que o episódio é revelador de que a situação pode ser muito mais grave do que está parecendo. Para ele, a suspeita quebra um dos pilares do discurso anticorrupção que embalou fortemente a campanha de Jair Bolsonaro, que agora tem um caso dentro de casa.

Para o governador chega a ser absurdo que em duas semanas de Governo nada tenha sido dito de concreto sobre o programa econômico nem uma palavra sobre a redução da pobreza e das desigualdades de um País infelizmente tão desigual como Brasil. Isso o incomoda e aumenta ainda mais a sua convicção de que o seu caminho está certo: “Exercemos esse papel de Oposição. Eu não renuncio a nenhuma das minhas convicções. Não posso. Me elegi sobre uma plataforma de defesa do País, de defesa dos mais pobres. O povo do Maranhão sabe disso”, declarou o governador à Globo News, deixando muito claro que não existe a menor possibilidade de ele vir a compor com o Governo Jair Bolsonaro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Perfil

Duarte Jr.: do Procon para a Assembleia Legislativa num protagonismo que pode levá-lo muito mais longe

Duarte Jr.:  começou no Procon, ganhou as redes sociais, chegou à Assembleia Legislativa e pode ir bem mais longe

Ao mesmo tempo em que a classe política se movimentar para definir pré-candidatos à Prefeitura de São Luís, um nome vai aos poucos ocupando um espaço respeitável no cenário da disputa. Trata-se do deputado eleito Duarte Jr. (PCdoB), um jovem advogado que se transformou num político altamente promissor ao aproveitar, com inteligência brilhante e senso de organização e mobilização surpreendente, a única chance que lhe foi dada: dirigir o Procon. Dono de uma vontade de ferro e de uma ambição dos que sabem o que querem verbo fácil, raciocínio rápido e um talento nato para liderar, Duarte Jr. deu ao Procon uma dimensão que o órgão fiscalizador não tinha, realizando no seu comando um trabalho que surpreendeu vivamente o contribuinte e o chefe do Poder executivo. Não sem razão, o governador Flávio Dino entregou-lhe ouro braço importante da máquina que pública que prestar serviços diretamente ao cidadão: o Viva Cidadão. À frente dos dois braços da administração pública, o advogado Duarte Jr. tornou-se um protagonista de ponta do Governo, conseguindo uma visibilidade raramente alcançada por um ocupante de cargo público. E com impressionante habilidade, usou as redes sociais para transformar seus movimentos em capital político e eleitoral, numa aposta que lhe rendeu nada menos o título de votos para deputado estadual em São Luís, alcançando também sua inclusão na lista de nomes cotados para disputar a Prefeitura de São Luís. Quem o conhece afirma que ele usará seu prestígio e sua energia para fazer a diferença entre os novatos no plenário da Assembleia Legislativa, podendo vir a ser ungido candidata prefeito da Capital daqui a dois anos.

 

PSL continua inerte e perde espaço para PRB e MDB na máquina federal no Maranhão

Cléber |verde: dando as cartas no braço do Incra 

Com a indefinição de um comando para o PSL, começa a ficar claro que o partido do presidente Jair Bolsonaro não conseguirá, pelo menos por enquanto, desenhar um perfil de comando que lhe dê autoridade política para controlar os braços da máquina federal no Maranhão. Só para citar dois exemplos. O Incra, uma estrutura poderosa e ágil, e que pode dar ricos retornos políticos, está sob o controle do deputado federal Cléber Verde, cujo partido, o PRB, encontra-se na linha de frente da base de apoio do Governo do PSL, ao mesmo tempo em que dá suporte ao Governo do PCdoB no Maranhão, num bem armado jogo de habilidade do seu presidente estadual. O outro é a Funasa, que passou muitos anos sob o comando do PV, que perdeu espaço para o MDB, que deve continuar dando as cartas.

 

São Luís, 21 de Janeiro de 2019.

 

 

Famem: Tema mostra fôlego, chama Weverton para briga e diz que será eleito com 105 votos

 

Cleomar Tema: declaração de guerra a Weverton Rocha e certeza da vitória na corrida à reeleição

“Lugar de senador é em Brasília, lutando em benefício do Estado e não agindo numa disputa de uma entidade municipalista como a Famem. É uma luta desigual, e o senador tem que adotar outra postura e não aproveitar essa disputa para a montagem do seu projeto de poder”.

Com estas afirmações, feitas em tom de desabafo e de declaração de guerra na direção do deputado federal e senador eleito Weverton Rocha (PDT), o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, Cleomar Tema (PSB), derrubou os tapumes que protegiam uma disputa corporativa entre prefeitos e deu-lhe a dimensão de parte de uma guerra muito mais ampla pelo poder no Maranhão, cujo desfecho serão as eleições de 2022. Cleomar Tema, que concorre à reeleição tendo como adversário o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), acusou Weverton Rocha de estar por trás do movimento, “tentando aliciar prefeitos”, envolvendo-se numa disputa com participação restrita a dirigentes municipais. O presidente da Famem elogiou o governador Flávio Dino (PCdoB), por haver ele decidido não se envolver no embate sucessório. E afirmou, com todas as letras e surpreendente segurança, que vencerá a eleição com os votos de 105 dos 193 prefeitos habilitados a participar da escolha.

A estridente manifestação de Cleomar Tema deu eco ao que já era falado abertamente nos bastidores da corrida eleitoral, e era sabido que antes da votação o envolvimento do senador eleito Weverton Rocha, que comanda o PDT no Maranhão, viria à tona. Em todos os momentos da sua movimentação na direção da presidência da Famem, o candidato Erlânio Xavier deixou clara a relação direta do senador eleito com a sua candidatura, também embalada pela máquina partidária do PDT, numa evidência tão forte que deu a Cleomar Tema argumento para denunciar o que chamou de “uma luta desigual”, que teria como objetivo maior “a montagem do seu projeto de poder”. O presidente da Famem fez um disparo preciso e acertou no alvo, à medida que colocou o seu concorrente como agente de um plano muito mais amplo e no qual a Famem seria usada como instrumento de mobilização. “Sou um municipalista convicto e não atuo por um projeto de poder”, declarou, numa provocação direta ao prefeito de Igarapé Grande.

No campo adversário, o argumento mais forte contra Cleomar Tema é um suposto acordo que ele teria firmado em 2017 com Erlânio Xavier, Juran Carvalho (PP), de Presidente Dutra, e Eric Costa (PCdoB), de Barra do Corda). Perguntado sobre o assunto, o presidente da Famem negou enfaticamente que tenha se com prometido a abrir mão do direito de concorrer à reeleição, afirmando que não assumiu esse compromisso, tendo se limitado à promessa de tentar um acordo para a escolha de um candidato de consenso, o que não foi possível. Erlânio Xavier, seus partidários e apoiadores mantêm de pé a acusação de que o acordo fora firmado e não foi cumprido. Chama atenção para o fato curioso de políticos experientes não saberem que no mundo deles um acordo dessa natureza não resiste uma semana, quanto mais dois anos.

O fato indiscutível é que, embora Erlânio Xavier tenha dado uma demonstração de força no lançamento da sua candidatura, ganhando o apoio de pesos pesados como o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), não há como ignorar que Cleomar Tema tem dado seguidas demonstrações de que está de pé, tem fôlego armazenado pela experiência de três eleições na entidade e realiza uma campanha desassombrada, chamando ninguém menos que Weverton Rocha para o campo de batalha. E com um argumento difícil de ser contraditado. Afinal, até as pedras de cantaria do Centro Velho de São Luís sabem que o senador eleito projeta – e com todo direito, diga-se de passagem – ir bem mais longe, numa jornada na qual um aliado no comando da Famem pode ser um suporte e tanto.

Na entrevista de ontem, Cleomar Tema mostrou que, além da experiência acumulada, tem um trabalho consolidado como líder municipalista. Isso somado à sua coragem política, lhe dá credibilidade para afirmar que tem 105 votos para vencer a eleição, à qual está dando uma dimensão bem maior do que as anteriores. Isso não significa dizer que Maria Preá já tenha morrido, pois afinal, Erlânio Xavier pode confirmar a força que pretendeu mostrar no lançamento da sua candidatura.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

MDB caminha mesmo para eleger presidente em “bate-chapas” na convenção

Roberto Costa X Hildo Rocha: devem disputar o comando do MDB no voto

A corrida pelo comando do MDB voltou à estaca zero, tudo indicando que o deputado estadual Roberto Costa e o deputado federal Hildo Rocha vão bater chapa na convenção que deve ser marcada para meados de fevereiro, em pleno clima pré-carnavalesco. Donos de visões e posições completamente diferentes, Costa e Rocha estão afinados num ponto: ambos defendem uma escolha de consenso ou a eleição de um presidente pelo voto direto na convenção, que é universalmente a decisão politicamente mais acertada. Os dois não vão aceitar a escolha de um presidente pela via do conchavo dos quatro caciques do partido: o ex-presidente José Sarney, a ex-governadora Roseana Sarney e os senadores João Alberto e Edison Lobão, cujos mandatos terminam no dia 30 – será a primeira vez em mais de 40 anos que os quatro estarão sem mandato e procurando o que fazer. O que começa a ficar claro é que a possibilidade do consenso perde terreno a cada dia, já tendo emedebista de proa admitindo que o caminho mesmo é a batida de chapa entre Roberto Costa e Hildo Rocha na convenção.

Braide quer partido que não tolha sua ação parlamentar e examina convites

Eduardo Braide 

O deputado federal eleito Eduardo Braide entra numa semana decisiva para o seu futuro partidário. Impossibilitado de permanecer no PMN, que praticamente desapareceu do quadro partidário, apesar da magnífica performance eleitoral do próprio Braide. Todas sinalizações indicam que o parlamentar vai iniciar seu mandato federal integrando a bancada do Podemos. Mas há quem diga que que Eduardo Braide poderá seguir outros caminhos – ele próprio disse à Coluna, na semana passada, que estava examinando vários convites, descartando o PSL. Braide quer um partido consolidado, que tenha posições liberais, que não venha a limitar a sua ao parlamentar e que lhe permita assumir posições que possa contrariar a linha partidária. Sabe que é difícil encontrar um partido forte com essa flexibilidade toda. Mas vai tentar chegar pelo menos perto disso.

São Luís, 19 de Janeiro de 2019