Arquivos mensais: maio 2021

Flávio Dino adia agenda política para manter prioridade total à guerra contra o coronavírus

Flávio Dino durante a entrevista de Sexta-Feira: decisão de adiar a articulação política para se dedicar totalmente às ações contra o novo coronavírus no estado

O governador Flávio Dino (PCdoB) resolveu suspender temporariamente o processo de articulação política visando mobilizar a aliança partidária que lidera em torno de um candidato de consenso à sua sucessão, para dedicar prioridade total à guerra contra o novo coronavírus no Maranhão. Ontem, ele suspendeu a reunião marcada para esta Segunda-Feira (31), com líderes partidários, quando iniciaria o processo de consultas para definir até o final do ano o nome do grupo para liderar a chapa da qual participará como candidato ao Senado. Até o início da tarde de ontem, Flávio Dino estava inclinado a ajustar sua agenda de Segunda-Feira para fazer a reunião, mas diante do aumento da pressão da pandemia, decidiu adiá-la para o final de Junho, quando, acredita, a situação esteja mais propícia à retomada das articulações políticas.

“A prioridade total é o combate ao coronavírus”, escreveu o governador em resposta a uma indagação da Coluna sobre a reunião. Ele passou todo o sábado mergulhado no acompanhamento da violenta pressão que a pandemia vem fazendo sobre o Sistema Estadual de Saúde – aí incluídas as redes pública e privada -, que vêm convivendo diuturnamente com a ameaça de colapso. Mesmo sendo o estado que proporcionalmente registra o menor número de óbitos em relação à população, graças ao esforço gigantesco feito pelo Governo do Estado, o Maranhão vem registrando alta no número de mortes, segundo os balanços diários feitos pelo Consórcio de Meios de Comunicação, publicados nos principais telejornais do País.

Os números do Maranhão divulgados ontem pela Secretaria de Estado da Saúde não deixam dúvida. Desde que começou a contabilizar casos e perdas, o Maranhão já registrou 289.670 casos confirmados. Desses, 26.153 foram casos ativos, que causaram 8.100 mortes, enquanto 255.417 infectados se recuperaram plenamente. Dos casos ativos, 24.620 estão em isolamento familiar, enquanto 933 encontram-se internados em leitos de enfermaria, sendo 125 na rede privada e 808 na rede pública, e 600 em leitos de UTI, sendo 119 na rede privada e 481 na rede pública. Por conta dessa pressão, A Ilha de São Luís está com 98,14% dos seus 269 leitos de UTI exclusivos para Covid ocupados, com apenas cinco desocupados. Já em relação aos 532 leitos clínicos para Covid, 91,17% estão ocupados, restando livres apenas 47.

Esse cenário, que especialistas enxergam como sendo prenúncio da chamada “terceira onda” fez com que o governador Flávio Dino tomasse a decisão de suspender temporariamente as articulações em busca de um grande entendimento entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT), ambos pré-candidatos assumidos a governador. Há pouco mais de um mês, a Coluna publicou que o governador definira uma agenda de consultas e articulação política, trabalhando com a previsão de chegar ao final deste ano com a situação resolvida, seja com um acordo em torno de um nome, ou com os dois aspirantes partindo para o embate nas urnas. E a reunião marcada para amanhã e agora suspensa seria o primeiro passo naquela direção.

Com a previsão de que o processo será iniciado no final de Junho, quando o governador Flávio Dino espera haver clima para a movimentação política, o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha terão mais um mês para trabalhar junto a aliados e fortalecer seus cacifes. Devendo o mesmo acontecer com Simplício Araújo, que se lançou pré-candidato pelo Solidariedade, partido que preside.

Além do processo de escolha do candidato da aliança situacionista à sua sucessão, Flávio Dino tem pela frente também a complexa tarefa de decidir o seu futuro partidário. Nesse contexto de incertezas, ele tem dois caminhos: apostar numa fusão do PCdoB com o PSB, dando origem ao Socialistas, pelo qual disputaria o Senado, migrar pura e simplesmente para o PSB, o que é improvável, ou então permanecer no PCdoB, encarando o risco de o partido ser engolido pela Cláusula de Barreira. Flávio Dino definiu o dia 13 de Junho, Dia de Santo Antônio, o casamenteiro, como data-limite para resolver sua vida partidária. Essa decisão também poderá ser adiada se a pressão do novo coronavírus sobre o Sistema Estadual de Saúde continuar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar de Maranhãozinho mantém discurso da candidatura, mas ninguém acredita

Josimar de Maranhãozinho tem Detinha como trunfo na definição de chapa para disputar o Governo do Estado 

Por onde tem passado, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) tem dito e repetido que não abre mão de ser candidato a governador. O mantra é por ele repetido em entrevistas e lives, sustentando-o com o argumento de que tem uma base formada por um partido forte, dezenas de prefeitos, pelo menos uma dúzia de vices, três deputados federais, cinco deputados estaduais e uma grande penca de vereadores espalhados em todas as regiões do estado. E mantém o roteiro de lançar a deputada estadual Detinha, sua esposa, para a Câmara Federal. No entanto, por mais que Josimar de Maranhãozinho insista no discurso da candidatura ao Palácio dos Leões, observadores experientes enxergam nessa “cruzada” uma jogada inteligente para emplacar a deputada Detinha como candidata a vice na chapa de Carlos Brandão ou, num outro extremo, emplacá-la como Número 2 numa eventual chapa liderada pelo senador Roberto Rocha, que aguarda a definição partidária do presidente Jair Bolsonaro para resolver sua situação. Esses observadores reconhecem a força política e eleitoral de Josimar de Maranhãozinho, mas não acreditam que ele entre na disputa majoritária.

 

Roseana entra em contagem regressiva para assumir o comando do MDB

Roseana Sarney se prepara para assumir o comando do MDB no estado após um grande acordo no partido

O braço maranhense MDB deve marcar para meados de Junho a convenção extraordinária por meio da qual a ex-governadora Roseana Sarney assumirá a presidência do partido no estado, mantendo na vice-presidência o deputado Roberto Costa, que representa a ala jovem da agremiação. A mudança foi acordada há algumas semanas e colocará ponto final nas três décadas presidência do ex-senador João Alberto, o mais longevo chefe partidário do Maranhão em tempos recentes. Roseana Sarney tentou assumir o comando do MDB no final de 2018, após sofrer dura derrota nas urnas como candidata ao Governo do Estado. Naquele momento, a Ala Jovem do partido, que tentara impor um projeto mais arrojado de renovação partidária, reagiu negativamente, gerando uma prolongada crise nas fileiras emedebistas. A conciliação começou em meados de 2019, quando a Ala Jovem lançou Roseana Sarney para a Prefeitura de São Luís. Ela não aceitou a candidatura, mas baixou a guarda para uma grande conciliação, que culminou no início do ano, quando um acordo lhe assegurou a presidência do partido a partir de Junho. Um dos itens do acordo é que Roseana Sarney suspenderá a aposentadoria para de novo encarar as urnas, agora como candidata a deputada federal. Nesse contexto, o MDB dificilmente lançará candidato ao Governo do Estado ou ao Senado, devendo participar de uma grande aliança de um projeto de candidatura. Há, porém, quem aposte que esse cenário que move o MDB agora pode mudar à medida que a corrida presidencial for se definindo.

São Luís, 30 de Maio de 2021.

Othelino Neto cumpre agenda intensa e abrangente, mostrando fôlego de quem pode ir mais longe

 

Momentos da agenda de Othelino Neto ao longo do mês de Maio: presidindo sessão na AL, reunindo com o governador Flávio Dino, participando de ato no Palácio dos Leões e inaugurando hospital no interior

Num cenário agitado por conta dos estragos feitos pelo novo coronavírus e no qual a classe política começa a se mover efetivamente para as eleições gerais de 2022, notadamente os candidatos a candidato a governador, uma movimentação diferenciada vem chamando a atenção, a do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Chefe do mais político dos Poderes, alinhado ao governador Flávio Dino (PCdoB), o parlamentar vem cumprindo uma agenda bem mais abrangente do que normalmente é cumprida por um deputado estadual, causando a impressão de que ele batalha pela reeleição, mas também motivado pela perspectiva de que seu destino nas urnas poderá ser outro.

Othelino Neto vem surpreendendo pela habilidade política com que preside o parlamento estadual, pela normalidade que mantém nas relações, nem sempre afinadas, com os Poderes Executivo e Judiciário, e pelos passos políticos que vem dando como um dos principais articuladores do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, sem criar uma situação de tensão com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB). O contexto em que se movimenta o obriga a operar diretamente em várias frentes, como presidente do Poder Legislativo, como deputado estadual que visa prioritariamente a reeleição, como integrante de uma corrente que tem um projeto de poder, e como um político jovem que aproveitou com inteligência e sagacidade as oportunidades que lhe apareceram e ganhou estatura e se tornou opção para projetos mais arrojados.

A agenda que cumpriu em Maio confirma a posição diferenciada que conseguiu. Na Terça-Feira, por exemplo, participou, em Brasília, de mais uma reunião do núcleo central da pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Na Quinta-Feira, participou, no Palácio dos Leões, de reunião com o governador Flávio Dino e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lourival Serejo, para definir medidas restritivas preventivas contra o risco de uma nova onda da pandemia no Maranhão. Nesse sentido, editou Resolução Administrativa suspendendo todas as atividades do Poder Legislativo até o dia 4 de Junho. Ao longo do mês de maio, cumpriu uma agenda em regime de maratona, sem prejuízo das atividades do parlamento.

No dia 03/05, Othelino Neto iniciou a maratona de compromissos no Palácio dos Leões, participando, ao lado do governador Flávio Dino, de ato de entrega de 12 mil cestas básicas do Programa Comida na Mesa, do qual participaram também os deputados estaduais Wendell Lages (PMN), Thaiza Hortegal (PP), Paulo Neto (DEM) e Ana do Gás (PCdoB). No dia 05/05, reuniu-se com o governador Flávio Dino, no Palácio dos Leões, para definir a ordem de prioridade dos projetos do Poder Executivo que constam da pauta da Assembleia Legislativa. Em 10/05, participou da festa dos 97 anos de São Francisco do Maranhão, entregando ali equipagens esportivas a atletas amadores, e anunciando recursos para a pavimentação de 4 km de ruas. Em 11/05, recebeu o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus, com quem discutiu ações para o município, um dos mais importantes do estado.

No dia 12/05, promulgou duas estaduais, as leis 11.470/21 e 11.361/21, ambas de natureza tributária, oriundas de Medidas Provisórias do Poder Executivo. Na mesma data, reuniu-se com o governador Flávio Dino e os prefeitos Toca Serra, de Pedro do Rosário, e Paulo Curió, de Turilândia, em busca de apoio para os municípios nas áreas da saúde, educação e infraestrutura. Em 14/05, tratou com o secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), Márcio Jerry, sobre a execução de emendas parlamentares. No dia 17/05, participou, no Palácio dos Leões, demais uma entrega de 12 mil cestas básicas, dessa vez para 11 municípios.

No dia 20/05, Othelino Neto (PCdoB) cumpriu agenda em Santa Helena, onde entregou cestas básicas e kits esportivos, adquiridos por meio de emenda parlamentar. No mesmo dia, a maratona prosseguiu em Tuirilândia, com a entrega de cestas básicas e de kits de equipagens esportivas. Já em 21/05, participou da inauguração de escola em Olho d’Água das Cunhãs. No dia 24/05 participou, no Palácio dos Leões, de mais uma etapa do programa Comida na Mesa. E em 26/05, Othelino Neto voltou ao Palácio dos Leões para reunião com o governador Flávio Dino em favor de Peri-Mirim e São Vicente Férrer.

Quem cumpre uma agenda com essa dimensão e esse alcance está cacifado para disputar mandatos nos níveis estadual e federal. O presidente da Assembleia Legislativa trabalha para ter uma reeleição segura, mas com disposição de dar um salto bem mais alto. Os próximos saltos indicarão o rumo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Apicum-Açu: Um crime mais chocante do que desvio de dinheiro

Inacreditável: frascos de vacina Coronavac desviada aa Prefeitura de Apicum Açu e usada pelo ex-prefeito  Cláudio Cunha e sua turma, num crime que sem classificação

De tudo que a Operação Citrus, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Maranhão, encontrou como prova de que o ex-prefeito de Apicum-Açu, Cláudio Cunha (PV), andou mesmo metendo os pés pelas mãos com dinheiro público, o mais chocante foram os frascos vazios de vacina Coronavac. A imagem dos vidrinhos a princípio nada diz, mas quando quem a vê relaciona com o contexto, a indignação vem como onda forte, difícil de conter. Os frascos vazios denunciam que essa gente, sem qualquer traço de escrúpulo, usou o poder e desviou um bem público ao qual certamente ainda não lhe pertencia. A situação cobra e a sociedade espera punição exemplar para beneficiados com esse crime.

 

Rodrigo Lago tem atuação forte no comando do Comida na Mesa

Rodrigo Lago: da burocracia à agricultura familiar

Um nome começa a ganhar destaque além do normal na equipe do governador Flávio Dino: o advogado Rodrigo Lago, secretário de Agricultura Familiar, responsável maior pelo programa Comida na Mesa, um dos mais importante do Governo do Estado nesse momento. Integrante do chamado “núcleo duro” de assessores do governador Flávio Dino, Rodrigo Lago teve papel importante na campanha de 2014 e fez parte da primeira equipe com o desafio de montar e consolidar a Secretaria de Transparência, tarefa que cumpriu à risca. Por conta do bom desempenho, foi deslocado para a cobiçada Secretaria de Comunicação e Articulação Política, substituindo a Márcio Jerry, eleito deputado federal. Em meados do ano passado, o governador Flávio Dino surpreendeu ao remanejá-lo para a Secretaria de Agricultura Familiar, vista por muitos como uma pasta de grande potencial político. Acostumado a processos, organização e sistemas, e inclinado para a boa conversa política, Rodrigo Lago entregou-se inteiramente à desafiadora tarefa de tocar programas voltados para a produção de alimentos em comunidades que precisam de assistência governamental. Pelo que se sabe até aqui, gostou do desafio. Nos bastidores, há quem diga que ele, que é discreto e atua sem alarde, se prepara para seguir os passos do pai, o ex-deputado Aderson Lago, e tentará uma cadeira na Assembleia Legislativa. Leva jeito para a coisa.

São Luís, 29 de Maio de 2021.

Além da gestão de São Luís, Braide tem desafios políticos a vencer na corrida eleitoral de 22

 

Eduardo Braide: gestão e desafios políticos na corrida eleitoral de 22

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), pulverizou de vez especulações que o apontavam como possível candidato ao Governo do Estado no ano que vem, mas confirmou registro da Coluna de que vai participar do processo político que desaguará nas eleições gerais de 2022. Sua participação efetiva no amplo leque de articulações já em andamento visando a sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB), uma vaga no Senado, as 18 cadeiras da Câmara Federal e as 42 da Assembleia Legislativa, além da escolha do presidente da República, só se dará um pouco mais na frente, quando o peso da guerra ao coronavírus na Capital diminuir e a situação estiver sob controle total. Essas indicações, cautelosas, mas sem rodeios, como é do seu jeito, foram feitas quarta-feira (26) durante entrevista que concedeu ao programa “Ponto Continuando”, da Rádio Educadora, comandado pelos jornalistas Clodoaldo Correia, Rogério Silva e Gláucio Ericeira, numa clara sinalização de que, mesmo não disputando votos, terá participação forte no processo.

A situação de Eduardo Braide no atual contexto político do Maranhão é singular. Politicamente forte, ele comanda a maior e mais influente máquina municipal do estado, mas, diferentemente de outros líderes municipais, lidera um partido, o Podemos, pelo qual só ele se elegeu entre os 217 prefeitos maranhenses em 2020. Essa frágil condição partidária é que vai levá-lo a participar ativamente do processo eleitoral, num esforço para criar um suporte partidário que alivie a sua dependência de alianças. Hoje, o Podemos tem apenas um deputado federal – Josivaldo JP, que o substituiu -, nenhum deputado estadual, um único prefeito, ele próprio, e uma penca modesta de vereadores, entre eles apenas quatro dos 31 da Câmara Municipal de São Luís. Um cacife partidário muito modesto para um político da sua estatura, com um enorme horizonte pela frente.

Com o faro, o instinto de sobrevivência e a ambição política das raposas, e já com um bom lastro de experiência, o prefeito de São Luís sabe que tem dois desafios pela frente. O primeiro é fazer uma boa administração, justificando a grande aposta que o eleitorado fez mostrando ser um quadro que junta habilidade política com competência gerencial, o que deve demonstrar quando pleitear a reeleição em 2024. O outro é construir uma base partidária sólida, que lhe autorize sentar à mesa de negociação política com algo a mais do que sua destreza política e o seu currículo de gestor bem-sucedido. A história ensina que líder político tem de grupo e lastro partidário. E o melhor exemplo disso é o seu antecessor, Edivaldo Holanda Jr., um político ativo e bom gestor, mas que, devido a uma série de escorregões, se vê hoje sem partido, com poucas opções, sem muitos aliados e com seu futuro mergulhado em interrogações.

Nesse momento, o político Eduardo Braide é uma incógnita. Apoiado por PDT e DEM no segundo turno da disputa em São Luís, o prefeito pode vir a apoiar a provável candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), ou pode pender para a candidatura de Carlos Brandão (PSDB), numa articulação feita pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, que o apoiou nos dois turnos da corrida ao Palácio de la Ravardière. Eduardo Braide pode ainda surpreender, numa hipótese remota, apoiando a eventual candidatura do senador Roberto Rocha (ainda sem partido). Sua discrição e uma rotina dura de trabalho o ajudam a evitar a emissão de sinais nessa direção, mas ninguém duvida que ele já se movimenta nos bastidores em busca deum suporte para tomar posição aos três candidatos a candidato.

O fato concreto é que, por haver alcançado a Prefeitura de São Luís com as suas próprias pernas, sendo ele próprio o maior responsável por suas conquistas, o prefeito Eduardo Braide é hoje nome a ser levado em conta em qualquer cenário da política maranhense. E sua participação, direta ou indireta, na guerra eleitoral do ano que vem indicará o rumo e a consistência da sua trajetória.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Chefes de Poder e MP traçam caminhos para melhorar combate à pandemia

Flávio Dino, Othelino Neto, Lourival Serejo e Eduardo Nicolau: ações articuladas contra o novo coronavírus

Todos os esforços possíveis serão acionados para ampliar o número de leitos para tratamento da Covid no Maranhão. Foi essa a decisão central da reunião realizada ontem pelo governador Flávio Dino (PCdoB), com o presidente do Judiciário, desembargador Lourival Serejo, o presidente do Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), e o procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau. Os chefes de Poder e o do MP resolveram ainda acionar o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Tribunal de Contas para, numa força conjunta, criar mecanismos que acionem os prefeitos para agilizar no processo de vacinação nos municípios, mediante a informação de que pelo menos 600 mil doses de vacina entregues a prefeituras ainda não foram aplicadas, o que, segundo o governador Flávio Dino, cria um grande embaraço para o Governo do Estado. Na avaliação geral, o Maranhão precisa continuar conscientizando a população da importância das medidas preventivas e reavaliando as medidas restritivas, descartando-se, por enquanto, o lockdown.

“Estamos, há 15 meses, enfrentando o coronavírus todos os dias. E vamos continuar, mas chegamos a um patamar em que precisamos de ampla colaboração e o saldo positivo é que os poderes estão unidos para fazermos o que precisa ser feito. Há objetivos socioeconômicos e as instituições vão analisar sugestões que enviarão ao Governo do Estado, para outros momentos em que tenhamos que reexaminar nossos decretos, como vários estados estão fazendo”, declarou o governador Flávio Dino, depois de detalhar o cenário da Covid no Maranhão e as ações em curso para combatê-la.

O presidente Othelino Neto, frisou que o cenário é preocupante e reforçou o apoio da Assembleia Legislativa à tomada de providências. “É uma ampla mobilização de todos os poderes e órgãos constitucionais para que todos nos sensibilizemos com este momento e, assim, evitar consequências mais graves no Maranhão”, disse, sugerindo que sejam solicitados leitos ao Hospital Universitário, “que tem na sua estrutura a possibilidade imediata de ampliação”.

O presidente do TJ, Lourival Serejo, destacou a união de esforços para tomar decisões: “Temos dados suficientes para tomarmos as providências necessárias. Aproveito para convocar a população para que tome consciência desse momento que estamos vivendo e que respeitem a vontade de viver do vizinho. A situação é séria e temos que estar unidos. Vamos ter cuidado com a saúde, a sua e a do próximo”.

Mesmo não comandando uma instituição executiva, o procurador geral de Justiça Eduardo Nicolau foi simples e direto ao posicionar o Ministério Público no contexto da crise: “Estamos à disposição e o faremos tudo que for possível para passarmos essa crise atual. Estamos atentos e vamos tomar todas as medidas possíveis para que possamos sair desta crise com menos mortes”.

Entre os 27 estados da Federação, são raros os que estão enfrentando o novo coronavírus com os Poderes tão bem articulados com o Maranhão.

 

Brandão e Lago levam ações do Comida na Mesa a Santa Inês

Carlos Brandão, entre Rodrigo Lago e Felipe dos Pneus: ação social em apoio a famílias carentes na pandemia

Enquanto o governador Flávio Dino comandava a reunião com chefes de Poder para avaliar o cenário e reforçar a luta contra a pandemia, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) comandava a entrega ações do Programa Comida na Mesa em Santa Inês. Acompanhado do secretário de Agricultura Familiar, Rodrigo Lago, o número dois do Governo se reuniu com o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus, na entrega simbólica de cestas básicas a famílias carentes.

– O Comida na Mesa foi criado para garantir a segurança alimentar das pessoas, muitas perderam seus empregos e o programa veio ajudar. São três eixos importantes do Comida na Mesa: distribuição de cestas básicas para famílias com baixa renda, garantia de mais uma refeição nos Restaurantes Populares no valor de R$ 1, e distribuição de Vale Gás para 119 mil famílias. Portanto, são ações que atendem a população que mais necessita – destacou o vice-governador.

Responsável direto pelo programa como comandante do Sistema de Agricultura Familiar, o secretário Rodrigo Lago enfatizou a importância do programa, principalmente, para a agricultura familiar: “Temos cestas básicas com produtos adquiridos dos agricultores familiares para ajudar na geração de renda desse público. O programa também conta com investimentos na entrega de equipamentos agrícolas para incentivar os trabalhadores rurais, como a entrega dos kits feiras”.

Por seu turno, o prefeito Felipe dos Pneus assinalou que “o Governo do Maranhão fez essa doação de cestas e também do Vale Gás ao município, uma parceria importante que beneficia a população que mais precisa agora”.

São Luís, 28 de Maio de 2021.

CPI da Covid pode arranhar imagem de Edivaldo Jr. ou confirma-lo político sem mácula ética

 

Edivaldo Holanda Jr.: politicamente isolado, distante do Palácio dos Leões e agora sob risco de ir à CPI

Cinco meses após deixar o comando da Prefeitura de São Luís montado numa confortável sela de prestígio, resultado dos oito anos que passou dando as cartas no Palácio de la Ravardière, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. corre o risco de ter a imagem de correção da sua gestão gravemente arranhada pela CPI da Covid. Politicamente isolado, sem partido- saiu recentemente do PDT -, causando a impressão de que enfrenta sérias dificuldades para se reinserir na aliança comandada pelo governador Flávio Dino, o ex-prefeito será convocado para depor no rumoroso caso da compra de máscaras superfaturadas pela Secretaria Municipal de Saúde, na fase inicial da chegada do novo coronavírus na Capital do Maranhão. A encrenca – que uns avaliam como grave e outros que não irá além do constrangimento dos depoimentos – atinge em cheio o ex-secretário municipal de Saúde, Lula Filho, que na época foi exonerado, causando forte mal-estar na Prefeitura de São Luís.

Até prova em contrário, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. não teve participação na rumorosa e, ao que parece, desastrada, compra de 20 mil máscaras pela Secretaria Municipal de Saúde, cuja investigação foi batizada pela Polícia Federal como “Operação Tempo Real”. De acordo com a PF, a compra de máscaras com superfaturamento teria envolvido o secretário Lula Fylho e um grupo de servidores da pasta, que teriam agido como “uma quadrilha”, impondo prejuízo de quase R$ 500 mil aos cofres da Capital. Diante da denúncia, Edivaldo Holanda Jr. exonerou Lula Fylho em meio a um forte mal-estar dentro e fora do governo municipal. Meses depois, a PF fez buscas na residência de Lula Fylho e outros envolvidos na denúncia, apreendendo joias e mais de R$ 200 mil em espécie.

O então prefeito Edivaldo Holanda Jr. praticamente não se manifestou sobre o caso, como que calculando que o silêncio seria a sua melhor postura. Afinal, nos seis anos de gestão vencidos até aquele momento nenhuma denúncia grave de desvio tinha vindo à tona, o que dava ao prefeito Edivaldo Jr. a justa estatura de governante correto na liderança de um governo sem mácula. Tal imagem, além de atrair o reconhecimento público a uma administração limpa e eficiente, carimbou Edivaldo Holanda Jr. como um gestor de excelência, um exemplo a ser seguido. Afinal, gestões de capitais importantes, como a do Rio de Janeiro, por exemplo, foram marcadas pela chaga da corrupção escandalosa, que levou o prefeito Marcelo Crivella a ser trucidado nas urnas ao tentar a reeleição, correndo agora o risco de parar na cadeia.

Edivaldo Holanda Jr. deixou a Prefeitura de São Luís com os méritos de bom gestor, tanto no campo administrativo, com resultados surpreendentes em todas as regiões da cidade, a começar pelo Centro, quanto na delicada seara ética, na qual parece ter enveredado rigorosamente dentro da linha.

O seu desempenho administrativo lhe deu estatura política para ser apontado como um quadro destinado a ter participação destacada nas eleições do ano que vem. Foi lembrado como um bom candidato a vice, nome forte para o Senado, e até mesmo como candidato a governador, dependendo das circunstâncias. Politicamente, Edivaldo Holanda Jr., que fora fortemente apoiado pelo grupo dinista na eleição em 2012 e na reeleição em 2016, se omitiu ostensivamente em 2020, dando as costas para o candidato apoiado pelo seu partido, o PDT, e para o candidato do Palácio dos Leões, construindo assim os muros do isolamento em que vive, quando as forças começam a se articular para a guerra eleitoral do ano que vem.

A convocação para a CPI da Covid, se aprovada, poderá criar-lhe embaraços de elevado custo político, ou poderá lhe dar a oportunidade de eliminar suspeitas e se reafirmar como um político de estatura.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupo liderado por Weverton Rocha se reúne em Brasília para avaliar corrida aos Leões

Weverton Rocha tendo à direita Othelino neto, Osmar Filho, Juscelino Filho, Erlânio Xavier e Glaubert Cutrim e à esquerda Eliziane Gama, Pedro Lucas Fernandes, Neto Evangelista, Gil Cutrim, Márcio Honaiser, (?) e Carlos Madeira, ontem, em Brasília  

O comando informal, mas ativo, do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, realizou ontem mais uma reunião em Brasília. Oficialmente, o grupo se reuniu para avaliar o quadro da pandemia no Maranhão e discutir medidas a serem sugeridas ao Governo do Estado e às Prefeituras. Oficiosamente, o comando avaliou o cenário da corrida ao Palácio dos Leões até aqui e alinhavou os próximos passos que o senador e seus aliados darão no sentido de viabilizar o projeto de candidatura.

Liderados pelo senador Weverton Rocha, reuniram-se ontem, no gabinete do pedetista, a senadora Eliziane Gama (Cidadania), o presidente da Assembleia Legislativa, os deputados federais Juscelino Filho, que preside o DEM no Maranhão, Pedro Lucas Fernandes, agora no comando do PSL, e Gil Cutrim (Republicanos), o presidente da Assembleia Legislativa Othelino Neto (PCdoB), o vice-presidente Glaubert Cutrim (PDT) e o deputado Neto Evangelista (DEM), o presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), o presidente da Câmara de São Luís Osmar Filho (PDT) e o secretário de Desenvolvimento Social, Márcio  Honaiser, que é deputado estadual pelo PDT. Além deles, o ex-juiz federal e ex-candidato a prefeito de São Luís pelo Solidariedade Carlos Madeira (cujo papel no grupo ninguém soube explicar até agora). Ausente apenas o deputado federal Cléber Verde, que preside o Republicanos e integra o grupo.

A reunião de ontem – a segunda realizada com esse formato e com essa agenda – demonstra que o senador Weverton Rocha continua firme e forte na viabilização do seu projeto de candidatura, medindo força com o seu principal adversário, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), também empenhado em se viabilizar.

 

Assis Ramos não quis servir de tiete para Jair Bolsonaro

Assis Ramos 

Surpreendente a postura do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM), em relação à passagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela Região Tocantina. Convidado a fazer parte do “comitê de recepção” ao chefe da Nação em Açailândia, para assistir à entrega de alguns títulos de terra – ato para o qual um presidente realmente preocupado que uma pandemia com saldo parcial de 450 mil vítimas escalaria um ministro -, o prefeito preferiu não comparecer. Indagado sobre a não ida, Assis Ramos foi claro: não tem vocação para tiete. E explicou que o convite só lhe exigia a presença física, sem lhe dar sequer o direito de usar a palavra, o que o transformaria em membro de clac. É isso aí.

São Luís, 27 de Maio de 2021.

Se acontecer, fusão do PCdoB com o PSB criará um partido poderoso no Maranhão

 

Flávio Dino terá influência decisiva na discussão sobre a fusão do PCdoB/PSB pelo Socialistas

O governador Flávio Dino ainda está discutindo o assunto com aliados e dever aguardar a primeira semana de Junho para definir sua posição a respeito do projeto de fusão do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) para formar um autêntico e forte partido de centro-esquerda, o Socialistas. Se a negociação for bem-sucedida, o novo partido medirá força com o PT como referência da chamada esquerda democrática, e nascerá especialmente forte no Maranhão, onde terá o governador Flávio Dino como o seu líder maior. Se a fusão for acertada e consumada como está se desenhando, o grupo que hoje controla o PCdoB provavelmente assumirá o comando da nova legenda, e com a possibilidade de ser o principal aliado do PSDB na base da provável candidatura do vice-governador Carlos Brandão, ou manter a declaração de apoio já feita pelo comando do PSB à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Um dos principais negociadores dessa importante equação partidária, Flávio Dino deve ser o seu candidato ao Senado e sua principal referência na corrida eleitoral.

A possível fusão do PCdoB com o PSB provocará uma expressiva mudança no perfil da aliança partidária comandada pelo governador Flávio Dino, que vai liderar uma agremiação bem mais forte do que o PCdoB. Se vier mesmo a ganhar vida, o braço maranhense do Socialistas entrará em campo com o governador, três deputados federais (Márcio Jerry e Rubens Jr. do PCdoB e Bira do Pindaré do PSB), cinco deputados estaduais (Othelino Neto, Marco Aurélio, Adelmo Soares, Ana do Gás e Carlinhos Florêncio do PCdoB e Edson Araújo do PSB), 22 prefeitos do PCdoB e seis do PSB, totalizando 28, e com a soma de um elevado número de vereadores. Ou seja, um partido forte, que ultrapassará o Republicanos (25) e poderá até mesmo vir a ameaçar perigosamente o PL (40) e o PDT (42) em número de prefeitos.

Ao mesmo tempo, se vier mesmo a nascer, como estão soprando os ventos na seara política, a nova agremiação partidária nascerá com uma feição ideológica mais identificada com o governador Flávio Dino e com o atual presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, que pregam as linhas de ação de uma esquerda moderada. Isso não quer dizer que as atuais lideranças do PSB, como o atual presidente estadual do partido, o ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa, formem uma corrente dentro do partido. Político experiente e identificado com o conceito de unidade e de aliança partidária, o governador Flávio Dino dificilmente permitirá a formação de divisões internas no novo partido.

Se vingar, como estão sussurrando nos bastidores, o Socialistas chegará ao mundo com um desafio e tanto: se posicionar a favor do tucano Carlos Brandão (PSDB) ou do pedetista Weverton Rocha na corrida ao Palácio dos Leões. No cenário atual, se não houver um acordão em torno de um deles, o PCdoB tende as apoiar o projeto de candidatura de Carlos Brandão, enquanto a cúpula do PSB já declarou apoio à de Weverton Rocha. Se prevalecer a lógica, o novo partido pode pender para o vice-governador. Há quem aposte que o eventual nascimento de uma legenda com a soma de forças do PCdoB e do PSB favorecerá a negociação de um grande acordo em torno de um candidato da aliança dinista.

Se o Socialistas não acontecer, é possível que o governador Flávio Dino e seus aliados mais próximos deixem o PCdoB e migrem para o PSB, criando nesse caso um cenário tão imprevisível quanto improvável. O governador trabalha também com o Plano C, que é permanecer no seu partido e tocar a vida torcendo para que o PCdoB velho de guerra não seja degolado pelas regras implacáveis da Cláusula de Barreira. Nada disso, porém, deve perturbar sua caminhada em direção ao Senado da República.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Oportuna a sugestão de Sarney para Hildo Rocha abrir o debate sobre parlamentarismo

José Sarney orienta Hildo Rocha a debater parlamentarismo a Câmara Federal

Oportuna a sugestão feita pelo o ex-presidente José Sarney (MDB) para que o deputado federal Hildo Rocha (MDB) inclua na pauta da Câmara Federal um debate sobre o esgotamento do presidencialismo e a possibilidade de substituí-lo pelo parlamentarismo.

O tenso cenário político mundial, agora agravado pela pandemia do novo coronavírus, vem mostrando com nitidez espantosa que o presidencialismo é um sistema de Governo em franco esgotamento em todas as regiões do planeta, com clara tendência de governos presidencialistas se transformarem em regime ditatoriais. O que acontece na Rússia, com o regime de força de Vladimir Putin, e em Belarus, na Hungria, na Indonésia, na Síria, no Egito, na Turquia, na Venezuela, para citar alguns casos de ditadura escancarada, exemplos indiscutíveis da falência do presidencialismo. Tais sintomas apareceram agora na mais sólida e influente democracia do mundo, os Estados Unidos da América, com a inacreditável passagem de Donald Trump pelo poder. Tais crises não ocorrem nos países com sistema parlamentarista, mesmo os monarquistas, como a Inglaterra, por exemplo.

Mas o melhor exemplo da superação do presidencialismo ocorre no Brasil com o presidente Jair Bolsonaro, um político medíocre, limitado, com nítida e assumida vocação autoritária e sem a menor noção do que é o País em termos geopolíticos, culturais e regionais, sendo absolutamente desinformado em relação aos problemas sociais e econômicos nacionais, e quanto ao papel e a importância desse gigante continental no contexto mundial. Jair Bolsonaro saltou do quase anonimato do chamado baixo clero para a presidência da República. E só não deu um golpe de Estado para se tornar ditador porque, felizmente, as instituições brasileiras já têm alguma solidez.

Num regime parlamentarista, o deputado Jair Bolsonaro jamais chegaria a primeiro-ministro, e muito provavelmente não faria sequer parte de um gabinete como ministro. Nem seria presidente num regime parlamentarista, que via de regra exige um líder moderado e equilibrado, mais empenhado em resolver conflitos, como faz o mundialmente respeitado presidente reeleito de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza, um democrata de viés conservador, e não um chefe de Estado diuturnamente empenhado em gerar conflitos como forma de sobrevivência.

A sugestão do ex-presidente José Sarney – ele próprio um líder equilibrado, que conduziu de maneira exemplar a transição da ditadura para a democracia – ao deputado Hildo Rocha é politicamente saudável e oportuna.

 

Escolas do Estado vão distribuir absorventes a estudantes em idade menstrual

Yglésio Moyses indicou

O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Educação, distribuirá materiais de higiene menstrual nas escolas públicas da rede estadual. O anúncio foi feito pelo deputado Yglésio Moyses (PROS), autor da indicação, por meio da qual solicitou a inclusão da Política de Saúde da Mulher nas escolas públicas estaduais. A ideia é distribuir absorventes às estudantes, como forma de garantir que não deixem de frequentar a escola no período menstrual. O parlamentar, que é médico e faz política com viés fortemente social, fez a indicação com base na constatação de que muitas adolescentes deixam de frequentar a escola no período menstrual porque não têm condições de manter a higiene por não poder comprar absorventes, vivendo o que ele definiu como “pobreza menstrual”. Segundo o parlamentar, nada menos do que 25% das estudantes em idade menstrual não têm condições de adquirir materiais básicos de higiene menstrual, situação agravada com a pandemia. O governador Flávio Dino e o secretário Felipe Camarão encamparam a indicação.

São Luís, 26 de Maio de 2021.

Multa a Bolsonaro por desrespeitar leis no Maranhão é um saudável exercício democrático, goste ele ou não

 

Jair Bolsonaro sem máscara e aglomerando em Açailândia e o auto de infração lavrado contra ele pela Vigilância Sanitária do Maranhão, que levará a ação no STF

Por mais que vozes bolsonaristas estrilem – e podem estrilar à vontade -, não há o que discutir quanto a legalidade da multa aplicada pela Vigilância Sanitária do Maranhão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na visita que fez ao estado no final da semana passada, quando inaugurou uma ponte ligando o território maranhense ao do Piauí e entregou alguns títulos de terra em Açailândia. Sem usar máscara, o presidente promoveu aglomerações, desrespeitando, frontal e ostensivamente, o Decreto Estadual Nº de 30/09/2020, e a Lei Federal Nº 6.437/77, estando, portanto, sujeito a multa cujo valor pode variar entre R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, de acordo com a gravidade da situação criada. O presidente tem agido dessa maneira em Brasília e por onde passa, sem que as autoridades se atrevam a enquadrá-lo nas regras legais. Em Brasília, Jair Bolsonaro “pinta e borda”, fazendo o mesmo no Rio de Janeiro, a exemplo de Domingo, quando comandou, sem máscara e promovendo aglomeração, um passeio de motocicletas, sem que as autoridades sanitárias fluminenses o incomodassem. Ao contrário, o governo de lá colocou um imenso aparato policial à disposição do presidente, para que ele se divertisse praticando infrações sanitárias e debochando da gravidade da pandemia, que fechou o dia de ontem com mais de 450 mil mortes.

Além da multa sanitária, o Governo do Maranhão se prepara para bater às portas do Supremo Tribunal Federal com uma ação na qual denunciará o presidente Jair Bolsonaro pelos mesmos motivos, argumentando que ele infringiu “determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”. A ação está sendo preparada, segundo revelou o governador Flávio Dino (PCdoB) à revista Fórum, especializada em termas jurídicos.

O Maranhão tem se posicionado diferentemente de outros estados, principalmente agora, sob o Governo de um ex-juiz federal, professor de Direito Constitucional e profundo conhecedor das leis do País, o que lhe dá lastro para afirmar que a base de um estado democrático de direito é a dualidade Direito X Dever, garantia de que ninguém, mas ninguém mesmo, esteja fora do alcance das leis. Assim, enquanto alguns governadores fecham os olhos para o jogo provocativo do presidente, ignorando seus gestos agressivos, por medo ou por “amarração”, o do Maranhão está fazendo o que é certo: enquadrando o presidente infrator, cobrando dele o que é cobrado de qualquer cidadão que infrinja determinada norma. É assim nos países civilizados. Exemplo: há cerca de uma década, o príncipe Phillip, marido da rainha Elizabeth II da Inglaterra, foi flagrado cometendo uma infração de trânsito, foi multado e teve sua carta suspensa por três meses; não chiou, pagou a multa, cumpriu a pena e saiu do episódio mais respeitado pelos ingleses.

Institucionalmente, no Brasil o presidente da República é o líder de uma Federação formada por 27 estados e o Distrito Federal e por mais de cinco mil municípios. Mas isso não lhe dá o direito de cometer derrapagens nas unidades federadas, que têm regras diferenciadas para várias situações. No caso da pandemia do novo coronavírus, o Governo do Maranhão editou, em Setembro passado, Decreto instituindo uma série de procedimentos para o enfrentamento do novo coronavírus. Entre essas normas, a exigência do uso de máscara em público e a proibição de aglomeração acima de 100 pessoas. Na visita que fez ao estado na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro descumpriu, afrontosamente, as duas regras fundamentais do combate à pandemia. E o fez de maneira ostensiva, como quem pretendeu “criar um caso”. Se achou que passaria incólume, errou feio, porque o Estado, por seu Governo, agiu como deveria: enquadrou-o nas regras, impondo-lhe multa e denúncia por colocar ele próprio e pessoas em risco de contaminação.

Episódios como esse tornam mais rico o exercício pleno da cultura institucional, pois mostram que numa democracia a lei tem de valer para todos, como vem pregando o governador Flávio Dino, que, até prova em contrário, anda rigorosamente dentro das regras.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton e Brandão medem força com declarações de apoio de aliados

Carlos Brandão e Weverton Rocha medem força entre aliados

O senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão têm protagonizado uma interessante medição de força. Nas duas semanas anteriores, Carlos Brandão inflou seu cacife fazendo incursões estado a dentro, atuando como representante do governador Flávio Dino em diversos municípios. Além disso, diversos secretários, destacadamente Clayton Noleto (Infraestrutura) e Rogério Cafeteira (Esportes), encamparam o projeto de candidatura do tucano, parecendo a revelação de uma tendência dentro do Governo, situação que culminou com a declaração do ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), de apoio incondicional ao futuro governador. A reação não demorou, e o senador não deixou barato. Primeiro divulgou um vídeo em que declara o alinhamento dele e da bancada federal com o governador Flávio Dino, que reconhece o empenho do aliado. E ontem, veio reforço duplo: primeiro com nova entrevista da senadora Eliziane Gama (Cidadania) reafirmando apoio ao seu projeto de candidatura. E, para fechar, um forte contraponto à declaração de Cleomar Tema de apoio a Carlos Brandão, um discurso do atual prefeito de Tuntum, Fernando Pessoa (Solidariedade) à pré-candidatura do senador pedetista.

E que ninguém se iluda, vai continuar assim até o governador Flávio Dino bater o martelo.

 

Declarações de José Reinaldo são para interpretar e não para rebater

José Reinaldo: conhecido por prognósticos certeiros

Partidários do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) precisam dar mais atenção ao que diz, aqui e ali, o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB), aliado do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), sobre a corrida ao Palácio dos Leões. Político de larga visão, o ex-governador é conhecido na seara política como um prognosticador certeiro. Um exemplo: em 1994, na tensa disputa que teve de um lado a deputada federal Roseana Sarney e do outro o – para muitos imbatível – senador Epitácio Cafeteira, que liderava as pesquisas as pesquisas do Ibope, ele afirmou categoricamente, em entrevista concedida semanas antes da eleição, que seria um páreo difícil, mas que ela seria eleita. As declarações de José Reinaldo irritaram profundamente o senador Epitácio Cafeteira, que reagiu apelidando-o de “Mãe Diná”, uma conhecida “vidente” da época. Não deu outra, Roseana Sarney virou o jogo e venceu a eleição com vantagem de 18 mil votos. Desde então, José Reinaldo acertou a maioria dos prognósticos eleitorais que fez, incluindo a histórica vitória de Jackson Lago (PDT) sobre Roseana Sarney em 2006, que ele comandou do Palácio dos Leões. Ou seja, suas palavras devem ser ouvidas com atenção e avaliadas com cuidado.

São Luís, 25 de Maio de 2021.

Dino se prepara para comandar o processo de escolha do candidato da sua aliança ao Governo

 

Flávio Dino vai iniciar consultas para escolher entre Carlos Brandão e Weverton Rocha para sua sucessão

O dia 31 deste mês, daqui a uma semana, portanto, será decisivo para o processo político que culminará com a definição do candidato da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) ao Governo do Estado. Nessa data, o governador se reunirá com as lideranças partidárias para avaliar o cenário que começa a ser desenhado para as eleições de 2022, devendo confirmar seu projeto de disputar o Senado e, principalmente, iniciar as tratativas que definirão os destinos das pré-candidaturas do senador Weverton Rocha (PDT) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) à sua sucessão. Em entrevista ao Jornal Pequeno, publicada ontem, o secretário de Articulação Política, Rubens Jr., previu que o martelo sobre candidatura ao Governo poderá ser batido em Outubro, um ano antes da corrida às urnas. O secretário avisou que o Flávio Dino vai coordenar o processo, usará critérios – como pesquisas e experiência administrativa, por exemplo – para avaliar os projetos de candidatura, buscará o consenso em torno de um nome, mas deixou claro que o governador terá a palavra final.

Após meses de movimentação, período em que a tensão aumentou entre as duas correntes, com aliados do senador dispararem carga pesada contra o vice-governador, e vice-versa, sem, no entanto, causar danos na base política e partidária do Governo, o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão vêm dando demonstrações de que caminham para o entendimento sobre uma situação crucial: o escolhido terá o apoio do não escolhido. Episódio recente na seara política de São Luís revelou a dificuldades para montar uma chapa da aliança liderada por Weverton Rocha com o apoio de Carlos Brandão, ou de Brandão com o apoio de Weverton. Há, porém, sinais de que, por mais difícil que possa parecer, o senador e o vice-governador ainda mantêm espaço para dialogar, principalmente com a mediação do governador Flávio Dino, como aconteceu segunda-feira passada, em ato de entrega de cestas básicas no Palácio dos Leões, onde ambos trocaram figurinhas em clima descontraído.

À medida que se aproxima a primeira reunião do governador Flávio Dino com líderes partidários, os dois pré-candidatos se movimentam para mostrar musculatura política, mas evitando entrar em confronto. O senador Weverton Rocha tem usado redes sociais, programas de rádio e ocupado espaços na TV aberta para mostrar suas ações como congressistas, incluindo vídeos promocionais ao lado do governador Flávio Dino. Sem a estrutura do senador, o vice-governador jogão peso da sua força dentro do governo para mostrar suas ações percorrendo o estado como representante do governador, recebendo apoio declarado de secretários de Estado e cumprindo agenda cheia com prefeitos, vereadores, deputados estaduais e deputados federais. A tendência é que os dois mantenham suas estratégias, de modo a ganhar o apoio da maioria dos partidos.

Na perspectiva do secretário Rubens Jr., o nome a ser escolhido pelo governador Flávio Dino será naturalmente favorito na corrida aos Leões. Ele teve o cuidado de não apontar qual dos dois tem mais chance de chegar. Mas dentro do Governo, o vice-governador Carlos Brandão começa a ganhar musculatura sendo apoiado abertamente por vários secretários de Estado, deputados estaduais e aliados, como o ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB) e da deputada Daniella Tema (DEM), para citar um exemplo. Por sua vez, o senador Weverton Rocha reforça seu cacife com manifestações de prefeitos, deputados federais e deputados estaduais, a exemplo do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e da Câmara Municipal de São Luís, Osmar Filho (PDT).

Em Tempo: O presidente estadual do Solidariedade, Simplício Araújo, que é 1º suplente de deputado federal e exerce atualmente o cargo de secretário de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo, examina lançar sua candidatura ao Governo do Estado, por entender que há espaço para ela na aliança liderada pelo governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bolsonaristas reclamam de multa ao presidente por desrespeito a decreto estadual

Jair Bolsonaro não tem como fugir da multa que recebeu no Maranhão

Bolsonaristas desavisados criticam a multa aplicada pelas autoridades sanitárias do estado contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por haver ele ignorado a máscara e promover aglomerações durante sua passagem pelo Maranhão, na semana passada. Tentam passar a ideia de que o presidente da República é imune ao novo coronavírus, como receptor e transmissor, e isento do respeito às regras de comportamento e postura vigentes nas três instâncias da Federação, como o decreto estadual que obriga ao uso de máscara em situações como a que ele protagonizou em Açailândia. Não é, e vai ter de se explicar na Justiça na tentativa de se livrar da multa – que pode varias de R$ 300 a R$ 2 mil – lavrada pelas autoridades sanitárias maranhenses. O decreto ????? não exclui ninguém da obrigação do uso de máscara e da proibição de promover aglomeração. Antes de ser uma “afronta”, como pregam seus partidários, a multa é uma medida exemplar, que um presidente democrata e ciente do seu papel institucional, deveria respeitar e até agradecer como exemplo.

 

Braide só se manifestará sobre sucessão estadual no ano que vem

Eduardo Braide: nada de tema eleitoral por enquanto

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), estas decidido a não se manifestar sobre eleições durante este ano. Com os desafios iniciais da sua gestão e com as ações de combate à pandemia na Capital, ele prefere deixar o tema para o ano que vem, de preferência depois do Carnaval, se houver. Até lá, a vacinação já poderá ter avançado o suficiente para deixa-o mais à vontade para sentar com aliados e definir posições. Até o momento, Eduardo Braide não emitiu qualquer sinal indicativo de como se posicionará na corrida ao Governo do Estado. Partidários do senador Weverton Rocha apostam que ele poderá ter o apoio do prefeito, cuja candidatura apoiou no segundo turno. Só que partidários do vice-governador Carlos Brandão lembram que, mesmo tendo apoiado a Duarte Jr. (Republicanos), que era do seu partido, Eduardo Braide teve o apoio do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB) nos dois turnos, o que o credencia para ser uma ponte entre o prefeito e o vice-governador. Político hábil e que sabe onde pisa, o prefeito de São Luís só vai se comprometer com o candidato certo e na hora certa.

São Luís, 24 de Maio de 2021.

Agressão de Bolsonaro e reação de Dino mostram o abismo que separa o presidente do governador

 

Flávio Dino e Jair Bolsonaro: diferenças profundas

Jair Bolsonaro (sem partido), em live na noite de Quinta-Feira (20) – Vi o vídeo que o senador lá de Rondônia Marcos Rogério colocou, onde vários governadores entre eles o próprio filho do Renan [Calheiros]; o outro filho do Jader [Barbalho], do Pará – o do Renan é de Alagoas; o comunistão, o comunista gordo – só no Brasil, né –, o comunista gordo Flávio Dino falou da cloroquina”.

Flávio Dino (PCdoB) ontem, em resposta no twitter – Bolsonaro anda preocupado com o meu peso, algo bem estranho e dispensável. Tenho ótima saúde física e mental. E estou ocupado com vacinas, pessoas doentes, medidas sociais, coisas sérias. Trabalho muito. Não tenho tempo para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público.

As duas falas – a de ataque feita em live e a de reação feita em texto no twitter – traduzem fielmente os seus autores, presidente da República e o governador do Maranhão, mostrando a diferença abismal que os separa. O presidente exibindo o tamanho da sua agressividade pela via de um humor de beira de estrada, postura absolutamente inadequada ao chefe de Estado de um País das dimensões e da importância do Brasil. O governador, por seu turno, mostrando-se como é: um político educado, civilizado, preparado e culturalmente elevado, e reagindo em nível absolutamente adequado ao chefe de um Estado com forte tradição cultural como é o Maranhão. Não há como ignorar o que os distancia, de vez que os dois têm origens e formações bem diferentes: a do presidente foi forjada na cozinha da caserna em Agulhas Negras, onde chegou a tenente, e a do governador, adquirida no Colégio Maristas e na Faculdade de Direito da UFMA, que o fez juiz federal aprovado em1º lugar.

O presidente Jair Bolsonaro é um político identificado apenas como de extrema-direita, mas sem um lastro ideológico nem doutrina partidária, o que faz dele um militante sem um discurso programático. Ganhou suporte eleitoral desprezando todos os pilares da democracia e defendendo bandeiras autoritárias, típicas de um político que, se tivesse condições, daria um golpe e instalaria uma ditadura feroz no Brasil, com censura e tortura. E como sabe que não conta com as Forças Armadas para tornar seu sonho realidade, estimula o armamentismo, provavelmente apostando que a facilidade faça surgir no País uma milícia popular para lhe dar sustentação. Isso ficou muito claro na inacreditável reunião ministerial, durante a qual se falou também em prender ministros do Supremo Tribunal Federal e em aproveitar o momento para “passar a boiada” e afrouxar as regras ambientais brasileiras, estimulando atos antidemocráticos, a violência pelo uso de armas, e a grilagem e o desmatamento na Amazônia, deixando o mundo perplexo.

No contraponto, o governador do Maranhão prega a democracia, defende as instituições executivas, legislativas e judiciárias, as liberdades individuais, a liberdade de expressão e todas as garantias para que o Brasil seja um país democrático, que suporte, sem risco de crises institucionais, governos de esquerda, centro e direita, como acontece nas maiores democracias do planeta, a exemplo da França. Para o governador maranhense, o foco de um governo sério é incentivar o crescimento econômico, desde que os ganhos desse crescimento sejam investidos em programas de combate à pobreza e na melhoria permanente do nível educacional dos maranhenses – a Rede de Saúde, mais de mil Escolas Dignas, os 50 Iemas e mais de 40 restaurantes populares são exemplos dessa visão política.

A avassaladora chegada do novo coronavírus no Brasil serviu para tornar mais evidentes as diferenças que separam Jair Bolsonaro de Flávio Dino.

O presidente da República, inspirando-se no seu colega norte-americano Donald Trump, pregou o negacionismo, se posicionou agressivamente contra as medidas de distanciamento social, defendeu o uso da cloroquina e gastou milhões para produzir o remédio, contra a orientação da OMS; atrapalhou ostensivamente a compra de vacinas; isso sem contar o total desrespeito ao uso de máscara e de aglomerar agressivamente. Na sanha negacionista, demitiu dois ministros da Saúde que ousaram ignorar suas perigosas orientações e seguir a ciência, e instalou no Ministério da Saúde um general cuja gestão resultou num desastre monumental. Resultado: o país caminha para meio milhão de mortos.

O governador do Maranhão assumiu as rédeas da luta contra a pandemia. Criou um gabinete científico e canalizou todos os recursos ao seu alcance para combater o coronavírus. Montou uma surpreendente rede hospitalar, adotou o lockdown, suspendendo as atividades econômicas, escolares e culturais; brigou sério por respiradores, estimulou a formação de consórcios entre estados para comprar medicamentos e materiais necessários ao trabalho nos hospitais, e não permitiu que orientações nocivas interferissem na estratégia maranhense de enfrentamento da pandemia. O resultado: com mais de sete milhões de habitantes, o Maranhão é o estado com o menor número de mortos. Não houve mágica, mas muito trabalho, com reconhecimento dentro e fora do estado.

Como se vê, o presidente Jair Bolsonaro é um mau exemplo político, enquanto o governador Flávio Dino é uma referência da excelência política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bolsonaro não lançou Roberto Rocha sem candidato no Maranhão

Roberto Rocha e Jair Bolsonaro: alinhados, mas sem ainda definição partidária

O senador Roberto Rocha (sem partido) participou entusiasticamente da passagem do presidente Jair Bolsonaro pelo Maranhão. Ciceroneou o presidente, esteve sempre ao seu lado, fazendo questão de mostrar que ele é o “cara” do bolsonarismo no estado, não dando espaço para outros bolsonaristas de proa, como os deputados Aluísio Mendes (PSC), o Edilázio Jr. (PSD) e Pastor Gildenemyr (PL). Mesmo prestigiado pelo presidente, de quem é amigo, Roberto Rocha não foi ungido líder inconteste do bolsonarismo no Maranhão. Alguns partidários de Roberto Rocha esperavam que o presidente Jair Bolsonaro o lançasse como seu candidato ao Governo do Estado, reforçando o projeto do senador. Pode ser que tenha sido para lançá-lo em outro momento, quando os dois já tiverem resolvido seus destinos partidários. Pois é sabido que o senador Roberto Rocha saiu do PSDB para se filiar ao partido que vier a ser escolhido pelo presidente da República para tentar a reeleição. A definição acontecerá até Setembro, mas há quem diga que definição partidária do presidente acontecerá bem antes.

 

Pedro Lucas Fernandes foi uma boa escolha para coordenar a bancada federal

Pedro Lucas Fernandes

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PSL) é o novo coordenador da bancada do Maranhão no Congresso Nacional. Foi eleito por unanimidade, tendo como subcoordenador o deputado federal Edilázio Jr. (PSD). Sua eleição foi o reconhecimento da sua atuação parlamentar e do seu empenho na garimpagem de recursos federais para os municípios quando liderou a bancada do PTB. Mas a saída da legenda trabalhista, que por orientação do presidente nacional Roberto Jefferson se tornou um dos principais pilares partidários do Governo de Jair Bolsonaro, não tirou o parlamentar da região ministerial. Agora chefe do PSL no Maranhão, Pedro Lucas Fernandes poderá manter seu trânsito no Governo. Primeiro pela sua atuação, e segundo pelo viés partidário. Explica-se: saído das urnas de 2018 como um dos maiores partidos do País, o PSL atualmente é hoje uma agremiação dividida em três correntes. Uma segue o fundador e presidente da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PE). Uma segunda corrente fica no meio do campo subindo e descendo do muro. E uma terceira, liderada pelo filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, que permanece alinhada ao Palácio do Planalto. Inteligente, Pedro Lucas Fernandes transita nas três correntes, o que lhe facilita a vida nos contatos com a Esplanada dos Ministérios, o que pode ajudar bastante na briga dos deputados e senadores pela liberação das suas emendas e dos seus pleitos. Ter o deputado Edilázio Jr. como subcoordenador é uma boa vantagem, uma vez que o parlamentar do PSD é bolsonarista roxo e, dizem, tem bom trânsito no Governo.

São Luís, 22 de Maio de 2021.

A voz maranhense na CPI da Covid, Eliziane faz a diferença com atuação forte e coerente

 

Eliziane Gama foi dura, mas coerente, nos questionamentos a Eduardo Pazuello

Senadora Eliziane Gama – Ministro, o senhor leva a sério o que o presidente da República fala nas redes sociais?

Ex-ministro Eduardo Pazuello – Eu só levo à sério quando as coisas são tratadas pessoalmente comigo, como ministro. Agora, as posições do presidente nas redes sociais, as posições de Twitter, aquilo é a figura política dele. Dali eu não extraio ordens e determinações para nada. 

Eliziane Gama – Ou seja, o senhor não leva à sério. 

Eduardo Pazuello – O termo não é ‘levar à sério’, eu não falei isso. Eu falei que dali eu não extraio ordens.

Eliziane Gama – Porque, ministro, com todo respeito ao senhor, mas a sensação que eu tenho é que parece que o senhor está meio que brincando com a cara da gente na CPI. O senhor já mentiu demais nessa comissão, ministro, mas muito mesmo!

O bate-volta acima, travado ontem na CPI da Covid, pela senadora Eliziane Gama (Cidadania) com o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, investigado pela Comissão sob a suspeita de ter feito uma gestão desastrosa no Ministério da Saúde no período mais crítico da pandemia do novo coronavírus no Brasil. O momento, um dos mais tensos e reveladores da sessão, consolidou dois vieses da senadora na CPI da Covid, mesmo não sendo ela membro do colegiado: a mais ativa integrante da chamada “bancada feminina” e a voz ativa do Maranhão no processo até aqui. Essas posições, conquistadas devido à participação firme, com questionamentos coerentes e bem fundamentados, dão à senadora estatura parlamentar diferenciada em relação aos outros senadores maranhenses, Weverton Rocha (PDT) e Roberto Rocha (sem partido), que não demonstraram maior interesse pela CPI da Covid – vale lembrar que eles não são obrigados a participar.

Quando afirmou ontem que o ex-ministro da Saúde mentia à Comissão, Eliziane Gama apresentou provas documentais para sustentar sua afirmação. O caso da vacina Coronavac é ilustrativo da coerência das suas intervenções. No depoimento, o ex-ministro mentiu quando declarou que não manifestou interesse na compra daquela vacina: “Quando o ministro fala sobre não ter manifestado intenção para compra da Coronavac, (…), está aqui uma documentação feita pelo próprio Ministério da Saúde que manifesta interesse pela Coronavac. O presidente fala no dia seguinte que não vai comprar coisa nenhuma, porque é da China, e o ministro fala ‘O presidente manda e eu obedeço`”. O ministro ficou sem argumentos para contradizê-la.

Diante da postura nada correta de Eduardo Pazuello, que é general da ativa e ostenta três estrelas, o penúltimo degrau da carreira no Exército brasileiro, Eliziane Gama reagiu indignada e foi dura, incisiva, a ponto de o presidente da CPI, senador amazonense Omar Aziz (PSD) – que sempre passa a impressão de que está fazendo jogo duplo – tentar cerceá-la, afirmando que ela estava sendo “muito agressiva”. Com os pés no chão e com a segurança de quem sabe quando não dá para remar contra a maré, a senadora se conteve, deixando, porém, a marca da sua participação efetiva. Suas intervenções já produziram expressiva contribuição para o relatório final da investigação sobre os desmandos, erros e omissões na desastrada condução da luta contra a pandemia do novo coronavírus no País. Ao contrário dos seus dois colegas da bancada maranhense.

Embora muitos possam erroneamente supor, a senadora Eliziane Gama não é neófita em manteria de CPI. Durante os dois mandatos de deputada estadual, ela comandou uma CPI sobre a indústria da prostituição de menores no Maranhão, e ao longo do mandato de deputada federal, ela participou da rumorosa CPI da Petrobrás. Essas participações deram à senadora maranhense um lastro de experiência diferenciado em relação a boa parte dos senadores, que estão ali pela primeira vez, ou exerceram outros mandatos, mas sem vivenciarem experiência parecida. E é exatamente por saber o que está fazendo na instância mais alta do parlamento brasileiro que ela se distancia de boa parte dos seus colegas de Senado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino critica postura de Bolsonaro na pandemia, com base em revelações de Pazuello

Flávio Dino críticas a Jair Bolsonaro

“Se o presidente da República não se reuniu com o seu ministro da Saúde no auge da pandemia, se nada orientou, nada sabia e nada decidiu, o que ele é? Um NADA?”

A indagação, em tom enfático, foi feita ontem pelo governador Flávio Dino (PCdoB) nas suas redes sociais após o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello na CPI da Covid. De fato, de tão preocupado em blindar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o peso da responsabilidade pelos erros, equívocos e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o ex-ministro da Saúde acabou por confirmar a impressão de milhões de brasileiros: o presidente da República é um zero à esquerda em matéria de gestão. Não sabia de nada, não ordenou nada, não negou nada nem conversou com o ministro da Saúde com a frequência necessária. Ou seja, um presidente alheio à gravidade da situação, preocupado apenas em criar artimanhas para atropelar governadores. A indagação do governador do Maranhão faz todo sentido.

 

Aluísio Mendes avisa que vai turbinar o PSC no Maranhão

Aluísio Mendes quer turbinar o PSC em 2022

Mesmo diante da bombástica cassação do prefeito de Rosário, Calvet Filho, e sua vice Cláudia Anceles (PT), representando uma forte perda, o deputado federal Aluísio Mendes, que preside o PSC no Maranhão, iniciou ontem mesmo uma grande ofensiva no sentido de turbinar o braço maranhense do partido para as próximas eleições, das quais pretende sair fortalecido. Além de aumentar o seu cacife político e partidário, o parlamentar quer também contribuir para livrar a legenda da enorme mancha que turvou sua imagem com o que aconteceu no Rio de Janeiro. Ali, sua maior estrela, Wilson Witzel, eleito governador do Rio de Janeiro em turno único, na esteira do bolsonarismo, chegando a dar passos para ser candidato a presidente da República, acabou cassado por corrupção, no maior vexame da história recente do País. Ali também, o presidente nacional do partido, pastor Everaldo Pereira, acabou preso pelo mesmo motivo.

Atualmente com um deputado federal – o próprio Aluísio Mendes -, sete prefeitos, três vices e 93 vereadores o partido está consolidado entre um dos maiores do Maranhão. E deve crescer ainda mais com a esperada filiação de sete novos prefeitos, o que aumentará expressivamente o seu cacife. Para 2022, a perspectiva é eleger dois deputados federais e pelo menos um deputado estadual.

Policial federal, assessor do ex-presidente José Sarney (MDB), responsável pela implantação de serviços como o Grupo de Operações Especiais e do Grupo Tático Aéreo da Polícia Militar, foi secretário de Segurança Pública no último Governo de Roseana Sarney, do qual se afastou em 2014 para ser candidato a deputado federal, tendo sido eleito e reeleito em 2018. Esteve no PRTB, no Avante e no Podemos, passando o comando para o então deputado federal Eduardo Braide, a quem apoiou na corrida à Prefeitura. Ingressou no PSC e hoje é nome de peso no comando nacional do partido. Deve atuar como aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Maranhão.

São Luís, 20 de Maio de 2021.