Arquivos mensais: julho 2023

Desfecho da guerra pela Prefeitura de São Luís vai depender da união de Brandão e Dino

Carlos Brandão e Flávio Dino alinhados podem ter
influência decisiva na disputa em São Luís

Somado e espremido tudo o que foi dito até aqui sobre a corrida eleitoral do ano que vem em São Luís, sobrou uma verdade, que poucos ainda enxergam, mas que será decisiva: o desfecho da disputa pela Prefeitura da Capital vai depender da união ou da dispersão das forças partidárias ligadas ao Palácio dos Leões, mas que estão divididas, com uma banda seguindo o governador Carlos Brandão (PSB) e outra alinhada ao ministro Flávio Dino (PSB), da Justiça e Segurança Pública. Até aqui, salvo declarações soltas minimizando o processo de divisão em curso, nenhuma manifestação clara e consistente sobre esse cenário foi dada por um dos líderes. A 17 meses das eleições municipais, salvo o movimento de rolo-compressor do projeto de candidatura do vereador-presidente Paulo Victor (quase no PSDB) e a obstinada pré-campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB), nada existe de concreto na base governista em relação a essa disputa crucial, a não ser os persistentes, mas ainda pouco convincentes, rumores da construção de um fosso separando Carlos Brandão de Flávio Dino.

A manifestação mais recente do governador Carlos Brandão foi a de que até dezembro ele não vai tratar de eleição, dedicando todas as suas energias à gestão do Estado, mas com o cuidado de elogiar os esforços de Paulo Victor e Duarte Jr. para viabilizarem seus projetos de candidatura. A declaração do governador funcionou como uma espécie de senha para os dois pré-candidatos prosseguirem nos seus movimentos, usando todos meios ao seu alcance. E com os dois determinados a passar uma temporada no Palácio de la Ravardière, cada um a seu modo avança na busca de apoio para enfrentar o grande e desafiador obstáculo: o prefeito Eduardo Braide (PSD) e seu projeto de reeleição.

Por razões diversas, algumas delas justificáveis, outras nem tanto, o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino não emitiram até agora um único sinal de que vão juntar as forças e coloca-las em marcha em São Luís sob um único discurso. Ao contrário, o que está acontecendo é a dispersão dessas forças, com Paulo Victor caminhando numa direção e Duarte Jr. noutra, enquanto outros braços políticos do Palácio dos Leões abrem novas frentes. É o caso do empresário Marcus Brandão, que se juntou ao MDB, cujo presidente municipal, deputado federal Cleber Verde, declarou, de alto e bom som, que vai levar o braço ludovicense do partido para a base de apoio do prefeito Eduardo Braide. E o fato é que ninguém sabe ainda qual será a estratégia do grupo governista para a disputar a Prefeitura de São Luís, que tem peso importante no rateio eleitoral maranhense.

A grande pergunta que se faz no meio político é a seguinte: o PSB, hoje o maior partido do Maranhão, vai marchar unido para as urnas em São Luís? O governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino conseguirão articular a unidade partidária necessária para reunir força e levar o grupo ao comendo político e administro da Capital? Conseguirão eles chegar a um entendimento que mobilize as duas correntes em torno de um candidato, ainda que não seja ele filiado ao PSB? Pelo menos até aqui, esse projeto parece ser viável, desde que os líderes sentem à mesa, conversem sem reservas ou limitações e batam martelo em torno de um candidato.

Não há informação de que os dois líderes do PSB já tenham conversado sobre como o partido vai se posicionar em relação à sucessão na Capital. O argumento é que ainda está longe e que isso só ocorrerá no início do ano que vem. Acontece que o processo já foi deflagrado, as cartas já estão sendo colocadas na mesa de maneira avulsa e os interessados na disputa já ocupam espaços dos quais não aceitarão ser removidos. Enquanto isso, o prefeito Eduardo Braide usa a inteligência política para fortalecer sua posição de favorito sem entrar num desgastante embate antes da hora.

PONTO & CONTRAPONTO

Déficit milionário leva Governo do Estado a fazer ajustes nos seus gastos

Alberto Bastos explicou em post o déficit que vem impactando a saúde financeira do Governo

Fechado o ciclo junino, que segundo todas as informações foi muito bem sucedido, o governador Carlos Brandão deve, como ele próprio anunciou semana passada, concentrar seus esforços na gestão do Governo. E pelo que tem sido divulgado, seu foco maior será a saúde financeira do Estado, que segundo o seu secretário de Monitoramento das Ações Governamentais, Alberto Bastos, anda fortemente abalada por um déficit nada desprezível de mais de R$ 300 milhões.

Num post que surpreendeu muita gente, o secretário Alberto Bastos escreveu, entre outras coisas, o seguinte: “O estado tinha uma arrecadação de R$ 1,3 bilhão mensais. Alterações legislativas no âmbito federal impactaram diretamente e caiu para R$ 950 milhões. Algumas medidas foram adotadas pelo Governo do Estado e hoje a arrecadação fica em torno de R$ 1,050 bilhão mensais; a gente já tem um déficit aí de R$ 250 milhões”.

Entre outros desdobramentos, o déficit financeiro do Governo obrigou o governador Carlos Brandão a tomar uma decisão incômoda: suspender a antecipação de salários dos servidores, adiando o início do pagamento para 1º de agosto, o que causou a reação de grupos de funcionários em redes sociais. Outro desdobramento foi a suspensão de uma parcela de uma dívida com bancos, no valor de R$ 276 milhões. O secretário Alberto Bastos também avisou que haverá ajustes nos gastos, o que implicará em corte em alguns setores.

Causados por “fatores externos”, principalmente “decisões legislativas federais”, o déficit financeiro do Governo pode ser apenas um dissabor momentâneo, resolvido com medidas acertadas de controle e ajuste. O assunto está na mesa do governador Carlos Brandão, que tem o desafio de reverter o déficit.

André Fufuca entra em contagem regressiva para se tornar ministro

André Fufuca: dias de expectativa
e semana decisiva sobre futuro

A semana que começa pode ser decisiva para o deputado federal André Fufuca. Por indicação do PP, seu partido, ele poderá ser confirmado para uma vaga no ministério, numa pasta que já estaria definida, mas que só será anunciada quando as articulações forem concluídas com a batida de martelo do presidente Lula da Silva (PT).

Informações que circulam nos bastidores partidários dão conta que o presidente Lula da Silva já decidiu que o deputado André Fufuca será ministro. Especulou-se inicialmente que ele poderia assumir o Ministério dos Esportes, mas ele próprio esclarecem que isso não tem fundamento. Agora, o que ganha força é a informação segundo a qual o parlamentar maranhense poderá assumir uma pasta relacionada com desenvolvimento regional.

O fato é que o deputado André Fufuca, que lidera a bancada do PP na Câmara Federal, está se preparando, sem açodamento, para se afastar desse posto para ocupar um gabinete de peso na Esplanada dos Ministérios.

São Luís, 30 de Julho de 2023.

O Globo e Veja ferem regras básicas do Jornalismo em matérias sobre política maranhense

Carlos Brandão, Flávio Dino e André Fufuca alcançados por matérias mal apuradas de O Globo e Veja

Expoentes da chamada Grande Imprensa, que dão as cartas e ditam as regras no noticiário nacional, começam a dar a impressão de que estão relaxando o princípio mais importante e sagrado do Jornalismo: o rigor na apuração dos fatos. Nos últimos dias, dois ícones da imprensa nacional o jornal fluminense O Globo e a revista paulista Veja divulgaram matérias sobre o cenário político do Maranhão, que devem ter feito seus respectivos fundadores, Roberto Marinho e Victor Civita, a se mexerem nos seus caixões. A primeira matéria foi publicada na edição de segunda-feira (22) de O Globo, dando conta de um suposto afastamento do governador Carlos Brandão (PSB) do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública). A segunda veio à tona na edição de Veja que começou a circular ontem, relatando que a população de Alto Alegre do Pindaré está mergulhada em expectativa porque “o filho do prefeito Fufuca Dantas” vai ser ministro do Governo Lula da Silva (PT). Os dois registros jornalísticos poderão muito bem ser usados em cursos de Comunicação como exemplo de como “não se deve fazer jornalismo”.

A matéria de O Globo é claramente inconsistente, à medida que faz afirmações sem qualquer fato que lhes dê lastro e as tornem confiáveis. Afirma, por exemplo, que o governador Carlos Brandão vem “acumulando atritos” com o ministro Flávio Dino. Nenhum veículo de comunicação do Maranhão ou de fora registrou até agora um só atrito comprovado entre o governador e o ministro. E especula que o governador está se afastando do ministro para se aproximar da família Sarney. Papo furado. Carlos Brandão tem origem no sarneysismo, e mesmo antes de assumir o Governo, em abril de 2022, já vinha articulando para ter o MDB na sua base, estreitando essa relação, de modo a evitar que parte das forças emedebistas declarassem apoio ao candidato do PDT ao Governo, senador Weverton Rocha.

A (re)aproximação do governador Carlos Brandão com a família Sarney nada tem a ver com o suposto e não comprovado afastamento dele em relação ao ministro Flávio Dino. E as eventuais diferenças de visão em relação a Governo e outros itens são absolutamente normais num grupo com esse poder de fogo. É fato que existem diferenças, mas não há nenhum sinal efetivo de que o atual chefe do Executivo venha a se afastar do ministro. Não faz sentido, pelo menos por enquanto. E para completar, o jornalista Bernardo Mello não ouviu os dois protagonistas.

Sob o título de “Mau papai, meu garoto”, a matéria de Veja, publicada ontem, chega a ser patética. Nela, a jornalista Marcella Mattos tenta reduzir a estatura política do deputado federal André Fufuca (PP), apresentando-o apenas como “o filho do prefeito” Fufuca Dantas que vai ser ministro, não lhe atribuindo qualquer mérito político. Não registra que “o jovem deputado federal”, de 33 anos, é um médico que já foi deputado estadual e está no terceiro mandato de deputado federal. Ignora que André Fufuca já presidiu a CPI da Prótese, foi 1º vice-presidente da Câmara Federal, tendo assumiu a presidência por dois meses no mandato passado, e que é vice-presidente nacional do PP, posição que lhe permitiu assumir a presidência do partido por vários meses, e que atualmente é líder da bancada do PP, o que lhe assegura interlocução direta com o presidente Lula da Silva e seus operadores.

E mais: o deputado André Fufuca não está cotado para o ministério pela pura e simples vontade do presidente da Câmara Federal Arthur Lira (PP) ou de qualquer outro medalhão da política nacional. Ele mergulhou fundo nas reentrâncias da política em Brasília, construiu seu espaço, tornou-se parte influente do comando do PP e integra o chamado “alto clero” do grupo partidário conhecido como Centrão. Está no jogo porque aprendeu a jogar.

As duas matérias, que por seus defeitos não podem ser classificadas como reportagens, dizem muito da profunda crise por que está passando o Jornalismo.

PONTO & CONTRAPONTO

Palácio dos Leões já tem posição definida em Imperatriz e Caxias

Rildo Amaral e Gentil Neto devem ter o apoio
da cúpula governista às suas candidaturas

O anúncio só deve ser feito no ano que vem, mas o Palácio dos Leões já teria batido martelo em relação à corrida sucessória em municípios de grande porte: Imperatriz e Caxias.

Em Imperatriz, depois de muita avaliação, o comando governista definido formar uma frente em torno da candidatura do deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem o apoio do ex-deputado estadual Marco Aurélio (PSB). Como é sabido, Rildo Amaral vem liderando com folga as pesquisas de opinião.

Em Caxias, o acordo a ser apoiado pela cúpula governista deve ser firmado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e a ex-deputada Cleide Coutinho (PDT) em torno de Gentil Neto (Republicanos), atual secretário de Infraestrutura. Pesquisas já realizadas ali indicam que a maioria do eleitorado avaliza a aliança e a candidatura de Gentil Neto.   

Verde mantém projeto de levar o MDB a apoiar o projeto de reeleição de Braide

Eduardo Braide: apoio do MDB

O deputado federal Cléber Verde não reviu sua posição de levar o MDB de São Luís a apoiar o projeto de reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD). Ele manifestou essa posição há dois meses, quando se filiou ao partido, provocando, naquele momento, uma reação de desacordo por parte da cúpula emedebista.

Na verdade, a reação dos chefes a do MDB não foi para informar que o partido não apoiará o prefeito, mas apenas de cautela, por considerar que ainda está cedo para definições nesse sentido.

Cléber Verde fez de conta que aceitou a suave reprimenda, evitou novas declarações de reforço, mas não mudou um naco da sua posição de apoiar o prefeito na corrida à reeleição. Ao contrário, tem conversado com aliados dentro e fora do MDB, defendendo o apoio a Eduardo Braide.

Segundo uma fonte com trânsito livre junto ao presidente do MDB ludovicense, o projeto do deputado Cleber Verde é viabilizar com Eduardo Braide uma aliança na qual o MDB indique o candidato a vice.

Faz sentido.

São Luís, 29 de Julho de 2023.

Renascimento do PSDB sob comando de Paulo Victor pode mudar cenário da disputa em São Luís

Propaganda do ato de filiação ao PSDB mostra que
o projeto é dar-lhe uma dimensão política maior

Se tudo se confirmar como está alinhavado, o PSDB renascerá das cinzas se tornará o maior partido da Câmara Municipal de São Luís no próximo dia 4 de agosto, com a filiação de cinco vereadores liderados pelo vereador-presidente Paulo Victor. Será uma guinada de envergadura pouco vista na história recente da Capital, e vai refletir fortemente nas eleições de 2024 para prefeito e vereador. O carro-chefe na tucanização de 1/6 da composição do parlamento ludovicense é a pré-candidatura do presidente Paulo Victor a prefeito, um projeto que começa a ganhar ares de irreversível e que pode ser o diferencial da corrida na qual o prefeito Eduardo Braide (PSD) aparece como favorito. Paulo Victor vai comandar o ninho dos tucanos no município e vem dando todas as pistas de que está no jogo para valer nesse jogo, disposto a correr todos os riscos, conforme ele próprio declarou em várias ocasiões.

Não é exagero associar o que está acontecendo com o PSDB de São Luís com o mito da fênix. O partido, que chegou a ter peso expressivo no tabuleiro da política maranhense, foi simplesmente varrido do mapa após da derrota do prefeito João Castelo em 2012, quando tentou se reeleger. De lá para cá, sob o comando do então senador Roberto Rocha, a tragédia foi consumada, com um desmanche de tal amplitude, que atualmente o PSDB não tem um só vereador em São Luís, não tem um deputado estadual nem um deputado federal, resumindo seu poder de fogo a poucos prefeitos e vereadores espalhados pelo Maranhão.

A sobrevivência do PSDB no Maranhão se deveu exclusivamente ao ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que na iminência de abandonar de vez a política, foi convidado pelo governador Carlos Brandão, por sugestão do ex-governador Flávio Dino, para presidir a Gasmar e, logo depois, a Casa Civil. Com habilidade, e com o aval do governador Carlos Brandão, Sebastião Madeira deu início à ressureição do PSDB maranhense, que dará um passo largo e decisivo na próxima semana, quando receber em seus quadros os vereadores Paulo Victor, que deixou oi PCdoB; Otávio Soeiro e Marcial Arruda, que saem do Podemos; Álvaro Pires, que se desliga do PMN; e Silvana Noely, que sai do Mais Brasil.

Além de mudar expressivamente a configuração partidária da Câmara Municipal, o desembarque do grupo liderado pelo presidente Paulo Victor no PSDB também altera fortemente o cenário em que se movimentam as forças diretamente envolvidas na disputa eleitoral em São Luís, tento para a Prefeitura quanto para a Câmara Municipal, com a possibilidade de outros vereadores migrarem para o ninho dos tucanos.

A pompa que será dada essas filiações, a presença do presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati, e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, hoje a principal estrela do tucanato nacional, é um indicador preciso de que o vereador Paulo Victor vai jogar todos os seus trunfos na disputa pela Prefeitura. Isso quer dizer enfrentar o prefeito Eduardo Braide, que aparece como favorito nas pesquisas, e o segundo colocado, deputado federal Duarte Jr. (PSB), que vem com o aval da direção nacional do seu partido. Nas contas de fonte ligada ao presidente da Câmara tem a convicção de que chegará ao final do ano já brigando pela terceira colocação, posição hoje ocupada pelo ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (sem partido)..

O fato é que, se acontecer na dimensão que está previsto, o renascimento do PSDB vai mexer com todas as pedras do tabuleiro político de em São Luís, podendo fazer eco em Paço do Lumiar, com a filiação de Fred Campos, e em Raposa, com o ingresso de Ociléia Fernandes, ambos com possibilidade concreta de se dar bem nas urnas.

PONTO & CONTRAPONTO

Carlos Lula mantém projeto de candidatura em São Luís, mas diz que decisão é do PSB

Carlos Lula: mantém projeto de candidatura,
mas palavra final será do PSB

O deputado Carlos Lula (PSB) confirma a interlocutores que está se preparando para a briga pela Prefeitura de São Luís. Mas nas conversas, faz questão de ressalvar que sua eventual candidatura terá de ser uma decisão do seu partido, num consenso de todas as correntes, o que significa dizer o aval do governador Carlos Brandão e do ministro Flávio Dino.

Outra situação: ele não vai forçar a barra contra o deputado federal Duarte Jr. dentro do partido. E no que se refere ao colega de legenda, que é segundo nas intenções de voto, Carlos Lula diz que se o PSB bater martelo por Duarte Jr., ele guardará suas armas de pré-candidato e irá para as ruas coma bandeira do candidato do PSB.

Em resumo: a palavra final sobre se será ou não candidato é a do PSDB

Entra-e-sai em partidos causa danos ao Podemos em São Luís

Fábio Macêdo: perda de dois vereadores
de São Luís será pesada para o Podemos

A movimentação do vereador Paulo Victor para fortalecer o PSDB em São Luís terá custo alto para o PCdoB, que vai perdê-lo, e para o Podermos, que deve perder dois vereadores. No primeiro caso, essa conta já vinha sendo feita pelo presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry. Agora, a conta pesada bate às portas do Podemos, controlado no Maranhão pelo deputado federal Fábio Macêdo. Para ele, a perda de dois vereadores de São Luís, sendo um deles Marcial Arruda, que foi líder do prefeito Eduardo Braide e tem visibilidade, o desfalque será mais significativo. Mas como há uma correria por partido, não será surpresa se o chefe do Podemos conseguir preencher pelo menos parte da lacuna com a filiação de outro vereador.

São Luís, 28 de Julho de 2023.

São Luís: Brandão diz que candidatura só em 24, mas apoia ações de Paulo Victor e Duarte Jr.

Entre Paulo Victor e Duarte Jr., Carlos Brandão
avisa que candidato só será escolhido em 2024

O governador Carlos Brandão (PSB) confirmou ontem o que dizendo há vários meses: não vai se posicionar em relação à corrida à Prefeitura de São Luís ao longo deste ano, justificando que seu foco até dezembro é a condução do Governo. As eleições municipais são assunto para o ano que vem. Isso não impede que integrantes da sua base de apoio lancem pré-candidaturas e trabalhem para se viabilizar como pré-candidatos. Ao contrário, ele apoia esses movimentos, mas deixando claro que não vai se envolver. “Nós estamos cuidando da gestão do Governo. Eu acho legítimo eles trabalharem, colocarem seus nomes à disposição da população, cada um com seu método, com a sua maneira de agir”, declarou o governador, ao ser indagado ontem, após a inauguração do Shopping Rua Grande, ladeado pelo vereador e presidente da Câmara Municipal, Paulo Victor (PSDB) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), ambos pré-candidatos declarados à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD).

Ao ser indagado, na presença deles, se já teria resolvido quem levará o seu apoio em 2014, o governador não perdeu o equilíbrio. Com a voz pausada e com visível cuidado para não ir além do comentário genérico, Carlos Brandão acrescentou: “Os dois são do nosso grupo, são amigos e têm todo o direito de pleitear, de fazer um trabalho para convencer a população. Está muito longe das eleições. Nós temos é que ficar ao lado deles, que foram parceiros nas eleições passadas. Eles fazem parte do nosso Governo. E nós vamos continuar focando na gestão”.

Cientes de que o governador Carlos Brandão não abriria o jogo manifestando sua preferência, o vereador Paulo Victor e o deputado federal Duarte Jr. ouviram com atenção máxima as palavras do chefe do Executivo, dando a impressão de que a não escolha de um deles deixou um clima de equilíbrio e de alívio no ar. Isso porque, caso tivesse apontado um deles como preferido, todos os demais projetos de candidatura dentro da base governista implodiriam, gerando uma crise de difícil solução. A postura do governador alcançou ainda o PCdoB, uma vez que o presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry que, também eventualmente apontado como pré-candidato a prefeito, estava presente, tendo ouvido a declaração com visível ar de satisfação.   

Ao legitimar os movimentos dos dois principais pré-candidatos da sua base, o governador lhes deu cacife para continuarem investindo nos seus projetos de candidatura. Com isso, ele sinalizou que um deles pode vir a ser o candidato da aliança governista, ou poderão entrar na disputa individualmente, para se juntarem num eventual segundo turno. Essa estratégia tem por base as informações colhidas pelas pesquisas feitas até aqui sobre a preferências do eleitorado, todas mostrando o prefeito Eduardo Braide na liderança, mesmo sem que ele tenha dado qualquer declaração admitindo seu projeto de candidatura. Há, no Palácio dos Leões, a avaliação de que o prefeito Eduardo Braide é páreo duro e está se preparando para o grande embate.

O deputado federal Duarte Jr. e o vereador Paulo Victor não escondem os seus projetos de candidatura, e com isso estão mantendo animada a base política governista. O governador Carlos Brandão encontra-se, de fato, voltado para a gestão, mas nenhum chefe de Governo ignora movimentação política que acontece à sua volta, principalmente às vésperas de uma eleição importante como a que vai escolher prefeitos e vereadores. E não é novidade que, a exemplo de todos os seus antecessores, o atual chefe do Executivo alimenta o projeto de ter um aliado de fé no comando da Capital, que é o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão.

As declarações do governador Carlos Brandão ontem, na Rua Grande, deixaram o deputado Duarte Jr. e vereador Paulo Victor e todos os aspirantes de sua base à vontade para continuarem se preparando. Até chegar o momento em que dirá quem irá para as urnas ostentando a bandeira da aliança.

PONTO & CONTRAPONTO

O “jabuti” jornalístico de O Globo não funcionou contra Brandão e Dino

Se houve “mão de gente” na matéria de O Globo dando conta de que o governador Carlos Brandão (PSB) estaria de afastando do ministro Flávio Dino e se aproximando da família Sarney, o “jabuti na árvore” resultou inútil. Na terça-feira, a Coluna enviou um zap ao governador Carlos Brandão perguntando a posição dele em relação à matéria, na qual é apontado como um aliado que vem “acumulando atritos” com o ministro. O texto pareceu um amontoado de frases com informações que não foram checadas e que já circulam faz tempo em canais pouco dedicados à informação jornalística fundamentada.

A resposta de Carlos Brandão foi simples e direta: “Para ser sincero, nem li”.

Ou seja, a operação provavelmente destinada a desgastar a relação entre o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino, que têm lá suas diferenças, não funcionou.

Ao tentar ingressar no PV, Edivaldo Jr. torna mais incerto o seu futuro político

Edivaldo Jr.

Não é fácil a situação do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. no contexto da fase preparatória para as eleições municipais. Depois de deixar o PDT e passar uma temporada no PSD, pelo qual liderou a politicamente trágica campanha para o Governo do Estado, e agora tenta um acordo para ingressar no PV, controlado no Maranhão pelo ex-deputado estadual Adriano Sarney.

O ex-prefeito de São Luís sabe que essa eleição é crucial para o seu futuro na política. Se vier a ser candidato a prefeito, sabe que suas chances de se dar bem são remotas. E isso reduz drasticamente o seu cacife. Por isso é que ganha força a especulação segundo a qual Edivaldo Holanda Jr. poderá se preparar para ser coadjuvante, podendo ser candidato a vice, ou encarar uma guerra por um mandato de vereador.

Em Tempo: A Coluna publicou ontem que o Tribunal de Justiça elegeria, na sessão do Pleno de quarta-feira, a lista tríplice com base na qual o governador do Estado escolheria e nomearia o novo desembargador pelo Quinto Constitucional da OAB. Não aconteceu. O assunto sequer entrou na pauta. A fonte da Coluna não soube explicar.

São Luís, 27 de Julho de 2023.

Definir candidatura em São Luís é desafio para os líderes da “tríplice aliança” governista

Duarte Jr., Carlos Lula e Márcio Jerry podem entrar na briga pela “tríplice aliança”,
enquanto Paulo Victor e Neto Evangelista entram na base governista como aliados

Líderes do PSB, PCdoB e PT, a “tríplice aliança” partidária que forma a base principal de sustentação do Governo Carlos Brandão, continuam distantes entre si no que diz respeito à corrida para a Prefeitura de São Luís. Eles devem, cada um ao seu modo e ao seu tempo, realizar debates internos para a definição de candidaturas para enfrentar o prefeito Eduardo Braide (PSD), cujo projeto de reeleição já é prego batido com ponta virada. Essas lideranças poderão também, mais na frente, sentar para avaliar a possibilidade de unir as suas forças em torno de uma só candidatura. Há entre elas diferentes posições em relação a essa aliança, pois umas querem o lançamento de um candidato forte, que represente todo o grupo, enquanto outras apostam no cada um por si e Deus por todos num primeiro turno, e a união dessas forças num eventual segundo turno. É sobre isso que os chefes socialistas, comunistas e petistas conversarão até o final do ano.

Os comandantes dos partidos da aliança governista, incluindo o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), partem de um ponto visível e já constatado: o prefeito Eduardo Braide é um candidato muito forte e que já domina o potencial político da poderosa máquina administrativa e sabe o que faz em matéria eleitoral, o que o torna um adversário difícil de ser batido, e que começa a corrida com a vantagem adicional de ser o favorito na preferência do eleitorado, de acordo com as pesquisas realizadas até aqui. O que as lideranças do PSB, PCdoB e PT vão buscar é exatamente é a fórmula mais eficiente para entrar nesse embate com chances reais de mudar o jogo e vencer a eleição.

Há na base governista um sentimento de fracasso político e eleitoral em relação a São Luís. Roseana Sarney (MDB), Flávio Dino (PSB) e Carlos Brandão (PSB) lamentam o fato de não terem tido até agora um aliado “de fé” e confiável despachando no Palácio de la Ravardière. A primeira enfrentou Jackson Lago, adversário histórico, e mais na frente teve de lidar com João Castelo (PSDB), outro adversário histórico difícil de enfrentar; e Flávio Dino foi obrigado a conviver com a postura furta-cor do prefeito Edivaldo Holanda Jr. durante seis anos; e finalmente, teve de encarar um ano e meio de independência e distanciamento total do prefeito Eduardo Braide. O esforço agora é no sentido de encontrar um candidato que derrote o atual prefeito e que no cargo se comporte como um aliado fiel ao Palácio dos Leões.

Não há no cenário pré-candidato que preencha satisfatoriamente esses requisitos, o que torna a escolha uma equação política complexa. Nome mais forte do PSB, o deputado federal Duarte Jr. é um político de personalidade forte, que dificilmente seguirá uma cartilha que não seja a dele própria. Dentro da aliança, nomes como o deputado estadual Carlos Lula (PSB) e, numa situação remota, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) atuariam em sintonia com as lideranças, mas ainda não apresentam poder de fogo eleitoral para encarar um embate com o prefeito Eduardo Braide.

Fora da “tríplice aliança”, dois nomes aliados do Governo têm chance e podem fazer a diferença. O primeiro é o vereador-presidente Paulo Victor (PSDB), que demonstrado habilidade política e atuado em sintonia fina com o Palácio dos Leões e se movimenta com visível determinação de chegar lá. O outro é o deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil), que tem se destacado pela habilidade com que vem se conduzindo como parlamentar independente, e com bom potencial eleitoral, segundo as pesquisas. Num outro cenário, aparece o nome do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), cuja candidatura, se vier a ser cogitada efetivamente, depende de um grande acordo no partido com o deputado João Evangelista.

Pelo cenário de hoje, as lideranças da “tríplice aliança” da base governista têm um grande desafio pela frente. Isso porque sua tarefa vai muito além da simples escolha de um candidato ou se cada um dos partidos lançará o seu.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor ganha apoio de Marlon Botão, vereador do PSB

Marlon Botão declara apoio a Paulo Victor: racha no PSB

O vereador-presidente Paulo Victor não para dedar demonstrações fortes de que está mesmo decidido a disputar a Prefeitura de São Luís. Nos cálculos de um aliado, ele já teria o apoio de pelo menos 18 dos 31 vereadores, o que é um capital enorme para quem pretende chegar ao Palácio de la Ravardière. Ontem, ele acrescentou mais um nome à sua base de apoio na Câmara Municipal, o vereador Marlon Botão (PSB), que declarou aval ao seu projeto de candidatura.

A manifestação do vereador Marlon Botão tem uma simbologia importante nesse cenário. Ele pertence ao PSB, partido que tem o deputado federal Duarte Jr. como nome forte para a disputa. Isso significa dizer que o PSB, que reúne o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino, poderá ir às urnas rachado. Mesmo sendo agora um fato isolado, a declaração de apoio de Marlon Botão a Paulo Victor pode vir a ser um problema. E o tamanho desse racha vai depender da reação do deputado federal Duarte Jr., que nesta semana reforçou seu projeto de candidatura aso filiar a ex-vereadora Rose Sales ao PSB.

Vale registrar que essa ciranda está apenas começando.

TJ deve formar lista tríplice e novo desembargador deve sair ainda hoje

Lorena Saboya, Josineile Pedroza, Ana Brandão, Gabriel Costa, Flávio Costa e Hugo Passos: até o final do dia, um deles será escolhido e nomeado desembargador até o final do dia

Até o início da noite de hoje o Maranhão conhecerá o novo desembargador do Tribunal de Justiça, que representará o Quinto Constitucional da OAB.

Até o final da manhã, o Colégio de Desembargadores, que forma o Tribunal Pleno elegerá três nomes da seguinte lista sêxtupla encaminhada pela OAB-MA: Lorena Saboya, Josineile Pedroza, Ana Cristina Brandão, Flávio Costa, Hugo Passos e Gabriel Costa.

A lista tríplice será encaminhada imediatamente ao Palácio dos Leões, para que o governador Carlos Brandão encerre o processo nomeando um dos três para a vaga de desembargador.

Vale lembrar que o governador pode escolher quem ele julgar ser o melhor para o cargo, uma vez que não existe critério que norteie essa etapa do processo de escolha. Isso porque os seis nomes encaminhados ao Tribunal de Justiça venceram todas as etapas do processo, que inclui avaliação curricular, escolha por voto, sabatina e outros critérios previstos em lei.

A Coluna apurou que o governador Carlos Brandão já teria juízo formado sobre os seis e já sabe quem nomeará, dependendo da lista tríplice que lhe chegar às mãos.

A expectativa, portanto, é a de que o novo desembargador será conhecido nesta quarta-feira.

São Luís, 26 de Julho de 2023.

O Globo “revela” “afastamento” de Brandão em relação a Dino, mas sem ouvir nenhum deles

Imagem publicada por O Globo: observado por Carlos Brandão, Flávio Dino exibe comenda

O mundo político do Maranhão começou a segunda-feira assanhado pelo disse-me-disse causado por uma matéria de O Globo, na qual o repórter Bernardo Mello afirma que o governador Carlos Brandão (PSB) estaria se afastando do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e estreitando relações com a família Sarney. O texto mostra uma sucessão de fatos e situações – montagem do Governo e escolha de candidato à Prefeitura de São Luís, passando pela filiação do irmão do governador, Marcus Brandão, ao MDB -, que estariam levando o chefe do Executivo estadual a “acumular atritos” com o aliado. Tudo o que está dito na matéria de O Globo já foi dito à exaustão nos mais diversos canais de comunicação do Maranhão, a começar pela blogosfera. O autor do texto só teve o trabalho de pincelar informações e montar um roteiro, que peca por falta de consistência e, mais grave ainda, por não ter ouvido o governador Carlos Brandão nem o ministro Flávio Dino.

É verdade que a relação entre o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino não é a mesma de outros tempos, já tendo sofrido algum desgaste. Mas ainda não produziu nenhum sinal que possa ser interpretado como o início de uma ruptura. E a explicação para isso é simples e se baseia na obviedade: Carlos Brandão e Flávio continuam aliados, conversam, discutem, divergem sobre isso ou aquilo, e cada um vai seguindo o rumo que traçou para si e seus aliados. O primeiro segue governando o Estado, dando continuidade aos principais programas que recebeu quando assumiu em abril de 2922. O segundo comanda a pasta mais delicada e sensível do Governo Lula da Silva, com a tarefa gigantesca de combater, ao mesmo tempo, os focos golpistas montados pela extrema direita golpista, o crime organizado nas mais diversas esferas, o controle de armas, as plataformas digitais, entre outros itens igualmente desafiadores.

Carlos Brandão e Flávio Dino são filiados ao PSB, e não há sinais de que um ou outro esteja interessado em deixar o partido. É natural o governador Carlos Brandão tenha montado uma aliança para dar sustentação ao seu Governo, ampliando o leque abrindo novas frentes de articulações, como a que o reaproximou da família Sarney, que tem o controle do MDB e é adversária do ministro Flávio Dino. O mesmo acontece com sua estratégia de manter a Assembleia Legislativa como aliada, o que está acontecendo sob o comando da deputada Iracema Vale (PSB), reunindo na base todos os deputados mais ligados ao ministro da Justiça. Hoje, a maioria dos deputados estaduais está alinhada ao governador Carlos Brandão, como esteve alinhada ao Palácio dos Leões nos dois períodos de Governo Flávio Dino. Estranho seria se fosse o contrário.

Sobre a disputa para a Prefeitura de São Luís, os movimentos do governador Carlos Brandão e do ministro Flávio Dino são no sentido de encontrar um candidato com cacife para enfrentar e derrotar o prefeito Eduardo Braide, que não é adversário fácil, tem o controle da máquina municipal e já é apontado como favorito em todas as pesquisas feitas até aqui. É verdade que o governador vem estimulando projetos de candidatura, como o do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor, em processo de migração do PCdoB para o PSDB, quando o seu partido, o PSB, tem o nome potencialmente mais forte para enfrentar o prefeito, o deputado federal Duarte Jr.. Não será surpresa, portanto, se surgir novos nomes e a base governista lançar pelo menos dois candidatos, para levar a disputa para o segundo turno, quando a base governista se mobilizará em torno de um candidato.

E o detalhe crucial de toda essa situação de “ouvi dizer” é que nem o governador Carlos Brandão nem o ministro Flávio Dino fez qualquer declaração colocando em jogo a aliança que nos une. Ao contrário, sempre que falam na aliança defendem a unidade e pregam a eliminação das diferenças.

PONTO & CONTRAPONTO

Esvaziamento da CPMI dos Atos Golpistas deixa Eliziane em situação incômoda

Eliziane Gama é relatora da CPMI dos Atos Golpistas,
que pode ser esvaziada e até encerrada

Não é confortável a situação da senadora Eliziane Gama (PSD) como relatora da CPMI dos Atos Golpistas, que investiga os acontecimentos antidemocráticos ocorridos em Brasília nos estertores do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o início do governo do presidente Lula da Silva (PT), em especial os ataques à democracia em 8 de Janeiro.

O problema é que, conforme previram observadores experimentados de dentro e de fora do Congresso Nacional, a instalação da Comissão foi uma iniciativa precipitada, armada pelos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de reverter a situação e tentar incriminar a base governista. Sem refletir muito, o governo Lula da Silva decidiu comprar a briga.

Os críticos da CPMI avaliam que os bolsonaristas quebraram a cara e os governistas embarcaram numa canoa furada, que não vai levar a nada. E argumentam a uma ampla investigação policial em curso, que vai colocar toda a trama em pratos limpos. E que nesse contexto a investigação do Congresso Nacional está meio sem sentido, situação agravada pela decisão de personagens centrais decidirem nada dizer nos seus depoimentos.

Não será surpresa se a CPMI for interrompida.

André Fufuca diz que PP não tem ainda decisão em São Luís

André Fufuca nega, mas não descarta,
aliança com Duarte Jr. em São Luís

Circulou ontem a informação segundo a qual o deputado federal Duarte Jr. (PSB) teria firmado aliança com o deputado federal André Fufuca e garantido o apoio do PP à sua candidatura à Prefeitura de São Luís.

No início da noite, porém, essa versão deixou de existir, pelo menos para a Coluna, que entrou em contado com o deputado André Fufuca, que negou o acordo, mas não o descartou. “No momento, estou observando as pré-candidaturas”, disse o parlamentar informando que ele e seu partido se posicionarão na hora certa.

O presidente do PP no Maranhão disse que não é ainda momento de decisão, e não descartou que o acordo possa vir a ser feito.

São Luís, 25 de Julho de 2023.

Eleição na UFMA consolidou Natalino Salgado como o maior vencedor da história da instituição

Natalino Salgado entre Leonardo Soares e Fernando Carvalho: comemora mais uma vitória

A consulta por meio da qual professores, servidores e estudantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) indicou, pelo voto direto e secreto, os nomes que compuseram as listas tríplices para reitor – Fernando Carvalho (45%), Luciano Façanha (35%) e Isabel Ibarra (15%) – e para vice-reitor – Leonardo Soares (29%), Zefinha Bentivi (25%) e Ridvan Fernandes (13%) -, foi bem mais que uma simples escolha, quando se observa um dado crucial do processo: a participação do reitor Natalino Salgado. Os candidatos mais votados para reitor e vice-reitor foram apoiados pelo atual dirigente da UFMA, que passa a ser, em caráter definitivo, a personalidade mais influente da instituição em toda a sua existência até aqui. Além dos candidatos, a consulta realizada sexta-feira (21) nos 12 campi da UFMA, envolvendo mais de 28 mil integrantes da comunidade universitária, teve o reitor Natalino Salgado como personagem central, que assumiu toda a responsabilidade pelo processo, que resultou bem sucedido.

No caso, o reitor Natalino Salgado seguiu todos os trâmites e respeitou todas as regras para implantar o sistema de consulta eletrônica, que permitiu a participação de todos os professores, estudantes e servidores no processo, votando por meio de celular, tablete, notebook. Usado em grande parte das universidades brasileiras, o sistema já havia sido testado na UFMA na escolha de diretores de centro, chefes de departamentos e coordenadores de cursos, revelando-se seguro e eficiente. Na avaliação de professores da área técnica, o sistema é um avanço excepcional, equivalendo, por exemplo, do sistema de votação por meio, das urnas eletrônicas usado pela Justiça Eleitoral do Brasil, hoje reconhecido como o mais avançado e seguro do planeta, só contestado por derrotados inconformados.

O candidato de oposição, colocado em segundo lugar, Luciano Façanha, representante da esquerda mais dura, que há décadas controla a Apruma (entidade sindical), decidiu bater às portas da Justiça para contestar o sistema de votação e a data da eleição, marcada para 14 de julho, alegando, primeiro, que o sistema eletrônico de votação “dispersa” o eleitorado, e que o tempo de campanha – três meses – foi exíguo, obtendo uma liminar suspendendo a consulta na primeira data. Numa reação rápida e eficiente, o reitor Natalino Salgado rebateu a contestação, mostrou por A mais B que a ação não tinha pé nem cabeça, conseguindo derrubar a liminar e garantir a votação para o dia 21. O processo aconteceu sem atropelos e o resultado da consulta, encerrada às 22 horas, foi anunciado menos de uma hora depois, como estava previsto.

E aconteceu o que o candidato da esquerda, Luciano Façanha, e seus apoiadores, se esforçaram para evitar: Fernando Carvalho, o candidato apoiado pelo reitor Natalino Salgado, saiu do processo como o líder da lista tríplice. E como nos bastidores da UFMA circula a informação de que o presidente Lula da Silva (PT) vai nomear o primeiro da lista, já corre, mesmo nos arraiais adversários, que em novembro que vem o atual reitor passará o bastão para o seu aliado.

O resultado da consulta do dia 21 foi a sexta vitória consecutiva do médico nefrologista, professor e pesquisador Natalino Salgado nos embates eleitorais da UFMA, que lhe permitiram, numa sequência politicamente surpreendente, comandar a instituição por 12 anos, intercalados pelo reitorado da professora Nair Portela, eleita com o apoio do reitor, mas que com ele rompeu logo em seguida. Natalino Salgado se tornou reitor em 2007, foi reeleito em 2011. Em 2014 apoiou decisivamente a eleição de Nair Portela, voltando a se eleger em 2019, tendo agora participação decisiva na eleição do seu sucessor. A vitória será completa se o roteiro traçado for confirmado com a nomeação de Fernando Carvalho pelo presidente Lula da Silva.

No plano administrativo, qualquer avaliação isenta certamente concluirá que a UFMA tem dois marcos: antes e depois de Natalino Salgado. Sob seu comando, tendo sempre a esquerda como adversária implacável, mas com habilidade suficiente para camuflar a luta política e ideológica, o médico e professor Natalino Salgado se revelou um exímio administrador, colocando o pragmatismo acima de qualquer outra motivação. E nessa linha de ação, ele transformou e expandiu a UFMA, deixando na instituição uma marca que nenhum outro antecessor deixou e que dificilmente algum sucessor deixará.

Essa é uma verdade reconhecida por aliados, que são muitos, e por adversários duros.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino é alvo de “fogo amigo”, mas sabe lidar com essa situação

Flávio Dino de bem com Lula da Silva: é o que basta

Algumas reportagens, vários artigos e uma série de comentários têm procurado mostrar que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tem total apoio do presidente Lula da Silva, mas “coleciona” adversários do PT. Algumas abordagens avançam tanto nessa garimpagem que chegam a especular que há petista graúdo querendo a saída do ministro, que representa o PSB no Governo.

Esse cenário é verdadeiro, mas não chega à amplitude que alguns traçam. Há, sim, petistas de proa incomodados com o desempenho e a desenvoltura do ministro e enciumados com o aval do presidente Lula da Silva às suas ações na pasta mais complicada pelo estado em que foram encontradas as instituições em que a pertencem, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Em todas as abordagens, o motivo da má vontade de alguns em relação ao ministro da Justiça é um só: a sucessão presidencial. Petistas com a pretensão de serem escolhidos para suceder o presidente Lula da Silva enxergam no ministro Flávio Dino um adversário muito forte, que ganha espaço como o mais bem sucedido membro do governo no combate aos seus adversários, a começar pela falange bolsonarista.

O ministro Flávio Dino, que senador licenciado, estando, portanto, muito à vontade dentro do Governo, certo de que tem sua tribuna reservada por sete anos, tem usado a inteligência política para desviar esses focos, não dando importância aos mexericos que nascem e costumam morrer nos bastidores de Brasília.

Daniella e Rafael devem anunciar suas pré-candidaturas a prefeito

Daniella Gidão e Rafael Souza: pré-candidatos

Vários deputados estaduais devem anunciar neste semestre que serão candidatos a prefeito no ano que vem. Dois casos se destacam.

A deputada Daniela Gidão (PSB), que estaria trabalhando para disputar a Prefeitura de Presidente Dutra, sua terra natal. A parlamentar, que é formada em Nutrição, já mostrou aos presidutrenses sua competência como administradora ao comandar o Hospital Regional durante o primeiro Governo Flávio Dino. Sua gestão foi muito elogiada dentro e fora do Governo.

E o deputado Rafael Sousa (PSB), atual líder do Governo na Assembleia Legislativa e que deve disputar a Prefeitura de Timon. Engenheiro civil, com experiência como secretário de Obras em Timon e como dirigente da Codevasf, tem noção muito clara do que a cidade precisa para se tornar uma área urbana melhor. Tem boa relação com o eleitorado e, segundo observadores timonenses, tem condições de enfrentar a prefeita Dinair Veloso (PDT) e o coronel/PM Hormann Schnneyder (MDB).

Os dois já estariam decididos.

São Luís, 24 de julho de 2023.

No 200º aniversário de Gonçalves Dias, Caxias aparece como uma das cidades mais violentas do Brasil

Cidade festiva, com sólida cultura e
rica história, Caxias tornou-se uma das
cidades mais violentas do Brasil

Chocante, e sob todos os aspectos inaceitável, a informação apontando Caxias como integrante de um ranking de cidades mais violentas do Brasil. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a Princesa do Sertão, musa de muitos poetas, a começar por Gonçalves Dias, o maior deles, ocupa a 37ª posição entre as 50 cidades com mais de 100 mil habitantes identificadas como as mais violentas do País. Com a maturidade dos 186 anos recém completados, é mais violenta do que São Luís, com seus mais de 1 milhão de habitantes; do que Imperatriz, que já foi duramente afetada pelo crime; do que São José de Ribamar, cuja população cresce sem controle; e de Timon, sua vizinha, que vem se livrando do estigma de ser “dormitório” de Teresina.

O poeta e humanista Gonçalves Dias com certeza mergulharia em dor se viesse a saber que no levantamento feito pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ontem, Caxias, a sua cidade, hoje um centro urbano com mais de 150 mil habitantes, é elencada como uma cidade onde ocorreram 46,5 crimes violentos, intencionais, ao longo de 2022. Foi, felizmente, a única cidade maranhense a figurar nesse balanço que mancha agressivamente a sua imagem de polo regional que se move pelo trabalho, pela política e pela cultura.

Também uma revelação espantosa, difícil de assimilar, o caso mais próximo foi a aprazível Parnaíba, acolhedora cidade litorânea do vizinho Piauí, incluída na lista do Anuário como a 38ª mais violenta do País entre as com mais de 100 mil habitantes. Foi também a única do Piauí.

Algumas situações podem, em parte, explicar essa mácula. Dos anos 60 do século passado para cá, a exemplo do que aconteceu com São Luís, Caxias, que tinha uma economia sólida, tendo vivido o boom do algodão com uma forte indústria de tecelagem, que fabricava e exportava tecidos de qualidade, e que na sequência foi um rico polo de produção de azeite extraído do babaçu, além de ter sido, também nos anos 60 e 70, o centro regional de beneficiamento e exportação de arroz, foi fortemente atingida pela perda desses lastros.

A consequência desse revés avassalador logo apareceu: a cidade foi aos poucos invadida por milhares de famílias que fugiram do campo em busca da sobrevivência nos seus arredores. Para abrigar essas pessoas, bairros e mais bairros nasceram em pouco tempo, sem nenhuma infraestrutura. A cidade começou a inchar, com graves problemas de habitação, saneamento, saúde e escola, e mais tarde, segurança.

Agora, Caxias e região estão sendo fortemente afetadas pela incontida invasão do “Agro”, que tem na chamada região do Matopiba um dos seus mais recentes “eldorados”. O problema é que, se poucos ganham, muitos perdem, uma vez que, na busca insaciável por terras, essa cultura promove, rápida e implacavelmente, um novo “Êxodo” do campo para a cidade, produzindo, não um crescimento, mas um “inchaço” populacional. E com ele, o desemprego e o seu pior subproduto, a violência, evidenciada no crescente número de assaltos e assassinatos, via de regra praticados por jovens marginalizados pela falta de perspectivas. O assassinato de um pequeno comerciante, nesta semana, traduziu com precisão esse cenário.

E o que é mais grave, tal situação parece não preocupar o Poder Público, cuja ação mais visível é estimular a produção de soja, sem medir as consequências. A tomada violenta das terras de agricultores em São Benedito do Rio Preto, numa ação praticada por empresas ligadas ao Agro, retratou o conflito entre os tratores do Agro e pequenas comunidades encontradas no seu caminho.

Que a poesia de Gonçalves Dias ilumine os caxienses.

PONTO & CONTRAPONTO

UFMA: Fernando Carvalho vence a consulta e deve ser nomeado reitor por Lula

Fernando Carvalho lidera a lista seguido por
Luciano Façanha e Isabel Ibarra e deve ser
nomeado reitor da UFMA

Se confirmadas as previsões feitas ontem, o professor Fernando Carvalho será o sucessor do professor Natalino Salgado no comando da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ele foi o mais votado (43,52%) dos quatro candidatos que se submeteram ao crivo de professores, servidores e estudantes da instituição. Em segundo lugar ficou o professor Luciano Façanha (36,38%), e em terceiro a professora Isabel Ibarra (15,78%). Nos bastidores da UFMA, corre a certeza de que o presidente Lula da Silva nomeará Fernando Carvalho para assumir o comando da UFMA em novembro, quando termina o quarto mandato do reitor Natalino Salgado.

Apoiado pelo reitor Natalino Salgado, Fernando Carvalho deve ser nomeado pelo presidente Lula da Silva. Essa expectativa se baseia no suposto compromisso de por ele assumido com entidades universitárias no sentido de nomear o mais votado em casos de lista tríplice. Essa informação circulou durante a campanha eleitoral e não foi desmentida por nenhum candidato.

Partidários de Luciano Façanha e de Isabel Ibarra tentarão pressionar para que o presidente da República não cumpra esse suposto compromisso, mas a impressão dominante é a de que o primeiro colocado será nomeado.

O mesmo deve acontecer com o vice-reitor, cuja lista tríplice eleita pela comunidade universitária é a seguinte: Leonardo Soares em primeiro com 29% dos votos, seguido de Zefinha Bentivi com 25,5% e de Ridvan Fernandes, com 13,42%.

Antes de serem encaminhadas ao Ministério da Educação, as listas terão de ser oficializadas pelo Conselho Universitário da UFMA.

Grupo do PL maranhense não dá importância à punição por ter votado com Governo

Josimar de Maranhãozinho e Detinha não
vão dar importância à punição no PL

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que preside o PL no Maranhão, e os deputados Detinha, Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr, todos do partido hoje subordinado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, não estão dando muita importância à decisão do presidente nacional do partido, Waldemar Costa Neto, de puni-los por terem eles construído uma relação com o Governo do presidente Lula da Silva (PT) e votado a favor da Reforma Tributária, contrariando a orientação da cúpula partidária. Os quatro foram suspensos por três meses de atuar nas comissões da Câmara Federal das quais são membros, não podendo também, nesse período, ocupar vagas de suplente em outras comissões.

Político independente e pragmático, o deputado Josimar de Maranhãozinho não deve se incomodar muito com a “punição”. Ele conhece as entranhas do PL, sabe o que acontece nos bastidores da legenda e, por tudo o que já se viu, não perde um minuto de sono por causa da irritação de Waldemar Costa Neto, e menos ainda por conta da ntent6ativa do ex-presidente Jair Bolsonaro de assumir o comando do partido. Já havia dito que não se intimidaria com as ameaças de alguns bolsonaristas que tentam dar as cartas na agremiação. Além disso, participar de comissão não á muito sua praia, nem dos seus aliados.

Ontem, uma fonte ligada à deputada Detinha previu que os quatro deputados do PL maranhense vão continuar convivendo com o Governo Lula, e que se o clima ficar ruim no partido, eles poderão recorrer à Justiça para deixar o partido sem o risco de perder mandato. Na visão dessa fonte, aconteça o que vier a acontecer, só o PL tem a perder, porque qualquer que venha a ser o desfecho dessa crise, Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr não perderão apoio nas suas bases.

Faz todo sentido.

São Luís, 22 de Julho de 2023.

Mais de 28 mil votam hoje para escolher o novo reitor da UFMA

Fernando Carvalho, Luciano Façanha, Isabel Ibarra
e Wener Miranda: candidatos a reitor da UFMA

Um exército de 28.222 eleitores (1.920 professores, 1.576 servidores e 24.726 estudantes), espalhados em 12 centros, sendo quatro em São Luís e oito no interior, vão escolher hoje, por meio de votação eletrônica e remota, o reitor e o vice-reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O processo eleitoral será iniciado impreterivelmente às 8 horas e encerrado às 22 horas. Os eleitores poderão votar de qualquer lugar do planeta por celular, tablete, notebook, etc., sem risco de fraude ou distorções. O resultado será anunciado minutos depois do encerramento da votação. São candidatos a reitor os professores Fernando Carvalho, Luciano Façanha, Isabel Ibarra e Wener Miranda. Os três mais votados para reitor e para vice-reitor integrarão listas tríplices das quais sairão o futuro dirigente da UFMA e seu substituto legal.

– Vamos realizar uma eleição extraordinária, por um sistema moderno, seguro, transparente e auditável, já usado em metade das universidades brasileiras, com sucesso e sem problemas, expressando a vontade de eleitores – declarou ontem o reitor Natalino Salgado, o grande comandante do processo, para quem o resultado da eleição, a ser anunciado antes da meia-noite, traduzirá fielmente as escolhas da comunidade universitária. O acompanhamento será feito pela Polícia Federal, que fica com a chave de acesso ao sistema durante a votação e a apuração.

Inicialmente marcada para o dia 14, tendo sido suspensa por decisão judicial, a eleição foi confirmada para esta sexta-feira (21) depois que o Reitoria contestou a ação que suspendeu parcialmente o processo eleitoral, sob a alegação de que a votação eletrônica e remota contrariaria a natureza do processo de escolha da comunidade universitária. A demonstração da segurança e da eficiência do sistema eleitoral, já usado com sucesso em dezenas de universidades, inclusive na própria UFMA para a eleição de diretores de Centro, chefes de Departamento e coordenadores de mais de 90 Cursos, levou a Justiça a reverter a suspensão e autorizar a realização do pleito nesta sexta-feira.

Prognósticos informais feitos por grupos partidários de candidatos indicam que o favorito para encabeçar a lista tríplice é o professor Fernando Carvalho (atual pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação), que tem o aval do reitor Natalino Salgado, tem no currículo uma lista expressiva de serviços prestados à UFMA, como professor e como administrador e aparece na bolsa de apostas como o mais votado. O professor Luciano Façanha (atual diretor do Centro de Ciências Humanas), que tem o apoio da Apruma e foi o autor do pedido de suspensão do pleito, é também apontado como um candidato forte. Os professores Isabel Ibarra (ex-pró-reitora de Ensino) e Wener Miranda (ex-superintendente de Infraestrutura) não têm o lastro político dos dois, devem disputar a terceira colocação, sendo que ela, professora de origem cubana, tem mais chance de entrar na lista.

Em campanha aberta há semanas, partidários dos quatro candidatos a reitor agitarão hoje os centros da UFMA em São Luís, Imperatriz, Balsas, Bacabal, Codó, Chapadinha, Grajaú, São Bernardo e Pinheiro.  

Pela regra, a lista com os três mais votados será encaminhada ao Ministério da Educação, que a submeterá ao presidente da República, a quem cabe a palavra final. O presidente Lula da Silva teria assumido o compromisso com entidades representativas dos professores, estudantes e servidores de, mesmo tendo a prerrogativa de escolher um dos três, nomeará o mais votado.

No processo de escolha dos dirigentes da UFMA não existe chapa formada. Assim como o reitor, o vice-reitor é escolhido de maneira independente, sendo que os três mais votados formarão lista também a ser encaminhada ao MEC e ao presidente da República, que pode escolher um deles. Para o cargo de vice-reitor, os candidatos são Benedito Viana, Dimas Ribeiro, Josefa Bentivi, Leonardo Soares, Marcelino Filho, Maria do Carmo Barbosa e Ridvan Fernandes.

PONTO & CONTRAPONTO

PSDB prepara festa de filiação para avisar que voltou ao jogo político no Maranhão

Sebastião Madeira:
resistência salvou ninho

O comando estadual do PSDB está em contagem regressiva para o grande evento que o partido realizará no dia 4 de agosto com a filiação do presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor e outras lideranças da Ilha e do continente. Com o ato de filiações, o tucanato maranhense pretende matar dois coelhos com uma só cajadada.

O primeiro coelho é o fortalecimento do partido, que está renascendo das cinzas, depois de passar anos e anos submetido a comandos desastrados que só contribuíram para o emagrecimento da legenda, que quase desapareceu no Maranhão, sendo mantida apenas pela obstinada resistência do líder tocantino Sebastião Madeira, ex-prefeito de Imperatriz e atual chefe da Casa Civil e um dos principais articuladores núcleo de ferro do Governo Carlos Brandão.

O segundo coelho é reforçar os quadros da agremiação e dar uma demonstração inequívoca de que o PSDB renasceu de fato e está de volta ao tabuleiro político do Maranhão. Se não numa posição de proa, mas numa situação em que deve ampliar seu espaço na base de apoio do governador Carlos Brandão.

Roberto Rocha vai ao evento do Novo e deve voltar à cena política

Roberto Rocha, Lahesio Bonfim, Leonardo
Arruda e Felipe D`Ávila no jantar do Novo

Abalado por sucessivas derrotas políticas e eleitorais e por tragédias familiares – perdeu há meses o filho mais velho e há duas semanas o irmão mais velho – o ex-senador Roberto Rocha reapareceu, na noite de quarta-feira, no jantar organizado pelo braço maranhense do Novo em torno do idealizador do partido e ex-candidato a presidente da República, o cientista político Felipe D`Ávila, que falou para empresários a respeito do processo de desenvolvimento da região.

A presença dele no evento do Novo provocou rumores de que o ex-senador Roberto Rocha vai continuar atuando politicamente e pretende disputar votos. Ainda não se sabe se o ex-senador continuará no PTB, partido criado por Getúlio Vargas, ao qual foram filiados Leonel Brizola e João Goulart, mas que nos últimos anos, sob a presidência do ex-deputado federal Roberto Jefferson, se transformou no mais retrógrado nicho da direita radical e extremista.

Não será surpresa se, após superar as provações, o ex-senador Roberto Rocha retorne à cena política defendendo os argumentos ideológicos da direita, como fez durante o Governo Jair Bolsonaro, agora numa plataforma partidária também de direita, mas com viés democrático, como é o caso do Novo.

São Luís, 21 de Julho de 2023.

Indicado pelo PP, André Fufuca deve ser nomeado ministro pelo presidente Lula

André Fufuca pode ser nomeado ministro
por Lula da Silva a qualquer momento

Se não houver um entrave de última hora, como é comum acontecer em política, o deputado federal André Fufuca (PP) será um dos ministros do Governo do presidente Lula da Silva (PT). Iniciada há algum tempo, a costura com esse objetivo está nos pontos finais e pode ser concluída nas próximas horas pelo presidente da República, a quem cabe a palavra final sobre os acordos partidários para o fortalecimento da sua base na Câmara Federal. Ontem, os bem informados comentaristas dos programas de TV por assinatura deram como certo o iminente desembarque do parlamentar na Esplanada dos Ministérios, embora não tenha sido definida ainda a pasta que será por ele comandada em nome do PP. A certeza que circulou nesta quarta-feira em Brasília sobre o assunto reforçou a imagem do seu encontro com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o principal negociador do Palácio do Planalto.

O quase certo ingresso do deputado André Fufuca tem dois vieses, um partidário e um pessoal. O viés partidário revela a decisão do PP de fazer parte da base governista, garantindo o seu apoio às matérias propostas pelo Governo Lula da Silva, contrariando inclusive o que pensa o presidente do partido, o senador piauiense Ciro Nogueira, que foi ministro-chefe da Casa Civil do Governo Jair Bolsonaro (PL), e que continua atacando o atual Governo. O grande fiador dessa mudança de posição do PP é o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (AL), que tem no deputado André Fufuca um dos seus principais aliados nas articulações que ocorrem nos bastidores do Congresso Nacional.

No campo pessoal, a virtual nomeação do deputado André Fufuca para a equipe ministerial do presidente Lula da Silva é quase que o desdobramento natural de uma grande articulação na qual ele esteve ao centro. Junto com Arthur Lira, que o tem como uma espécie de braço direito, e com o aval de Ciro Nogueira, que o considera “como um filho”, o deputado André Fufuca foi desde o início escalado para ser um dos negociadores do PP com o Governo Lula da Silva. E atuou na condição de líder da bancada do PP na Câmara Federal, posição que tem lhe dado vasto poder de fogo como articulador. Teve, por exemplo, papel ativo na posição do partido na votação da Reforma Tributária e vem trabalhando intensamente pela aprovação do arcabouço que vai produzir o eixo fiscal do Governo do PT.

Nos nove anos em que atua na Câmara Federal, sete dos quais como membro do PP, o deputado André Fufuca aprendeu todos os caminhos e todas as regras para um desempenho parlamentar e político no imenso cipoal de interesses e diferenças que é o Congresso Nacional. Não é sem razão que ainda no primeiro mandato presidiu a CPI da Prótese, presidiu a Câmara Federal, presidiu nacionalmente o PP e hoje lidera a influente bancada do partido na Casa. Tudo isso sem expor excessivamente e sem entrar em bola dividida. Todos os degraus que alcançou foram resultado de um faro político excepcional e de um raro talento para articular nos bastidores.

Sua escalação para representar o PP no ministério é o desdobramento previsível de uma atuação política madura, que o colocou na cúpula do seu partido, no colégio de líderes e no alto clero da Câmara Federal. Em conversa com jornalistas, o ministro Alexandre Padilha declarou estar satisfeito com perfil do futuro ministro, deixando no ar a impressão de que é esse também o sentimento do presidente Lula da Silva, com quem o parlamentar esteve antes do embarque para a Europa. No encontro, do qual participou na condição de líder de bancada, o presidente teria manifestado simpatia pela postura política do congressista maranhense, que representa a banda mais lúcida do Centrão.

É nesse contexto que todos os ventos sopram a favor do deputado André Fufuca.

PONTO & CONTRAPONTO

Migração de Paulo Victor para o PSDB vai fragilizar o PCdoB em São Luís

Paulo Victor trocou
o PCdoB pelo PSDB

A confirmação do vereador Paulo Victor, presidente da Câmara Municipal de São Luís, ao PSDB, que será sacramentada no dia 4 de agosto, será uma pancada forte no PCdoB, podendo desencadear uma debandada no partido na Capital. Pré-candidato à Prefeitura de São Luís, Paulo Victor muito provavelmente levará outros quadros do velho e honrado “Partidão” para o ninho dos tucanos, que ganha novo ânimo depois de quase desaparecer sob a “liderança” do empresário Inácio Melo.

O chefe do parlamento ludovicense dá todas as indicações de que não está nesse barco para uma mera aventura ou para figurar como candidato a prefeito em busca de alguma notoriedade. Sua movimentação indica claramente que seu projeto é consistente e seu objetivo está definido: a cadeira principal do Palácio de la Ravardière. E tem consciência de que o PCdoB, por conta de acordos já amarrados, dificilmente lhe daria a vaga de candidato.

É cedo ainda para se medir o estrago que a saída do vereador Paulo Victor fará nas fileiras do PCdoB. Mas no meio político a expectativa é a de que depois da tucanização do presidente da Câmara Municipal o “Partidão” não será o mesmo em São Luís.

Novo traz D`Ávila a São Luís em busca de quadros para se firmar no Maranhão

Felipe D`Ávila tenta fortalecer o Novo

O partido Novo, que prega e defende com intransigência o ideário liberal ortodoxo e os ideais da direita dita civilizada, está se esforçando para fincar algumas estacas no tabuleiro da política do Maranhão. Ontem, por iniciativa do presidente regional, Leonardo Arruda, o Novo trouxe a São Luís o cientista político Felipe D`Ávila, um dos seus idealizadores e que foi o seu candidato na disputa para a presidência da República em 2022.

O programa da visita de Felipe D`Ávila: um jantar fechado com um grupo seleto de empresários, durante o qual o ex-candidato a presidente falaria sobre a visão do Novo a respeito do processo de desenvolvimento do Maranhão. E o motivo do Novo é claro: seduzir figuras da elite empresarial para reforçar as suas ainda inexpressivas fileiras no estado.

O primeiro passo do partido nessa direção foi dado em março, quando trouxe a São Luís o seu quadro mais importante: Romeu Zema, governador de Minas Gerais, que veio fazer política e abrir caminho para o seu projeto de disputar a Presidência da República em 2026.

O Novo é um partido que foi pensado para atrair as forças de uma vertente mais civilizada da direita, liberal na economia e cujas ideias se baseiam no capitalismo visto pela esquerda como “selvagem”. É conservador nos costumes, mas ciente de que a terra é redonda e faz parte do sistema solar, diferentemente do terraplanismo negacionista pregado pela direita radical identificada com a visão política do bolsonarismo.

No Maranhão, até agora o passo mais importante do Novo foi a filiação do médico Lahesio Bonfim, ex-prefeito de São Pedro dos Crentes como o seu quadro de proa, apostando na possibilidade – que muitos garantem não existir – de ele, que foi segundo na disputa pelo Governo do Estrado em 2022, vir a ser candidato à Prefeitura de São Luís no ano que vem.

São Luís, 20 de Julho de 2021.