Os sinais mais recentes emitidos a partir de Brasília indicam que, ainda que parcialmente, a disputa pela presidência da República terá influência na corrida ao Palácio dos Leões. O fato mais recente aconteceu no fim de semana que passou, quando o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, representante de Minas Gerais, deixou o DEM – que se fundiu com o PSL para formar o União Brasil – e se filiou ao PSD, sendo, de cara, alçado à condição de pré-candidato à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A entrada de Rodrigo Pacheco na corrida ao Palácio do Planalto abriu caminho para substanciar a ideia da “terceira via”, quebrando a polarização Lula da Silva (PT)/Jair Bolsonaro (?), no plano nacional, e injetando gás na pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), no plano local, com força para fazer as correntes lideradas pelo governador Flávio Dino (PSB) caírem “na real” e se juntarem em torno de uma candidatura amarrada por um acordo político inteligente. Não se prevê, aqui, que Rodrigo Pacheco desembarque na corrida presidencial com força para desbancar o ex-presidente ou o atual mandatário em busca da reeleição, mas não é precipitado supor que sua candidatura tem fluídos capazes de atrair forças de centro e da direita democrática, podendo espalhar reflexos dessa guinada nas disputas estaduais.
No momento, a corrida ao Palácio dos Leões está sendo influenciada, primeiro, pelo líder petista Lula da Silva, cujo apoio é disputado por três pré-candidatos a governador: Weverton Rocha (PDT), Carlos Brandão (PSDB) e Felipe Camarão (PT). No contraponto, o presidente Jair Bolsonaro ainda não tem pré-candidato, mas deve apoiar o senador Roberto Rocha (sem partido), se ele vier a ser candidato. Além de apostar no apoio de Lula da Silva, Carlos Brandão aguarda a definição do candidato presidencial dos tucanos, que pode ser o governador paulista João Doria ou o seu colega gaúcho Eduardo Leite, que disputam prévias no partido. O pré-candidato presidencial do PDT, Ciro Gomes, não tem o apoio declarado do pré-candidato pedetista a governador, que admite, no entanto, criar dois palanques, um para Lula da Silva e outro para Ciro Gomes.
A situação de Edivaldo Holanda Jr. é bem diferente e pode sofrer uma mudança radical. Ele que migrou do PDT para o PSD, não tinha pré-candidato a presidente, e agora poderá compor seu projeto de candidatura com o senador Rodrigo Pacheco, nome de peso do seu partido na corrida presidencial. Em princípio, o ex-prefeito de São Luís poderá se tornar o candidato com a situação mais regular nessa disputa, já que os demais se debatem sem saberem ainda com quais candidatos ao Planalto farão suas campanhas.
A condição do senador Rodrigo Pacheco como potencial candidato presidencial não é exatamente uma novidade. Vários analistas de peso da chamada “grande imprensa” já o vinham apontando como dono de um perfil que se encaixa sem problemas num projeto de candidatura ao Planalto: é um advogado jovem, democrata de centro-direita, representante de um estado política e economicamente importante e que tem se mostrado um líder equilibrado e plenamente identificado com o estado democrático de direito. Sua migração para o PSD lhe dará condições de negociar apoio nas duas grandes correntes ideológicas, criando as condições para se tornar o que se pode definir como “terceira via”. Também pode ser que ele não consiga viabilizar esse projeto de candidatura, mas seu potencial é inegável.
Se a candidatura de Rodrigo Pacheco deslanchar, como é provável que aconteça, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. ganhará um suporte importante para sua campanha ao Palácio dos Leões. Se isso terá repercussão forte e decisiva no seu desempenho de candidato a governador, mas não há dúvida de que uma chapa casada, com candidatos do mesmo partido, tem muito mais chances de convencer o eleitorado.
Em Tempo: Esse quadro pode ganhar um ingrediente a mais se o ex-ministro Sérgio Moro vier a se filiar ao Podemos, partido comandado no Maranhão pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide, e entrar na corrida presidencial.
PONTO & CONTRAPONTO
Racha do PT sobre candidaturas ao Governo pode ser resolvido pela cúpula nacional
Não será surpresa se o braço maranhense do PT, ou pelo menos a maior parte dele, vier a fechar questão em torno da pré-candidatura do secretário de Educação, Felipe Camarão, recém convertido ao petismo e, pouco tempo depois, lançado pré-candidato a governador. Hoje, o PT está dividido entre apoiar o pré-candidato do PDT, senador Weverton Rocha, que conta com o apoio da cúpula do PT de São Luís, o pré-candidato do PSDB, vice-governador Carlos Brandão, que tem o aval da cúpula do PT estadual, ou o agora aspirante do partido, Felipe Camarão, que está sendo incentivado por uma corrente independente do PT estadual. Todos os indícios sugerem que essa situação não será resolvida numa mesa de conversa entre esses, que alimentam diferenças e rivalidades profundas na base, o que torna inviável uma conversa desarmada entre o presidente Augusto Lobato, presidente estadual, o ex-vereador Honorato Fernandes, chefe da legenda em São Luís, e o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, e o deputado estadual Zé Inácio e o colega federal Zé Carlos, por exemplo. Assim, o mais provável é que o racha maranhense seja resolvido pela cúpula nacional da agremiação, que conhece bem a situação no Maranhão e sabe que o partido só tem a perder mantendo o racha. De preferência que essa solução tenha o aval explícito do ex-presidente Lula da Silva. A situação poderá ter algum encaminhamento se for articulada com a intermediação do governador Flávio Dino.
Flávio Dino entrega ponte em Timbira, construída por indicação de Othelino Neto
Timbiras ganhou, sábado, uma ponte de concreto de 25 metros sobre o riacho Santarém, ligando o centro da cidade ao bairro Horta, uma comunidade que abriga mais de três mil dos 30 mil habitantes do município. A inauguração foi uma festa, liderada pelo prefeito Antônio Borba (Patriotas), com a presença do governador Flávio Dino (PSB), que autorizou a construção, e do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), que fez a indicação da obra. Antes, no local havia apenas uma estrutura de madeira precária, que foi substituída por uma ponte de concreto, revolvendo de vez o problema de locomoção dos moradores em relação ao centro da cidade.
O prefeito Antônio Borba festejou a obra agradecendo ao deputado Othelino Neto, que viabilizou o pleito, e ao governador Flávio Dino, que concretizou o projeto. “É um sonho da população de Timbiras de 100 anos. O governador nos abraçou com todo o seu compromisso e hoje é um dia de gratidão, dia de festa aqui em Timbiras”, disse o prefeito timbirense, enfatizando a boa vontade do governador e o empenho do presidente da Assembleia Legislativa, a quem Timbira “será eternamente grata”, disse o prefeito.
O governador Flávio Dino declarou: “Mostramos mais uma vez o espírito de parceria que temos com todos os municípios. Hoje no caso aqui no município de Timbiras. O prefeito Antônio Borba é meu amigo, trabalha junto conosco”. Ali, Flávio Dino também inauguração a Praça da Juventude, entregou obras de pavimentação em vias urbanas, kits esportivos (com um total de 576 itens) e cartões do programa Vale Gás, assinou Ordem de Serviço para melhorias na Estação de Tratamento de Água de Timbiras e assinou termo de cooperação no curso de qualificação e doação de capacetes, no âmbito do Programa Detran com o Povo, Construindo um Caminho Novo”.
No ato de inauguração da ponte sobre o Rio Santarém, para a qual sua atuação foi decisiva, o presidente Othelino Neto assinalou: “Hoje nós entregamos essa obra importante, que agora é da população timbirense. Agradeço ao governador Flávio Dino pela sensibilidade ao viabilizar essa ponte, que vai ficar para sempre à disposição do povo de Timbiras, bem como todos os investimentos que têm sido feitos no município”, disse o parlamentar.
São Luís, 25 de Outubro de 2021.