
Belezinha escolheram André Fufuca na disputa para uma das vagas no Senado
A corrida ao Senado ganhou ontem ritmo de largada com a nota de apoio publicada pelo ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e a declaração da prefeita de Chapadinha, Dulcilene Belezinha (PL), ambos manifestando preferência pelo projeto de candidatura do ministro do Esporte, André Fufuca (PP), à Câmara Alta. O posicionamento dos líderes de Caxias e de Chapadinha veio a público uma semana após a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que hoje expressa o pensamento do núcleo forte do grupo brandonista, haver anunciado em Urbano Santos, e reafirmado e em Barreirinhas, a escolha do senador Weverton Rocha (PDT) como o seu candidato a uma das vagas. O anúncio de Dulcilene Belezinha e Fábio Gentil chega no tabuleiro político como um contraponto que desenha uma disputa entre o senador Weverton Rocha e o ministro André Fufuca. Com o detalhe decisivo de que os dois grupos deixam para depois a escolha dos seus candidatos à segunda vaga que, ao que tudo indica, está sendo reservada para o governador Carlos Brandão (PSB), que tem até abril do ano que vem para decidir se sai para disputar uma cadeira no Senado ou permanece no Governo até o final do mandato.
O embate que se rascunha entre o senador Weverton Rocha e o ministro André Fufuca é o que se pode chamar de “guerra anunciada”, que tem um complicador de extrema gravidade: o projeto de reeleição da senadora Eliziane Gama (PSD), que, ao contrário do que muitos possam estar avaliando, está política e eleitoralmente viva e, pelo visto, disposta a jogar tudo para renovar o seu mandato senatorial. Ou seja, a disputa eleitoral deflagrada entre Weverton Rocha e André Fufuca com escolhas anunciadas por seus aliados será, na verdade, uma disputa entre os dois senadores e o ministro, que pode ganhar um dado de peso: a possível candidatura do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), caso ele reveja sua anunciada participação na corrida ao Palácio dos Leões.
O anúncio da presidente Iracema Vale apontando Weverton Rocha e os de Dulcilene Belezinha e Fábio Gentil manifestando preferência por André Fufuca são uma clara demonstração de que eles irão para o embate pela chamada “segunda vaga”, devendo unir suas forças para apoiar a eventual candidatura do governador Carlos Brandão ao Senado. Nos bastidores correm duas “certezas”, uma afirmando que Carlos Brandão já teria batido martelo para permanecer no cargo até o fim do mandato, e outra jurando que ele sai em abril do ano que vem, optando por tocar sua vida política como senador da República. A verdade verdadeira é que neste momento nem o próprio governador sabe com certeza de como será seu futuro a partir de abril do ano que vem.
Em relação à disputa que se anuncia entre o senador Weverton Rocha e o ministro André Fufuca, o fato relevante é que são dois projetos consistentes. O senador pedetista avaliou que não tem chance numa disputa pelo Palácio dos Leões e decidiu que o seu caminho – pelo menos em 2026 – será tentar continuar no parlamento. Avalizado pelo Palácio do Planalto, vem reconstruindo pontes em todas as searas, como a que o afastou do governador Carlos Brandão, e articulando alianças da direita à esquerda, incluindo os pequenos partidos radicais, buscando, por exemplo, o guarda-chuva do PL liderado por Josimar de Maranhãozinho. Por enquanto, aparece em vantagem nas pesquisas, nas quais só perde para o governador. É um projeto viável.
O ministro André Fufuca entra na disputa com um cacife invejável para um político da sua geração: tem total apoio do comando nacional do seu partido, a simpatia do presidente Lula da Silva (PT), que o vê como um bom ministro. No estado, conta com um grupo forte de prefeitos, a começar pelos de Imperatriz, Timon, Caxias e Santa Inês, por exemplo, e um “exército de vereadores”. Na sua declaração escrita de apoio, o ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil aponta André Fufuca como um político jovem, mas já consolidado e comprometido com as causas do Maranhão, impressões manifestadas também pela prefeita de Chapadinha.
A expectativa se volta agora para o cacife que a senadora Eliziane Gama vai mostrar para consolidar o seu projeto de reeleição.
PONTO & CONTRAPONTO
Orleans Brandão mostra bom senso ao evitar se declarar pré-candidato ao Governo
Mais pré-candidato a governador do que nunca e em plena movimentação para consolidar esse projeto, o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) mostra equilíbrio ao evitar se autodeclarar aspirante à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), seu avalista.
Não há dúvida que o secretário, que é o braço direito do governador na articulação política, principalmente na seara municipal, está em plena pré-campanha. E o faz de maneira ostensiva, mas com o cuidado de não se declarar pré-candidato, numa demonstração de que sabe que o seu projeto de candidatura está umbilicalmente associado ao projeto do governador Carlos Brandão.
Essa equação explica a cautela do jovem secretário em declaração recente, publicada pelo bem informado blog do jornalista Gilberto Léda:
“O foco é o trabalho e não falo em pré-candidatura. Sobre pesquisas, o número que me interessa atualmente é o desempenho do governador e em todos os levantamentos a avaliação supera 60% e isso que importa agora. Eu sou secretário do Governo do Maranhão, e por esse motivo minha preocupação é como a gestão está sendo avaliada, e graças a Deus a população têm reconhecido o trabalho que vai sendo feito”.
Faz todo sentido.
Boatos sobre Braide não disputar Governo podem produzir efeito contrário
De uns dias para cá circularam boatos sutis, mas efetivos, insinuando a possibilidade de o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que lidera todas as pesquisas feitas para medir a corrida sucessória até aqui, não entrar na briga pelo Governo do Estado nas eleições de 2026.
Uma certeza: tais rumores não foram soprados a partir do Palácio de la Ravardière. Outra certeza: tais rumores não estão sendo estimulados pelo prefeito de São Luís, que até agora não disse uma só palavra sobre ser ou não ser candidato, confirmando sua estratégia de não colocar o carro na frente dos bois.
Eduardo Braide será candidato a governador? Essa é a grande indagação que se faz no meio político e fora dele. E ciente disso, o prefeito de São Luís avalia o cenário, sem pressa nem açodamento, medindo cada um dos seus movimentos.
Rumores insinuando que ele poderá ficar de fora da corrida aos Leões podem até gerar dúvidas sobre o seu futuro político nessa corrida às urnas, mas podem também ser interpretados como artimanha adversária, que podem produzir efeito contrário.
O prefeito de São Luís sabe o que faz nesse jogo.
São Luís, 17 de Junho de 2025.