
Maranhãozinho, Júnior Lourenço, Pastor Gil,
Josivaldo JP, Pedro Lucas Fernandes, Juscelino Filho,
Fábio Macedo, Cleber verde, Marreca Filho,
Duarte Júnior e Márcio Honaiser votaram contra o
IOF, favorecendo os banqueiros, enquanto Márcio
Jerry e Rubens Júnior votaram com o Governo
Resultado de uma surpreendente rasteira política aplicada pelo presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB), apoiado pela base bolsonarista e por extratos insatisfeitos do Centrão e da impotência da bancada governista, a fragorosa derrota do Governo do presidente Lula da Silva (PT) com a derrubada do decreto que ajustava o IOF, foi uma demonstração cabal de que, ao contrário de outros tempos, as bandadas do estados no Congresso Nacional não guardam mais uma relação com as lideranças estaduais. O melhor exemplo está na bancada maranhense, que votou em massa contra o Governo com o argumento fajuta de que a mudança no IOF é “aumento de imposto”, quando só afetaria o grande capital, os banqueiros e os grandes investidores. Nada menos que 14 dos 18 deputados seguiram a orientação dos líderes oposicionistas, articulados pelos chefes bolsonaristas votando contra o decreto, colocando o Brasil numa perigosa encruzilhada fiscal.
Votaram para a derrubada do decreto os deputados Aluísio Mendes (Republicanos) e Allan Garcês (PP), bolsonaristas de carteirinha; Detinha (PL), Josimar de Maranhãozinho (PL), Pastor Gil (PL) e Júnior Lourenço (PL), que formam um grupo independente do PL, que não segue a orientação bolsonarista; Pedro Lucas (União), Cléber Verde (MDB), Fábio Macedo (Podemos) e Josivaldo JP (PSD) e Marreca Filho (PRD) que integram a banda genuína do Centrão; Márcio Honaiser (PDT) e Duarte Júnior (PSB), esquerdistas de direita, e Juscelino Filho (União), ex-ministro das Comunicações, que até pouco tempo jurava ser aliado do presidente Lula da Silva. Os deputados Márcio Jerry (PCdoB), vice-líder do Governo, e Rubens Júnior (PT), um dos articuladores da base governista, votaram pelo aumento do IOF. Apenas os deputados Hildo Rocha (MDB) e Amanda Gentil (PP) não participaram da votação.
Na avaliação da maioria dos especialistas, a derrubada do decreto do IOF sem propor uma solução alternativa, teve dois vieses. O primeiro foi atender ao grande Capital, numa demonstração de que esse grupo de parlamentares está mais alinhado aos super ricos, que não querem pagar imposto sobre os seus ganhos excessivos, sem a preocupação de colocar em risco os programas sociais que garantem a sobrevivência de milhões e milhões de brasileiros. E o outro é mais óbvio ainda: uma grande articulação da direita e do Centrão para desgastar o Governo do PT visando as eleições do ano que vem. Isso num ambiente em que o Senado aprovou e a Câmara Federal vai aprovar o aumento do número de deputados federais, que passará de 513 para 543, a um custo de R$ 60 milhões a cada ano.
As mesmas vozes que tentam impor ao Governo da República um impiedoso garrote fiscal, exigindo o enxugamento das contas públicas são os mesmos que, contraditoriamente, agora bradam contra as decisões do Supremo Tribunal Federal de tornar mais transparente a aplicação das emendas parlamentares, que foram transformas em negócios milionários sem rastros e sem prestação de contas. Os chefões partidários tentaram emparedar o ministro Flávio Dino, que está abrindo a caixa-preta das emendas, mas encontraram nele um magistrado que não faz concessão quando o que está em jogo é o mau uso do dinheiro público.
Em outros tempos, antes de decisões graves como a de ontem, na qual estava em jogo o exercício fiscal do Governo para este ano, os deputados federais se articulavam como bancada, faziam consultas a aliados, como governador e prefeitos e tomavam suas decisões em sintonia com as suas bases. Agora, os representantes do Maranhão no Congresso Nacional, que garantem sobrevivência eleitoral na bilionária ciranda das emendas, ignoram as suas bases e decidem os destinos da Nação em acertos com as cúpulas partidárias em Brasília.
No caso do IOF, decidiram tirar do Governo os meios para fechar as suas contas deste ano, abrindo uma crise institucional que poderá ser resolvida na Justiça.
PONTO & CONTRAPONTO
Se entrarem na corrida, Roseana e César Pires elevarão o nível da campanha ao Senado
A liderança da deputada federal Roseana Sarney (MDB) na corrida às duas vagas no Senado, na hipótese de o governador Carlos Brandão (PSB) permanecer no cargo, reforçou a previsão, feita tempos atrás, de que essa disputa seria uma das mais acirradas deste século até aqui.
Não bastasse as candidaturas dos senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT) à reeleição, e os projetos de candidatura do ministro André Fufuca (PP) e do ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza), surge agora a candidatura do ex-deputado estadual César Pires (Novo), lançada por Lahesio Bonfim, candidato do seu partido ao Palácio dos Leões.
Já sem muita sintonia com a nova geração da política maranhense, representada pelos dois senadores e pelo ministro do Esporte, Roseana Sarney e César Pires têm autoridade política para entrar nessa disputa. Ela com o cacife de quem é deputada federal pela segunda vez, foi senadora da República e governou o Maranhão por 14 anos em períodos alternados. Ele com o lastro de vários mandatos na Assembleia Legislativa, secretário estadual de Educação e reitor da Universidade Estadual do Maranhão.
Independentemente dos seus potenciais eleitorais, se entrarem para valer nessa corrida, Roseana Sarney e César Pires poderão dar uma expressiva contribuição para o debate político que deve movimentar a campanha por assentos na Câmara Alta do país.
Grupos caxienses começam a se posicionar em relação a Governo e Senado para 26

Catulé Júnior vai definir seu rumo, e
Adelmo Soares está alinhado aos Leões
Com o controle da máquina municipal pelo prefeito Gentil Neto (PP), um mandato federal com a deputada Amanda Gentil (PP), um mandato de deputado estadual com Daniella Gidão (PSB), e no momento com o comando da Secretaria de Agricultura por meio do ex-prefeito Fábio Gentil, o Grupo Gentil, que tem a hegemonia da política de Caxias, já bateu martelo e decidiu abraçar o projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), caso o governador Carlos Brandão permaneça no cargo e o lance à sua sucessão.
Além do apoio à provável candidatura de Orleans Brandão ao Governo, o Grupo Gentil está decidido a embalar em Caxias e na região Leste a quase certa candidatura do ministro André Fufuca ao Senado. Quanto à segunda vaga, essa será reservada ao governador Carlos Brandão, caso ele decida passar o Governo e disputar mandato senatorial. Sem Carlos Brandão na corrida, o grupo ainda definirá a quem apoiará.
O Grupo Gentil pode caminhar com o seu aliado, o Grupo Coutinho, representado pelo vice-prefeito Eugênio Coutinho e a deputada estadual Cláudia Coutinho (PDT), no eventual apoio a Orleans Brandão, mas certamente vão se separar na corrida ao Senado, já que sua primeira opção será pelo projeto de reeleição do senador pedetista Weverton Rocha. E se juntarão, caso o governador Carlos Brandão for candidato ao Senado.
A ascensão de Catulé Júnior (PP) ao mandato de deputado estadual abriu uma nova frente política em Caxias. Ele tem deixado claro que seguirá caminho próprio, aguardando o momento certo para definir seu rumo partidário e as suas preferências para o Governo e o Senado. Já Adelmo Soares (PSB), que é suplente e está no exercício temporário do mandato, tem defendido a reconciliação de dinistas e brandonistas, mas seguirá a orientação do Palácio dos Leões para o Governo e para o Senado.
São Luís, 26 de junho de 2025.