Arquivos mensais: outubro 2020

Pesquisa Interpreta: Rubens Jr. ultrapassa Neto Evangelista, tenta alcançar Duarte Jr. e torna a disputa imprevisível

 

Pesquisa Interpreta/RV Guará: Eduardo Braide lidera, mas Duarte Jr. sobe e Rubens Jr. ultrapassa Neto Evangelista

Numa clara indicação de que previsões feitas neste espaço, há alguns dias, apostando que a corrida para a Prefeitura de São Luís seria decidida na última semana da campanha, e que, mesmo aparecendo em último lugar no quarteto que estão de fato disputando a eleição, Rubens Júnior (PCdoB), tinha base política e partidária para se tornar um sério candidato a adversário de Eduardo Braide (Podemos) num eventual segundo turno.

Pois bem, a pesquisa mais recente do instituto Interpreta feita em parceria com a TV Guará e divulgada ontem pela emissora trouxe esse novo retrato da corrida: Eduardo Braide lidera com 36,8% das intenções de voto, seguido de Duarte Jr. (Republicanos) com 20,8%, Rubens Jr. com 14,4% e Neto Evangelista (DEM) com 12,7%. No segundo bloco, que reúne os candidatos sem chance, Bira do Pindaré (PSB) tem 4,1%, Jeisael Marx (Rede) tem 1,5%, Silvio Antônio (PRTB) tem 0,9%, Yglésio Moisés (PROS) e Franklin Douglas (PSOL) têm 0,3%, enquanto Hertz Dias (PSTU) tem 0,2%. Brancos e nulos totalizam 1,3% e os indecisos são 6,7%. As entrevistas foram feitas de 24 e 26 de Outubro, foram ouvidos 1000 eleitores. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral está sob o número MA-02983/2020 e tem margem de erro de 3%.

Para começar, somente a soma dos percentuais de Duarte Jr., Rubens Jr. e Neto Evangelista totaliza 47,9%, nada menos que 11 pontos percentuais a mais do que a vantagem de Eduard Braide, o que garantiria dois turnos com folga. Todas as evidências sugerem que o candidato do Podemos vem fazendo um grande esforço para manter uma liderança folgada, evitando que eleitores inclinados a votar nele mudem seus planos e migrem para Duarte Jr. – que pela primeira vez alcança o expressivo patamar dos 20%. Para vencer a eleição, Eduardo Braide tem de chegar ao segundo turno com votação acima dos 40 pontos percentuais, porque o seu adversário, seja usará de todos os argumentos políticos disponíveis para juntas as demais forças em torno da sua candidatura.

A pesquisa Interpreta/TV Guará confirma a impressão inicial de que Rubens Jr. dificilmente ficaria pelo meio do caminho como um derrotado sem forças para reagir. A entrada, ainda que não ostensiva, do governador   Flávio Dino na sua campanha, ainda sem pedir votos explicitamente para o candidato do PCdoB, já aponta para a possibilidade de Rubens Jr. reverter o cenário desfavorável e avance para disputar com Duarte Jr. a vaga para enfrentar a Eduardo Braide no segundo turno. Também com base na pesquisa Interpreta/TV Guará, Neto Evangelista terá de fazer um esforço gigantesco para retomar o terceiro lugar e, maior ainda, para ultrapassar Duarte Jr., que vem galgando ponto a ponto a cada pesquisa, passando a impressão de que cresce a cada dia o número de eleitores dispostos a lhe dar apoio. Ontem, dois partidários de Rubens Jr. disseram à Coluna que o candidato do PCdoB está tomado pela convicção de que será o novo prefeito de São Luís.

Os números da pesquisa Interpreta/TV Guará colocam Eduardo Braide numa situação delicada. Primeiro porque confirmam que ele se mantém estancado num patamar que vai de 35 a 40 pontos percentuais, correndo o risco de chegar ao segundo turno sem fôlego suficiente para ser favorecido pela velha e mágica equação dos 50% + 1, que, se alcançada, lhe dará o mandato de prefeito de São Luís. E depois porque ele sabe também que nesse momento qualquer passo em falso poderá lhe tirar pontos preciosos e comprometer seu favoritismo. Duarte Jr. e Rubens sabem disso e vão jogar pesado para minar a base do líder.

Outras pesquisas estão a caminho e poderão alterar expressivamente o cenário agora desenhado pelo levantamento Interpreta/TV Guará, podendo essa alteração lhe ser ou não favorável.

 

Visita de Bolsonaro e saída de Ildon Marques pode mudar o jogo em Imperatriz

Ildon Marques quase fora; Assis ramos, Marco Aurélio e Madeira a dispor eleitores

A visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a saída – toda como certa – do ex-prefeito Ildon Marques (PP), deve alterar expressivamente a disputa pela Prefeitura de Imperatriz. A visita presidencial foi um reforço político e tanto para o candidato do PSDB, o ex-prefeito Sebastião Madeira. E a saída do ex-prefeito Ildon Marques abre caminho para que os três candidatos que realmente contam – o prefeito Assis Ramos (DEM), o deputado Marco Aurélio (PCdoB) e o tucano Sebastião Madeira – travam imediatamente uma guerra sem trégua pelos eleitores de Ildon Marques.

Parte expressiva desse rearranjo se dará se Ildon Marques resolver declarar apoio a um candidato e pedir aos seus eleitores votem nele. Se isso acontecer, é provável que pelo menos metade dos seus apoiadores migrarão para o candidato que ele indicar. Se, por outro lado, ele vier a optar pela neutralidade, os 20% que que votariam nele ficarão dispersos, podendo se pulverizar entre os demais candidatos. Na base governista é alta a aposta de que Marco Aurélio sair[a beneficiado desse jogo.

Essas possibilidades remetem para uma conclusão: a eleição em Imperatriz está em aberto e será decidida nos 44 minutos do segundo tempo.

 

Candidato do vice Mourão, Silvio Antônio foi praticamente descartado por Bolsonaro

Escanchado no pescoço de um partidário, Silvio Antônio vence a barreira  e consegue um aperto de mão de Jair Bolsonaro

A Coluna ouviu aqui, ali e acolá e chegou a uma conclusão a quase nenhuma atenção que Silvio Antônio recebeu do presidente Jair Bolsonaro, em São Luís, tendo o candidato do PRTB sido obrigado a escanchar no pescoço de um partidário para receber um aperto de mão. A explicação é simples: o presidente Jair Bolsonaro não quer nem saber de quem o vice-presidente Hamilton Mourão como aliado. O general Hamilton Mourão tem emitido seguidos sinais de que está se preparando para entrar na seara política, de preferência como candidato a presidente da República. Passou de companheiro de farda a adversário, podendo ser transformado em inimigo.

São Luís, 31 de Outubro de 2020.

Bolsonaro tropeça na prudência e transforma sua viagem ao Maranhão num desastre político

 

Sem empolgar outros aliados, Jair Bolsonaro faz gesto de euforia com o aliado Roberto Rocha na BR-135, onde inaugurou 3,5 quilômetros de duplicação

Um desastre político. É a definição mais adequada para a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Maranhão ontem, com escalas em São Luís e Imperatriz. Durante sua incursão de algumas horas no estado, onde foi recebido por aliados políticos e por grupos de seguidores fantasiados de verde-amarelo – todos sem máscara e confinados em cercadinhos iguais aos do Palácio da Alvorada -, o presidente protagonizou momentos que certamente entrarão para a crônica do seu período reforçando sua estranha noção de política e o seu agressivo desprezo pelas regras de convivência institucional. Escudado pelo senador Roberto Rocha (PSDB), o seu principal aliado no estado, e por vários deputados federais, Jair Bolsonaro exercitou sua verve belicosa ao atacar o governador Flávio Dino, seu Governo e seu partido, o PCdoB, pelo viés ideológico, e fazer piada grosseira com o Guaraná Jesus, afirmando que, ao ingeri-lo, se tornaria “boiola, como os maranhenses”. Com seu comportamento desregrado e seu discurso agressivo, o presidente da República transformou o que seria uma visita de trabalho, para inaugurar, inspecionar e anunciar obras, num inacreditável imbróglio político de repercussão nacional.

Na primeira etapa da viagem – que não foi comunicada ao governador Flávio Dino nem ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), num gesto espantoso de descortesia – o presidente Jair Bolsonaro desembarcou em São Luís, de onde seguiu para a BR-135, onde inaugurou um trecho de 3,5 quilômetros de duplicação. Depois rumou para Imperatriz, onde também foi recebido por apoiadores, e inaugurou dois quilômetros restaurados da BR-10 e anunciou a criação de uma universidade federal na região. Quase nada além disso, o que confirmou a suspeita inicial de que o propósito não admitido que o propósito da viagem era essencialmente político.

Em São Luís, sua estada passaria em branco, sem qualquer expressão, se o presidente não tivesse chocado os maranhenses com uma piada de mau gosto, preconceituosa e de natureza claramente homofóbica sobre o Guaraná Jesus, um dos símbolos do Maranhão. Ao ingeri-la, gracejou agressivamente: “Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso? Guaraná cor-de-rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense”. A piada sem graça causou perplexidade, principalmente pelo de que alguns maranhenses do seu grupo de acompanhantes tenham achado graça. O senador Roberto Rocha, ciente da repercussão, tentou minimizar, mas não conseguiu. O governador Flávio Dino, por seu turno, protestou contra a opereta presidencial de ofensa aos maranhenses.

– Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o Guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado – reagiu o governador nas suas redes sociais.

Em Imperatriz, ao falar para simpatizantes, Jair Bolsonaro escancarou a motivação política da viagem. Além de não comunicar sua visita ao governador Flávio Dino, mesmo tendo ele atendido solicitação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno e autorizado a PM a se integrar ao esquema de segurança presidencial, Jair Bolsonaro recorreu ao seu extremismo de direita e atacou duramente o dirigente maranhense, dizendo que o Maranhão vive sob “uma ditadura comunista” e que o PCdoB “deve ser varrido” do Maranhão. Ataque foi gratuito, sem qualquer justificativa. O governador Flávio Dino deu troco imediatamente, disparando: “Não tenho medo de ditador, nem de projeto de ditador e nem de ditadura. Não tenho medo de Bolsonaro”.

O caráter político da visita do presidente Jair Bolsonaro ao Maranhão não surpreendeu. O simples fato de não comunicar sua vinda ao governador, como manda a praxe, mesmo sendo eles adversários políticos, e a desenvoltura do senador Roberto Rocha como uma espécie de dono da agenda, foram evidências de que não havia maiores propósitos de governo na viagem. Só que os fatos ocorridos, a reação a eles e a repercussão fora do Maranhão demonstraram que o presidente dificilmente colherá bons frutos políticos dessa empreitada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pouca representação política na recepção a Bolsonaro no Maranhão

Escanchado no pescoço de um partidário, Silvio Antônio vence a barreira de apoiadores e consegue um aperto de mão de Jair Bolsonaro no aeroporto

De todas as visitas presidenciais ao Maranhão desde a volta da democracia, a do presidente Jair Bolsonaro, ontem, foi, de longe, a mais desconectada da realidade, sem importância nem estatura.

Nas suas inúmeras visitas entre 1985 e 1990, o presidente José Sarney sempre foi recebido com festa por multidões, tendo trazido na sua companhia o colega português Mário Soares, vários mandatários da África lusófona, o colombiano Virgílio Barco e o uruguaio Juan Maria Sanguinetti, além de visitantes importantes, como escritor francês Maurice Druon, o célebre autor de “O Medido do Dedo Verde”, entre outros. Depois dele, o presidente Fernando Collor (PRN) veio duas vezes ao Maranhão, uma delas para declarar apoio a João Castelo, então inimigo do Grupo Sarney, mas o então governador João Alberto foi devidamente comunicado da visita presidencial. Nos seus oito anos de governos, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) visitou o Maranhão três vezes, dando grande dimensão a cada visita. O presidente Lula da Silva (PT) fez várias visitas ao estado ao longo dos seus dois mandatos, o mesmo acontecendo com a presidente Dilma Rousseff (PT).

A visita do presidente Jair Bolsonaro diferiu de todas. Para começar, seu desembarque se deu sem um traço sequer do que o ex-presidente José Sarney (MDB) chama de “liturgia do cargo”. Suado, de manga de camisa e mostrando os contornos de um colete à prova de balas, não usava máscara e parecia comandar uma tropa caótica. Acompanhado do senador Roberto Rocha (PSDB), seu ativo porta-voz, o presidente foi recebido por nove dos 18 deputados federais Edilázio Júnior (PSD), Aluízio Mendes (PSC), Juscelino Filho (DEM), André Fufuca (PP), Pedro Lucas Fernandes (PTB), Cléber Verde (Republicanos), Pastor Gildenemyr (PL), Júnior Lourenço (PL) e Merreca Filho (Patriotas). Não houve registro da presença de deputados estaduais, nem o deputado Pará Figueiredo (PSL), que num dos raros discursos que fez declarou apoio ao Governo Bolsonaro, e a deputada Mical Damasceno (PTB), que vez por outras discursa apoiando posições bolsonaristas do Governo Federal. Não foi registrada também a presença de prefeitos da região nem de vereadores de São Luís.

Dos candidatos a prefeito de São Luís, o único que esteve no aeroporto foi Silvio Antônio (PRTB), mas não teve acesso à comitiva e só conseguiu um aperto de mão depois de haver atropelado apoiadores escanchado no pescoço de um partidário. O presidente provavelmente o cumprimentou sem saber que ele o candidato do partido do vice-presidente Hamilton Mourão à Prefeitura de São Luís.

 

Piada de Bolsonaro valorizou a criação do socialista Jesus Gomes

Jesus Gomes e sua criação cor-de-rosa: ambos com  prestigio que Jair Bolsonaro jamais terá no Maranhão

O presidente Jair Bolsonaro provavelmente não provaria Guaraná Jesus e recomendaria que seus apoiadores não o fizessem também se soubesse que seu criador, Jesus Norberto Gomes, um farmacêutico que dedicava a maior parte do seu tempo pesquisando fórmulas para medicamentos, foi também um cultivador dos ideais de esquerda, defensor do socialismo e que se declarava ateu. Foi perseguido por causa das suas convicções, mas se manteve firme e respeitado pela grande maioria dos maranhenses por sua estatura moral e ética. A piada de mau gosto do presidente Jair Bolsonaro com o Guaraná Jesus certamente reforçará a memória de Jesus Gomes e, em vez de desmerecer, valorizará ainda mais o sonho cor-de-rosa das crianças maranhenses.

São Luís, 30 de Outubro de 2020.

Pesquisas reforçam a tendência de dois turnos na eleição para a Prefeitura de São Luís

 

Eduardo Braide lidera, mas pode ter de encarar um segundo turno com Duarte Júnior, Neto Evangelista ou Rubens Júnior

À medida que as campanhas avançam na reta final, a corrida para a Prefeitura de São Luís vai ganhando contornos mais precisos, conforme têm apontado as pesquisas mais recentes, como a do Ibope/TV Mirante, divulgada no final da semana passada, e a Interpreta/TV Guará, que chegou ao conhecimento público no meio desta semana, e agora a DataIlha/TV Band, que desembarcou ontem no circuito onde se movimentam os candidatos, informando um novo painel de preferências do eleitorado ludovicense. Os números são os seguintes: Eduardo Braide (Podemos) lidera com 38,1% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 16%, Neto Evangelista (DEM) com 13,1%, e Rubens Júnior (PCdoB) com 10,1%. Num segundo plano aparecem Bira do Pindaré (PSB) com 3,1%, Jeisael (Rede) com 3%, Yglésio Moyses (PROS) com 1,7%, Sílvio Antônio (PRTB) com 0,6%, Franklin Douglas (PSOL) com 0,6% e Hertz Dias (PSTU) com 0,2%. Um contingente de 5,2% votaria em branco ou anulariam o voto, e 8,4% disseram não saber em quem votar ou não quiseram responder. A pesquisa foi realizada no período de 20 e 22, ouviu 1080 eleitores em 44 bairros da Capital, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA-05705/2020.

Como as outras pesquisas recentes, o levantamento do DataIlha/TV Band indica a tendência de dois turnos. A julgar pelo que sinalizam as margens de erro, Eduardo Braide está amarrado no patamar dos 40%, podendo ter um pouco mais ou um pouco menos, mas sem conseguir romper essa barreira para ultrapassar a fronteira que poderia levá-lo a uma eleição em turno único. Na pesquisa, somente a soma dos percentuais de Duarte Júnior, Neto Evangelista e Rubens Júnior é suficiente para garantir dois turnos, restando saber qual dos três será o seu adversário. E se a soma incluir os 9,2% distribuídos entre os demais candidatos, o segundo turno é mais que garantido. Além disso, os 8,4% de indecisos, que representam cerca de 50 mil eleitores, é um filão que pode, totalmente ou em parte, definir o rumo da disputa.

A conclusão mais coerente e honesta é que, a julgar pelos números das últimas pesquisas, a disputa para a Prefeitura de São Luís, mesmo com a vantagem expressiva e consistente do candidato do Podemos, está rigorosamente indefinida. Qualquer avaliação equilibrada certamente remeterá para um cenário de disputa dura, tensa e imprevisível num eventual segundo turno, ainda que as simulações sejam favoráveis a Eduardo Braide. O tempo que resta de campanha é suficiente para que os candidatos do primeiro time reforcem seus discursos, suas articulações e os seus movimentos, de modo a ampliar ou manter suas posições.

E os sinais de que a campanha está ganhando mais intensidade na reta final indicam também que a base governista vai jogar todo o peso da sua estrutura e prestígio para fortalecer o candidato do PCdoB, de modo que ele possa ser o adversário do candidato do Podemos. O mesmo está acontecendo com o suporte que embala o candidato do DEM e as forças que apoiam o candidato do Republicanos. Eduardo Braide vem mantendo sua performance com uma campanha equilibrada, abordando temas bem escolhidos, seguido por Duarte Júnior, que tem a ousadia como marca e tem mostrado que sabe se comunicar com a massa, e de Neto Evangelista, que faz uma campanha tecnicamente impecável, mas precisa dar uma guinada forte, de modo a torná-la mais agressiva. Ontem, por exemplo, numa entrevista à TV Mirante, Rubens Júnior se mostrou um candidato mais aguerrido, firme e decidido a virar o jogo, parecendo ter se dado conta de que ainda tem tempo, que o campo está aberto para quem jogar melhor nas próximas duas semanas.

Além da movimentação dos candidatos, a mobilização das forças políticas que os apoiam podem fazer a diferença no desfecho da disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ninguém sabe ao certo quem vai participar da recepção a Jair Bolsonaro em São Luís

Roberto Rocha será o cicerone de Jair Bolsonaro na visita a São Luís e Imperatriz

Pequenos grupos de bolsonaristas andaram se articulando ontem para formar uma turma para recepcionar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na visita que fará hoje a São Luís. Mas, curiosamente, conforme as fontes da Coluna, nenhum político de peso se mexeu para montar uma base de recepção ao presidente, que será ciceroneado pelo senador Roberto Rocha (PSDB), o parlamentar maranhense com mais intimidade com a família Bolsonaro. Segundo corre nos bastidores, foi Roberto Rocha quem convenceu o chefe da Nação a fazer a visita ao estado, numa articulação que durou meses. Ao mesmo tempo, é certo que nem o governador nem nenhuma autoridade do Estado integrará o grupo. Não se sabe também se o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) foi convidado.

Além de Roberto Rocha, devem integrar o comitê de recepção os deputados federais Edilázio Júnior (PSD), Aluísio Mendes (PSC), Hildo Rocha (MDB) e Pastor Gildenemyr (PL). Especulou-se que o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) poderia integrar o grupo de recepção, atendendo a apelo do seu aliado principal, o senador Roberto Rocha. Uma fonte próxima ao candidato do Podemos disse ontem à Coluna que o parlamentar não transita no Palácio do Planalto como muitos imaginam, e por isso mesmo se manterá distante da visita presidencial.

As mesmas fontes ouvidas pela Coluna especularam que o presidente Jair Bolsonaro, mesmo sabendo que conta com um punhado de apoiadores, é extremamente cauteloso em relação a São Luís, onde foi duramente castigado nas urnas em 2018. Daí sua decisão de inspecionar a duplicação da BR-135, retornar ao aeroporto e seguir para Imperatriz, onde terá uma agenda mais recheada e deverá fazer declarações políticas. Ali, ele será recepcionado pelo ex-prefeito e candidato a prefeito Sebastião madeira, o segundo nome na hierarquia do PSDB maranhense.

 

Assembleia homenageia Servidor Público; Othelino Neto defende valorização da categoria

Othelino Neto defendeu a valorização do servidor público na data da categoria

A Assembleia Legislativa prestou ontem homenagens ao Servidor Público, com a manifestação de deputados sobre o assunto durante a sessão plenária. O presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), parabenizou os servidores públicos maranhense pela passagem do seu dia, afirmando      que eles são fundamentais para que os serviços prestados à sociedade sejam úteis na vida das pessoas. Para ele, que é auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado, são válidos e necessários todos os esforços que tiverem como objetivo a valorização dos servidores públicos maranhenses.

Durante a sessão, vários deputados saudaram a passagem do Dia do Servidor. A deputada Socorro Waquim (MDB), que é servidora do Estado e já foi prefeita de Timon, disse que os servidores públicos, de âmbito municipal e estadual, formam “o grande patrimônio da administração pública”, o que faz necessária a sua constante valorização. O deputado Yglésio Moises (PROS), que é médico e servidor concursado do Município de São Luís e servidor federal concursado vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Na mesma linha, o deputado Zé Inácio (PT) disse que, se o Maranhão tem melhorado a condição de vida do seu povo, é graças, sobretudo, à atuação dos servidores públicos. “São os servidores públicos, sobretudo os concursados, os grandes responsáveis pela implementação das políticas públicas que fazem a máquina estadual girar”, destacou. O deputado Wellington do Curso (PSDB), por sua vez, lembrou sua luta diária em defesa de todos os servidores públicos do Maranhão.

“Parabenizo todos os servidores públicos do Maranhão. Precisamos entender que o servidor estimulado produz muito mais e ele, realmente, carrega todo esse estado, carrega o município. Sinto-me orgulhosa por ter trabalhado muito ao lado de servidores estaduais e municipais, principalmente na área da saúde. É uma data, realmente, para se comemorar os ganhos”, declarou a deputada Helena Duailibe (Solidariedade).

São Luís, 28 de Outubro de 2020.

Bolsonaro visita amanhã São Luís e Imperatriz e Flávio Dino autoriza apoio da PM à segurança presidencial

 

Jair Bolsonaro terá o apoio da PM maranhense, mas não comunicou roteiro da visita ao Maranhão a Flávio Dino

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desembarca amanhã no Maranhão para uma visita de duas escalas, uma em São Luís, que ocorrerá durante a manhã, e outra em Imperatriz, que acontecerá à tarde. Contrariando todos os protocolos que disciplinam as relações institucionais na Federação, o Palácio do Planalto não comunicou oficialmente ao Palácio dos Leões sobre a visita presidencial ao estado, de modo que o governador e sua equipe desconhecem a natureza e o roteiro da viagem. Por outro lado, também contrariando o que dissera o presidente, na semana passada, à rádio paulistana Jovem Pan, a Polícia Militar do Maranhão, devidamente autorizada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), vai participar do esquema de segurança do presidente em São Luís e em Imperatriz – e o faria também em Balsas, se a cidade estivesse no roteiro presidencial. O apoio da PM foi solicitado ontem pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, ao governador do Estado e ao secretário de Estado de Segurança Pública, Jefferson Portela, e foi atendida imediatamente, sem qualquer restrição.

Iniciado com a estapafúrdia declaração do presidente Jair Bolsonaro à Jovem Pan afirmando que não participaria de um evento evangélico em Balsas porque “o senhor Flávio Dino” teria negado a participação da PM no esquema de sua segurança – o que foi enfaticamente desmentido pelo governador, que decidiu cobrar explicações do Planalto via STF – episódio que expôs cruamente a postura contraditória do presidente da República. Por sua vez, do alto da sua coerência institucional, o governador Flávio Dino deixou claro que jamais negaria um pedido de apoio à segurança do presidente da República em território maranhense. Ele entende que, por mais fortes e profundas que sejam, as diferenças políticas, ideológicas ou partidárias não podem prejudicar as relações institucionais nesse nível de gravidade.

Antes de receber a solicitação de apoio da PM, o governador comentou, quase que dando uma lição de civilidade política ao presidente: “Desde a semana passada, Bolsonaro cria confusão com uma suposta visita ao Maranhão. No que depender de mim, ele pode ir onde quiser, não enfrentará protestos e terá a proteção da polícia do Maranhão. Não precisa ter medo. Aqui somos sérios e temos muito trabalho que nos ocupa”. Ou seja, o governador reconhece que Jair Bolsonaro é o presidente de todos os brasileiros, devendo receber o tratamento devido em todas as unidades da Federação, a começar pelo Maranhão, independentemente das diferenças que o distancie de governadores.

Ontem, enquanto o ministro do GSI e o secretário de Segurança acertavam, com a autorização do governador, a participação da PM no esquema para a sua segurança no Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro aproveitava o encontro com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada para atacar indiretamente Flávio Dino, declarando: “Tem de tirar o PCdoB de lá, pelo amor de Deus”. Informado da declaração, Flávio Dino reagiu no ato: “Se Bolsonaro quer me tirar do Governo do Maranhão, um bom caminho é lançar um bolsonarista assumido na eleição de 2022. Em 2018 (Roberto Rocha e Maura Jorge, somados), não chegaram a 10% no Maranhão”. E foi mais longe: “Em vez de cuidar de trabalho sério, Bolsonaro diz que vem ao Maranhão para esse tipo de agenda: agressões e campanha eleitoral. Tudo com dinheiro público”.

Em meio a esses ataques e contra-ataques, uma conclusão ganha mais consistência a cada dia: o governador Flávio Dino é um adversário que incomoda fortemente o presidente Jair Bolsonaro. Por uma série de motivos. Primeiro, é um político de esquerda com larga visão, tem um preparo cultural e técnico muito superior ao dele, tem se mostrado um gestor competente e comanda um Governo eficiente, inovador e honesto. E depois, porque o governador vem ganhando estatura política no plano nacional, podendo se tornar uma ameaça ao projeto de reeleição já em curso no Palácio do Planalto e em todo o Governo Federal.

Vale aguardar a postura do presidente da República na visita de amanhã a São Luís e Imperatriz. Mas desde já uma certeza: se provocar, receberá o troco.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Justiça Eleitoral nega registro à candidatura de Ildon Marques em Imperatriz

Ildon Marques 

A corrida para a prefeitura de Imperatriz ganhou intensidade nos últimos dias, com a decisão da Justiça Eleitoral de indeferir o registro da candidatura do ex-prefeito Ildon Marques (PP). Ele já recorreu ao TRE, que poderá acatar seu recurso e desmanchar a decisão do juiz de base e autorizar o deferimento, ou confirmar o indeferimento. Na primeira hipótese, que muitos veem como improvável, ele continuará candidato, levando a disputa para um desfecho imprevisível entre o prefeito Assis Ramos (DEM), o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB) e o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Mas se, ao contrário, o TRE mantiver o indeferimento, ele poderá ainda recorrer ao TSE, mas já numa situação muito fragilizada e com poucas chances de obter uma liminar para levar à frente o seu projeto de candidatura.

O fato é que a decisão da Justiça Eleitoral de indeferir a candidatura de Ildon Marques cria um clima de incerteza na disputa pela Prefeitura da antiga Vila do Frei. Ele tem quatro condenações no TCU, concorreu a deputado federal em 2018 garantido por uma liminar, ficou na terceira suplência, mas em abril de 2019 o TSE julgou o recurso do Ministério Público Eleitoral e, por unanimidade, cassou seu registro de candidato e anulou todos os seus votos.  Agora pode acontecer o mesmo se ele conseguir uma liminar para registrar sua candidatura.

Nas contas de um observador do cenário político tocantino, os quatro têm chance de chegar lá e, pelo que indicam os movimentos, a disputa será mesmo decidida na última semana da campanha, com ou sem a participação do ex-prefeito Ildon Marques.

 

Coluna corrige erro de informação sobre a pesquisa Interpreta/TV Guará

Na edição de ontem, 27/10, a Coluna errou no registro da pesquisa Interpreta/TV Guará sobre a corrida à Prefeitura de São Luís, ao afirmar que a soma dos percentuais alcançaria apenas 94,9%, faltando 5,1% para totalizar 100%, como é regra matemática em qualquer levantamento estatístico, e muito especialmente numa sondagem de intenções de votos, cujo resultado pode hidratar ou desidratar candidaturas.

Os números são os seguintes: Eduardo Braide (Podemos) lidera com 35,1% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 18,8%, e logo atrás deste um empate surpreendente entre Neto  Evangelista (DEM) com 14,4% e Rubens Júnior (PCdoB)com 13,6%. No segundo time, Bira do Pindaré (PSB)aparece com 5,3%, Jeisael Marx (Rede)com 1,1%, Hertz Dias (PSTU)com 0,7%, Yglésio Moisés (PROS) com 0,6% e Franklin Douglas (PSOL) e Silvio Antônio (PRTB) com 0,3%. Os que votarão nulo ou em branco somam 2,5% e os que não souberam ou não quiseram responder totalizaram 7,3%.

Ao somar os percentuais, o autor falhou ao não incluir na operação os 5,3% de intenções de voto recebidos pelo candidato do PSB, Bira do Pindaré e os três décimos dados a Silvio Antônio. Refeita a conta com a inclusão do candidato socialista, o total alcança 100%, o que legitima integralmente o cenário demonstrado pela pesquisa Interpreta/TV Guará, eliminando de vez qualquer dúvida relacionada ao que o instituto apresentou em seu relatório.

O registro de ontem também assinalou que nas informações técnicas da pesquisa faltaram a margem de erro e o intervalo de confiança da pesquisa. Isso aconteceu porque a Coluna se valeu do texto publicado em um blog, e nele esses dados, de fato, não constaram. Só que eles existem e são os seguintes: a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%.

Feito, portanto, o reparo cobrado, com o acréscimo de que as demais informações sobre a pesquisa Interpreta/TV Guará publicadas por Repórter Tempo correspondem integralmente ao que foi divulgado.

São Luís, 28 de Outubro de 2020.

 

 

Eduardo Braide e Duarte Júnior incrementam campanhas na reta final e reforçam favoritismo

 

Eduardo Braide e Duarte Júnior fazem campanhas fortes na TV, ao contrário de Neto Evangelista e Rubens Júnior, que mantêm programas muito formais e pouco ousados 

Os quatro candidatos que de fato disputam a Prefeitura de São Luís – Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM) e Rubens Júnior (PCdoB) estão dando graus diferentes de importância ao horário eleitoral gratuito no Rádio e na TV. No início da última etapa da campanha, que vai durar pouco mais de duas semanas, Eduardo Braide e Duarte Júnior investem pesado em seus espaços na TV, se colocando ousadamente como “soluções” para todos os problemas da cidade, causando a impressão de já se prepararem para um grande embate no segundo turno. Enquanto isso, Neto Evangelista faz uma campanha morna, às vezes se comportando como um político maduro demais e aparentemente conformado. E Rubens Júnior parece haver decidido que aposta todas as suas fichas na ligação da sua candidatura com o governador Flávio Dino (PCdoB), o ex-presidente Lula da Silva (PT), e, desde o final da semana passada, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente da república Fernando Haddad (PT). Isso num momento em que as pesquisas estão dizendo que nada está decidido e que há tempo e possibilidade para a construção de uma disputa mais equilibrada.

Líder inconteste da corrida até aqui, segundo as pesquisas, que o mostram num território próximo da fronteira do turno único, Eduardo Braide dedicou seu programa de ontem à cultura, tema entranhado na história, na personalidade e no dia a dia de São Luís, mas que vinha sendo deixado de lado ou reservado para o gran finale pelos demais candidatos. Numa sacada de profissional, o programa colocou num mesmo balaio de imagens todos os símbolos culturais da Capital, conseguindo no final assanhar a comunidade artística com a promessa de uma “virada com artistas da terra”. Com o programa, o candidato do Podemos saiu na frente e praticamente esgotou o assunto, obrigando os demais candidatos a abordar o tema cultural com enfoque diferenciado. Largou com vantagem na reta final.

Duarte Júnior largou para a etapa final se mantendo na ampla e complicada seara da crise, do desemprego, da geração de oportunidades e prometendo tornar mais eficientes os serviços prestados pela Prefeitura à coletividade. O diferencial do candidato do Republicanos é que ele dá a medida certa à sua condição de menino pobre que venceu na vida, sem chororô, mas com muito trabalho e determinação. Nada de dramalhão mexicano. As imagens que o mostram sendo abraçado por pessoas do povo, que dizem acreditar nele, nada têm de apelação barata; ao contrário, elas transmitem a impressão de que aquelas pessoas acreditam de fato na sua capacidade de realizar. E nesse contexto, o slogan “Bora resolver?!” foi um achado e vem garantindo uma campanha forte, que certamente está contribuindo para o seu crescimento.

Não se pode dizer que Neto Evangelista faz uma campanha ruim na TV. Mas é fácil perceber que ela está bem aquém do candidato, da sua capacidade de comunicação. Como a maioria dos concorrentes, o candidato do DEM vem centrando fogo na área de Saúde, mobilidade e empreendedorismo, repetindo esses temas em muitos de seus programas num período de campanha tão curto. Neto Evangelista precisa urgentemente tratar São Luís como uma metrópole que abriga 1,1 milhão de habitantes, que não resolverá seus problemas maiores com alguns restaurantes populares a mais. Político forjado na vivência dos problemas micros e macros da Capital, Neto Evangelista tem todos os elementos que precisa para fazer uma campanha mais ousada e agressiva.

Não se discute a importância da estratégia de Rubens Júnior de embalar a campanha com declarações de apoio do governador Flávio Dino, do ex-presidente Lula da Silva e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Mas está claro que o candidato do PCdoB, com a experiência, a correção política e a jovialidade que detém, precisa assumir maior protagonismo na sua campanha na TV. Ele tem preparo, tem vivência, sabe se comunicar bem, atributos que, melhor explorados certamente mostrarão que pode seguir em frente sem o suporte dos líderes. Em resumo: Rubens Júnior tem todos os instrumentos políticos para dar uma guinada com arrojo, do tipo “tudo ou nada”, à sua campanha na TV nesta reta final da corrida à Prefeitura de São Luís.

Bira do Pindaré (PSB), Yglésio Moises (PROS) e Franklin Douglas (PSOL) também poderiam fazer melhor, mas suas campanhas no Rádio e na TV estão servindo apenas para mantê-los em evidência.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa Interpreta/Guará mostra indefinição e Rubens Jr. empatado com Neto Evangelista

Rubens Júnior crescimento forte na pesquisa Interpreta divulgada ontem pelaTV Guará

Os candidatos, seus QGs e o mundo político em geral foram apanhados de surpresa pelos números da pesquisa do instituto Interpreta divulgada pela TV Guará. Os números são os seguintes: Eduardo Braide lidera com 35,1% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior com 18,8%, e logo atrás deste um empate surpreendente entre Neto Evangelista com 14,4% e Rubens Júnior com 13,6%. No segundo time, Bira do Pindaré aparece com 5,3%, Jeisael Marx com 1,1%, Hertz Dias com 0,7%, Yglésio Moisés (PROS) com 0,6% e Franklin Douglas (PSOL) e Silvio Antônio (PRTB) com 0,3%. Os que votarão nulo ou em branco somam 2,5% e os que não souberam ou não quiseram responder totalizaram 7,3%.

Se esse levantamento estiver correto, o instituto Interpreta será o responsável por uma garimpagem excepcional, dando uma aula garimpagem de preferências eleitorais no Ibope, no DataIlha e no JPesquisa, que encontraram cenário bem diferente. Em relação ao Ibope, a diferença é de nada menos que nove pontos nos percentuais de Eduardo Braide. Os de Duarte Júnior e Neto Evangelista se mantêm iguais, enquanto os de Rubens Júnior e Bira do Pindaré surpreendem pela disparada. Ou seja, o Interpretar borrifou gasolina pura numa fogueira.

Em Tempo: A pesquisa Interpreta ouviu 1.000 eleitores entre os dias 19 e 21 de Outubro e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA-01301/2020. O instituto não divulgou a margem de erro nem o intervalo de confiança. E tem um detalhe a ser esclarecido: somados todos os percentuais, chega-se a total de 94,9%, faltando a informação sobre o paradeiro dos 5,1% restantes, sem o que a pesquisa fica seriamente comprometida.

 

Quem vai acompanhar o presidente Jair Bolsonaro na visita a São Luís?

Roberto Rocha vai recepcionar Jair Bolsonaro em São Luís. Quem vai acompanhá-lo?

A confirmação da visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a São Luís no próximo dia 29 estimula uma indagação: qual ou quais dos candidatos a prefeito da Capital integrará o seu comitê de recepção? Com base nas informações levantadas por pesquisas e segundo as quais o presidente não agrada à maioria dos ludovicenses, é provável que apenas Silvio Antônio (PRTB) integre o comitê de recepção, que será comandado pelo senador Roberto Rocha (PSDB), que deverá estar acompanhado por vários deputados federais, como Edilázio Jr. (PSD), Aluísio Mendes (PSC), Hildo Rocha (MDB), Pastor Gildenemyr (PL), além de alguns deputados estaduais, entre eles a deputada (PTB). E a grande pergunta que se faz é a seguinte: o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) vai ciceroneá-lo na visita à Praça João Lisboa, que foi restaurada com recursos federais? Vale aguardar.

São Luís, 27 de Outubro de 2020

Pesquisa Ibope foi senha para guerra decisiva na reta final da corrida para a Prefeitura de São Luís

 

Eduardo Braide, Duarte Júnior, Neto Evangelista e Rubens Júnior entram em guerra por dois turnos; Bira do Pindaré, Jeisael Marx e Yglésio Moises brigam por mais legitimidade e Franklin Douglas, Hertz Dias e Silvio Antônio se mantêm na disputa pela Prefeitura de SL

A pesquisa do Ibope divulgada sexta-feira pela TV Mirante, na qual Eduardo Braide (Podemos) aparece com 44% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 19%, Neto Evangelista (DEM) com 14%, Rubens Júnior (PCdoB) com 6%, Bira do Pindaré (PSB) com 3%, Jeisael Marx (Rede) com 2%, e Hertz Dias (PSTU), Franklin Douglas (PSOL), Yglésio Moises (PROS) com 1% – Silvio Antônio (PRTB) não pontuou -, funcionou como um toque de alerta geral para todos os candidatos e, ao mesmo tempo, como uma senha de largada para a reta final da campanha para a Prefeitura de São Luís. Os números sugerem dois cenários possíveis: a definição em turno único, com a eleição de Eduardo Braide, ou um somatório de forças para brecar essa tendência e transformar o segundo turno numa outra eleição, independentemente de quem venha a ser o adversário do candidato do Podemos. Os recados cifrados trazidos pelos números do Ibope, se corretamente interpretados, transformarão a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) num dos embates políticos e eleitorais de maior intensidade no Maranhão nos últimos tempos.

Mesmo embalado por uma vantagem sólida, que vem se mantendo desde a fase prévia da campanha, alcançando a fronteira para um desfecho em turno único, Eduardo Braide sabe que uma segunda rodada guarda muitas mudanças e riscos. Daí ser provável que nessa etapa final da campanha para a corrida às urnas, ele intensifique suas ações e dê um tom mais forte ao seu discurso. Isso porque, de acordo com a lógica que move uma eleição como essa, é natural que, mesmo travando uma disputa ferrenha entre si, os seus principais adversários certamente vão apontar seus canhões para ele. Seu desafio será administrar o bombardeio e sobreviver a eles sem maiores danos.

Mesmo sem uma estrutura política e partidária de peso, Duarte Júnior vem numa curva ascendente, que ganhou intensidade na última semana, conforme revelou a pesquisa do Ibope. Com um discurso fácil e direto, dizendo exatamente o que o eleitor que precisa da eficiência do setor público quer ouvir, o candidato do Republicanos vem mostrando no rádio, na TV e nas ações de rua, a força da sua estratégia nas redes sociais. Poucas frases ditas na campanha até aqui causaram tanto impacto como “Se rico não pode esperar por exame, pobre também não vai esperar”, dita por ele ao abordar o problema da espera por atendimento no Sistema Municipal de Saúde, um dos maiores desafios de qualquer prefeito. Se não for “atropelado” por concorrentes do mesmo campo, Duarte Júnior caminha para ser o adversário de Eduardo Braide no segundo turno.

O cenário desenhado pelos números do Ibope deu ao candidato do DEM, Neto Evangelista, o gás que ele precisava para montar uma estratégia capaz de tirá-lo do terceiro lugar e o colocá-lo em segundo. Mesmo tendo feito até aqui uma campanha com a desenvoltura de um político experiente, usando um discurso objetivo, às vezes em tom crítico em relação à atual gestão, o candidato do DEM precisa turbinar seus movimentos. É visível que, além do desempenho pessoal, ele precisa do suporte mais agressivo de um aliado importantíssimo: a militância do PDT, que só será integral e euforicamente mobilizada se convocada para a “guerra” pelo seu comandante, o senador Weverton Rocha, presidente do partido, que tem na eleição do candidato do DEM um suporte importante para seus novos passos.

Mesmo mais distanciado dos três primeiros, Rubens Júnior deve dar uma guinada na sua campanha nos próximos dias, segundo zumzum que corre nos bastidores. O discurso de candidato do ex-presidente Lula da Silva (PT) e do governador Flávio Dino é forte, lhe dá vitamina política, mas precisa ser reforçado com vieses mais ousados, que fortaleçam sua identidade como candidato. Rubens Júnior sabe que, independentemente do resultado que emergir das urnas, seu papel nessa corrida tem importância capital. Não é sem razão que o governador Flávio Dino vem aparecendo fortemente na sua campanha de uns dias para cá. Há quem avalie que ele ainda tem tempo e munição para mudar o cenário.

Mesmo em tese fora da disputa, segundo indicam os números do Ibope, os outros candidatos não vão tirar o pé do acelerador. Detentores de mandatos, Bira do Pindaré e Yglésio Moises têm horizontes largos pela frente e precisam sair dessa eleição devidamente credenciados, o que os obriga a lutar com unhas e dentes para melhorar suas posições na reta final da campanha. É o caso também de Jeisael Marx e Franklin Douglas, dois estreantes na seara eleitoral – preocupação que parece não alcançar Hertz Dias e Silvio Antônio, que querem apenas exibir seus extremos ideológicos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha divulga agenda de Jair Bolsonaro no Maranhão no dia 29

Anúncio divulgado por Roberto Rocha confirmando a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Maranhão

O senador Roberto Rocha (PSDB) divulgou ontem a agenda que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fará ao Maranhão no dia 29. São apenas dois compromissos, um pela manhã em São Luís e outro à tarde em Imperatriz. A informação do senador desmonta alguns roteiros falsos para a viagem que foram sendo especulados e desmentidos nos dias que antecederam o anúncio de ontem feito pelo senador Roberto Rocha. Oficiosamente, o presidente da República visitará a Praça João Lisboa, que acabou de ser restaurada com recursos provenientes da União, sendo provável que ele visite um conjunto de prédios construídos pelo Governo do Estado com recursos do Minha Casa, Minha Vida. Em relação à visita a Imperatriz, o presidente deverá inspecionar obra de restauração de rodovia federal, a BR-010.

A definição da visita veio depois do imbróglio causado pela declaração inverídica do presidente à Jovem Pan de que não iria a Balsas porque o governador Flávio Dino (PCdoB) teria negado o apoio da Polícia Militar. Indignado, o governador protocolou uma reclamação no Supremo Tribunal Federal para que Jair Bolsonaro prove o que falou, sob pena de ser processado.

Alinhado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, o senador Roberto Rocha será o cicerone do chefe da Nação no Maranhão.

 

Pesquisa diz que Coronel Schnneyder perdeu a liderança para Dinair Veloso em Timon

Dina Veloso, Coronel Schnneyder e Socorro Waquim na briga pela Prefeitura de  Timon

Uma pesquisa realizada pelo instituto Opinar indica que o inicialmente insuperável favoritismo do candidato do Republicanos à Prefeitura de Timon, Coronel/PM Schnneyder, foi pulverizado. O cenário é o seguinte: a candidata do PDT, Dinair Veloso, já lidera com 29,1% das intenções de voto, seguida do Coronel/PM Schnneyder com 26,2%, Socorro Waquim (MDB) com 15,3% e Jaconias Morais (PSC) com 7,3%, Professora Fafá (PSOL) com 1,1% e Erisvaldo Lima com 0,7%. Um contingente de 6,2% respondeu que vai votar em branco ou anular o voto, e outro, de 14,2%, não respondeu.

O Coronel/PM Schnneyder surgiu na corrida sucessória em Timon, terceiro maior município do Maranhão, como um furacão, com um discurso duro, anticorrupção, bem à la Jair Bolsonaro, a exemplo de outros outsiders militares surgidos país a fora. Pesquisas feitas ainda na pré-campanha o apontaram com poder de fogo avassalador, alcançando mais da metade das intenções de voto. Aquela aparência de imbatível se revelou inconsistente e começou a mudar quando o prefeito Luciano Leitoa (PSB) bateu martelo pela candidatura de Dinair Veloso, indicada pelo PDT, ali controlado pelo ex-prefeito Chico Leitoa, e a ex-prefeita Socorro Waquim decidiu também entrar na disputa. Formalizadas as duas candidaturas, o lastro do Coronel/PM Schnneyder começou a derreter, encolhendo a cada pesquisa.

E se não encontrar urgentemente uma maneira eficiente de estancar a sangria e evitar a disparada de Dinair Veloso e alimentar a briga pela liderança, corre o risco de ter sua atual segunda posição ameaçada por Socorro Waquim.

Em Tempo: Contratada pelo Blog do Elias Lacerda, conforme o prestigiado Blog do Sabá, de Caxias, a pesquisa realizada nos dias 14 e 15, ouviu 450 eleitores, tem margem de erro de 4,62% para mais ou para menos e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-03552/2020. A Coluna não tem maiores informações sobre o instituto Opinar. Mas o fato de a pesquisa ter sido registrada na Justiça Eleitoral já assegura o fato de que se trata de uma empresa legalmente constituída, o que, em princípio, legitima o seu levantamento estatístico.

São Luís, 25 de Outubro de 2020.

Ibope: Eduardo Braide mantém dianteira, mas Duarte Júnior, Neto Evangelista e Rubens Júnior crescem bem

 

Eduardo Braide mantém liderança, mas Duarte Júnior, Neto Evangelista e Rubens Júnior têm forte crescimento

A segunda pesquisa Ibope/TV Mirante sobre a corrida para a Prefeitura de São Luís foi divulgada ontem à noite e o cenário encontrado é o seguinte: Eduardo Braide (Podemos) lidera com 44% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 19%, Neto Evangelista (DEM) com 14%, Rubens Júnior (PCdoB) com 6%, Bira do Pindaré (PSB) com 3%, Jeisael Marx (Rede) com 2%, e Hertz Dias (PSTU), Franklin Douglas (PSOL), Yglésio Moises  (PROS) com 1% – Silvio Antônio (PRTB) não pontuou. Além disso, 5% pretendem anular o voto ou votar em branco, e 4% não souberam ou não quiseram responder. O Ibope pesquisou também preferências para um segundo turno: Eduardo Braide venceria Duarte Júnior com 54% a 31%, com uma massa de 15% de indecisos; Eduardo Braide sairia vencedor se disputasse com Neto Evangelista com 55% contra 28%, com 17% de indecisos; e num confronto entre Duarte Júnior e Neto Evangelista, o primeiro teria 44% contra 32% do segundo.

Embora todos os números sejam amplamente favoráveis ao candidato do Podemos, sua vantagem, no entanto, não lhe assegura vitória em turno único, a começar pelo fato de que está estacionado, tendo oscilado apenas um ponto percentual em relação à primeira pesquisa Ibope, divulgada há pouco mais de três semanas. Se aplicada a margem de erro, o percentual de preferência de Eduardo Braide pode variar de 41% a 47%. Tanto que a pesquisa trouxe três simulações de segundo turno. Ao mesmo tempo, Duarte Júnior, que na pesquisa anterior apareceu com 14%, avançou nada menos que cinco pontos percentuais, saltando para 19%, podendo, pela margem de erro, variar de 16% até 22%, numa indiscutível demonstração de que pode ganhar fôlego na reta final da campanha. O mesmo aconteceu com Neto Evangelista: na primeira pesquisa ele obteve 10% e nesta aparece 14%, podendo varias de 11% a 17%. O Ibope identificou um forte crescimento de Rubens Júnior, que na primeira pesquisa apareceu com módicos 2%, obtendo 6% no novo levantamento, podendo, pela margem de erro, variar de 3% a até 9%.

A pior notícia trazida pela segunda pesquisa Ibope desembarcou no QG de campanha do candidato do PSB, Bira do Pindaré, que recebeu 2% das intenções de voto, quando no primeiro levantamento foi o preferido de 5% dos eleitores ouvidos. Pela margem de erro, seu percentual de preferências pode variar de 1% a 5%. Para um candidato da sua estatura, essa desidratação tem peso de tragédia. Jeisael Marx, por sua vez, pouco tem a comemorar, mas ao ter a preferência de 2% dos entrevistados, pode afirmar que já tem um eleitorado cativo, à medida que obteve os mesmos 2% da pesquisa anterior.  Os números do Ibope opinam que os demais candidatos aproveitam bem a oportunidade e se preparem para a próxima.

O levantamento do Ibope não deixa qualquer margem de dúvida quanto à liderança de Eduardo Braide e a consistência da sua margem de preferência, com cacife até para vencer a eleição em um só turno. Por outro lado, o crescimento de Duarte Junior, de Neto Evangelista e de Rubens Júnior, todos acima da margem de erro, pode funcionar como um recado de que o jogo não acabou, tem muita bola para ser rolada e que por isso ninguém deve cantar vitória antes da hora. A disputa tem ainda três semanas de campanha pela frente, tempo suficiente para que as imprevisibilidades possam se manifestar, ou se manter recolhidas, deixando tudo como está.

Em Tempo: Pesquisa Ibope ouviu 805 eleitores entre os dias 21 e 23, margem de erro de 3% para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95%, e está registrada na Justiça Eleitoral sob número MA-05018/2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Rejeição atinge forte Bira do Pindaré

O Ibope quis saber em quem os eleitores entrevistados não votariam de jeito nenhum. O resultado é o seguinte:  28% não votariam em Bira do Pindaré, 16% em Rubens Júnior, 15% em Eduardo Braide, 15% em Jeisael Marx, 15% em Yglésio Moises, 10% em Neto, 12% em Silvio Antônio, 12% em Hertz Dias, 11% em Franklin Douglas e apenas 9% em Duarte Jr..

Em todos os levantamentos que investigaram esse quesito, o deputado federal Bira do Pindaré apareceu como o mais rejeitado. Trata-se de um caso a ser observado, a começar pelo fato de ser ele um político militante e atuante, ideologicamente definido e com um histórico de bom desempenho nas urnas e boa produtividade nos seus mandatos parlamentares. Vale lembrar que quando disputou o Senado em 2006, bateu ninguém menos que Epitácio Cafeteira em São Luís, um feito que entrou para a crônica da política ludovicense. Daí ser difícil entender a surpreendente rejeição que o atinge na corrida à Prefeitura da Capital.

Num outro viés, Duarte Júnior aparece como o menos rejeitado, com 9%, seguido de ninguém menos que Neto Evangelista, que aparece com 10%. Chama também a atenção de que Eduardo Braide empata com Rubens Júnior no quesito rejeição, ambos com 15%.

 

Flávio Dino vai à Justiça contra Bolsonaro por calúnia

Flávio Dino vai ao Supremo contra Jair Bolsonaro

Diante do silêncio do Palácio do Planalto a respeito da informação inverídica dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à rádio Jovem Pan afirmando que suspendeu a visita que faria a Balsas, para participar de um evento evangélico, porque a Polícia Militar do Maranhão teria sido proibida de participar do esquema de segurança presidencial, o governador Flávio Dino (PCdoB) fez o que todo cidadão correto ou homem público sério, principalmente um chefe de Estado, deve fazer: protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma representação cobrando que o presidente da República apresente a prova do que disse à emissora de rádio paulista, sob pena de responder por calúnia e difamação

O governador foi surpreendido quarta-feira (21) com a informação de que o presidente o acusara de negar apoio ao esquema de segurança que daria apoio à sua visita a Balsas. A declaração de Jair Bolsonaro está gravada em áudio, e nela ele faz uma afirmação categórica, tanto que repercutiu nas redes sociais, onde bolsonaristas cegos criticaram “a atitude do governador comunista”. No campo político, o senador Roberto Rocha (PSDB), aliado de primeira hora ao presidente e interessado na visita dele a Balsas, endossou a fala presidencial e criticou a suposta recusa do Governo maranhense de apoiar a segurança ao chefe da Nação. Teria sido mais prudente e politicamente mais correto se antes de se manifestar tivesse buscado esclarecimentos, bastando para isso usar as suas prerrogativas de senador pelo Maranhão e teria todas as informações sobre o assunto. Até por obrigação institucional, o Palácio dos Leões não lhe negaria uma manifestação.

Flávio Dino reagiu afirmando categoricamente tratar-se de uma mentira, uma vez que nenhuma solicitação de apoio nesse sentido foi feita pelo Palácio do Planalto ao Palácio dos Leões. Foi mais longe ao desafiar publicamente o presidente a apresentar prova do que declarou à Jovem Pan. O Palácio do Planalto, que deveria atender à cobrança de explicação e esclarecer a declaração de Jair Bolsonaro, fez de conta que nada existiu, numa omissão acintosa, em se tratando de uma acusação de inverdade pronunciada por ninguém menos que o presidente da República.

O mais grave é que todas as evidências reforçam a suspeita de que a crise foi tramada. Já será escandaloso se Jair Bolsonaro tiver sido induzido por uma mentira destinada a aprofundar o abismo que o separa de Flávio Dino.  E tenebroso – e muito difícil de admitir e de aceitar – se ele próprio tiver criado a acusação fantasiosa.

Diante da situação, Flávio Dino, que tem demonstrado total respeito às instituições e pelas regras do jogo democrático, decidiu buscar esclarecimento e reparação pelo caminho certo: o da Justiça, pela via do Supremo Tribunal Federal, onde protocolou uma reclamação e um pedido de esclarecimento. Restam ao presidente Jair Bolsonaro três caminhos. O primeiro é provar com documentos a afirmação de que o governador negou apoio ao esquema de segurança. O segundo é reconhecer que falou o que não devia e formalizar um pedido de desculpas ao governador. E o terceiro é se recusar a dar explicação e responder a uma ação por injúria e difamação

São Luís, 24 de Outubro de 2020.

Ribamar: disputa entre Eudes Sampaio e Júlio Matos é guerra política e será decidida na reta final  

 

Eudes Sampaio e Júlio Matos polarizam a disputa na cidade do Padroeiro, sem chance para outros nomes

São José de Ribamar será palco de uma das mais intensas retas finais entre as corridas por Prefeituras em curso em todo o Maranhão. Quarto maior colégio eleitoral do estado, com 105 mil eleitores, a Cidade do Padroeiro está transformada num campo de guerra pelo voto, com duas forças políticas tentando assumir o controle administrativo e político da cidade a partir de Janeiro, num jogo que terá repercussão na corrida eleitoral de 2022. Ali, o prefeito Eudes Sampaio (PTB) busca a reeleição embalado pelo apoio político do ex-prefeito Luís Fernando Silva, e o ex-prefeito Júlio Matos (PL) tenta voltar ao poder com o apoio do ex-prefeito e atual deputado federal Gil Cutrim (ainda no PDT) e do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Entre eles, mas sem chance, o ex-deputado Jota Pinto (PDT) se movimenta com o aval do senador Weverton Rocha, que comanda o partido no estado. Outros candidatos – Beto das Vilas (Republicanos), Edson Júnior (MDB) e Magao (PSOL) – estão no páreo apenas para marcar posição e ocupar espaço visando eleições futuras.

Com grande potencial para o turismo religioso e cultural, polo pesqueiro e abrigo de várias unidades industriais importantes, São José de Ribamar é o que pode se definir como uma extensão autônoma de São Luís. Com uma população de 176 mil habitantes, sendo que a maioria de adultos trabalha na Capital, a Cidade do Padroeiro vem se esforçando para ganhar identidade política própria e avançar na formação de uma base econômica forte, de modo a desfazer a imagem de dependência de São Luís.

Todos os observadores da evolução da disputa em São José de Ribamar ouvidos pela Coluna externaram a mesma impressão: o embate decisivo será entre o prefeito Eudes Sampaio e o ex-prefeito Júlio Matos. Isso porque, ao contrário do que alardeou quando articulava para ingressar no PDT, o ex-deputado Jota Pinto não tem ali expressivo lastro político nem eleitoral. Tanto que o comando pedetista, que no início da corrida demonstrava algum entusiasmo com a sua candidatura, parece ter tirado o pé do acelerador, mantendo-lhe o apoio, mas sem muito entusiasmo. Entre os que não têm chance de eleição, o candidato mais pé no chão é Edson Júnior, uma aposta do MDB para a sucessão municipal de 2024.

No início da corrida, o prefeito Eudes Sampaio se movimentava com a certeza de que seria reeleito, já que ficou claro desde o início que Jota Pinto seria facilmente batido nas urnas. Só que a entrada de Júlio Matos – que estava inelegível, mas está brigando na Justiça pelo direito de se candidatar – alterou drasticamente o cenário da disputa. Apoiado pela família Cutrim e por Josimar de Maranhãozinho, e contando com uma base expressiva de apoiadores, Júlio Matos se mostrou um adversário forte e com cacife para entrar no jogo em condições de enfrentar o prefeito de igual para igual. A mudança no cenário acendeu a luz amarela para Eudes Sampaio e para o seu principal apoiador, Luís Fernando Silva, que saiu a campo para fortalecer a campanha do aliado, participando de atos de campanha e da propaganda.

Os Cutrim encontraram em Júlio Matos o caminho para derrotar o prefeito Eudes Sampaio e, assim, atingir politicamente o ex-prefeito Luís Fernando Silva, de quem já foram aliados, mas que agora o apontam como inimigo político irreconciliável. Júlio Matos parece nutrir o mesmo sentimento pelo ex-prefeito, e tem como um dos seus objetivos minar o poder de fogo de Luís Fernando Silva derrotando seu aliado e reassumindo o comando do terceiro maior município e colégio eleitoral do estado.

Os mesmos observadores da cena ribamarense avaliam que, independente do retrato de pesquisas até o momento, a disputa pela Prefeitura de São José Ribamar será decidida na reta final. Partidários do prefeito Eudes Sampaio fazem contas e garantem que ele se reelegerá, mantendo o grupo liderado por Luís Fernando Silva, enquanto os aliados de Júlio Matos apostam alto na eleição dele, o que abrirá caminho para a volta do ex-prefeito Gil Cutrim ao poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino desafia Jair Bolsonaro a provar que ele lhe negou segurança em Balsas

Flávio Dino diz que Jair Bolsonaro faltou com a verdade na declaração à Jovem Pan

O que, em princípio, parecia uma mentira dita por provocadores que navegam em redes sociais, a “informação” de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria cancelado sua ida a Balsas para um evento evangélico porque o governador Flávio Dino (PCdoB) teria proibido a Polícia Militar de participar do esquema de segurança presidencial, ganhou uma dimensão bem maior ontem, com a revelação de que a “informação” foi dada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan.

Na manhã de quarta-feira, a “informação” ganhou as redes sociais, levando o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, reagir com um desmentido contundente dizendo tratar-se de uma mentira. Ele afirmou que até aquele momento não havia recebido do Palácio do Planalto qualquer solicitação de apoio à segurança do presidente da República em Balsas. Mesmo diante do desmentido do secretário de Segurança Pública, o senador Roberto Rocha (PSDB), que articulara a visita do presidente a Balsas, divulgou comentário criticando o governador Flávio Dino.

Ontem, Flávio Dino usou sua conta no twitter para divulgar a seguinte mensagem: “Acabo de descobrir que a mentira de que eu neguei segurança a Bolsonaro em Balsas partiu dele próprio. Exijo que ele mostre o documento que prova a sua versão”. E anexou o áudio em que o presidente da República diz que sua ida a Balsas foi cancelada porque “o sr. Flávio Dino resolveu não ceder a Polícia Militar para fazer a segurança mais aberta”.
Indignado com a declaração do presidente, o governador afirmou categoricamente que não houve nenhuma negativa de segurança ao presidente, desafiando o chefe da Nação a provar, com documento, o que classificou de “fantasiosa versão”.

Reforçando a reação do governador, a Associação dos Pastores Evangélicos de Balsas (APEB) também divulgou nota, assinada por seu presidente, pastor Natanael Gomes, esclarecendo que “em nenhum momento foi procurada ou informada sobre a realização do evento, tomando conhecimento apenas pela divulgação do vídeo”.

Chefe de Estado que tem consciência plena dos seus deveres institucionais, o governador Flávio Dino jamais cometeria a insensatez de negar o apoio da PM a um esquema de segurança ao presidente da República em território maranhense, independentemente das diferenças políticas e do grau de animosidade nas suas relações.

Resumo da opereta: ou alguém “envenenou” o presidente Jair Bolsonaro com uma mentira cabeluda, que ele não checou e mandou em frente, como costuma fazer, ou o presidente escorregou feio na ética.

 

Neto Evangelista tem preocupação com a situação fiscal de São Luís

Neto Evangelista tem manifestado preocupação com a situação fiscal a ser deixada por Edivaldo Holanda Jr.

“Tenho ciência da situação fiscal de São Luís e não vou prometer o que sei que não poderei cumprir”. Essa declaração tem sido feita com frequência pelo candidato do DEM/PDT/MDB/PSL à Prefeitura de São Luís, Neto Evangelista. Ao fazê-la, ele joga no ar uma nuvem de interrogações de que existe uma situação complicada a ser resolvida nessa área, contrariando o discurso do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) de que, se não é excelente, a situação fiscal (equilíbrio entre receita e despesa) da Capital não é temerária. Chama atenção o fato de que os demais candidatos anunciam projetos e projetos, passando ao largo de uma discussão sobre a situação financeira do município. Ao contrário dos seus concorrentes, Neto Evangelista vez por outra faz menção à situação financeira, às vezes dizendo que “vai olhar primeiro esse problema”. É fato que no seu primeiro mandato, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior passou pelo menos dois anos “arrumando a casa” e colocando as finanças em ordem. E é quase certo que ele repassará ao seu sucessor uma situação muito melhor do que a que recebeu. O candidato do DEM sabe disso, mas prefere não fazer promessa de custo elevado enquanto não tiver acesso à chave do cofre. Caso seja eleito, é claro.

São Luís, 23 de Outubro de 2020.

Pesquisa DataIlha sobre a disputa em São Luís chega defasada e confunde mais do que informa

 

Coletados há mais de uma semana, números podem estar corretos, mas não traduzem a realidade do momento sobre a corrida para a Prefeitura de São Luís

A pesquisa DataIlha/Band divulgada ontem mostrou que se a eleição tivesse sido realizada no período de 13 a 15 deste mês, portanto uma semana atrás, Eduardo Braide (Podemos), que naquele momento apareceu com 39% das intenções de voto, e Duarte Júnior (Republicanos), preferido por 13,1%, sairiam das urnas para se enfrentar num segundo turno. Neto Evangelista (DEM), que apareceu com 12%, Rubens Jr. (PCdoB) com 9%, Jeisael Marx (Rede) com 2,8%, Bira do Pindaré (PSB) com 2,5%, Yglésio Moysés (PROS) com 2,2%, Sílvio Antônio (PRTB) com 0,6%, Franklin Douglas (PSOL) com 0,5%, e Hertz Dias (PSTU) com 0,2% ficariam de fora. Naquele período, 6,8% não votariam ou anulariam o voto, enquanto 11,4 formaria o exército de indecisos. Sem duvidar dos seus números, e reconhecendo que o DataIlha tem feito um trabalho importante de pesquisar as tendências eleitorais nas eleições mais recentes, tendo apresentado resultados convincentes, quase sempre confirmados pelas urnas, a pesquisa sobre a corrida para a Prefeitura de São Luís confunde mais do que informa sobre a medição de força entre os candidatos.

E a explicação é simples. Num processo eleitoral como o de agora, mais enxuto e com um período de campanha mais curto, a dinâmica dos movimentos dos candidatos é muito mais intensa. Essa velocidade faz com que eles atuem com mais agilidade, para se manterem próximos dos eleitores, cumprindo compromissos de campanha, concedendo entrevistas em emissoras de rádio e TV e participando de debates. E o desdobramento natural dessa maratona é que as mudanças, muitas delas decisivas, ocorram também de maneira muito rápida. Tanto que, guardadas as devidas proporções e respeitadas as diferenças, vale lembrar que neste processo eleitoral, institutos como Ibope e Datafolha divulgam levantamentos feitos no máximo 48 horas antes, oferecendo aos eleitores cenários bem próximos da realidade.

Ao chegar ao conhecimento público seis dias depois da coleta de entrevistas, a pesquisa informa um retrato fortemente defasado. Do dia 15 de Outubro para cá, vários acontecimentos agitaram a movimentação dos candidatos: Rubens Júnior saiu da clausura, o governador Flávio Dino (PCdoB) respondeu duramente a um comentário de Eduardo Braide feito em redes sociais, os candidatos comandaram uma série de animados atos de campanha, todos foram entrevistados em diferentes emissoras de rádio e TV, e para culminar, sete dos 10 candidatos participaram do mais produtivo debate da campanha até aqui, uma parceria O Estado do Maranhão/Imirante.com. Eduardo Braide, Duarte Júnior, Neto Evangelista, Rubens Júnior, Bira do Pindaré, Yglésio Moises e Jeisael Marx travaram o bom combate num evento bem organizado e em expressivo espaço de tempo. A pesquisa DataIlha chega ao conhecimento público exatamente na ressaca desse evento, causando a impressão de que já refletiria os possíveis desdobramentos desses eventos.

Os fatos e movimentos de campanha ocorridos nos seis dias que se seguiram ao levantamento feito pelo DataIlha podem ter provocado mudanças em posições, como também pode ter deixado tudo igual. Mas isso quem vai dizer é a pesquisa Ibope, que, segundo informações oficiosas, deverá ser divulgada nas próximas 48 horas. Esse levantamento, sim, revelará as posições do eleitorado que desenharam o cenário do momento. Há também em curso um levantamento da JPesquisa, uma empresa do Jornal Pequeno, que também poderá trazer uma fotografia atualizada das posições dos candidatos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

Reafirmando que não está colocando em xeque os números divulgados, que podem perfeitamente refletir a situação de uma semana atrás, é lícito assinalar que a pesquisa DataIlha chegou ao público na hora errada, por isso semeando mais dúvidas do que certezas nos eleitores e nos próprios candidatos.

Em Tempo: A pesquisa DataIlha foi realizada de 13 e 15 de Outubro, ouviu 1080 eleitores e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA-04987/2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Distante da disputa, Edivaldo Holanda Jr. não é alvo de candidatos à sua sucessão

Edivaldo Holanda Júnior: longe da corrida eleitoral e perto das obras de sua gestão

O prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) vem se mantendo olimpicamente distanciado da guerra pela sua sucessão. Com o seu programa de obras em andamento, financiado pelo empréstimo de R$ 300 milhões que conseguiu, o prefeito transformou São Luís em um canteiro de obras, dando trafegabilidade a ruas e avenidas, construindo e reconstruindo praças e revitalizando feiras, mercados e o centro da Capital. Por razões diversas, sendo a principal a decisão do PDT de apoiar a candidatura do deputado Neto Evangelista (DEM), com quem tem fortes diferenças, o prefeito decidiu ficar de fora do processo no primeiro turno, dando-se o luxo de aguardar o desfecho para, se for o caso, se posicionar aberta e efetivamente no segundo turno. O prefeito está em estado de graça, pois as pesquisas feitas até aqui informam que ele está bem situado no conceito da opinião pública, aprovado por larga maioria. Tivesse mergulhado na campanha, dando seu apoio a um candidato, certamente estaria hoje transformado em saco de pancadas. Com o distanciamento do prefeito, adversários pensam duas vezes em atacá-lo, e quando o fazem, recorrem a artifícios que tornam a crítica não explícita. Durante o debate no Sistema Mirante, todos os candidatos apontaram falhas na Saúde, prometendo soluções para problemas na área, mas nenhum o responsabilizou pela existência dessa ou daquela deficiência. Tudo indica que o prefeito caminha para passar o cargo numa transição sem traumas, independentemente da escolha a ser feita nas urnas.

 

Secretário de Segurança detona informação falsa sobre segurança de Bolsonaro na visita ao Maranhão

Jefferson Portela desfez notícia falsa sobre segurança do presidente no Maranhão

Por causa de uma notícia falsa publicada em redes sociais afirmando que a Secretaria de Estado da Segurança Pública teria se negado a participar do esquema de segurança ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Maranhão, no final do mês, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, foi obrigado a rebater o petardo fajuta. Ele classificou a “informação” como criminosa, informando que somente ontem recebeu mensagem do Palácio do Planalto solicitando o apoio da Polícia do Maranhão no esquema de segurança do presidente, que irá à cidade de Balsas e ao interior do município.

Certamente imaginado para aprofundar ainda mais o abismo que separa o presidente Jair Bolsonaro do governador Flávio Dino, o boato criminoso não causou o menor dano. Primeiro porque a visita de um presidente é um assunto de Estado, e não um evento político ou meramente privado. Em qualquer situação, a Polícia do Maranhão, se solicitada no sentido de prestar o apoio, tem a obrigação institucional de atender à solicitação, independentemente do grau das diferenças que distanciam o chefe da Nação do governador do Estado. E mesmo que não houvesse a obrigatoriedade, dificilmente o governador Flávio Dino causaria qualquer tipo de dificuldade para dificultar o atendimento de uma solicitação do Palácio do Planalto.

Qualquer que tenha sido sua motivação, autor da informação falsa jogou mal e perdeu feio.

São Luís, 22 de Outubro de 2020.

Debate no Imirante confirmou nivelamento entre candidatos e indicou que força política será decisiva

 

Eduardo Braide, Duarte Júnior, Neto Evangelista, Rubens Júnior, Bira do Pindaré, Yglésio Moises e Jeisael Marx são bons nomes para chegar ao Palácio de  la Ravardière

Se o eleitor indeciso assistiu ao debate de ontem à noite no portal Imirante.com, realizado em parceria com o jornal O Estado do Maranhão, com o objetivo de escolher um candidato à Prefeitura de São Luís entre os sete que dele participaram, provavelmente terá ido para a cama embalado por dúvidas. Durante três horas, Eduardo Braide (Podemos), Duarte Jr. (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Rubens Jr. (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Yglésio Moises (PROS) e Jeisael Marx (Rede) se mostraram antenados com os principais problemas da Capital, propuseram soluções factíveis e fugiram de propostas milagrosas. Ao mesmo tempo distribuíram farpas entre si, tendo Eduardo Braide sido escolhido o alvo preferencial, tendo usado muita habilidade para se defender de algumas acusações e, ao mesmo tempo, reagir com petardos, numa demonstração de que se preparou para a pancadaria, que acabou não acontecendo como era esperado. Duarte Jr. com sua ousadia, Neto Evangelista com sua habilidade política, Rubens Jr. com um discurso firme e convincente, e Bira do Pindaré com sua experiência, também trocaram estranhamentos entre si. Em meio a esses movimentos, em tons diferentes, Yglésio Moises com sua reconhecida competência e Jeisael Marx também muito articulado, assumiram posições de independência, o que ficou mais claro com ataques à gestão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), que só foi elogiado pelo candidato do PCdoB.

Como era previsível, Saúde, saneamento e mobilidade foram as áreas dominante entre os questionamentos feitos por jornalistas, eleitores e os candidatos entre si. Nesse contexto, os candidatos apontaram problemas na política municipal de Saúde em curso. Todos os candidatos prometeram pôr fim a filas para cirurgias, acabar ou, pelo menos, reduzir tempo de espera para exames e ainda fazer parte do Sistema Municipal de Saúde funcionar 24 horas por dia,  nos sete dias da semana. Os candidatos falaram também de infraestrutura urbana, da balneabilidade das praias, da queda de braço entre Uber e taxis tradicionais, tocaram na segurança pública e nas dificuldades financeiras. Todos apresentaram soluções para velhos problemas, deixando no ar a impressão de que, seja quem for o eleito, São Luís estará em boas mãos na gestão que será iniciada no dia 1º de Janeiro do ano que vem. Mesmo de “raspão” falaram sobre cultura e turismo.

Curiosamente, nenhum candidato tocou nos problemas da cidade antiga, tradicional, detentora do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, sendo todas as preocupações expostas relacionadas com a periferia. No geral, eles demonstraram consciência dos problemas e um bom nível de preparo para enfrentá-los. Ninguém apresentou ideias revolucionárias nem mirabolantes, nem tentou enganar o eleitor com conversa fiada. Reforçaram, enfim, a impressão de que a eleição do prefeito se dará pela força da mobilização política e partidária e não por uma guerra política sem limites.

O debate ficou tenso em alguns momentos, por causa de acusações e provocações. Começou com Neto Evangelista disparando contra Eduard Braide, acusando-o de haver fracassado na gestão da Caema, ao que ele contestou elencando algumas conquistas da sua gestão, inclusive a contratação de mil servidores por concurso, tendo Bira do Pindaré rebatido afirmando que só houve concurso por causa de decisão judicial.  Eduardo Braide acusou Duarte Jr. de usar verba indenizatória da Assembleia Legislativa durante a pandemia, tendo ele reagido afirmando que Eduardo Braide é investigado pela Polícia Federal, acusando-o também de haver usado assessor da Assembleia Legislativa como caseiro de um sítio. O candidato do Podemos também foi acusado de ter recebido, quando deputado estadual, auxílio-moradia, “mesmo morando na Península”. Eduardo Braide chamou Duarte Jr. de “enganador”, que devolveu acusando-o de mentir. Rubens Jr. e Eduardo Braide também trocaram petardos verbais, sem, no entanto, descer o nível, que, aliás, não aconteceu em nenhum momento das três horas em que os candidatos estiveram frente a frente.

Qualquer análise isenta certamente concluirá que não houve vencedores nem vencidos no debate Imirante.com/O Estado. Os candidatos se mostraram preparados tecnicamente, diferenciados apenas por aspectos pontuais. Mais do que isso, em vez de causar estragos em reputações, a troca de farpas entre eles consolidou a impressão geral de que nenhum tem ficha suja nem rabo preso. O que é uma vantagem excepcional, e indica que a eleição do prefeito de São Luís dependerá do desempenho das forças políticas envolvidas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Debate Imirante/O Estado teve bom formato, bom tempo e boa condução

Os candidatos deram seus recados num enfrentamento sem atropelos e bem conduzido pelo mediador, jornalista Clóvis Cabalau

Muito bem organizado o debate realizado pelo Portal Imirante.com, que colocou frente a frente sete dos 10 candidatos à prefeitura de São Luís. Com um formato inteligente e um tempo generoso, assegurou aos participantes uma excelente oportunidade para expor suas ideias e propostas e também jogar o jogo político com provocações que renderam acusações, reações e estremecimentos, sem descambar para o charco da baixaria. Vale anotar ainda que o formato garantiu a todos os candidatos mesmo tempo e o mesmo grau de participação, não permitindo que houvesse ações articuladas entre candidatos. Foi conduzido com eficiência e equilíbrio e sem protagonismo pelo jornalista Clóvis Cabalau, diretor de Redação do jornal O Estado do Maranhão, que atuou mais para facilitar do que para complicar. Tudo isso permitiu que o evento transcorresse sem nenhum momento de tensão, sem qualquer fato ou gesto que indicasse quebra das regras. O resultado foi um bom debate, principalmente pelo desempenho dos candidatos.

Assembleia Legislativa encara mais um desvio de conduta do deputado Fábio Macedo

Ao mesmo tempo em que se consolida cada vez mais como uma instituição atuante, que cumpre as suas obrigações institucionais e se conserva corretamente como um espaço de debate político, a Assembleia Legislativa do Maranhão encara uma situação que causa forte desconforto aos seus integrantes e dirigentes: os desvios de conduta do deputado Fábio Macedo (PDT). Depois de causar um escândalo por embriagues num show popular em Teresina, onde chegou a ser preso e só foi liberado por interferência do presidente Othelino Neto (PCdoB), o parlamentar agora está obrigado pela Justiça a manter distância de 300 metros da sua mulher e dos seus filhos. A acusação é de violência doméstica, denunciada à Polícia pela sua cônjuge, que se diz vítima de agressões, ameaças e constrangimentos. O caso aterrissou na mesa da deputada Helena Duailibe (Solidariedade), titular da Procuradoria da Mulher na Assembleia, que divulgou ontem a seguinte nota:

A Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, com base no art. 24-A do Regimento Interno desta Casa, em face de notícias veiculadas na imprensa, envolvendo o deputado Fábio Macedo em suposto episódio de violência doméstica no âmbito familiar, vem a público manifestar o seu repúdio a todo e qualquer ato de violência física, verbal e/ou psicológica à mulher.

Informa que ao tomar conhecimento das notícias envolvendo o parlamentar, esta Procuradoria decidiu solicitar cópia do processo relacionado ao caso, que tramita na 2ª Vara Especial de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís, e, após isso, convidará a esposa do deputado, Lorena Melo Macedo, para trazer informações, que ainda entender necessárias, para esclarecimentos dos fatos narrados nos referidos meios de comunicação.

A Procuradoria da Mulher esclarece, ainda, que após receber o processo, ouvir a vítima e efetuar a análise dos fatos, tomará as providências cabíveis, permanecendo à disposição, tanto da esposa do deputado, quanto de toda a sociedade, no combate à violência e discriminação contra a mulher.

São Luís, 20 de outubro de 2020

Deputada Helena Duailibe

Procuradora da Mulher da Assembleia Legislativa

São Luís, 21 de Outubro de 2020.