Arquivos mensais: dezembro 2019

Flávio Dino dominou a década de 2010 e entra na de 2020 com força para continuar dando as cartas no Maranhão

 

Flávio Dino vira a década com liderança consolidada e cacife para seguir em frente

O governador Flávio Dino (PCdoB) fecha a década de 2019   vivendo o melhor da sua trajetória política até aqui. Movimenta-se com a desenvoltura de quem lidera uma longa e bem-sucedida transição no estado, atua com a segurança do gestor que vem realizando um Governo eficiente e transformador, decide com a coragem dos grandes oposicionistas, e amplia o seu raio de ação política com a visão aquilina do estadista que se coloca com precisão no cenário político nacional impreciso e conturbado, pronto para encarar debate de qualquer natureza sobre o Brasil, seus problemas e seu potencial. Não houve, nesta década, político com essa estatura no Maranhão, e dificilmente surgirá alguém com esse perfil e com os desafios que ele encontrou e venceu. Hoje, além de governar o Maranhão apoiado numa aliança partidária que vai da esquerda à direita e de atuar com destaque no plano político regional, como um dos líderes de um eficiente movimento de governadores, Flávio Dino está posicionado no cenário nacional com potencial para ser candidato a presidente da República em 2022, caso decida abrir mão de uma cadeira no Senado. Nenhum político maranhense com as suas condições chegou tão longe no cenário político deste século, especialmente no último decênio.

No plano estadual, Flávio Dino governa desde 2015 com inteligência administrativa, focado nos extratos mais carentes dos mais de sete milhões de maranhenses. Ao contrário do que ocorre em outros estados, onde se aplicam recursos limitados em obras faraônicas, ele optou por investir os parcos recursos do Estado num programa de Governo focado em Educação, Saúde, Segurança Pública e Infraestrutura. Dentro desses quatro pilares vem realizando programas audaciosos, inimagináveis até então. Só quem já visitou uma Escola Digna tem a real dimensão do isso significa. Ninguém pode formar juízo de valor sobre um Iema se não o conhecer por dentro, podendo-se dizer o mesmo de uma Escola de Tempo Integral. Seria interessante um contribuinte abastado passar por pobre e almoçar num restaurante popular da periferia de São Luís, ou então conhecer o Hospital de Traumatologia de São Luís. Observada com atenção, tais dão dimensão apropriada do que é o Governo em curso no Maranhão e dizem porque Flávio Dino é um governante diferenciado. E com um dado fundamental para os dias atuais: não há registro de corrupção na sua gestão.

Ao longo da década, o político Flávio Dino deu inúmeras demonstrações de habilidade e pragmatismo, sem abrir mão de um eixo ideológico sólido. Surpreendendo pela ousadia dos movimentos e pela precisão dos lances. Muitos viram sua derrocada quando ele assumiu a defesa da então presidente Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment em 2016, e houve também quem enxergasse erro grave o apoio que deu à campanha presidencial de Fernando Haddad (PT) em 2018, posicionando-se como adversário da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), a quem impôs uma derrota humilhante no Maranhão. Provou que estava certo quando se reelegeu em turno único, com 20 pontos percentuais sobre a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), seu concorrente mais próximo. Coerente, posicionou-se na linha oposicionista ao novo Governo, alimentando tal posição com duras e frequentes, mas procedentes e equilibradas críticas às decisões do novo Governo central e às posições e postura do presidente da República. Ao mesmo tempo, vem conseguindo manter um relacionamento institucional com a Esplanada dos Ministérios.

Flávio Dino fecha a década com estatura política bem maior do que, provavelmente, ele próprio esperava. No Maranhão, ocupou espaço só ocupado por José Sarney durante mais de meio século, liderando uma transição equivalente ao movimento sarneysistas sobre o vitorinismo, nos anos 60 do século passado. Hoje, sua liderança é incontestável, não havendo na aliança nem fora dela alguém com cacife para lhe fazer sombra. No plano nacional, Flávio Dino é hoje um político respeitado na seara oposicionista, na elite acadêmica, nos meios intelectuais, na esquerda, no empresado progressista, nos segmentos artísticos, etc. Suas palestras são concorridas, suas entrevistas repercutem bem, e mesmo ainda sendo assunto sobre o qual costuma desconversar, a candidatura presidencial é, para muitos, um projeto levado a sério e viável. O PCdoB o quer candidato, o PSB, também, havendo até quem aposte que ele migre para o PT. Tem ainda dois anos pela frente para decidir o seu futuro, podendo permanecer no Governo até o fim e retornar a dar aulas de Direito na UFMA e militar na advocacia. Diz topar qualquer parada, desde que deixe o Maranhão em boas mãos.

O fato é que Flávio Dino começou a década sofrendo uma derrota para Roseana Sarney em 2010, mas virou o jogo e se tornou a liderança dominante nos anos que se seguiram, com duas eleições acachapantes, e virando o decênio com cacife para continuar dando as cartas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Holanda Júnior vira década com cacife para eleições futuras

Edivaldo Holanda Júnior, acompanhado da primeira-dama Camila Holanda: mão na massa e cacife gordo para eleições futuras no município ou no estado

Há muito São Luís não vivia uma gestão tão regular como a do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. (PDT). Os conturbados e traumáticos primeiros 90 dias da sua gestão – janeiro, fevereiro e março de 2013 -, reflexo do grave desarranjo administrativo e financeiro deixado pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB), não foram suficientes para tirar o foco do novo prefeito na ideia de fazer uma administração correta e eficiente. Tudo funcionou como planejado: apesar de todas as dificuldades, os salários foram regularizados e mantidos em dia. A gestão começou a ganhar ritmo na segunda metade de 2014, depois dos problemas equacionados, e engrenou de vez em 2015, com a posse do governador Flávio Dino, que lhe abriu as portas do Governo do Estado. O prefeito Edivaldo Holanda Júnior mergulhou no trabalho e chegou a 2016 com autoridade para pedir a renovação do mandato. Mesmo pressionado pelo “fator” Eduardo Braide (PMN), que chegou a ameaçar seu projeto de reeleição, Edivaldo Holanda Júnior foi reeleito com margem segura. O segundo mandato tem sido se dado com vento em popa, com a execução de vários programas importantes, a do asfaltamento da cidade – fruto de um empréstimo de R$ 250 milhões contratado com a Caixa – e a revitalização do centro de São Luís, com a reforma da Praça Deodoro e da Rua Grande. Edivaldo Holanda Júnior regularizou e melhorou sensivelmente a rede escolar municipal, inclusive contratando professores, e injetou os recursos possíveis na melhoria do sistema municipal de Saúde. No último ano da sua gestão, que começa neste 1º de Janeiro, entra na ciranda política com força suficiente para influir decisivamente na escolha do candidato e na linha da campanha. Foi o mais importante líder político de São Luís na década que termina hoje. E começa a nova década com um horizonte largo.

RepórterTempo deseja a todos um próspero e venturoso 2020

A Coluna deseja aos seus leitores, maranhenses e brasileiros, os votos de um Ano Novo próspero e venturoso, e durante o qual continuará o esforço jornalístico para oferecer-lhes interpretações que ajudem a compreender a ciranda da política estadual e seus reflexos. Com gratidão.

São Luís, 31 de Dezembro de 2019.

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Josimar de Maranhãozinho fecham 2019 de olho no Palácio dos Leões em 2022

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Josimar de Maranhãozinho: movimentos em direção aos Leões em 2022

Por mais que uma ou outra voz de peso lembre que ainda é muito cedo para tocar no assunto, a verdade indiscutível e dominante no meio político é a de que a corrida sucessória de 2022 já começou, tanto no plano federal, quanto na seara estadual. O Maranhão político encerra 2019 observando atentamente a três movimentos que visam o Palácio dos Leões. Um deles é protagonizado pelo vice-governador Carlos Brandão (PRB), que busca reunir cacife para tornar-se o sucessor natural do governador Flávio Dino (PCdoB); o outro é liderado pelo senador Weverton Rocha (PDT), que saiu das urnas de 2018 cacifado para se lançar como cabeça de chapa da aliança comandada pelo governador Flávio Dino; e o terceiro é chefiado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que corre por fora com parecendo decidido a ser candidato a governador de qualquer maneira. Nesse tabuleiro ainda impreciso, além de impulsos cada vez menos frequentes do senador Roberto Rocha (PSDB) e de uma perspectiva ainda nebulosa do deputado federal Eduardo Braide (Podemos), a Oposição politicamente mais forte e concentrada no que restou do Grupo Sarney não dá sinais de projetos no campo sucessório estadual, mantendo a ex-governadora Roseana Sarney como possibilidade. Assumidos ou ainda não, os aspirantes à sucessão de Flávio Dino entrarão 2020 focados nas eleições municipais, cujos resultados serão decisivos para 2022.

O vice-governador Carlos Brandão há tempos assumiu a condição de candidato a candidato a governador. O fez autorizado pela excelente relação pessoal, institucional e política com o governador Flávio Dino, que o tem na conta de um vice correto, útil e confiável. Ao contrário de vices que vivem a eterna “expectativa de direito” e se dedicam à conspiração para minar o titular, Carlos Brandão firmou-se como um membro destacado da equipe de Governo, assumindo tarefas de grande importância, como as de correr o mundo em busca de investimentos para o Maranhão, atuando também como representante do chefe e de governador temporário em várias ocasiões, sem o registro de qualquer deslize ou excesso que arranhasse a confiança. Ao mesmo tempo, Carlos Brandão alinhavou uma agenda de conversas políticas com interlocutores importantes, como deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores de todas as cores partidárias, bem como líderes da sociedade civil organizada, empresários, líderes comunitários e sindicais, artistas, intelectuais e jornalistas. Com esses movimentos fecha 2019 embalado para intensificar sua agenda em 2020, pretendendo ampliar seu cacife nas eleições municipais. Movimenta-se com o aval discreto, mas descompromissado, do Palácio dos Leões

Conhecido como “uma máquina de fazer política”, como definem   aliados e adversários, o senador Weverton Rocha ampliou muitas vezes os seus movimentos de candidato a candidato a governador, trabalhando em três frentes para fortalecer seu projeto de candidatura. Primeiro tenta ampliar o raio de ação do PDT, que comanda com mão de ferro. Segundo, intensifica sua aproximação com prefeitos por meio da Famem, presidida por seu coordenador, Erlânio Xavier, prefeito de Igarapé Grande. E, terceiro, exerce um mandato senatorial de maneira integral, propositiva e com posições políticas firmes no campo oposicionista, atuando ainda como articulador eficiente. Com essas credenciais, Weverton Rocha opera sem descanso para viabilizar seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões em 2022, mas sempre ressalvando que a empreitada está diretamente relacionada com o caminho que o governador Flávio Dino vier a tomar visando sua própria sucessão. O senador sabe que as eleições municipais, especialmente a de São Luís, terão peso decisivo na corrida sucessória estadual, e já investe forte para que o resultado das urnas reforce o lastro político e eleitoral que está construindo para chegar em 2022 devidamente cacifado. Seus movimentos são também discretamente avalizados, mas também sem compromisso, pelo Palácio dos Leões.

O terceiro movimento aberto e assumido para a sucessão estadual é feito pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe do PL no Maranhão. Político controvertido, dono de surpreendente poder de persuasão e movido por um arrojo incomum, Josimar de Maranhãozinho se move na corrida sucessória respaldado por uma bancada com três deputados federais e outra com quatro deputados estaduais, além de um batalhão de prefeitos e vereadores espalhados nas mais diversas regiões do estado. Esse cacife o fez campeão de votos para a Câmara Federal (191 mil), e sua mulher, Detinha (88 mil), campeã na corrida à Assembleia Legislativa. Aliado do governador Flávio Dino, com momentos furta-cor, Josimar de Maranhãozinho faz uma política agressiva, do tipo preto no branco, com resultado, e em vários aspectos polêmica. Ele não mede esforços nem meios para alcançar seus objetivos e já deixou claro, em várias entrevistas, que o projeto de disputar o Governo do Estado é para valer, independentemente do desenho que venha a ser dado pelo governador Flávio Dino. Sabe que dificilmente será o candidato do Palácio dos Leões, mas está determinado a seguir em frente, apostando que sairá fortalecido das eleições municipais.

Os três, cada um a seu modo, vão jogar duro na corrida eleitoral de 2020, certo de que o resultado que sair das urnas será decisivo para seus projetos de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana Sarney saiu do casulo e voltou à ribalta como estrela do MDB

Roseana Sarney: parece longe da aposentadoria política

Em uma das suas edições do início do ano, a Coluna previu que, ao contrário do que muitos apostavam, a derrota eleitoral de 2018 e a posição do MDB contrária à sua ascensão à presidência do partido no estado poderiam até fazer a ex-governadora Roseana Sarney se recolher por uns tempos, mas que ninguém se enganasse: ela não estava aposentada e, cedo ou tarde, sairia do casulo para, de alguma maneira, retomar seu posto de estrela maior do partido. Não deu outra. Logo em março, a ex-governadora desembarcou em Brasília e foi eleita por aclamação membro da Executiva nacional do partido. Depois, viu seu nome ser colocado na teia de especulações sobre candidaturas à Prefeitura de São Luís. Ele desconversou, pronunciou uma frase politicamente intraduzível: “Nem, nem, nem”, mas que alguns leram como “nem sim, nem não”.

Roseana Sarney voltou à tona no final de novembro, quando o deputado Roberto Costa, vice-presidente do MDB, num discurso imprevisto numa tarde de terça-feira na Assembleia Legislativa, surpreendeu o meio político ao lançá-la, sem consulta prévia, candidata do MDB à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Foi um rebuliço dentro e fora do partido. O gesto de Roberto Costa era, na verdade, uma prévia para um movimento bem mais amplo: uma reunião de líderes municipais, que traria a São Luís o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, e que acabou se transformando numa grande festa lançar a candidatura ex-governadora. O encontro foi bem sucedido, ainda que ela tenha deixado a resposta no ar e indicado que dificilmente aceitará o desafio. Mas ficou claro que qualquer definição do MDB passará pelo seu crivo.

Para ser ou não candidata a prefeita de São Luís, o fato é que Roseana Sarney deu mostras claras de que gostou de voltar à ribalta da política ouvindo apelos do seu partido para entrar na briga. Há quem diga que ele prefere manter seu cacife para 2022. Sua nada modesta mensagem natalina exibida em horário nobre da TV Mirante pode ser um indicador do que vem por aí.

 

PCdoB está próximo de decidir entre Rubens Júnior e Duarte Júnior

Rubens Júnior e Duarte Júnior: o escolhido pelo PCdoB deve ter o apoio do não escolhido

No dia 1º de janeiro começará uma espécie de contagem regressiva para o PCdoB decidir entre o deputado federal   Rubens Júnior e o deputado estadual Duarte Júnior quem será o seu candidato a prefeito de São Luís. O martelo será batido em janeiro ou ao longo de fevereiro, de modo que quando as águas de março chegarem, o partido já terá superado a faze da escolha e o candidato já deverá estar se movimentando em pré-campanha. Há quem diga que se não for escolhido, Rubens das Cidades e Desenvolvimento urbano, deixará a equipe governamental e retornará a Brasília, sem deixar uma crise no seio do partido. Já muitos acreditam que se não for escolhido, o deputado Duarte Júnior poderá deixar o PCdoB e procurar uma legenda para ser candidato por conta própria, sem o aval do Palácio dos Leões. Mas a verdade é que o governador Flávio Dino e o presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, vão trabalhar o sentido de que a escolha seja feita sem traumas, com o escolhido contando com o apoio do não escolhido. É o que deve acabar acontecendo.

São Luís 29 de Dezembro de 2019.

Bancada na Câmara Federal teve atuação positiva, com posições destacadas de Márcio Jerry e Juscelino Filho

 

Márcio Jerry e Juscelino Filho: atuações destacada numa bancada federal renovada e atuante e bons resultados

A nova bancada do Maranhão na Câmara Federal surpreendeu no seu primeiro ano de atuação. Os 10 deputados eleitos e os oito reeleitos foram legislativa e politicamente ativos, produzindo um saldo de ações parlamentares bem maior e mais expressivo do que a média dos últimos tempos. Houve, claro, alguns deputados com desempenho muito acima das expectativas, assim como outros com resultados abaixo do que era esperado. Mas, de um modo geral, se analisada como bancada, a representação maranhense foi expressivamente atuante, e com alguns parlamentares, como Marcio Jerry (PCdoB) e Juscelino Filho (DEM), por exemplo, com atuações maiúsculas. Agindo em diversos campos partidários, mas politicamente afinados ou desafinados com o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a maioria dos integrantes da bancada maranhenses justificou a eleição, como Eduardo Braide (Podemos), Bira do Pindaré (PSB), Gastão Vieira (PROS), Pedro Lucas Fernandes (PTB), Hildo Rocha (MDB), Aluísio Mendes (PSC), Edilázio Júnior (PSD), André Fufuca (PP), João Marcelo (MDB), Cleber Verde (PRB), Gil Cutrim (PDT) Josimar de Maranhãozinho (PL) e Zé Carlos (PT). E foi evidenciada também a atuação modesta de parlamentares com menor expressão política, como Júnior Lourenço (PL), Júnior Marreca Filho (Patriotas) e Pastor Gildenemyr (PL).

Qualquer avaliação isenta apontará o deputado federal Márcio Jerry como o quadro mais destacado da atual bancada maranhense. Ele ocupou todos os espaços que lhe foram abertos, desempenhando dois papéis fundamentais do seu projeto parlamentar: ser o porta-voz do governador Flávio Dino no cenário federal, e turbinar, com atuação ousada, a bancada do PCdoB no confronto direto com as forças que representam o Governo Bolsonaro na Câmara Baixa. Márcio Jerry foi atuante no plenário, onde participou de inúmeras articulações, foi contundente na tribuna, onde pronunciou discursos fortes sobre temas diversos, foi eficiente nas comissões, onde se posicionou com firmeza, e foi destacado como articulador na seara da esquerda que integra o mosaico oposicionista. Encarou com segurança o embate direto com a tropa de choque do Palácio do Planalto, às vezes com o chefe dela, deputado Eduard Bolsonaro (sem partido) que, via de regra, fugiu ao debate. Terminou o ano como uma das referências da esquerda no Congresso Nacional.

O deputado Juscelino Filho ganhou força e espaço político e partidário como um dos líderes do DEM na Câmara Federal. Para começar, foi eleito presidente da Comissão de Ética da Casa, um cargo aparentemente sem importância, mas que em determinados momentos ganha grande relevância, como acontece agora, quando ali se debate o futuro do deputado Eduardo Bolsonaro, acusado de quebra de decoro por haver defendido a volta do AI-5. Voz de peso na bancada do DEM, Juscelino vem se envolvendo em questões, como acontece agora como relator do projeto de lei em que o presidente Bolsonaro propõe mudanças radicais nas regras de trânsito. Juscelino detonou várias propostas, protagonizando uma guerra direta com o presidente.

Alguns deputados atuaram com frequência e se destacaram em alguns momentos, ganhando espaço por conta de propósitos, escolhas e atitudes. O deputado Pedro Lucas Fernandes, por exemplo, assumiu a liderança da bancada do PTB, alcançando o chamado alto clero, e se destacou pelo empenho que dedicou à aprovação do Acordo de Salvaguarda Tecnológicas (AST) para o uso comercial da Base de Alcântara. O deputado Bira do Pindaré tem dedicado esforços à defesa das causas sociais e políticas, como as dos negros, dos quilombolas, dos bancários, e dos trabalhadores em geral, consolidando uma alinha de ação com forte viés social. Os deputados Hildo Rocha, Aluísio Mendes, Edilázio Júnior e Pastor Gildenemyr têm caracterizado suas ações parlamentares pelo viés político, declarando total apoio ao presidente Jair Bolsonaro, cujo Governo aprovam e defendem atacando adversários. O deputado Gil Cutrim, por exemplo, marcou seu mandato até aqui rebelando-se contra a orientação do seu partido, o PDT, e votando a favor da Reforma da Previdência, correndo agora o risco de ser expulso da agremiação.

Se tivesse de ser submetida a um crivo rigoroso, a bancada federal dificilmente teria outra avaliação, tanto no que diz respeito ao desempenho individual ou no sentido coletivo. Aliás, vale ressaltar que sempre que foi instada a se posicionar como representação maranhense – como no caso do AST, por exemplo, o fez de maneira politicamente correta.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia Legislativa bateu recorde de proposições; Yglésio Moises foi o campeão em propostas

Yglésio Moises liderou a produção legislativa seguido de Wellington do Curso e Duarte Júnior.

Com 23 deputados eleitos e 19 reeleitos, a Assembleia Legislativa empossada em fevereiro emplacou seu primeiro ano com uma produção legislativa surpreendente. Pelo crivo do plenário, comandado pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), passaram nada menos que 3.750 proposições – 611 projetos de lei, 1.936 indicações, 758 requerimentos, 175 projetos de resolução e 115 monções, entre outras. O total equivale a um aumento de 24% em relação a 2017, quando a Casa registrou o recorde de 3.006 matérias apreciadas. Os números informam que no primeiro ano, a Assembleia Legislativa saída das urnas em 2018 teve desempenho excepcional.

De acordo com os registros todos os deputados atuaram como legisladores, propondo projetos de lei, apresentando requerimentos e indicações ou apoiando ou discutindo projetos de resolução, esses de iniciativa da Casa. Nesse contexto, cinco deputados tiveram atuação excepcional:

Yglésio Moises (sem partido): foi o campeão do ano como legislador, tendo apresentado 483 proposições, sendo 42 projetos de lei ordinária, 16 projetos de resolução legislativa, 12 projetos de emenda constitucional, 26 moções e 344 indicações e 44 requerimentos, um desempenho excepcional para um parlamentar de primeiro mandato. E com um detalhe especial: não faltou a nenhuma sessão durante todo o ano.

Wellington do Curso (PSDB): apresentou 367 proposições, sendo 126 projetos de lei ordinária, sete projetos de resolução legislativa, 20 moções, 114 requerimentos e 100 indicações, atuando quase que como voz solitária de oposição.

Duarte Jr. (PCdoB): outra revelação de nível, com desempenho destacado no plenário, com a seguinte produção legislativa: 315 proposições, sendo 61 projetos de lei, 13 projetos de resolução, 66 requerimentos, 170 indicações, quatro moções e uma PEC. Teve também atuação forte e polêmica no plenário, sempre disposto ao embate direto, com o que travou com o preparado deputado César Pires sobre autoria de proposição.

Arnaldo Melo (MDB): parlamentar experiente, com dois mandatos de presidente da Casa no currículo, apresentou, sem alarde, 158 proposições, sendo 25 projetos de lei, um projeto de resolução, 34 requerimentos, duas moções e 96 indicações.

Fernando Pessoa (Solidariedade): deputado de primeiro mandato, surpreendeu pela produção legislativa com 145 proposições: 25 projetos de lei, cinco projetos de resolução, 29 requerimentos e 86 indicações.

Todos os demais deputados tiveram produção legislativa. Os números são os seguintes:

Adelmo Soares (PCdoB): 55 proposições, Adriano Sarney (PV): 118, Antônio Pereira (DEM): 19, Ariston Ribeiro (Avante): 54, Carlinhos Florêncio (PCdoB): 15, César Oires (PV): 28, Ciro Neto (PP): 72, Leonardo Sá (PL): 52, Edivaldo Holanda (PTC): 47, Edson Araújo (PSB): 32, Fábio Macedo (PDT): 16, Felipe dos Pneus (PRTB): 119, Glaubert Cutrim (PDT): 17, Hélio Soares (PL): 58, Neto Evangelista (DEM): 45, Othelino Neto (PCdoB): 18, Pará Figueiredo (PSL): 121, Pastor Cavalcante (PROS): 45, Paulo Neto (DEM): 3, Marco Aurélio (PCdoB): 15, Rafael Leitoa (PDT): 50, Ricardo Rios (PDT): 8, Rigo Teles (PV): 32, Rildo Amaral (Solidariedade): 53, Roberto Costa (MDB): 29, Vinícius Louro (PL): 143, Wendell Lages (PMN): 144, Zé Gentil (PRB): 11, Zé Inácio (PT): 38, Zito Rolim (PDT): 16.

 

Bancada feminina teve bom desempenho legislativo

Helena Duailibe, Daniella Tema e Thaíza Hortegal ,lideraram a produção legislativa na bancada feminina

A bancada feminina teve um bom desempenho legislativo. A campeã de proposições foi a deputada Helena Duailibe (Solidariedade), que levou para a Assembleia Legislativa a experiência de vereadores, vice-prefeita de São Luís e secretária de Saúde da Capital e do Estado, tendo apresentado 93 proposições, entre projetos de lei, indicações e requerimentos. A vice-campeã foi a deputada Daniella Tema (DEM), 82 proposições, um desempenho excepcional para deputada de primeiro mandato, seguida pela também estreante deputada Thaíza Hortegal (PP), que apresentou 78 proposições. Na sequência vieram as deputadas Mical Damasceno (PTB) com 69, Detinha (PL) com 66, Andreia Rezende (DEM) com 55, Cleide Coutinho (PDT) com 34 e Ana do Gás (PCdoB) com 21. Em tempo: Ana do Gás está licenciada do mandato desde o primeiro semestre, exercendo o cargo de secretária de Estado.

São Luís, 27 de Dezembro de 2019.

Roberto Costa fecha 2019 como líder de um movimento destinado a mudar a cara do MDB maranhense

 

Roberto Costa encara o desafio de mudar a cara do MDB no Maranhão

Nos últimos tempos, o Maranhão tem assistido a líderes da nova geração assumir e dar sobrevida promissora a partidos que caminhavam para a prateleira da História política estadual, a exemplo do hoje deputado federal Márcio Jerry, que comandou a transformação do PCdoB na maior força política maranhense da atualidade, e do deputado federal Juscelino Filho, que tirou o DEM da gaveta do esquecimento e devolveu-lhe parte da força de outros tempos. Nesse cenário de redefinições e transformações partidárias, o deputado estadual Roberto Costa fecha 2019 como o líder que, desafiando a lógica e empreendendo uma complicadíssima obra de engenharia política, está redesenhando a cara ao MDB no Maranhão, o que significa, em certa medida, mudar também a cara do sarneysismo. Atual vice-presidente do partido, o deputado tem usado habilidade e ousadia para oxigenar a maior e mais importante cidadela política do sarneysismo, enfrentando o poder de caciques, os quais, inicialmente resistentes, vão aos poucos compreendendo que o MDB tem de se renovar, sob pena de acabar. O ano que termina foi decisivo para que o MDB, sob o comando eficiente do ex-senador João Alberto e fortemente influenciado pela ala jovem comandada por Roberto Costa, tenha dado passos largos no caminho da renovação.

A guinada começou após o anúncio do resultado das eleições de 2018, quando o MDB foi duramente castigado nas urnas: não elegeu Roseana Sarney governadora, perdeu duas vagas no Senado, só elegeu dois deputados federais (Hildo Rocha e João Marcelo) e dois estaduais (Roberto Costa e Arnaldo Melo). Por pressão da ala jovem, o MDB iniciou um movimento para mudar o comando e a linha de ação. Em meados de dezembro do ano passado, a ex-governadora Roseana Sarney se dispôs a substituir a João Alberto na presidência do partido, mas Roberto Costa se contrapôs, argumentando que o MDB precisava de uma mudança radical, que dessa vez às novas lideranças, e anunciou a própria candidatura a presidente. Roseana Sarney reagiu vetando-o. O partido começou 2019 num cabo de guerra entre Roberto Costa e Roseana Sarney, com a participação do deputado Hildo Rocha, que também vetou Roseana Sarney e se lançou candidato. Diante do risco de um racha fatal, em março foi selado um acordo: João Alberto na presidência tendo Roberto Costa como vice-presidente.

Roberto Costa assumiu na prática o comando político do partido, adotando uma linha de ação mais flexível, adotando uma linha pragmática na Assembleia Legislativa, abrindo canais de conversação, como as sondagens para lançar o juiz federal Carlos Madeira candidato a prefeito e diálogo com outras alas do Grupo Sarney, aproximando o braço maranhense do novo presidente nacional, deputado federal paulista Baleia Rossi, ele próprio líder de uma guinada que renovou o comando nacional do partido. Essa relação foi estreitada ao longo do ano e resultou na vinda de Baleia Rossi ao Maranhão, em novembro, onde foi homenageado por Roberto Costa na Assembleia Legislativa e participado de um encontro de líderes emedebistas cujo ponto alto foi o lançamento da ex-governadora Roseana Sarney como candidata a prefeita de São Luís – ela ficou de pensar.

Roberto Costa atua agora para costurar rasuras internas, dialogando com as diversas correntes do partido, numa operação destinada a alcançar a unidade do MDB para as eleições municipais do ano que vem. Na semana passada, por exemplo, esteve em Brasília, onde manteve várias reuniões com o presidente emedebista, uma delas ao lado do deputado Hildo Rocha, a quem pediu apoio para prosseguir com os ajustes no MDB maranhense. Agora, o desafio maior é preparar o partido para as eleições municipais, tendo como estratégia básica lançar candidatos no maior número possível de municípios, a começar por São Luís e Imperatriz. Enquanto isso, seu principal avalista, o ex-senador João Alberto, mantém o partido bem administrado, como uma máquina política com estacas fincadas em todas as regiões do Maranhão, devendo lançar pelo menos 120 candidatos a prefeitos e centenas de candidatos a vereador.

2020 será decisivo para o projeto de renovação do MDB comandado por Roberto Costa com o aval da ala jovem e, em certa medida, dos caciques do partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Osmar Filho não será candidato a prefeito de São Luís, mas terá papel importante no processo

Osmar Filho: dúvida 

Pelo menos uma decisão já estaria tomada dentro do PDT: o vereador Osmar Filho, presidente da Câmara Municipal, não será candidato a prefeito nas eleições do ano que vem. Ele poderá ser candidato a vice-prefeito em chapa liderada por um candidato do PCdoB ou numa aliança do seu partido com o DEM, ou cuidará de renovar seu mandato, o que parece ser o seu caminho mais provável. Isso não significa dizer que o presidente da Câmara Municipal esteja fora do jogo sucessório. O que é verdadeiro é o fato de que todas as avaliações indicam não ser esse o seu momento de encarar uma disputa majoritária, pois suas chances nessa guerra pela sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) são modestas diante de candidatos com o poder de fogo de Eduardo Braide (Podemos), Rubens Júnior ou Duarte Júnior (PCdoB), Neto Evangelista (DEM), Bira do Pindaré (PSB), Wellington do Curso (PSDB) e Yglésio Moises (sem partido). Nesse tabuleiro, o presidente da Câmara Municipal terá papel importante no fortalecimento do candidato que vier a apoiar, podendo também se reeleger de novo como campeão de votos, o que poderá até garantir sua continuidade no comando do Legislativo municipal. Osmar Filho já tem experiência política suficiente para perceber que o cenário não lhe é favorável como pré-candidato a prefeito, mas lhe sorrir abertamente se resolver renovar o mantado.

 

Flávio Dino comemora pagamento antecipado dos servidores durante cinco anos

Flávio Dino 

O governador Flávio Dino (PCdoB) anuncia o pagamento antecipado do mês de dezembro aos servidores do Estado, comemorando também o fato de que nos seus 60 meses de Governo pagou os servidores rigorosamente em dia, incluindo o 13º salário nestes cinco anos. O governador tem todo o direito de fazer esse registro em clima de entusiasmo. Afinal, além do fato em si, a manutenção rigorosa do pagamento dos servidores se dá num contexto em que boa parte dos estados enfrenta gigantescas dificuldades para cumprir essa obrigação e outros não têm conseguido cumpri-la, gerando uma cadeia de problemas. Os governadores que amargam essa dificuldade estão cm seu futuro político seriamente comprometido.

São Luís, 24 de dezembro de 2019.

Firme no comando da Assembleia Legislativa, Othelino Neto multiplicou seu espaço político em 2019

 

Othelino Neto: espaço político ampliado por ações bem articuladas no jogo do poder

2019 entra para os registros como um ano em que a política maranhense concluiu o desenho do um cenário no qual novas lideranças, que saíram fortalecidas das eleições de 2018, se consolidaram, pisando firmes para dar as cartas na disputa pelo poder estadual nos próximos tempos. Um dos exemplos mais expressivos e emblemáticos desse contexto é o deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), que aos 43 anos preside a Assembleia Legislativa. Ele ocupa o terceiro lugar na cadeia sucessória estadual e vem ampliando seu espaço político de tal modo que, dependendo dos movimentos do xadrez a ser jogado pelo governador Flávio Dino para 2022, poderá ser candidato a deputado federal, senador, vice-governador ou governador. Atualmente, o parlamentar é apontado por pelo menos 38 dos 41 colegas de Assembleia Legislativa como um presidente eficiente no aspecto administrativo, confiável e inovador no plano legislativo, e já exibindo sinais fortes de liderança na seara política.

A ascensão política de Othelino Neto – que, é bom lembrar, iniciou sua trajetória no movimento estudantil – deu uma grande guinada nos últimos cinco anos. Em 2015, quando se tornou 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto começou a se movimentar com inteligência, ousadia e precisão no complicado escorregadio tabuleiro da política estadual, ampliando o seu raio de ação na complexa e movediça seara parlamentar, surpreendendo a cada passo. Reelegeu-se 1º vice em 2016 numa eleição antecipada da Mesa, sucedeu ao presidente Humberto Coutinho (PDT) – falecido em janeiro de 2018 -, reelegeu-se deputado em 2018 com a quarta maior votação, elegeu-presidente para os quatro anos da atual legislatura, após arquitetar e colocar em prática um amplo acordo envolvendo todas as correntes da Assembleia Legislativa, inclusive a Oposição.

A condição de presidente pelos próximos quatro anos o colocou no epicentro do poder político estadual. Para começar, saltou de uma posição discreta para o centro das decisões do PCdoB. Depois, seus movimentos o credenciaram a se tornar um dos principais interlocutores políticos do Maranhão. Ele já atua fazendo, como chefe do Poder Legislativo, ponte eficiente com o Poder Executivo e o Poder Judiciário, tornando-se, nesse ambiente, um negociador confiável, acreditado principalmente pelos deputados. No plano externo, presidiu o ParlaNordeste, o fórum dos presidentes das Assembleias Legislativas dos nove estados da região, posicionando-se com firmeza nos embates políticos dos líderes nordestinos, entre eles o governador Flávio Dino, com o presidente Jair Bolsonaro. Até agora, atuou no plano institucional com desenvoltura e sem cometer erros, o que tem reforçado seu crescimento no plano político.

Membro atuante de uma geração que vem se firmando numa realidade de plena liberdade política e que no Maranhão comanda uma grande transição liderada pelo governador Flávio Dino, o deputado Othelino Neto tem agido para consolidar a nova ordem com ousados movimentos de inovação. Pessoalmente, quebrou a redoma em que sempre se encastelaram os chefes do Poder Legislativo e tem saído para o debate público com um podcast semanal no qual diz o que pensa sobre os mais diversos temas em voga no Maranhão e no País. No campo institucional, tem levado a Assembleia Legislativa para mais perto do cidadão por meio de uma série de ações, entre elas a Assembleia em Ação, que já aconteceu em várias regiões e alcançou representes políticos de mais de 1,5 milhão de maranhenses.

Claro que o espaço político que multiplicou tem a ver com a presidência da Assembleia Legislativa. Mas é claro também que seu mérito está exatamente no fato de ter alcançado o cargo pela via da articulação, enfrentando concorrentes, que em determinados momentos agiram como adversários. É igualmente óbvio que o status alcançado é fruto permanente do que há de mais verdadeiro na política: a luta pelo poder. A essas alturas, o deputado Othelino Neto sabe que seus próximos passos políticos serão difíceis e decisivos. Mas a julgar pelo desempenho político que alcançou em 2019, poucos duvidam de que tem condições de chegar a 2022 com força para uma disputa majoritária.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eduardo Braide tem dificuldades para definir perfil político e partidário da sua candidatura

Eduardo Braide

Ao mesmo tempo em que surfa na condição de favorito na disputa à Prefeitura de São Luís, o deputado federal Eduardo Braide enfrenta a incômoda situação de não ter ainda dado uma identidade política e partidária ao movimento que vai embalar sua candidatura. Político de centro-direita, muito identificado com a ideologia do seu novo partido, o Podemos, Eduardo Braide pode vir a ter o apoio do PSDB, liderado pelo senador Roberto Rocha, ou, em outro cenário, disputar numa aliança com o PSD, comandado agora pelo deputado federal Edilázio Jr., também de centro-direita, mas com o carimbo do Grupo Sarney na camiseta, mesmo não tendo o apoio declarado dos chefes do grupo.

Com a experiência da eleição passada, quando concorreu sem o suporte de um grupo partidário, Eduardo Braide sabe que eleição para prefeito de uma cidade como São Luís é, em grande medida, fruto de uma grande articulação, que começa com aliança partidária. Isso significa dizer que ele, mesmo embalado pelo favoritismo, dificilmente terá sucesso eleitoral se repetir a façanha de tentar eleger-se como um outsider.

E para complicar ainda mais o cenário, alianças com o PSDB e o PSD ainda dependerão do desfecho de guerras internas nestes dois partidos.  O PSDB caminha para um embate de desfecho imprevisível entre o deputado Wellington do Curso, que tem bom desempenho nas pesquisas e se declarou candidato, e o senador Roberto Rocha, que vislumbra aliar o ninho dos tucanos de São Luís ao candidato do Podemos, ocupando a vaga de vice. No PSD, os caciques do Grupo Sarney certamente tentarão levar o partido para uma aliança com o PV em torno da candidatura do deputado estadual Adriano Sarney, que também já avisou que será candidato de qualquer maneira.

Eduardo Braide tem tempo para definir o perfil da sua candidatura, mas difícil livrar-se dos respingos de uma guerra no PSDB e de um carimbo do sarneysismo.

 

PDT já avalia não lançar candidato em São Luís

Uma certeza começa a dominar o PDT: o partido não fará o   sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, devendo perder o controle sobre a mais importante máquina municipal do Maranhão. O presidente da agremiação, senador Weverton Rocha (foto), já fez e refez todos os cálculos políticos e eleitorais e não encontrou um pedetista com densidade para entrar na   sucessória com alguma possibilidade de sucesso. O nome mais próximo dessa condição é o presidente da Câmara de São Luís, vereador Osmar Filho, mas pedetistas de proa avaliam que ele, mesmo politicamente forte, não tem fôlego eleitoral para encarar uma disputa que se desenha muito difícil e com vários candidatos fortes. E à medida que o tempo passa e o pleito se aproxima, torna-se mais forte a possibilidade de o comando partidário vir a optar por uma aliança com o DEM em torno da candidatura do deputado estadual Neto Evangelista. Isso só não será concretizado se o comando da aliança governista decidir mudar de rumo.

São Luís, 22 de Dezembro de 2019.

Flávio Dino joga com sabedoria ao dividir com Edivaldo Júnior decisões sobre sucessão em São Luís

 

Edivaldo Holanda Jr. e Flávio Dino: sintonia para comandar eleições em São luís

Não surpreendeu a declaração do governador Flávio Dino (PCdoB) em entrevista concedida quarta-feira (18) ao programa Ponto & Vírgula, da Rádio Difusora AM, afirmando que as decisões do grupo governista sobre candidatura à Prefeitura de São Luís passarão necessariamente pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), por ser ele o comandante do processo político na Capital. Com a sabedoria das grandes raposas, o governador sinalizou que vai participar do processo, no qual certamente terá influência forte e decisiva, mas deixou claro que, por ser o prefeito, estar bem avaliado e ter acumulado duas vitórias seguidas nas urnas ludovicense, Edivaldo Júnior detém a prerrogativa política de ser o coordenador do processo de escolha do candidato do seu partido ou de uma ampla aliança à sua sucessão. Com a manifestação, o governador reconhece o poder de fogo político e eleitoral do prefeito de São Luís, como também demonstra desenvoltura para administrar um tabuleiro no qual se movimentarão aliados importantes, como o deputado federal Rubens Júnior ou o deputado estadual Duarte Júnior (PCdoB), o deputado federal Bira do Pindaré (PSB), os deputados estaduais Neto Evangelista (DEM) e Yglésio Moises (sem partido), o jornalista Jeisael Marx (Rede) e o ex-juiz federal Carlos Madeira (Solidariedade).

Flávio Dino sabe que a corrida à Prefeitura de São Luís não é uma competição qualquer. Tem plena consciência de que, além de ser a Capital, centro do poder político e referência para todos os demais municípios, São Luís é o maior e mais importante colégio eleitoral maranhense, abrigando mais de 15% do eleitorado maranhense, o que a torna decisiva nas disputas estaduais. Nesse contexto, Flávio Dino trabalha com o fato de o prefeito Edivaldo Júnior ser hoje detentor de um profundo conhecimento das tendências e nuanças políticas e eleitorais da Capital, cacife conseguido em sete anos no comando administrativo e político da cidade, realizando um Governo republicano, eficiente e sem máculas. O prefeito eleito e reeleito de São Luís tem, portanto, o domínio da cena política ludovicense.

É claro que Edivaldo Holanda Júnior não pretende assumir sozinho a responsabilidade pela sua sucessão. Ele trabalha com a perspectiva de dividir com o governador e os chefes partidários – a começar pelo senador e presidente estadual do PDT Weverton Rocha -, a desafiadora tarefa de comandar as forças governistas na corrida eleitoral, ainda que dando preferência ao candidato do PDT, se ele vier a ser lançado. Mas, a julgar pelo que está sendo alinhavado, o prefeito de São Luís sabe que seu caminho natural e mais sensato é sentar com o governador e com os chefes partidários do campo governistas e com eles traçar estratégias, escolher candidato e marchar para as urnas. E, tão importante como os demais itens, manter o padrão administrativo que vem lhe dando autoridade política cada dia mais forte.

Edivaldo Holanda Júnior tem plena consciência de que o desfecho da sua sucessão na Prefeitura de São Luís está diretamente relacionado com o seu futuro político. Se conseguir emplacar o sucessor, seja do PDT ou de outro partido da aliança governista, o futuro prefeito assumirá com o compromisso de apoiar o projeto político e eleitoral que vier a traçar disputar votos proporcionais ou majoritários nas eleições de 2022. Caso o desfecho lhe seja desfavorável, seus próximos passos serão bem mais difíceis. Daí ser natural, lógico e imperativo que o prefeito reúna o máximo de prestígio político e de força eleitoral para ter participação decisiva na sua própria sucessão. E o caminho mais seguro é somar forças com o governador Flávio Dino.

E pelo que demonstrou respondendo às provocações dos jornalistas Leandro Miranda, John Cutrim e Minard na entrevista na Difusora, o governador Flávio Dino fecha com esse projeto que, se bem-sucedido, turbinará o futuro do prefeito Edivaldo Holanda Júnior.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PCdoB quer Rubens Júnior e Duarte Júnior como aliados na disputa na Capital

Duarte Jr. e Rubens Jr. juntos em SL

O governador Flávio Dino vem dando seguidas demonstrações de que ainda não bateu martelo em relação à disputa entre o deputado federal Rubens Júnior e o deputado estadual Duarte Júnior pela vaga de candidato do PCdoB à Prefeitura de São Luís. Ele enxerga consistência e experiência política no primeiro e potencial eleitoral no segundo, indicando que a escolha deve ser uma construção cuidadosa, que não torne o escolhido um vencedor e o não escolhido um derrotado. Para ele, o PCdoB deve juntar os dois em torno do projeto comum de levar o partido ao comando administrativo e político da Capital. Até agora, a estratégia do governador, acertada com o presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, vem se desenvolvendo com esse ânimo, de modo que os dois pré-candidatos vêm mantendo uma relação cordial, sem tensões aparentes, e demonstrando que poderão, sim, firmar um compromisso de apoio mútuo independentemente de quem venha a ser o candidato. É evidente que dentro do partido há uma clara preferência por Rubens Júnior, mas isso não significa menosprezo pelo pleito de Duarte Júnior. O governador e o comando do PCdoB não querem que o deputado Duarte Júnior deixe o partido para se candidatar por outra agremiação. Nas próximas semanas haverá esforço concentrado do comando do PCdoB para fazer a escolha sem o não escolhido arrume as malas e deixe migre para outro partido.

 

Agora sem a pressão dos bolsonaristas, Chico Carvalho volta a comandar o PSL à sua maneira

Chico Carvalho

O vereador Chico Carvalho vai fechar o ano como um vencedor no comando do PSL maranhense, tarefa que realiza com mão firme há mais de uma década. Político “passado na casca do alho”, como dizem os que o conhecem, Chico Carvalho sabia o que estava fazendo quando resistiu tenazmente às investidas dos bolsonaristas para catapultá-lo da presidência do partido. Próximo do presidente nacional e fundador do partido, o deputado federal pernambucano Luciano Bivar – que encarou com igual tenacidade os ataques violentos do presidente Jair Bolsonaro e sua turma para tomar-lhe o comando partidário -, Chico Carvalho, agora com ânimo renovado, voltou a ser senhor incontestável do PSL maranhense, devendo dar um chega-pra-lá nos bolsonaristas. Agora sem a ameaça incômoda da turma que obedece aos comandos do Palácio do Planalto, Chico Carvalho se prepara para lançar uma chapa completa – com candidatos a prefeito, vice e vereador em São Luís.

São Luís, 20 de Dezembro de 2019.

Numa eleição apertada, TJ fecha um ciclo elegendo Lourival Serejo presidente e Paulo Velten corregedor

 

Lourival Serejo (presidente), entre Paulo Velten (corregedor) e José Bernardo (vice-presidente) eleitos para assumir o comando do TJ em abril de 2020

Numa eleição histórica, marcada por uma disputa dura, que manteve o resultado indefinido até a contagem dos votos, o Tribunal de Justiça fechou um ciclo ao eleger ontem sua nova Mesa Diretora, que assumirá em abril do ano que vem. Foram eleitos os desembargadores Lourival Serejo (presidente), José Bernardo Rodrigues (vice-presidente) e Paulo Velten (corregedor geral da Justiça). O presidente eleito escolheu o desembargador Cléber Carvalho para a função de Ouvidor Geral e o corregedor eleito manteve a juíza Diva Mendes no comando do Fórum de São Luís, “até segunda ordem”. Comandado pelo desembargador-presidente José Joaquim Figueiredo dos Anjos, o pleito de ontem deveria ser mais um item rotineiro da pauta do Colégio de Desembargadores a cada dois anos, mas transformou-se numa espécie de ruptura de velhos padrões, causando a impressão de que as eleições influenciadas por pressões políticas externas viraram coisa do passado. Mais do que a eleição do desembargador Lourival Serejo, a derrota da desembargadora Nelma Sarney por dois votos sepultou definitivamente a possibilidade de o sarneysismo voltar a ter influência decisiva no comando do Poder Judiciário.

Foi uma eleição sem tensões aparentes, mas decidida após uma longa e intensa disputa ocorrida nos bastidores até minutos antes da votação. Apoiado pelo presidente José Joaquim dos Anjos, o desembargador Lourival Serejo começou sua “campanha” com o favorito, mas os movimentos da desembargadora Nelma Sarney ganharam força e ela chegou ao plenário com 14 dos 30 votos. Todas as previsões feitas até horas antes da eleição indicaram que Lourival Serejo teria no máximo 17 votos. Ele teve 16. Na disputa pela Corregedoria Geral da Justiça ouve uma inversão, com a vitória desembargador Paulo Velten, do grupo que apoiou Nelma Sarney, sobre a desembargadora Maria da Graça Mendes, por 16 votos contra 14, da chapa apoiada pelo presidente José Joaquim Figueiredo. A exceção foi o desembargador José Bernardo Rodrigues, que concorreu como candidato único e foi eleito vice-presidente com 25 votos.

O aspecto mais relevante da eleição do comando do TJ foi que, mesmo ainda movido pela ação de grupos articulados, com desembargadores mais ou menos influentes, o Poder Judiciário do Maranhão mostrou ontem já não é uma instituição controlada por caciques nem exposta a influências políticas externas. Vale agora, ali, uma intensa e permanente luta pelo poder, nas qual candidatos formam grupos de apoio. Atual vice-presidente e agora presidente eleito, o desembargador Lourival Serejo não participa nem lidera grupo, enquanto a desembargadora Nelma Sarney é expressão máxima do sarneysismo dentro do Poder Judiciário. E foi exatamente essa marca da sua candidatura que a tornou forte, mas permitiu a formação de uma resistência à sua guinada ao comando do Poder Judiciário. Essa pode ter sido a última investida do Grupo Sarney para chegar ao comando da Justiça no Maranhão.

Magistrado conhecido pela seriedade, pelo amplo conhecimento do Direito e pelo rigor técnico dos seus julgamentos, o desembargador Lourival Serejo cria a perspectiva de que fará uma gestão independente, sem condicionar sua linha de ação a compromisso com o atual presidente, que o apoiou clara e ostensivamente. Por outro lado, uma eventual presidência da desembargadora Nelma Sarney teria muitas das suas decisões   associadas a interesses do Grupo Sarney, o que tornaria seu mandato sempre marcado por dúvidas e submetido a questionamentos. Ao eleger Lourival Serejo, a maioria preferiu colocar o Poder Judiciário numa rota distante de influências externas, que na maioria das vezes lhe corroem a saúde e a credibilidade.

Pode-se dizer que a eleição de ontem o Tribunal de Justiça optou por uma existência menos maçônica e mais republicana, permitindo o embate direto e fazendo escolhas equilibradas e podando as aspirações de candidatos a caciques, que definitivamente não mais cabem numa instituição colegiada.

Em Tempo: a Coluna cantou a pedra na sua edição de domingo (15), prevendo a eleição do desembargador Lourival Serejo, mas   por um placar apertado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eleição de ontem desenhou um embate de nível para a sucessão em 2021

Marcelo Carvalho e Paulo Velten devem disputar a presidência do TJ em 2021

A eleição da nova Mesa Diretora do Tribunal de Justiça abriu contagem regressiva de uma disputa que terá desfecho em dezembro de 2021, quando o Colégio de Desembargadores escolherá os pares que comandarão o Poder Judiciário no biênio 2022/2023. Ela deve se dar entre o corregedor eleito, desembargador Paulo Velten, e o atual corregedor, Marcelo Carvalho.

Explica-se. Um dos três desembargadores mais antigos que ainda não foram presidentes, Marcelo Carvalho seria candidato natural a presidente, juntamente com Nelma Sarney e Paulo Velten. Mas, num grande acordo, renunciou à candidatura para permitir que Lourival Serejo ascendesse e pudesse ser candidato. Ao confirmar a renúncia, Marcelo Carvalho avisou aos pares, em tom elevado e português claro: é, desde já, candidato a presidente na próxima eleição.

Ocorre que o desembargador Paulo Velten foi eleito corregedor sem participar desse acordo, estando muito à vontade para decidir seus próximos passos sem amarração. E mesmo sem fazer discurso nem anúncio nessa direção, deixou muito claro também que vai cumprir a tradição segundo a qual corregedor é candidato natural a presidente. Ou seja, vai disputar a presidência com o desembargador Marcelo Carvalho.

Uma disputa republicana entre os desembargadores Paulo Velten e Marcelo Carvalho pelo comando do Poder Judiciário é o que pode se chamar de guerra salutar. São magistrados plenamente sintonizados com a realidade atual, são estudiosos do Direito, têm plena consciência do contexto em que a Justiça está evoluindo e poderão dar uma expressiva contribuição para melhorar a prestação dos serviços judiciários no Maranhão.

 

Duas reações de insatisfação chamaram a atenção na sessão de ontem do TJ

A sessão administrativa na qual foi realizada a eleição da nova Mesa Diretora do Poder Judiciário foi marcada por duas manifestações de mau-humor.

A primeira foi protagonizada pelo presidente da Corte, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos (foto), que abriu os trabalhos mostrando-se muito incomodado com uma ação protocolada no Conselho Nacional de Justiça denunciando o mandato tampão que “esticou” em três meses o mandato da atual Mesa Diretora, de modo que a Mesa eleita ontem só tomará posse no início de abril. Sem revelar o autor nem detalhar o conteúdo da ação, José Joaquim criticou a iniciativa e se manifestou disposto a renunciar, para demonstrar que o mandato-tampão foi uma decisão da Corte e não um ato monocrático do presidente. Foi apoiado por vários desembargadores, que ratificaram a natureza colegiada da decisão. Recebeu também o apoio do corregedor Marcelo Carvalho, que se disse disposto a renunciar também se o presidente assim o fizesse, o que, claro, não aconteceu. Ficou no ar apenas o mal-estar.

A segunda manifestação partiu da desembargadora Maria da Graça Mendes (foto), que perdeu por apenas dois votos a disputa pela Corregedoria Geral da Justiça. Ao se manifestar após o anúncio do resultado, a magistrada não conseguiu esconder sua insatisfação por não ter sido eleita. Disse que em mais de 40 anos de magistratura passou por muitas dificuldades, tendo sido até perseguida, mas que chegou onde chegou pelo seu trabalho e sua força de vontade. E foi mais longe ao afirmar que a não eleição lhe ensinou muita coisa, entre elas “ter aprendido a conhecer as pessoas, o caráter das pessoas”, referindo-se a colegas desembargadores que lhe prometeram e não lhe deram seus votos. E encerrou o desabafo dizendo que se sentia vencedora e que “não se deve cuspir no prato que comeu”.

São Luís, 19 de Dezembro de 2019.

Flávio Dino avalia que 2019 foi um ano de “muitas lutas”, mas também de “muitas vitórias”

 

Flávio Dino diz ter convicção de que está no caminho certo ao investir no plano social

“Foi um ano de muitas lutas, mas também de muitas vitórias”. Foi como o governador Flávio Dino (PCdoB) definiu 2019, o primeiro ano do seu segundo mandato e o primeiro do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem tem mantido uma convivência politicamente conflituosa e administrativamente complicada. As dificuldades na relação Palácio dos Leões-Palácio do Planalto, porém, não impediram que o Governo do Maranhão mantivesse suas contas em ordem, servidores pagos em dia, incluindo o 13º salário, serviços funcionando a contento nas áreas de educação, saúde, segurança e infraestrutura, assim como em todas as demais áreas do Governo. Relatou que, rompendo barreiras e dificuldades, realizou investimentos arrojados, frutos de uma gestão financeira racional e exigente quanto à qualidade do gasto público e, pode-se afirmar, sem traço de corrupção. Esse cenário foi desenhado com entusiasmo e otimismo pelo governador Flávio Dino na segunda-feira, numa longa e detalhada entrevista-balanço que concedeu à Rádio Timbira AM, no programa comandado pelo jornalista Gilberto Lima.

Ao longo de 92 minutos, o governador mostrou que governa plenamente, que mantém controle implacável sobre as finanças, que faz uma gestão planejada e racional, que conhece em detalhes o que está sendo feito em cada segmento do Governo, e que, apesar das dificuldades financeiras, planeja fazer muito mais nos próximos três anos. Demonstrou, de maneira convincente, que consegue informar, com detalhes, sobre uma obra de qualquer porte em qualquer povoado maranhense, relaciona pontes, estradas, escolas, casas de saúde, projeto social ou qualquer outra atividade do Governo, informando tamanho, extensão, custo e finalidade. Dá, enfim, seguidas demonstrações de que as 14 horas diárias que dedica ao trabalho – em São Luís, no interior, fora do estado e, às vezes, fora do País – são de mão na massa, orientando, discutindo e cobrando, numa maratona diária, sem interrupções.

Na entrevista, além do balanço positivo do primeiro ano do seu segundo mandato, o governador Flávio Dino fez revelações surpreendentes: aplica atualmente R$ 130 milhões mensais para manter a rede estadual de saúde, formada por dezenas de hospitais, recebendo apenas de R$ 30 milhões de suporte federal; recebeu cinco restaurantes populares e hoje mantém 42, devendo chegar a 50 em pouco tempo, já tendo servido nada menos que 14 milhões de refeições, o equivalente ao dobro da população do Maranhão. A lista de obras inauguradas neste ano é expressiva, obrigando a presidir inaugurações até no dia 30 de dezembro. E comemorou, por exemplo, o fato de São Luís ter saído de uma situação de 90 assassinatos/mês para apenas 10 casos., mas ressalvando que mesmo somente uma dezena ainda é muita cousa.  E informou que, se comparado aos Governos até 2014, ele governa proporcionalmente com menos recursos, já que, ao contrário daqueles, seu Governo não conta com o apoio do Governo Federal.

Numa conversa franca, Flávio Dino não dourou a pílula da sua gestão. Sua entrevista não foi uma peça produzida por orientação de marqueteiros. Falou sobre os resultados alcançados com a convicção do gestor que dribla enormes dificuldades para fazer o melhor que as condições lhe permitem, e que dorme tranquilo por ter no plano social o foco maior das suas ações. Demonstrou certeza plena de que vem fazendo o que deve ser feito num estado como o Maranhão, lamentando que programas federais como o Minha Casa, Minha Vida estejam sendo desativados, gerando desencanto e causando desemprego. Reafirmou sua crença de que o foco de um governo deve ser a maioria, com prioridade para os mais necessitados, e chamou de “fariseus” e de “sepulcros caiados” aqueles, no seu entendimento, “governam para poucos”. Avaliou, com indisfarçável vaidade, que tem o reconhecimento e a confiança dos maranhenses. “Mesmo aqueles que não gostam do meu Governo nos respeitam, porque eles também são respeitados”, disse, com a segurança de quem sabe o alcance e a gravidade do que está dizendo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Marco Aurélio caminha para ampliar e consolidar liderança em Imperatriz

Marco Aurélio amplia liderança e Ildon Marques é ameaçado por Sebastião Madeira, que já passou Assis Ramos

Com base em 600 entrevistas, realizadas entre os dias 11 e 13 de dezembro, e com margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, nova pesquisa do Instituto Econométrica mostrou que a corrida para a Prefeitura de Imperatriz começa a ganhar contornos mais definidos, com posições mais ajustadas à realidade política da antiga Vila do Frei.

Para começar, sinaliza que, agora embalada por 26,2% das intenções de voto, a liderança do pré-candidato do PCdoB, deputado estadual Marco Aurélio, tende a se ampliar e se consolidar, produzindo o resultado previsto pela grande articulação política que ele vem conduzindo cuidadosamente no segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão.

O segundo ponto é que o líder coloca quase o dobro da margem de erro sobre o segundo colocado, com 20,2%, o ex-prefeito Ildon Marques (PSB), que já foi o primeiro e agora, em queda, se vê ameaçado pelo ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que com 15%, avançou quatro pontos percentuais desde o último levantamento. Se não reagir logo e não encontrar o caminho do crescimento, o ex-prefeito Ildon Marques corre o risco de ser atropelado pelo velho adversário.

Finalmente, a situação do prefeito Assis Ramos (14,7%), agora posicionado em empate técnico com seu antecessor Sebastião Madeira, de quem já esteve à frente com vários pontos percentuais. O prefeito de Imperatriz encontra-se numa situação dramática de desidratação, enfrentando gigantescos obstáculos para repetir a performance de 2016, quando venceu a eleição como azarão.

O deputado Marco Aurélio avança como líder consistente, que vem sabendo construir uma base eleitoral sólida, a partir de uma plataforma política bem trabalhada.

 

Wellington do Curso ignora posição de Roberto Rocha e mantém candidatura pelo PSDB

Wellington do Curso e Roberto Rocha medem força pela vaga de candidato à Prefeitura de São Luís

A corrida para a Prefeitura de São Luís vem produzindo uma crise que poderá terminar com a desagregação do PSDB municipal. A equação que pode explodir o ninho dos tucanos já é conhecida e só tende a se agravar. Bem posicionado nas pesquisas, o deputado estadual Wellington do Curso se movimenta como candidato autodeclarado do partido, mas não encontra apoio no presidente da agremiação tucana, senador Roberto Rocha, que vem articulando uma aliança com candidato do Podemos, deputado federal Eduardo Braide, líder da corrida até aqui. Ancorado por uma base de mais de uma dezena de percentuais de intenções de voto, segundo várias pesquisas, Wellington do Curso já avisou que não abre mão da candidatura nem pretende deixar o partido para disputar por outra legenda. E estaria disposto a pedir do apoio do chefe maior do partido, o prefeito de São Paulo, João Dória, que não estaria satisfeito com a linha bolsonarista adotada por Roberto Rocha no Senado. Especulações à parte, o fato é que Wellington do Curso está disposto a encarar a disputa dentro do PSDB.

São Luís, 18 de Dezembro de 2019.