Arquivos mensais: fevereiro 2017

Flávio Dino e Roseana Sarney começam a definir suas plataformas para a campanha do ano que vem pelo Palácio dos Leões

 

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Flávio Dino e Roseana Sarney: candidatos cacifes diferentes na disputa pelo Governo do Estado nas eleições gerais do ano que vem

Todos os sinais emitidos até aqui indicam que o Palácio dos Leões deve ser mesmo disputado no ano que vem pelo governador Flávio Dino (PCdoB) – que deve ganhar o direito a tentar a reeleição – e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Cada um a seu modo, os dois estão em campanha aberta, ele com um projeto assumido, consistente e arrojado; ela por vias mais discretas, não muito explícitas, bem ao seu estilo quando opera para criar expectativa. Os dois, porém – ela muito mais do que ele – dependem da evolução do cenário nacional para tomar as decisões essenciais cruciais, como alianças, composição de chapa, etc., que via de regra são condicionadas aos quadros que se montam a partir dos acordos que são tramados e selados em Brasília. Nesse contexto, Flávio Dino tem uma margem de ação mais reduzida, que está diretamente relacionada com a movimentação do PT e a candidatura do ex-presidente Lula da Silva, que mobilizará a esquerda; Roseana Sarney vai se movimentar de acordo com os passos do PMDB, que poderá tentar a reeleição do presidente Michel Temer ou amarrar um acordão com uma chapa liderada por um tucano. Dificilmente as definições para a disputa do Governo do Estado se darão fora dessas duas equações, embora haja uma terceira via sendo desenhada pelo senador Roberto Rocha (PSB), mas ela ainda não ganhou nem cara de embrião.

Político que mescla sua atuação com sólidos fundamentos ideológicos à esquerda e uma forte e indispensável dose de pragmatismo, o governador Flávio Dino depende da movimentação das esquerdas, estas ainda capitaneadas pelo PT, e da definição do ex-presidente Lula para poder traçar sua rota de ação em busca da reeleição em 2018. Politicamente bem articulado, Flávio Dino já deixou bem claro que não se deixou nem se deixará seduzir por uma aventura nacional neste momento, como candidato a vice ou mesmo a presidente, como querem alguns. Já tem consolidada a avaliação de que seu caminho é renovar o mandato e dar continuidade ao seu projeto de governo, de modo a chegar a 2022 com um programa de campanha melhor definido.

Se as coisas continuarem evoluindo como estão no Maranhão, o governador chegará à corrida do ano que vem embalado por três motores que ganharam forma e visibilidade nos dois primeiros anos de governo. O primeiro é uma gestão eficiente, com programas de ação voltados em grande parte para o cidadão, substituindo parcialmente a velha cultura do obrismo faraônico; uma situação fiscal, invejável se comparada com a de outros estados, que garante honrar as contas mensais e ainda fazer investimentos. O segundo é que, a menos que mude radicalmente, Flávio Dino comanda um Governo correto do ponto de vista ético, não eclodindo até aqui qualquer evidência de malfeito criminoso com dinheiro público. E o terceiro é que o governador do Maranhão continua tão bem avaliado quanto nos primeiros momentos, tanto que a pesquisa mais recente lhe deu mais de 60% de aprovação.

No campo político, Flávio Dino não fugiu à regra. Sem alterar o seu plano de ação nem fazer grandes concessões, vem ampliando a base de sustentação do seu Governo. Conta mais de 30 dos 42 deputados estaduais e com mais de 160 dos 217 prefeitos, entre eles os da maioria dos grandes municípios: São Luís, Timon, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, entre outros, o que lhe dá posição confortável, apesar de não contar com a maioria dos deputados federais nem com nenhum dos três senadores. É hoje um dos mais respeitados líderes da esquerda brasileira, visto com respeito também pelos setores do centro e até por alguns segmentos da direta moderada.

Com essas credenciais, o governador não enfrenta qualquer dificuldade para viabilizar seu projeto de reeleição, devendo entrar na corrida como favorito, e com chances reais de renovar o mandato. E com um detalhe mais: não depende do desempenho do Governo federal para se fortalecer.

Roseana Sarney não é um adversário qualquer, embora esteja entrando na disputa sem o seu clássico instrumento de poder: o comando do Governo do Estado. Com um histórico de mais de 13 anos no comando, a ex-governadora criou laços fortes com alguns segmentos, o que lhe dá lastro para entrar na corrida bem situada. Suas gestões são hoje cantadas e decantadas por grandes obras estruturantes – estradas, avenidas e viadutos em São Luís, e programas sociais importantes – o Primeiro Emprego, por exemplo -, e uma inegável evolução no Turismo – principalmente nos primeiros mandatos  – e numa valorização forte da cultura popular. Ao mesmo tempo, é reconhecida a sua preocupação fiscal, com o equilíbrio das contas e com seguidas negociações para diminuir o peso da dívida na receita do Estado, tendo obtido bons resultados. Entregou para o atual governador um Estado com um quadro fiscal equilibrado, uma situação financeira equilibrada e um crédito de quase R$ bilhões no BNDES. Por outro lado, pesam graves questionamentos sobre os custos e os resultados do mais arrojado, polêmico e nebulosos programa do seu Governo, o bilionário Saúde é Vida, o maio programa de saúde que se tem notícia na região, mas que se revelou inócuo na rede hospitalar básica, salvando-se os hospitais macrorregionais que estão sendo implantados pelo atual Governo.

Politicamente, Roseana Sarney domina completamente o seu grupo partidário, cujo núcleo básico é formado por PMDB e PV – acaba de perder o PTB, que está migrando para a base de Flávio Dino -, mas pode ganhar o PDSB, que deve romper com o governador e firmar aliança com o PMDB – e vai para onde ela decidir. A ex-governadora, porém, sabe que sua candidatura só decolará com chances se o PMDB estiver bem no plano nacional e com possibilidade de se manter no poder. Sabe também que enfrentará Lula como adversário e aliado de Flávio Dino, reforçando o discurso que apontará como quem traiu a aliança com o PT, o que será muito difícil de rebater.

O fato é que os dois estão se preparando, cada um com os seus trunfos, com a sua dinâmica e as suas credenciais.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Roberto Rocha se movimenta para construir uma terceira via
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Roberto Rocha: tentando construir a terceira via

A corrida ao Governo do Maranhão no ano que vem pode ter uma terceira via, esta encarnada pelo senador Roberto Rocha, hoje no PSB. Rocha tem clara pretensão governamental e se movimenta emitindo todos os sinais de que é pré-candidato. Movimentos recentes nos bastidores partidários, no entanto, jogaram dúvidas sobre esse projeto. Roberto Rocha parece não se sentir confortável no PSB, onde controla o Diretório de São Luís e mede força com o ex-governador e atualmente deputado federal José Reinaldo Tavares, candidato a senador, e que comanda o Diretório estadual socialista. Os dois pensarem deixar o PSB, mas coincidiu que o destino migratório seria o PSDB, que também passa por um momento de indefinição. José Reinaldo decidiu permanecer no partido, com a garantir de que terá o controle total do partido. Roberto Rocha, por seu turno, tenta ganhar o comando do PSDB no Maranhão, mas enfrenta a resistência, de um lado, do atual presidente, o vice-governador Carlos Brandão, que por sua vez tenta resistir às investidas do ex-prefeito de Imperatriz e tucano de proa Sebastião Madeira, que pretende disputar o Senado e alinhava a candidatura do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva PSDB, ao Governo do Estado, inicialmente à sua revelia. Tal emaranhado partidário dificulta o projeto de Roberto Rocha, que não pretende ficar à margem da briga pelo voto em 2018 de preferência como candidato a governador. Usado e disposto a chegar onde programou, Roberto Rocha terá de resolver o seu futuro partidário o quanto antes, para que possa armar a estratégia de entrar na briga pelo Palácio dos Leões.

Esquerda radical deve lançar seus candidatos

A corrida para o Palácio dos leões no ano que vem deverá contar, mais uma vez, com representantes da chamada esquerda radical. Se não der uma guinada na direção da esquerda moderada, aliando-se ao PT em torno da candidatura do ex-presidente Lula, o PSOL deverá lançar candidato próprio ao Governo do Estado, que pode ser o advogado Raimundo Prazeres, que saiu-se bem em 2014. O PSTU – que só existe no Maranhão devido à obstinação ideológica do eletricista Marcos Silva e os membros da família Durans – deve lançá-lo outra vez ou a professora  Cláudia Durans. E o PCB é uma incógnita que só se revela às vésperas das convenções, o que só ocorrerá em junho do ano que vem.

 

São Luís, 6 de Fevereiro de 2017.

 

 

 

 

Candidato irreversível ao Senado, José Reinaldo avisa que fica no PSB e vai comandar o partido no Maranhão

 

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José Reinaldo vai comandar o PSB no Maranhão

O deputado federal José Reinaldo Tavares bateu martelo: vai permanecer no PSB e disputar uma das vagas no Senado pelo partido. E com um dado a mais: vai comandar o partido no Maranhão. Com a decisão, o braço maranhense do partido recriado pelo legendário líder pernambucano Miguel Arraes e consolidado pelo seu neto Eduardo Campos ganha finalmente um norte depois de arrastar-se por anos, fragilizado por inconciliáveis conflitos internos, tendo o próprio ex-governador de um lado e o hoje senador Roberto Rocha de outro, somando-se ainda o deputado estadual Bira do Pindaré no epicentro e em guerra aberta contra o segundo. O PSB do Maranhão hoje está dividido em relação ao governador Flávio Dino, que tem José Reinaldo e Bira do Pindaré como aliados, Roberto Rocha como adversário e a deputada federal Luana Alves – que assumiu na vaga aberta com a morte do ex-governador e deputado federal João Castelo – distante do Palácio dos Leões. Os 13 prefeitos que elegeu no ano passado, entre eles Luciano Leitoa (Timon), que oficialmente preside o partido, não formam um corpo partidário sólido, o que faz do PSB maranhenses um partido desfigurado e sem identidade.

Se, de fato, o PSB vier a ser comandado pelo ex-ministro, ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo, o partido terá, finalmente, uma identidade, uma linha de ação, que lhe permitirá ampliar o seu espaço na política do Maranhão. Político refreado enquanto pertenceu ao PMDB e ao Grupo Sarney, onde foi inibido pelo domínio absoluto e avassalador de Roseana Sarney, José Reinaldo se agigantou, mostrando coragem pessoal e personalidade política quando rompeu com o grupo em 2003 e comandou o movimento que resultou na histórica eleição de Jackson Lago em 2006. Foi também decisivo no movimento que levou Flávio Dino ao poder em 2014. Dentro do PSB, porém, José Reinaldo sofreu vários entraves e travou embates. Vinha examinando a possibilidade de deixar o partido para ingressar no PSDB, mas decidiu permanecer onde está depois de obter na direção nacional a garantia de que terá o controle do partido no Maranhão, o que será facilitado pela provável migração do senador Roberto Rocha para o PSDB.

Fundado no início dos anos 80 por um grupo formado por Guilherme Freire, Valdelino Cécio, Rossini Corrêa, entre outros – o autor da Coluna assinou o livro de fundação do partido -, o PSB bolou de mão e mão, foi meio de ação de figuras exponenciais da esquerda maranhense, como José Carlos Sabóia, foi “assaltado” por oportunistas e chegou ao extremo de ser comandado pelo “neosocialista” Ricardo Murad, que o usou para fazer de conta que estava rompido com o Grupo Sarney, mas passou-o em frente quando voltou aos braços da locomotiva sarneysista se acomodando no PMDB. O PSB viveu um período de relativa paz sob o comando do respeitado advogado José Antonio Almeida, mas voltou aos conflitos quando o então deputado federal Roberto Rocha promoveu um racha, ficando com o controle do partido em São Luís, ficando José Reinaldo e José Antônio controlando o Diretório estadual, vivendo as duas alas em conflito permanente.

Candidato assumido e irreversível a senador, projeto que foi atropelado duas vezes (2010 e 2014) por divergências dentro do partido, José Reinaldo Tavares reúne todas as condições de transformar o PSB num partido forte, com a participação dos deputados estaduais Bira do Pindaré, Edson Araújo e Rogério Cafeteira – que está com um pé no PDT. O ex-governador poderá reforçar a agremiação com o vice-governador Carlos Brandão, caso ele deixe o PSDB, o que fatalmente acontecerá se a direção nacional decidir entregar o comando do ninho dos tucanos maranhenses ao ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, como, ao que tudo indica, está sendo desenhado em Brasília.

O fato é que uma mudança de orientação no PSB poderá soltar as amarras do partido e animar o quadro pré-eleitoral do Maranhão. Político de peso e focado num projeto para o qual dispõe das credenciais necessárias, José Reinaldo poderá levar o PSB a um patamar elevado nas eleições do ano que vem.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Especial

Governo inaugura um Caic e um Iema em São José de Ribamar
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Luis Fernando Silva, Flávio Dino e Jonathan Almada no laboratório do Iema

Educação de qualidade e novas oportunidades serão ofertadas pelo Governo do Maranhão aos estudantes de São José de Ribamar, a partir da entrega da primeira Unidade Plena do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia (Iema) e do Centro de Educação Integral Cidade de São José de Ribamar (Caic), inaugurados nesta quinta-feira (23), pelo governador Flávio Dino (PCdoB), ao lado do prefeito Luis Fernando Silva (PSDB). As inaugurações fazem parte do projeto de reestruturação da Rede Estadual de Ensino. As unidades reforçam a estrutura escolar da Cidade do Padroeiro, que já conta com duas escolas de tempo integral, o que a torna um polo educacional importante no Maranhão.

– Estamos mostrando que a gestão parceira surte resultados e que o Brasil tem jeito. Aqui no Maranhão caminhamos para grandes conquistas, a partir de um esforço coletivo e pelo bem da população. Essas inaugurações são muito especiais – destacou o governador Flávio Dino, com visível empolgação. Com o Iema Ribamar, somam cinco as unidades plenas entregues pelo Governo aos municípios de Bacabeira, Axixá, Coroatá e São Luís.

Por isso, também nesta quinta-feira (23), o governador Flávio Dino entregou, totalmente reformado e equipado, o novo prédio do Caic, que já tem 20 anos de funcionamento. “É um grande orgulho entregar mais uma escola que estava em uma situação degradante e, que, agora, se torna uma escola digna para a comunidade”, enfatizou o secretário de Estado de Educação (Seduc), Felipe Camarão, destacando o investimento que o Governo tem feito na recuperação física das unidades escolares.

Para o prefeito do município, Luís Fernando Silva, que construiu as duas escolas de tempo integral de São José de Ribamar na sua gestão passada, as inaugurações consolidam os esforços para melhorar a qualidade do ensino na região. “É mais uma escola em tempo integral que nasce na cidade, agora com ensino médio e soma ao pioneirismo que tivemos em implantar esta modalidade no município. Parabenizo o governador pelo compromisso e pela parceria com a nossa cidade”, ressaltou.

IEMA – A Unidade Plena do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), com sede na Estrada de Panaquatira, Lote 01, bairro Mutirão, conta com 10 salas de aula, dois laboratórios, cozinha, refeitório, quadra poliesportiva com área urbanizada, auditório com instalação acústica, ginásio e laboratórios adequados e tem capacidade para 450 alunos em tempo integral. O prédio foi todo refrigerado e adaptado para receber pessoas com deficiência. O auditório tem capacidade para 200 pessoas. Na grade curricular serão ofertados cursos técnicos de Agricultura Orgânica, Guia de Turismo, Eletromecânica e Informática (Manutenção de Redes).

“A inauguração de mais essa unidade do Iema só reforça o compromisso do governador Flávio Dino com a implantação do ensino em tempo integral e profissionalizante. Estamos felizes em poder consolidar esse importante projeto”, destacou o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Jonathan Almada.

A jovem Nívea Ribeiro não conteve a satisfação com as melhorias no prédio. Para ela, um ganho imensurável na educação dos ribamarenses. “Levei um susto quando vi a nova estrutura. Nunca pensei que pudesse estudar em uma escola tão boa e equipada. Quando vi, pensei, ‘aqui começa o meu futuro’. Estou muito feliz por essa oportunidade”, disse a estudante (Secom, com adaptações).

São Luís, 23 de Fevereiro de 2017.

Madeira pleiteia o comando do PSDB no Maranhão e coloca Brandão em situação complicada

 

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Crise perfeita: ex-prefeito Sebastião Madeira quer o comando do PSDB que hoje está com o vice-governador Carlos Brandão

O ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, acendeu o rastilho de pólvora que faltava para criar a “crise perfeita” no PSDB do Maranhão e cujo desfecho definirá o rumo do partido em 2018. Em entrevista que concedeu nesta semana, em Brasília, a jornalistas da Região Tocantina, Madeira revelou, com todas as letras e a devida ênfase, que está pleiteando junto à direção nacional o comando do PSDB no Maranhão, o que, se aceito, significará a destituição do vice-governador Carlos Brandão da presidência do partido no estado. Na entrevista, Sebastião Madeira sinalizou que o PSDB maranhense não abraçará o projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB), devendo repetir no estado a aliança que mantém hoje no plano nacional com o PMDB. O ex-prefeito de Imperatriz admitiu duas possibilidades para ele nas eleições do ano que vem: ser candidato à Câmara Federal ou ao Senado.  O vídeo da entrevista – postado ontem pelo bem informado blog de Gláucio Ericeira – caiu como uma bomba dentro do PSDB, no Palácio Henrique de la Rocque (sede da Vice-Governadoria) e repercutiu no Palácio dos Leões e em gabinetes do Senado e da Câmara Federal.

Sebastião Madeira sabe onde está pisando. Para começar, tem credibilidade junto à cúpula do PSDB, da qual na participou quando deputado federal nos anos e 80 e 90, tendo presidido o Instituto Teotônio Vilela, o braço doutrinário e ideológico do PSDB, com forte influência política nos dois governos de FHC. Depois que assumiu a Prefeitura de Imperatriz, em janeiro de 2009, se afastou da vida partidária no plano nacional e regional, dedicando-se, de maneira obstinada, a executar o seu programa de governo, dedicação que resultou na reeleição em 2012. Com a bagagem de quem fez a sua parte, ele agora se prepara para tentar a volta à vida parlamentar como candidato a senador ou a deputado federal. Avalia que o PSDB do Maranhão está fora de contexto, e acredita que com a direção atual o partido não irá a lugar algum. Daí o movimento que faz em Brasília para a direção nacional destitua Carlos Brandão e lhe entregue o comando do partido.

Não há dúvidas de que o impacto maior das declarações de Sebastião Madeira ocorreu no Palácio Henrique de la Rocque, cidadela de onde o vice-governador Carlos Brandão vem se desdobrando – de uns tempos para cá com visíveis dificuldades – para manter o controle do tucanato maranhense. Inicialmente, ele vinha acompanhando atentamente os movimentos do senador Roberto Rocha, que não esconde o seu projeto de se reconverter à socialdemocracia liberal tucana, de preferência como seu chefe maior no Maranhão, posição que já ocupou e nunca se conformou por tê-la perdido. Brandão já trabalhava com o risco de perder o controle do partido para Roberto Rocha; a movimentação de Sebastião Madeira torna sua situação bem mais delicada, a começar pelo fato de que ele não pode dar aos chefes nacionais do PSDB a garantia de que se afastará do governador Flávio Dino e se aproximará do PMDB controlado pelo Grupo Sarney. Se Brandão cair, o governador Flávio Dino fatalmente perderá o PSDB como parte da sua aliança e, pior, o terá como adversário.

O movimento de Sebastião Madeira também não tem a simpatia do senador Roberto Rocha, e por uma razão simples: só lhe interessa voltar no comando do partido, o que dificilmente ocorrerá se Madeira mantiver de pé o seu projeto político-eleitoral. E como está claro que o ex-prefeito de Imperatriz não vai abrir mão de comandar o partido no Maranhão, é lógico prever que o senador Roberto Rocha vai preferir continuar dividindo com o deputado federal e ex-governador José Reinaldo o comando do PSB no estado. Nesse caso, Sebastião Madeira caminha para levar a melhor.

É claro que, pragmáticos como são, os tucanos de alto coturno tentarão encontrar uma solução negociada para não mandar o vice-governador Carlos Brandão procurar outra legenda. A Brandão, no entanto, só interessa continuar no PSDB sendo o seu timoneiro, não admitindo sair da cadeira principal para ser comandado de Sebastião Madeira. O desfecho mais provável desse jogo de xadrez é que, agora sem a presença forte do ex-governador João Castelo – os tucanos maranhenses voltem às origens e sigam em frente com o ex-prefeito de Imperatriz.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pedro Lucas tem vontade e DNA para apoiar metropolização
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Pedro Lucas Fernandes traz o DNA de Pedro Fernandes e o estímulo de Manei Ribeiro

Se, de fato, vier a assumir o comando da Agência Metropolitana, como foi oficiosamente anunciado, o vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB) terá todas as condições de realizar um trabalho de envergadura dentro da linha que lhe for traçada pelo governador Flávio Dino. Dois fatores serão decisivos para que o edil ludovicense comande o novo órgão com uma visão mesclada de técnica e política. O primeiro fator é o próprio vereador, um dos bons quadros mais promissores da novíssima geração de políticos maranhenses, que demonstrou um visível entusiasmo no exercício do primeiro mandato e que iniciou o segundo como quem pretende pisar no acelerador. O segundo fator é o seu DNA político relacionado com a Ilha de Upaon Açu, em especial o município de São Luís. Além da sua formação, Pedro Lucas Fernandes traz na bagagem a experiência acumulada pelo pai, o ex-vereador e deputado federal Pedro Fernandes, engenheiro civil por formação e político por opção, e por isso mesmo com um passado de mergulho profundo nos problemas da cidade e seus arredores, seja como vereador atuante ou como secretário de obras de várias gestões, entre outros cargos que exerceu. Além do pai, Pedro Lucas Fernandes pode também ser estimulado pela experiência políticas do tio, o ex-vereador e ex-deputado Manoel Ribeiro, que comandou a Câmara Municipal da Capital por quase uma década, fazendo política e se enfronhando nos problemas da cidade, de tal modo que comandou a cidade como prefeito por alguns dias. Não há dúvidas de que o vereador petebista está preparado para os desafios do cargo, que será a de coordenar o processo de metropolização. Mas, se souber somar a sua visão, a sua vontade e a sua competência com a experiência acumulada pelo pai e os sopros de ação do tio, o vereador Pedro Lucas Fernandes reunirá as condições para realizar um trabalho excepcional.

 

Francisca Primo festeja nova lei de proteção da mulher
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Francisca Primo: preocupada com a proteção das mulheres no Brasil

A deputada Francisca Primo (PCdoB) elogiou ontem a aprovação pela Câmara Federal do Projeto de Lei nº 5.555/2013, que pune a divulgação não autorizada de vídeo e dados de mulheres na internet. O projeto modifica a Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 para criminalizar a divulgação pela internet ou por outros meios de imagens, vídeos e áudios, montagens ou fotocomposições de mulheres sem o seu expresso consentimento. A deputada avalia o projeto como mais um instrumento de proteção à mulher que tem a finalidade de punir quem expor indevidamente a mulher. “O aperfeiçoamento dessa lei será mais uma conquista das mulheres, porque o machismo ainda é uma violência de natureza estrutural no nosso país. A cada 90 minutos uma mulher é vítima agressão fatal no Brasil. Segundo a deputada, esse aditivo vem para o acolhimento da mulher vítima de violência na internet”, afirmou Primo. “As mulheres têm sido atacadas com a situação falsa e absurda que expõe a sua intimidade, podendo levar até ao suicídio a partir dessas circunstâncias. Então a partir de hoje, as mulheres contam com mais essa proteção”, finalizou Francisca Primo.

 

São Luís, 22 de Fevereiro de 2017.

 

Em sabatina no Supremo, Roberto Rocha expõe sua inclinação pelo PSDB, o seu desconforto no PSB e seu afastamento de Flávio Dino

 

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Roberto Rocha: elogios aos governos de Geraldo Alkmin e Aécio Neves por ações na segurança pública e nenhuma menção aos esforços de Flávio Dino na área

 

Se alguém ainda tinha dúvidas de que o senador Roberto Rocha (PSB) se afastou definitivamente do governador Flávio Dino (PCdoB) e que está de fato caminhando para deixar o PSB e ingressar no PSDB, a participação dele na sabatina do ministro da Justiça licenciado Alexandre Moraes, ondem, na CCJ do Senado, funcionou como indicativo claro das duas guinadas em busca de caminho próprio. Com um discurso bem articulado, Roberto Rocha dividiu sua intervenção em duas partes. Na primeira criticou enfaticamente a interferência eventual do Supremo Tribunal Federal nos demais Poderes da República, citando a polêmica prisão do senador matogrossense  Delcídio do Amaral PT, que na sua opinião foi um caso de abuso do Judiciário e em relação ao qual o Senado se dobrou; na segunda, abordou o tema segurança pública tecendo rasgados elogios à política para essa área posta em prática em São Paulo e em Minas Gerais, sem fazer uma menção sequer sobre os esforços que estão sendo feitos nesse campo pelo Governo do Maranhão.

Quando se manifestou sobre o tema segurança pública, Roberto Rocha fez  elogios enfáticos às gestões do PSDB em São Paulo, destacando a do governador Mário Covas e colocando nas alturas a do atual governador Geraldo Alkmin, e em Minas Gerais, fazendo o mesmo com relação à gestão do atual senador tucano Aécio Neves, que na sua avaliação realizou “um grande trabalho” na área de segurança. Dados por ele apresentados mostram que os tucanos paulistas e mineiros investiram também no sistema carcerário, melhorando substancialmente os indicadores da violência nos dois estados. Como contrapeso, com situações negativas,  Roberto Rocha curiosamente citou Pernambuco,  berço de elogiados governos do seu partido, o PSB, sob a liderança do então governador Eduardo Campos, morto em 2014 num acidente aéreo durante pré-campanha à presidência da República; e o Maranhão, que usou como exemplo para citar dois índices negativos nessa área.

Qualquer reflexão, por mais simples que seja, sobre as manifestações do senador Roberto Rocha levará automaticamente à conclusão de que o seu discurso tinha intenções e alvos certos, matando assim três coelhos com uma só cajadada. Com a habilidade das raposas políticas com muita tarimba acumulada, Roberto Rocha sinalizou sua irrefreável inclinação pelo PSDB quando elogiou o desempenho do governador paulista Geraldo Alkmin, que é pré-candidato assumido à presidência da República, e com um trabalho político intenso para ganhar corações e mentes em todo o país, incluindo o Maranhão. (Esse movimento preparatório de Geraldo Alkmin foi confirmado pelos deputados Rogo teles (PV) e Wellington do Curso (PP), que regressaram de reunião da Unale em São Paulo impressionados com os afagos que receberam do governador paulista). Roberto Rocha sinalizou claramente que aspira retornar ao PSDB.

Quando citou o Maranhão no contexto da sua fala, o senador Roberto Rocha disse apenas que o estado tem uma população carcerária de seis mil detentos que enfrenta graves problemas na área de segurança pública. O senador ignorou completamente os investimentos feitos pelo governador Flávio Dino, como a contratação de mais de mil novos policiais militares aprovados em concurso nem na aquisição de novas viaturas e armamento; não disse também uma só palavra sobre as mudanças feitas no sistema penitenciário estadual, que já começam a dar resultados e são apontadas como referência para outros estados em situação dramática, como Acre, Amazonas e Rio Grande do Norte, onde explodiram rebeliões sangrentas nos presídios, resultando em dezenas de mortes.

Com a sua manifestação de ontem na CCJ, o senador Roberto Rocha deixou claro o projeto de seguir o seu próprio caminho, de preferência de reconvertendo ao liberalismo dos tucanos e se afastando do neocomunismo praticado pelo governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Lobão comandou sabatina de Moraes na CCJ
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Edison Lobão na presidência da CCJ durante sabatina de Alexandre de Moraes

Muitos elogiaram, muitos criticaram duramente e muitos aceitaram como normal o fato de o senador Edison Lobão (PMDB) na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na sabatina do jurista Alexandre de Moraes como indicado do presidente Michel Temer para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal aberta com a morte do ministro Teori Zavaski. Montado em décadas de experiência parlamentar e mesmo com alguma dificuldade com a voz, o senador maranhense cumpriu a sua obrigação institucional com a mais absoluta segurança, assegurando plena normalidade no processo de avaliação do candidato a ministro pelos senadores. Os que elogiaram a presença de Edison Lobão no comando do ato legislativo o fizeram porque sabem que tem desafiado seus acusadores a apresentarem uma prova sequer que o incrimine no processo de investigação. Os que criticaram sua presidência o fazem por entender que um investigado – não réu -, não poderia presidir a sabatina a um candidato a ministro do Supremo. E os que consideraram natural acham que se ele é o presidente da CCJ, seja ou não investigado, nada impede que ele cumpra sua prerrogativa institucional. Perguntaram à ministro aposentada do STJ, Eliana Calmon, conhecida por sua posições radicais contra desvios e distorções nas instituições brasileiras, sobre o que ela achou de Edison Lobão presidir a sessão da sabatina, ela respondeu que se o senador fora eleito presidente, o foi porque contra ele só pesam denúncias que estão sob investigação. Se ele não é réu, tem legitimidade para presidir a sessão. Ou seja, o senador fez o que tinha direito e obrigação de fazer.

 

Eleição na Câmara vira jogo em Bacabal
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Contra a vontade de Zé Vieira, Edvan Brandão foi eleito ontem presidente da Câmara de Bacabal

A eleição, ontem, do vereador Edvan Brandão (PSC) presidente da Câmara Municipal de Bacabal foi mais um passo dos vários que ainda faltam ser dados para devolver a normalidade institucional ao município, mandada para o espaço quando o candidato Zé Vieira (PR) registrou sua candidatura a prefeito e foi o mais votado. O Ministério Público Eleitoral impugnou o registro depois de constatar que, condenado pelo Tribunal de Contas da União, ele se tornou ficha suja e, de acordo com o entendimento do MPE, não poderia ser sequer ser candidato. Mas a roleta dos recursos judiciais começou a rodar e acabou produzindo uma série de liminares que lhes asseguraram até a posse. Agora, o processo é inverso, com as liminares fajutas começando a cair. A eleição, finalmente, do presidente da Câmara de Bacabal ganha, assim, status de fato politicamente correto e de larga importância, pois abre caminho para que a normalidade se reinstale no município, com ou sem uma nova eleição.

 

São Luís,  de Fevereiro de 2017.

 

Edivaldo Jr. sai do casulo administrativo e entra na ciranda política apoiando Flávio Dino e Weverton Rocha em 2018

 

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Edivaldo Jr. saíndo da clausura para entrar na política partidária por Flávio Dino e Weverton Rocha nas eleições

Depois de muito tempo dedicado exclusivamente aos desafiadores e  renitentes problemas administrativos e, por alguns meses, dividindo essa maratona com a corrida à reeleição, o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., saiu da clausura imposta pela gestão e resolveu dedicar parte do seu tempo à política partidária, agora visando às eleições gerais de 2018. Seu primeiro movimento nessa direção foi deslocar-se domingo para Codó, para participar de uma reunião com cerca de 30 prefeitos em torno da pré-candidatura do presidente regional do seu partido, o PDT, deputado federal Weverton Rocha, ao Senado. No encontro, que teve o prefeito Francisco Nagib (PDT) como anfitrião e atraiu prefeitos de outras cidades importantes, como Luciano Leitoa (PDT), de Timon, e Vianey Bringel (PSDB), de Santa Inês, Edivaldo Jr. foi a personalidade de maior peso. E deixou claro que, sem descuidar da administração, vai jogar todo o peso da sua ação política e partidária para embalar as candidaturas do governador Flávio Dino (PCdoB) à reeleição, e a de Weverton Rocha ao Senado, numa demonstração de reconhecimento da importância dos dois na corrida que ele venceu por mais quatro anos no Palácio de la Ravardière.

Ao contrário de outros momentos políticos, quando preferiu permanecer sob o manto da discrição, Edivaldo Jr. faz agora uma leitura pragmática do cenário político para 2018, e parece concordar com a observação segundo a qual um prefeito nas condições políticas em que ele se encontra é vital para qualquer candidatura. Tanto é verdade que ele teve importância decisiva no desempenho da candidatura de Flávio Dino em São Luís. Agora, seu compromisso é repetir o apoio ao governador e contribuir politicamente para que o candidato pedetista ao Senado saia das urnas da Capital com uma boa votação. Atua praticando a lei da compensação, reconhecendo que os dois foram decisivos na guerra que travou para renovar o mandato em outubro do ano passado.

Envolvendo-se diretamente nos projetos eleitorais do PDT e do PCdoB para as eleições do ano que vem, o prefeito Edivaldo Jr. poderá definir o seu papel no cenário político do Maranhão nos próximos tempos. Ninguém duvida que ele é figura de proa no movimento liderado pelo governador Flávio Dino, e é consenso nas rodas de conversa política que Edivaldo Jr. seja o nome que o governador precisa para dar continuidade ao seu projeto de poder em 2022, caso obtenha nas urnas de 2018 autorização da maioria para permanecer no Palácio dos Leões por mais quatro anos. Isso porque qualquer leitura que se fizer a partir de agora concluirá que Edivaldo Jr. só tem dois caminhos a seguir: disputar uma cadeira no Senado ou entrar na briga pelo Governo do Estado, pois qualquer outro mandato que venha a pleitear a partir de agora será visto como um passo atrás. Nesse contexto, o prefeito de São Luís tem duros desafios pela frente.

Com a experiência que acumulou até aqui, avançando numa carreira bem sucedida (dois mandatos de vereador de São Luís, um mandato de deputado federal e dois mandatos de prefeito de São Luís), com votações sempre crescentes, Edivaldo Jr. está se credenciando  para ser peça-chave  na política estadual nos próximos tempos. Sabe, no entanto, que essa caminhada só será viável se ele deixar a Prefeitura tendo colocado São Luís nos trilhos da modernidade, comandando uma administração de resultados visíveis e incontestáveis. Isso porque o fracasso da sua gestão poderá inviabilizar a sua caminhada política, transformando-o em versão de ex-prefeito Tadeu Palácio, que foi varrido do mapa político do Maranhão depois de comandar São Luís por nada menos que seis anos.

Não há dúvida, portanto, de que a decisão de sair do casulo administrativo  e entrar na eletrizante ciranda político-partidária como suporte importante e até mesmo decisivo para os próximos passos políticos que serão dados por Flávio Dino e Weverton Rocha. Edivaldo Jr. sabe que tem adversários dispostos a tudo para minar a sua caminhada e, claro, ocupar o espaço que conquistou pelo voto. Sua nova postura político-partidária é sinal forte de que não está disposto a ficar para trás.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Não há mais como conciliar Roberto Rocha e Flávio Dino
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Roberto Rocha e Flávio Dino em campos no tabuleiro político

Não há mais qualquer possibilidade de reconciliação entre o senador Roberto Rocha (PSB) e o governador Flávio Dino e seus liderados do PCdoB. A gota dágua foi um texto em Rocha transforma os comunistas maranhenses em “burros”, “mentirosos” e “corruptos”, num dos ataques mais virulentos de ex-aliado que se tem notícia nos últimos tempos. A repercussão no Palácio dos leões foi forte e serviu de argumento definitivo para que Roberto Rocha seja banido de qualquer espaço que ainda possa ocupar no Governo do Estado. Roberto Rocha, que também foi espezinhado por aliados do governador, decidiu romper com o grupo e construir uma terceira via, de modo que lhe seja possível escolher seus parceiros para as eleições do ano que vem, nas quais ele será candidato a governador. Na sua posição atual, o senador maranhense está à vontade para se posicionar no tabuleiro político maranhense como um segmento que está aberto a alianças, desde que a condição não seja abrir mão da sua pré-candidatura a governador.  E como o reatamento com Flávio Dino parece fora de cogitação, Rocha só tem dois caminhos: manter sua candidatura como terceira via mesmo ou negociar uma aliança com o Grupo Sarney

 

Dino inaugura quarto IEMA
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Bira do Pindaré festeja a rede de IEMAs

Enquanto seus adversários se perdem em busca de algum indício de irregularidade no Governo, o governador Flávio Dino avança na consolidação de um dos seus projetos mais ambiciosos: a implantação de uma rede de Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). Ontem, o governador inaugurou a quarta do IEMA no estado, em Axixá, que beneficiará toda a Região do Munim. Responsável pela concepção e pelo início da implantação dessa rede de escolas onde estudantes dão os primeiros passos em ciência e tecnologia e recebem treinamento profissionalizante, o deputado Bira do Pindaré (PSB) festejou a inauguração da unidade de Axixá: “A unidade conta com estrutura completa, composta por salas, laboratórios, auditório, refeitórios, áreas de vivencia e quadra. A qualidade da estrutura e da logística da escola supera a expectativa. É muito bom ver o entusiasmo das professoras, dos professores e dos funcionários, que, pela primeira vez, terão a oportunidade de trabalhar em uma escola pública de qualidade, em condições adequadas, com toda a estrutura preparada para as aulas”, assinalou Bira do Pindaré, anunciando a inauguração de mais três unidades nos próximos dias.

A inauguração do IEMA em Axixá foi também festejada pela prefeita Sônia Campos, uma sarneysista de carteirinha que sabe onde pisa e aprendeu a separar o joio do trigo. Ela foi desde o início foi uma entusiasta e parceira do projeto,

 

São Luís, 21 de Fevereiro de 2017.

 

Entrada de Sarney Filho na briga pelo Senado contribui para definir cenário da guerra eleitoral do ano que vem

 

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Sarney Filho se lança como candidato ao Senado

As declarações do deputado federal licenciado e ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV) confirmando sua candidatura a uma vaga no Senado e admitindo a possibilidade de a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) vir a ser candidata ao Governo do Estado agitaram os bastidores partidários, onde o tema dominante são as eleições gerais em 2018. Sarney Filho tornou verdade o que era apenas especulação e, a menos que haja uma reviravolta nas entranhas do Grupo Sarney, sua declaração prevê a hipótese de que dois filhos do ex-presidente José Sarney – que estaria também muito inclinado a fazer o caminho de volta ao Senado pelo Amapá, onde sua presença estaria sendo reclamada por mais de 70% da população, segundo pesquisas recentes – sejam candidatos a mandatos majoritários, o que seria um fato inédito na história política do Maranhão.

Não há que o discutir quanto à legitimidade política da pretensão de Sarney Filho de pleitear uma das vagas de candidato a senador no grupo a que pertence. Dono de uma bem sucedida carreira política, que lhe deu um mandato de deputado estadual e nove de deputado federal, tendo neste período presidido as mais importantes Comissões da Câmara Federal, fundado a Frente Ambientalista que deu origem ao PV no Brasil -, votado a favor das diretas nos anos 80 e sido relator do histórico acordo que deu origem ao Mercosul, Sarney Filho é um dos políticos mais credenciados para pleitear a senatória. E com um dado a mais: nunca fugiu à linha do Grupo Sarney, mas construiu sua carreira por vias paralelas, nas quais criou identidade política própria, sem atrelamento visível, por exemplo, à imagem da irmã, Roseana Sarney, escolhida pelo pai para herdar o seu poder político. O ministro do Meio Ambiente pratica a política do segmento sarneysista, mas deixa no ar a impressão de que anda com os próprios pés.

Sarney Filho tem experiência política suficiente para saber do risco entranhado no projeto de lançar dois filhos de José Sarney na disputa majoritária. Sabe que se a irmã Roseana Sarney for candidata ao Governo, as chances dele de eleger-se senador se reduzem drasticamente, já que é provável que a maioria do eleitorado faça opção por um dos dois, podendo elegê-lo senador e frustrar o projeto de Roseana Sarney de voltar ao Palácio dos Leões, ou que opte por Roseana e desvie para o espaço a sua corrida ao Senado. Isso não quer dizer que o eleitorado acabe optando pelos dois e os eleja – o que, se ocorrer, será um feito inédito e histórico – ou despachando os dois para casa, impondo-lhes uma aposentadoria política de sabor amargo. Nas suas declarações, Sarney Filho bate na tecla de que os dois poderão ser candidatos e que espera contar com o apoio da ex-governadora à sua candidatura ao Senado.

Com a experiência que acumulou, o ministro do Meio Ambiente sabe que as eleições de 2018 serão decisivas para o futuro do Grupo Sarney e, ao mesmo tempo, vitais para que o movimento liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) se consolide e se mantenha no comando administrativo e político do Maranhão. Isso significa que não será um pleito normal, mas sim uma guerra eleitoral na qual os grupos em confronto utilizarão todos os instrumentos políticos que tiverem ao seu alcance. Nesse contexto de tudo ou nada, Roseana Sarney enfrentará nada menos que o governador Flávio Dino em busca da reeleição, avaliado no meio político como um adversário muito difícil de ser batido nas urnas, o que eleva à estratosfera a taxa de risco dos candidatos a senador pelo Grupo Sarney.

Se vier mesmo a ser candidato a senador, – como anunciou em entrevista concedida sexta-feira (17) ao programa “Acorda, Maranhão”, da Rádio Mirante AM – Sarney Filho sabe que, além de depender da influência da disputa pelo Governo do Estado, como é a tradição, enfrentará adversários de muito peso na corrida eleitoral, como o deputado federal Weverton Rocha (PDT), o deputado federal e ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), além de nomes ainda sob ensaio como Sebastião Madeira (PSDB), Eliziane Gama (PPS) e Márlon Reis (Rede), e numa hipótese ainda remota, o conceituado prefeito de São José de Ribamar (Luis Fernando Silva (PSDB) e o ativo prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB). Não será, portanto, uma disputa qualquer, ainda que na logica de alguns o fato de serem duas vagas tornam as coisas mais fácil para A ou para B, o que não é rigorosamente verdadeiro.

Sarney Filho, enfim, entra no tabuleiro pré-eleitoral como um nome para ser levado em conta por todos os pretendentes às vagas de senador. Mas sabendo que sozinho sua caminhada será pedregosa e que a eventual candidatura de Roseana Sarney ao Governo poderá ser uma faca de dois gumes para a sua pretensão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Luis Fernando luta para devolver pujança a São José de Ribamar
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Luis Fernando Silva durante a audiência com o ministro do Turismo, Marx Beltrão

O prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB) foi um dos 79 prefeitos que atenderam ao chamamento do presidente da Famem, Cleomar Tema Cunha (PSB), para ir a Brasília reivindicar do Ministério da Saúde o aumento do valor per capita das transferências para a área de Saúde dos municípios. Ele cumpriu integralmente a agenda da Famem, mas aproveitou os intervalos e o dia de sexta-feira para empreender uma verdadeira maratona na Esplanada dos Ministérios, onde foi recebido em audiência no nos ministérios do Turismo, das Cidades, Educação e Meio Ambiente.

O primeiro item da agenda paralela ele cumpriu quarta-feira no Ministério do Turismo, onde foi recebido em audiência pelo ministro Marx Beltrão, com quem discutiu projetos voltados para melhorar e ampliar a infraestrutura de São José de Ribamar, que ele pretende transformar num polo turístico que receba visitantes durante todo o ano e não apenas nos períodos festivos.

– São José de Ribamar, além de possuir um rico potencial turístico, também figura como um importante destino para o turismo religioso. Precisamos retomar o fluxo de visitantes em nossa cidade, e para isso contamos com a parceria do Governo Federal na liberação de recursos para o fomento da atividade e assim recolocar a cidade na prateleira de oferta do turismo nacional e internacional – destacou o prefeito.

Desde que reassumiu o comando de São José de Ribamar, hoje o quinto maior e mais importante município do Maranhão, com mais de 150 mil habitantes e um potencial econômico que só agora está sendo de fato descoberto, Luis Fernando Silva tem se desdobrado para recolocar a vida municipal em ordem, realizando um trabalho de reconstrução. Nesse processo, o foco principal e devolver à cidade a condição de polo de atração para duas vertentes do turismo: o de diversão, férias e culinária, e o religioso, que recebe anualmente milhares de visitantes para render homenagens a São José de Ribamar, o padroeiro do Maranhão, com milhares de devotos em todo o país.

 

Rogério Cafeteira se consolida como líder do Governo
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Rogério Cafeteira: liderança consolidada

O deputado Rogério Cafeteira – que estaria a um passo de deixar o PSB e assinar ficha de filiação no PDT – calou muitos especuladores que tinham como certa a sua saída da liderança do Governo na Assembleia Legislativa. Ele não só foi confirmado no cargo mais importante do Legislativo estadual depois da presidência do Poder por seu grau de influência nas decisões do plenário. Dono de um estilo que foge à regra das vozes parlamentares influentes, Rogério Cafeteira prefere a conversa nos bastidores do que a “guerra” à céu aberto. Não é orador brilhante nem tribuno irreverente, mas sempre que sobre à tribuna seus colegas param para ouvi-lo. Faz às vezes de conciliador, mas quando a corda é esticada, bate forte nos adversários, preservando sempre o lado pessoal. No primeiro ano com o líder do Governo, muitas apostas foram feitas que ele não resistiria ao semestre, previsão pessimista que se repetiu com menos intensidade nos três semestres seguintes. Houve quem apostasse que o líder seria despachado no terceiro ano do Governo, mas o governador Flávio Dino contrariou a previsão e o manteve no posto, agora com mais poder de fogo. Mais desenvolto e mais tarimbado, o líder Rogério Cafeteira consolidou sua posição na sabatina ao secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto, na Assembleia Legislativa. Primeiro ele conseguiu convencer o deputado Edilázio Jr. (PV) a mudar o requerimento de convocação para um convite ao secretário, e depois teve atuação importante durante a sabatina, agindo com eficiência para evitar que a Oposição fugisse ao tema (Mais Asfalto) para atacar o governo. Sua posição hoje é bem mais sólida e produtiva do que no início da legislatura.

 

São Luís, 18 de Fevereiro de 2017.

 

Com Tema à frente, movimento dos prefeitos obtém de ministro compromisso de rever valor de repasses para a Saúde

 

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O ministro Ricardo Barros assume compromisso com Tema Cunha (D) observado por Juscelino Filho durante reunião no Ministério da Saúde

O valor per capita das transferências da União para os municípios maranhenses na área de Saúde será revisado. Compromisso nesse sentido foi assumido ontem, em Brasília, pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, com 79 prefeitos liderados pelo prefeito de Tuntum e presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Cleomar Tema Cunha, num encontro, realizado no Ministério da Saúde e testemunhado por deputados federais e deputados estaduais. A reunião com o ministro da Saúde foi o ponto alto da programação que levou à Capital Federal uma comitiva de dirigentes municipais mobilizados pelo novo presidente da Famem, que assim cumpriu um dos mais importantes compromissos que assumira durante a campanha para a presidência da entidade. Para viabilizar o pleito maranhense, estudos serão feitos pelo Ministério da Saúde, para definir em que patamar o Maranhão será enquadrado na escala de valores dos repasses da União. Atualmente, o Maranhão recebe R$ 158 per capita/mês, enquanto o Piauí recebe R$ 225 e a média nacional é de R$ 197.

Não foi uma conquista simples nem fácil. A começar pelo fato de que o Governo Federal está mergulhado numa política severa de contenção de gastos, o que para muitos tornaria inócua a visita dos prefeitos a Brasília. Porém, contrariando expectativas pessimistas, o presidente da Famem decidiu que os prefeitos maranhenses não mais deveriam permanecer de braços cruzados enfrentando problemas graves no setor de Saúde. Tema Cunha avaliou o cenário, fez consultas e decidiu que essa seria a hora mais apropriada para levar a reivindicação à Brasília, chancelado pelos prefeitos e apoiado pela maior parte da bancada federal e vozes da Assembleia Legislativa. Para Tema, o máximo que poderia ouvir em Brasília seria um “não” ou uma promessa para o futuro, mas essa possibilidade era remota, já que se trata de uma necessidade maior. O importante era não chegar à Esplanada dos Ministérios como mendigos, de pires na mão e pedindo “pelo amor de Deus” um reforço financeiro na área de Saúde, mas se apresentar como representantes políticos dos 6,5 milhões de maranhenses e pleitear a correção de uma injustiça. Assim foi feito.

Ao desembarcar em Brasília na terça-feira, a primeira iniciativa do presidente da Famem e o grupo que mobilizou foi procurar a bancada federal e com ela estabelecer uma programação que pudesse ao mesmo tempo ser eficiente e produtiva. Assim foi que a primeira reunião de peso foi com o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem o presidente Tema Cunha expôs a situação e justificou o pleito dos prefeitos maranhenses. Rodrigo Maia  surpreendeu a todos pela acolhida e, mais do que isso, pelo fato de ter abraçado a causa da revisão do valor dos repasses, por considerar uma reivindicação justa. Estou empenhado na luta dos prefeitos maranhenses, até porque tenho uma dívida com o Maranhão, estado cuja bancada me concedeu maciça votação na reeleição para a presidência da Câmara Federal”, assinalou o presidente da Câmara Federal, o que foi interpretado como a primeira vitória dos prefeitos na maratona de Brasília.

A missão chegou ao seu objetivo maior na reunião com o ministro da Saúde, a quem o presidente da Famem abriu o jogo de maneira direta: mostrou que os municípios maranhenses estão sendo penalizados no valor per capita dos repasses da Saúde, o que coloca o Maranhão na 25ª posição entre os 27 estados, e querem receber um tratamento justo, que começa exatamente com a revisão do valor.  Tema disse ao ministro ser inconcebível que o Piauí, com praticamente a metade da população do nosso estado, seja contemplado com o valor per capita de R$ 225,00, enquanto que o Maranhão recebe apenas R$ 158,00 e a média nacional é de R$ 197. “Isso vem mostrar claramente que tal distribuição não obedece a critérios técnicos, mas políticos, levando-se em conta que, antes do atual ministro da Saúde, a pasta foi ocupada, pelo período de três anos, por um deputado federal do Piauí”, finalizou Tema, que obteve o aval do próprio ministro e deixou Brasília com o sentimento de dever cumprido.

A reunião no Ministério da Saúde contou com a participação dos quase 80 prefeitos e com a presença dos deputados federais Juscelino Filho (DEM) – coordenador da bancada e que organizou o encontro -, Pedro Fernandes (PTB) e Cleber Verde (PRB), e os deputados estaduais Rogério Cafeteira (PSB), Rafael Leitoa (PDT), Levir Pontes (PCdoB), Antônio Pereira (DEM) e Stênio Resende (DEM), que acompanharam os prefeitos, fizeram gestões junto ao ministro Ricardo Barros e garantiram que estão empenhados em pavimentar caminho para um encontro da Federação com o presidente Michel Temer.

Com o sinal verde de Brasília, inicia-se agora um complicado processo de que resultará na melhoria de posição do Maranhão no ranking de valores per capita dos repasses do Ministério da Saúde para os municípios.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Oposição quer investigar contratos da Sinfra. Vai conseguir?
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Oposicionista atuante, Edilázio Jr. quer investigar contratos geridos por Clayton Noleto

Deputados da Oposição cogitaram criar uma CPI para investigar contratos da Secretaria de Estado de Infraestrutura para a execução do programa “Mais Asfalto”, um dos mais abrangentes do Governo do Estado. A cogitação se deu após a sabatina a que submeteram o secretário da pasta Clayton Noleto, que encarou com surpreendente firmeza o bombardeio disparado pelos deputados oposicionistas Edilázio Jr. (PV), Alexandre Almeida (PSD), Adriano Sarney (PV), Max Barros (PRP), Souza Neto (PROS) e Eduardo Braide (PMN), Noleto não deixou uma pergunta sem resposta e, mesmo que algumas respostas não tenham deixado os inquiridores satisfeitos. O curioso é que segundo o secretário, a maioria dos contratos do “Mais Asfalto” e do programa rodoviário do atual Governo  foram firmados no Governo anterior, o que implica dizer que se houver alguma irregularidade nesses contratos – o que parece não haver -, esta nasceu na gestão passada. A CPI, portanto, não será proposta, e se for, não terá nenhum futuro. Pode haver outra maneira de investigar contratos firmados por órgãos do Governo do Estado, mas sem o poder de Polícia de uma CPI qualquer investigação será absolutamente inócua.

 

Juscelino Filho desponta como quadro atuante
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Juscelino Filho com o ministro da Educação, Mendonça de Barros

O deputado federal Juscelino Filho (DEM) começa a despontar no cenário político estadual como um quadro que ganha peso e força, em que pesem ser esse o seu primeiro mandato o fato de ser ainda jovem. O parlamentar surpreendeu meio mundo quando, numa articulação, que contou com o apoio decisivo do deputado estadual Stênio Rezende (DEM), seu tio, uma das raposas mais tarimbadas da Assembleia Legislativa, fez o movimento certo e tomou controle do DEM, atuou intensamente para derrubar a presidente Dilma Rousseff (PT), e agora é um dos deputados com maior trânsito com o presidente da Câmara federal, Rodrigo Maia. Foi ele quem articulou o encontro da comitiva da Famem, liderada pelo presidente Cleomar Tema Cunha, com o presidente Rodrigo Maia; e com o aval de Maia, teve participação decisiva na reunião dos prefeitos com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Nas conversas em que se avalia desempenho, Juscelino Filho sempre é apontado como um quadro de futuro.

 

São Luís, 17 de Fevereiro de 2017.

Rescaldo de sabatina na Assembleia Legislativa mostra que a guerra eleitoral para 2018 já está em andamento

 

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Adriano Sarney e Othelino Neto: troca de petardos demonstra clima de guerra eleitoral entre os dois grupos para 2018

O day after ao embate travado quarta-feira pelo secretário Clayton Noleto (Infraestrutura) com deputados oposicionistas no plenário da Assembleia Legislativa em torno do programa “Mais Asfalto”, empreendido pelo Governo do Estado, foi a confirmação de que a motivação do convite pouco teve a ver com preocupação fiscalizadora da Oposição e que a intenção central da iniciativa foi colocar o governador Flávio Dino (PCdoB) em xeque, se possível abrindo rombo na couraça que até agora tem protegido o Governo de acusações de corrupção, desvios e uso abusivo do poder, principalmente com fins eleitoreiros, o que não aconteceu. Esse cenário foi evidenciado na sessão de ontem, durante a qual deputados oposicionistas e governistas travaram um verdadeiro duelo verbal centrado na política e durante o qual o deputado Adriano Sarney (PV) entregou o jogo proclamando: “Em 2018, o grupo que faz oposição ao governo comunista retornará ao poder, Vossas Excelências querendo ou não querendo. O povo já está dizendo”. Ao que o deputado Othelino Filho (PCdoB) respondeu: “Vocês vivem uma crise de tal ordem que não têm ainda um nome para apresentar para o Maranhão, porque vocês fizeram tão feio que ainda não conseguiram apresentar uma alternativa. Vocês estão como quem está num navio e o comandante ficou em terra firme, estão simplesmente navegando sem saber para onde vão”.

A troca de “petardos” políticos ocorrida na sessão de ontem foi reveladora de que as eleições de 2018 entraram definitivamente na pauta da Assembleia Legislativa, indicando com clareza que a bancada que representa o Grupo Sarney vai usar de todos os recursos regimentais e artifícios políticos para impor desgastes ao Governo Flávio Dino, enquanto a bancada governistas não perderá qualquer oportunidade de usar o seu peso político e parlamentar para desacreditar seus adversários. E pelo visto até aqui, está claro que os dois grupos estão dispostos a esticar a corda até onde for possível, não fazendo qualquer concessão um ao outro. Em resumo: o ambiente já é de guerra declarada, e num cenário francamente desfavorável ao Grupo Sarney, que conta com uma bancada aguerrida, mas limitada de talentos. A banda governista, ao contrário, tem muito poder de fogo e está disposta a varrer o sarneysismo do mapa político do Maranhão.

Na fala em que se esperava que criticasse o desempenho do secretário Clayton Noleto na sabatina do dia anterior, o deputado Adriano Sarney partiu para o ataque frontal acusando o Governo de estar “empobrecendo o Maranhão”, referindo-se a uma informação recente segundo a qual o PIB maranhense caiu alguns pontos percentuais em 2016, interrompendo uma curva de crescimento que vinha se mantendo há pelo menos duas décadas. “O Governo comunista está acabando com o Maranhão”, bradou o neto do ex-presidente José Sarney (PMDB), que é economista, prevendo, em seguida, que o grupo a que pertence, apeado do poder em 2014, depois de seis anos de comando de Roseana Sarney (PMDB), derrotará o movimento liderado pelo governador Flávio Dino e voltará ao comando do Estado nas eleições do ano que vem. “Eu tenho uma pesquisa em que nós já estamos na frente. O povo vai colocar de volta o progresso para o Maranhão, o verdadeiro progresso que traz estradas, que traz portos, que constrói hospitais, que constrói estradas de verdade e não brincadeirinha de asfalto sonrisal, asfaltos que cruzam o Maranhão, que levam a nossa produção”, completou Adriano Sarney, numa demonstração clara de que o que move a Oposição é a corrida às urnas, e com ela o projeto de voltar ao poder.

Um dos contendores mais eficientes da bancada governista, que também é economista e não perde a oportunidade de surrar verbalmente o sarneysismo, o deputado Othelino Neto contra-atacou, afirmando que “o maior legado da oligarquia” foi ter deixado o Maranhão como um dos estados “mais pobres e injustos” da Federação: “Esse é o legado que vocês carregam nas costas como um carimbo que o tempo passa e não sai, porque receberam um Estado próspero e entregaram-no com os piores indicadores do Brasil, com o povo mais pobre do país. Mandaram no Maranhão, na República e entregaram o Estado na pior situação possível, e isso ninguém vai conseguir tirar, nem a força do império de comunicação tem como tirar. Vocês vão carregar para sempre e para toda a história essa mácula”, disparou Othelino Neto, para arrematar em seguida: “O Maranhão, em quatro anos, vai estar melhor do que esteve no passado”.

Todos os indícios sugerem que embates como o de quinta-feira, principalmente sendo rescaldo de um fato relevante como foi a sabatina do secretário de Infraestrutura, serão frequentes e mais acirrados à medida que as eleições forem se aproximando. As vozes do Grupo Sarney tentarão minar o poder de fogo do governador Flávio Dino e seu grupo, que por sua vez tentar reforçá-lo e usá-lo para impor mais uma derrota ao sarneysismo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão e filho reagem contra a Operação Leviatã
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Márcio Lobão e Edison Lobão: reações equilibradas à Operação Leviatã feita ontem pela Polícia Federal

Quem imaginou que a Operação Leviatã, por meio da qual a Operação Lava Jato investiga denúncias de corrupção na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, obtidas em delações premiadas, tiraria o senador Edison Lobão (PMDB) do eixo devido ao suposto envolvimento do empresário Márcio Lobão, seu filho, num esquema de corrupção, isso uma semana depois de ser aclamado presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, errou na avaliação. Em vez de acabrunhar-se, entrar em parafuso e sair do cenário, o senador partiu para o ataque, considerando, por intermédio do seu advogado, que o mandado de busca e apreensão na residência de Márcio Lobão “foi descabido”, principalmente pelo fato de que a ação policial se baseou na delação premiada de um executivo da Andrade Gutierrez, feita em circunstâncias não informadas. Outro dado que chamou a atenção foi que Márcio Lobão fez questão de acompanhar pessoalmente a ação da Polícia federal no seu apartamento e no seu escritório, não criando qualquer obstáculo à investigação, declarando, em seguida, que está tranquilo porque não cometeu qualquer ato que possa ser interpretado como corrupção. A reação do senador e a atitude do seu filho não podem funcionar como atestado de idoneidade, mas diante das circunstâncias, é difícil imaginar que um sujeito com as mãos sujas se declare inocente de uma maneira tão enfática e ousada. Vale, portanto, aguardar os desdobramentos.

 

Roberto Costa tenta evitar fechamento do Basa em Bacabal
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Roberto Costa: movimento para evitar fechamento do Basa em Bacabal

Enquanto aguarda o desfecho da chicana judicial em relação ao resultado da eleição para a Prefeitura de Bacabal, que acredita lhe será favorável o deputado Roberto Costa (PMDB) se movimenta no sentido de resolver problemas da cidade que não dependem da ação do prefeito. Ontem, o parlamentar pemedebista ocupou a tribuna para fazer um apelo: que o Banco da Amazônia não feche a agência localizada em Bacabal.

Roberto Costa anunciou que por meio de Requerimento à Mesa Diretora tentará mobilizar toda a Assembleia Legislativa para reforçar esse movimento para convencer a direção do Banco da Amazônia no sentido de reverter o projeto de encerrar as suas operações naquele município. “Vamos lutar para que o Banco da Amazônia volte atrás da decisão do fechamento dessa agência, porque será um prejuízo enorme para Bacabal e para toda a Região do Médio Mearim”, enfatizou Roberto Costa. O parlamentar argumenta que o Banco da Amazônia “é um banco de fomento, que leva investimento para os comerciantes, leva investimento para a agricultura, especialmente para agricultura familiar”.

Roberto Costa frisou que a situação é tão preocupante, que logo tomou a iniciativa de entrar em contato com o senador João Alberto (PMDB), para que este também lute em Brasília para evitar essa perda para Bacabal.  E o fez lembrando que o sistema bancário de Bacabal é extremamente frágil. “Quem conhece a cidade de Bacabal sabe das dificuldades que a população passa no sistema bancário. O Banco do Brasil com duas agências, e a Caixa, o Bradesco e o Itaú, todos com uma agência, não conseguem atender à grande demanda do município de Bacabal. Então, em razão disso, a perda desta agência do Banco da Amazônia é um tiro certeiro na economia de Bacabal”.

 

São Luís, 16 de Fevereiro de 2017.