Arquivos mensais: junho 2025

Prováveis candidatos aos Leões enfrentam pendências partidárias que podem gerar problemas

Eduardo Braide, Felipe Camarão, Orleans Brandão e
Roberto Rocha têm pendências partidária; Lahesio
Bonfim está afinado com o seu partido

A pouco mais de quinze meses das eleições de 2026, os nomes que estão se posicionando para disputar o Palácio dos Leões terão de consolidar os seus projetos e ajustar as suas situações partidárias. O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que lidera as intenções de voto em todas as pesquisas feitas até agora, tem pendências a serem resolvidas no PSD; o vice-governador Felipe Camarão precisa consolidar sua situação dentro do PT; o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão ainda não tem anunciado o status de pré-candidato do partido, o MDB; o ex-senador Roberto Rocha nem partido tem até agora. Não são pendências insolúveis, mas se não forem solucionadas logo, poderão causar problemas incômodos mais na frente. A exceção é o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que já é o escolhido do partido Novo.

Líder nas pesquisas de intenção de voto e ainda fechado em relação a ser ou não ser candidato, o prefeito Eduardo Braide vive uma situação absolutamente inusitada, curiosa e difícil de resolver ao ter nos quadros do seu partido, o PSD, a senadora Eliziane Gama, candidata à reeleição, mas que até aqui tem se posicionado como integrante do grupo que atualmente controla o Governo do Estado sob o comando do governador Carlos Brandão (PSB). É difícil imaginar que Eduardo Braide lidere uma chapa para o Governo tendo Eliziane como candidata ao Senado pedindo voto para o petista Felipe Camarão ou para o emedebista Orleans Brandão. Não faz sentido. Se pretende mesmo disputar a cadeira principal do Palácio dos Leões, Eduardo Braide terá de colocar as cartas na mesa e definir a situação da senadora Eliziane Gama, de modo que ela seja sua aliada ou mude de partido.

A situação de Felipe Camarão ainda está em processo de consolidação dentro do PT. Ele tem o apoio das cúpulas nacional – incluindo o aval declarado do presidente Lula da Silva (PT) – e estadual, com a diferença de que o braço do PT no Maranhão está mergulhado numa crise. Ninguém no meio político imagina Felipe Camarão saindo do PT para tentar a eleição de governador abrigado em outra legenda. Além das articulações de cúpula, o vice-governador trabalha para se firmar no partido fazendo reuniões com os diferentes segmentos da legenda, numa agenda batizada de “Diálogos com o PT”.

Tido como candidato a governador dentro e fora das hostes governistas, Orleans Brandão representará o MDB, partido controlado no estado pelo empresário Marcus Brandão, seu pai, e que tem como lastro o que restou do Grupo Sarney. Por enquanto, ele conta com o apoio declarado do presidente do partido e do mais atuante líder da sua base, o prefeito de Bacabal, Roberto Costa, que também preside a poderosa e influente Famem. As personalidades mais destacadas do MDB – José Sarney, Roseana Sarney e João Alberto – ainda não se manifestaram sobre o assunto. E nesse contexto, o fator complicador é o deputado federal Cleber Verde, que preside o MDB em São Luís e até o momento se mantém como aliado incondicional do prefeito Eduardo Braide. Se vier mesmo a ser candidato, Orleans Brandão terá de fazer ajustes no partido.

Entre os nomes colocados para disputar o Palácio dos Leões, a situação mais fora da curva é a do ex-senador Roberto Rocha, que foi o primeiro a se declarar candidato a candidato a governador. E se movimenta com o maior dos problemas de um pré-candidato: não tem partido. E a julgar pelo cenário partidário local, praticamente não lhe sobra opções, já que todas as agremiações em condições de abrigar uma candidatura estão definidas em relação à sucessão estadual, tendo ou não candidatos a governador. Para seguir com o seu projeto leonino, terá de encontrar uma casa partidária.

É verdade que ainda há tempo para que essas situações sejam resolvidas, mas é verdade também que que a não solução de algumas delas em tempo hábil pode tirar o aspirante da corrida ao Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAPONTO

Braide, Camarão e Brandão cumprem agendas intensas

Eduardo Braide e a primeira-dama Graziela Braide com o cantor Amado Batista; Felipe Camarão, católico fervoroso, agradece a vitória do Flamengo, e Orleans Brandão ouve Fernando Pessoa anunciá-lo como candidato

Nos últimos dois dias, três dos nomes mais destacados para a corrida ao Palácio dos Leões cumpriram agendas diferentes, mas todas elas focadas no cultivo das relações com o eleitorado, visando, claro, as urnas de 2026.

O prefeito Eduardo Braide (PSD) se dividiu entre a inspeção de obras e a programação do animado Arraial montado pela Prefeitura na Praça Maria Aragão. A equipe dirigida pelo secretário municipal de Cultura Maurício Itapary se esmerou nos cuidados e na organização, tendo o prefeito acompanhado de perto cada detalhe da execução do projeto, destinado principalmente à valorização da cultura ludovicense e maranhense como um todo.

Na condição de governador em exercício, Felipe Camarão (PT) cumpriu uma extensa agenda. Atendendo a convite da prefeita Flavinha Cunha (PL), visitou Zé Doca, onde cumpriu uma programação de inaugurações, reforçando ali as bases de uma aliança com o grupo liderado pelo deputado Josimar de Maranhãozinho (PL). De volta a São Luís, participou, como católico praticante, das celebrações de Corpus Christi. Sua agenda para a semana prevê despachos no palácio dos Leões e eventos no interior. Sua interinidade termina no dia 28, com o retorno do governador Carlos Brandão ao Brasil.

O secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB) foi o grande destaque de uma festiva agenda de inaugurações comandada em Tuntum pelo prefeito Fernando Pessoa (PDT), que simplesmente declarou apoio ao seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões, assim como ao projeto de reeleição do senador Weverton Rocha (PDT). Diante de aliados e lideranças locais, o gestor reafirmou a fidelidade de seu grupo político ao governador Carlos Brandão e destacou a importância da parceria com o Governo do Estado para os avanços no município. “O nosso lado hoje é do governador Carlos Brandão, é do lado do nosso amigo Orleans Brandão, é do lado do senador Weverton Rocha”, declarou Fernando Pessoa.

Essas agendas vão se intensificar nos próximos dias.

Destaque

Brandão valoriza ida a Roma ao registrar encontro com Leão XIV

Registro histórico: Larissa Brandão e Carlos Brandão
com o papa Leão XIV, em audiência no Vaticano

Não há dúvida de que a participação do governador Carlos Brandão (PSB) em Roma, nas comemorações do Ano Jubilar, com a realização do Jubileu dos Governantes – evento católico realizado a cada quarto de século – e da Semana da Ação Climática, preparativa para a grande Conferência de Belém para o final deste ano, reforçou fortemente a posição gerencial e política do dirigente maranhense. Mas sua imagem, tendo junto a primeira-dama Larissa Brandão, frente a frente com o papa Leão XIV, foi um ganho de prestígio como poucos.

Dono de uma formação católica severa, que o tornou praticante, o governador Carlos Brandão consolidou para sempre sua imagem na seara religiosa com o registro do seu encontro com o recém entronizado sumo pontífice. Mesmo sendo uma audiência coletiva, com a presença de governantes de 68 países, o mandatário maranhense trocou cumprimentos com Leão XIV.  

Por meio do Jubileu dos Governantes, um movimento realizado a cada 25 anos, a Igreja Católica convida prefeitos, governadores e presidentes a redescobrir a esperança e aproveitar os resultados dessa redescoberta para melhorar as suas gestões e, assim, jogarem luzes na tensa realidade atual. No seu discurso, o papa Leão XIV pediu que os governantes trabalhem pelos que mais precisam.

Diante do que viu, ouviu e viveu, o governador Carlos Brandão declarou: “Estivemos com o papa Leão XIV no Vaticano, que abençoou a todos os presentes e, desta forma, vários países, vários estados. Fiquei muito feliz, porque eu levo essa bênção aos maranhenses, para que a gente possa ter mais fé, mais esperança, mais oportunidade a todos do Maranhão”.

Carlos Brandão desembarcou ontem em Londres, onde participará da Semana da Ação Climática, preparativa da COP25, a ser realizada no final do ano em Belém e na qual o Maranhão terá participação ativa na condição de estado pré-amazônico.

São Luís, 22 de Junho de 2025.

Sucessão: Orleans não declara, mas seu discurso indica que se Brandão não sair, ele será candidato

Orleans Brandão na TV Mirante: discurso pensado
indicando o seu futuro no cenário sucessório

Se o governador Carlos Brandão (PSB) decidir permanecer no Governo até o final do mandato, o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, filiado ao MDB, será lançado candidato à sua sucessão. Esse projeto sucessório ganhou mais força ontem numa entrevista que o secretário concedeu à jornalista Carla Lima, da TV Mirante, na qual ele, alegando tratar-se de uma orientação do governador de não falar de eleições até o final deste ano, se recusou a se manifestar sobre a sua pré-candidatura ao Governo. No entanto, o seu silêncio em relação ao tema e as suas declarações como responsável pela articulação municipalista do Governo não deixaram qualquer dúvida de que ele está, de fato, se preparando e sendo preparado para entrar na briga. A começar pelo fato de que ele apenas, seguindo a tal orientação, não confirmou a pré-candidatura, mas também em nenhum momento negou que o projeto esteja em curso.

Orleans Brandão se comportou na entrevista como secretário de Estado de Assuntos Municipalistas, uma superpasta que faz a ponte entre o governador, o Governo e os prefeitos, intermediando políticas públicas e obras nas mais diversas áreas. A ele cabe conversar com os prefeitos, levantar suas demandas e articular agenda dos mandatários municipais com o mandatário estadual. “O governador me deu essa missão desde que eu assumi a Secretaria de Assuntos Municipalistas, que foi de dialogar, conversar com cada município maranhense, não só com gestores, não só com a classe política, mas com a população. E é isso que eu tenho feito desde que entrei na Secretaria. A gente tem rodado o estado todo, conversando e levando as políticas públicas do governador a cada município maranhense”, declarou Orleans Brandão, exibindo entusiasmo com a tarefa.

Além das obras físicas, como estradas, pontes, escolas, centros de lazer, quadras esportivas e calçamento de ruas, o secretário de Assuntos Municipalistas responde pela expansão dos Restaurantes Populares – o atual Governo aumentou de 100 para 187, mantendo café da manhã a R$ 0,50 almoço e jantar a R$ R$ 1,00 cada -, do Viva-Procon, das cadeiras de hemodiálise – eram 270 e já são 570 -, e por aí vai. Citou obras como a expansão da Avenida Litorânea e a construção da Avenida metropolitana em São Luís, assim como o novo esforço no combate à pobreza extrema como o programa Maranhão Livre da Fome.

Sem perder o entusiasmo, Orleans Brandão desvia do tema político e segue falando como o super-secretário que se prepara para dar um passo largo na política: “Então, as políticas públicas estão chegando para quem realmente necessita. Eu tenho muito orgulho de dizer que em todos os municípios do estado tem uma ação do governador Carlos Brandão. Então, a gente está rodando, acordando cedo e dormindo tarde, trabalhando para implantar as políticas que o governador pediu para a gente levar a cada município maranhense. E está saindo muita coisa boa do papel.

A jornalista Carla Lima perguntou como o Governo trata adversários. Ele respondeu: “Uma das coisas de que mais me orgulho é quando o governador diz que ele é o governador de sete milhões de maranhenses. A gente tem conversado com todos os gestores, independentemente da questão política partidária. A gente está fazendo um grande trabalho de receber os prefeitos do Maranhão. O governador já recebeu 110 prefeitos. (…) Eu tenho muito orgulho de dizer que em todos os municípios do estado tem uma ação do governador Carlos Brandão”. E aumentou o cerco indagando sobre a condição de sobrinho do governador e lembrando a ação na Suprema Corte sobre nepotismo. O secretário desconversou, mas misturando cuidadosamente as informações administrativas com o viés político: “Olha, é um cargo de confiança. E ele me confiou esse trabalho, e eu fico muito honrado. Eu busco retribuir, todos os dias. Não só para o governador, mas para toda a população maranhense. É isso que eu tenho feito. Tenho andado, tenho buscado sempre desempenhar o meu papel à frente da Secretaria. Essa foi a missão que me deram, e enquanto eu estiver à frente da Secretaria, vou estar trabalhando pelo povo do Maranhão”.

Finalmente, a jornalista Carla Lima, lembrando um evento de duas semanas atrás em Urbano Santos, no qual a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), declarou apoio ao projeto de candidatura dele ao Governo do Estado, foi direto ao assunto:

– O senhor vai ser candidato ao Governo do Estado?

Sem alterar o seu estado de ânimo, o secretário respondeu:

– A determinação que nós recebemos foi a de falar em política só em 2026. Então, eu estou muito focado em trabalhar, e a gente está andando nesse estado. Mas fico muito feliz. Talvez tenha sido o momento mais importante dessa trajetória política. Eu fiquei muito honrado que a presidente Iracema Vale tenha feito esse evento com o seu grupo político. Ela tem a preferência dela, e eu fico muito feliz por ser eu. Eu acho que é o reconhecimento de um trabalho que o governador está fazendo, que eu estou fazendo por todo o estado. Mas, realmente, a determinação que nos foi passada foi a de que agora a gente tem é que trabalhar, e é isso que estamos fazendo.

As respostas do secretário Orleans Brandão desenharam o que ele “tentou” evitar: se o governador Carlos Brandão ficar no cargo, ele será candidato ao Governo.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão já tem o apoio de maioria do PT para ser candidato ao Governo

Felipe Camarão (camiseta amarela) tem o apoio da maioria
dos diretórios do PT para ser candidato a governador

Se a definição fosse agora, o vice-governador Felipe Camarão teria o aval da maioria dos diretórios municipais do PT para se tornar candidato do partido à sucessão no Governo do Estado. Pelas contas feitas ontem, em meio à movimentação da agremiação por conta das eleições internas para o comando estadual e para a definição dos delegados à eleição do novo comando nacional, Felipe Camarão, que desde ontem está no comando do Governo do Estado, com a viagem do governador Carlos Brandão à Europa, vem trabalhando cuidadosamente para se consolidar como nome do PT aos Leões.

Operando com o cuidado de não tomar partido ostensivamente no processo eleitoral interno, no qual concorre como candidato a delegado à convenção nacional, Felipe Camarão tem conversado com a militância por meio da agenda “Diálogos com o PT”. Nesses encontros, o vice-governador debate temas relacionados com os problemas do Maranhão e nacionais, ouvindo e elencando sugestões.

Com essa movimentação, o hoje governador em exercício vai aos poucos montando a base do que será o seu programa de Governo como candidato a governador em 2026. Isso porque ele já deixou claro que será candidato à sucessão do governador Carlos Brandão em qualquer circunstância. Mas tem trabalhado para superar as divergências entre dinistas e brandonistas, de modo a convencer o chefe do Poder Executivo de que o ideal seria a reunificação da aliança e o lançamento de uma chapa com ele, Felipe Camarão, como candidato ao Governo e Carlos Brandão ao Senado, como aconteceu no final do Governo Flávio Dino, em 2022.

Destaque

Assembleia faz pausa política e mantém a tradição de festejar o São João

Foto 1: Iracema Vale com brincantes; foto 2: a presidente
com Roberto Costa, André Campos, Ana do Gás
e Marcus Brandão; foto 3: Iracema Vale entre Wellington do Curso, Davi Brandão, Roberto Costa e Rubens Júnior e brincantes no Arraial da Assembleia

Foi uma festa e tanto o primeiro dos quatro dias em que a Assembleia Legislativa do Maranhão fez a sua pausa anual para mergulhar na tradição das festas juninas. Aberta pela presidente Iracema Vale, deputados, servidores e convidados, a festança ganhou vida no belo e bem organizado Arraial da Assembleia. Tudo correu como previsto, apesar do aguaceiro que caiu na noite de ontem em São Luís.

Entusiasmada, apesar do temporal, a presidente Iracema Vale destacou a festa como uma tradição de caráter democrático, a começar pelo fato de que o evento é aberto à comunidade, sem qualquer reserva. Nas suas declarações, ela destacou o peso da cultura maranhense e as necessidades de que ela seja valorizada com eventos desse tipo.

“O nosso arraial foi pensado com muito carinho para o povo do Maranhão. Além da programação cultural, temos também aqui a geração de renda com os carrinhos do programa Mais Renda e, também, todas as barracas são de instituições filantrópicas. Temos ainda um ambiente inclusivo, seguro e familiar. O Arraial da Assembleia é aguardado pela nossa população e por isso mesmo preparamos tudo com muito amor”, destacou a presidente do Poder Legislativo.

No ato de abertura, a presidente Iracema Vale liderou um grupo formado pelos deputados estaduais Ana do Gás (PCdoB), Wellington do Curso (Novo), Davi Brandão (PSB), Júnior França (PP) e Adelmo Soares (PSB), pelo deputado federal Rubens Júnior (PT) e pelo prefeito de Bacabal e presidente da Federação dos Municípios (Famem), Roberto Costa (MDB). Integraram também o grupo o presidente do braço maranhense do MDB, Marcus Brandão, e o vereador André Campos (PP), mas de origem emedebista. Todos destacaram a beleza e a pujança da festa organizada pelo Poder Legislativo

A festança prossegue hoje com rica programação.

São Luís, 20 de Junho de 2025.

Bonfim muda para São Luís a base principal da sua candidatura do Governo

Lahesio Bonfim (centro), entre César Pires (óculos) e o presidente do Novo
Leonardo Arruda (de barba) e membros da direção do partido

Enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) medem força pela vaga de candidato a governador pela aliança governista, abrindo também caminho para duas candidaturas, e o prefeito Eduardo Braide (PSD), que lidera a corrida nas preferências do eleitorado, se mantém em silêncio fechado sobre ser ou não ser candidato, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), segundo colocado no ranking das pesquisas, se movimenta em ritmo de pré-campanha. O seu passo mais recente foi mudar o epicentro das duas operações para São Luís, de onde pretende alcançar dois objetivos: conquistar o eleitorado rebelde e independente da Capital e ampliar o raio de ação para toda a Ilha de Upaon Açu.

Político ao mesmo tempo arrojado e polêmico, que embala sua campanha abrindo frentes de confronto em diversas direções, Lahesio Bonfim avaliou o cenário e chegou à conclusão de que instalar o seu comitê central de campanha na Capital lhe dará condições para irradiar suas mensagens para todo o estado. Ele lançou, há quatro meses, sua pré-candidatura em Marajá do Sena, a 360 km de São Luís, na região central do estado, justificando a escolha com o argumento de que é um político do interior e que tentará chegará Palácio dos Leões embalado pelos votos do eleitorado interiorano.

O pré-candidato do Novo fez a mesma migração em 2022, mas quando desembarcou na Capital, mesmo tendo escolhido como vice o vereador Gutemberg Araújo, um político tradicional da Capital como aliado e cicerone político, se deu conta de que foi uma decisão tardia, à medida que os espaços já estavam ocupados pelo governador Carlos Brandão (PSB), que concorria à reeleição, e o seu principal adversário, o senador Weverton Rocha (PDT), a quem venceu nas urnas e alcançou o segundo lugar no primeiro turno vencido pelo chefe do Executivo.

Admitam ou não seus adversários, especialmente os pré-candidato a governador, Lahesio Bonfim está modulando a corrida até aqui, aparecendo em todas as pesquisas como eventual oponente do prefeito Eduardo Braide num embate de segundo turno. Ele sabe que tem esse potencial, e aproveita a sua veia provocadora para se manter em evidência, estocando e chamado para a briga os nomes que estão pontificando nessa fase embrionária da corrida ao Palácio dos Leões no arraial da disputa.

A julgar por suas declarações, o pré-candidato do Novo – o comando estadual do partido diz que ele já é candidato, uma vez que não tem concorrente na agremiação -, sabe que candidatura com tanta antecedência pode ser consolidada ou naufragar. Sabe também que esse cenário pode mudar radicalmente quando o prefeito Eduardo Braide bater martelo como candidato ao Governo e quando o governador Carlos Brandão decidir se fica no cargo ou sai para o Senado, o que definirá o futuro do vice-governador Felipe Camarão e do secretário Orleans Brandão. Essas candidaturas, quando definidas, promoverão mexidas radicais no tabuleiro sucessório estadual. E esses movimentos certamente atingirão o projeto eleitoral do candidato do Novo.

Sem amarras partidárias, o que lhe garante uma candidatura sem problemas nessa seara, Lahesio Bonfim aposta que, sem renegar a condição de político originado nas disputas em São Pedro dos Crentes, de onde foi prefeito eleito e reeleito, sua transferência política para São Luís vai mostra-lo como um candidato de todas as regiões e segmentos políticos e eleitorais. Parece que ele já está plenamente ciente de que o eleitorado de São Luís é arisco e não se deixa seduzir por discursos agressivos nem por provocações. A entrada do ex-deputado estadual César Pires no núcleo duro da sua pré-campanha é um sinal de que sua postura pode sofrer alterações.

O fato é que Lahesio Bonfim atuando politicamente em São Luís pode tornar o jogo sucessório mais animado.

PONTO & CONTRAPONTO

Com transferência de domicílio eleitoral, André Fufuca montará base de campanha em Imperatriz

André Fufuca será eleitor de Imperatriz

Enquanto Lahesio Bonfim muda para São Luís, o ministro do Esporte André Fufuca (PP), um dos pré-candidatos ao Senado, anuncia a transferência do seu título de eleitor para Imperatriz. Ele é eleitor de Alto Alegre do Pindaré, onde tem sua base política e eleitoral a partir da liderança do seu pai, Fufuca Dantas, atual prefeito. O anúncio se deu no ato em que a ele recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadão de Imperatriz.

Com a mudança do seu domicílio eleitoral de Alto Alegre do Pindaré para Imperatriz, o ministro André Fufuca revela parte da sua estratégia para chegar a uma das duas vagas no Senado, numa disputa que envolverá os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), podendo contar também c0m a participação do governador Carlos Brandão (PSB).

A montagem de sua base principal em Imperatriz está ligada ao fato de que o ministro conta ali com o apoio decidido do prefeito Rildo Amaral (PP), que é do seu partido e a quem apoiou na eleição de 2024. É da Princesa do Tocantins que ele pretende conquistar as regiões Tocantina e Sul, o que lhe dará uma base forte na corrida senatorial.

André Fufuca conta também com o aval dos prefeitos de Timon, Rafael Brito (PSB), de Caxias, Gentil Neto (PP), na Região Nordeste, e o de Santa Inês, Felipe dos Pneus (PP), na região do Pindaré.

Juscelino Filho e Pedro Lucas têm posições diferentes em relação ao Governo Lula

Pedro Lucas e Juscelino Filho:
diferenças em relação ao Governo

Os deputados federais Juscelino Filho, ex-ministro das Comunicações e “quase” líder do União Brasil na Câmara Federal, e Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil na Câmara Federal e “quase” ministro das Comunicações, se movimentam em rotas diferentes em relação ao Governo Lula da Silva (PT).

O ex-ministro e “quase” líder Juscelino Filho mantém uma política voltada para se manter próximo ao Palácio do Planalto e à Esplanada dos Ministérios, enquanto o líder e “quase” ministro Pedro Lucas Fernandes incorpora o discurso da ala antigovernista do União Brasil e alavanca dificuldades para o Governo.

Nesta semana, por exemplo, quanto Juscelino Filho visitou ministros – entre eles o poderoso Renan Filho, dos Transportes – e reafirmou sua posição de apoio ao Governo do PT. Já Pedro Lucas Fernandes defendeu a posição de parte da bancada do União Brasil contrária a projetos de ajuste fiscal do Governo.

Na política maranhense, enquanto Juscelino Filho mantém uma linha de independência em relação ao Palácio dos Leões, Pedro Lucas Fernandes reafirma sua posição de aliado do governador Carlos Brandão (PSB).

Os dois tentam conviver sem problemas dentro do braço maranhense do União Brasil e trabalham para renovar os seus mandatos na Câmara Federal.

São Luís, 19 de Junho de 2026.

Governo retoma controle da tribuna da Assembleia e deixa oposição desmotivada

Carlos Brandão com representantes da PM e do Corpo de Bombeiros no
anúncio do aumento de salário, que repercutiu na Assembleia Legislativa

Depois de um intenso período de tensão, quando os debates foram ganharam acidez inesperada, situação vistas por alguns como instabilidade na sua base de apoio, o Governo colocou sua locomotiva parlamentar nos trilhos e reassumiu o controle da tribuna na Assembleia Legislativa. Nas últimas semanas, tem sido frequente a presenta de deputados governistas turbinando a imagem do governador Carlos Brandão (PSB) e sua gestão, que ganha mais força com o amplo conjunto de ações de pequeno, médio e grande porte em todas as regiões do estado. E com o detalhe de que as falas apontam o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), como o grande articulador do programa de obras levado aos municípios. Por seu turno, a oposição, que vinha ensaiando uma espécie de catilinária contra o Governo, tentando encontrar brechas para ataca-lo, perdeu parte do ânimo, ainda que seus integrantes se mantenham mobilizados no fechado grupo formado por deputados dinistas.

Esse novo enredo em curso no plenário da Assembleia Legislativa avançou ontem, com uma sequência de discursos por meio dos quais deputados alinhados ao Palácio dos Leões destacam ações e obras do Governo comandado por Carlos Brandão (PSB). Estimulados pelo líder governista Neto Evangelista (União), os deputados Guilherme Paz (PRD), Helena Duailibe (PP), Ana do Gás (PCdoB), Adelmo Soares (PSB) e Wellington do Curso (Novo) se sucederam ontem na tribuna, cada um destacando ações específicas, mas também elogiando o conjunto do portfólio de obras do Governo do Estado.

A série de pronunciamentos realizados na terça-feira tratou de aumento de cachê para folguedos e artistas populares que se apresentarão no São João, elogiou a organização das festas juninas, passou pela entrega de ambulâncias, destacou a perfuração de poços artesianos onde não havia água potável, enveredou pelo aumento de salário na PM e no Corpo de Bombeiros, comemorou a entrega de cartões universitários no valor de R$ 800,00. Essas manifestações levaram um entusiasmado deputado Guilherme Paz (PRD) a definir como “linda” o restaurado Santuário de São Francisco, em São João dos Patos, e emendar, com o mesmo ânimo: “Por onde a gente roda, vê o governador Carlos Brandão anunciando obras”.

A oposição, formada por deputados dinistas, fez os seus movimentos, mas foi contida pelo “abafa” dos discursos governistas e impacto da informação segundo a qual a Justiça determinou que o Governo do Estado devolva à Emap, que administra o Porto do Itaqui, R$ 141 milhões, transferidos irregularmente para o Tesouro Estadual durante o Governo Flávio Dino. E como não poderia deixar de ser, o deputado governista Yglésio Moises (PRTB), o mais feroz inimigo político do ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, anunciou, com a ênfase de sempre, que vai levar o assunto ao Senado da República como um caso de improbidade administrativa na até agora imaculada gestão dinista.

O fato é que no plano parlamentar, o Palácio dos Leões reassumiu plenamente o controle da cena política, que pareceu fragilizado durante alguns meses, demonstrando contar com o apoio de larga maioria dos 42 deputados estaduais e demonstrando que esse apoio também ganha densidade no plano político, com potencial para ser levado à seara eleitoral. O governador Carlos Brandão tem trabalhado intensamente, comandando um amplo programa de obras, e sem esconder que, junto com os objetivos de avançar no desenvolvimento social e econômico do estado, tem também as urnas de 2026 como foco.

O ambiente que está sendo criado na base governista na Assembleia Legislativa leva em conta os objetivos políticos do Governo e, claro, o futuro político do governador e seus aliados. A frequente citação do secretário Orleans Brandão como o grande articulador do Governo sugere que, pelo menos até aqui, é real a possibilidade de o governador Carlos Brandão permanecer no cargo e lança-lo como candidato à sua sucessão. Os próximos meses dirão se essa será mesmo o caminho, e como a oposição reagirá para sobreviver ao peso governista. 

PONTO & CONTRAPONTO

Flávio Dino alerta para “desafios que rondam” o processo eleitoral de 2026

Felipe Camarão, Paulo Velten e Flávio Dino durante
a palestra do ministro no TRE-MA

Ecoou no meio político e fora dele o alerta feito pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, em relação ao risco de atos de violência política durante a campanha eleitoral do ano que vem, assim como a ação subterrânea do crime organizado no processo e o uso de dinheiro saído das entranhas criminosas da corrupção. Isso sem falar no risco de manipulação de informações por inteligência artificial, distorcendo a realidade em debate na campanha.  

Para o ministro, tais riscos são desafios que rondam o processo eleitoral do ano que vem. Tais distorções podem comprometer o processo democrático, se não forem devidamente combatidas.

Na sua fala, focada na preocupação de preservar a democracia a partir da consolidação do processo eleitoral, o ministro Flávio Dino destacou que a Justiça Eleitoral independente e devidamente aparelhada é a garantia de que o estado democrático de direito seja mantido protegido das tentativas de desestabiliza-lo.

Flávio Dino fez esse alerta em palestra no TRE-MA na última segunda-feira (16), atendendo a convite do presidente do TRE-MA, desembargador Paulo Velten, e da juíza Rosângela Prazeres, que dirige a Escola Judiciária Eleitoral. O ato contou com a presença do vice-governador Felipe Camarão (PT), que acompanhou o ministro da Suprema Corte.

Vereadores de São Luís debatem o conflito Israel X Irã, mas cometem equívocos

Plenário da Câmara Municipal de São Luís

Um surpreendente e inesperado debate sobre a guerra Israel X Irã animou e criou um ambiente absolutamente inusitado no plenário da Câmara Municipal de São Luís, que momentaneamente esqueceu os problemas da Capital para refletir sobre o tenso cenário global no momento.

Ali, do nada, se formou uma tropa de choque aliada de Israel, liderada pela vereadora da extrema-direita bolsonarista Flávia Berthier (PL), que contou com o apoio de alguns colegas, entre eles o jovem Cleber Verde Filho (MDB), que repetiu o mantra ocidental segundo o qual o Irã é o agressor terrorista e Israel é a vítima que tem o direito de se defender.

Esse grupo se mostrou alinhado aos segmentos de direita e dos conservadores, que parecem não compreender que o que está em discussão é o regime teocrático e totalitário que controla o Irã com mão de ferro desde a e revolução dos aiatolás em 1979, e não a sociedade iraniana, que representa uma das mais ricas e importantes culturas da civilização humana.

Em meio aos ataques ao Irã, e não ao regime que controla o Irã e vice-versa em relação a Israel, se posicionou o vereador Jhonatas Soares, do Coletivo Nós (PT), com uma tímida posição pacifista, parecendo ignorar totalmente a posição do Governo brasileiro, comandado pelo seu partido, o PT, que está clara e decididamente posicionado contra a política agressiva de Israel, que no momento, controlado por um regime de extrema-direita.  

Talvez no afã do debate, que é indiscutivelmente válido, os vereadores envolvidos não tenham se dado conta de quem os responsáveis pela guerra não são judeus nem os iranianos, mas os regimes sanguinários que controlam esses dois povos, que já contribuíram muito para o avanço da humanidade.

São Luís, 18 de Junho de 2025.

Declarações de apoio de Gentil e Belezinha a Fufuca desenham disputa com Weverton ao Senado

Iracema Vale declarou apoio a Weverton Rocha e Fábio Gentil e Dulcilene
Belezinha escolheram André Fufuca na disputa para uma das vagas no Senado

A corrida ao Senado ganhou ontem ritmo de largada com a nota de apoio publicada pelo ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e a declaração da prefeita de Chapadinha, Dulcilene Belezinha (PL), ambos manifestando preferência pelo projeto de candidatura do ministro do Esporte, André Fufuca (PP), à Câmara Alta. O posicionamento dos líderes de Caxias e de Chapadinha veio a público uma semana após a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que hoje expressa o pensamento do núcleo forte do grupo brandonista, haver anunciado em Urbano Santos, e reafirmado e em Barreirinhas, a escolha do senador Weverton Rocha (PDT) como o seu candidato a uma das vagas. O anúncio de Dulcilene Belezinha e Fábio Gentil chega no tabuleiro político como um contraponto que desenha uma disputa entre o senador Weverton Rocha e o ministro André Fufuca. Com o detalhe decisivo de que os dois grupos deixam para depois a escolha dos seus candidatos à segunda vaga que, ao que tudo indica, está sendo reservada para o governador Carlos Brandão (PSB), que tem até abril do ano que vem para decidir se sai para disputar uma cadeira no Senado ou permanece no Governo até o final do mandato.

O embate que se rascunha entre o senador Weverton Rocha e o ministro André Fufuca é o que se pode chamar de “guerra anunciada”, que tem um complicador de extrema gravidade: o projeto de reeleição da senadora Eliziane Gama (PSD), que, ao contrário do que muitos possam estar avaliando, está política e eleitoralmente viva e, pelo visto, disposta a jogar tudo para renovar o seu mandato senatorial. Ou seja, a disputa eleitoral deflagrada entre Weverton Rocha e André Fufuca com escolhas anunciadas por seus aliados será, na verdade, uma disputa entre os dois senadores e o ministro, que pode ganhar um dado de peso: a possível candidatura do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), caso ele reveja sua anunciada participação na corrida ao Palácio dos Leões.

O anúncio da presidente Iracema Vale apontando Weverton Rocha e os de Dulcilene Belezinha e Fábio Gentil manifestando preferência por André Fufuca são uma clara demonstração de que eles irão para o embate pela chamada “segunda vaga”, devendo unir suas forças para apoiar a eventual candidatura do governador Carlos Brandão ao Senado. Nos bastidores correm duas “certezas”, uma afirmando que Carlos Brandão já teria batido martelo para permanecer no cargo até o fim do mandato, e outra jurando que ele sai em abril do ano que vem, optando por tocar sua vida política como senador da República. A verdade verdadeira é que neste momento nem o próprio governador sabe com certeza de como será seu futuro a partir de abril do ano que vem.

Em relação à disputa que se anuncia entre o senador Weverton Rocha e o ministro André Fufuca, o fato relevante é que são dois projetos consistentes. O senador pedetista avaliou que não tem chance numa disputa pelo Palácio dos Leões e decidiu que o seu caminho – pelo menos em 2026 – será tentar continuar no parlamento. Avalizado pelo Palácio do Planalto, vem reconstruindo pontes em todas as searas, como a que o afastou do governador Carlos Brandão, e articulando alianças da direita à esquerda, incluindo os pequenos partidos radicais, buscando, por exemplo, o guarda-chuva do PL liderado por Josimar de Maranhãozinho. Por enquanto, aparece em vantagem nas pesquisas, nas quais só perde para o governador. É um projeto viável.

O ministro André Fufuca entra na disputa com um cacife invejável para um político da sua geração: tem total apoio do comando nacional do seu partido, a simpatia do presidente Lula da Silva (PT), que o vê como um bom ministro. No estado, conta com um grupo forte de prefeitos, a começar pelos de Imperatriz, Timon, Caxias e Santa Inês, por exemplo, e um “exército de vereadores”. Na sua declaração escrita de apoio, o ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil aponta André Fufuca como um político jovem, mas já consolidado e comprometido com as causas do Maranhão, impressões manifestadas também pela prefeita de Chapadinha.

A expectativa se volta agora para o cacife que a senadora Eliziane Gama vai mostrar para consolidar o seu projeto de reeleição.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans Brandão mostra bom senso ao evitar se declarar pré-candidato ao Governo

Orleans Brandão:
bom senso

Mais pré-candidato a governador do que nunca e em plena movimentação para consolidar esse projeto, o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) mostra equilíbrio ao evitar se autodeclarar aspirante à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), seu avalista.

Não há dúvida que o secretário, que é o braço direito do governador na articulação política, principalmente na seara municipal, está em plena pré-campanha. E o faz de maneira ostensiva, mas com o cuidado de não se declarar pré-candidato, numa demonstração de que sabe que o seu projeto de candidatura está umbilicalmente associado ao projeto do governador Carlos Brandão.

Essa equação explica a cautela do jovem secretário em declaração recente, publicada pelo bem informado blog do jornalista Gilberto Léda:

“O foco é o trabalho e não falo em pré-candidatura. Sobre pesquisas, o número que me interessa atualmente é o desempenho do governador e em todos os levantamentos a avaliação supera 60% e isso que importa agora. Eu sou secretário do Governo do Maranhão, e por esse motivo minha preocupação é como a gestão está sendo avaliada, e graças a Deus a população têm reconhecido o trabalho que vai sendo feito”.

Faz todo sentido.

Boatos sobre Braide não disputar Governo podem produzir efeito contrário

Eduardo Braide:
silêncio calculado

De uns dias para cá circularam boatos sutis, mas efetivos, insinuando a possibilidade de o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que lidera todas as pesquisas feitas para medir a corrida sucessória até aqui, não entrar na briga pelo Governo do Estado nas eleições de 2026.

Uma certeza: tais rumores não foram soprados a partir do Palácio de la Ravardière. Outra certeza: tais rumores não estão sendo estimulados pelo prefeito de São Luís, que até agora não disse uma só palavra sobre ser ou não ser candidato, confirmando sua estratégia de não colocar o carro na frente dos bois.

Eduardo Braide será candidato a governador? Essa é a grande indagação que se faz no meio político e fora dele. E ciente disso, o prefeito de São Luís avalia o cenário, sem pressa nem açodamento, medindo cada um dos seus movimentos.

Rumores insinuando que ele poderá ficar de fora da corrida aos Leões podem até gerar dúvidas sobre o seu futuro político nessa corrida às urnas, mas podem também ser interpretados como artimanha adversária, que podem produzir efeito contrário.

O prefeito de São Luís sabe o que faz nesse jogo.

São Luís, 17 de Junho de 2025.

Corrida ao Senado começa a ser desenhada, mas o quadro de candidatos depende de Brandão

Carlos Brandão é fator decisivo na disputa em que Weverton Rocha,
Eliziane Gama, André Fufuca, César Pires e Hilton Gonçalo
devem disputar as duas cadeiras do Senado

Cerca de um ano atrás, a Coluna previu que a eleição dos dois senadores maranhenses em 2026 será uma das mais complicadas dos últimos tempos. A previsão está rigorosamente atualizada, à medida que o cenário para essa disputa ainda é nebuloso, devido a um ponto crucial: será governador Carlos Brandão (PSB) candidato a senador?

Se ele for candidato, todas as pesquisas indicam que uma das cadeiras será sua, sobrando a segunda para ser disputada pelos demais candidatos, a começar pelos dois senadores em busca da reeleição, Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), estando também no páreo o ministro do Esporte André Fufuca (PP), o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza) e, provavelmente, o ex-deputado estadual César Pires (Novo), além de nomes da esquerda radical que costumam participar da corrida. Se Carlos Brandão decidir permanecer no Governo, a guerra pelas cadeiras de senador será muito mais intensa e com desfecho absolutamente imprevisível.

Assim como na disputa para o Palácio dos Leões, cujo formato depende fundamentalmente da decisão que o governador vier a tomar no dia 3 de abril do ano que vem, o desenho da corrida senatorial está condicionada à mesma decisão. No momento, os nomes que de fato estão pesando nessa disputa – Everton Rocha, Eliziane Gama e André Fufuca –, e eles estão se preparando para os dois cenários, um com e outro sem o governador. Trabalham como se estivessem lutando por apenas uma vaga, mas passando a sinalização de que poderão também brigar pela segunda vaga. Esse clima de indefinição continuará até que em algum momento dos próximos meses o governador Carlos Brandão defina com clareza qual será o seu destino político.

Os últimos movimentos dentro da aliança governista produziram a primeira sinalização sobre essa disputa. No agitado aniversário de Urbano Santos, na semana passada, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) apresentou o senador Weverton Rocha como “o primeiro” candidato do seu grupo ao Senado. Com base nas suas reiteradas declarações afirmando-se como uma política de grupo e fielmente alinhada ao governador Carlos Brandão, a conclusão natural daquele gesto da parlamentar foi que o senador pedetista é “o primeiro” candidato do grupo brandonista ao Senado. Isso quer dizer que a segunda vaga de candidato do grupo permanecerá aberta até que o governador trace o seu destino.

Na hipótese de o governador permanecer no Governo, quem será “o segundo” candidato do grupo palaciano? De acordo com o que corre nos bastidores, essa definição será “uma briga de foice no escuro” entre a senadora Eliziane Gama e o ministro André Fufuca. Os dois têm a simpatia do Palácio do Planalto, são bem vistos no Palácio dos Leões e têm suporte eleitoral para dar a largada, dependendo mais dos seus movimentos do que do aval dos seus aliados. Eliziane Gama tem o cacife político de ser também do partido do prefeito Eduardo Braide, que lidera todas as pesquisas, podendo vir a ser a sua candidata ao Senado, o que lhe abre uma larga possibilidade. O ministro André Fufuca, por sua vez, entrará na briga como aval de prefeitos fortes, como os de Imperatriz, Rildo Amaral, de Caxias, Gentil Neto e de Santa Inês, Felipe dos Pneus, todos do PP, o partido que controla no Maranhão.

César Pires e Hilton Gonçalo são políticos bem avaliados, com vasta experiência, mas os seus lastros políticos e eleitorais são tímidos. César Pires entra com a vantagem de que poderá ser candidato na chapa de Lahesio Bonfim (Novo), segundo colocado em todas as pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado. Já Hilton Gonçalo faz uma corrida solitária, com um partido quase inexistente e um grupo restrito à sua liderança familiar. Em princípio, as chances dos dois são tímidas, mas a participação deles na disputa elevará substancialmente o nível da disputa.

No contexto desenhado até aqui, não resta qualquer dúvida de que a corrida às duas vagas só terá a sua densidade definida quando o governador Carlos Brandão bater martelo sobre o seu caminho em relação às urnas.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão ganha força como integrante da chapa favorita ao comando nacional do PT

Felipe Camarão com Alexandre
Padilha, em recente visita à Brasília

Em meio a muitos “disse-me-disse” nos bastidores e de uma intensa movimentação de pré-candidatos ao Governo do Estado, o vice-governador Felipe Camarão (PT) dá uma demonstração de força e prestígio partidário ao integrar a chapa “Construindo um novo Brasil” ao comando nacional do partido liderada pelo ex-ministro Edinho Silva (Comunicação), com participação da ministra Gleice Hoffmann (Articulação Institucional) e apoiada pelo presidente Lula da Silva.

Ao contrário do que muitos pensam e alguns chegaram a externar, Felipe Camarão está bem situado na cúpula nacional do PT e no conceito do presidente Lula da Silva. Ele é considerado uma das prioridades do partido no projeto de eleger governadores no ano que vem. Tanto que o presidente Lula da Silva já começa a operar no sentido de consolidar a sua candidatura, seja numa dobradinha com o governador Carlos Brandão para o Senado, seja num projeto solo, independente de quem sejam os demais candidatos.

Na cúpula do PT, onde muitos apostam que ele assumirá o Governo em abril, a ordem é turbinar o projeto de candidatura do vice-governador e trabalhar pela reconciliação entre dinistas e brandonistas na aliança situacionista no estado.

José Miranda “Gafanhoto” recebe o Mérito Esportivo “Canhoteiro” da Assembleia Legislativa

José Miranda, o Gafanhoto, entre Joaquim Haickel,
Manoel Ribeiro e Fernando Braide na entrega
da comenda na Assembleia Legislativa

Entre as várias homenagens prestadas pela Assembleia Legislativa a personalidades da vida maranhense nos últimos tempos, a concessão da Medalha do Mérito Legislativo José Ribamar de Oliveira “Canhoteiro”, concedida ao desportista José de Ribamar Silva Miranda, um ás do basquete da sua geração, foi mais que justa. “Gafanhoto”, como foi eternizado pelo seu desempenho nas quadras como jogador de basquete, além do desempenho como atleta, tem atuado intensamente no incentivo aos desportos para as novas gerações.

Concedida em projeto de iniciativa do deputado Fernando Braide (PSD), a comenda foi entregue em sessão solene na última sexta-feira (13), em concorrida sessão solene presidida pelo autor.

O homenageado foi prestigiado por familiares e amigos, muitos deles desportistas, como o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa Manoel Ribeiro e o ex-deputado estadual e federal Joaquim Haickel, ambos fortemente ligados aos desportos, em especial ao basquete, assim como os respectivos secretários estadual e municipal de Esportes, Naldir Lopes e Romário Barros.

O autor da proposta e presidente da sessão Fernando Braide justificou a homenagem: “José de Ribamar Miranda é uma lenda viva do basquete maranhense. Sua atuação como atleta, técnico e gestor demonstra um compromisso inabalável com a formação de talentos e o fortalecimento do esporte em nosso estado. Sua história é sinônimo de dedicação, paixão e pioneirismo”.

José Miranda agradeceu como um verdadeiro atleta ludovicense: “Dedico esta medalha a todos aqueles que caminharam comigo nessa trajetória. O esporte é minha vida, e ver esse reconhecimento é a maior recompensa que poderia receber”.

Quem viu “Gafanhoto” nas quadras no auge da sua trajetória e o conhece como incentivador da prática esportiva sabe que a homenagem é mais que justa.

São Luís, 15 de Junho de 2025.

Brandão monta sólida base administrativa e política em Imperatriz

Carlos Brandão, Rildo Amaral, Sebastião Madeira
e Orleans Brandão: base forte em Imperatriz

A visita de trabalho que o governador Carlos Brandão (PSB) fez a Imperatriz na quarta-feira consolidou a impressão de que a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão será a principal base de ação do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans brandão (MDB), caso ele venha mesmo disputar o Governo do Estado na hipótese de Carlos Brandão permanecer no cargo até o final do mandato. E terá a mesma importância estratégica no caso de o chefe do Executivo decidir renunciar para disputar uma cadeira no Senado. Ao longo de três anos, o governador Carlos Brandão montou na Princesa do Tocantins as condições políticas e até físicas para coordenar dali as ações administrativas e políticas que o têm levado com muita frequência à Região Tocantina, onde mantém contatos igualmente frequentes com prefeitos e líderes na região.

No campo administrativo, o governador vem realizando um trabalho amplo, cujo símbolo maior é o Hospital Regional, que mudará completamente a estrutura de saúde do município e da região – no mais, são escolas, estradas e outros equipamentos. Carlos Brandão tem mantido uma relação estreita e produtiva com o novo prefeito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP), que integrou a base do seu Governo na Assembleia Legislativa e foi por ele apoiado no segundo turno da eleição do ano passado. De Imperatriz, Carlos Brandão vem mantendo contato com todos os prefeitos da região, num trabalho de articulação realizado pelo secretário de Assuntos Municipalista, que é seu braço direito nessas operações.

Os investimentos têm se refletido na seara política. Num trabalho articulado, o governador Carlos Brandão instalou em Imperatriz uma base de apoio que alcança o cenário político imperatrizense como um todo. Conta com apoio declarado do prefeito Rildo Amaral para o que der e vier, tendo ele manifestado preferência pelo projeto de candidatura de Orleans Brandão. E tem o suporte e a experiência do ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), chefe da Casa Civil e o principal operador político do Governo na cidade e na região.

O suporte político do governador Carlos Brandão ganha mais densidade à medida que o ex-prefeito Sebastião Madeira, que tem prestígio sólido na cidade e seu entorno, e o prefeito Rildo Amaral, cuja liderança é hoje incontestável e encontra-se em ascensão, trabalham alinhados, atuando para fortalecer a presença política do governador em Imperatriz e no seu entorno, que representam, grosso modo, mais de uma dezena de municípios, incluindo pesos pesados como Açailândia, Grajaú e Porto Franco. Além de fortalecer a posição administrativa e política do governador Carlos Brandão, essa cuidadosa operação objetiva dar densidade política e eleitoral ao secretário Orleans Brandão.

Em Imperatriz, o governador Carlos Brandão tem ainda como aliados o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que representa parte da direita bolsonarista da região, mas mantém alinhamento com o Palácio dos Leões, e com a deputada Janaína (Republicanos), que hoje lidera parte da base que apoiava o agora ex-prefeito Assis Ramos, e integra a bancada governista na Assembleia Legislativa. Pelo menos até aqui, os dois estariam inclinados a seguir o que o mandatário decidir em matéria de sucessão estadual.

A ampla ação administrativa e a intensa movimentação política do governador Carlos Brandão em Imperatriz integra um mapa político no qual ele tem investido em bases fortes em Balsas, onde tem o apoio das duas correntes e cultiva forte relacionamento com as lideranças agro e tem aliados na região Sul; em Timon, é apoiado integralmente pelo prefeito Rafael Brito (PSB), e em Caxias, atua com o prefeito Gentil Neto (PP), fechando a região Leste, a exemplo do que ocorre em Barreirinhas, com o prefeito Vinicius Vale (MDB), e em Bacabal, onde está um dos seus mais ativos aliados, o prefeito Roberto Costa (MDB), que é também presidente da Famem.

Se permanecer no Governo e lançar o secretário Orleans Brandão, o governador Carlos Brandão terá esses e outros suportes, sendo também detentor desse cacife se decidir disputar o Senado.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema sustenta posições e lembra que nunca esteve no muro

Iracema Vale: mantendo posição
e protagonismo político

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), reafirmou ontem o viés brandonista da sua atuação em discurso no qual registrou a movimentada festa de aniversário de Urbano Santos, no início da semana, durante a qual declarou, mais uma vez, o seu apoio ao projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB); anunciou a migração do deputado federal Aluízio Mendes (Republicanos), saindo da base de apoio ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), para se aliar ao Governo estadual, e lançou o senador Weverton Rocha (PDT) como o seu candidato a uma das vagas no Senado – deixando estrategicamente a outra em aberto.

 – Sou uma mulher de posição, nunca estive em cima do muro. Reuni meu grupo político para discutir preferências pessoais, como é natural no campo democrático. E reafirmo: dentro da minha casa, conversei com meus aliados com responsabilidade e transparência – declarou.

Iracema Vale não fez rodeios nem tergiversou quando se posicionou como aliada incondicional do governador Carlos Brandão e que seguirá, sem possibilidade de recuo, o rumo que o chefe do Executivo vier a definir para ele e seu grupo nas eleições do ano que vem.

Iracema Vale sabe que o governador Carlos Brandão tem duas alternativas claras. A primeira, que mantém a lógica dos governadores em segundo mandato, é renunciar em abril do ano que vem, entregar o Governo ao vice-governador Felipe Camarão (PT) e se candidatar ao Sanado. A segunda alternativa é permanecer no Governo, lançar um candidato à sua sucessão – o mais provável é Orleans Brandão – e tentar elegê-lo. Há fórmulas de meio-termo nas conversas de bastidor, mas essas duas são as alternativas básicas.

Pelo seu discurso, a presidente Iracema Vale se diz decidida a seguir o rumo que o governador Carlos Brandão definir. Os seus movimentos, no entanto, indicam a sua simpatia pela permanência do governador e a candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas.

São Luís será o epicentro da corrida ao Governo

Eduardo Braide, Felipe Camarão, Orleans Brandão são de São Luís; Lahesio Bonfim está de mudança para a Capital

O anúncio de que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), segundo colocado na corrida ao Palácio dos Leões, segundo as pesquisas mais recentes, está se mudando com armas e bagagem para São Luís, de onde pretende conduzir sua campanha ao Governo do Estado, vai tornar a Capital o epicentro da disputa sucessória estadual de 2026.

Não há dúvidas de que, muito embora venham a montar núcleos fortes no interior, como é o caso do grupo Brandão em Imperatriz, as grandes decisões serão tomadas em comitês centrais instalados em São Luís. O mais ativo deles será, sem dúvida, o do prefeito Eduardo Braide, caso ele venha a confirmar a sua candidatura – ele até agora não disse uma só palavra sobre o assunto.

O vice-governador Felipe Camarão, que afirma será candidato de qualquer maneira, tem uma estrutura for em São Luís, o mesmo acontecendo com Orleans Brandão, caso venha a ser candidato há hipótese de permanência do governador Carlos Brandão no cargo.

Maior e mais importante cidade do Maranhão, a Capital está em contagem regressiva para entrar em efervescência política.

São Luís, 13 de Junho de 2025.

Iracema amplia protagonismo, reforça Orleans, mas “fator” Aluízio não fragiliza lastro de Braide

Iracema Vale, Eduardo Braide e Aluízio Mendes:
ganho sem perda na corrida eleitoral

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), reforçou ontem o seu protagonismo na seara brandonista em relação à corrida para as eleições do ano que vem, em espacial no que respeita à disputa pelo o Palácio dos Leões. Numa conversa descontraída com jornalistas, mas bem pensada, ela reafirmou sua aliança irrevogável com o governador Carlos Brandão (PSB), a sua preferência pelo projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) – “Não é contra outra” -, e deu como certo o ingresso do deputado federal Aluízio Mendes (Republicanos) na aliança liderada pelo atual chefe do Executivo. Ela desfez a especulação segundo a qual teria sido convidada para ser vice numa eventual chapa de Orleans Brandão, declarando-se política de grupo, que podendo ser candidata a qualquer cargo, podendo também até ficar fora da disputa para coordenar a campanha dos seus aliados. E surpreendeu ao dar a impressão de que ainda aposta na recomposição da aliança de dinistas com brandonistas.

Nesse contexto, os ecos do protagonismo político da presidente da Assembleia Legislativa alcançaram o gabinete principal do Palácio de la Ravardière, onde o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), traça, em silêncio e solitariamente, os seus planos para chegar ao Palácio dos Leões. Ao atrair o deputado Aluízio Mendes para a base do projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, Iracema Vale deixou no ar, e no meio político, a impressão de que matou dois coelhos com uma só cajadada. Primeiro reforçando a pré-candidatura do seu aliado a governador com o apoio do presidente do Republicanos. E segundo, porque ao assumir publicamente a aliança com o governador Carlos Brandão e, por via de consequência, ingressar na base de apoio de Orleans Brandão, Aluízio Mendes esvazia o lastro partidário do prefeito de São Luís, a quem apoiou na reeleição e estava a caminho de apoiar numa eventual candidatura ao Governo.

Político centrado, que não revela facilmente os seus projetos, não torna públicos os seus planos nem antecipa os seus movimentos, o prefeito Eduardo Braide não vai acusar o golpe. Ele sabia que o apoio ao deputado Aluízio Mendes era fluído, que dificilmente seria mantido. Aluízio Mendes havia se inclinado para apoia-lo, mas os seus movimentos estavam indicando que cedo ou tarde se decidiria por aliar-se ao governador Carlos Brandão, principalmente por causa do rompimento com o grupo ligado ao ex-governador Flávio Dino. Depois das suas declarações em Urbano Santos, correu nos bastidores uma sombra de dúvida sobre a disposição do prefeito de São Luís de disputar o Governo do Estado em 202, mas ela logo se dissipou.

Tarimbado nesse jogo, o prefeito Eduardo Braide se mantém em silêncio e distanciado dos movimentos desse tabuleiro, confiando no seu faro político e nos números de pesquisas qualitativas que lhe chegam às mãos com frequência. Desse modo, ele o mapa pré-eleitoral do Maranhão e tem condições de avaliar o cenário como um todo e a sua posição e o seu espaço dentro dele. Assim, no momento em que julgar adequado, ele abrirá o jogo com o eleitorado anunciando sua pré-candidatura ao Governo. Ou poderá chegar à conclusão de que não vale a pena entrar na corrida aos Leões e seguir em frente sem ter de dar explicações.

Os poucos que conhecem de fato o prefeito de São Luís sabem que se vier a público anunciar candidatura ao Governo do Estado, Eduardo Braide estará absolutamente seguro de que vencerá a eleição. Sem essa segurança, ele dificilmente deixará a Prefeitura de São Luís para entrar num a aventura.

Em resumo, é verdade que o arrojado movimento da presidente Iracema Vale consolidando sua aliança com o deputado federal Aluízio Mendes certamente favoreceu o projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão. Mas é verdade também que, passado o impacto inicial da migração, ficou claro que pouco ou nada reduziu o cacife do prefeito Eduardo Braide. E uma terceira verdade nesse quadro: o desfecho não tirou a força dos movimentos da presidente da Assembleia Legislativa.

PONTO & CONTRAPONTO

Pacote fiscal do Haddad deve colocar Pedro Lucas e Juscelino Filho em campos opostos no União

Pedro Lucas e Juscelino Filho: campos opostos

O pacote apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ajustar as contas deste ano, deve contar com o apoio da maioria da bancada maranhense. Mas será ponto de divergência entre os deputados federais Pedro Lucas Fernandes e Juscelino Filho, que representam o União Brasil.

Pelo que foi dito ontem pelo presidente nacional do partido, Antônio Rueda, a bancada do União Brasil no Congresso Nacional vai rejeitar todos os itens da proposta que contiver algum indício de aumento de imposto. Sua decisão não alcança todo o partido, que ocupa quatro ministérios e tem pelo menos um terço dos deputados dispostos a apoiar a proposta governista.

Os deputados maranhenses Pedro Lucas Fernandes e Juscelino Filho estão em campos divergentes

Pedro Lucas Fernandes é o líder da bancada do União Brasil na Câmara Federal, quase foi ministro das Comunicações, mas preferiu continuar na liderança, segue a linha adotada pelo presidente Antônio Rueda, devendo orientar seus liderados a votar contra o pacote ou parte dele.

Juscelino Filho, que segue a orientação do vice-presidente, ACM Neto, tem uma dívida de gratidão com o presidente Lula da Silva (PT), de quem foi ministro das Comunicações, e dificilmente votará contra a proposta apresentada por Fernando Haddad.

Vale registrar que Pedro Lucas Fernandes e Juscelino Filho são aliados partidários, mantêm uma relação respeitosa, mas não são aliados de primeira hora.

Mais experiente e politicamente atuante, Helena Duailibe volta à Assembleia Legislativa

Helena Duailibe: reforço à bancada feminina na Alema

A médica Helena Duailibe está de volta à Assembleia Legislativa. Ela assumiu ontem a vaga aberta com a cassação do deputado Hemetério Weba (PP), tomando assento como deputada estadual pelo PP. Com ela, a Assembleia Legislativa ganha uma política experimentada e uma mulher pública de larga experiência, principalmente na área de saúde, que traz no currículo o exercício de secretária de Saúde do Município de São Luís e do Governo do Maranhão.

Helena Duailibe saiu das urnas em 2022 como segunda suplente do PP. O primeiro suplente, Catulé Júnior, assumiu na vaga aberta pelo deputado Rildo Amaral, que se elegeu prefeito de Imperatriz. A vaga que coube à segunda suplente veio com a cassação de Hemetério Weba.

Com a entrada de Helena Duailibe como deputada titular, a Assembleia Legislativa do maranhão bate mais um recordo politicamente saudável ao aumentar a sua bancada feminina para 13 integrantes. Nesse campo, a nova deputada chega à Casa com um conhecimento profundo a respeito das condições da mulher no plano da saúde.   

No seu discurso de posse, helena Duailibe mandou os seus recados:  “Sou antes de tudo servidora, servidora da saúde, da fé e da esperança. Serei uma voz firme em defesa da saúde pública de qualidade, que será uma das minhas principais bandeiras. Minha luta sempre foi pautada pelo compromisso com os que mais precisam: os invisíveis, esquecidos e vulneráveis. Hoje, renovo esse compromisso. Chego a essa Casa Legislativa para somar, aprender e contribuir”, ressaltou.

E acrescentou: “Expresso a minha mais profunda gratidão ao governador Carlos Brandão. Foi uma honra integrar a equipe de trabalho do governador Carlos Brandão, assim como passar a compor a maior bancada feminina do Parlamento Estadual, liderada pela deputada Iracema Vale, primeira mulher a presidir esta Casa legislativa, que o Maranhão aprendeu a respeitar e admirar”.

Vale registrar que no plano político a deputada Helena Duailibe milita fortemente na Igreja Católica, na qual atua como uma das líderes do Movimento Carismático no Maranhão.

São Luís, 12 de Junho de 2025.

Protagonismo: Iracema turbina Orleans, fragiliza base partidária de Braide e anuncia apoio a Weverton

Iracema Vale reforça Orleans Brandão, lança
Weverton Rocha e mina base de Eduardo Braide

Na sequência de uma semana em que o vice-governador Felipe Camarão (PT) esteve no epicentro do tabuleiro político estadual na condição de governador interino e mantendo a condição de pré-candidato assumido ao Palácio dos Leões, o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), voltou à cena com força. E o fez embalado pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), em dois eventos: uma entrevista ao programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante News, na sexta-feira (08), e num evento político em Urbano Santos, ontem, que contou com a presença do deputado federal Aluízio Mendes, presidente estadual do Republicanos. Ali, as manifestações de Iracema Vale e de Aluízio Mendes tiveram efeito triplo: ambos turbinaram o projeto de Orleans Brandão e fragilizaram a base partidária do prefeito Eduardo Braide (PSD), e ela assanhou fortemente a corrida ao Senado ao declarar apoio à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) à reeleição.

No programa radiofônico, a presidente da Assembleia Legislativa surpreendeu ao deixar a cautela de lado e abrir o jogo declarando sobre sua posição nessa fase prévia da corrida sucessório. Ele declarou que, entre o vice-governador Felipe Camarão e o secretário Orleans Brandão, ela prefere apoiar o sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB), justificando a escolha com o farto de ser ele um homem jovem, resoluto, que sabe resolver problemas e “conhece o estado “como a palma da mão”. Equilibrou a declaração de apoio a Orleans Brandão informando que o seu candidato será o que o governador Carlos Brandão escolher. Suas declarações repercutiram fortemente no meio político e fora dele.

Iracema Vale alargou o seu protagonismo na seara sucessória ontem, num palanque em Urbano Santos, sua principal base política. Tendo ao lado o secretário Orleans Brandão, ela o apontou como sua escolha para concorrer à sucessão do governador Carlos Brandão, destacando suas habilidades e reafirmando seu apoio ao seu projeto de candidatura. “Nós precisamos dar continuidade às obras do governador Carlos Brandão”, declarou, apontando o secretário de Assuntos Municipalistas como sua indicação para a tarefa.

No mesmo discurso, ele soltou a bomba segundo a qual o primeiro dos dois candidatos do grupo brandonista ao Senado será o senador Weverton Rocha, que busca a reeleição. Essa declaração impactou fortemente a corrida senatorial, à medida que para a segunda vaga o grupo pode apoiar o ministro do Esporte André Fufuca (PP), a senadora Eliziane Gama (PSD) ou o governador Carlos Brandão, se ele decidir deixar o Governo em abril do ano que vem para ser candidato.   

O ato comandado em Urbano Santos por Iracema Vale ganhou uma dimensão política muito maior quando o deputado federal Aluízio Mendes, que comanda o Republicanos no Maranhão e até então alinhado ao projeto de candidatura do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), surpreendeu meio mundo declarar apoio ao projeto político defendido por Iracema Vale e se alinhar ao governador Carlos Brandão, deixando claro sua posição favorável ao projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão. “Não estou aqui declarando apoio a você, mas estou pronto para apoiar o projeto do governador Carlos Brandão”, declarou, fazendo a presidente da Assembleia Legislativa a pular de pular de alegria no palanque.

Os movimentos que comandou em quatro dias arremessaram a presidente da Assembleia Legislativa para o epicentro da guerra sucessória, com a vantagem de ter, não apenas embalado o projeto de candidatura de Orleans Brandão, como o de ter contribuído fortemente para reduzir o lastro partidário do prefeito Eduardo Braide, até aqui líder isolado da corrida ao Palácio dos Leões, segundo todas as pesquisas sobre o assunto divulgadas até aqui.

O que chama a atenção nos movimentos da deputada-presidente Iracema Vale não é somente o seu posicionamento alinhado ao governador Carlos Brandão e a sua opção pela pré-candidatura do secretário Orleans Brandão. O que surpreende é a garra com que ela defende o que prega, fazendo da sua escolha uma bandeiram e usando todos os recursos, a começar pelo discurso contundente, para atrair apoiadores. O seu ânimo é o de quem está em pena campanha.

PONTO & CONTRAPONTO

Econométrica: Brandão e Weverton lideram para o Senado; Roseana entra na briga se governador sair

Carlos Brandão lidera, Weverton é segundo;
Roseana Sarney entrará se governador sair

Em meio a diferentes movimentos voltados para as eleições do ano que vem, o instituto Econométrica divulgou ontem pesquisa que aponta o governador Carlos Brandão (PSB) como líder na corrida ao Senado, com 38,5% das intenções de voto, seguido do senador Werverton Rocha (PDT) com 33,6%, tendo na sequência o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) com 23,4%, a senadora Eliziane Gama (PSD) com 22,1%, o ministro André Fufuca (PP) com 17,3% e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) com 11,6%. Nesse quadro, nulos e indecisos somaram 18,9%.

Difícil imaginar que com esse cacife para o Senado o governador Carlos Brandão esteja mesmo decidido a permanecer no Governo até o fim do seu mandato para tentar eleger o seu sucessor. Nessa hipótese, se se a tentativa for bem-sucedida, ele permanecerá no cenário político como líder informal do Governo. Mas se não eleger o seu sucessor, irá para casa a partir de janeiro de 2027, sem nada, para aguardar 2030.

Caso o governador Carlos Brandão decida permanecer no Governo e a deputada federal Roseana Sarney (MDB) resolva entrar na briga senatorial, a Econométrica encontrou o seguinte cenário: Weverton Rocha passa a liderar com 34,9%, seguido de Roseana Sarney com 29,1%, seguida de Roberto Rocha com 24,7%, Eliziane Gama com 24,1%, André Fufuca 17,7% e Pedro Lucas com 11,8% completam a lista. Nesse caso, nulos e indecisos somaram 10,4%.

Nesse caso, chama a atenção que a deputada federal tenha chance de voltar ao Senado, onde esteve de 2003 a 2009, quando derrubou na Justiça o governador Jackson Lago (PDT) e voltou ao comando do Governo, onde permaneceu até dezembro de 2014, para retornar às urnas em 2022, quando se elegeu deputada federal com votação tímida para o seu povo político.

Em Tempo: A pesquisa Econométrica ouviu 1.321 eleitores em 52 municípios entre os dias 26 e 30 de maio de 2025, tem margem de erro é de 2,7 pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiabilidade de 95%.

Camarão reafirma sua pré-candidatura aos Leões mesmo que o governador permaneça no cargo

Felipe Camarão:

“Se ele (Carlos Brandão), por acaso, decidir permanecer no cargo e apoiar uma outra pessoa, a nossa candidatura permanece de pé”. Com essa declaração, feita em Pedreiras durante reunião com jovens petistas, na série “Diálogos com o PT”, o vice-governador Felipe Camarão (PT), segunda-feira (10).

Antes de pronunciar essa conclusão, que muitos viram como um recado ao Palácio dos Leões, Felipe Camarão reafirmou o seu projeto inicial, que é ser candidato numa chapa que tenha Carlos Brandão como candidato ao Senado.

O vice-governador decidiu reafirmar o seu projeto de candidatura depois que esteve em Brasília, na semana passada, onde se reuniu com a cúpula do PT, que confirmou o apoio do presidente Lula da Silva (PT) à sua pré-candidatura ao Governo do Maranhão.

São Luís, 11 de Junho de 2025.

Roberto Costa mostra visão política ao defender a dignidade dos pobres e rebater injustiça contra Peritoró

Roberto Costa: visão política madura

O prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), protagonizou nos últimos dias dois momentos que dão a medida da sua maturidade política. Um deles foi a defesa que fez da dignidade das pessoas de baixa renda, que na sua concepção têm plenos direitos à atenção e ao apoio do poder público. O outro foi a contundente defesa que fez de Peritoró, que apareceu numa lista das piores cidades do Brasil para se viver. Posições aparentemente sem maior importância, exatamente por fazerem parte do discurso político fácil, mas que como manifestação de Roberto Costa ganham um significado diferente, por ser ele um político da nova geração, situado ao centro, e que tem sobre os ombros a enorme e desafiadora responsabilidade de não errar e de não cair na mesmice dos aventureiros da política.

No primeiro episódio, falando como prefeito de Bacabal, fez uma veemente defesa das pessoas de baixa renda, e das que nem renda têm, criticando duramente as posturas políticas que tratam os direitos dos menos favorecidos como favores políticos. E surpreendeu recorrendo a um exemplo ilustrativo que traduz de maneira mais ostensiva essa distorção: o caixão de defunto, um pedido rotineiro na esmagadora maioria dos municípios e denunciador da fragilidade social e econômica dessa população. 

– Eu não quero mais que alguém que necessite de um caixão tenha que ligar para mim 2 horas da manhã. Vou ligar para o prefeito para arrumar um caixão porque morreu uma pessoa que não tem condições de comprar – assinalou o prefeito, que classificou tal situação como um “ciclo de humilhação” enfrentado por pessoas que se encontram em tal situação. Para ele, o tal ciclo leva o necessitado a “ligar para o vereador, ligar para o deputado”, quando na verdade se trata de um direito do cidadão e de uma obrigação do poder público. No seu entendimento, o cidadão tem direito à atenção do poder público em qualquer circunstância.

No segundo episódio, agora na condição de presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Roberto Costa reagiu divulgando uma nota em que repudia com veemência o que definiu como “equivocada e infeliz” informação divulgada pelo Instituto Imazon apontando Peritoró como uma das três cidades com pior qualidade de vida do país. Na sua nota, o presidente da Famem justificou a reação dura afirmando que Peritoró encontra-se fora dos parâmetros da pesquisa, como o elevado índice de violência contra indígenas, quando aquele município não é território indígena.

Na nota, o presidente da Famem denuncia que as informações do Instituto Imazon “carecem de fundamentação” e “não refletem a realidade social, econômica e administrativa de Peritoró”. E exige retratação e manifesta total apoio à Prefeitura de Peritoró, defendendo a ideia de levar o Instituto às barras da Justiça.

As duas manifestações expressam a visão política prefeito de Bacabal e presidente da Famem. E confirmam Roberto Costa como um político diferenciado, produto de uma trajetória forjada no confronto com a realidade social e econômica do estado e cujo enfrentamento foi iniciado há mais de três décadas no movimento estudantil e que evoluiu ao longo de três mandatos e meio de deputado estadual. Ao contrário do que muitos possam imaginar, Roberto Costa tem toda sua carreira política lastreada por pautas de denso conteúdo social.

Referência de uma corrente política cujo discurso privilegia primeiro a conversa e o entendimento – daí o prestígio que conquistou ao longo de três mandatos e meio na Assembleia Legislativa -, Roberto Costa vai para o enfrentamento duro quando a situação exige. Como político de centro bem definido, já esteve em confronto tanto com a direita como com a esquerda. A defesa da dignidade da população excluída do bolo econômico e a reação ao petardo estatístico que atingiu Peritoró na pesquisa Imazon mostram que o emedebista está nos postos certos.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema reforça tendência de Brandão permanecer no cargo ao revelar preferência por Orleans

Iracema Vale: declarações fortes

“Tem quem prefira o vice-governador, eu prefiro o Orleans Brandão, mas é uma preferência minha. É um homem jovem, municipalista, conhece tudo sobre o Maranhão e traz solução para qualquer problema”. Poucas declarações sobre a corrida sucessória, que ainda está na sua fase embrionária, repercutiram tão intensamente nos últimos dias quanto essa, dada pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), em entrevista no programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante News, na última sexta-feira (06).

Política experiente, que não dá ponto sem nó, exatamente porque sabe o peso de uma declaração desse quilate, em especial quando avalia o perfil do secretário de Assuntos Municipalistas como “um homem jovem, municipalista, conhece tudo sobre o Maranhão e traz solução para qualquer problema”.

Ao manifestar sua preferência pelo secretário de Assuntos Municipalistas, a chefe do Poder Legislativo não só abriu o jogo em relação a si própria, o que já constitui um fato político relevante, como reforçou fortemente a possibilidade de que o governador Carlos Brandão (PSB) cumpra seu mandato até o final, abrindo mão do Senado para apoiar Orleans Brandão como candidato à sua sucessão.

Iracema Vale foi enfática afirmando que “essa é a minha preferência”, mas ao mesmo tempo lembrando tratar-se de uma posição pessoal e que, por ser linha de frente na base liderada pelo governador Carlos Brandão, considera que o debate sucessório está muito antecipado, o que não a impediu de abrir uma janela para outras alternativas: “Eu sou aliada de primeira hora do governador Carlos Brandão. O candidato que o governador Carlos Brandão apoiar, esse será o meu candidato”.

O dado diferenciado é que nesse contexto de incertezas a presidente da Assembleia Legislativa pode vir a ser a solução para um eventual impasse.

Defasada em um mês, pesquisa confirma liderança de Braide

Eduardo Braide lidera com Lahesio Bonfim,
Felipe Camarão e Orleans Brandão na sequência

Mesmo divulgada com defasagem de um mês, período em que a corrida sucessória avançou expressivamente, a pesquisa do instituto VOX chega ao público como um registro desgastado da corrida eleitoral. Isso porque nesse período o prefeito Eduardo Braide (PSD) intensificou o seu programa de obras e iniciou os preparativos para o São João; o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) permanece diuturnamente em campanha aberta. No mesmo cenário, o vice-governador Felipe Camarão (PT) ganhou fôlego está saindo do caso do print explosivo, e o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), se movimentou fortemente como candidato a candidato.

Nos dias 3 e 7 de maio – mais de um mês atrás, portanto, Eduardo Braide recebeu 29,29% das intenções de voto, seguido de Lahesio Bonfim, que aparece com 22,09%, tendo Felipe Camarão na terceira posição com 13,04%, e Orleans Brandão com 6,98%. Naquele momento os indecisos somaram 27,70%.

Só divulgado ontem, no blog do jornalista Jorge Aragão, o levantamento do VOX repete a sequência de outras investigações, com o quarteto Braide/Bonfim/Camarão/Brandão na mesma escalação, com o prefeito de São Luís um pouco mais tímido e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes se manteve no mesmo patamar. No bloco seguinte, Felipe Camarão colocando mais de seis pontos sobre Orleans Brandão, que aparece na quarta colocação.

E uma situação já registrada pela Coluna em relação a outras pesquisas: a não inclusão do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), pré-candidato assumido e em ação na lista dos candidatáveis

Em Tempo: a pesquisa VOX ouviu 874 eleitores em 27 municípios de todas as regiões do Maranhão entre os dias 03 e 07 de maio, e a margem de erro da pesquisa é de 4,7%.

São Luís, 10 de Junho de 2025.