
Leonardo Arruda (de barba) e membros da direção do partido
Enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) medem força pela vaga de candidato a governador pela aliança governista, abrindo também caminho para duas candidaturas, e o prefeito Eduardo Braide (PSD), que lidera a corrida nas preferências do eleitorado, se mantém em silêncio fechado sobre ser ou não ser candidato, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), segundo colocado no ranking das pesquisas, se movimenta em ritmo de pré-campanha. O seu passo mais recente foi mudar o epicentro das duas operações para São Luís, de onde pretende alcançar dois objetivos: conquistar o eleitorado rebelde e independente da Capital e ampliar o raio de ação para toda a Ilha de Upaon Açu.
Político ao mesmo tempo arrojado e polêmico, que embala sua campanha abrindo frentes de confronto em diversas direções, Lahesio Bonfim avaliou o cenário e chegou à conclusão de que instalar o seu comitê central de campanha na Capital lhe dará condições para irradiar suas mensagens para todo o estado. Ele lançou, há quatro meses, sua pré-candidatura em Marajá do Sena, a 360 km de São Luís, na região central do estado, justificando a escolha com o argumento de que é um político do interior e que tentará chegará Palácio dos Leões embalado pelos votos do eleitorado interiorano.
O pré-candidato do Novo fez a mesma migração em 2022, mas quando desembarcou na Capital, mesmo tendo escolhido como vice o vereador Gutemberg Araújo, um político tradicional da Capital como aliado e cicerone político, se deu conta de que foi uma decisão tardia, à medida que os espaços já estavam ocupados pelo governador Carlos Brandão (PSB), que concorria à reeleição, e o seu principal adversário, o senador Weverton Rocha (PDT), a quem venceu nas urnas e alcançou o segundo lugar no primeiro turno vencido pelo chefe do Executivo.
Admitam ou não seus adversários, especialmente os pré-candidato a governador, Lahesio Bonfim está modulando a corrida até aqui, aparecendo em todas as pesquisas como eventual oponente do prefeito Eduardo Braide num embate de segundo turno. Ele sabe que tem esse potencial, e aproveita a sua veia provocadora para se manter em evidência, estocando e chamado para a briga os nomes que estão pontificando nessa fase embrionária da corrida ao Palácio dos Leões no arraial da disputa.
A julgar por suas declarações, o pré-candidato do Novo – o comando estadual do partido diz que ele já é candidato, uma vez que não tem concorrente na agremiação -, sabe que candidatura com tanta antecedência pode ser consolidada ou naufragar. Sabe também que esse cenário pode mudar radicalmente quando o prefeito Eduardo Braide bater martelo como candidato ao Governo e quando o governador Carlos Brandão decidir se fica no cargo ou sai para o Senado, o que definirá o futuro do vice-governador Felipe Camarão e do secretário Orleans Brandão. Essas candidaturas, quando definidas, promoverão mexidas radicais no tabuleiro sucessório estadual. E esses movimentos certamente atingirão o projeto eleitoral do candidato do Novo.
Sem amarras partidárias, o que lhe garante uma candidatura sem problemas nessa seara, Lahesio Bonfim aposta que, sem renegar a condição de político originado nas disputas em São Pedro dos Crentes, de onde foi prefeito eleito e reeleito, sua transferência política para São Luís vai mostra-lo como um candidato de todas as regiões e segmentos políticos e eleitorais. Parece que ele já está plenamente ciente de que o eleitorado de São Luís é arisco e não se deixa seduzir por discursos agressivos nem por provocações. A entrada do ex-deputado estadual César Pires no núcleo duro da sua pré-campanha é um sinal de que sua postura pode sofrer alterações.
O fato é que Lahesio Bonfim atuando politicamente em São Luís pode tornar o jogo sucessório mais animado.
PONTO & CONTRAPONTO
Com transferência de domicílio eleitoral, André Fufuca montará base de campanha em Imperatriz
Enquanto Lahesio Bonfim muda para São Luís, o ministro do Esporte André Fufuca (PP), um dos pré-candidatos ao Senado, anuncia a transferência do seu título de eleitor para Imperatriz. Ele é eleitor de Alto Alegre do Pindaré, onde tem sua base política e eleitoral a partir da liderança do seu pai, Fufuca Dantas, atual prefeito. O anúncio se deu no ato em que a ele recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadão de Imperatriz.
Com a mudança do seu domicílio eleitoral de Alto Alegre do Pindaré para Imperatriz, o ministro André Fufuca revela parte da sua estratégia para chegar a uma das duas vagas no Senado, numa disputa que envolverá os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), podendo contar também c0m a participação do governador Carlos Brandão (PSB).
A montagem de sua base principal em Imperatriz está ligada ao fato de que o ministro conta ali com o apoio decidido do prefeito Rildo Amaral (PP), que é do seu partido e a quem apoiou na eleição de 2024. É da Princesa do Tocantins que ele pretende conquistar as regiões Tocantina e Sul, o que lhe dará uma base forte na corrida senatorial.
André Fufuca conta também com o aval dos prefeitos de Timon, Rafael Brito (PSB), de Caxias, Gentil Neto (PP), na Região Nordeste, e o de Santa Inês, Felipe dos Pneus (PP), na região do Pindaré.
Juscelino Filho e Pedro Lucas têm posições diferentes em relação ao Governo Lula
Os deputados federais Juscelino Filho, ex-ministro das Comunicações e “quase” líder do União Brasil na Câmara Federal, e Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil na Câmara Federal e “quase” ministro das Comunicações, se movimentam em rotas diferentes em relação ao Governo Lula da Silva (PT).
O ex-ministro e “quase” líder Juscelino Filho mantém uma política voltada para se manter próximo ao Palácio do Planalto e à Esplanada dos Ministérios, enquanto o líder e “quase” ministro Pedro Lucas Fernandes incorpora o discurso da ala antigovernista do União Brasil e alavanca dificuldades para o Governo.
Nesta semana, por exemplo, quanto Juscelino Filho visitou ministros – entre eles o poderoso Renan Filho, dos Transportes – e reafirmou sua posição de apoio ao Governo do PT. Já Pedro Lucas Fernandes defendeu a posição de parte da bancada do União Brasil contrária a projetos de ajuste fiscal do Governo.
Na política maranhense, enquanto Juscelino Filho mantém uma linha de independência em relação ao Palácio dos Leões, Pedro Lucas Fernandes reafirma sua posição de aliado do governador Carlos Brandão (PSB).
Os dois tentam conviver sem problemas dentro do braço maranhense do União Brasil e trabalham para renovar os seus mandatos na Câmara Federal.
São Luís, 19 de Junho de 2026.