Arquivos mensais: agosto 2022

Com exceção de Lula, Vera Lúcia e Manzano, presidenciáveis estão fora da campanha no Maranhão

 

Lula da Silva é usado como trunfo em campanhas, enquanto Jair Bolsonaro é escondido por aliados

Os primeiros programas da campanha para o Governo do Maranhão no rádio e na TV confirmaram o que a Coluna vinha prevendo, com base nos movimentos da pré-campanha: a distância que a maioria dos candidatos ao Governo do Estado está mantendo da corrida para o Palácio do Planalto. A rigor, apenas três dos nove aspirantes aos Leões abraçaram seus candidatos presidenciais: o governador Carlos Brandão (PSB), que tem aliança firmada com o PT e colocou o ex-presidente Lula da Silva como um dos motores da sua campanha à reeleição;  Hertz Dias (PSTU), que tem a professora Vera Lúcia como candidata a presidente; e Frankle Costa (PCB), que tem declarado apoio à candidata presidencial do partido, Sofia Manzano. Os demais – Weverton Rocha (PDT), Lahesio Bonfim (PSC), Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Simplício Araújo (SD) e Enilton Rodrigues (PSOL), que não têm ou fazem de conta que não têm candidato ao Palácio do Planalto.

Carlos Brandão e Lula da Silva firmaram e consolidaram uma aliança partidária como uma extensão bem-sucedida da aliança que os seus partidos (PSB e PT) firmaram no plano nacional. Na sua propaganda, o governador tem dado espaço generoso ao ex-presidente, enquanto este tem devolvido as manifestações de apoio com igual generosidade. Essa sintonia faz com que Carlos Brandão e Lula da Silva sejam sempre tema de um mesmo discurso, situação que deve de firmar ainda mais ao longo da campanha. Junto com eles, o companheiro de chapa Felipe Camarão (PT) e o ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado, reforçam as posições de uns e outros, dando consistência à aliança política e eleitoral em curso.

O senador Weverton Rocha, candidato do PDT, é um dos que não abraçaram candidatura presidencial, mesmo que o seu partido tenha lançado o ex-governador Ciro Gomes (PDT). Com o argumento segundo o qual melhor será que, se eleito for, possa dialogar com quem estiver no Palácio do Planalto. Na verdade, Weverton Rocha está trabalhando, à sua maneira, para ampliar a sombra do presidente Jair Bolsonaro no cenário político do Maranhão, a começar pelo fato de que as forças partidárias que o apoiam são todas da base do presidente da República no Congresso Nacional. Ele vem usando o factóide político segundo o qual é mais prático e produtivo não apoiar nenhum candidato e, se eleito for construir uma ponte na relação com o futuro presidente, seja ele Lula da Silva, Jair Bolsonaro ou Ciro Gomes. Não está funcionando, e esse fator pode ser um dos drenos que desidratam sua candidatura.

Terceiro na ordem dos mais votados nas pesquisas até aqui, Edivaldo Holanda Jr. começou sua campanha e permanece sem relação com candidatos presidenciais, mesmo sabendo que esse dado é importante. Situado no centro-direita, o PSD, seu partido, ainda não resolveu essa pendência no plano nacional, o que deixa o candidato a governador do Maranhão bem à vontade para tocar sua campanha sem qualquer relação com o cenário da disputa pela presidência da República. Na contramão, Lahesio Bonfim (PSD) já declarou voto ao presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “meu presidente”, mas se recusa terminantemente a incluir o presidente na sua propaganda eleitoral, não dando abertura às ponderações do chefe do seu partido, o deputado federal Aloísio Mendes, bolsonarista de carteirinha. E, pelo menos até aqui, não há qualquer sinal que indique a presença do presidente, candidato à reeleição, na campanha do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes.

Entre os candidatos aparentemente sem chance na disputa, surpreendente Hertz Dias, candidato do nanico PSTU, dá exemplo e está no embate também tentando vender pela segunda vez a candidatura de Vera Lúcia ao Palácio do Planalto. É o caso também de Frankle Costa, candidato do PCB, que faz campanha associada à da sua candidata presidencial, a economista Sofia Manzano. Num outro time estão Simplício Araújo, que segue a orientação do comando nacional do Solidariedade apoiando a candidatura do ex-presidente Lula da Silva; Enilton Rodrigues, cujo partido, o PSOL, não lançou candidato presidencial e decidiu apoiar a candidatura do líder petista.

Esse cenário deve permanecer até o final da campanha, podendo sofrer alguma alteração se o presidente Jair Bolsonaro vier a melhorar o seu desempenho na disputa com Lula da Silva. Nesse caso, é possível que bolsonaristas se animem a inclui-lo nas suas campanhas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Candidatos ao Senado mantêm diferentes posturas na corrida presidencial

Flávio Dino e Roberto Rocha: um exibe, o outro esconde 

Os candidatos ao Senado seguem as mesmas receitas dos seus candidatos a governador no que diz respeito aos presidenciáveis.

O ex-governador Flávio Dino (PSB) faz campanha formal e abertamente para o ex-presidente Lula da Silva, que por sua vez participa da campanha também fazendo declaração de apoio ao aliado maranhense. Essa declaração mútua de apoio está bem expressada na campanha de Flávio Dino ao Senado no rádio e na TV. Na sua fala, Lula da Silva exalta o aliado, afirmando que ele foi “um dos melhores governadores do Brasil” e declarando que, se ambos forem eleitos, Flávio Dino o ajudará muito como senador.

O senador Roberto Rocha (PTB) tem postura inversa. O partido dele tem candidato a presidente, Roberto Jefferson, que comanda nacionalmente o PTB, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem é aliado de primeira linha. Até hoje, Roberto Rocha não disse uma palavra sequer a respeito do seu chefe partidário e presidenciável Roberto Jefferson, que cumpre prisão domiciliar, com tornozeleira e tudo, por corrupção, e por chefiar suposta organização criminosa. E também não abraçou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro, embora seja sabido que nos bastidores sua ordem é incentivar o voto ao presidente. É improvável que ele venha a assumir esse compromisso publicamente.

A candidata do PSOL ao Senado, Antônia Cariongo, dá bom exemplo político e vem cumprindo a orientação do seu partido e fazendo campanha pela eleição do ex-presidente Lula da Silva.

 

Eliziane aposta alto na eleição do marido e do irmão

Eliziane Gama: apoio a Inácio Melo e a Eliel Gamas pode ter preço político

A senadora Eliziane Gama (Cidadania) se engajou de vez na campanha eleitoral. Trabalha pela reeleição do governador Carlos Brandão e pela eleição do ex-governador Flávio Dino ao Senado. No tabuleiro proporcional, ele movimenta pedras a favor de duas candidaturas. A primeira é a do maridão, Inácio Melo, que é candidato a deputado estadual pelo PSDB, partido cujo controle assumiu no Maranhão. E a candidatura do irmão, Eliel Gama, à Câmara Federal.

Para alguns observadores, são apostas de risco. Se vingarem, o mérito será dos eleitos. Se não vingarem, o custo político do fracasso será debitado na conta da senadora.

São Luís, 31 de Agosto de 2022.

Aumenta a certeza de que a disputa para deputado federal será ferrenha no Maranhão

 

Bancada maranhense na Câmara Federal pode ganhar novo perfil nessa eleição

São cada vez mais fortes as evidências de que a disputa para as 18 vagas maranhenses nas Câmara Federal será uma das mais duras e acirradas dos últimos tempos. A definição das chapas confirmou a impressão inicial da Coluna, à medida que os partidos lançaram para disputar essa eleição nomes fortes, num jogo que reforça o fato de que, por uma série de instrumentos, entre eles o chamado “orçamento secreto”, deputado federal no Brasil e transformou num agente político poderoso. Não é sem razão que decidiram entrar no jogo nomes de peso no cenário político maranhense como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e Lobão Filho (MDB), enquanto o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), sem espaço na disputa majoritária e marcado por fortes denúncias, decidiu dar uma demonstração de força sem precedentes na política maranhense. Ao mesmo tempo em que os atuais integrantes da bancada correm para renovar o mandato, veem sua corrida fortemente ameaçada por novos nomes, como o deputado estadual Duarte Jr. (PSB) e Amanda Gentil (Republicanos), avaliando que alguns dos atuais integrantes da bancada dificilmente voltarão a trabalhar em Brasília nos próximos quatro anos.

Ninguém discute o poder de fogo dos atuais deputados federais, que se credenciaram para a reeleição, notadamente Bira do Pindaré (PSB), Aluízio Mendes (PSC), Márcio Jerry (PCdoB), Rubens Júnior (PSB), André Fufuca (PP), Pedro Lucas Fernandes (UB), João Marcelo (MDB), Juscelino Filho (UB), Edilázio Jr. (PSD), Hildo Rocha (MDB), Cléber Verde (Republicanos), Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas), Gil Cutrim (Republicanos) e Zé Carlos (PT). Mas não há dúvidas de que enfrentarão concorrentes muito fortes, não sendo surpresa se algum deles ficar pelo caminho.

Nesse contexto, o nome mais destacado é o da ex-governadora Roseana Sarney, que sem condições de disputar a governança ou a senatória, decidiu testar seu prestígio eleitoral disputando vaga na Câmara Federal, apostando receber um caminhão de votos e assim facilitar a vida dos demais candidatos do seu partido, a começar pelos deputados federais Hildo Rocha e João Marcelo. Na mesma chapa, Lobão Filho testará o cacife da família Lobão no cenário estadual. Em Caxias, o prefeito Fábio Gentil (Republicano) investe na continuidade familiar na política com a candidatura da filha Amanda Gentil, tendo em Timon, ali ao lado, concorrente de peso, como o ex-prefeito Luciano Leitoa (PDT), que tenta retornar ao Planalto Central.

Sem estatura política para disputar mandato majoritário, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho decidiu desafiar a lógica e dar uma demonstração de força sem precedentes na política estadual: lançar a si e a mulher, a deputado estadual Detinha, para a Câmara Federal, além dos seus apadrinhados. Há quem diga que ele conseguirá, mas mandando para o espaço pretensões como a de Pastor Gildenemyr, candidato à reeleição, e outros do seu grupo.

Nesse ambiente de disputa e desafios, um nome parece consolidado, e segundo observadores, em condições de encarar o poder de fogo de Roseana Sarney e Josimar de Maranhãozinho: o deputado estadual Duarte Jr., que figura com destaque em todas as listas de favoritos para a Câmara Federal. Também dando a impressão de que reuniu cacife eleitoral para morar quatro anos em Brasília está Clayton Noleto (PCdoB), o ativo secretário de Infraestrutura do Governo Flávio Dino. Entrando na disputa, com desenvoltura, nomes como a advogada Flávia Alves (PCdoB), apoiada pelo irmão, o influente e bem articulado deputado Othelino Neto (PCdoB).

A acirrada disputa para a Câmara Federal, prevista pela Coluna ainda no ano passado, se dá num cenário novo da política nacional, com a cristalização do embate esquerda/direita, um debate já aberto sobre presidencialismo, polêmica decisivas como a que envolve o “orçamento secreto”, risco de golpe e outros temas que estão presentes na pauta já em definição a ser encarada pelos deputados federais que sairão das urnas em outubro. Muitos dos candidatos favoritos à eleição e à reeleição têm clareza disso e sabem o que os espera em Brasília.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Aliados de Weverton fazem novos “disparos” contra Lahesio

Lahesio Bonfim é transformado em alvo de aliados de Weverton Rocha

Aliados do senador Weverton Rocha (PDT) na disputa pelo Governo do Estado transformaram Lahesio Bonfim (PSC), de maneira definitiva, num adversário bem maior do que ele realmente parece ser para o candidato pedetistas. Depois de colocar em dúvida a sua declaração patrimonial – que é menor do que a do senador, vale anotar -, agora descobriram que o Ministério Público está investigando um suposto esquema de desvio de dinheiro da Prefeitura de São Pedro dos Crentes, que teria alcançado o total de R$ 44 milhões na compra de combustíveis. Sem considerar que a denúncia tem ou não tem fundamento, resposta que só a palavra final da polícia dará, não há dúvida de que o candidato do PSC usará o ataque para se fazer de vítima e tentar tirar dividendos eleitorais. A investida pode ser uma faca de dois gumes.

 

Bolsonaristas não querem Bolsonaro das suas campanhas

Jair Bolsonaro

Os partidários do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão não usarão o nome dele nas suas campanhas. Mesmo o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que preside o braço do partido do presidente, o PL, no estado, entrará de cabeça na campanha dele pela reeleição. De um modo geral, os bolsonaristas maranhenses poderão fazer uma ou outra graça em cartazes, mas não usarão o presidente como carro-chefe das suas campanhas. Os chefes da campanha nacional do presidente teriam tentado motivar os bolsonaristas maranhenses a abraçarem a “causa”, mas a maioria desconversou, descartando essa possibilidade. Quase nenhum candidato do PL usará a imagem do presidente na sua campanha. E a justificativa é fatal: em vez de atrair eleitores, a imagem do presidente afasta-os.

São Luís, 29 de Agosto de 2022.

Horário gratuito: Brandão começa mostrando Camarão, Dino e Lula; Weverton faz campanha do “eu sozinho”

 

Carlos Brandão mostrou noção de grupo, com Fl[avio Dino, Felipe Camarão e Lula da Silva; Weverton Rocha, Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim se mostraram sozinhos
O início, ontem, da campanha no rádio e na TV para governador do Maranhão, senador da República e deputado estadual resultou no mais absoluto domínio da aliança comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, e liderada pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado, nas três instâncias. O primeiro programa da coligação foi, de longe, o mais coerente, informativo e propositivo, tendo o governador Carlos Brandão apresentado o vice Felipe Camarão (PT), e alguns itens de conquistas do Governo no qual foi vice, tendo suas manifestações reforçadas pelo ex-governador Flávio Dino, que tem autoridade política de sobra para fazê-lo. Por sua vez, o candidato do PDT, senador Weverton Rocha abriu a campanha de maneira personalista, repetindo o bordão surrado segundo o qual vem de baixo e chegou a senador e agora quer ser governador. Os demais candidatos deram seus recados sem maiores delongas.

O programa do governador Carlos Brandão foi politicamente correto e passou ao eleitor a ideia de que faz parte de um grupo, não permitindo personalismo ou discurso atravessado. Com serenidade e sem qualquer gesto exagerado, o governador disse a quem veio quando apresentou resultados dos programas sociais, entre os quais os restaurantes populares – que já são 150 -, as dezenas de hospitais, as centenas de poltronas de hemodiálise, as 100 escolas de tempo integral, os Iemas, etc. -, que são realidades incontestáveis, ao alcance de todos. Bem amarrado com inteligência, o programa do abriu espaço para o ex-governador Flávio Dino, e para o candidato a vice Felipe Camarão, que também contou um pouco do que fez e que pretende fazer. O programa teve como ponto alto a participação do ex-presidente Lula da Silva (PT), que demonstrou entusiasmo com a candidatura de Carlos Brandão à reeleição, dando a impressão de que, se ambos forem eleitos, governarão em parceria.

O candidato Weverton Rocha (PDT) fez exatamente o que já se esperava dele: um programa fortemente personalista, no qual falou o tempo todo dele próprio, da sua trajetória de menino pobre, filho de uma professora e um técnico agrícola, que superou obstáculos e tem-se dado bem na vida pública. O candidato do PDT preferiu não dividir espaço com seu vice, deputado estadual Hélio Sares (PL), indicado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. E também não fez qualquer referência a candidato presidencial, mesmo tendo Ciro Gomes como candidato do seu partido, o PDT. Enquanto os líderes governistas exibiram unidade de grupo, Weverton Rocha deixou muito claro de que ele é o epicentro da aliança, sem espaço para falar de vice nem de senador. O programa de estreia foi menor do que era esperado para um candidato que está na delicada posição do pedetista.

Edivaldo Holanda Jr. (PSD) também fez um programa do eu sozinho, sem mostrar o vice nem seu candidato a presidente das República, mas deixou no ar a impressão de que veio tentar chegar em Weverton Rocha. Ele aproveitou o espaço e a falta de companhia para dizer o que fez nos oito anos como prefeito de São Luís, terminando por informar que foi apontado, não sebe exatamente por quem, como o melhor prefeito que a Capital já teve. Já Simplício Araújo (SD) falou do meio da rua, numa caminhada com celular em punho, no qual gravou o discurso em que disse haver candidatos “mágicos” e foi enfático em dizer que só ele tem preparo para “mudar o Maranhão”. Lahesio Bonfim (PSC) fez uma aparição relâmpago, prometendo mudar o Maranhão, mas sem dizer como. O mesmo fez o candidato do PSOL, Enilton Rodrigues. Os demais candidatos não apareceram.

Resumo da ópera: o primeiro ato do governador Carlos Brandão foi esteticamente eficiente e politicamente correto. Weverton Rocha iniciou pesando a mão no personalismo. Lahesio Bonfim não disse a que veio, o mesmo acontecendo com líderes de outras legendas. Sem um momento de excepcionalidade, os candidatos deram seus recados, cada um à sua maneira.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Senado: Dino faz campanha com fortes argumentos, enquanto Rocha resgata trajetória

Flávio Dino: argumentos; Roberto Rocha: trajetória

O ex-governador Flávio Dino iniciou sua campanha para o Senado no rádio e na TV mostrando poder de fogo junto ao eleitorado. Fugindo ao roteiro-padrão de iniciar contando sua história, ele abriu a campanha comentando o que fez como governador. Falou de trabalho, de resultados, de cidadania, de responsabilidade pública, dos desafios de governar, etc., convencido de que fez o melhor que pôde, e reconhecendo que não fez tudo, mas avisou que, se eleito for, juntamente com Carlos Brandão, manterá essa parceria. Esse projeto inclui o ex-presidente Lula da Silva, caso ele desbanque o presidente Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o senador Roberto Rocha também preferiu fazer do “eu sozinho”, resgatando sua trajetória de vários mandatos eletivos, mas sem apresentar, como parlamentar, feitos concretos para servir de base ao seu discurso. E também não exaltou sua aliança política e eleitoral com o colega pedetista Weverton Rocha, nem fez qualquer ligação da sua candidatura com a do candidato do seu partido a presidente, ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que está preso, nem do seu amigo e aliado presidente Jair Bolsonaro. E se declarou preparado para continuar senador.

Os dois disputam a vaga disponível. Segundo todas as pesquisas feitas até agora, incluindo a do IPEC (ex-Ibope), o ex-governador Flávio Dino tem o dobro das intenções de voto

 

MDB tem chapa com nomes fortes à Assembleia Legislativa
Roberto Costa e Manoel Ribeiro: o novo e o maduro na chapa do MDB para a Assembleia

O MDB iniciou a campanha da sua chapa para deputado estadual apresentando os candidatos juntos. Trata-se de uma chapa forte, com expressão política e densidade eleitoral. Nela se destacam figuras distantes, umas com peso na atualidade e outras que já tiveram vez e tentam voltar à ribalta política. Em plena forma está o deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente regional do partido e seu líder na Assembleia Legislativa, onde atua fortemente como um dos seus principais articuladores. No contraponto reaparece o ex-deputado Manoel Ribeiro, dono de uma trajetória de vários mandatos, incluindo quatro consecutivos de presidente da Casa, que resolveu suspender a aposentadoria para reviver os embates de plenário e o frenesi das articulações nos bastidores.

São Luís, 27 de Agosto de 2022.

Cenário rascunhado pelo ex-Ibope prevê uma guerra entre Weverton, Edivaldo Jr. e Lahesio

 

Carlos Brandão lidera com Weverton Rocha, Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim: em guerra pela segunda vaga num eventual segundo turno, aponta o ex-Ibope

A pesquisa IPEC/TV Mirante, divulgada terça-feira (23), deu uma mexida radical na posição dos candidatos ao Palácio dos Leões, produzindo um novo cenário, no qual o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Jr. (PSD) tomou do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), o posto de ameaça ao senador Weverton Rocha (PDT), que está em segundo lugar. Correto ou não, o resultado da sondagem do ex-Ibope sacudiu, em larga medida, a candidatura do ex-prefeito da Capital, que saiu de uma certa apatia, para ganhar visível animação. Desde a divulgação dos números, na noite de terça-feira, Edivaldo Jr. recarregou suas baterias e emitiu claros sinais de que vai para a luta buscar a vaga para disputar um eventual segundo turno com o governador Carlos Brandão (PSB). Por sua vez, percebendo a radical mudança de cenário, Lahesio Bonfim, terceiro colocado em várias pesquisas recentes, pisou fundo no acelerador, antecipando sua campanha nas redes sociais, decidido a não engolir a novidade e a não ficar para trás. A mesma preocupação domina o senador Weverton Rocha, que permanece no mesmo lugar, agora mais distante da condição de ameaça ao governador Carlos Brandão.

Edivaldo Jr. entrou nessa disputa disposto a rodar o Maranhão inteiro vendendo a imagem de bom gestor e de político jovem com disposição para promover mudanças no Maranhão. Apoiado pela cúpula nacional do partido, ganhou o aval dos líderes locais do PSD, a começar pelo presidente do partido, deputado federal Edilázio Jr., Edivaldo Jr. saiu a campo. Sua pré-campanha, no entanto, não ganhou o pique de quem quer chegar na frente, sendo apontada como fraca por observador experimentado, colocando-o na quarta posição, praticamente sem chance de brigar por uma vaga no segundo turno. Sua lentidão chegou a tal ponto que houve quem previsse a possibilidade de renúncia. A pesquisa IPEC/TV Mirante mudou esse cenário, dando mais competitividade à sua candidatura.

Por outro lado, Lahesio Bonfim, que vinha pontificando como a grande novidade, a ponto de alcançar um empate técnico com Weverton Rocha, segundo a última pesquisa Econométrica, divulgada na semana passada, seguida por outra, essa do instituto Exata, desenhando o mesmo cenário. A pesquisa IPEC/TV Mirante, porém, puxou-lhe o freio de mão e o rebaixou para a quarta posição, mandando para o espaço um cacife de peso que estava começando a se consolidar. Agora, o seu desafio é reverter tal posição a inversão, de modo a que volte à condição de ameaça real à posição do candidato pedetista Weverton Rocha, tendo agora um desafio a mais: alcançar e deixar para trás o ex-prefeito de São Luís.

Lahesio Bonfim sabe que, a ser verdadeiro o cenário trazido à tona pela pesquisa IPEC/TV Mirante – e não há motivo aparente para que não o seja -, será muito difícil para ele criar as condições para voltar ao terceiro lugar, onde permaneceu por semanas, na pré-campanha e na campanha propriamente dita.  Afinal, por mais estranha e suspeita que possa parecer, é difícil imaginar que um instituto do porte do sucedâneo do Ibope, que herdou basicamente os mesmos dirigentes, técnicos e uma gigantesca estrutura em todo o País, se submeta a um jogo de manipulação numa corrida como a do Maranhão. Melhor para os candidatos é correr atrás do prejuízo do que ficar choramingando na beira da estrada.

O fato é que, a menos que essa mudança radical seja colocada em xeque por outro levantamento, a pesquisa IPEC/TV Mirante chegou para colocar um pouco de ordem nessa seara e abrir caminho para que sondagens sérias identifiquem as intenções de voto do eleitorado maranhense. E nesse novo cenário, o governador Carlos Brandão lidera a corrida com alguma folga, tendo em segundo o senador Weverton Rocha, este seguido de Edivaldo Jr., que deixou Lahesio Bonfim para trás. Esse tira-teima poderá ser em parte resolvido na campanha que começa hoje no rádio e na TV.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula amplia vantagem sobre Bolsonaro no Maranhão

Lula da Silva tem o triplo de intenções de voto de Jair Bolsonaro no Maranhão

A pesquisa IPEC/TV Mirante mostrou o tamanho distância que separa o ex-presidente Lula da Silva (PT) do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida ao Palácio do Planalto nas intenções do eleitorado maranhense. A situação é a seguinte: Lula da Silva com 66%, Jair Bolsonaro e com 18, Ciro Gomes (PDT) com 5% e Simone Tebet (MDB) com 2%. As outras pesquisas trouxeram cenários parecidos, o que dá veracidade indiscutível ao levantamento do ex-Ibope. Essas informações contribuíram fortemente para desanimar os partidários atual presidente no Maranhão, que andaram apostando numa mudança de tendência.

Em Tempo: O IPEC, ouviu 800 eleitores entre os dias 17 a 23 de agosto, tem margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, e grau de confiabilidade de 95%. E tem registro: MA-06254/2022

 

Cartaz divulgado por Maura mostra Weverton fechado com o bolsonarismo

Jair Bolsonaro emoldurado por Roberto Rocha e Weverton Rocha: prova eloquente  da aliança que é negada no MA

Se havia ainda alguma réstia de dúvida de que o senador Weverton Rocha embarcou de vez nas fileiras do bolsonarismo, um cartaz divulgado pela prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PSDB). Apoiadora linha de frente do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), Maura Jorge é um dos poucos bolsonaristas maranhenses que assumem abertamente a sua posição. E na condição de líder política de Lago da Pedra, resolveu fazer campanha para os seus candidatos, expressando suas preferências num grande cartaz em que aparece como uma espécie de patronesse das candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Weverton Rocha (PDT), do senador Roberto Rocha (PTB), do deputado federal Hildo Rocha (MDB), do deputado federal Gil Cutrim (PDT) e do ex-prefeito de Barra do Corda Eric Silva, ex-PCdoB e filiado ao PDT. O cartaz, que já desembarcou nas redes sociais, é a prova cabal de que o senador Weverton Rocha e o seu partido estão, de fato, fileiras do bolsonarismo no Maranhão.

São Luís, 26 de Agosto de 2022.

Rumores de crise fazem Weverton, Rocha e Maranhãozinho mostrar que estão unidos

 

Weverton Rocha entre Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha: sem crise?

Há mais de uma semana, rumores dão conta de que a frente formada por PDT/PL/PTB estaria correndo o risco de desmanche, e que o senador Weverton Rocha, candidato do PDT ao Governo do Estado, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) – que banca o candidato a vice-governador, o deputado estadual Hélio Soares (PL) -, e o senador Roberto Rocha (PTB), candidato à reeleição, se reuniram no domingo para avaliar o cenário e traçar estratégias para continuarem juntos. Eles estão agora cientes de que a aliança, comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que concorre à reeleição com o vice do PT, Felipe Camarão, e pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), é sólida política e eleitoralmente, e está ganhando volume a cada dia. As reações a esse cenário estão deixando no ar a impressão de que o projeto de poder que une os chefes do PDT, PTB e PL perdeu densidade, o que fragiliza os candidatos majoritários. A pesquisa IPEC/TV Mirante contribuiu para preocupar ainda mais o QG desse grupo oposicionista.

Weverton Rocha, Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho sabem que a vitória nas urnas os colocará no centro do poder no Maranhão, situação que os deixará muito mais fortes se esse eventual resultado for completado com a eventual reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, uma derrota nas urnas, como está se desenhando, será, para eles, muito mais do que um simples tombo eleitoral. Os três chefes partidários estão plenamente cientes de que a derrota em outubro será um desastre monumental para as suas carreiras, e com gravidade multiplicada se a possível vitória da chapa Carlos Brandão/Felipe Camarão/Flávio Dino vier acompanhada também da provável volta do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao comando da República.

Para o senador Weverton Rocha, a sua vitória significará a chegada antecipada e definitiva ao poder, a abertura de uma longa estrada, uma vez que os instrumentos políticos do Governo lhe darão os meios para se manter no comando do Estado por, pelo menos, duas temporadas. O fracasso nas urnas significará um golpe devastador na base do seu projeto de poder, com consequências sombrias para sua trajetória como político, a começar pelo fato de que sairá politicamente bem menor do que entrou. Nesse caso, dificilmente chegará em 2026 com poder de fogo para tentar mais uma vez chegar ao Palácio dos Leões, e provavelmente bem menos poderoso para brigar pela reeleição de senador.

Por sua vez, o senador Roberto Rocha se movimenta sabendo que a renovação do mandato lhe garantirá sobrevivência política, e numa situação excepcional, se sua eventual reeleição coincidir com a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O fracasso na tentativa de reeleger-se significará muito mais do que uma derrota ocasional, como as que ele já conheceu. A não reeleição será um desastre sem tamanho, que o mandará para casa sem mandato e sem um naco de poder. Nesse contexto, só ganhará sobrevida política se o presidente Jair Bolsonaro conseguir renovar o mandato, o que no momento parece improvável.

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho muito provavelmente renovará seu mandato, mas corre o risco de sair das urnas bem menor se o senador Weverton Rocha não alcançar o Palácio dos Leões, uma vez que isso significará também a derrota do seu vice, o deputado Hélio Soares, homem de confiança do chefe do PL, que corre o sério risco de ficar sem mandato. Sua situação se complicará se o presidente Jair Bolsonaro for derrotado pelo presidente Lula da Silva. Se o desfecho das eleições for o inverso, ele terá poder de fogo para dar as cartas no Governo por meio do vice que indicou.

Os três chefes da frente de oposição se reuniram para dar uma demonstração de unidade diante dos rumores de que Josimar de Maranhãozinho estaria se distanciando de Weverton Rocha e também de Roberto Rocha. O objetivo seria também reforçar a impressão de que seus projetos estão de pé e são viáveis, traçando novos rumos para as suas campanhas. Há quem veja futuro nas ações do trio, mas há também quem não enxergue o desfecho no qual eles acreditam.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha pode ter de assumir a candidatura de Roberto Jefferson no Maranhão

Roberto Rocha. que é bolsonarista assumido, pode ter de declarar apoio a Roberto Jefferson, chefe do PTB

O senador Roberto Rocha está vivendo um momento de forte expectativa em relação à confirmação ou não da candidatura do presidente do seu partido, o PTB, ex-deputado federal Roberto Jefferson, bolsonarista que vive em prisão domiciliar, com a canela adornada por uma tornozeleira eletrônica, fruto de uma condenação por corrupção passiva.  Apontado hoje como um dos quadros, mais agressivos da extrema-direita do Brasil, Roberto Jefferson regrediu de deputado federal brilhante para se transformar num pregador antidemocrático doentio, chegando ao ponto de gravar vídeos ensinando técnicas de guerrilha urbana para derrubar governos e implantar ditadura. Roberto Jefferson decidiu se candidatar a presidente da República, criando uma situação de constrangimento para muitos candidatos do PTB em todo o País. Se a sua candidatura do chefe petebista for formalizada, o senador Roberto Rocha, que é soldado linha de frente do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), terá dois caminhos: assumir a condição de porta-voz de Roberto Jefferson no Maranhão, ou ignorar a existência dele, como faz o senador Weverton Rocha em relação a Ciro Gomes, candidato do PDT ao Palácio do Planalto.

Em Tempo: Há quem diga que Roberto Jefferson entrou na corrida presidencial para atuar como laranja do presidente Jair Bolsonaro nos ataques ao ex-presidente Lula da Silva.

 

Joás garante que não deu calote no CNPq e que manterá candidatura

Joás Moraes: na lista do TCU

Joás Moraes, candidato a governador pelo Democracia Cristã (DC), iniciou uma corrida contra o tempo para livrar-se da pecha de ficha suja e, assim, salvar a sua candidatura, que na avaliação do Ministério Público Eleitoral está “bichada”. O candidato do DC integra a lista de mais de 10 mil nomes considerados inelegíveis pelo Tribunal de Contas da União por pendências com a União. No caso, Joás Moraes, que é professor universitário, tem uma pendência no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), por não haver prestado contas dos recursos (R$ 118 mil) que recebera como bolsista há cerca de 15 anos, situação que, segundo o TCU, o torna inelegível. O candidato do DC jura que não deu calote no CNPq e que tem condições de resolver o problema, manifestando convicção de que não deve e concorrerá normalmente. Que assim seja.

São Luís, 25 de Agosto de 2022.

 

 

 

IPEC/TV Mirante: Brandão lidera e Weverton e Edivaldo Jr. estão tecnicamente empatados

 

Carlos Brandão à frente de Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Joás Moraes, Simplício Araújo, Enilton Rodrigues, Frankle Costa e Hertz Dias

Se a eleição para governador Maranhão fosse agora, o governador Carlos Brandão (PSB) sairia das urnas como o mais votado, 28%, impondo uma expressiva vantagem sobre o segundo colocado, o senador Weverton Rocha (PDT), que teria 16%. Os dois disputariam um segundo turno. Em terceiro lugar estaria o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com, 14%, seguido do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) com 10%. Joás Moraes (DC) teria 2%, Enilton Rodrigues (PSOL), Frankle Costa (PCB) e Simplício Araújo (SD) com 1% cada um, enquanto Hertz Dias (PSTU) não pontuou. Brancos ou nulos somariam 9% e indecisos (não sabe ou não responde) seriam 19%. O IPEC ouviu 800 eleitores no período de 20 a 23 de agosto, tem margem de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE sob o número MA-06254/2022.

A pesquisa IPEC/TV Mirante é o olhar de fora que chegou em boa hora para colocar um pouco de ordem nesse item sensível e, às vezes decisivo, da campanha eleitoral.

E as informações que trouxe à tona confirmam a tendência dominante encontrada na grande maioria das pesquisas feitas até aqui: o governador Carlos Brandão lidera a corrida ao Palácio dos Leões, já tendo alcançado uma boa vantagem sobre o seu principal adversário, o senador Weverton Rocha, que se encontra praticamente na mesma posição em que foi encontrado em quase duas dezenas de levantamentos feitos até aqui. Feita em momento adequado, quando a campanha eleitoral propriamente dita começa a ganhar fôlego, a pesquisa do Ipec inicia sua série de sondagens confirmando uma tendência já consolidada, que é a liderança do governador Carlos Brandão, tendo o senador Weverton Rocha, seu principal adversário, numa distância razoavelmente segura.

Outro dado que chama a atenção no levantamento do IPEC/TV Mirante é a briga pelo terceiro lugar entre Edivaldo Holanda Jr. e Lahesio Bonfim. Contrariando todas as pesquisas mais recentes, o ex-prefeito de São Luís aparece com quatro pontos percentuais – fora da margem de erro, portanto – à frente do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes. Por esse cenário, é Edivaldo Holanda Jr. e não Lahesio Bonfim a ameaça a Weverton Rocha, de quem está separado por cinco pontos percentuais de diferença, uma distância não muito consistente se levada em conta a margem de erro. Ou seja, Weverton Rocha vive o dramático desafio de alcançar Carlos Brandão sem tirar o olho de Edivaldo Holanda Jr..

Outra informação surpreendente trazida à tona pelo IPEC é Lahesio Bonfim na quarta posição, na perigosa fronteira de um para dois dígitos. Essa posição pose ser explicada pelo fraco desempenho dele no debate na TV Difusora e nas sabatinas e entrevistas das quais participou nas últimas duas semanas. Ousado, falastrão e tentando se “vender” como um gênio da administração pública com base na sua experiência no comando de São Pedro dos Crentes, um município com quatro mil habitantes. Suas respostas vazias para questões complexas mostraram que sua visão do estado e seus problemas é primária, diferentemente, por exemplo, de Joás Moraes (DC), um professor universitário bem preparado, que aparece em quinto lugar.

Outro dado curioso é a posição de Simplício Araújo, que tem mostrado um discurso propositivo, com muitas ideias, mas encontra-se estancado na faixa de 1% de intenções de voto, mesmo patamar de Enilton Rodrigues e Frankle Costa. O fato de Hertz Dias não haver pontuado não surpreendeu.

Com as informações dessa sondagem, a campanha ganhará movimentos mais intenso, tendo como campos de batalha a telinha da TV e as ondas de rádio, que a partir desta sexta-feira serão os espaços mais ricos da campanha eleitoral. Valendo a lembrança de que os indecisos, que não quiseram ou não souberam responder, somam 19%, percentual com poder de fogo para consolidar ou virar qualquer disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino tem mais do dobro das intenções de votos de Rocha

Flávio Dino tem o dobro de Roberto Rocha na disputa para a única vaga no Senado

O ex-governador Flávio Dino caminha para se tornar senador da República. De acordo com o Ipec, se a eleição fosse agora, ele iria para a votação com 50% das intenções de voto contra 21% do selador Roberto Rocha, que busca a reeleição. O candidato Ivo Nogueira teria 4%, enquanto Saulo Arcangeli teria 2% e Antônia Cariongo 1%. Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado responde sem que se seja dada opções, Flávio Dino também vem na frente com 21%, o triplo das intenções de voto dadas a Roberto Rocha, que aparece com 7%. Outros candidatos não pontuaram.

Não surpreende a liderança do ex-governador Flávio Dino na corrida ao Senado. Ele entrou na disputa saindo de um Governo muito bem-sucedido em todas as áreas, além de ter sido politicamente muito atuante, principalmente na seara nacional, onde se tornou uma das vozes mais contundentes na oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro. O senador Roberto Rocha, por seu lado, tenta renovar um mandato em que politicamente saiu da esquerda democrática (PSB) para se tornar membro destacado da extrema-direita que tomou conta do PTB, partido controlado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, cujo discurso de direita-golpista vem beirando a insanidade.

 

Weverton ignora apelos e mantem “neutralidade” na corrida ao Planalto

 Ciro Gomes e Weverton Rocha

Apelos e advertências não têm sido suficientes para fazer com que o senador Weverton Rocha saia da “neutralidade” e assuma a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à presidência da República pelo PDT. Ele mantém inalterada sua estratégia de ignorar o candidato pedetista, sinalizar que quer a eleição do ex-presidente Lula da Silva (PT) e fazer campanha embalado por chefes bolsonaristas, fazendo de conta que o presidente Jair Bolsonaro, a quem se diz oposição, simplesmente não existe. Correu a informação de que o PDT decidiu punir candidatos regionais do partido que não se integrasse à candidatura de Ciro Gomes. Mass nem isso mudou a posição do chefe do PDT no Maranhão.

São Luís, 24 de Agosto de 2022.

 

 

 

 

 

Lula declara apoio a Dino reforçando a aliança PT/PSB construída para a guerra pelo voto 

 

Lula da Silva e Flávio Dino: vitória nas urnas pode produzir vários desdobramentos 

O ex-presidente Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, gravou um vídeo de apoio à candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, reforçando, sem meio termo, a aliança do seu partido com o PSB no Maranhão. Na fala, o candidato petista, que lidera a corrida presidencial, vai direto ao ponto, sem fazer elogio barato nem jogar conversas fora: “Meus amigos, Flávio Dino foi um dos melhores governadores do Brasil. Esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis – é nessa hora que conhecemos os verdadeiros amigos. Vamos trabalhar juntos, para gerar mais empregos e fazer do Maranhão, esse estado extraordinário, um lugar ainda melhor para viver. Por isso, vote Flávio Dino sanador”.

À primeira vista, sem qualquer esforço interpretativo, a mensagem de Lula da Silva em favor de Flávio Dino é postura correta e agregadora de um líder nacional em relação a um líder regional aliado no contexto de uma corrida eleitoral. Todavia, se analisada sob um espectro político mais aberto, ela tem um significado político muito mais abrangente do que uma simples manifestação de apoio. E confirma o cenário em que o senador Roberto Rocha (PTB), que busca a reeleição apoiado por aliança esdrúxula, que reúne dois candidatos a governador – Weverton Rocha (PDT) e Lahesio Bonfim (PSC) -, provavelmente não terá manifestação de apoio idêntica do seu candidato ao Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que pleiteia a reeleição.

Lula da Silva e Flávio Dino estão no mesmo lado político desde os anos 80 do século passado, quando o primeiro fundou o PT e o segundo, ainda estudante, iniciava sua militância nos quadros do PT, tendo migrado depois para o PCdoB, onde permaneceu até março deste ano, quando migrou para o (PSB). Os dois se distanciaram em 2006, quando o líder petista firmou aliança com o Grupo Sarney, apoiando a candidatura de Roseana Sarney (PMDB) contra a de Jackson Lago (PDT), que venceu a eleição. Permaneceram distanciados nas eleições de 2010, quando Flávio Dino foi candidato a governador contra Roseana Sarney, que teve o apoio ostensivo do PT, que elegeu Dilma Rousseff, tendo a governadora se reelegido no primeiro turno, e em 2014, ficando com Lobão Filho (PMDB) na eleição vencida por Flávio Dino, quando o PT reelegeu Dilma Rousseff, que também não o apoiou.

A situação começou a mudar quando o governador Flávio Dino, logo nos primeiros meses de 2015, se aproximou da presidente Dilma Rousseff, tornando-se um dos seus mais importantes e ativos aliados, atuando na linha de frente contra o impeachment. Depois, se tornou uma das vozes mais fortes contra o processo que levou Lula da Silva à prisão, tendo sido também, com a autoridade de ex-juiz federal conceituado, um dos seus mais enfáticos defensores, tornando-se crítico duro das decisões do então juiz-chefe da Lava Jato, Sérgio Moro, em relação ao ex-presidente. Livre e decidido a se candidatar ao Palácio do Planalto, Lula da Silva eliminou o distanciamento e incluiu o governador do Maranhão no seu núcleo mais próximo de aliados.

Foi a consistente relação construída pelos dois nos últimos anos, incluindo os mais de 500 dias de prisão, que se tornou a base da aliança PT/PSB no Maranhão, tendo Lula da Silva declarado apoio à chapa Carlos Brandão (PSB), com o neopetista Felipe Camarão como vice, e Flávio Dino para o Senado. Motivado pela posição de Lula da Silva, pela sólida relação que mantem com o ex-governador, e pela possibilidade de eleger um vice-governador que poderá ser o candidato do partido ao Governo em 2026, mais de 90% do PT fechou com o PSB. Ficou de fora um grupo, que tem base em São Luís, e que se aliou ao pedetista Weverton Rocha e está fortemente inclinado a votar no senador Roberto Rocha, o principal braço do bolsonarismo no Maranhão, mas sem assumir aberta e enfaticamente o apoio ao projeto de reeleição do presidente da República.

A aliança unindo o ex-presidente Lula da Silva e o ex-governador Flávio Dino deve ganhar muitos e importantes desdobramentos se os dois forem eleitos, como está sendo desenhado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Caminhadas em Imperatriz podem ter sinalizado mudança de posições de Weverton e Brandão

Weverton Rocha e Carlos Brandão  medem força em Imperatriz

Se a corrida às urnas acontecesse nesta semana, o resultado da disputa em Imperatriz seria imprevisível. Segundo fontes credenciadas do meio político tocantino, até pouco tempo atrás o senador Weverton Rocha (PDT) vinha liderando a corrida na cidade com margem folgada. O cenário pode ter sofrido alteração com as duas caminhadas feitas na semana passada, uma comandada pelo candidato pedetista, outra liderada pelo governador Carlos Brandão. De acordo com as duas fontes, a caminhada do governador reuniu uma multidão, que participou com entusiasmo, enquanto que a do senador Weverton Rocha foi mais tímida. A próxima pesquisa a ser feita para medir as intenções de voto do eleitorado da antiga Vila do Frei deve mostrar um cenário em que a liderança do pedetista se mantém, mas sem a consistência de antes, podendo também encontrar uma situação de empate técnico, ou ainda uma leve vantagem para o governador Carlos Brandão. As duas fontes, que conhecem bem os humores do eleitorado imperatrizense, garantem que o cenário ali agora é outro.

 

Roseana vai ao interior para fortalecer chapa proporcional do MDB e apoiar Brandão

Roseana Sarney: faz maratona de viagens para sair líder na corrida para a Câmara Federal

Candidata à Câmara Federal, a ex-governadora Roseana Sarney, que preside o MDB no Maranhão, está determinada a sair das urnas com votação recorde. Seu projeto é, além da sua própria eleição, contribuir decisivamente para a eleição de outros candidatos emedebistas, como os deputados federais João Marcelo e Hildo Rocha, que buscam a reeleição, e o ex-suplente de senador Lobão Filho, que tenta chegar à Câmara Baixa pela primeira vez. Ao mesmo tempo, pedirá votos para os candidatos do partido à Assembleia Legislativa e para o governador Carlos Brandão (PSB). Para tanto, além de conversar com lideranças de todo o estado e participar de comícios e reuniões, e de usar com frequência as redes sociais, a ex-governadora organizou uma intensa agenda de viagens ao interior, que iniciou semana passada em Imperatriz. Ela vai alternar suas viagens ao continente com incursões aos quatro municípios que formam a Ilha de Upaon Açu.

São Luís, 23 de Agosto de 2022.

Brandão tem Lula como aliado; Weverton ignora o pedetista Ciro e Bolsonaro, que o apoia

 

Carlos Brandão e Flávio Dino estão frechados com Lula da Silva, enquanto Weverton Rocha não apoia Ciro Gomes e faz de conta que ignora Jair Bolsonaro, que o apoia

A primeira semana da campanha para o Governo do Maranhão serviu para o surgimento de indicativos de que haverá fortes diferenças da posição dos candidatos a governador e senador em relação aos candidatos a presidente da República. A coligação encabeçada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que busca a reeleição, e pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado, está definida no apoio à candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT), usando-a também como trunfo na guerra pelo voto, enquanto que a coligação encabeçada pelo senador Weverton Rocha (PDT) e pelo senador Roberto Rocha (PTB) reúne as correntes bolsonaristas no Maranhão, mas não tem a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos seus recursos para seduzir o eleitorado. Salvo alguns setores do PDT, que não estão no comando do partido, o candidato pedetista a presidente da República, Ciro Gomes não tem suporte no estado e a candidata Simone Temet (MDB), só conta com algumas vozes do seu partido, como a do deputado federal Hildo Rocha, que não entrou no movimento por meio do qual a maioria do MDB está apoiando o ex-presidente Lula da Silva.

Desde os primeiros movimentos feitos no início deste ano, o então governador Flávio Dino assumiu aberta e ostensivamente a candidatura do ex-presidente Lula da Silva, transformando-a numa bandeira, posição que manteve e foi incorporada pelo seu sucessor, Carlos Brandão, e foi consolidada com a migração dos dois para o PSB. O PT se aliou ao PSB, dando-lhe como vice o neopetista Felipe Camarão, no plano estadual. E foi o que aconteceu no plano nacional, com o ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, hoje membro do PSB, como candidato a vice do líder petista. Os candidatos majoritários e proporcionais da coligação brandonista associam suas campanhas à de Lula da Silva, formando uma corrente política e eleitoralmente poderosa e amplamente favorita, segundo as pesquisas. Lula também tem o apoio declarado de Simplício Araújo (Solidariedade), Enilton Rodrigues (PSOL), os dois casos seguindo orientação em favor de alianças de abrangência nacional.

No campo bolsonarista a situação é radicalmente diferente. Afora algumas vozes isoladas, como a de Lahesio Bonfim (PSC), que mesmo a contragosto está seguindo a cartilha do deputado federal Aloísio Mendes (PSC), bolsonaristas fervorosos cobram declarações de apoio ao presidente da República. O candidato do PDT, Weverton Rocha, que tem o apoio das forças partidárias bolsonaristas, declara abertamente que não abraça “nenhuma candidatura”, nem mesmo a de Ciro Gomes, do seu partido, alegando que, se for eleito, vai se entender com quem estiver no Palácio do Planalto, inclusive seu colega de partido. É uma jogada de alto risco e contraria frontalmente os postulados da política, que recomenda que se tenha um lado. O fato é que Weverton Rocha é apoiado pelas bases bolsonaristas, mas, de olho na suscetibilidade do eleitorado, se recusa a abraçar publicamente a candidatura de Jair Bolsonaro. E o mais curioso é que os chefes bolsonaristas, a começar pelo senador Roberto Rocha, parecem estar de pleno acordo com o candidato do PDT, o que contraria frontalmente os postulados da política partidária.

Na mesma linha, Edivaldo Holanda Jr., candidato do PSD, bateu pé e decidiu não seguir a orientação do chefe do seu partido, deputado federal Edilázio Jr., bolsonarista de carteirinha, mas que também não se expõe além da conta como tal. Num outro “quadrado”, os candidatos a governador Hertz Dias (PSTU), faz campanha associada à Vera Lúcia, candidata do seu partido a presidente, e Frankle Costa, cujo partido, o PCB, tem candidato ao Palácio do Planalto.

A realidade nua e crua é que qualquer avaliação baseada na compreensão do que é a política nos sentidos partidário e eleitoral, e que seja isenta, certamente concluirá que, no que respeita às candidaturas presidenciais, os candidatos Carlos Brandão, Simplício Araújo, Enilton Rodrigues, Hertz Dias e Frankle Costa estão navegando na coerência, o que não acontece com o senador Weverton Rocha. Vale lembrar, entretanto, que vem por aí a campanha eletrônica, na TV e no rádio, que o senador pedetista pode usar para inverter a postura.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Aliança de Weverton com Maranhãozinho estaria perdendo força

Weverton Rocha eJosimar de Maranhãozinho

Correm fortes nos bastidores rumores dando conta de que o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que controla o PL no Maranhão, teria decidido “liberar” os cerca de quarenta prefeitos do partido, que em princípio foram “convocados” para apoiar a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). E que boa parte desses prefeitos estariam migrando para a base de apoio do governador Carlos Brandão (PSB). Há, na verdade, uma mudança de postura de Josimar de Maranhãozinho em relação à corrida sucessória. Conhecedor profundo do caminho das pedras eleitorais, o chefe do PL e aliado partidário do presidente Jair Bolsonaro, que é do partido, teria avaliado o cenário e chegado à conclusão de que caminham para serem remotas as chances de eleição do senador pedetista, tanto quanto a reeleição do senador Roberto Rocha. A se confirmar essa tendência, Josimar de Maranhãozinho pode se reeleger com votação gorda, bem como sua mulher, a deputada estadual Detinha, pode se reeleger, mas isso não será o melhor dos mundos se ele vier a sair das urnas enfraquecido.

 

Perdas de Weverton podem embalar Lahesio e fortalecer Bandão

Lahesio Bonfim e Carlos Brandão

Há uma forte expectativa no meio político quanto à candidatura de Lahesio Bonfim (PSC). Dois observadores ouvidos pela Coluna dizem que, se ele conseguir colocar pelo menos dois pontos percentuais sobre o senador Weverton Rocha, pode causar forte desidratação no pedetista e, com isso, causar uma corrida de prefeitos para o candidato leonino, podendo também beneficiá-lo, mas numa escala menor. É fato de que vários dirigentes municipais ligados a Josimar de Maranhãozinho já migraram para a base de apoio de Carlos Brandão. O mais elevado estado de tensão quanto a essa possibilidade ocorre no QG do senador pedetista, que se movimenta para reagir, certo de que sua candidatura está perdendo força.

São Luís, 21 de Agosto de 2022.

Nova pesquisa sobre corrida aos Leões coloca em dúvida resultados da própria Exata e da Econométrica

Um dia depois de ter sido informado pelo o instituto Econométrica que o governador Carlos Brandão (PSB) teria avançado a ponto de colocar quase duas dezenas de pontos percentuais de intenções de voto sobre o senador Weverton Rocha (PDT), que teria perdido pontos em relação ao levantamento anterior e que estaria tecnicamente empatado com Lahesio Bonfim (PSC), o eleitorado maranhense foi surpreendido ontem por outra pesquisa, do instituto Exata, mostrando um cenário radicalmente diferente.

Os números do Exata são os seguintes: Carlos Brandão aparece com 30% das intenções de voto, seguido de Weverton Rocha com 29%, tendo ainda Lahesio Bonfim com 16%, e na sequência Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com 10%, Simplício Araújo (SD), Joás Moraes (DC) e Enilton Rodrigues (PSOL), cada um com 1% – Hertz Dias (PSTU) e Frankle Costa (PCB) não pontuaram. Além disso, 4% disseram que não votariam em nenhum, votariam em branco ou anulariam o voto e 8% não quiseram ou não souberam responder. E na hipótese de um segundo turno, Weverton Rocha venceria Carlos Brandão com 42% dos votos contra 41% e Lahesio Bonfim por 55% a 26%. A pesquisa ouviu 1.469 eleitores entre 07 a 12 de agosto, tem margem de erro de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e foi registrada no TSE com o número MA-02051/2022.

Esse é, até aqui, o fato mais fora da curva relacionado com pesquisas nessa corrida eleitoral. Por mais que as duas empresas de estatística difiram em método de coleta de dados e em tratamento das informações coletadas, e ainda quanto o universo geopolítico pesquisado, é absolutamente surpreendente que dois levantamentos feitos no mesmo período sobre a mesma temática e os mesmos nomes tenham encontrado resultados tão diferentes. Afinal, não se está falando de uma diferença de três, cinco, seis pontos, levando-se em conta as margens de erro, o que é possível. O que está sendo avaliado é que um levantamento mostrou o governador com 40 pontos percentuais de intenção de voto, contra 21 do senador e do 20 do ex-prefeito, enquanto o outro mostrou o governador e o senador tecnicamente empatados, o primeiro com 30 pontos percentuais e o segundo com 29 pontos, estando o ex-prefeito muito atrás com 16 pontos.

A boa técnica e a boa ética recomendam que não se deve comparar pesquisas de institutos diferentes. Não se trata aqui de uma comparação, a começar pelo fato de que a Coluna não pretende se posicionar contra um e a favor de outro em relação aos dois levantamentos. Menos ainda fazer uma intromissão indevida nessa confusão emitindo juízo desonesto a respeito dos institutos Econométrica, que tem três décadas de vida e um sólido lastro de bons serviços prestados, e Exata, de existência mais curta, mas já com um bom saldo de acertos. O registro e as observações são apenas a forma mais franca de expressar a sua sincera estupefação, uma vez que a diferença que separa os dois conjuntos estatísticos contraria a lógica matemática mais elementar e mergulha o eleitor num pântano de dúvida e de incertezas.

Nesse cipoal de porcentagens que não se ajustam, pelo menos um dado faz sentido: a divisão dos nove candidatos a governador em dois blocos nítidos, incontestáveis. O primeiro reunindo o governador Carlos Brandão, que aparece na liderança, o senador Weverton Rocha, que se movimentas em segundo, e o ex-prefeito Lahesio Bonfim, sempre na terceira posição. E o segundo bloco formado pelos candidatos Edivaldo Holanda Jr., Simplício Araújo, Enilton Rodrigues, Hertz Dias, e mais recentemente Joás Moraes e Frankle Costa.

Fica a torcida para que novos levantamentos tragam pelo menos a impressão de que estão investigando o mesmo assunto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sem Brandão, debate na Difusora foi fraco de propostas e de embates

Lahesio Bonfim, Simplício Araújo, Weverton Rocha, Edivaldo Holanda Jr., Enilton Rodrigues e Frankle Costa momentos antes de iniciarem o debate na TV Difusora

Nada aconteceu de diferente ou foi dito de especial no primeiro debate entre os candidatos a governador realizado ontem pela PT Difusora, braço maranhense do SBT. Bem formatado e com duração de duas horas, o tate-a-tate entre os postulantes ao comando do Governo do Maranhão, que serviria para mostrar o conteúdo de cada um, não produziu um resultado animador. Provavelmente por conta da ausência do governador Carlos Brandão (PSB), que a justificou acusando a TV Difusora de imparcialidade, por fazer sistemática oposição ao seu governo, os participantes não mostraram uma compreensão abrangente a respeito do que é o Maranhão, os seus problemas e o seu potencial.

O senador Weverton Rocha (PDT) nada disse que justificasse a importância que ele se esforça para dar à sua candidatura, tratando assuntos fundamentais com frases genéricas, como a promessa de ressuscitar o Primeiro Emprego, programa do Governo Roseana Sarney (MDB). Edivaldo Holanda Jr. (PSD) repetiu o discurso focado nos oito anos governando São Luís como um tocador de obras embalado por Jesus Cristo. Lahesio Bonfim repetiu o mesmo discurso de entrevistas, gerando a impressão de que não vai passar do “eu vou fazer” tudo, mas sem dizer como. Simplício Araújo foi o candidato mais propositivo, com desempenho diferenciado pela eficiência como comunicador. Os demais – Enilton Rodrigues (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Frankle Costa (PCB) – se limitaram a insistir nos jargões da esquerda radical, sendo Hertz Dias o mais agressivo na troca de farpas. Joás Moraes (DC), que mostrou preparo em entrevistas, não conseguiu chegar a tempo à TV Difusora.

Vale anotar a eficiente condução do experiente jornalista Adalberto Melo.

 

Braide entra de cabeça na campanha por Weverton e Roberto Rocha

Eduardo Braide com Weverton Rocha na abertura da campanha de Roberto Rocha, ontem, em Imperatriz

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (sem partido), que só há pouco tempo se posicionou na corrida eleitoral, decidiu entrar de cabeça na guerra pelo voto apoiando o senador Weverton Rocha (PDT) para o Governo do Estado e o senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição. Primeiro, ele participou efetivamente da oficialização das duas candidaturas nas convenções, e ontem, o ontem esteve na linha de frente de uma caminhada em Imperatriz, com a qual o senador Roberto Rocha deflagrou sua campanha em busca da renovação do mandato. Antes baseada em frases soltas, a posição de Eduardo Braide evoluiu para um envolvimento ostensivo, como que motivado pela certeza de que esse grupo, que mistura parte da centro-esquerda com a direita bolsonarista em todos os seus graus, chegará ao poder. Político conservador, com rígida formação católica, mas com essência democrática, Eduardo Braide faz política com inteligência e pragmatismo, o que significa dizer que sua movimentação tem as devidas explicações gerais e pontuais. Uma delas, claro, é a eleição do irmão, Fernando Braide, para a Assembleia Legislativa, onde começou sua trajetória. Outra é criar e manter elos que lhe abra as portas e os cofres em Brasília.

São Luís, 19 de Agosto de 2022.

Econométrica: Brandão dispara, Weverton regride e Lahesio e Edivaldo Jr. estacionam

 

Econométrica: Carlos Brandão dispara, Weverton Rocha cai, Lahesio Bonfim e Edivaldo Jr. estacionam; Joás Moraes entra, e Enilton Rodrigues se mantém e Simplício Araújo e Hertz Dias não decolam e Frankle Costa não pontuou

O governador Carlos Brandão (PSB) disparou na corrida para o Palácio dos Leões. E, se mantiver o ritmo de crescimento da sua candidatura e não for atingido por um grave imprevisto durante a campanha, já pode trabalhar com a possibilidade – ainda remota, mas plausível – de liquidar a fatura no primeiro turno. O senador Weverton Rocha (PDT), que estava há meses estacionado, se movimentou, mas em sentido contrário, encolhendo seu cacife, enquanto ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) encostou de vez no pedetista, mesmo sem nada ter avançado, caso do ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD).

É esse o cenário trazido pela pesquisa Econométrica/O Imparcial, divulgada ontem, na qual Carlos Brandão tem 40,7% das intenções de voto, contra 21,4% de Weverton Rocha, 20,5% de Lahesio Bonfim, 7,5% de Edivaldo Holanda Jr., 1,1% de Joás Moraes (DC), 1,0% de Enilton Rodrigues (PSOL), 0,3% de Simplício Araújo (SD), e 0,1% de Hertz Dias (PSTU) – Frankle Costa (PCB) não pontuou. A pesquisa encontrou 8.4% de insatisfeitos e indecisos. E quando os exclui, tornando os votos válidos, a situação é a seguinte: Carlos Brandão tem 44,4%, Weverton Rocha 23,4%, Lahesio Bonfim 22,4%, Edivaldo Holanda Júnior 8,1%, Joás Moraes 1,2%, Simplício Araújo 0,3%, e Enilton Rodrigues e Hertz Dias 0,1% cada. Em caso de segundo turno, Caros Brandão vence todos eles, com vantagem folgada. E quando o assunto é rejeição, os quatro principais candidatos estão no mesmo patamar acima dos 20 pontos percentuais.

Os números tornam essa pesquisa Econométrica a mais impactante e reveladora de todos os levantamentos divulgados até agora sobre a corrida ao Governo do Estado. Primeiro por causa da disparada do governador Carlos Brandão em busca da reeleição, lembrando que ele saiu de quatro pontos percentuais, crescendo dez vezes de janeiro para cá, abrindo agora a possibilidade de vencer a eleição em turno único. E, segundo, pelo desapontador desempenho do senador Weverton Rocha, que amargou um pequeno, mas grave, retrocesso, o que torna sua candidatura um projeto político solto e sem a consistência que se supunha.

O desempenho, na forma de crescimento acelerado, do governador Carlos Brandão é facilmente explicável: ele é ficha limpa, tem lastro político, fez uma trajetória com dois mandatos federais, foi vice por sete anos e três meses de um bom Governo, e desde abril é o governador em busca da reeleição. E com um dado que faz a diferença no atual momento político do Maranhão: tem como aliado e companheiro de chapa o ex-governador Flávio Dino (PSB), que lidera a corrida ao Senado. O candidato do PSB tem sabido usar com cuidado e eficiência os trunfos que dispõe, a começar pelo mais importante deles: estar despachando no gabinete principal do Palácio dos Leões.

O senador Weverton Rocha vem cometendo erro atrás de erro, sendo o maior deles ter desafiado o grupo ao qual pertenceu ao tentar impor aos aliados um projeto pessoal, por mais que ele diga que não é. O outro erro grave foi sair da aliança dinista, aliar-se às forças bolsonaristas e se juntar com o senador Roberto Rocha (PTB), bolsonarista de ponta e candidato à reeleição, para derrotar o ex-governador Flávio Dino. O líder pedetista errou nos cálculos e agora vê o fruto amargo do seu erro. E o estrago será bem maior se Lahesio Bonfim deixa-lo para trás, como está sendo rascunhado.

É oportuno e honesto lembrar que a campanha de 45 dias está apenas começando, e que muita água ainda vai rolar por baixo da ponte. Vale também o registro de que o candidato do PDT dificilmente encontrará argumentos com força suficiente para reverter a situação criada com a nova pesquisa.

Em Tempo: A Econométrica entrevistou 1.503 eleitores em 59 municípios, incluindo São Luís, no período de 11 a 15 de agosto de 2022, tem margem de erro de 2,5% para mais ou para menos, confiabilidade de 95% e está registrada no TSE com o número MA-0102022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Senado: Dino tem quase o dobro das intenções de voto de Rocha

Flávio Dino tem o dobro de Roberto Rocha na disputa pela vaga no Senado

Se a eleição fosse agora, o ex-governador Flávio Dino (PSB) daria uma surra de votos monumental no senador Roberto Rocha (PTB). Ele iria para as urnas com nada menos que 52,4% das intenções de voto contra 28,3% do senador petebista. Antônia Cariongo (PSOL) teria 0,9%, Ivo Nogueira (PSTU) 0,8% e Saulo Arcangeli (PSTU) passou de 1,1% para 0,3%. Os insatisfeitos e indecisos somaram 16,5%.

Não é possível afirmar com certeza absoluta que esse será o resultado da lição ou que o desfecho se dê nessa ordem. Mas, a julgar pelo que informaram até aqui as mais de duas dezenas de pesquisas, é lícito prever que o favoritismo do ex-governador é consistente e reúne as condições para ser confirmado nas urnas.

Por uma série de fatores, as condições políticas do ex-governador Flávio Dino o credenciam para vencer esse pleito. Isso não significa dizer que o senador Roberto Rocha já esteja fora, que sua derrota seja um fato que só depende da consumação. Ele está em campanha, parece animado, mas sabendo que sua situação é muito difícil.

E como não pode deixar de ser, vale a lembrança de que a campanha só está começando.

 

Formação, experiência e DNA político embalam candidatura de Rodrigo Lago à Alema

Rodrigo Lago: quadro de excelência tenta AL

Se tudo ocorrer como esperam familiares, amigos e apoiadores, a Assembleia Legislativa ganhará um quadro de excelência técnica e indiscutível estatura política, o advogado Rodrigo Lago (PSB).

Rodrigo Lago tem tudo a ver com a seara política, começando pelo fato de que é especializado em Direito Eleitoral, o que lhe dá uma visão privilegiada desse universo complexo e desafiador. Já como homem público, traz no currículo a experiência de ter sido secretário de Transparência, de Comunicação e Articulação Política, e ainda de Desenvolvimento Agrário no Governo Flávio Dino.

Integrante de proa do grupo mais próximo então governador Flávio Dino, foi escalado pelo governador, em 2015, para implantar o que se tornou uma das fortes marcas do Governo que começava naquele momento: a Secretaria de Transparência, que transformou a gestão em dois mandatos como uma das mais transparentes de todo o País. Em seguida, deixou também boa impressão nas outras pastas.

No campo político propriamente dito, além de ter o aval do ex-governador Flávio Dino e o apoio do governador Carlos Brandão, Rodrigo Lago caminha para as urnas embalado pelo DNA dos Lago, um dos sobrenomes políticos mais importantes do Maranhão, e com o que aprendeu com o pai, o respeitado ex-deputado Aderson Lago.

São Luís, 18 de Agosto de 2022.