Movimentos políticos em curso no Maranhão estão voltados para produzir bons resultados nas eleições que estão a caminho  

 

Flávio Dino, Othelino neto, Weverton Rocha, Eliziane gama, Eduardi Braide, Glalbert Cutrim, Cleomar Tema e Erlânio Xavier tornam movimentado o momento político no Maranhão

O universo político maranhense está em plena agitação. O governador Flávio Dino (PCdoB) dá os primeiros passos do segundo mandato numa maratona de ações para manter a máquina administrativa no ritmo de sempre e construir pontes com o novo Governo da República, os senadores eleitos Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) já se movimentam para a formação de um bloco que fará Oposição ao Governo de Jair Bolsonaro (PSL), os 18 deputados federais eleitos ganham o rumo de Brasília para tomar assento na Câmara Baixa, os 42 eleitos para a Assembleia Legislativa fazem romaria na direção do Palácio Manoel Beckman, e os prefeito estão mergulhados numa disputa que resultará na eleição do novo presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). São movimento aparentemente isolados, mas que na verdade estão interligados e terão desdobramentos nas eleições municipais, daqui a menos de dois anos, e nas eleições gerais, daqui a menos de quatro anos.

Nesse contexto, o governador Flávio Dino dá uma lição responsabilidade institucional e de pragmatismo político. Sem abrir mão de qualquer traço da sua posição política, e pregando uma democracia os contrários – principalmente os detentores de mandato popular –  podem conviver sem transformar diferenças ideológicas em obstáculos os interesses da sociedade estão sobre a mesa. Na semana passada, Flávio Dino, acompanhado do secretário de Educação, Felipe Camarão, esteve em Brasília, onde se reuniu com o ministro da Educação, Ricardo Vélez – um dos expoentes da direita conservadora -, com quem discutiu parcerias. Na sequência, o secretário de Saúde, Carlos Lula, reuniu-se com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, com o mesmo objetivo. E retornou a Brasília causando a impressão de que tudo correu muito bem.

Na mesma semana, os senadores eleitos Weverton Rocha e Eliziane Gama participaram, em Brasília, de uma reunião para a formação de um bloco de Oposição ao Governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo, tudo indica que para fortalecer seu projeto de chegar ao Governo do Estado, Weverton Rocha intensificou sua influência política na disputa pelo comando da Famem, na qual apoia forte e abertamente o candidato de Oposição, Erlânio Xavier (PDT), prefeito de Igarapé Grande, atraindo duras críticas do presidente e candidato à reeleição Cleomar Tema (PSB). Por sua vez, a senadora eleita Eliziane Gama, além de participar da formação do bloco oposicionista no Senado, vem sendo provocada a respeito da possibilidade de ser ou não candidata à Prefeitura de São Luís. Mantém silêncio sobre o assunto, o que para alguns é um indicativo de que ainda vive o drama shekspeariano se ser ou não ser.

A nova bancada federal se prepara para assumir em meio a uma série de fatos que poderão alterar sua com posição logo após a posse. Depois que Márcio Jerry confirmou ontem que vai mesmo para o front de Brasília, começou a correr a certeza de que o deputado reeleito Rubens Pereira Jr. (PCdoB) decidiu assumir uma secretaria de Estado, abrindo vaga para o 1º suplente Simplício Araújo (SD), que também deverá voltar ao Governo e assim dar vez ao 2º suplente Gastão Vieira. Entre os futuros deputados federais uma situação chama atenção: o futuro partidário de Eduardo Braide, que deve ser anunciado nas próximas 72 horas, estando entre o Podemos e o Avante, tendo descartado o PSL. Antes dele, Pastor Gildenemyr, que se elegeu pelo PMN, saltou para o barco bolsonariano do PSL.

No que diz respeito à Assembleia Legislativa, os movimentos estão agoira voltados para a formação da Mesa Diretora que comandará o Poder a partir do dia 1º de Fevereiro. Consolidado na presidência, o deputado Othelino Neto (PCdoB) vem costurando a escolha de integrantes, já tendo definidos o deputado Glalbert Cutrim (PDT) como 1º vice-presidente, Detinha (PR) como 2ª vice, Thaíza Ortegal (PP) como 3ª vive, estando ainda a 4ª Vice-Presidência em aberto; Andrea Resende (DEM) será 1ª secretária, Cleide Coutinho (PDT) será 2ª secretária, Pará Maranhão (PSL) será 3º secretário e a 4ª Secretaria será ocupada por um representante do MDB, provavelmente o deputado Roberto Costa. No mais, são movimentos ligados à formação de blocos, entre eles o de Oposição, que reunirá os deputados Roberto Costa e Arnaldo Melo do MDB, Adriano Sarney e César Pires do PV e Wellington do Curso do PSDB.

No meio desses fatos em andamento, prefeitos se envolvem numa disputa atípica dentro da Famem: o presidente Cleomar Tema (PSB), que está concluindo o terceiro mandato – não consecutivo – à frente da entidade, está tentando a reeleição desafiado pelo prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), homem de proa no esquema político do senador eleito Weverton Rocha. O que deveria ser uma disputa corporativa rotineira virou uma guerra pelo poder.

Todos esses movimentos têm um ponto comum: são preparativos para as eleições municipais de 2020 e das eleições estaduais de 2022. E não há dúvida de que o governador Flávio Dino e sua equipe investirão forte para estabelecer relações produtivas com o Governo Federal, que Weverton Rocha e Eliziane Gama querem fazer a diferença no Senado, que a bancada maranhense na Câmara Federal será muito ativa, que a Assembleia Legislativa vai respaldar o Governo Flávio Dino, e que se o candidato do PDT vencer na Famem, Weverton Rocha terá nas mãos um instrumento poderoso para fortalecer o seu projeto de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Márcio Jerry troca posto de comando no Governo pelo front na Câmara Federal

Márcio Jerry vai trocar a posição de secretário poderoso e influente pelo front da guerra na Câmara Federal

O jornalista Márcio Jerry, que preside o PCdoB no Maranhão e comandou a poderosa Secretaria de Comunicação e Articulação Política, vai mesmo abrir mão da condição de mais importante e influente integrante da equipe do governador Flávio Dino para assumir mandato de deputado federal, que conquistou nas urnas com 135 mil votos. Ele anunciou sua decisão ontem, em rede social, colocando um ponto final numa longa expectativa, recheada de especulações.

“Deixo o governo Flávio Dino com a leveza de quem se dedicou com responsabilidade e paixão, com total desprendimento, ajudando a construir páginas novas e belas na História do Maranhão. Na Câmara seguirei trabalhando para ajudar Flávio Dino a fazer ainda mais”, escreveu Jerry em seu Twitter.

A saída de Márcio Jerry abre uma respeitável lacuna no principal núcleo de   auxiliares de primeira hora do governador Flávio Dino. E mais do que isso, muda o perfil, a linguagem e as atitudes do Governo do PCdoB, à medida que, com o secretário de Comunicação e Articulação Política, atuou fortemente como porta-voz, escudo e borduna do Governo como um todo e do governador em particular, destacando-se também como o seu   principal articulador político, tendo sido um dos responsáveis diretos pelas campanhas vitoriosas de Flávio Dino.

Politicamente experiente e ideologicamente definido, dono de um amplo e sólido lastro de conhecimento, Márcio Jerry reúne todas as condições para fazer diferença na Câmara Federal, principalmente como integrante da Oposição, mas também atuar como articulador de benefícios para o Maranhão.  Será difícil substituí-lo tanto na seara técnica quanto na seara política.

O governador ainda não anunciou o seu substituto.

 

 

Cleomar Tema e Erlânio Xavier intensificam corrida pelo comando da Famem

Erlânio Xavier e Cleomar Tema: aliados de ontem são os oponentes de agora na disputa pelo comando da Famem

194 dos 217 prefeitos maranhenses decidirão amanhã (30), no voto direto e secreto, o futuro da Famem e do movimento municipalista no estado. O norte será definido com a eleição do presidente Cleomar Tema (PSB), prefeito de Tuntum, para um quarto mandato, ou do prefeito Erlânio Xavier (PDT), de Igarapé Grande. Cleomar Tema corre pela reeleição montado no seu prestígio, enquanto Erlânio Xavier tenta chegar ao comando da Famem embalado também sua capacidade de articulação, mas com o reforço do poder de fogo político do senador eleito Weverton Rocha. O governador Flávio Dino decidiu ficar de fora dessa corrida ao voto pelo fato de os dois candidatos pertencerem à aliança por ele liderada.

Depois de reclamar fortemente da interferência do futuro senador e líder do PDT no estado no processo em apoio ao seu oponente, Cleomar Tema assumiu um discurso mais ameno, afirmando, entre outras coisas, que não se trata de uma disputa entre inimigos, mas entre amigos, e que apesar de uma outra manifestação mais dura, o anúncio do resultado sepultará as diferenças manifestadas na campanha. Cleomar Tema tem dito e repetido que vencerá a eleição com mais de 100 votos.Isso é uma disputa salutar e é bom que haja disputa, porque esse é o principal sintoma de que a democracia está viva e palpitante. Acredito na vitória, tenho a maioria dos colegas”, declarou.

Erlânio Xavier, ao contrário, vem elevando o tom do seu discurso de opositor, como que apostando que os ataques verbais fragilizem a base de apoio do presidente. Ontem, por exemplo, declarou que quer tornar a Famem mais atuante e mais transparente. “Falta uma gestão mais atuante, participativa e defensora dos direitos dos associados. Também aponto como uma grande falha, a falta de transparência na prestação de contas da entidade”, atacou, acrescentando que tem o apoio “da maioria dos colegas prefeitos.

Entre os observadores os prognósticos estão divididos, com alguns prevendo a reeleição do presidente e outros garantindo que o prefeito de Igarapé Grande sairá vencedor por larga vantagem.

São Luís, 29 de Janeiro de 2019.

 

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