Arquivos mensais: agosto 2017

STJ arquiva delação fajuta e tira Flávio Dino da sombra incômoda e perigosa da Operação Lava Jato

 

Flávio Dino: ação política ultrapassou as fronteiras do Maranhão
Flávio Dino: livre de denúncia na Lava Jato

Se algum adversário do governador Flávio Dino (PCdoB) apostou alto que ele seria alcançado pela Operação Lava Jato e teria interrompida sua respeitável trajetória política, perdeu feio. Por falta de elementos que pudessem justificar a abertura de uma apuração, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu arquivar o pedido de investigação contra o governador, feito com base na delação de José de Carvalho Filho, executivo da Odebrecht , segundo a qual o então deputado federal Flávio Dino teria recebido R$ 200 mil de caixa dois para gastar na sua campanha para governador. Ao ser acusado, o governador desmentiu enfaticamente o teor da delação, ao mesmo tempo em que o delator não conseguiu provar a acusação. Em sua decisão, o ministro-relator Félix Fischer afirma que o pedido de arquivamento era “irrecusável” dada a falta de provas contra o governador. Numa rede social, o governador comemorou: “Comunico que o STJ determinou o arquivamento da notícia de que eu teria recebido vantagem indevida de empresa. A verdade venceu”.

A decisão do STJ varreu do cenário político a única ameaça ao projeto de poder do governador Flávio Dino, cujo próximo passo será sua candidatura à reeleição o pleito do ano que vem. A possibilidade de uma reviravolta radical, ou mesmo de uma mancha incômoda, na biografia política do líder da aliança que consolidou a interrupção da sua hegemonia política no Maranhão assanhou a cúpula e as bases do Grupo Sarney. A julgar pelas manifestações dos seus chefes intermediários, a delação do executivo da Odebrecht, feita com claros sinais de inconsistência, seria a bomba de efeito retardado que inviabilizaria qualquer projeto político-eleitoral do governador de agora por diante. Assim, a decisão do STJ de enterrar o pedido de investigação frustra uma aposta alta do Grupo Sarney, obrigando-o agora a manter seu plano A, que é lançar a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) para um embate direto com o governador Flávio Dino.

Sem o risco da pancada que seria a aceitação do pedido de investigação, o político Flávio Dino tem livre a estrada por meio da qual poderá alcançar patamares diversos da escalada que pode fazer por disputas eleitorais. Sim, porque ele é por muitos apontado como uma das revelações mais surpreendentes, bem sucedidas e bem vistas das safras mais recentes de políticos brasileiros. Nesse contexto, o prosseguimento do processo com a abertura de investigação seria um revés altamente danoso, que  prejudicaria suas possibilidades políticas, pois o atiraria na vala comum dos suspeitos e denunciados e o desidrataria a ponto de afastá-lo de cenário político. Tal circunstância abriria caminho para turbinar a candidatura da ex-governadora Roseana Sarney, dando também incentivo ao senador Roberto Rocha (PSB), que vem se apresentando como terceiro nome credenciado para disputar o gabinete principal do Palácio dos Leões.

A pá de cal do STJ sobre a ameaça se dá no momento em que o governador Flávio Dino se prepara para dar um passo importante na fase preparatória para a corrida às urnas no ano que vem, quando buscará mais quatro anos no Palácio dos Leões. Na próxima semana, ele será anfitrião de ninguém menos que o ex-presidente Lula da Silva (PT). O líder petista desembarcará em São Luís no dia 4 de setembro para cumprir a etapa maranhense da sua peregrinação pelo País em busca de reafirmação política diante do massacre que lhe vem sendo imposto pela Operação Lava Jato, que já lhe rendeu uma condenação de nove anos de prisão num processo recheado de controvérsias. Dino receberá Lula receberá o ex-presidente com a cabeça mais erguida do que nunca, pois comanda um governo reformista e que vem fazendo investimentos ousados e mantendo as contas em dia. E com elevada aprovação popular.

O chega-pra-lá que o STJ deu ontem na Operação Lava Jato reafirmou o governador Flávio Dino como peça importante e influente no cenário que está sendo montado para as eleições do ano que vem, dentro e fora do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

André Fufuca frustra críticos e exerce presidência da Câmara Federal com desenvoltura

André Fufuca: momento decisivo para consolidar sua carreira
André Fufuca: segurança na presidência da Câmara

As tentativas de transformá-lo numa piada política por causa da pouca  idade, do apelido e do fato de ser um maranhense não tiraram o deputado André Fufuca (PP) na condição de presidente interino da Câmara Federal. Ao contrário do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que andou perdendo o eixo ao comandar, na terça-feira, a tensa e conturbada sessão do Congresso Nacional, o parlamentar maranhense comandou ontem a sessão da Câmara de maneira tranquila. Para começar, André Fufuca foi saudado por todos os deputados federais que usaram microfone no plenário da Casa – Rubens Jr. (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), Victor Mendes (PSD), Eliziane Gama (PPS), entre outros -, e foi efusivamente saudado pelos membros da bancada do PP que se manifestaram durante a sessão. Demonstrando surpreendente intimidade com as regras que movem o complicado tabuleiro que é o plenário da mais importante Casa do Congresso Nacional, André Fufuca conduziu as votações com a desenvoltura que seus críticos n.ao esperavam. Tanto que, à medida que a sessão avançava, o tom de alguns dos seus colegas, inicialmente inclinados a brincar, foi mudando. Até o mineiro Júlio Delgado (PSB), considerado um dos quadros mais chatos da Câmara Federal, por sua postura insuportável de professor de Deus, engoliu a língua e ainda tentou ganhar um espaçozinho na mídia sentando-se à Mesa dos trabalhos sem ser convidado. O fato é que o candidato a motivo de piada frustrou os piadistas de plantão e deu seu recado sem tropeços.

 

Hilton Gonçalo cuida bem de Santa Rita e cumpre agenda de pré-candidato a senador

Hilton Gonçalo: pré-campanha para o Senado
Hilton Gonçalo: pré-campanha para uma vaga no Senado

Engana-se redondamente quem imaginar que o quadro de candidatos às duas vagas no Senado está fechado ou dependendo apenas da definição do governador Flávio Dino em relação à segunda vaga na sua aliança, e da batida de martelo no Grupo Sarney sobre quem fará dobradinha com o ministro Sarney Filho (PV) que já está confirmado em uma das vagas. Numa corrida solitária, como se não pertencesse a grupo, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), um político ousado e bem articulado, que controla três Prefeituras e mantém uma legião de aliados nas mais diversas regiões do estado, está em campo como pré-candidato a senador, sem dar a menor bola para as candidaturas já postas. Com disposição política invejável, o prefeito de Santa Rita tem feito incursões que chamam atenção. Recentemente, ele foi à China em busca de uma refinaria para a região de Bacabeira, que tem sua mulher, Fernanda Gonçalo (PMN), como prefeita. No fim da semana passada, percorreu vários municípios da Baixada: Bequimão – onde foi levar sua solidariedade à família do ex-prefeito e líder regional Juca Martins -, Turiaçu, Pinheiro, Viana, São Vicente Ferrer. Nesses Municípios, o prefeito de Santa Rita conversou com prefeitos, vereadores e líderes políticos e cidadãos comuns, numa movimentação com características de pré-campanha eleitoral. Hilton Gonçalo cumpre essas agendas paralelas sem descuidar da gestão de Santa Rita, onde é respeitado pela população por sua eficiência administrativa. Há quem diga que se a candidatura dele se consolidar, será sinônimo de dor de cabeça para os demais candidatos.

São Luís, 30 de Agosto de 2017.

Wellington do Curso aproveita plateia de professores em greve e ataca agressivamente o prefeito Edivaldo Jr.

 

Wellington do Curso: ataques duros ao prefeito Edivaldo Jr.
Wellington do Curso: ataques duros ao prefeito Edivaldo Jr. na sessão de ontem

Poucas vezes na atual legislatura um prefeito foi tão agressivamente atacado por um deputado estadual, como foi ontem o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PDT), pelo deputado Wellington do Curso (PP). A pretexto de defender os professores do Município, que estão em greve por reajuste salarial, o deputado pepista aproveitou aparte a discurso do deputado Eduardo Braide (PMN) sobre o assunto e atacou violentamente o prefeito da Capital, resvalando para o campo pessoal, numa clara e injustificada derrapagem ética. Valendo-se do fato de haver professores grevistas nas galerias, que aplaudiam qualquer palavra de apoio ao seu movimento, Wellington do Curso desenhou um quadro exageradamente negativo da Educação em São Luís e acusou o prefeito Edivaldo Jr. na mira da sua metralhadora verbal, e movido pelos aplausos, saiu do eixo da discussão e partiu para um ataque pessoal e absolutamente descabido ao Prefeito de São Luís, a quem chamou de irresponsável, incompetente, covarde e criminoso. O furioso e agressivo ataque de Wellington do Curso alcançou o governador Flávio Dino (PCdoB).

Não é novidade que, desde que tentou, sem sucesso, chegar ao comando da Capital na eleição de 2016, o deputado Wellington do Curso vem se esforçando ao máximo para permanecer no palanque e ser o grande adversário do prefeito reeleito Edivaldo Jr.. O titular do Palácio de la Ravardière, no entanto, não lhe dá a importância que ele julga ter e responde aos seus ataques anunciando na TV a reabertura de escolas com padrão civilizado de qualidade, como ar condicionado, por exemplo. O deputado tem ocupado a tribuna quase que diariamente para dizer que tudo “é mentira e enganação”.

No ataque de ontem, Wellington do Curso usou ao limite a liberdade de expressão e opinião que lhe é garantida pela imunidade parlamentar.   Primeiro, fez um desafio tão agressivo quanto inócuo ao prefeito de São de Luís, principalmente por confundir virilidade masculina com decisão administrativa: “Eu desafio, se o prefeito tem coragem, se ele é macho de verdade, se ele é homem ou se ele é só um veste calça, que ele mostre aos professores e vá até a SEMED conversar com os professores, juntamente com o secretário, para solucionar o problema dos professores”. Em seguida, reforçou o ataque: “O prefeito comete crime de responsabilidade, ele é um criminoso, o prefeito desrespeita totalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, uma vez que deveria aplicar no mínimo 95%, mas só aplica 74%”.

Na sequência, o deputado afirmou que o prefeito não concede o reajuste porque não quer, pois tem dinheiro em caixa, e indagou: “Sabe qual é o problema do prefeito Edivaldo Holanda? É que ele é um bom filho, é um bom marido, é um bom pai, mas é um péssimo prefeito, é um péssimo gestor, é um péssimo administrador. E quando nós estamos falando aqui, não estamos falando da pessoa dele, estamos falando da sua gestão. Ele é um incompetente, ele não tem competência para gerir uma Prefeitura, administrar uma cidade com 1 milhão e 73 mil habitantes”. E se contradisse: “Infelizmente, é o que nós temos aí: um omisso, um covarde, um veste calça. Se ele é macho, se ele é homem, atenda os professores. Se ele é homem, que respeite a educação”.

No seu aparte ao deputado Eduardo Braide – que fazia um discurso duro, mas técnico e ético, sem xingar o prefeito Edivaldo Jr. -, o deputado Wellington do Curso atacou também o governador Flávio, apontando-o como o mentor do prefeito Edivaldo Jr.: “O prefeito ocupa os meios de comunicação com propaganda enganosa, (…) igual ao seu mentor. E quem é o seu mentor? O governador Flávio Dino. O prefeito Edivaldo Holanda é um filhote do governador Flávio Dino, que traiu alguns outros candidatos, como foi o caso de Tadeu, de Eliziane Gama. Flávio Dino escolheu alguém que ele pudesse manipular. E quem era o manipulável? O filhote. Então o Edivaldo Holanda é o filhote e o filhote não administrou quatro anos, o filhote sumiu durante quatro anos, mas se utilizou da máquina pública, da propaganda enganosa para conquistar um novo mandato. E ao conquistar um novo mandato, sumiu, desapareceu, escafedeu-se, ninguém encontra o prefeito. Mas o prefeito apareceu agora fazendo a mesma propaganda enganosa do mentor. O filhote, tal qual o criador, a criatura. O filhote fazendo igual o seu mentor. O que o mentor fez depois que soube que estava delatado no Lava Jato? O governador Flávio Dino, (…) armou algumas estratégias de defesa da sua imagem, uma delas foi aumentar a propaganda. E aumentou a propaganda enganosa”.

Curiosamente, o deputado Wellington do Curso elevou o tom e aumentou a agressividade já nos momentos finais da sessão, quando não havia mais deputados governistas no plenário. Esse dado contribuiu ainda mais para deixar no ar a nítida impressão de que, ao jogar para a plateia, o deputado pepista exagerou na dose e escorregou feio na ética.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Diferenças políticas do Maranhão aumentam a tensão em conturbada sessão do Congresso Nacional

João Alberto e Weverton Rocha: diferenças levam tensões a sessão do Congresso Nacional
João Alberto e Weverton Rocha: diferenças levam tensões a sessão do Congresso Nacional

As profundas diferenças que agitam a polpitica do Maranhão contribuíram decisivamente para acirrar as tensões na sessão do Congresso Nacional, realizada ontem no plenário da Câmara Federal. Em meio às tensões que marcaram os debates e as votações desde o início, o senador João Alberto (PMDB) presidia a em substituição ao presidente do Senado e do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB-CE) , quando o deputado federal Weverton Rocha, que, lidera a bancada do PDT, teria pedido a palavra para orientar seus liderados na votação de um veto presidencial. Não se sabe porque motivo, o senador não atendeu ao pedido, o que gerou uma grande confusão, com deputados reclamando de senadores.  Revoltado, o deputado Weverton Rocha teria atirado um exemplar do Regimento do Congresso Nacional contra a Mesa Diretora, quando o presidente Eunício Oliveira acabava de reassumir a presidência. As manifestações dos deputados e o fato de o livro ter sido atirado contra Mesa Diretora irritaram profundamente o senador-presidente, que passou a responder aos insultos dizendo que não tem medo de gritos nem de cara feia. Experiente nesse tipo de confronto, o senador João Alberto permaneceu impassível diante do tumulto, não se alterando nem quando um grupo de deputados de oposição incluindo Weverton Rocha, invadiram a Mesa Diretora. O episódio obrigou o presidente do Congresso Nacional a suspender a sessão por alguns minutos, até que os ânimos fossem serenados, e deixou uma certeza no ar, a de que terá desdobramentos em embates políticos no estado. Vale lembrar que Weverton Rocha é candidato a senador, podendo ter o senador João Alberto como um dos seus adversários.

André Fufuca saiu ileso do primeiro dia de interinidade na presidência da Câmara Federal

André Fufuca: momento decisivo para consolidar sua carreira
André Fufuca não presidiu sessão no primeiro dia

Os comentaristas políticos mais precipitados quebraram a cara ontem em Brasília. Eles apostavam alto que o presidente interino da Câmara Federal, deputado André Fufuca (PP), comandaria a Casa em sessão tensa, correndo o risco de perder o controle da situação. Aconteceu exatamente o contrário, pois enquanto as raposas felpudas se engalfinhavam numa longa e tumultuada sessão do Congresso Nacional, produzindo situações inacreditáveis numa casa congressual, o jovem presidente interino da Câmara passou o dia mergulhado em articulações e negociações para que as diferenças sobre pontos cruciais da Reforma Política fossem superadas. Enquanto era alvo de comentários sérios e de outros debochados, André Fufuca conversava com ninguém menos que o presidente interino da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fazia as pontes para as negociações com as lideranças partidárias. E tudo leva a crer que, depois da tumultuada sessão do Congresso Nacional, a Câmara Federal vai cair na real e aprovar a reforma possível, já que todas as evidências indicam que alcançar consenso em relação a itens como o Distritão é impossível. E pela segurança que exibe, André Fufuca não pretende deixar que as sessões da Câmara Federal que vier a presidir sejam tão tumultuadas como foi a do Congresso Nacional ontem. Vale aguardar e conferir o que vem por aí.

São Luís, 30 de Agosto de 2017.

 

André Fufuca assume hoje a presidência da Câmara Federal para viver o maior desafio da sua vida política

 

André Fufuca: momento decisivo para consolidar sua trajetória
André Fufuca: momento decisivo para consolidar sua trajetória

Se não houver algum contratempo e a agenda do presidente Michel Temer (PMDB) for cumprida à risca, com seu embarque para uma viagem de sete dias à China, com passagem em Portugal, o deputado federal maranhense André Fufuca (PP-MA) será alçado à condição de ocupante do segundo cargo mais importante na estrutura do Poder em Brasília. Aos 29 anos, completados no domingo (27), será presidente interino da Câmara Federal, já que o presidente titular, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumirá a presidência da República, enquanto o 1º vice-presidente da Câmara Federal, Fábio Ramalho (PMDB-MG), integra a comitiva do presidente Michel Temer. Na sua interinidade, André Fufuca terá sobre sua mesa de trabalho o desafio de comandar sessões e votações tensas, que exigirão dele firmeza, equilíbrio e diplomacia no enfrentamento às “feras” da Câmara Baixa, principalmente na votação das PECs da Reforma Política, nas quais se encontram itens explosivos, como  Distritão e o Fundo Eleitoral bilionário, além das cláusulas de barreira, entre outras.

André Fufuca sabe que ao sentar-se na cadeira principal da Mesa em sessão plenária terá colocado sobre seus ombros todo o peso de decisões que podem mudar o perfil político-partidário do País. Tem consciência também que decisões erradas e outras derrapagens, como, por exemplo, se deixar intimidar pela malandragem das “raposas” da Casa, podem resultar num fracasso retumbante, e como consequência venha ele ser marcado como o carimbo do despreparo. Terá ali o apoio de parlamentares tarimbados como o pemedebista catarinense André Perondi, vice-líder do Governo e que acha que o jovem deputado maranhense tem “lucidez e firmeza”. Mas terá também a torcida contrária de adversários como o tucano mineiro Tarcísio Delgado, que arrogantemente o vê como um deputado “despreparado” para lidar com “questões tão complexas”.

Presidir a Câmara dos Deputados nesse momento, quando ali estão tramitando várias matérias que estão dividindo o mundo político e a sociedade, pois terão impacto profundo no futuro imediato do País, como a Reforma da Previdência, por exemplo. A realidade e as circunstâncias exigem que o presidente da Casa esteja turbinado com doses extras de serenidade, paciência, tolerância e habilidade para administrar os conflitos que ali são visíveis e se mostram a cada discurso e votação. Tais recursos e talentos estão sendo vistos com frequências no presidente Rodrigo Maia em momentos de tensão que estremeceram a Câmara Baixa em tempos recentes.

Ao contrário do que muitos estão supondo, o deputado André Fufuca não é um parlamentar ingênuo largado à própria sorte numa arena política num momento em que correntes ideológicas e programáticas encontram-se em conflito aberto. Apesar da pouca idade, tem personalidade forte, sabe se posicionar em situações complicadas e conta com a retaguarda do pemedebista mato-grossense Carlos Marum, políticos hábeis assumiram de frente a defesa do presidente Michel Temer e saíram ilesos daquele embate, contando também, se precisar e quiser, com a orientação de falcões da política, como os senadores João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB, e, dependendo das circunstâncias, até mesmo o ex-presidente José Sarney (PMDB). E para completar, o titular da Câmara Federal estará ali ao lado, no Palácio do Planalto, podendo ser informalmente consultado a qualquer momento. Isso sem contar com os conselhos do pai, prefeito de Alto Alegre do Pindaré, Fufuca Dantas (PP), que sabe tudo a respeito de como sobreviver na política. Quem imaginar que André Fufuca vai cumprir a interinidade desarmado e sujeito a manipulações, pode estar muito enganado e correndo o risco de quebrar a cara.

Com dois anos de Câmara Federal e tendo o início do seu aprendizado no convívio raposas tarimbadas, a começar pelo próprio Eduardo Cunha, André Fufuca é hoje um político ao esmo tempo sóbrio e ousado, que sabe onde quer chegar e está aprendendo rápido o caminho das pedras. Os próximos sete dias poderão ser decisivos para os passos que ele pretende dar na consolidação da sua trajetória.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Líderes petistas tentam criar clima de festa para a visita de Lula a São Luís na próxima semana

Lula será recebido com entusiasmo pelos chefes petistas
Lula será recebido com entusiasmo pelos chefes petistas em sua visita a São Luís

O braço maranhense do PT está se mobilizando como nunca para tornar visita do ex-presidente Lula da Silva, na próxima semana, como o fato político mais importante do Maranhão nos últimos tempos. Todo tempo disponível pelo partido no rádio e na TV está sendo usado pelos novos dirigentes e outros líderes da agremiação para criticar duramente o Governo do presidente Michel Temer e anunciar a caravana de Lula como o prenúncio de retorno dele ao comando do País. O presidente do partido no estado, Lobato, o ex-presidente Raimundo Monteiro, o secretário de Mobilização Henrique Sousa e o secretário de Estado de Esportes, Márcio Jardim têm se desdobrado para galvanizar os petistas maranhenses e os simpatizantes do ex-presidente, que tem reunido milhares em atos políticos por onde passa. Ao mesmo tempo, o governador Flávio Dino (PCdoB) e seus auxiliares e colaboradores políticos mais próximos vêm trabalhando para minar as armadilhas que seus adversários têm preparado para desestabilizar o clima de otimismo e euforia gerado pela iminente visita do ex-presidente da República. A ordem no PT criar uma situação em que Lula seja recebido em São Luís como o grande líder que, apesar de todos os revezes que tem amargado, continua sendo o maior líder político do País e que está fazendo o caminho de volta para a Presidência da República.

 

Denúncias contra Sarney podem ser arquivadas por falta de consistência

José Sarney: biografia ameaçada por birra de Rodrigo Janot
José Sarney: pode ter denúncias arquivadas

Todos os sinais indicam que a denúncia feita pelo ainda procurador geral da República, Rodrigo Junot, acusando o ex-presidente José Sarney (PMDB) de tramar contra a Operação Lava Jato e tentar obstruir a ação está sendo empurrada para o brejo. De acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, as investigações feitas até agoira frustraram as expectativas dos acusadores. A Polícia federal, por exemplo, concluiu que o teor das conversas de José Sarney com os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, ambos do PMDB, gravadas pelo ex-presidente da Petrus, o ex-senador cearense Sérgio Machado, não passaram de “meras conjecturas”, não sendo, portanto, suficientes para configurar crise de construção da Justiça nem caracterizam uma trama para prejudicar a Operação Lava Jato. Quanto à denúncia protocolada no Supremo Tribunal Federal por Rodrigo Janot, na semana passada, acusando o ex-presidente da República e três senadores pemedebistas de “corrupção passiva” e “lavagem de dinheiro”, foi bombardeada pelo advogado de defesa Antônio Carlos Almeida Castro como “inconsistentes” e desprovidas de provas que lhes dê sustentação. O criminalista  acredita que o Supremo não acolherá a denúncia contra José Sarney será arquivada por falta de provas. O provável destino das denúncias reforçam duas marcas da trajetória do líder político José Sarney: ele não foi pilhado em ato explícito e confirmado de corrupção, e não existe uma só acusação ou suspeita de que ele tenha usado violência para alcançar os seus objetivos.

São Luís, 28 de Agosto de 2017.

Ao acusar Sarney de “corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, Janot parece fazer birra contra ex-presidente

José Sarney tem biografia ameaçada por birra de Rodrigo Janot
José Sarney: imagem a ameaçada por birra de Rodrigo Janot

O ex-presidente da República José Sarney (PMDB) terminou a semana numa situação em que poderá ter fortes dores de cabeça, mas que dificilmente evoluirá para um tombo político ou coisa parecida. Ele foi denunciado, na sexta-feira (25), pelo ainda procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), por “corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, juntamente com os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Waldir Raupp, Garibaldi Alves, todos do PMDB, e o ex-presidente da Petrus, Sérgio Machado, que os delatou. Aos 87 anos, sem mandato, mas ainda exercendo forte influência no PMDB e no cenário político nacional como um todo, o ex-presidente foi acusado de receber propina milionária da Petrus para bancar sua última e vitoriosa campanha ao Senado da República pelo Amapá e também a corrida fracassada da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Maranhão em 2006. Nada há de prova concreta, material, que dê sustentação à delação de Sérgio Machado em relação ao ex-presidente da República, que já foi inocentado da acusação de atentar contra a Operação Lava Jato e obstruir em processos envolvendo seus aliados pemedebistas, com base em gravações de conversas feitas pelo ex-senador cearense.

Com a aparência de um caso pensado com o propósito de melar de vez a biografia de um dos políticos mais importantes do País na segunda metade do século passado, a denúncia de Rodrigo Janot contra está lastreada única e exclusivamente nas afirmações de Sérgio Machado. Nela, não há informações sobre mala de dinheiro entregue à Sarney, não se encontra relatos de que a dinheirama chegou ao ex-presidente em parcelas de tanto nestes e naqueles locais, não há qualquer informação de que Sarney tenha recebido pessoalmente pelo menos um pacote, um envelope ou uma cédula sequer da suposta propina incluída no pacote de denúncias contra os senadores pelo procurador geral da República em fim de mandato. Tanto que o advogado de José Sarney, o badalado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, atacou a iniciativa do chefe da PGR afirmando que a denúncia está baseada numa “delação desmoralizada”, opinião compartilhada até mesmo por segmentos da Polícia Federal que a investiga e até mesmo em algumas vozes entre procuradores.

A suspeita de que a denúncia do ainda chefe do Ministério Público Federal esteja alimentando uma birra contra o ex-presidente da República ganha peso, a começar pelo fato de que as investigações feitas até aqui não resultaram em fatos concretos e irrefutáveis. Sarney já foi inclusive inocentado da acusação de atentar contra a Operação Lava Jato tentando obstruir a Justiça em processos envolvendo seus aliados pemedebistas. Sobraram as declarações de Sérgio Machado sobre o suposto repasse de propina, que deram a Rodrigo Janot a oportunidade de metralhar o ex-presidente, misturando-o com Calheiros, Jucá, Raupp e Alves, do modo a impingir-lhe a pecha de corrupto, algo que seus adversários políticos mais duros conseguiram fazer nos períodos mais críticos das guerras que travaram contra ele. Antes, durante e depois de exercer a presidência da República, José Sarney foi duramente atacado como um líder político sedento de poder, que articula, arma e trama para minar seu adversários, mas ninguém o acusou, com dados concretos, de ser corrupto e de praticar violência como arma política. Não há, portanto, registros contendo indícios consistentes e inquestionáveis de que ele tenha sido pilhado com a mão no jarro, beneficiando-se de dinheiro público. Quando presidente, algumas suspeitas atingiram fortemente seu Governo, mas em nenhum delas o envolveu, no todo ou em parte.

No caso da delação do ex-presidente da Petrus, o que está sendo  investigado é um suposto esquema de desvio para bancar campanhas do PMDB e do PT. Nesse contexto, não é descartável a possibilidade de que quantias elevadas tenham sido repassadas à agremiação pemedebista e que parte delas tenham turbinado campanhas de Sarney e aliados no Maranhão e no Amapá. Mas daí a apontá-lo como um corrupto passivo e lavador de dinheiro sujo há uma distância imensa. É claro que petardos como esse disparados contra sua biografia, que ele protege com obstinada determinação, mexem com a sua vaidade política, mas com a sabedoria acumulada ao longo de quase 90 anos, poucos duvidam de que o ex-presidente sairá ileso. Por falta de provas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com vários nomes viáveis, Flávio Dino deve fechar setembro com candidatos a senador definidos

Flávio Dino deverá escolher entre José ReinadoWaldir Maranhão, Eliciane  gama ou Carlos madeira
Flávio Dino deverá escolher entre José Reinado, Waldir Maranhão, Eliziane
gama ou Carlos Madeira para preencher a segunda vaga de candidato a senador

O mês de setembro, que se avizinha, será decisivo para que o governador Flávio Dino (PCdoB) bata martelo sobre quem a aliança que ele lidera apoiará para a vaga ainda aberta de candidato ao senado da República. Até aqui, mesmo levando em conta as voltas e reviravoltas que a política pode dar, parece não haver dúvidas de que o deputado federal Weverton Rocha (PDT) está consolidado como um dos candidatos a ser apoiado pelo Palácio dos Leões. A outra vaga está sendo o grande quebra-cabeça do governador, dado o grande número de candidatos e o perfil de cada um deles. O nome mais provável seria o deputado federal José Reinaldo Tavares, mas ele não tem afinidades ideológicas nem programáticas com o governador nem com o seu partido, o PSB, sendo por isso acomodado como carta fora do baralho. O deputado federal Waldir Maranhão (???) faz uma pré-campanha com o aval do Palácio dos Leões da circunstancia de que o ex-1º vice-presidente da Câmara Federal teria o aval do ex-presidente Lula da Silva (PT). A deputada federal Eliziane Gama (PPS), mesmo pertencendo a uma banda da esquerda que não fecha com Lula da Silva, vem ganhando clara simpatia do governador, a começar pelo fato de que vem liderando com folga tidas as pesquisas sobre a corrida senatoria. Correu nos bastidores que o deputado Bira do Pindaré, agora fortalecido no comando do PSB de São Luís, seria o Plano B do Palácio dos Leões, mas ele próprio foi enfático em declaração à Coluna: “Não há nada sobre isso. Sou pré-candidato à deputado federal”. Em círculos mais fechados do Governo, corre uma possibilidade surpreendente: o juiz federal Carlos Madeira seria o verdadeiro Plano B do governador Flávio Dino para formar com Weverton Rocha a dupla de candidatos às duas vagas de senador.

É provável que o governador Flávio Dino feche o mês de setembro com essa equação definida.

 

Governistas seguem para Brasília com posições definidas em relação à Reforma Política.

 

O plenário da Câmara será palco das decisões da reforma Política
Plenário da Câmara será o centro das decisões da reforma Político nesta terça-feira

Os deputados federais alinhados ao Palácio dos Leões seguirão amanhã para Brasília com posição definida em à reforma política que deve ser votada nesta terça-feira, conforme anunciou, na semana passada, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após o fracasso da terceira tentativa de votação. Os governistas, que defendem o voto distrital misto, baterão contra o Distritão, mas acabarão por dar-lhe seus votos se a vitória dessa proposta de mostrar irreversível. Darão total apoio ao financiamento público de campanha, apoiam a criação de um fundo com essa destinação, mas discutirão os valores, e se posicionarão radicalmente contra a volta do financiamento empresarial, como já começam a defender alguns grupos do chamado Centrão. Essas posições são avalizadas pelo governador Flávio Dino, que acompanha com atenção, e com alguma influência, o desenrolar da reforma que mudará regras importantes do sistema eleitoral.

São Luís, 26 de Agosto de 2017.

Saúde: Carlos Lula vai à Assembleia, responde a todas as perguntas e deixa a Oposição sem argumentos

 

Carlos Lula respondeu a todas perguntas feitas por Andrea Murad, Souza Neto, Edilázio Jr, e Wellington do Curso
Carlos Lula respondeu a todas perguntas feitas por Andrea Murad, Souza Neto, Edilázio Jr, e Wellington do Curso durante a sabatina sobre hospital na Assembleia

Mais uma vez a Oposição errou o alvo e a dose e amargou uma derrota na Assembleia Legislativa. O tropeço aconteceu ontem, na Sala das Comissões, onde o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, numa sabatina que durou menos duas horas, frustrou a expectativa de que ele seria jogado nas cordas e nocauteado por atacantes oposicionistas, e fez exatamente o contrário, colocando os adversários do Governo Flávio Dino (PCdoB) na desconfortável situação de não ter o que perguntar ou questionar. O secretário Carlos Lula atendeu a convite da bancada da Oposição a prestar esclarecimentos sobre o aluguel e a reforma, pelo Governo do Estado, do prédio onde funcionou a Clínica Eldorado e onde está sendo implantado o Hospital de Traumatologia e Ortopedia de São Luís. Formado basicamente pelos deputados Andrea Murad (PMDB), Edilázio Jr. (PV), Souza Neto (PROS), Nina Melo (PMDB) e Wellington do Curso (PP), o grupo de ataque da Oposição fez os questionamentos que quis ao secretário de Saúde, que não deixou uma única pergunta sem resposta, usando argumentos precisos, prestando as informações necessárias, salvo nos casos em que o assunto não lhe dizia respeito.

Em resumo: Carlos Lula detalhou o contrato de locação, confirmou os valores do aluguel (R$ 90 mil/mês); explicou os detalhes do acordo, como a inclusão dos materiais e equipamentos no pacote; assinalou que o Governo não poderia reformar o prédio sem assinar antes o contrato de locação; garantiu que não existe irregularidade nem nesse contratou ou em qualquer outro firmado em sua gestão; falou sobre os programas que estão em andamento; criticou a construção de 52 hospitais de 20 leitos pelo Governo passado e desafiou os deputados oposicionistas a provarem qualquer irregularidade no contrato. Já no final reunião o secretário Carlos Lula reagiu a uma provocação do deputado Edilázio Jr., exigindo que ele o respeitasse. Em nenhum momento o secretário foi colocado contra a parede ou foi constrangido. Saiu do jeito que entrou, com a situação sob total controle.

Carlos Lula não foi à Assembleia Legislativa com as mãos abanando, pois sabia que lhe seriam jogadas cascas de banana e qualquer reação ou resposta equivocada seria suficiente para que oposicionistas o trucidassem. Ele estava acompanhado de governistas “bons de briga” reunidos pelo líder do Governo, Rogério Cafeteira (PSB), e ciceroneado pelo presidente da Comissão de Saúde, Levi Pontes (PCdoB), e mais uma dezena de deputados governistas. Mas não se valeu desse apoio em nenhum momento. Respondeu com segurança a todas as perguntas e não deu bola para as provocações. Conseguiu desarmar o ataque oposicionista sem maiores esforços, e essa eficiência no contra-ataque levou alguns atacantes a perder o eixo. O deputado Edilázio Jr., por exemplo, perdeu a estribeira depois de criticar a doação de medicamentos a Prefeituras e ouvir do secretário que o Governo não vai deixar pessoas morrerem por causa de entraves burocráticos. Já no final, a deputada Andrea Murad, que no início lera um rosário de perguntas, todas respondidas pelo secretário, tentou fazer “algumas observações”, mas o presidente Levi Pontes encerrou a reunião, o que a levou a atrair os holofotes para protestar agredindo o secretário Carlos Lula e exaltando a figura do ex-secretário Ricardo Murad, seu pai, sendo vaiada por servidores que lotavam a sala.

A Oposição começou a ser desarmada já na terça-feira, quando o secretário Carlos Lula levou um grupo de deputados para conhecer as instalações onde funcionará o Hospital de Traumatologia e Ortopedia. Os deputados ficaram impressionados com o que viram na antiga Clínica Eldorado, onde obtiveram a certeza de que as obras serão concluídas em setembro e a Casa de Saúde será inaugurada ainda neste ano. A visita municiou a bancada governista de argumentos, o que fragilizou a bancada oposicionista. Os deputados oposicionistas foram para a reunião já sabendo que dificilmente criariam uma situação para embaraçar o Governo. Estavam certos, pois não foi o seu dia. E o Palácio dos Leões comemorou.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Humberto Coutinho encerrou sessão mais cedo e foi acompanhar sabatina a secretário

Humberto Coutinho entre Andrea Murad (e), Nina Melo e Roberto Costa
Humberto Coutinho entre Andrea Murad (e), Nina Melo e Roberto Costa na reunião

A sabatina do secretário Carlos Lula na Comissão de Saúde atraiu a maioria dos deputados presentes ao Palácio Manoel Beckman e esvaziou a sessão ordinária da Assembleia Legislativa, que foi encerrada mais cedo. O presidente do Poder, deputado Humberto Coutinho (PDT), foi à Sala das Comissões, onde assistiu aos momentos finais do  “embate”, sem fazer qualquer interferência. Ele foi convidado pelo deputado Levi Pontes para se acomodar junto aos dirigentes dos trabalhos, mas ele preferiu se juntar aos deputados, sentando-se entre as deputadas e Andrea Murad e Nina Melo, de onde acompanhou os momentos finais da reunião, presenciando, impassível, ao destempero da deputada Andrea Murad, que, inconformada com o desfecho da reunião inteiramente favorável ao secretário de Saúde e ao Governo, tentou reverter a situação chamando Carlos Lula de “muito fraco”, não merecendo ocupar o cargo. O ataque da deputada pemedebista foi feito exatamente no momento em que o secretário era efusivamente cumprimentado pelo seu desempenho na reunião.

 

Oposição se mobiliza e emperra a votação da Reforma Política na Câmara Federal

Rodrigo Maia: equilíbrio e competência na condução dos trabalhos
Rodrigo Maia: equilíbrio e competência na condução dos trabalhos na Câmara Baixa

Mais uma vez a Câmara Federal empacou na votação da Reforma Política, que começa a correr sério risco de morrer na praia por falta de consenso entre os deputados em relação aos principais itens da proposta geral. Ontem, a Câmara avançou na análise da PEC que acaba com as coligações nas eleições proporcionais já em 2018 e estabelece uma cláusula de desempenho para as próximas eleições. O texto foi aprovado em comissão. Como foi modificado na Câmara, de qualquer maneira, terá de ser analisado novamente no Senado, onde foi originado. Ao contrário do que aconteceu na Assembleia Legislativa, onde a Situação se articulou, se mobilizou e inibiu a Oposição, na Câmara Federal as forças oposicionistas se articularam e ergueram uma barricada de recursos regimentais. Com a obstrução sistemática, conseguiu melar a votação de propostas como o Distritão e o Fundo Eleitoral bilionário, que foi adiada para a próxima terça-feira (29), conforme anunciou o equilibrado e competente presidente da instituição deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

São Luís, 24 de Agosto de 2017.

Com maranhenses divididos, Câmara vai decidir hoje o futuro do Distritão e do Fundo Eleitoral bilionário

 

bancada
Deputados maranhenses vão para decisão de hoje divididos quanto ao Distritão e ao Fundo bilionário

Por falta de consenso sobre a criação do Distritão e o Fundo Eleitoral bilionário, e por insegurança quanto ao quórum, a Câmara Federal adiou pela segunda vez e jogou para hoje o início da votação da Reforma Política. Os deputados federais do Maranhão se dividiram. E também sem conseguir acordos em relação às demais propostas, as lideranças parlamentares resolveram pisar no freio, tentaram enxugar o elenco de sugestões, e diante da falta de convergência, foram dormir admitindo que a Reforma Política pode naufragar e, salvo de algumas mudanças cosméticas, as eventuais alterações de peso na legislação eleitoral para as eleições de 2018 deverão ser feitas mais uma vez pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante as frenéticas negociações ocorridas ao longo de terça-feira, ficou claro que a improvisação é um risco político grave. Sem resultados, deputados da própria base do governo chegaram a dizer que é possível que nada, ou muito pouca coisa, seja modificada no atual sistema político.

As lideranças haviam agendado para ontem a votação dos dois mais polêmicos e discutidos itens da Reforma Política: o Distritão, que altera radicalmente o sistema de votação para a eleição para as Casas legislativas, acabando com o quociente e com a proporcionalidade, e o Fundo Eleitoral, que inicialmente seria de R$ 3,5 bilhões para financiar as campanhas. Diante das duras críticas feitas pelos mais diversos segmentos da sociedade, principalmente ao Fundo bilionário recheado com dinheiro público, as lideranças preferiram adiar a votação, correndo o risco de inviabilizar todo o processo e tudo continuar como está.

Sem de encontrar consenso para as sugestões que surgiram ao longo das intensas negociações de ontem, nenhum dos pontos mais ou menos alinhavados teria os 308 votos (60% das 513 cadeiras da Câmara) necessários para que a Constituição da República fosse alterada. O presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM –RJ), garantiu quórum, mas diante do desentendimento generalizado em relação às propostas, preferiu desmobilizar o plenário e convocar os deputados para uma espécie de “tudo ou nada” nesta quarta-feira.

Com relação ao Fundo Eleitoral, a falta de consenso foi consequência direta da repercussão negativa da proposta, sobretudo porque os R$ 3,5 bilhões que seriam usados para bancar as campanhas sairiam diretamente dos cofres da República, dinheiro do contribuinte, numa época em que o País está mergulhado na mais grave crise econômica da sua História e quando as contas do Governo terão de amargar neste ano um rombo estimado de R$ 159 bilhões. Por sua vez, o Distritão é visto como uma “aberração” por muitos e como uma “solução parcial” por outros. A grita contra esse sistema de eleição – que acaba com o quociente eleitoral e o voto proporcional – vem principalmente contra os partidos nanicos, a maioria siglas de aluguel, que serão varridos do mapa político e eleitoral brasileiro se a regra de eleição dos mais votados entrar em vigor. Tentaram inventar o Distritão Misto, que permitiria também voto na legenda, mas as lideranças chegaram à conclusão de que a emenda seria pior que o soneto.

O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem se desdobrado para viabilizar a Reforma Política, reconheceu não haver apoio para aprovar o Fundo bilionário nem o Distritão.

Caso as propostas de criação do Fundo e do Distritão sejam sepultadas, a Reforma Política será pífia, podendo se restringir à proibição das coligações na eleição de deputados e vereadores e ao estabelecimento de regras mais severas para conter a onda de criação de partidos – atualmente, existem 35 em funcionamento e 15 em processo de formação.

A ideia de fazer uma Reforma Política agora nasceu e ganhou embalo depois que o STF proibiu, em 2015, o financiamento empresarial das campanhas, regra que já valeria para as eleições municipais de 2016, que foi bancada apenas com financiamento público – Fundo Partidário, renúncia fiscal para a exibição da propaganda eleitoral por TV e rádio, com o autofinanciamento (dinheiro do bolso dos próprios candidatos) e com doações de pessoas físicas.

A impressão geral, inclusive entre os deputados e senadores maranhenses, é que, caso o Fundo Eleitoral não seja aprovado, a tendência é que congressistas turbinem o Fundo Partidário, elevando os atuais R$ 800 milhões previstos para os partidos para pelo menos R$ 1,5 bilhão.

Em Tempo: Para valer para o pleito do ano que vem, quando serão eleitos o presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais, as regras terão de ser aprovadas pela Câmara Federal e pelo Senado da República até o dia 7 de outubro. Caso contrário, tudo permanecerá como está.

 

PONTO e CONTRAPONTO

 

Guerra no PSB vai continuar até Bira do Pindaré vir Roberto Rocha fora do partido

Bira do Pindaré quer Roberto Racha fora do PSB
Bira do Pindaré quer Roberto Racha fora do PSB

Errou quem pensou que a eleição do novo comando, tendo à frente o deputado estadual Bira do Pindaré, apaziguaria de vez o clima de tensão que vem há anos corroendo as entranhas do braço do PSB em São Luís. Não bastasse a vitória, que lhe permite assumir o controle do partido e dar as cartas de agora por diante, o grupo liderado por Bira do Pindaré empreende agora uma nova “cruzada”: excluir do partido o senador Roberto Roca e todo o seu grupo, ali representado pelo ex-vereador e ex-presidente do partido na Capital, Roberto Rocha Filho. E pelo tom das suas palavras quando lhe é perguntado sobre a permanência de Roberto Rocha na agremiação, Bira do Pindaré não vai descansar enquanto não vir o ex-aliado pelas costas. Isso ficou muito claro em entrevista que concedeu a programa da TV Difusora, na qual fez questão de tornar público que está em estado de guerra aberta contra o senador. E o fez referindo-se a Roberto Rocha de maneira contundente e beligerante “Ele contraria a orientação totalmente do partido e traiu os seus aliados aqui no Maranhão. Acho que o lugar dele é qualquer outro lugar, menos no PSB, essa é a minha visão sobre esse individuou. Espero que ele tenha bom senso e perceba que não há ambiente para ele dentro do PSB”, afirmou Bira.

O senador Roberto Rocha, que não costuma ficar calado quando é atingido por adversários, até agora não apertou o gatilho no sentido contrário.

 

Bom momento na Câmara Federal: André Fufuca presidindo e Rubens Jr. mostrando ganhos do Governo Dino

Andre Fufuca presidiu e Rubens Jr. discursou
Câmara: Andre Fufuca presidiu e Rubens Jr. discursou 

O Plenário da Câmara Federal registrou ontem, no meio da tarde, um momento em que a representação maranhense se destacou. Primeiro porque a sessão deliberativa estava sendo presidida pelo deputado André Fufuca (PP), que exerce o cargo de 2º vice-presidente da Casa. E, ao mesmo tempo, pelo contundente discurso feito pelo deputado Rubens Jr.,   vice-líder do PCdoB, sobre as conquistas do governador Flávio Dino ao longo dos seus 32 meses de Governo. No seu pronunciamento, Rubens Jr. relacionou avanços nas áreas de Saúde, Educação e Segurança. No campo da Saúde, o deputado relacionou os hospitais regionais que já estão funcionando em varias regiões. Sobre Educação, destacou o programa Escola Digna, que está erradicando escolas de taipa no interior do estado. E na área da Segurança, Rubens Jr. enfatizou os investimentos na estrutura das Polícias, com a compra de mais de 700 novas viaturas e armamentos, e a contratação, por concurso, de mais de dois mil policiais militares, o que elevou o efetivo da corporação ara 13 mil servidores.

 

São Luís, 23 de Agosto de 2017.

Em declaração surpreendente, Ciro Gomes aponta o tamanho político de Flávio Dino no cenário nacional

 

Flávio Dino é elogiado por Ciro Gomes durante encontro de economistas
Flávio Dino é elogiado por Ciro Gomes durante encontro de economistas em São Luís

“O Flávio Dino é a coisa mais importante que aconteceu na democracia brasileira”.

Não tivesse vindo ao Maranhão, ou, mesmo vindo, não tivesse pronunciado uma só palavra além daquelas, o ex-governador cearense e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) já teria justificado sua passagem por São Luís. Sim, porque sua declaração, mais do que um agrado pessoal a um amigo, e de um afago para ganhar um aliado na corrida presidencial, foi também, de certa maneira, a confirmação da imagem com que o governador do Maranhão vem sendo aos poucos enxergado no meio político e nos segmentos formadores de opinião em todo o País. Muitos ainda duvidam, mais é, mais ou menos, como o governador maranhense é visto e avaliado fora do estado, mesmo entre os que estão política e ideologicamente em outros campos. O ex-governador do Ceará expressou, com um pouco mais de ênfase e entusiasmo, como é seu estilo, o que muitos já dizem dentro e fora do meio político, principalmente nas searas da esquerda e do centro.

Ciro Gomes esteve em São Luís para participar de um evento organizado por economistas e do XVI Congresso nacional da Juventude do PDT, realizado pela primeira vez em São Luís, mas como está em pré-campanha para presidente da República, uma avaliação nua e crua, descontando-se a ênfase e a boa vontade, revelou que ele enxerga no governador Flávio Dino uma liderança maiúscula. E, livrando-se dos clichês superficiais e cosméticos, e por uma ótica lastreada numa trajetória consolidada, primeiro como magistrado e depois como político, que o destaca como um dos homens públicos mais bem sucedidos da sua geração. Foi esse, em síntese, o recado que o ex-governador do Ceará pretendeu passar quando fez a contundente declaração sobre o governador do Maranhão, acrescentando: “Outros Flávios Dinos nós temos que produzir pelo Brasil afora”.

Com sua declaração, que ganhou tom bombástico no meio político local e invadiu a blogosfera como um rastilho de pólvora, Ciro Gomes conseguiu, por meio de um conjunto de frases, colocar o governador no epicentro da sua pauta em São Luís. O fez como se estivesse falando dele próprio quando despontou na política cearense pelas mãos do hoje chefe maior dos tucanos, senador Tasso Jereissati, mas de quem se afastou quando suas bússolas ideológicas entraram em choque: “Lá no Ceará, nós estamos bem posicionados há algum tempo. Mas o Maranhão, que é um estado extraordinário e de uma gente maravilhosa, vinha passando por momentos que não merecia. Aquilo parecia ser uma fatalidade da geografia, da condição física, nordestina, pré-amazônica do Maranhão, quando vem esse extraordinário juiz federal que trocou a toga pela militância política. Agora está se revelando um grande administrador”.

As palavras do ex-governador do Ceará, que hoje milita no PDT, foram festejadas por aliados e simpatizantes do governador, mas foram também recebidas com o nariz torcido por seus adversários, que preferiram silenciar, para não aumentar ainda mais a repercussão do enfático discurso. Afinal, não é comum um político em construção ser saudado por outro político que, com a força da sua juventude e com ações e atitudes desassombradas, teve o mérito de colocar a pá de cal no ancien regime que comandou a política cearense até meados dos anos 80 do século passado. Daí a avaliação de que o governador do Maranhão vem se consolidando como “um político extraordinariamente lúcido que pensa e discute o Brasil”. E que “não se deixou abater por uma tragédia familiar e transforma a vida pública na grande motivação da sua militância. Isso é que nos dá esperança”.

Com a lucidez muitas vezes questionada por ser expressa quase sempre em declarações destemperadas e cortantes, Ciro Gomes traduziu, à sua maneira, o tamanho político que o governador do Maranhão já alcançou na sua trajetória até aqui ascendente e bem sucedida.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Presidente da Assembleia Legislativa retoma ritmo intenso de trabalho parlamentar e político

Humberto Coutinho recebe visita de Ciro Gomes e a cúpula do PDT cúpula
Humberto Coutinho recebe o ex-ministro Ciro Gomes e a cúpula nacional do PDT

Humberto Coutinho vem imprimindo um ritmo de atividade política cada vez mais intenso, demonstrando, à sua maneira discreta e sem alarde, que está recuperando a forma depois de um período de convalescença de duas cirurgias. Além da agenda administrativa, na qual cuida para manter o funcionamento eficiente da máquina que move o Poder Legislativo, da rotina de conversas com deputados – que lhe levam assuntos ao mais variados – e dos frequentes encontros de trabalho que mantém com o governador Flávio Dino, como a agenda cumprida em Caxias há duas semanas, o deputado-presidente tem se dedicado também a compromissos político-partidários e assistência às suas bases políticas, sem perder o foco de que as eleições estão se aproximando. Em meio a essa maratona de compromissos, Humberto Coutinho tem tido sua ação polpitica e parlamentar reconhecida. Na sexta-feira, ele recebeu a visita do comando nacional do PDT e do ex-governador Ciro Gomes, que estavam acompanhados de líderes maranhenses do seu partido, como o deputado federal Weverton Rocha e o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., que foram convidá-lo para participar do XVI Congresso Nacional da Juventude do PDT.

Humberto Coutinho é surpreendido por visita cumprimentos de Flávio Dino e Cleones Cunha

Flávio Dino saúda o aniversariante Humberto Coutinho em ato-surpresa na Assembleia Legislativa
Flávio Dino saúda o aniversariante Humberto Coutinho em ato-surpresa na Alema

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), foi surpreendido ontem por um ato em que recebeu cumprimentos e saudações pela passagem de seu aniversário, em momento descontraído no Salão Nobre do Palácio Manoel Beckman, logo após a sessão plenária, no final da tarde. Foram cumprimentá-lo o governador Flávio Dino, o presidente do Poder Judiciário, desembargador Cleones Cunha, deputados, secretários, diretores da Casa e amigos. Ao lado da esposa Cleide Coutinho, que preside o Gedema, e familiares, o presidente Humberto Coutinho foi saudado pelo governador Flávio Dino e pelo desembargador-presidente Cleones Cunha. Na sua saudação, o governador Flávio Dino destacou a correção pessoal e política do presidente da Assembleia Legislativa, assinalando a sua eficiência e equilíbrio no comando da instituição, que é formada por diferenças visões, o que exige dele o exercício pleno da diplomacia, que produz bons resultados pela credibilidade que conquistou junto aos seus pares e parceiros políticos, resultando essa atuação na solução de conflitos. “Dentre as qualidades do presidente Humberto está a diplomacia e o trato com os parlamentares. Ele tem feito uma condução brilhante desta Casa. Além disso, é um ser humano fantástico. Vida longa, Humberto!”, exclamou o governador. O presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão enfatizou a sua admiração pela pessoa do presidente da Assembleia Legislativa, com quem mantém uma sólida relação pessoal e uma convivência institucional equilibrada. Na sua avaliação, o deputado Humberto Coutinho é uma referência como político e como pessoa. “É alguém a quem nós devemos imensa admiração. Parabéns, presidente Humberto”, disse Cleones Cunha. Emocionado com a surpresa, o presidente Humberto Coutinho agradeceu as homenagens e a presença de todos. “Agradeço as homenagens de todos os amigos e, em especial, à minha esposa Cleide, que tirou um pouco do seu tempo para organizar esse momento muito especial para mim”, finalizou.

São Luís, 22 de Agosto de 2017.

PSB dá guinada à esquerda, elege Bira do Pindaré presidente e abre porta de saída para Roberto Rocha

 

Congresso do PSB festeja eleiççao de Bira do Pindaré; Roberto Rocha e José Reinaldo podem deixar o partido
Congresso do PSB festeja eleição de Bira do Pindaré; Roberto Rocha e José Reinaldo podem deixar o partido

A eleição do deputado estadual Bira do Pindaré para a presidência do PSB de São Luís, em congresso municipal do partido, é o desfecho natural de uma crise que vinha consumindo o braço do partido na Capital: o comando partidário foi entregue a um político perfeitamente identificado com a sua razão de existir. Ao mesmo tempo, embalou de vez a tsunami partidária que vem atingindo fortemente o senador Roberto Rocha, e pode fazer com que ele deixe a agremiação, como vem sendo desenhado desde que o candidato dele à Prefeitura da Capital, deputado Wellington do Curso (PP), que tinha como vice o vereador Roberto Rocha Júnior, não venceu a eleição.  Com a mudança de comando, o braço do PSB na Capital se alinha automaticamente ao comando estadual, mantido pelo prefeito de Timon, Luciano Leitoa, que participou do evento. E, mais importante ainda, o PSB se enquadra integralmente na aliança comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Com o isolamento do senador Roberto Rocha, o Palácio dos Leões aguarda agora a definição do PSB em relação ao seu quadro mais importante: o deputado federal José Reinaldo Tavares, que também está procurando a porta de saída do partido.

Além de encerrar uma longa queda de braço entre os dois grupos, a mudança de comando no PSB produzirá desdobramentos politicamente importantes.

O primeiro será o desligamento do senador Roberto Rocha do partido, já que dificilmente ele permanecerá na legenda como um quadro sem comando e sendo obrigado a seguir as diretrizes ditadas pelo deputado Bira do Pindaré, seu mais duro adversário dentro do partido. O senador tem atuado na contramão do partido, dando no Senado votos que contrariam frontalmente a orientação partidária, como foi o caso da Reforma Trabalhista. As diferenças vêm aumentando à medida que o PSB direciona sua atuação mais à esquerda, o que não é seguido pelo senador Roberto Rocha, cujas posições indicam que eu ele é mais identificado com o centro. As diferenças com o partido aumentaram quando ele resolveu romper com o governador Flávio Dino e flertar com o PSDB, ao qual já pertenceu e presidiu no estado. Se Roberto Rocha deixar o PSB, como está previsto, levará junto um grupo de aliados, entre eles o empresário e ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques.

Outro desdobramento será o fortalecimento político do deputado Bira do Pindaré, que vem de momentos de incertezas, tendo até examinado a possibilidade de retornar aos quadros do PT, de onde saiu. Agora que ganha estabilidade partidária, o deputado amplia seu espaço no grupo de aliados do Governo e certamente terá um papel destacado dentro da aliança que dá suporte ao governador Flávio Dino. No seu discurso como presidente municipal do PSB, Bira do Pindaré falou como pré-candidato a prefeito de São Luís em 2020, pleito que poderá disputar enfrentando o próprio senador Roberto Rocha: “Fui eleito e me coloco à disposição dos filiados, mas também de toda a população de São Luís, para que juntos possamos fazer uma política diferente, uma política realmente marcada pelo exercício da democracia, da transparência e da atuação que esteja ligada em atender aos interesses da população”.

A virtual saída do ex-governador e deputado federal José Reinaldo parece irreversível, e será consequência também da não identificação com a linha doutrinária do partido, o que o levou a se posicionar e a confrontá-la em várias votações decisivas no Congresso Nacional, como os votos favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e à Reforma Trabalhista, por exemplo. Se sair, com o está desenhado, o ex-governador levará com ele vários nomes de expressão, como o ex-presidente e atua chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares. José Reinaldo se prepara para desembarcar no DEM, com aval total dos caciques de Brasília.

Essas definições serão consumadas em pouco tempo, já que o prazo para filiação para quem quer disputar votos em 2018 termina no final de setembro. E nesse contexto, sob o comando do deputado Bira do Pindaré, o PSB vai sair um partido com uma identidade melhor definida, mas poderá emagrecer em matéria de quadros de expressão com o virtual desligamento do senador e do ex-governador e seus grupos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

“Projeto” de candidatar Dilma ao senado pelo Maranhão continua dando o que falar

Convite a Dilma Rousseff teria sido feito por Flávio Dino
Convite a Dilma Rousseff teria sido feito por Flávio Dino

O suposto e até agora não confirmado convite para que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) seja candidata ao Senado pelo Maranhão continua rendendo. Sem dúvida o mais barulhento factóide da política do Maranhão nos últimos tempos, o surpreendente projeto eleitoral apareceu como uma sugestão do secretário de Estado dos Esportes, Márcio Jardim, um dos mais destacados quadros do PT maranhense, gerando uma interessante celeuma nos bastidores da base governista. Agora, a revista Veja informa que o convite foi feito diretamente pelo governador Flávio Dino, que estaria disputando a candidatura da ex-presidente com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

Dificilmente esse projeto, se existir de verdade, vai ganhar consistência e ser viabilizado. Não se discute a importância política da ex-presidente da República, mesmo tendo deixado o Palácio do Planalto pela via de um impeachment absolutamente político e sem base factual para justificar as acusações, não seria fácil viabilizar uma candidatura tão estranha à realidade polpitica do Maranhão. Se de um lado a ex-presidente tem o crédito da ampliação dos programas sociais e outros investimentos importantes no Maranhão, por outro será alvo fácil para seus adversários, produzindo o risco de o governador Flávio Dino arcar com essa pesada e onerosa fatura política.

É aguardar para ver onde vai dar.

 

 Presidentes de Câmaras vão discutir os limites de sua atuação e criar entidade corporativa

Astro de Ogum, organizador do Seminário
Astro de Ogum, organizador do Seminário

São Luís terminará a próxima quarta-feira como berço de uma nova organização corporativa: a Federação das Câmaras Municipais do Maranhão – Fecam/MA, entidade representativa dos legislativos municipais. Segundo o seu propositor e avalista, o vereador e presidente da Câmara Municipal de São Luís, Astro de Ogun (PMN), “a ideia unificar e representar as reinvindicações das Câmaras, que têm problemas muito específicos em relação às gestões municipais, e fortalecê-las na discussão com as autoridades competentes”. A criação será o ponto alto do I Seminário de Gestores das Câmaras Municipais, por meio do qual presidentes dessas instituições pretendem definir melhor, e de maneira ais prática, o papel  das casas legislativas de base na vida institucional dos municípios. A pauta do evento prevê a discussão de temas importantes, como “O julgamento de Contas pelas Câmaras Municipais”, a ser abordado pelo procurador geral de Justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, e “O Poder Judiciário e julgamento das ações de improbidade administrativa no âmbito municipal”, cujo palestrante será o juiz Douglas Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos. A abertura do Seminário contará com a participação do governador Flávio Dino e do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr, (PDT). Trata-se, sem dúvida, de uma boa oportunidade para que se esclareçam em definitivo os limites do poder de fogo das Câmaras Municipais, de modo a que os vereadores se enquadrem corretamente no papel institucional que lhes cabe na vida municipal.

 

São Luís, 21 de Agosto de 2017.

 

Visita de Lula ao Maranhão agita meio político e estimula a especulação de que ele pode encontrar Sarney

 

Lula na Bahia
Lula na Bahia: ex-presidente recebido com festa em Salvador, onde iniciou maratona

Em meio às inúmeras especulações que adornam a incursão política do ex-presidente Lula da Silva (PT) no Nordeste, iniciada ontem em Salvador (BA), já sendo marcada por polêmicas, uma delas, soprada pelo jornal Folha de S. Paulo, poderá dar muito que falar na passagem do líder petista em São Luís: a de que ele poderá ter um encontro com o ex-presidente José Sarney (PMDB). Sarney e Lula foram adversários, tornaram-se aliados a partir de 2002, estreitaram as relação durante os dois governos do petista, mantiveram-nas no primeiro Governo de Dilma Rousseff (PT), e as  romperam quando Sarney aderiu ao movimento do PMDB para derrubar a petista e voltar ao poder com a entronização do vice-presidente como titular no Palácio do Planalto. De lá para cá, o fosso que havia separando os dois foi reaberto, não havendo notícia de qualquer contato entre eles, salvo quando Sarney ligou para Lula quando da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Chefes petistas dizem que a especulação da Folha não faz sentido e que a programação de Lula no Maranhão só prevê reuniões e atos com a presença do governador Flávio Dino (PCdoB), tido como o mais determinado aliado do PT no País.

Lula desembarcará em São Luís no dia 04 de setembro para cumprir uma agenda de eventos políticos, que só será encerrada na noite do dia 05 com um grande ato na Praça Deodoro. Seu primeiro compromisso ocorrerá na tarde do dia 04 e será um encontro com o governador Flávio Dino, no Palácio dos Leões. Na agenda informada ao comando estadual do PT não há qualquer menção a encontros políticos fora do roteiro, principalmente com o ex-presidente José Sarney. O comando estadual do PT não repudia ostensivamente a aliança – imposta por Lula e José Dirceu – que o partido manteve com o PMDB no Maranhão ao longo de mais de uma década – chegando a ter um dos seus líderes, Washington Oliveira, eleito vice-governador na chapa em que Roseana Sarney (PMDB) foi reeleita governadora em turno único na eleição de 2010 -, mas não admite sequer a possibilidade de voltar a conviver com o Grupo Sarney, principalmente depois do apoio ostensivo do ex-presidente e da ex-governadora ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Bombardeado de maneira intensa e inclemente pela chamada “grande imprensa” a partir da Operação Lava Jato, Lula vem ao Maranhão num  esforço para mostrar que está sendo alvo de uma tremenda injustiça,  reafirmar que está vivo e atuante, e consolidar a sua liderança visando a eleição presidencial de 2018, para a qual desponta como favorito. O ex-presidente sabe que tem força política gigantesca no estado, sendo embalado por pesquisas que o apontam com mais de 70% das preferências do eleitorado maranhense, sem dar chance a nomes como Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) ou Jair Bolsonaro (que procura um partido). Tem na sua conta corrente com os maranhenses milhares de cartões do Bolsa Família, milhares de unidades do Minha Casa, Minha Vida, e uma extensa lista de outros benefícios sociais que  criou com o objetivo de acabar com a fome e a miséria no Maranhão. Sua base de apoio político e pessoal no estado é sólida como uma rocha. E agora tendo o governador Flávio Dino como um fator agregador.

À primeira vista, nada justificaria uma visita do ex-presidente Lula ao ex-presidente José Sarney em meio a uma incursão dessa natureza. O líder petista nada teria a ganhar politicamente. Ao contrário, surpreenderia e decepcionaria os seus aliados, que não compreenderiam nem aceitariam tal gesto depois de tudo o que aconteceu desde que Sarney embarcou na onda que varreu o petismo do poder em Brasília. Deixaria o eleitorado atônito. Tal gesto deixaria ainda o governador Flávio Dino numa situação delicada, mesmo levando em conta sua capacidade de assimilação de golpes políticos e o nível de aproximação que construiu com o PT dentro e fora do Maranhão.

A experiência e a História têm mostrado que a política, por ser a arte da convivência de contrário, costuma produzir situações inimagináveis, como foi, por exemplo, a aproximação de Lula e Sarney no início do novo século, e que se transformou numa aliança que durou mais de uma década. Daí, mesmo levando em conta o terreno minado que hoje os separa, não será de todo surpreendente se Lula fizer algum contato com Sarney, ou for contatado pelo mesmo na sua passagem por São Luís. Se nada acontecer, tudo certo, a vida continua. Mas, se a especulação se confirmar, o fato terá carga simbólica pesada. E dará muito pano para as mangas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Madeira avisa que o PSDB poderá mesmo romper com Flávio Dino e seguir rumo próprio

Sebastião madeira quer o PSDB longe do palanque de Flávio Dino
Sebastião madeira quer o PSDB longe do palanque de Flávio Dino no próximo pleito

O aviso dado pelo ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, de que o PSDB não fará o papel “de paspalhão no palanque do governador Flávio Dino” dá consistência à tendência, que ganha força nos bastidores, de que os tucanos estão caminhando para romper a aliança com a aliança liderada pelo (PCdoB), isolar o atual presidente, o vice-governador Carlos Brandão, e entrar na corrida eleitoral com candidatos próprios ao Governo do Estado e às duas vagas no Senado. Madeira vem mantendo uma queda de braço com Brandão pelo controle do partido, e já teria obtido na direção nacional, onde tem força e prestígio, sinal verde para bombardear a aliança do PSDB com o PCdoB no Maranhão. Animado pelo crescimento do partido nas eleições municipais, tendo saído das urnas com 23 prefeitos – antes tinha apenas sete -, Brandão tem tentado convencer a cúpula nacional do partido de que no estado o melhor caminho é manter a aliança com o governador Flávio Dino. Só que nacionalmente o PSDB tem empreendido uma “cruzada” para varrer a esquerda, em especial o PT e o PCdoB, do mapa político, e nesse contexto não faz sentido manter o partido como linha auxiliar do PCdoB, ainda que tendo o posto de vice-governador. Brandão argumenta que se o partido confirmar a aliança, ele poderá continuar vice-governador, e se Flávio Dino sair das urnas reeleito, o seu vice, no caso ele próprio, assumirá o Governo em 2022, já que a tendência natural será o governador se desincompatibilizar para disputar uma vaga no Senado ou outro cargo de relevância política. Madeira mina essa argumentação insistindo na tecla de que o PSDB está se perdendo e saindo do seu eixo nacional. Ele acha que o partido deve se desvincular da aliança liderada pela esquerda e partir para um projeto próprio ou apara uma aliança com o seu atual aliado nacional, o PMDB. Dentro do PSDB maranhense, a maioria das lideranças abraça a tese do ex-prefeito de Imperatriz e do Instituto Teotônio Vilela, o braço ideológico dos tucanos. E ao subir o tom de voz, como fez em entrevista à Rádio Difusora, Sebastião Madeira sinaliza que se movimenta com o aval dos chefes nacionais do tucanato.

 

Academia Caxiense de Letras recebe novos membros e homenageia Vespasiano Ramos

Esfinge de Vespasiano Ramos vai para a praça
Esfinge do poeta Vespasiano Ramos vai para praça pública

A Academia Caxiense de Letras, que muitos cognominam Casa de Coelho Neto, abre suas portas neste sábado (19) para receber em grande estilo três novos imortais: a professora Jordânia Pessoa, o professor Carvalho Júnior e o arquiteto Ezíquio Barros Neto, eleitos pelo mérito das suas relações com a cultura e a literatura. Todos são autores de trabalhos publicados e, sem dúvidas, têm atuado para enriquecer a produção literária caxiense. Na ocasião, o acadêmico Antônio Augusto Ribeiro Brandão lançará o seu livro bilíngue “Desafios à Teoria Econômica/Challenges to the econmic theory”. No domingo, outra cerimônia será realizada na ACL, essa para apresentar a esfinge em homenagem ao poeta Vespasiano Ramos na praça que leva seu nome. Trata-se de um projeto idealizado pelo vice-presidente da instituição, o poeta Renato Menezes, e viabilizado por um esforço coletivo. Desenhado pelo arquiteto Ezíquio Neto e esculpido em bronze pelo escultor Eduardo Sereno, o monumento agrega uma placa onde estão relacionados, com plena Justiça, todos os que contribuíram para sua concretização. Com reuniões como a de hoje e iniciativas como a do poeta Renato Menezes de resgatar o poeta Vespasiano Ramos, a Academia Caxiense de Letras, sob a presidência do imortal Raimundo Medeiros, vai se consolidando como um braço efetivo e já essencial da cultura caxiense.

São Luís, 18 de Agosto de 2017.