
anúncio do aumento de salário, que repercutiu na Assembleia Legislativa
Depois de um intenso período de tensão, quando os debates foram ganharam acidez inesperada, situação vistas por alguns como instabilidade na sua base de apoio, o Governo colocou sua locomotiva parlamentar nos trilhos e reassumiu o controle da tribuna na Assembleia Legislativa. Nas últimas semanas, tem sido frequente a presenta de deputados governistas turbinando a imagem do governador Carlos Brandão (PSB) e sua gestão, que ganha mais força com o amplo conjunto de ações de pequeno, médio e grande porte em todas as regiões do estado. E com o detalhe de que as falas apontam o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), como o grande articulador do programa de obras levado aos municípios. Por seu turno, a oposição, que vinha ensaiando uma espécie de catilinária contra o Governo, tentando encontrar brechas para ataca-lo, perdeu parte do ânimo, ainda que seus integrantes se mantenham mobilizados no fechado grupo formado por deputados dinistas.
Esse novo enredo em curso no plenário da Assembleia Legislativa avançou ontem, com uma sequência de discursos por meio dos quais deputados alinhados ao Palácio dos Leões destacam ações e obras do Governo comandado por Carlos Brandão (PSB). Estimulados pelo líder governista Neto Evangelista (União), os deputados Guilherme Paz (PRD), Helena Duailibe (PP), Ana do Gás (PCdoB), Adelmo Soares (PSB) e Wellington do Curso (Novo) se sucederam ontem na tribuna, cada um destacando ações específicas, mas também elogiando o conjunto do portfólio de obras do Governo do Estado.
A série de pronunciamentos realizados na terça-feira tratou de aumento de cachê para folguedos e artistas populares que se apresentarão no São João, elogiou a organização das festas juninas, passou pela entrega de ambulâncias, destacou a perfuração de poços artesianos onde não havia água potável, enveredou pelo aumento de salário na PM e no Corpo de Bombeiros, comemorou a entrega de cartões universitários no valor de R$ 800,00. Essas manifestações levaram um entusiasmado deputado Guilherme Paz (PRD) a definir como “linda” o restaurado Santuário de São Francisco, em São João dos Patos, e emendar, com o mesmo ânimo: “Por onde a gente roda, vê o governador Carlos Brandão anunciando obras”.
A oposição, formada por deputados dinistas, fez os seus movimentos, mas foi contida pelo “abafa” dos discursos governistas e impacto da informação segundo a qual a Justiça determinou que o Governo do Estado devolva à Emap, que administra o Porto do Itaqui, R$ 141 milhões, transferidos irregularmente para o Tesouro Estadual durante o Governo Flávio Dino. E como não poderia deixar de ser, o deputado governista Yglésio Moises (PRTB), o mais feroz inimigo político do ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, anunciou, com a ênfase de sempre, que vai levar o assunto ao Senado da República como um caso de improbidade administrativa na até agora imaculada gestão dinista.
O fato é que no plano parlamentar, o Palácio dos Leões reassumiu plenamente o controle da cena política, que pareceu fragilizado durante alguns meses, demonstrando contar com o apoio de larga maioria dos 42 deputados estaduais e demonstrando que esse apoio também ganha densidade no plano político, com potencial para ser levado à seara eleitoral. O governador Carlos Brandão tem trabalhado intensamente, comandando um amplo programa de obras, e sem esconder que, junto com os objetivos de avançar no desenvolvimento social e econômico do estado, tem também as urnas de 2026 como foco.
O ambiente que está sendo criado na base governista na Assembleia Legislativa leva em conta os objetivos políticos do Governo e, claro, o futuro político do governador e seus aliados. A frequente citação do secretário Orleans Brandão como o grande articulador do Governo sugere que, pelo menos até aqui, é real a possibilidade de o governador Carlos Brandão permanecer no cargo e lança-lo como candidato à sua sucessão. Os próximos meses dirão se essa será mesmo o caminho, e como a oposição reagirá para sobreviver ao peso governista.
PONTO & CONTRAPONTO
Flávio Dino alerta para “desafios que rondam” o processo eleitoral de 2026
Ecoou no meio político e fora dele o alerta feito pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, em relação ao risco de atos de violência política durante a campanha eleitoral do ano que vem, assim como a ação subterrânea do crime organizado no processo e o uso de dinheiro saído das entranhas criminosas da corrupção. Isso sem falar no risco de manipulação de informações por inteligência artificial, distorcendo a realidade em debate na campanha.
Para o ministro, tais riscos são desafios que rondam o processo eleitoral do ano que vem. Tais distorções podem comprometer o processo democrático, se não forem devidamente combatidas.
Na sua fala, focada na preocupação de preservar a democracia a partir da consolidação do processo eleitoral, o ministro Flávio Dino destacou que a Justiça Eleitoral independente e devidamente aparelhada é a garantia de que o estado democrático de direito seja mantido protegido das tentativas de desestabiliza-lo.
Flávio Dino fez esse alerta em palestra no TRE-MA na última segunda-feira (16), atendendo a convite do presidente do TRE-MA, desembargador Paulo Velten, e da juíza Rosângela Prazeres, que dirige a Escola Judiciária Eleitoral. O ato contou com a presença do vice-governador Felipe Camarão (PT), que acompanhou o ministro da Suprema Corte.
Vereadores de São Luís debatem o conflito Israel X Irã, mas cometem equívocos
Um surpreendente e inesperado debate sobre a guerra Israel X Irã animou e criou um ambiente absolutamente inusitado no plenário da Câmara Municipal de São Luís, que momentaneamente esqueceu os problemas da Capital para refletir sobre o tenso cenário global no momento.
Ali, do nada, se formou uma tropa de choque aliada de Israel, liderada pela vereadora da extrema-direita bolsonarista Flávia Berthier (PL), que contou com o apoio de alguns colegas, entre eles o jovem Cleber Verde Filho (MDB), que repetiu o mantra ocidental segundo o qual o Irã é o agressor terrorista e Israel é a vítima que tem o direito de se defender.
Esse grupo se mostrou alinhado aos segmentos de direita e dos conservadores, que parecem não compreender que o que está em discussão é o regime teocrático e totalitário que controla o Irã com mão de ferro desde a e revolução dos aiatolás em 1979, e não a sociedade iraniana, que representa uma das mais ricas e importantes culturas da civilização humana.
Em meio aos ataques ao Irã, e não ao regime que controla o Irã e vice-versa em relação a Israel, se posicionou o vereador Jhonatas Soares, do Coletivo Nós (PT), com uma tímida posição pacifista, parecendo ignorar totalmente a posição do Governo brasileiro, comandado pelo seu partido, o PT, que está clara e decididamente posicionado contra a política agressiva de Israel, que no momento, controlado por um regime de extrema-direita.
Talvez no afã do debate, que é indiscutivelmente válido, os vereadores envolvidos não tenham se dado conta de quem os responsáveis pela guerra não são judeus nem os iranianos, mas os regimes sanguinários que controlam esses dois povos, que já contribuíram muito para o avanço da humanidade.
São Luís, 18 de Junho de 2025.