Arquivos mensais: junho 2021

Sob o comando de Dino, PSB começa a ganhar força para se tornar uma potência partidária

 

Duarte Jr. exibe sua ficha de filiação ao PSB sob aplauso do governador Flávio Dino

Quando decidiu deixar o PCdoB e ingressar no PSB, o governador Flávio Dino havia feito as contas e encontrado a perspectiva de que a agremiação socialista, de longe o braço mais moderado e pé no chão da esquerda brasileira, seria turbinada e transformada numa potência partidária no Maranhão. A filiação, ontem, do deputado estadual Duarte Jr. – um jovem bom de voto que se elegera pelo PCdoB e migrara para o Republicanos para disputar a Prefeitura de São Luís -, abriu caminho para a transformação do partido numa das agremiações mais fortes do Maranhão para as eleições de 2022. O partido deve receber prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, podendo participar da corrida eleitoral do ano que vem com chapas fortes para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa, assim como de uma coligação tendo o governador Flávio Dino na liderança do partido como candidato a senador – até aqui sem um concorrente à altura.

Flávio Dino mudou de partido depois de meses de reflexão, avaliações, medindo prós e contras, tendo como preocupação básica a sobrevivência da aliança partidária que articulou e manteve durante os últimos seis anos. Contra ele não cabe o nhenhenhéns do tipo “saiu de repente”, “saiu na calada da noite” ou pela “porta dos fundos”, ou ainda “saiu sem avisar ao PCdoB”. Muitos agora vão usar a guinada partidária de Flávio Dino com pretexto para o que vier daqui para a frente fora do PSB. Não vai funcionar, porque os argumentos não se sustentarão, ao contrário, parecerão chororô de desamparado sem norte. Não houve qualquer gesto de deslealdade da sua parte em relação ao PCdoB. Muito ao contrário.

Dentro das regras formais e informais da política, o governador Flávio Dino se converteu ao socialismo moderado com o objetivo de dar a esse segmento da esquerda um papel destacado nos tabuleiros políticos maranhense e nacional. Exatamente como fez com o PCdoB, do qual se tornou a figura mais proeminente desde que venceu a disputa para o Governo do Maranhão em 2014. Não faria sentido ele ingressar no PSB apenas para disputar um mandato de senador colocando a legenda em patamar inferior na escala de interesses. Ele deixou isso muito claro no discurso que fez no ato de filiação:  “A conjuntura exige é que nós consigamos juntar, unir, quebrar arestas, quebrar resistências, quebrar preconceitos, para que a democracia possa prevalecer”.

Agora, vozes de fora do partido reclamam que ao assumir o comando do PSB, o governador Flávio Dino não abriu espaço para o agora ex-presidente Luciano Leitoa. A verdade nua e crua é que foi Luciano Leitoa, sabendo que Flávio Dino estava a caminho do partido, sucumbiu a pressão de aliados e, sem consultar o deputado federal do partido, Bira do Pindaré, antecipou precipitadamente tomada de posição em relação à sucessão estadual, jogando o partido numa situação incômoda de se posicionar antes da hora e sem o aval de ninguém. Certamente foi convencido de que posicionamento viraria fato consumado, inibindo o novo comando de revertê-lo. Quem fez tal cálculo calculou mal.

Não há no horizonte da política maranhense e nacional qualquer sinal que possa servir de empecilho para que, sob Flávio Dino o PSB seja transformado numa potência partidária e ganhe mais espaço no cenário nacional. E não há por parte do governador qualquer indicativo de acomodação. Ao contrário, todos os movimentos feitos e todas as palavras pronunciadas foram de entusiasmo com a nova casa partidária, criando um forte clima de otimismo quanto à nova realidade vivida pela legenda socialista.

As filiações de ontem confirmam a previsão da Coluna, feita há algumas semanas, de como será o futuro do partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ganha força a reação do Brasil contrária à proposta retrógrada do voto impresso

Urna eletrônica: sistema de votação seguro conquistado pelo Brasil

Se pretendeu usar a ideia do voto impresso para criar embaraços em relação ao já consolidado sistema de votação eletrônica nacional, e com isso questionar antecipadamente a surra que tomará das urnas, segundo preveem as pesquisas feitas até aqui, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados estão começando a quebrar a cara e morder a língua. A sandice inspirada no ex-presidente norte-americano Donald Trump está criando um movimento consistente contra a proposta. Dois exemplos: o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Cardoso, e o atual presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Lourival Serejo, que deverá presidir o TRE nas eleições do ano que vem. Ambos classificaram o capricho bolsonarista de “retrocesso”, com o adendo de que para implantá-lo o contribuinte brasileiro terá de desembolsar nada menos que R$ 2 bilhões.

A visível intenção do presidente Jair Bolsonaro de criar um clima de tumulto com esse tema sugere várias explicações. Uma delas seria o projeto de arranjar pretextos para dar um golpe. Outra seria atender a “apelos” da indústria eletrônica para gerar o contrato bilionário, a exemplo do que fez com o poderoso lobby dos fabricantes de armas.

O que salva o Brasil dessa sandice, ou esperteza, é que haverá tempo suficiente para que o Brasil se mantenha na realidade, apostando num sistema que se torna mais seguro e mais eficiente a cada eleição, e não tombe no conto do vigário.

 

Aluísio Mendes turbina cacife ao assumir vice-liderança do Governo na Câmara Federal

Jair Bolsonaro convidou e Aluísio Mendes aceitou a vice-liderança do Governo no Congresso Nacional

O deputado federal Aluísio Mendes (PSC) é hoje um dos membros da bancada maranhense com maior peso na Câmara Federal. Ele deixou a liderança do seu partido e do bloco formado por PSC, PROS e PTB, que reúne 32 deputados e é um dos eixos do Centrão, para assumir a função de vice-líder no Governo no Congresso Nacional. A mudança de status se deu por convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem o parlamentar é aliado de primeira hora, principalmente devido à sua proximidade com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), que como ele, é agente da Polícia Federal. Quando entrou no PSC, depois de ter sido eleito pelo PRTB e passado pelo Podemos e pelo Avante, Aluízio Mendes ganhou espaço no partido com o apoio do então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Tanto que o governador fluminense desembarcou em São Luís para participar do ato de filiação do parlamentar. Wilson Witzel naquele momento começava a gestar o seu projeto de chegar ao Palácio do Planalto e, por via de consequência, a se afastar da família Bolsonaro, que o apoiou na corrida ao Governo do Rio de Janeiro. Aluízio Mendes percebeu o tamanho da confusão que estava criada e, inteligentemente, adotou isenção no confronto dentro do partido, dando ao mesmo tempo apoio ao governador e ao presidente. Com essa postura, consolidou a relação com a família presidencial. A derrocada de Wilson Witzel, que levou junto o presidente do PSC, Pastor Everaldo, fortaleceu a posição de Aluísio Mendes no partido, cuja liderança, intensificando o apoio ao Governo Bolsonaro, e desempenho que o levou à liderança do bloco com 32 deputados. E foi exatamente sua atuação e o estreitamente da relação com o Palácio do Planalto que levou o presidente Jair Bolsonaro a convidá-lo para assumir a vice-liderança do Governo, o que aumenta substancialmente o seu poder de fogo na Câmara Federal e nas suas bases eleitorais.

São Luís, 30 de Junho de 2021.

Pesquisa Data Ilha mantém Roseana na frente, mas surpreende com empate entre Weverton, Brandão e Rocha

 

Data Ilha: Roseana Sarney lidera com  Weverton Rocha, Carlos Brandão e Roberto Rocha enroscados logo atrás

A 16 meses das eleições, pesquisas continuam rascunhando cenários absolutamente indefinidos no que diz respeito à disputa para o Governo do Estado. Foi, por exemplo, o que mostrou a pesquisa do instituto Data Ilha, contratada e divulgada na edição de Domingo do Jornal Pequeno. Com o detalhe de que não há entre os nomes incluídos nenhum favorito consolidado, o quadro das intenções de voto é o seguinte: a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) lidera com 22,8%, seguida do senador Weverton Rocha (PDT) com 13,3%, do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) com 11,9%, do senador Roberto Rocha (sem partido) com 11,2%, do prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSL) com 69%, do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) com 5,4%, e do secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo (Solidariedade) com 1%. O levantamento – que ouviu 2.179 eleitores entre os dias 10 e 12 de junho, tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos e nível de confiança de 95% – mostra que 24,6% não souberam ou não quiseram responder e que 2,9% disseram que pretende votar nulo ou em branco.

Mesmo estando a ex-governadora Roseana Sarney na liderança, o dado que de fato chama a atenção na pesquisa Data Ilha é o empate técnico entre Weverton Rocha, Carlos Brandão e Roberto Rocha. Se comparada com outros levantamentos divulgados até aqui, e tiver encontrado o cenário real para o momento, a situação mais complicada é exatamente a do senador Weverton Rocha. Nas outras pesquisas, ele apareceu sempre em segundo lugar, mas com uma vantagem expressiva em relação a Carlos Brandão e a Roberto Rocha. Agora, sua vantagem é mínima, como também é quase inexistente a vantagem de Carlos Brandão sobre Roberto Rocha. E se aplicada a margem de erro, que é de 2% para mais ou para menos, nenhum deles pode dizer que está em vantagem em relação aos outros dois. Ou seja, entre os três pré-candidatos o jogo está rigorosamente zerado, situação que só será consolidada ou modificada por novas pesquisas.

Os números da Data Ilha acenderam o alerta amarelo no QG do senador Weverton Rocha, que na avaliação de observadores atento deveria estar “brigando” com a ex-governadora Roseana Sarney pela primeira posição, e não perigosamente ameaçado pelo vice-governador Carlos Brandão e pelo senador Roberto Rocha. Afinal, além da fama de “agregador”, como pregam insistentemente seus aliados, o pedetista conta com mais de 40 prefeitos, tem o coordenador do seu projeto de poder no comando da Famem, recebeu declarações de apoio de vários chefes partidários e cumpre agenda intensa nos municípios, reunindo prefeitos e vereadores. Essa super-engrenagem  em ação já deveria estar produzindo resultados bem mais expressivos no eleitorado. Weverton Rocha tem experiência e sagacidade para fazer a leitura correta desse cenário e se movimentar para mudá-lo.

Por outro lado, a pesquisa Data Ilha sinaliza que o vice-governador Carlos Brandão começa a colher os frutos do seu total alinhamento ao governador Flávio Dino (PSB). E do trabalho político que vem realizado por meio de conversas com líderes políticos das mais diversas regiões do estado e com personalidades destacadas dos mais diversos segmentos da sociedade civil organizada. A posição de quase empate com o senador os dois senadores, depois de aparecer em posições modestas nas pesquisas anteriores, dá a Carlos Brandão gás suficiente para acreditar que sua candidatura é viável, principalmente que ele se tornar governador em busca da reeleição, em abril do ano que vem, quando o governador Flávio Dino se desincompatibilizar para concorrer à vaga no Senado.

Surpreendente também a posição do senador Roberto Rocha na pesquisa Data Ilha, tecnicamente empatado com Carlos Brandão e Weverton Rocha. Ninguém aposta que ele reúna as condições para vencer a eleição, mesmo apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, mas subestimar pura e simplesmente o seu poder de fogo também não é sensato. Dependendo do partido ao qual se filiar e do discurso que vier a adotar na campanha, o senador poderá tumultuar para valer o cenário ou simplesmente ser triturado durante a campanha e tomar o rumo de casa. Os demais, Lahesio Bonfim e Simplício Araújo terão de encontrar argumentos para dizer se querem ou não entrar. Tudo indica ser o caso do presidido de São Pedro dos Crentes é ocupar espaço para projetos futuros.

Em Tempo: duas pesquisas estão no forno, uma do instituto Exata, contratada por um programa de rádio simpático ao senador Weverton Rocha, e que deve ser divulgada no final da semana, e uma do Escutec, contratada pelo jornal O Estado do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino tem em aprovação o que Bolsonaro temem desaprovação no Maranhão

Data Ilha: Flávio Dino aprovado e Jair Bolsonaro desaprovado no Maranhão 

A pesquisa Data Ilha encontrou uma situação curiosa ao ouvir os entrevistados sobre se aprovam ou desaprovam o governador Flávio Dino e o presidente Jair Bolsonaro. O resultado: 58,1% responderam que aprovam o governador Flávio Dino, enquanto 59,3% disseram que não aprovam o presidente Jair Bolsonaro. A proximidade da aprovação de Flávio Dino com a desaprovação de Jair Bolsonaro revela que o governador continua muito forte no conceito da opinião pública maranhense, enquanto o presidente permanece fortemente impopular no Maranhão.

A aprovação do governador Flávio Dino está no fato de ser ele um governante acreditado pela população do Maranhão e cujo Governo tem sido eficiente e inovador, tendo consolidado esses adjetivos com o excelente desempenho na luta contra o novo coronavírus. Já o presidente Jair Bolsonaro caminha pela via inversa, à frente de um governo ineficiente e responsável pela tragédia que ceifou a vida de mais de meio milhão de brasileiros.

 

Declaração de Roseana causa euforia e cautela dentro do MDB

A revelação da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de que está tentando viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado, feita uma semana antes de assumir o comando do partido, causou surpresa dentro do seu próprio partido. Emedebistas mais pé no chão se surpreenderam, mas disseram não acreditar que ela entre na corrida aos Leões. Outros – em menor número – festejaram a possibilidade, por acreditarem na viabilidade da improvável candidatura e no sonho colorido de voltar ao poder. A pesquisa Data Ilha funcionou como ducha de água fria. Isso porque, embora líder nas intenções de voto, ela dá sinais de que está no seu limite, com poucas chances de crescimento. As próximas pesquisas deverão desenhar um cenário pais preciso.

São Luís, 29 de Junho de 2021.

A partir de agora, Dino e o PSB vão dar o rumo e o ritmo da corrida ao Palácio dos Leões

 

Flávio Dino e o PSB vão influenciar os movimentos de Carlos Brandão, Weverton Rocha, Roseana Sarney e Josimar de Maranhãozinho na corrida ao Palácio dos Leões

O movimento do governador Flávio Dino de assumir a presidência do PSB no Maranhão foi a senha definitiva de que o jogo político e partidário será determinante na montagem das alianças para as eleições do ano que vem, principalmente no que diz respeito à disputa direta pelo gabinete principal do Palácio dos Leões. Isso porque os dois principais nomes que brigam pela sua sucessão, o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha comandam, respectivamente, o PSDB e o PDT, a ex-governadora Roseana Sarney, que voltou a admitir a hipótese de entrar na briga pelo Governo, estará no comando do seu partido, o MDB. Outros prováveis candidatos a governador, como o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL e mais duas legendas (Patriotas e Avante), e o senador Roberto Rocha,  que comandará no estado o partido ao qual o presidente Jair Bolsonaro vier a se filiar.

Sob o comando direto do governador Flávio Dino, o jogo dentro do partido foi zerado. Isso significa dizer que a precipitada declaração de apoio do ex-presidente do partido, o ex-prefeito de Timon Luciano Leitoa, ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha, perdeu totalmente o sentido. A partir de agora, o PSB se posicionará no estado de acordo com a ótica e os interesses do grupo liderado por Flávio Dino, que vias de regra terá o apoio do deputado federal Bira do Pindaré, que não chancelou a manifestação do ex-presidente. Bira do Pindaré sabia que o destino do governador Flávio Dino seria o PSB, o que o fez não embarcar no movimento dos Leitoa. Agora, o PSB sai da condição de coadjuvante para ser o eixo central do processo político que desaguará nas urnas, e que terá como ponto alto a escolha do candidato a governador.

O vice-governador Carlos Brandão vai apostar todo o seu cacife no apoio do PSB ao seu projeto de candidatura. Ele acredita que poderá contar ainda com o PCdoB e o PT , formando assim uma base sólida para sua candidatura. O vice-governador, que na época será governador, confia ainda que, a partir dessa base, outros partidos se juntarão com o PSDB no suporte ao seu projeto de poder. Carlos Brandão está convencido de que, uma vez no comando do Governo, o que deve ocorrer a partir de abril próximo, reunirá força política suficiente para ser o carro-chefe da aliança pela qual pretende concorrer à reeleição. Há sinais fortes de que essa estratégia pode ser viável e que o PSB pode apoiá-lo.

Por sua vez, o senador Weverton Rocha vai trabalhar primeiro para confirmar a aliança do PDT com o DEM, o PSL e o PP, cujos presidentes – deputados federais Juscelino Filho, Pedro Lucas Fernandes e André Fufuca, respectivamente – já se manifestaram afirmando que seus partidos o apoiarão. O problema é que essas manifestações foram feitas antes da migração do governador Flávio Dino para o PSB. Com o novo quadro, ninguém descarta a hipótese de essas agremiações reverem tais posições. Essa possibilidade de reviravolta foi desenhada pelo deputado federal André Fufuca, que ao declarar apoio a Weverton Rocha, avisou, sem rodeios, que essa posição poderá ser revista no futuro.

No caso do MDB, a ex-governadora Roseana Sarney assumirá seu comando na próxima Sexta-Feira (02/07) passando a impressão de que está, de fato, montando um projeto para voltar ao Palácio dos Leões. Há, porém, quem diga que seu verdadeiro objetivo é valorizar o passe do MDB numa aliança forte, que pode ser com o PSDB em torno do vice-governador Carlos Brandão, ou com o PDT em torno do senador Weverton Rocha. Nos dois casos, ela será candidata a deputada federal. Não se descarta, porém, que a ex-governadora lidere uma chapa do seu partido para o Governo. Afinal, todas as pesquisas feitas até aqui mostram-na à frente, com média de 30% de intenções de voto.

É o mesmo caso do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que tem dito e repetido que é pré-candidato a governador. A diferença é que ele não tem a base eleitoral que ela exibe, mas comanda uma tropa respeitável de prefeitos, que ela não tem.

A experiência e a lógica sugerem que de agora por diante os movimentos desses partidos e dos seus pré-candidatos serão feitos de acordo com os passos que forem dados pelo governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Destaque na CPI da Covid, Eliziane ganha estatura e é vista como “terceira via” na sucessão

Eliziane Gama na presidência da CPI da Covid, Sexta-Feira: posição de peso no MA

A senadora Eliziane Gama (Cidadania) ganha, a cada semana, mais espaço na CPI da Covid, mesmo não sendo membro titular nem suplente da Comissão. Autorizada pela prerrogativa de poder fazer perguntas aos depoentes e de emitir juízo sobre situações e fatos ligados à investigação que ocorram durante as sessões ou fora delas, e escalada como representante da Bancada Feminina – que não existe legalmente, mas atua forte – a senadora maranhense tem surpreendido pela firmeza com que se manifesta. Sua participação tem sido tão significativa que na tensa e tumultuada sessão de Sexta-Feira, Eliziane Gama foi escalada para presidir os trabalhos por algum tempo, cobrindo ausência momentânea do presidente e do vice-presidente. Depois, juntamente com ambos e mais o relator, participou de uma entrevista coletiva muito concorrida. Nos bastidores, a avaliação corrente é a de que a senadora sedimenta sua já respeitável margem de prestígio na Casa e amplia o seu peso político no Maranhão. Há quem a veja como um projeto de “terceira via” no cenário em que se desenrola a corrida ao Palácio dos Leões, caso haja um improvável impasse na definição de candidaturas.

 

Patriotas vive forte expectativa com a filiação de Bolsonaro e de Roberto Rocha

Jair Bolsonaro, Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho e Marreca Filho: foco no Patriotas

A guerra que se trava no comando nacional do Patriotas por causa da iminente filiação do presidente Jair Bolsonaro, que é aceito pelo presidente do partido e rejeitado pelo vice-presidente, pode acontecer também no Maranhão. O problema é que Jair Bolsonaro só quer assinar a ficha de filiação com a garantia de que terá o comando do partido, de modo a “aparelhar” os diretórios regionais com aliados fiéis. No caso do Maranhão, onde é presidido pelo jovem deputado federal Marreca Filho, mas controlado com mão de ferro pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, o Patriotas terá de receber o senador Roberto Rocha que, conforme a estratégia de Jair Bolsonaro, deverá assumir o controle do partido. Pelo que se sabe, Josimar de Maranhãozinho e Marreca Filho não fazem qualquer restrição ao ingresso do senador Roberto Rocha no partido, desde que não tente assumir o controle. Não há um clima de guerra já declarado, mas dois aliados de Josimar de Maranhãozinho disseram à Coluna, que Roberto Rocha será aceito de bom grado no partido, desde que não tente assumir o seu controle. Uma terceira fonte disse que não há tensão, e que, se Bolsonaro entrar, Roberto Rocha entrará também e para assumir o comando. É o que se verá.

São Luís, 27 de Junho de 2021.

 

Especial: Milton Farias, o músico amador de violão preciso que se tornou “enciclopédia” de MPB

 

Milton Farias e as três joias de cordas que garantem sonoridade perfeita aos seus registros de MPB

Não é preciso pesquisar em profundidade para constatar o que dizem os estudiosos da música mundo a fora: com sua extensão continental e fortes diferenças regionais, o Brasil tem uma das culturas musicais mais ricas e diversificadas do planeta. Tanto que é um desafio para qualquer brasileiro ter, na ponta da língua, peças do cancioneiro das diversas regiões do País, como o samba carioca, as toadas ludovicenses, as modas caipiras paulistas, os ritmos nordestinos, o frevo do Recife, a moda de viola pantaneira, e por aí vai. A genialidade brasileira criou um gigantesco e precioso mosaico musical urbano a partir das influências regionais, dando ao talento e ao tempo as condições para criar o que hoje conhecemos como Música Popular Brasileira, a MPB. Nela estão desde o samba de raiz, a genial e sofisticada bossa nova, o emblemático samba-canção, o precioso choro, o baião, o axé baiano, a moda sertaneja e suas derivações mil. Na era do disco, foram muitas as tentativas de reunir em séries o que havia de melhor da MPB, mas nenhuma chegou sequer perto do acervo produzido por Milton Farias. Atualmente, a internet abriga um acervo monumental de MPB, e nele estão os registros – são mais de 600 vídeos-clipes –, feitos em voz e violão por esse caxiense estudioso e apaixonado por música.

Antes de prosseguir, uma informação essencial: o já sessentão Milton Farias é médico oftalmologista por profissão e músico amador por paixão, que nutre a cada dia da sua existência, e que se traduz numa discoteca de rara qualidade e na companhia de cinco violões – três joias saídas das mãos mágicas de luthiers geniais como Sugiyama, João Screnin e Lineu Bravo, e dois tops de fabricação industrial seriada, um Rozini e um Di Giorgio. Com esses instrumentos, que são cuidados com devoção quase religiosa – suas cordas são trocadas a cada semana para garantir a qualidade sonora -, Milton Farias usa seu tempo livre para estudar com foco e montar a melhor vestimenta para cada música que inclui no acervo, dando a ela embalagem melódica própria e adequada, tornando-a exemplar único da sua pequena, mas rica e genial, enciclopédia MPB. Para chegar a tanto, o antes músico diletante e descompromissado se transformou num estudioso de música curioso e disciplinado.

A criação do acervo foi possível depois que, há pouco mais de cinco anos, quando nos seus exercícios diários para dominar o violão em busca do melhor acompanhamento para clássicos da MPB, foi desafiado por suas filhas a gravar em vídeo e divulgar na internet. Depois de alguma relutância, causada pela prudência, ele topou, fez o primeiro registro,  tomou gosto e se transformou numa referência, tanto no que  diz respeito à seleção das músicas, quanto no que se relaciona com a qualidade do seu acompanhamento.

Milton Farias não é um talento superior das cordas, nem tem tal pretensão. Mas vem aos poucos ganhando qualidade, se tornando um mestre e ganhando o raro status de referência, sendo elogiado por artistas consagrados como as cantoras Maria Betânia e Rosa Passos, esta com a autoridade de quem tem bom desempenho no violão. Para chegar até aqui, foi buscar inspiração no maior gênio do violão na MPB, o revolucionário baiano João Gilberto, que no final dos anos 50 do século passado mudou a maneira de tocar samba, criando a Bossa Nova, e dando assim a maior guinada na MPB até aqui. Inicialmente tímido, o violão de Milton Farias evoluiu muito nos últimos tempos e é hoje nítido em cada corda e dominante na estrutura de cada música, dando às sequências e compassos o acompanhamento certo, sem falta nem excesso. E o faz com a segurança e a precisão dos craques, sem se aventurar em movimentos audaciosos, nem em enfeites desnecessários, perigosos e dispensáveis. O mesmo acontece com a maneira como usa sua voz grave, metálica e de pouca vocação para o canto: respeita a estrutura original da música, com o cuidado de não sair do eixo nem tropeçar em agudos ou graves, passando ao largo de variações ousadas. Suas interpretações são as de Milton Farias, únicas, ímpares.

Nos primeiros registros, a voz se impunha a um violão ainda acanhado, mas isso mudou progressivamente, de modo que hoje o violão parece se impor à voz, exatamente por ser bem executado. E com um detalhe a mais, que fez enorme diferença: nos registros de exemplares da MPB, Milton Farias deixa forte impressão de que, mais do que cantar e dominar o violão, tem uma preocupação quase didática, como um propagador do que há de melhor nos mais diversos nichos e vieses da MPB.

Os registros feitos por Milton Farias já produziram um amplo e rico acervo, resultando numa obra incomum, que está dispersa, nas teias das redes sociais, mas têm a marca inconfundível do autor, cuja obra é original. No painel encontram-se, por exemplo, pedras preciosas como “Chega de saudade” (João Gilberto), “Samba em prelúdio” (Vinícius de Moraes /Toquinho), “Samba de Verão” (Marcos e Paulo Sérgio Vale), “Com açúcar e com afeto” e “Carolina” (Chico Buarque), “Peito vazio” (Cartola), “Lugar comum” (Gilberto Gil/João Donato), “Onde anda você” (Hermano Silva/Vinícius de Moraes), “Valsinha” (Chico Buarque), “Evidências” (José Augusto e Paulo Sérgio Valle), “Saigon” (Paulo Cartier/Carlão/Paulo Feitosa), “Outra vez” (Isolda), “Lamento Sertanejo” (Dominguinhos/Gilberto Gil), “Aquele Frevo Axé” (César/Caetano Veloso), “A palo seco” (Belchior), “Violão” (Sueli Costa/Paulo César Pinheiro), “Tudo se transformou” (Paulinho da Viola), “Tatuagem” (Rui Guerra/Chico Buarque), “Tudo azul do mar” (Flávio Venturinni/Ronaldo Bastos), “Logo agora” (Jorge Aragão/Jotabê), “Quase fui lhe procurar” (Roberto Carlos), “Cantar” (Godofredo Guedes), “Falsa alegria” (Monarco), “Você e eu” (Carlos Lyra/Vinícius de Moraes), “Louco” (Wilson Batista), “Solidão” (Alceu Valença), “Carinhoso” (Braguinha) e “Dente de ouro” (Josias Sobrinho), entre muitas e muitas outras.

Até onde a Coluna alcançou, não há registro de MPB como o de Milton Farias. Sua paixão pela música – que começou nas serenatas de adolescente nas noites de Caxias, ganhou força nos bares da Lapa quando residente de Medicina no Rio de Janeiro e passou por um longo namoro com jazz e suas musas – parece inesgotável. É a mesma que alimenta pelo violão, aprimorado a cada dia com estudos e exercícios. Essas paixões fizeram dele, mais do que um artista amador, um importante guardião e propagador do que há de melhor na MPB. Seus vídeos-clipes caseiros, feitos sem recursos nem recortes, são aulas sobre nossa música.

São Luís, 26 de Junho de 2021.

A caminho do comando do MDB, Roseana revela que planeja disputar o Governo do Estado

 

Roseana Sarney se mostrou animada com a possibilidade de disputar o Governo, durante entrevista à TV Mirante

Roseana Sarney (MDB) se prepara para desembarcar no tabuleiro da sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Ela admitiu ontem, com todas as letras, em entrevista à TV Mirante, que está trabalhando o projeto de sua candidatura ao Governo do Estado. Não foi, claro, uma declaração formal e enfática, mas o que ela disse foi suficiente para acender o sinal de alerta nos QGs dos pré-candidatos já assumidos, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT). “Estou tentando viabilizar minha candidatura. Tenho experiência (…) e acho que posso contribuir com o meu estado e com o meu país. Tenho vontade de voltar, e se Deus quiser, no ano que vem vou colocar meu nome à disposição do povo do Maranhão”, disse ela ao ser provocada pelo jornalista Clóvis Cabalau sobre a possibilidade de vir a ser candidata ao Governo do Estado. O fato confirma o que já é visível: a ex-governadora mandou mesmo sua aposentadoria para o espaço, e retorna à seara político no comando do braço maranhense do MDB. Esse plano será consumado daqui a uma semana, quando o ex-senador João Alberto lhe passará o comando do partido.

Quando saiu das urnas de 2018 com 30,07% dos votos na disputa em que o governador Flávio Dino (PCdoB) se reelegeu com 59,29%, Roseana Sarney (MDB) anunciou que estava cansada e que encerraria ali a sua curta, mas muito intensa e invejável, trajetória política. Afinal, havia sido deputada federal (1991/1994), governadora (1995/2002), senadora (2003/2009) e de novo governadora (2009/2014), tendo nesse período sofrido apenas duas derrotas (2006 e 2018). A aposentadoria durou menos de dois anos, pois em 2020, foi lançada pré-candidato do MDB à Prefeitura de São Luís, não aceitou, mas fez alguns movimentos bem expressivos na campanha em alguns municípios. Logo depois, já re-envolvida nas teias da política, decidiu arquivar de vez a aposentadoria e voltar à ativa, agora como comandante do MDB. Pessoalmente, Roseana Sarney anunciou a intenção de se candidatar à Câmara Federal, calculando obter excelente votação e, com isso, ajudar o MDB reeleger seus dois deputados federais e eleger pelo o menos mais dois, formando uma bancada de cinco.

Em todas as pesquisas de intenção de voto para Governo do Maranhão feitas até aqui, a emedebista aparece na liderança, com percentuais que variam de 25% a 33%. Avaliações diversas têm chegado à conclusão de que é esse o seu teto e que ela, se candidata, teria muito dificuldade de ultrapassá-lo. Por outro lado, a seu favor está o fato incontestável de que, de acordo com as mesmas pesquisas, até aqui nenhum dos pré-candidatos ameaçou sua liderança, o que pode lhe dá incentivo para investir num projeto de candidatura. Tarimbada em pesquisas eleitorais, a ex-governadora sabe que os aspirantes estão apenas no “aquecimento” e que o jogo para valer ainda está para ser iniciado. Isso significa dizer que as pesquisas de agora são retratos do momento que apontam tendências, mas não devem ser tomadas como indicadores definitivos. Ou seja, a corrida ao Palácio dos Leões tem ainda muito chão e que só será deflagrada para valer quando Flávio Dino, que disputará vaga no Senado, bater martelo em favor de um candidato.

Se está determinada a voltar à seara política, Roseana Sarney dificilmente entrará numa disputa sem uma margem pelo menos razoável de garantia de que sairá das urnas com a vitória. Ela viu seu candidato ser destroçado por Flávio Dino em 2014 e ela própria e seu grupo amargarem uma derrota acachapante para o próprio Flávio Dino e seus aliados em 2018. Não faz muito sentido sair da zona de conforto para entrar num confronto em que as chances de sucesso sejam mínimas. Daí muitos avaliarem que o projeto mais adequado para 2022 será o de disputar uma cadeira na Câmara Federal, contribuindo para fortalecer o MDB no Maranhão e no Congresso Nacional.

A julgar pelo tom da entrevista, a ex-governadora causou a impressão de que tomou fortes injeções de ânimo político nas últimas semanas. A simples ideia de entrar no tabuleiro sucessório já anima os movimentos prévios e criam a expectativa de que o jogo será bem mais disputado do que se restrito a um embate Brandão/Weverton.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. ainda procura novo pouso partidário, mas pode voltar para o PTC

Edivaldo Jr.

Continua incerto o rumo partidário do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr.. Ele tem conversado com diversos partidos, mas ainda não encontrou um pouso seguro para levar à frente seu projeto político e eleitoral para 2022. Namorou com o PSD, mas mesmo com alguns pontos convergentes, as divergências foram mais fortes. Foi sondado pelo comando do PTB, mas a guinada do partido para o bolsonarismo torna praticamente impossível sua filiação ao partido. Andaram especulando nos bastidores a possibilidade de o ex-prefeito assinar ficha de filiação no PSDB, mas alguns observadores descartaram, lembrando que, como o vice-governador Carlos Brandão, ele trabalha também com a perspectiva de disputar um cargo majoritário que não seja a vaga de senador, podendo entrar na briga como candidato a governador ou a vice-governador. Edivaldo Holanda Jr. trabalha consciente de que o leque de opções partidárias está cada dia mais restrito. Mas se não encontrar um pouso partidário adequado ao seu projeto político, ela voltará às origens e reingressará no PTC, partido pelo qual disputou dois mandatos de vereador de São Luís, um de deputado federal e o primeiro de prefeito de São Luís, e que deixou para ingressar no PDT. Quase uma ficção partidária com existência legal, o PTC foi mantido na família pelo pai, deputado estadual Edivaldo Holanda, que o preservou como reserva técnica para o filho.

 

Braide só vai tratar de política depois que vacinar toda a população de São Luís

Eduardo Braide

Fonte ligada ao prefeito Eduardo Braide (Podemos) reafirmou à Coluna: ele não pensa deixar a prefeitura de São Luís para disputar o Governo do Estado agora. Isso significa dizer que cumprirá seu mandato e disputará a reeleição, para só pensar em Governo na corrida eleitoral de 2026. Ao mesmo tempo, participará ativamente da corrida eleitoral dando suporte aos candidatos do seu partido à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal, cumprindo assim compromisso assumido com o comando nacional do Podemos quando se filiou ao partido. E como já foi dito aqui, não conversará sério sobre 2022 ao longo deste ano, só admitindo tratar do assunto depois do Carnaval do ano que vem. Até lá, poderá ter conversas informais, mas o seu foco será vacinar integralmente a população adulta de São Luís.

São Luís, 25 de Junho de 2021.

PCdoB não será esvaziado imediatamente com a saída de Flávio Dino

 

Márcio Jerry e Rubens Júnior permanecerão no PCdoB, pelo menos até Outubro, quando saírem as regras eleitorais

Contrariando algumas previsões iniciais, a saída do governador Flávio Dino para se filiar ao PSB não deve condenar o PCdoB ao emagrecimento imediato, reduzindo-o novamente à condição de partido mais importante pela história do que pelo poder de fogo eleitoral. Vozes da agremiação avisam que até agora apenas o governador a deixou, o que significa dizer que, pelo menos por enquanto, o seu braço maranhense continuará politicamente forte, com dois deputados federais (Márcio Jerry e Rubens Júnior) e cinco deputados estaduais (Othelino Neto, Marco Aurélio, Adelmo Soares, Carlinhos Florêncio e Ana do Gás), mais de 20 prefeitos e pelo menos 150 vereadores. A lógica política sugere que sem Flávio Dino nos seus quadros, o PCdoB sofrerá, mais cedo ou mais tarde, um duro golpe, perdendo muito poder. Mas essa mudança não deve acontece de imediato, e sua intensidade e o seu maior ou menor grau dependerão de uma série de fatores relacionados com as eleições do ano que vem.

São vários os fatores que definirão o futuro do PCdoB no Maranhão. O primeiro são prováveis mudança nas regras eleitorais, que deverão passar pelo o Congresso Nacional até Outubro, para valerem para o pleito de 2022. Nesse pacote em tramitação está, por exemplo, a proposta de criação de Federações partidárias para as eleições. Se essa regra passar, PCdoB e PSB muito provavelmente formarão uma Federação, e isso significa dizer que tanto faz mudar de legenda como lena permanecer não fará diferença, já que, federados, os dois partidos funcional eleitoralmente como um só. O mecanismo está sendo fortemente debatido nos bastidores do Congresso e sua aprovação significará sobrevivência para pequenos, enquanto a rejeição terá o peso de sentença de morte para vários nanicos. O PCdoB aposta alto na aprovação da Federação.

Outra inovação em debate no Congresso Nacional é o Distritão, proposta que cria, em vez do distrital simples ou misto, um terceiro formato misturando regras do voto proporcional em vigor com o voto distrital. O Distritão é defendido por boa parte dos deputados federais, uma vez que, na avaliação de especialistas, é um sistema criado sob medida para favorecer os atuais parlamentares, tornando o candidato mais importante do que o partido. Uma corrente do Congresso Nacional defende o Distrital, ou no máximo o Distrital Misto, por ser um sistema assegura maior representatividade ao deputado federal. Mas no jogo de interesse que move o Congresso Nacional, o Distritão é a escolha mais provável. Qualquer que seja a fórmula, essa terá impacto importante na existência do PCdoB.

Além de mudanças nas regras eleitorais, o futuro do PCdoB também está relacionado com a janela partidária, que será aberta e, março do ano que vem. Esse mecanismo permite que deputados mudem de partido sem correr o risco de perder o mandato. Os líderes do PCdoB acreditam que esse momento será decisivo para definir o tamanho e o futuro do partido.

O fato é que, contrariando expectativas do meio político, o clima dentro do PCdoB é de tranquilidade. O partido sentiu fortemente a saída do governador Flávio Dino, mas não se deixou dominar pela tendência de esvaziamento, que não está se concretizando, pelo menos até aqui. Nenhum dos líderes do partido, a começar pelo seu ainda presidente Márcio Jerry, fez as malas para migrar para o PSB, por exemplo. Nesse clima, o deputado federal licenciado e atual secretário de Articulação Política, Rubens Júnior, um dos integrantes do “núcleo de ferro” que assessora o governador Flávio Dino, resumiu numa frase lapidar o momento atual e o porvir no PCdoB: “Pode acontecer tudo, inclusive nada”.

Ninguém duvida de que o braço maranhense do PCdoB sofrerá perdas e emagrecerá, mas os primeiros dias da mudança estão indicando que esse processo não será fácil. Mas nada que um partido como esse, que passou décadas na clandestinidade, enfrentou a ditadura e foi o primeiro proscrito a ser reintegrado à realidade democrática com a redemocratização comandada pelo presidente José Sarney (PMDB).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mesmo com chapa forte, PDT terá dificuldades para reeleger bancada na AL

Comandado pelo senador Weverton Rocha, pré-candidato a governador, o braço maranhense do PDT tem um desafio enorme: administrar a disputa no partido para a Assembleia Legislativa. Para começar, são cinco deputados estaduais em busca da reeleição: Cleide Coutinho, Glaubert Cutrim, Rafael Leitoa, Ricardo Rios e Zito Rolim. Além desses, dois pesos pesados que veem de fora: Chico Leitoa, ex-prefeito de Timon e ex-deputado estadual, e Osmar Filho, presidente da Câmara Municipal de São Luís. Mais ainda: o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, hoje no PCdoB, poderá migrar para o PSB ou para o PDT, e se ficar com a última opção, entrará numa barca em que, à exceção de Cleide Coutinho, que tem base para se reeleger sem problemas, os outros quatros deputados e mais o ex-deputado de Timon e o vereador de São Luís travarão uma guerra de vida ou morte no que diz respeito ao mandato. O certo é que, por mais votos que a chapa pedetista para a Assembleia Legislativa venha receber, dificilmente reelegerá os cinco deputados mais Osmar Filho e Chico Leitoa. Não se discute que será uma chapa muito forte, principalmente se vier a ser reforçada pelo deputado Othelino Neto, mas também não há garantia de que a massa de votos do PDT para deputado estadual saia das urnas com poder de fogo para eleger oito deputados estaduais, mesmo que o senador Weverton Rocha venha a ser candidato a governador.

 

TV Assembleia inicia hoje a versão 2021 do “Arraiá do Povo em Casa”

Cacuriá de Dona Teté será uma das atrações de hoje à noite na TV Assembleia

A crueza da pandemia de Covid-19 e a necessidade de se manter as regras sanitárias, em especial o distanciamento social, para evitar o aumento do contágio pelo novo coronavírus impôs, mais uma vez, a não realização das festas de São João, São Pedro e São Marçal, que anima São Luís e o Maranhão décadas a fio. Mas nem tudo é tristeza, apesar das limitações. A TV Assembleia Legislativa inicia hoje a versão 2021 do Arraiá do Povo em Casa”, a bem-sucedida fórmula de manter viva a chama junina sem que famílias saiam para as ruas. Para tanto, montou uma programação rica e animada, com apresentações inéditas por parte dos grupos de bumba-meu-boi, que será exibida hoje, amanhã e depois de amanhã na TV Assembleia (canal aberto 9.2), no YouTube da emissora (tvassembleiama), no Instagram e no Facebook, a partir das 19 horas.

A programação foi cuidadosamente pensada para que telespectadores e internautas se divirtam com o se estivessem em arraiais, a exemplo do que aconteceu no ano passado, quando as festas foram suspensas. O “Arraiá do Povo em Casa” obteve audiência surpreendente, com milhares de pessoas curtiram as festanças juninas embaladas por apresentações dos mais importantes grupos folclóricos juninos. Idealizado pelo diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa, jornalista Edwin Jinkings, e realizado pela competente equipe do Centro de Comunicação do Poder Legislativo, o “Arraiá do Povo em Casa” deste ano promete ser bem mais animado e rico em matéria de diversidade na programação a ser iniciada hoje.

A iniciativa segue expressa orientação do presidente da Casa, Othelino Neto, que determinou as providências necessárias para que o isolamento social dos servidores da Casa seja compensado com a festança virtual que será realizada a partir de hoje, às 19 horas.  O diretor Edwin Jinkings afirmou que as expectativas para a segunda edição do “Arraiá do Povo em Casa” são as melhores possíveis e que tudo está sendo preparado com muito carinho para os três dias de transmissão.

– É a nossa forma de manter acesa a chama junina que existe em cada maranhense apaixonado pelo São João – declarou.

A programação é a seguinte:

Hoje: Boi de Morros, Cacuriá de Dona Teté, Boi de Nina Rodrigues, Boi de Santa Fé, Boi da Maioba e Tambor de Crioula de Leonardo.

Sexta-Feira:  Boi Pirilampo, Dança Portuguesas Arte e Beleza de Portugal, Boi Novilho Branco, Boi União da Baixada, Boi de Ribamar e Boi de Itapera.

Sábado: Boi de Sonhos, Boi da Pindoba, Boi da Lua, Quadrilha Mocinha do Sertão, Boi de Maracanã, Boi Brilho da Ilha e Boi do Bairro de Fátima.

São Luís, 24 de Junho de 2021.

Dino defende união das forças progressistas para enfrentar Bolsonaro, e alerta: “Não podemos errar”

 

Flávio Dino faz discurso forte sobre quadro nacional e alerta para as eleições de 2022

“A eleição de 2022 é um plebiscito entre aqueles que querem a continuidade da democracia, com o povo, e um projeto de extermínio nacional e popular de destruição da Nação. É isso que está em jogo”. Pronunciada em tom de alerta, a avaliação foi feita pelo governador Flávio Dino, ontem, em discurso no ato de filiação ao PSB, em Brasília. Ele defendeu a formação de uma ampla aliança reunindo de comunistas a liberais progressistas para enfrentar a extrema direita representada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Não podemos cometer erros”, alertou, chamando atenção para o fato de que, mesmo Bolsonaro será candidato à reeleição “sobre uma pilha de tragédias”. E pregou, enfático: “Derrotá-lo não é tarefa de poucos, não é tarefa de muitos, é tarefa de todos. E para isso, nós temos que nos unir”. As palavras do governador do Maranhão tiveram um tom de convocação das forças progressistas para o desafio político e eleitoral de frear as forças antidemocráticas em defesa do estado democrático de direito.  Disse estar feliz por consumar um “namoro de dez anos” com o PSB. Segue, na íntegra, o discurso do governador, que marca também um momento decisivo na política do Maranhão:

“Amigos, amigas, companheiros, companheiros

Filiar-me ao no PSB tem um delicioso sabor de encontro e reencontro. Encontro com as origens desse partido, que teve, desde a sua gênese, a presença de militantes da causa do Direito e da Justiça. Vocês sabem que transitoriamente exercendo funções públicas, funções políticas, mas de formação e de atuação sou vinculado à Universidade Federal do Maranhão como professor de Direito, sou advogado. Estar, portanto, no partido de João Mangabeira, no partido de Evandro Lins e Silva, no partido de Hermes Lima, no partido de Evaristo de Morais Filho, para mim, como estudioso do Direto, já é uma honra, já é, para mim, um encontro com a História daqueles que que fizeram do Direito instrumento de luta pela democracia e pela liberdade no Brasil.

Tem um sabor de encontro com a minha região. Vocês podem ver que condenso em mim mesmo os traços característicos do nosso estado, que é meio Amazônia e é meio Nordeste. Presido, inclusive agora, o consórcio de governadores da Amazônia. Lá na Amazônia, o PSB sempre atuou com muita força. Quero homenagear o ex-senador e ex-governador Capiberibe, o deputado federal Camilo Capiberibe, e todos aqueles, Siqueira, que juntaram a defesa da Economia Verde como pressuposto fundamental de um projeto socialista para o Brasil.

Eu, muito criança e muito jovem, assisti a primeira vez Miguel Arraes falando. Estar hoje no partido de Miguel Arraes, para mim, nesse sentido, é a realização de um grande encontro, com uma tradição política fundamental para a histórica para dessa Pátria, que é a tradição do PSB. Miguel Arraes está presente, mas não posso deixar de dizer, com muita emoção, que gostaria muito que a minha ficha de filiação fosse abonada pelo querido amigo governador Eduardo Campos. Talvez ele não estivesse aqui, porque hoje ele seria presidente da República. Talvez as suas obrigações não permitissem. Mas meu amigo Eduardo esteve conosco no Maranhão, inúmeras vezes, e poucos dias antes inclusive da tragédia. E por isso mesmo, estar no PSB, me filiar ao PSB, é uma forma também de homenagear a memória, a trajetória e as vitórias do grande brasileiro governador Eduardo Campos. E tantos e tantas do Nordeste brasileiro, onde se insere o nosso Maranhão, faço uma saudação muito especial a todos os amigos e amigas do Maranhão. São muitos. Cumprimento na pessoa do vice-governador Carlos Brandão, que aqui está, do senador Weverton, da senadora Eliziane, deputados federais, deputados estaduais, minha querida esposa e companheira Dani, e o professor José Antônio Almeida que foi meu professor na Universidade Federal do Maranhão já há algumas décadas.

É um encontro também com este momento atual, com a hora presente, em que, autenticamente, se exige tanto da militância patriótica e socialista do Brasil, porque esta eleição de 2022 não é uma eleição qualquer, não é uma a mais, porque é uma batalha fundamental em torno de tudo que nós conseguimos concretizar, plasmado, sobretudo, na Constituição de 88. A eleição de 2022 é um plebiscito, entre aqueles que querem a continuidade da democracia, com o povo, e um projeto de extermínio nacional e popular de destruição da Nação. É isso que está em jogo.

Nós não podemos cometer erros. Nós, que somos mais jovens, lembramos que aqueles que, como nós, estavam nas trincheiras políticas à beira do golpe militar de 64, às vezes não enxergaram, minimizaram o problema, não por deformação moral, não é isto, é porque nós somos militantes da esperança e da alegria, e às vezes tendemos, em razão desses valores que nos movem, a minimizar o mal, a minimizar a maldade. Nós acreditamos que o bem sempre vence, e vence mesmo, mas aqueles que estavam assistindo à ascensão de Hitler e Mussolini, na Alemanha e na Itália, não viram o perigo. Nós estamos vendo o perigo, o perigo está aí, o perigo aí está, o perigo está no poder, e o perigo está matando. 500 mil famílias já sofreram danos eternos.

É essa carga de responsabilidade que eu trago para o PSB. Venho pelo Maranhão, claro, pelo Nordeste, pela Amazônia, mas resolvi me filiar, depois de dez anos de namoro. Chegando ao PSB, por tudo isso, que mencionei, mas sobretudo pelo Brasil. A nossa tarefa não é pequena, por mais absurdo que seja. O Bolsonaro será candidato à reeleição?! Por sobre uma pilha de tragédias, nada de positivo a apresentar, obras não há. Somente nessa semana eu vou inaugurar oito escolas, eu inauguro por semana mais escolas do que o Bolsonaro inaugura por ano. Mas Bolsonaro é candidato à reeleição. Derrotá-lo não é tarefa de poucos, não é tarefa de muitos, é tarefa de todos. E para isso, nós temos que nos unir. E isso que eu e os novos filiados nos propomos aqui.

Eu, por formação, tenho muito acatamento pelas diretrizes superiores a min, tenho espírito coletivo, talvez ecos de um certo leninismo. Mas, com todo respeito e acatamento que eu tenho à direção nacional do PSB, a este partido quase centenário, eu venho modestamente trazer uma palavra de defesa de uma ampla união, em que os comunistas estejam presentes, os socialistas estejam presidentes, os trabalhistas estejam, os lulistas e os petistas estejam presentes, mas também os liberais progressistas, os como eu, adeptos da doutrina social da Igreja, os católicos progressistas, os evangélicos progressistas, e sobretudo aqueles que não têm opinião política. É a eles que nós temos que falar, acima de tudo. A conjuntura não comporta uma abordagem narcisista, a celebração dos nossos êxitos, das nossas virtudes. Isso nós já conhecemos. A conjuntura exige é que nós consigamos juntar, unir, quebrar arestas, quebrar resistências, quebrar preconceitos, para que a democracia possa prevalecer.

É assim que eu, com muita alegria, me filio ao PSB. Teremos debates difíceis pela frente. Nesses especularam muito se a nossa entrada no PSB corresponderia a um plano mirabolante para, de fora para dentro, dominar o PSB, e leva-lo a uma certa posição, que no caso seria, ou será, o apoio ao ex-presidente Lula. Fantasia, mistificação, embora todos saibam da minha posição, e eu tenho orgulho dela. Ninguém aqui está enganado quanto aquilo que eu defendo. Mas, jamais teria essa pretensão de subordinar o partido com a tradição e com a beleza que o PSB tem a interesses imediatistas. Não. Faremos um bom debate, com aquilo com o qual finalizo, o mais importante: valores, princípios, transcendência, aquilo que não se vê, mas que domina aquilo que se vê. Chamem do que quiserem chamar. Alguns chamam de Deus, outros chamam de fé, outros chamam de disciplina, outros chamam de fraternidade. Não importa o nome, importa é que nós temos um programa, temos uma reconstrução programática em torno da causa correta do socialismo criativo, que valoriza a ciência, a tecnologia, a economia verde, a inovação. Mas há algo que é maior que tudo isso, que tem a perenidade da vida, que tem a nota de eternidade, e é na minha modesta trajetória que esse momento se insere nessa trajetória do eterno, em que tantos encontros são realizados com muito espírito socialista, espírito da partilha, partilhar o pão, partilhar a vida, partilhar a esperança. Viva o socialismo, vida o Brasil”.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Governador ataca problemas nacionais e evita falar da corrida sucessória no Maranhão

Flávio Dino e Daniela Dino entre Fábio Macedo (Republicanos), Marcelo Tavares (PSB), Carlos Brandão (PSDB), Bira do Pindaré (PSB), Eliziane Gama (Cidadania), Leonardo Sá (PL), Simplício Araújo (SD) e Weverton Rocha (PDT) no ato de filiação

O ato de filiação do governador Flávio Dino no PSB foi um acontecimento político de peso, em Brasília. Além dos dois governadores do partido – Paulo Câmara (PE) e Renato Casagrande (ES) -, senadores, deputados federais e convidados, participaram do ato o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (Cidadania), além de deputados federais, entre eles Bira do Pindaré, que atuou como anfitrião, e deputados estaduais, entre eles Marcelo Tavares (PSB), atual chefe da Casa Civil, e Simplício Araújo (Indústria e Comércio e líder do Solidariedade, pré-candidato a governador. O deputado federal licenciado e presidente do PCdoB, Márcio Jerry, atual secretário das Cidades, o deputado federal licenciado Rubens Jr. (PCdoB), atual secretário de Articulação Política e o deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) não compareceram.

O governador Flávio Dino não tratou do cenário político do Maranhão no ato de filiação ao PSB. Teve o cuidado de não melindrar mais ainda o comando nacional do PCdoB, onde algumas vozes declararam suas insatisfações com a migração. O mesmo cuidado teve ao não tratar de política maranhense, referindo-se a Carlos Brandão e Weverton Rocha coma mesma distinção, numa demonstração de que está mesmo disposto a encontrar uma fórmula que defina a candidatura da aliança que lidera sem crise. A presença dos dois postulantes sinalizou com clareza que está determinado a abrir negociações para resolver a sua sucessão.

 

AL aprova e Othelino Neto destaca lei que reforça erradicação do sub-registro civil

Othelino Neto destacou a importância do projeto do Judiciário reforça o combate ao sub-registro civil no MA

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), destacou a importância da aprovação do Projeto de Lei Complementar 004/2021, proposto pelo Poder Judiciário, que estabelece medidas para a erradicação do sub-registro civil de nascimentos no Maranhão. Na avaliação do presidente, muitos maranhenses ainda não são registrados e, oficialmente, não existem, o que justifica a importância da matéria.

O PL assegura a instalação de unidades interligadas de registro civil de pessoas naturais nos municípios maranhenses em que funcionem estabelecimentos de saúde públicos, privados e conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é erradicar os índices de pessoas sem registro no Maranhão e ampliar o acesso à documentação básica por meio de regime de colaboração e articulação com os poderes Judiciário e Legislativo e as serventias extrajudiciais de registro civil de pessoas naturais.

“É fundamental que todos tenham o registro oficial para que as políticas públicas possam atender, efetivamente, a todas as pessoas e ter um diagnóstico mais preciso da realidade e da quantidade populacional em cada município”, explicou.

Na sessão remota de ontem, os deputados estaduais aprovaram também o Projeto de Lei 297/2021, do Poder Executivo, que altera a Lei nº 10.711, de 8 de novembro de 2017, que regulamenta o Fundo Estadual da Pessoa com Deficiência (FEPD) e cria o Comitê Gestor do referido Fundo. E também o Projeto de Lei 638/2019, de autoria do deputado Wellington do Curso (PSDB), que dispõe sobre a destinação e a acomodação apropriada de animais domésticos nos processos de reintegração de posse e de demolição de imóveis. E ainda o Projeto nº 338/2020, de autoria do deputado Dr. Yglésio (PROS), que estabelece a Campanha Estadual de Prevenção e Combate ao Câncer de Ovário. (Matéria baseada em informações divulgada  pela Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa).

São Luís, 23 de Junho de 2022.

Factoides agitam, mas não alteram o cenário da corrida à sucessão no Maranhão

 

Projetos de candidatura de Carlos brandão e Weverton Rocha estão resistindo aos fatoides sobre outros nomes

O embate direto e declarado entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT) pela vaga de candidato à sucessão do governador Flávio Dino (que ingressa hoje no PSB) pela aliança por ele liderada não está inibindo o surgimento de “projetos” paralelos de candidatura. Enquanto a oposição se restringe à pré-campanha aberta do prefeito de São Padro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL), do ainda pouco definido anteprojeto de candidatura do senador Roberto Rocha (ainda sem partido) e da possibilidade muito remota de a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) vir a entrar na disputa, as forças da situação vira e mexe sacodem os bastidores com factoides sucessórios. O mais recente, surgido na semana passada e que continuou ontem agitando programas de rádio e a blogosfera, dá como possível a entrada do secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, na corrida ao Palácio dos Leões. Os indícios contidos nesses “lançamentos” sugerem que eles estão sendo criados com o objetivo de minar os projetos de Carlos Brandão e Weverton Rocha.

O factoide mais frequente nesse sentido foi a suposta pré-candidatura da senadora Eliziane Gama (Cidadania), que foi atirada várias vezes na arena sucessória como “terceira via” numa eventual implosão das pré-candidaturas do vice-governador e do senador. Houve momento em que seu nome teria sido “escalado” pelo governador Flávio Dino, o que logo foi desmentido. Mesmo depois de a senadora haver declarado apoio ao projeto de candidatura de Weverton Rocha, posição que reafirmou e diversos momentos e entrevistas, especuladores tentaram alimentar o factoide, mesmo tendo ele perdido toda a razão de ser, pelo menos por enquanto.

O factoide do momento aponta o secretário Felipe Camarão como possível “terceira via” gestada no Palácio dos Leões para evitar o confronto já em curso entre Carlos Brandão e Weverton Rocha. O nome do secretário não é novo nesse jogo. O seu bom desempenho no comando da educação estadual fez com que ele fosse “lançado” pré-candidato a prefeito de São Luís, quando o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos) já era candidato consolidado. Mais recentemente, com a sua decisão de se filiar ao PT e sinalizar a intenção de se candidatar à Câmara Federal, o secretário de Educação voltou a ser alvo de especulações em relação sucessão governamental, agitando o sensível cenário em que se movimentam as forças lideradas pelo governador Flávio Dino. O factoide diz que Felipe Camarão seria a “solução” para a guerra que se desenha entre o vice-governador e o senador. A armação não tem qualquer lastro.

Ao mesmo tempo, o anteprojeto de candidatura do secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, por ele próprio lançado, destoou dos factoides. Primeiro suplente de deputado federal e controlador do Solidariedade no Maranhão, o secretário fez um movimento lícito, colocando-se à disposição da aliança dinista como opção de candidatura. E o fez com a clareza quanto ao alcance do seu gesto, já que conhece o caminho das pedras na política estadual. Deve se manter como opção até o momento em que tiver de intensificar sua candidatura à Câmara Federal.

Não há no horizonte alcançável do cenário político estadual qualquer sinal de que a corrida sucessória estadual se dê fora dos espaços já demarcados por Carlos Brandão e Weverton Rocha. E está reduzida a dois desfechos. O primeiro é que um abra mão do seu projeto e apoio o outro, o que para muitos é uma solução difícil, mas possível. O segundo é o confronto entre os dois, entornado pelas possíveis candidaturas de oposição, o que na avaliação de observadores moderados é a saída menos provável e contra a qual o governador Flávio Dino vai trabalhar até o fim.

A menos que todos renunciassem aos seus projetos agora, o que não faria sentido, os movimentos de pré-candidatos situacionistas e oposicionistas sugerem que dificilmente a corrida ao Palácio dos Leões ocorrerá fora desses campos já traçados, uma vez que a margem para a viabilidade de um nome novo já está expressivamente reduzida.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino se filia hoje ao PSB e deve transformá-lo numa grande força partidária

Flávio Dino se filia hoje para ao PSB 

Depois de uma longa trajetória no Maranhão, retomada com sua ressureição no início dos anos 80, ainda em plena ditadura, por iniciativa de Guilherme Freire, Valdelino Cécio e Rossini Correia, e de vários outros apoiadores – entre eles o autor da Coluna -, o PSB inicia hoje nova etapa da sua existência de altos e baixos com a filiação do governador Flávio Dino. Com o ingresso de Flávio Dino nas suas fileiras, o PSB retoma plenamente o seu eixo político e ideológico de origem, como bastião maior da esquerda moderada e adequadamente encaixada no cenário partidário nacional.

Para chegar até aqui, além dos que assinaram o primeiro livro de registro da sua recriação no estado, a legenda passou pelo controle do militante socialista José Carlos Sabóia, do simpatizante do socialismo José Antônio Almeida Silva, do direitista convicto Ricardo Murad e do ultradireitista agora assumido Roberto Rocha. Ultimamente, vinha sendo comandado pelo jovem socialista moderado Luciano Leitoa no plano estadual, e pelo socialista autêntico e convicto e militante Bira do Pindaré, presidente em São Luís, mas com abrangência estadual, que com um bom trabalho conseguiu devolver autenticidade ideológica e dignidade política ao partido.

Flávio Dino será, portanto, a figura central de um partido, no qual deverá se sentir em casa, e que deve se transformar numa grande força política do Maranhão. As filiações que receberá agora e na janela partidária do ano que vem e o resultado das eleições dirão o tamanho que ele alcançará.

 

MP acusa Júnior Lourenço de desvio e causa novo abalo no grupo de Josimar de Maranhãozinho

Júnior Lourenço sofre o mesmo baque que Josimar de Maranhãozinho

A Operação Laços de Família, por meio da qual o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) deflagrou em abril uma ampla investigação contra uma suposta organização criminosa que atuava São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Miranda do Norte e Bom Jardim, produziu ontem uma denúncia formal tendo como acusado o ex-prefeito de Miranda do Norte, atual deputado federal Júnior Lourenço (PL), e o também ex-prefeito Eduardo Fonseca Belfort, o Negão, além os empresários Tiago, Bruno e Paulo Ricardo Val Quintan e mais 20 pessoas pelos crimes de fraude em procedimento licitatório, peculato e organização criminosa.

A denúncia foi assinada pelos promotores de justiça Luís Samarone Batalha Carvalho, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Itapecuru-Mirim; Ana Carolina Cordeiro de Mendonça Leite e Fernando Antônio Berniz Aragão, integrantes do Gaeco, e Marco Aurélio Ramos Fonseca, que responde atualmente pelas 1ª e 2ª Promotorias Criminais do Termo Judiciário de São Luís. Eles propõem que, além da perda do mandato pelo deputado federal Júnior Lourenço, ele e os demais terão de devolver mais de R$ 22 milhões aos cofres públicos como reposição das perdas que causaram.

De acordo com o documento, encaminhado ao titular da 1ª Vara Criminal do Termo Judiciário de São Luís, as investigações apontam a existência de três núcleos de agentes classificados com base na atuação de cada um: político, composto pelos ex-gestores Carlos Eduardo Fonseca Belfort e Júnior Lourenço; empresarial, comandado por Tiago Val Quintan Pinto Frazão, que está presente no município de Miranda do Norte desde a gestão de Júnior Lourenço; e administrativo, formado pelos secretários municipais Antônio da Conceição Sanches, Alysson Rogério Mesquita de Oliveira – atualmente vice-prefeito do município – e Adson Mendonça Mendes, além de outros servidores da prefeitura de Miranda do Norte, inclusive membros da Comissão Permanente de Licitação (CPL).

A denúncia contra o deputado federal Júnior Lourenço é o segundo terremoto que atinge o grupo liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) em seis meses. No dia 9 de Dezembro de 2020, a Polícia Federal realizou a Operação Descalabro, para investigar denúncias de desvios de recursos federais destinados à Educação. O fato principal foi a invasão do escritório do parlamentar, onde foram encontrados mais de R$ 2 milhões em espécie. O deputado Josimar de Maranhãozinho se disse vítima de perseguição política. Vale aguardar o que dirá sobre a acusação ao deputado Júnior Lourenço, seu mais fiel aliado.

São Luís, 22 de Junho de 2021.

Migração para o PSB amplia espaço de Flávio Dino, mas não inibe os desafios que o aguardam

 

Flávio Dino: partido novo, mais força política nacional e vários desafios pela frente

A migração partidária do governador Flávio Dino, que deixa o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) para se filiar ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) tem a importância e o peso de largada para corrida eleitoral de 2022 no Maranhão, também com reflexos na disputa para a Presidência da República. Esse movimento deflagrou uma ampla e arrojada rearrumação no eixo central da aliança partidária situacionista, abrindo também caminho para que os pré-candidatos a governador – tanto os da base governista quanto os de oposição – construam os suportes possíveis das suas candidaturas. Com sua decisão, o governador deixa as limitações do velho PCdoB e ingressa numa seara partidária mais aberta e flexível, o que lhe assegura ampliação imensurável na sua margem de articulação política como senador da República, como planeja – pelo menos até aqui. Decidida a 15 meses das eleições, a mudança também abre espaço para que seus aliados adequem, sem pressa e com boa dose de reflexão, seus projetos eleitorais no leque de opções partidárias. No plano nacional, o movimento de Flávio Dino aumenta sensivelmente o peso do PSB, que ganha mais um governador e um punhado de deputados federais.

No que lhe diz respeito, o governador Flávio Dino ganha força política, à medida que dá ao PSB maior musculatura e, com isso, maior peso nas articulações para a construção de alianças visando a eleição presidencial. Nesse sentido, mesmo já tendo feito opção por disputar cadeira no Senado, o agora socialista Flávio Dino não está ainda descartado como opção para a vaga de candidato a vice numa grande composição tendo o ex-presidente Lula da Silva (PT) como cabeça de chapa para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido). Afinal, de todos os nomes da esquerda moderada, incluindo aí vários governadores, o líder maranhense é o que alcançou maior projeção nacional. E sobre o destino do governador, todas as avaliações sugerem que o Senado é o seu melhor caminho.

Independentemente do espaço que vai ocupar na corrida presidencial, Flávio Dino atuará fortemente para mobilizar o eleitorado maranhense a favor do candidato de Oposição, principalmente sendo o ex-presidente Lula da Silva. Isso porque já são fortes os sinais de que o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, a começar pelo senador Roberto Rocha (sem partido), provável candidato bolsonarista ao Governo do Estado, farão de tudo para melhorar o desempenho do presidente nas urnas maranhenses.

A nova condição partidária não altera a liderança do governador no cenário político maranhense, mesmo estando ele na reta final do seu mandato. É dele a delicada tarefa de articular as bases de um consenso para a sua sucessão no âmbito da aliança governista, e de mobilizar as forças contra investidas de adversários. De um lado está vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que assumirá o Governo em abril próximo e, com todo direito, já se movimentando como pré-candidato à reeleição; e do outro encontra-se o senador Weverton Rocha (PDT), um político jovem e arrojado, que vê no pleito de 22 a oportunidade de ouro para ser governador. Com motivações diferentes, mas justas, Carlos Brandão e Weverton Rocha travam uma guerra aberta pela vaga de candidato da aliança liderada situacionista. A escolha de um deles sem causar um racha na base partidária é o grande desafio político do governador Flávio Dino.

A mudança do governador Flávio Dino para o PSB causará forte impacto em parte expressiva da sua base partidária, sendo o PCdoB o partido que mais sofrerá reveses. De cara, perderá os deputados federais Márcio Jerry e Rubens Jr., que certamente migrarão para o PSB, juntando forças com o deputado federal Bira do Pindaré. Também o deputado estadual Othelino Neto, presidente da Assembleia Legislativa, deve deixar o partido, mas seguindo um caminho diferente filiando-se ao PDT. Outros deputados hoje no PCdoB – Marco Aurélio, Ana do Gás e Carlinhos Florêncio – devem migrar para outras agremiações, entre elas o PSB, que já tem o deputado Edson Araújo. Flávio Dino certamente será ouvido por todos os aliados que de uma maneira ou de outras serão afetados pela sua mudança partidária.

O governador Flávio Dino tem plena consciência do espaço que ocupa no cenário político maranhense e de como é visto na seara nacional. E é exatamente por isso que tem todos esses desafios pela frente, sendo o menor deles sua candidatura ao Senado, uma vez que, pelo menos no horizonte visível, não há adversário que lhe imponha risco.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

MDB mudará comando e deve se tornar aliado cobiçado

João Alberto será sucedido por Roseana Sarney, que tem o apoio de Roberto Costa

Marcada pela 7 de Julho, daqui a duas semanas, portanto, a convenção extraordinária por meio da qual o MDB mudará seu comando, com a saída do ex-senador João Alberto e a ascensão da ex-governadora Roseana Sarney. Essa mudança está sendo observada com interesse pelas forças que estão se organizando para lutar pelo comando do Maranhão. E a explicação é a seguinte: três anos depois de sofrer a segunda detonação nas urnas, a banda do Grupo Sarney ligada ao partido se esforça para retomar pelo menos parte do espaço perdido em 2014 e 2018. Com o apoio da ala jovem do partido, liderada pelo bem articulado deputado Roberto Costa, atual vice-presidente da agremiação, a ex-governadora ainda desfruta de um bom naco de liderança, que não a garante numa disputa majoritária, mas é suficiente para torná-la uma deputada federal muito bem votada e fazer do MDB um aliado cobiçado. Não é sem razão que tanto o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha estão antenados com os movimentos emedebistas, de olho numa aliança que poderá render bons dividendos eleitorais. O mesmo interesse terá o senador Roberto Rocha, caso venha, de fato, a disputar o Governo do Estado.

 

Fiema reempossa Edilson Baldez e refirma vocação para produzir coronéis

Edilson Baldez: habilidade política e e no jogo do poder

A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), empossou, Quinta-Feira (17), o empresário Edilson Baldez para mais um mandato presidencial de quatro anos. Com o ato solene, a entidade representativa da indústria maranhense reafirmou sua aparentemente incurável vocação para produzir coronéis, passando a impressão de que o conceito de alternância, que é um dos pilares da democracia, mesmo numa organização corporativa, parece não existir no seu regimento. Sua história registra a permanência do empresário Alberto Abdalla à frente da entidade por mais de três décadas. Edilson Baldez, que assumiu em 2008 para cumprir um mandato tampão, e na posse deixou no ar sinais de que não se deixaria seduzir pelo exemplo abdallano, não resistiu aos encantos do poder e mandou o compromisso para o espaço. Logo mudou as regras que proibia seguidas eleições, se reelegeu e de lá para cá já foram três mandatos integrais cumpridos. E o que se inicia agora o manterá até 2024 no comando da entidade propriamente dita e dos braços maranhenses do Sesi, do Senai e do IEL, além do Sebrae, uma ativa e bem azeitada máquina assistencialista, com orçamento gordo, que é também uma respeitável e muito cobiçada fonte de poder político. Há quem diga que, a julgar pela gestão que realiza, pela habilidade com que domina os cordéis de poder da entidade e da fome de poder que demonstra, o presidente Edilson Baldez cumprirá o novo mandato pavimentando terreno para renová-lo daqui a quatro anos. Afinal, sua reeleição pela unanimidade dos líderes dos sindicatos que compõem a Fiema é indicativa de que, por enquanto, ninguém se atreve a enfrentá-lo.

São Luís, 20 de Junho de 2021.

Dino deixa o PCdoB, ganha mais espaço de atuação e deve transformar o PSB numa grande força  

 

Flávio Dino deixa o PCdoB para ingressar no PSB

O governador Flávio Dino deu ontem o passo decisivo para a sua guinada no plano partidário ao formalizar o pedido de desfiliação do PCdoB, mesmo sem anunciar a legenda pela qual irá às urnas como candidato ao Senado nas eleições do ano que vem. Com o pedido, o governador está livre para buscar um partido mais adequado ao seu perfil ideológico e ao seu projeto político, evitando assim o desgaste de ter de fazer esforços redobrados para manter de pé uma agremiação sem futuro. Seu destino será o PSB. Nos 15 anos em que militou nas fileiras do PCdoB, Flávio Dino se tornou o seu quadro mais importante, a começar pelo fato de que foi o primeiro governador do partido em toda a sua história, transformando o Maranhão na sua base mais importante, com deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Fez, em vão, um esforço gigantesco para modernizar a agremiação. Estava, portanto, escrito nas estrelas, que sua saída do PCdoB era apenas questão de tempo.

Foi um casamento bem-sucedido, apesar das diferenças. Nesse período, Flávio Dino se desdobrou para alcançar dois objetivos. O primeiro foi dar ao PCdoB a condição de maior força partidária do Maranhão, o que conseguiu em 2014, com a sua eleição, posição reforçada nas eleições municipais de 2016, quando a legenda saiu das urnas com mais de 40 prefeitos. Nesse período, o governador trabalhou com afinco para modernizar o PCdoB, de modo a inseri-lo no tabuleiro partidário nacional como um uma legenda reciclada e adaptada à nova realidade política do Brasil e do planeta. Defendeu uma revisão doutrinária, sem abrir mão do viés esquerdista, ajustando o partido a uma identidade de centro-esquerda. E há quem diga que tentou, também em vão, rebatizá-lo e trocar seus símbolos – a foice e o martelo –, que nada identificam ou representam na atualidade.

Um dos políticos mais preparados e atuantes da sua geração, Flávio Dino ganhou projeção nacional, primeiro por realizar um governo diferenciado, com a execução de programas arrojados nos campos da saúde, educação, segurança e desenvolvimento social, e depois pela sua atuação política em defesa da democracia e contra os ensaios golpistas e antidemocráticos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua turma. Preocupado com a pulverização das forças democráticas em várias candidaturas, vem pregando a construção de uma ampla aliança multipartidária, reunindo segmentos de centro-direita, centro e centro-esquerda como a fórmula mais sensata e segura de enfrentar as forças da direita radical alinhadas ao presidente da República.

O governador do Maranhão foi convidado para ingressar em vários partidos, mas há tempos que sua inclinação é pelo PSB, uma legenda equilibrada, firme na sua posição ideológica sem radicalismo esquerdista e nas suas postulações programáticas. Seu iminente ingresso no partido, juntamente com seus principais aliados – como o deputado federal Márcio Jerry, que preside o PCdoB no estado – prenuncia futuro alvissareiro para o PSB, que poderá se tornar uma das maiores – se não a maior – agremiações partidárias do Maranhão nos próximos tempos. Isso porque, além dos quadros do PCdoB que o seguirão, muitos outros nomes atualmente mal acomodados em diversos partidos poderão migrar para a seara socialista.

Há algumas semanas, a Coluna previu que, se Flávio Dino migrasse do comunismo para o socialismo, o PSB seria transformado num partido forte, enquanto o PCdoB estaria até mesmo ameaçado de desaparecer do mapa partidário no Maranhão. A previsão está se materializando, o que dará ao governador Flávio Dino uma margem bem maior de ação política, condição indispensável para uma atuação mais forte e produtiva no esforço de construção da grande frente partidária para a guerra eleitoral do ano que vem.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sob o comando de Flávio Dino, PSB deve rever algumas decisões recentes

Com o ingresso no PSB, o governador Flávio Dino assumirá o comando do partido no Maranhão, devendo escalar o deputado federal Márcio Jerry, hoje presidente do PCdoB, para dirigir a nova legenda. E como a Coluna previu, sob a liderança do governador, o PSB certamente redesenhará sua posição na corrida ao Palácio dos Leões. Deve, por exemplo, desfazer a precipitada declaração de apoio do partido à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), feita pelo ainda presidente da agremiação, Luciano Leitoa, ex-prefeito de Timon. O mais provável é que o PSB dê suporte ao projeto de candidatura do vice-governador, como vinha fazendo, lenta e cuidadosamente, o PCdoB. É claro que essa reviravolta não se dará de maneira tratoral, como foi o anúncio feito por Luciano Leitoa, feito sem o aval do maior nome do partido até aqui, o deputado federal Bira do Pindaré.

 

Maranhão entra forte no combate à corrupção

Eduardo Nicolau comandou o lançamento do PNPC no MA

O Maranhão acaba de dar mais um passo importante na guerra contra a corrupção, para muitos o pior dos flagelos da vida brasileira. Na terça-feira (15), o estado passou a integrar o Programa Nacional de Prevenção à Corrupção (PNPC), mantido pela Rede de Controle da Gestão Pública. O objetivo é identificar o grau de suscetibilidade à fraude e o nível de proteção dos vários estratos da gestão pública brasileira (nos âmbitos municipal, estadual e federal) contra atos de corrupção, e também como a adoção de boas práticas de controle e de prevenção funciona no combate a desvios. Comandado procurador geral de Justiça e chefe do Ministério Público do Maranhão, Eduardo Nicolau, o lançamento contou com a participação do governador Flávio Dino (PCdoB) e do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lourival Serejo, entre outras autoridades. Todos rigorosamente afinados com a linha de combate à corrupção proposta no PNPC.

Na abertura, o governador Flávio Dino ressaltou que o combate à corrupção não se dá somente no campo repressivo, mas sobretudo no preventivo, como propõe o programa. “A corrupção não é um fenômeno que se refere somente ao mundo da política. Também tem uma dimensão econômica e social. É um sinal permanente de violação a princípios e regras e, por isso, em simetria, temos que combatê-la cotidianamente. Participar deste programa é uma forma de garantir a boa aplicação dos recursos púbicos em favor das metas, dos objetivos previstos na Constituição Federal”. E o procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, visto como defensor de combate tenaz à corrupção, foi direto ao ponto:  “Não tenho dúvidas de que a prevenção é o melhor e o mais eficaz caminho de combate à corrupção no país, que passa pelo fortalecimento das instituições de controle e pela construção da boa governança nas várias esferas de poder”.

São Luís, 18 de Junho de 2021.