
Roberto Rocha têm pendências partidária; Lahesio
Bonfim está afinado com o seu partido
A pouco mais de quinze meses das eleições de 2026, os nomes que estão se posicionando para disputar o Palácio dos Leões terão de consolidar os seus projetos e ajustar as suas situações partidárias. O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que lidera as intenções de voto em todas as pesquisas feitas até agora, tem pendências a serem resolvidas no PSD; o vice-governador Felipe Camarão precisa consolidar sua situação dentro do PT; o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão ainda não tem anunciado o status de pré-candidato do partido, o MDB; o ex-senador Roberto Rocha nem partido tem até agora. Não são pendências insolúveis, mas se não forem solucionadas logo, poderão causar problemas incômodos mais na frente. A exceção é o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que já é o escolhido do partido Novo.
Líder nas pesquisas de intenção de voto e ainda fechado em relação a ser ou não ser candidato, o prefeito Eduardo Braide vive uma situação absolutamente inusitada, curiosa e difícil de resolver ao ter nos quadros do seu partido, o PSD, a senadora Eliziane Gama, candidata à reeleição, mas que até aqui tem se posicionado como integrante do grupo que atualmente controla o Governo do Estado sob o comando do governador Carlos Brandão (PSB). É difícil imaginar que Eduardo Braide lidere uma chapa para o Governo tendo Eliziane como candidata ao Senado pedindo voto para o petista Felipe Camarão ou para o emedebista Orleans Brandão. Não faz sentido. Se pretende mesmo disputar a cadeira principal do Palácio dos Leões, Eduardo Braide terá de colocar as cartas na mesa e definir a situação da senadora Eliziane Gama, de modo que ela seja sua aliada ou mude de partido.
A situação de Felipe Camarão ainda está em processo de consolidação dentro do PT. Ele tem o apoio das cúpulas nacional – incluindo o aval declarado do presidente Lula da Silva (PT) – e estadual, com a diferença de que o braço do PT no Maranhão está mergulhado numa crise. Ninguém no meio político imagina Felipe Camarão saindo do PT para tentar a eleição de governador abrigado em outra legenda. Além das articulações de cúpula, o vice-governador trabalha para se firmar no partido fazendo reuniões com os diferentes segmentos da legenda, numa agenda batizada de “Diálogos com o PT”.
Tido como candidato a governador dentro e fora das hostes governistas, Orleans Brandão representará o MDB, partido controlado no estado pelo empresário Marcus Brandão, seu pai, e que tem como lastro o que restou do Grupo Sarney. Por enquanto, ele conta com o apoio declarado do presidente do partido e do mais atuante líder da sua base, o prefeito de Bacabal, Roberto Costa, que também preside a poderosa e influente Famem. As personalidades mais destacadas do MDB – José Sarney, Roseana Sarney e João Alberto – ainda não se manifestaram sobre o assunto. E nesse contexto, o fator complicador é o deputado federal Cleber Verde, que preside o MDB em São Luís e até o momento se mantém como aliado incondicional do prefeito Eduardo Braide. Se vier mesmo a ser candidato, Orleans Brandão terá de fazer ajustes no partido.
Entre os nomes colocados para disputar o Palácio dos Leões, a situação mais fora da curva é a do ex-senador Roberto Rocha, que foi o primeiro a se declarar candidato a candidato a governador. E se movimenta com o maior dos problemas de um pré-candidato: não tem partido. E a julgar pelo cenário partidário local, praticamente não lhe sobra opções, já que todas as agremiações em condições de abrigar uma candidatura estão definidas em relação à sucessão estadual, tendo ou não candidatos a governador. Para seguir com o seu projeto leonino, terá de encontrar uma casa partidária.
É verdade que ainda há tempo para que essas situações sejam resolvidas, mas é verdade também que que a não solução de algumas delas em tempo hábil pode tirar o aspirante da corrida ao Palácio dos Leões.
PONTO & CONTRAPONTO
Braide, Camarão e Brandão cumprem agendas intensas

Nos últimos dois dias, três dos nomes mais destacados para a corrida ao Palácio dos Leões cumpriram agendas diferentes, mas todas elas focadas no cultivo das relações com o eleitorado, visando, claro, as urnas de 2026.
O prefeito Eduardo Braide (PSD) se dividiu entre a inspeção de obras e a programação do animado Arraial montado pela Prefeitura na Praça Maria Aragão. A equipe dirigida pelo secretário municipal de Cultura Maurício Itapary se esmerou nos cuidados e na organização, tendo o prefeito acompanhado de perto cada detalhe da execução do projeto, destinado principalmente à valorização da cultura ludovicense e maranhense como um todo.
Na condição de governador em exercício, Felipe Camarão (PT) cumpriu uma extensa agenda. Atendendo a convite da prefeita Flavinha Cunha (PL), visitou Zé Doca, onde cumpriu uma programação de inaugurações, reforçando ali as bases de uma aliança com o grupo liderado pelo deputado Josimar de Maranhãozinho (PL). De volta a São Luís, participou, como católico praticante, das celebrações de Corpus Christi. Sua agenda para a semana prevê despachos no palácio dos Leões e eventos no interior. Sua interinidade termina no dia 28, com o retorno do governador Carlos Brandão ao Brasil.
O secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB) foi o grande destaque de uma festiva agenda de inaugurações comandada em Tuntum pelo prefeito Fernando Pessoa (PDT), que simplesmente declarou apoio ao seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões, assim como ao projeto de reeleição do senador Weverton Rocha (PDT). Diante de aliados e lideranças locais, o gestor reafirmou a fidelidade de seu grupo político ao governador Carlos Brandão e destacou a importância da parceria com o Governo do Estado para os avanços no município. “O nosso lado hoje é do governador Carlos Brandão, é do lado do nosso amigo Orleans Brandão, é do lado do senador Weverton Rocha”, declarou Fernando Pessoa.
Essas agendas vão se intensificar nos próximos dias.
Destaque
Brandão valoriza ida a Roma ao registrar encontro com Leão XIV
Não há dúvida de que a participação do governador Carlos Brandão (PSB) em Roma, nas comemorações do Ano Jubilar, com a realização do Jubileu dos Governantes – evento católico realizado a cada quarto de século – e da Semana da Ação Climática, preparativa para a grande Conferência de Belém para o final deste ano, reforçou fortemente a posição gerencial e política do dirigente maranhense. Mas sua imagem, tendo junto a primeira-dama Larissa Brandão, frente a frente com o papa Leão XIV, foi um ganho de prestígio como poucos.
Dono de uma formação católica severa, que o tornou praticante, o governador Carlos Brandão consolidou para sempre sua imagem na seara religiosa com o registro do seu encontro com o recém entronizado sumo pontífice. Mesmo sendo uma audiência coletiva, com a presença de governantes de 68 países, o mandatário maranhense trocou cumprimentos com Leão XIV.
Por meio do Jubileu dos Governantes, um movimento realizado a cada 25 anos, a Igreja Católica convida prefeitos, governadores e presidentes a redescobrir a esperança e aproveitar os resultados dessa redescoberta para melhorar as suas gestões e, assim, jogarem luzes na tensa realidade atual. No seu discurso, o papa Leão XIV pediu que os governantes trabalhem pelos que mais precisam.
Diante do que viu, ouviu e viveu, o governador Carlos Brandão declarou: “Estivemos com o papa Leão XIV no Vaticano, que abençoou a todos os presentes e, desta forma, vários países, vários estados. Fiquei muito feliz, porque eu levo essa bênção aos maranhenses, para que a gente possa ter mais fé, mais esperança, mais oportunidade a todos do Maranhão”.
Carlos Brandão desembarcou ontem em Londres, onde participará da Semana da Ação Climática, preparativa da COP25, a ser realizada no final do ano em Belém e na qual o Maranhão terá participação ativa na condição de estado pré-amazônico.
São Luís, 22 de Junho de 2025.