Arquivos mensais: outubro 2021

Deputados estaduais estão fortemente divididos na corrida ao Palácio dos Leões

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Josimar de Maranhãozinho e Edivaldo Jr. disputam o apoio de deputados estaduais

Os deputados estaduais são, por tradição e por efetividade, em parte responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso dos candidatos a cargos eletivos majoritários, principalmente os aspirantes a governador. Na corrida eleitoral já em curso, a Assembleia Legislativa está rigorosamente dividida, com os 42 deputados espalhados pelos vários pré-candidatos a governador, sendo que dois deles, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT), dividem hoje o apoio de deputados. Os outros membros da Assembleia Legislativa estão espalhados por Josimar de Maranhãozinho (PL), Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e Simplício Araújo (Solidariedade). Há situações curiosas, como a do pré-candidato do Solidariedade, e a divisão das bancadas do PCdoB e do MDB, para citar dois exemplos. Mas como o momento é ainda de pré-campanha, pode-se afirmar que antes do final do ano todos os 42 deputados terão se posicionado.

De acordo com levantamentos informais, o vice-governador Carlos Brandão está em vantagem na Assembleia Legislativa, com o apoio declarado dos deputados Socorro Waquim (MDB), Thaíza Hortegal (PP), Adelmo Soares (PCdoB), Ana do Gás (PCdoB), Antônio Pereira (DEM), Arnaldo Melo MDB), Daniella Tema (DEM), Duarte Jr. (PSB), Edson Araújo (PSB), Yglésio Moises (PROS), Wellington do Curso  (PSDB),  Ariston Ribeiro (Republicanos), Paulo Neto (DEM), Rildo Amaral (Solidariedade), Fábio Macedo (Republicanos), Carlinhos Florêncio (PCdoB), Edson Araújo (PSB), chamando a atenção Rafael Leitoa (PDT), nome de proa no partido de Weverton Rocha. Ao mesmo tempo, surpreende o fato de o vice-governador não ter o apoio declarado do único deputado do seu partido na Casa, Wellington do Curso, que, na contramão, fez uma oposição ferrenha e zoadenta ao governador Flávio Dino.

Sem declarações formais, mas por relação partidária e afinidades políticas, o senador Weverton Rocha já conta com os deputados Zito Rolim (PDT), Glaubert Cutrim (PDT), Ricardo Rios (PDT), Cleide Coutinho (PDT), Marco Aurélio (PCdoB), Andreia Rezende (DEM), Neto Evangelista (DEM) Roberto Costa (MDB), Ciro Neto (PP) e Wendell Lages (PMN), um time forte e turbinado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), apoiador de primeira hora e hoje principal avalista do pré-candidato do PDT. Correm rumores de que o grupo do pedetistas seria reforçado pelos deputados Pará Figueiredo (PSL) e Betel Gomes (PRTB).

Nesse contexto, gera forte curiosidade o fato de a terceira maior base de apoio na Assembleia Legislativa seja a de Josimar de Maranhãozinho, pré-candidato assumido do PL, que levará os quatro do partido – Detinha, Hélio Soares, Leonardo Sá e Vinícius Louro. Ele é seguido do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., pré-candidato do PSD e que tem na Assembleia Legislativa o apoio declarado de dois deputados: o experiente Edivaldo Holanda (PTC), seu pai, e César Pires (PSD), que além de pertencer ao seu partido, é o principal articulador da sua campanha.

No âmbito do Poder Legislativo estadual encontram-se ainda algumas situações curiosas. Dos quatro deputados do Solidariedade, dois – Ariston Pereira e Rildo Amaral – estão alinhados à candidatura do tucano Carlos Brandão, enquanto os doutros dois – Helena Duailibe e Fábio Braga – ainda não se declararam. Mas o fato é que nenhum apoiará a candidatura do presidente do partido, o secretário de Indústria, Comércio e Energia Simplício Araújo. Outra situação incomum é os deputados “terrivelmente evangélicos” Mical Damasceno (PTB) e Pastor Cavalcante (PROS), ainda não disseram com clareza para onde vão. Conforme se ouve nos bastidores, os dois estariam aguardando definições de Brasília relacionadas com o futuro do senador Roberto Rocha para se posicionar.

E como a corrida eleitoral costuma produzir marchas e contramarchas, não será surpresa se esse cenário vier a sofrer expressivas alterações quando o governador Flávio Dino anunciar, até o final do mês que vem, o resultado das suas consultas sobre quem será o candidato do seu grupo à sua sucessão. Por enquanto, o vice-governador Carlos Brandão levando a melhor no Palácio Manoel Beckman.

 

Se está mesmo rompendo com Dino, como disse Louro, Maranhãozinho pode atirar no pé

Vinícius Louro confirmou rompimento do PL com o Governo Flávio Dino

Se atuou como porta-voz do seu partido, o PL, na entrevista que concedeu ontem à TV Mirante, o deputado estadual Vinícius Louro praticamente consumou o rompimento entre o deputado federal Josimar de Maranhãozinho e seu grupo com o governador Flávio Dino (PSB) e a aliança governista. De acordo com o Vinícius Louro, os quatro deputados do PL na Assembleia Legislativa – Detinha, Leonardo Sá, Hélio Soares e ele próprio – migrarão da base governista para a oposição, deixando de votar com o Governo para votar contra o Governo. Serão quatro votos que, somados aos dois de oposição assumida, formação um contingente de seis votos contrário ao Governo num plenário com 42 votos. Na prática, a bancada do PL no parlamento estadual, que tinha certo peso e mantinha as portas do Palácio dos Leões abertas, está optando por mergulhar no isolamento, já que em nada mudará a estabilidade da base parlamentar governista. Se o chefe maior do grupo, Josimar de Maranhãozinho, resolver partir para atacar o Governo com discursos, poderá crivar de balas os próprios pés, pois o que não falta aos líderes e porta-vozes governistas é munição pesada para revidar. No duro, no duro, Josimar de Maranhãozinho não dispõe de arsenal que possa disparar contra o atual Governo, o que tornará sua estratégia um fracasso retumbante. Além do mais, o Governo Flávio Dino tem pouco mais de cinco meses, com um recesso parlamentar bem à frente e um Carnaval logo depois, o que tornará absolutamente inócua qualquer estratégia de ataque. Sobrará a possibilidade de ele e sua tropa tentar pregar contra a eleição do governador Flávio Dino para o Senado. Difícil acreditar que o eleitorado lhe dê ouvidos, se comparar os fatos com o discurso. Ou seja, todos os fatores demonstram que, por onde entrar contra o Governo Flávio Dino, Josimar de Maranhãozinho terá pouco a comemorar. Já traquejado nesse jogo, inclusive por conhecer as agruras de ser oposição nessas circunstâncias, o deputado Vinícius Louro fez suas declarações consciente de que esse rompimento pode ser um mau negócio político e eleitoral para Josimar de Maranhãozinho e sua tropa.

 

PSB será reforçado por dois deputados estaduais

Antônio Pereira e Daniela Tema

Pelo menos cinco deputados estaduais poderão migrar para o PSB. Dois deles, hoje filiados ao DEM, já teriam batido o martelo. Um é Antônio Pereira, com base na região tocantina, que chegou a preparar sua mudança para o PSDB, resolveu atender a convite do governador Flávio Dino para se converter ao socialismo democrático. O outro é a deputada Daniella Tema, que se elegeu pelo DEM, mas deve migrar para o PSB, alinhando-se partidariamente ao ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema, seu marido e orientador político, que já é filiado ao partido.

São Luís, 19 de Outubro de 2021.

 

Pré-campanha ganha intensidade à medida que se aproxima o momento de decisão no grupo de Dino

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Felipe Camarão, Simplício Araújo, Josimar de Maranhãozinho, Lahesio Bonfim e Roberto Rocha:  aspirantes em ação

À medida que se aproxima o momento – até final de novembro, pela previsão dominante – em que o governador Flávio Dino (PSB) anunciará o resultado das suas consultas para a definição do candidato da aliança por ele liderada à sua sucessão, a movimentação dos principais pré-candidatos assumidos – o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), o secretário Felipe Camarão (PT), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e o prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (sem partido) – ganha ritmo. Com isso, eles estão produzindo um cenário em que já é possível perceber algumas tendências, que podem dar, finalmente, indicações de como a guerra pelo Palácio dos Leões vai se desenvolver até a corrida às urnas daqui a menos de um ano.

Todas informações que circularam na última semana apontaram para um aumento visível do otimismo dos partidários do vice-governador Carlos Brandão, que chegou ao ponto máximo na sexta-feira, em Caxias. Ali, na presença do prefeito Fábio Gentil (Republicanos), o governador avisou que deixará o Governo em abril para ser candidato ao Senado, e encheu a bola do seu sucessor afirmando ter certeza de que, por conhecer muito bem o governo e estar afinado com a sua linha de ação, assumira o comando do Estado para fazer um governo de excelência. Partidários da pré-candidatura do vice-governador passaram a apostar alto que o governador Flávio Dino apoiará a sua candidatura escolhendo-o para candidato do grupo.

No QG do senador Weverton Rocha aumenta a convicção de que o projeto de candidatura dele é irreversível, com ou sem o apoio do governador Flávio Dino. Segundo colocado em todas as pesquisas feitas até, aqui de todas as pesquisas Protagonizando sua pré-campanha baseada no projeto “Maranhão mais feliz”, por meio do qual tem realizado grandes eventos políticos em cidades-polo, o senador Weverton Rocha movimenta-se em buscas de aliados fortes, como o ex-presidente Lula (PT) e dá indicações de que se distancia do governador e seu grupo mais próximo. Arrojado nas ações para o fortalecimento do seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha e seus partidários sugerem a certeza de que será um dos nomes no segundo turno.

Na seara governista, a disputa ganhou força com a entrada em cena do secretário de Educação, Felipe Camarão (PT), que se lançou pré-candidato a governador com o apoio de uma ala do partido, que agora está dividido entre ele, o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha. No mesmo ambiente, o secretário de Indústria e Comércio e Energia, Simplício Araújo (Solidariedade), manteve sua marcha de pré-candidato solitário.

O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. passou a semana em incursão política por vários municípios do Baixo Parnaíba, onde se reuniu com lideranças importantes da região, deixando seus apoiadores empolgados com a receptividade do seu nome como pré-candidato a governador. O ex-prefeito de São Luís precisa urgentemente ampliar sua base de apoio, e tudo indica que abrirá negociações para contar como apoio do MDB e de forças que fizeram parte do Grupo Sarney. O pré-candidato PSD também trabalha fortemente para ganhar o apoio de pelo menos uma fatia importante do eleitorado evangélico, que foi um dos seus esteios nas suas duas campanhas para a Prefeitura de São Luís.

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho continuou dizendo que é pré-candidato a governador, mas suas declarações são cada vez mais inconsistentes. O problema é que o presidente do PL e manda-chuva do Avante e do Patriotas parece caminhar para o isolamento, à medida que aumenta o volume de denúncias sobre supostos envolvimento deles num grande esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares, sendo a mais forte. Político ousado, Josimar de Maranhãozinho vem fazendo de conta de que as denúncias não o estão afetando, mas o que corre nos bastidores é que ele estaria começando a sentir o peso das denúncias, que já resultaram em duas operações policiais em imóveis a ele ligados.

Até pouco tempo em pré-campanha aberta, percorrendo o estado se articulando com porta-voz da direita conservadora, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim tirou o pé do acelerador depois que foi obrigado a desativar seu esquema de propaganda antecipada, mas deixando no ar o aviso de que é pré-candidato. Quando ao senador Roberto Rocha, além da indefinição partidária, ele manteve nos últimos dias o mistério sobre que mandato disputará nas eleições do ano que vem.

Esse ambiente tende a ganhar mais movimento e agitação nas próximas semanas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino e Othelino Neto mantêm Executivo e Legislativo alinhados

Othelino Neto e Flávio Dino  com jornalistas após reunião no Palácio dos Leões

O Maranhão vai se tornar, ainda neste ano, um dos poucos estados brasileiros que terá uma legislação própria e especial para os povos indígenas, com a aprovação em breve, pela Assembleia Legislativa, do Estatuto Estadual dos Povos Indígenas. As providências nesse sentido foi item de pauta discutida ontem, numa reunião entre o governador Flávio Dino (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Os dois chefes de Poder trataram sobre o andamento de projetos do Poder Executivo que tramitam no Poder Legislativo, que em breve serão colocados em pauta para votação, segundo assegurou o presidente Othelino Neto.

O bom relacionamento do governador Flávio Dino e seu Governo com a Assembleia Legislativa tem sido alimentado por dois fatores decisivos. O primeiro é, na linha republicana com que faz política, o governador Flávio Dino tem tratado a Assembleia Legislativa como um Poder autônomo e independente, como devem ser os parlamentos numa democracia. Na contrapartida, sem pressionar os deputados, o presidente Othelino Neto tem articulado para que as matérias relevantes propostas pelo Governo, como o Estatuto para os povos indígenas. Às vezes, o debate de propostas governistas são alvo de fortes debates, mas sempre dentro dos limites da civilidade política

– Nós continuamos prezando por essa relação independente e harmoniosa, pois essa é uma regra no Maranhão. Tratamos sobre alguns projetos de lei, em especial o que cria o Estatuto do Indígena, cuja tramitação está em fase de conclusão na Assembleia, assim como o PL que institui as microrregiões de saneamento básico, que também será um marco importante na área, no estado” – assinalou Othelino Neto.

O governador Flávio Dino, por sua vez, destacou a convergência de propósitos entre o Legislativo e o Executivo, naquilo que é importante para o Maranhão. “Estamos na reta final do ano legislativo e conseguimos avançar muito em leis importantes. Por isso, agradeço à Assembleia Legislativa, especialmente ao presidente Casa, Othelino Neto. Todos os avanços sociais que temos conseguido contam com o apoio e a presteza do Parlamento Estadual, principalmente na autorização de programas fundamentais em benefício da população maranhense”, declarou o governador.

A reunião entre o governador e o presidente do Legislativo foi acompanhada pelo secretário das Cidades Márcio Jerry, deputado federal licenciado e presidente estadual do PCdoB.

 

Migração de Antônio Pereira mostrará duas situações partidárias no Maranhão

Antônio Pereira: migração cria duas situações partidárias no Maranhão

O deputado estadual Antônio Pereira decidiu mudar de partido. Ele vai deixar o DEM, no qual milita desde que a legenda se chamava PDS, e deve assinar ficha de filiação no PSB, comandado no Maranhão pelo governador Flávio Dino. A mudança partidária do parlamentar tocantino reflete duas situações. A primeira é que o partido que está nascendo da fusão do DEM com o PSL deverá ser fraco no Maranhão, também pela perspectiva de que seu comando no estado será objeto de uma guerra entre os deputados federais Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes. A outra situação é o fortalecimento do PSB, que deve sair das urnas de 2022 como um gigante partidário.

São Luís, 19 de Outubro de 2021.

Dino arquiva aventura federal, descarta ficar no cargo até o fim e confirma que disputará a vaga no Senado

 

Flávio Dino com Carlos Brandão em Caxias, com o prefeito Fábio Gentil (de máscara branda, atrás do governador) onde confirmou sua candidatura ao Senado e a ascensão do do vice à titularidade no comando do Estado

“Saio no dia 2 de Abril para disputar a eleição para o Senado”. Com essa declaração, pronunciada em discurso feito em evento, sexta-feira (15), em Caxias, na presença do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o governador Flávio Dino (PSB) deu todas as indicações de que de que, mesmo levando em conta a imprevisibilidade da política, sua decisão parece tomada e irreversível. Com declaração, o governador descartou a possibilidade de permanecer no cargo até o final do mandato e de vir a ser candidato a presidente ou a vice-presidente, e mandou dois recados ao mundo político estadual: vai para o bom combate político e eleitoral em busca do mandato senatorial, e que o vice-governador Carlos Brandão assumirá comando do Estado e tentará a reeleição na condição de governador titular. O aviso disparado pelo governador informa aos aspirantes à cadeira de senador que eles enfrentarão um candidato politicamente determinado e eleitoralmente testado.

A batida de martelo do governador em Caxias resolveu, de cara, uma situação que vinha sendo desenhada de maneira imprecisa. Há meses, o mundo político e partidário vem fazendo os mais diversos exercícios para dar forma à corrida ao Senado apontando prováveis candidatos. Vários nomes têm sido ventilados – o senador Roberto Rocha (sem partido), o professor Paulo Romão (PT) e o prefeito Erlânio Xavier (PDT), entre outros. Salvo o professor petista, que parece decidido a brigar pela vaga de candidato dentro do partido, nenhum outro nome anunciou formalmente sua pré-candidatura. Ao mesmo tempo, partidos como o MDB, que ainda não definiu quem apoiará para o Governo do Estado, e o PSD, que tem o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. como pré-candidato ao Palácio dos Leões, já decidiram não lançar candidato a senador.

Entre os prováveis adversários de Flávio Dino na corrida senatorial, o nome mais visível é o do senador Roberto Rocha, cujo mandato termina agora. Ocorre que, a um ano das eleições, ele está sem partido e ainda não informou ao eleitorado maranhense se será candidato à reeleição, se disputará a cadeira de governador ou se entrará na dura briga por uma vaga na Câmara Federal. Nem seus aliados mais próximos sabem qual será o caminho do senador nessa corrida, e tudo indica que ele só o definirá quando resolver sua pendência partida, o que fará juntamente com outro sem-partido, o presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado de primeira linha. Nesse ambiente de indefinições, a especulação mais frequente sugere que o presidente o quer candidato a governador. Quanto a buscar a reeleição, o senador Roberto Rocha sabe que se trata de uma empreitada muito difícil.

Nesse contexto, o aspirante petista Paulo Romão não atendeu a apelos de líderes do partido e decidiu manter seu projeto de candidatura ao Senado, provocando um debate doméstico, estimulado por alguns apoiadores. Na ponta do lápis, Paulo Romão tem dois desafios gigantescos pela frente: convencer o PT a romper com o governador Flávio Dino e lhe dar a vaga de candidato a senador e, se conseguir, enfrentar o próprio Dino nas urnas – a impressão geral é a de que ele dificilmente vencerá o primeiro desafio.

E, finalmente, o pedetista Erlânio Xavier, prefeito de Igarapé Grande, presidente da Famem e chefe da pré-campanha do senador Weverton Rocha ao Governo, que ensaia pré-candidatura ao Senado com movimentos previsíveis, como uma pesquisa segundo a qual a quase totalidade dos igarapé-grandenses aprova sua gestão. De acordo com porta-vozes seus na blogosfera, ele poderá sair candidato se o senador Weverton Rocha romper de vez o acordo partidário e levar à frente o seu projeto de chegar ao Governo fora da aliança liderada pelo governador Flávio Dino. Para tanto, terá de renunciar à Prefeitura de Igarapé Grande e, ato contínuo, à presidência da Famem, os dois suportes da sua existência política. Muitos pagam para ver.

Na sua fala em Caxias, o governador reafirmou o realismo com que navega nas águas turbulentas da política ao declarar que deixará o Governo “para disputar a eleição para o Senado”. Ou seja, com os pés no chão e sem a arrogância de muitos favoritos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton levará “Maranhão mais feliz” a Peritoró, Timon e São Luís

Weverton Rocha com a bandeira do PDT, em uma edição do “Maranhão mais feliz”

O senador Weverton Rocha (PDT) prepara mais uma edição do “Maranhão mais feliz”, o evento de pré-campanha por meio do qual conversa com eleitores sobre os problemas e desafios do Governo do Estado. Dessa vez, o evento acontecerá no dia 30 em Peritoró, uma cidade estratégica para aquela região. O ensaio de campanha do pré-candidato do senador pedetista já foi realizado em Imperatriz, São Bernardo, Presidente Dutra e Pinheiro, onde o pré-candidato pedetista reuniu dezenas de prefeitos e vereadores, além de expressivo número de eleitores.  Após a edição de Peritoró, onde espera reunir prefeitos e vereadores de pelo menos 10 municípios próximos, o senador deve realizar o “Maranhão mais feliz” em Timon, onde tem o apoio do Grupo Leitoa, e em São Luís, onde o PDT deverá mostrar toda a força da sua militância, de modo a demonstrar o poder de fogo da pré-candidatura do seu líder no Maranhão. As edições do “Maranhão mais feliz” têm contado com a participação da senadora Eliziane Gama (Cidadania), de deputados federais e de deputados estaduais, estes liderados pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), apontado como principal avalista e apoiador da pré-candidatura do senador Weverton Rocha.

 

Braide reagiu firme negando aumento na passagem de ônibus, mas a pressão vai continuar

Eduardo Braide: reação firme ao negar aumento no valor de passagem de ônibus

Repercutiu forte e positivamente a declaração do prefeito Eduardo Braide (Podemos) de que não haverá aumento no valor das passagens no transporte coletivo de São Luís. Ele reagiu assim a rumores de que o cartel das empresas de ônibus e o sindicato dos motoristas e cobradores estariam se articulando organizar um movimento de pressão por aumento que desaguaria numa paralisação dos serviços. O argumento do prefeito foi fulminante: “O momento é de melhorarmos a qualidade dos serviços. Para isso estamos trabalhando todos os dias”.

Munidos do argumento do estratosférico preço do diesel, o SET, o sindicato das empresas, por meio do velho e manjado conchavo com o sindicato dos motoristas e cobradores, tentou criar um clima para arrancar do Palácio de la Ravardière autorização para um aumento de R$ 3,70 para R$ 4,80, no valor da passagem, ou seja, R$ 1,10 a mais, um absurdo, mesmo levando em conta a onda inflacionária que o País vive. Se tivessem que arcar com um aumento dessa proporção agora, milhares de trabalhadores ludovicenses deixariam de se deslocar pelo transporte de massa, pois o valor do serviço ficaria simplesmente proibitivo, já que o custo de ir e vir seria de R$ 9,60 diários seria de R$ 57,6 por semana, ou seja, R$ 230,4 por mês, o equivalente a mais de 20% do salário mínimo.

A pressão do conchavo empresas/motoristas, que normalmente se dá em janeiro, foi antecipada em dois meses, e a reação do prefeito Eduardo Braide foi positiva. Mas que ninguém se iluda: os dois sindicatos voltarão à carga em pouco tempo, usando a velha chantagem da greve para dobrar o prefeito de São Luís.

São Luís, 17 de Outubro de 2021.

Dino muda equipe, mas mantém equilíbrio entre forças que integram o Governo e disputam sucessão

 

Flávio Dino nomeia novos secretários: Marcela Mendes, Diego Galdino, Ricardo Barbosa e Luiz Henrique Lula da Silva (foto), entre outros, mantendo equilíbrio

As mudanças feitas ontem pelo governador Flávio Dino (PSB) na sua equipe de governo, com a troca no comando de cinco secretarias e da Gasmar ensejou uma forte onda de especulações, sendo a mais forte a de que as mudanças fortaleceram o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, que recentemente se lançou pré-candidato do PT à sua sucessão. O PT de fato ganhou mais uma secretaria, com nomeação do suplente de deputado estadual Luiz Henrique Lula da Silva para o comando da Secretaria de Agricultura (Sagrima), mas o PSDB do vice-governador Carlos Brandão, pré-candidato assumido ao Governo, também ganhou força com a nomeação do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, para a presidência da Gasmar, empresa pública que vale por várias secretarias. No mais, as mudanças feitas pelo governador não refletiram o turbinamento desse ou daquele pré-candidato da base governista, passando mais a ideia de um ajuste para os oito meses e meio que lhe restam de mandato, já que o roteiro estabelecido pela legislação eleitoral exige que ele renuncie em Abril para se candidatar ao Senado.

As mudanças feitas ontem não mexeram no equilíbrio dos espaços ocupados no Governo pelas forças governistas que têm aspirantes à sucessão no Palácio dos Leões. O PDT, por exemplo, que tem o senador Weverton Rocha como pré-candidato assumido a governador, não perdeu um só naco de poder no Governo, com a permanência do deputado estadual licenciado Márcio Honaiser, um dos líderes de proa da legenda pedetista, no comando da poderosa Secretaria de Desenvolvimento Social, e do ex-prefeito de Codó, Francisco Nagib – que não teve condições políticas nem eleitorais para tentar a reeleição – na diretoria-geral do Detran. A Secretaria de Agricultura saiu do controle do PL num processo absolutamente natural, uma vez que o chefe maior do partido, o deputado Josimar de Maranhãozinho, pré-candidato à sucessão governamental, rompeu com o Governo. A entrega da pasta entrega ao PT com a nomeação de Luiz Henrique Lula da Silva, foi um acordo costurado com o partido, e não exatamente com o secretário e pré-candidato Felipe Camarão.

O deslocamento do advogado Diego Galdino para a Casa Civil, depois de ter passado pelas secretarias de Cultura e Governo, é explicada pelo fato de ter sido ele o auxiliar “não partidário” que mais se ajustou à linha de ação do governador Flávio Dino, que precisava de um auxiliar com esse perfil para substituir o deputado Marcelo Tavares (PSB), que comandou a pasta por mais de seis anos, mas a deixou e renunciou ao mandato para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O que perece ser o caso da nomeação da jornalista Marcela Mendes para o comando da Secretarias de Governo, que é o elo entre a Governadoria e as demais áreas da administração estadual. A volta da deputada estadual Ana do Gás (PCdoB) ao comando da Secretaria da Mulher foi tem, dois vieses, a devolução de um espaço que já era ocupado pelo o PCdoB, o mais fiel partido da base do Governo, e, pelo que se ouve, um bom trabalho que ela realizou ali.

Depois de ser comandada pelo hoje deputado federal licenciado e secretário de Cidades Márcio Jerry (PCdoB), pelo advogado Rodrigo Lago, que criou e instalou a Secretaria de Transparência, dirigiu a Secretaria de Comunicação e Articulação Política e hoje é secretário de Desenvolvimento Agrário, e pelo deputado Rubens Jr. (PCdoB), a influente Secretaria de Articulação Política passou a ser comandada ontem, efetivamente, por Ricardo Barbosa, ex-vereador de Parnarama, que já vinha respondendo pela pasta desde que Rubens Jr. resolveu reassumir seu mandato de deputado federal. Para quem não sabe, Ricardo Barbosa é membro destacado do grupo político liderado pela família Pereira de Matões Ruben Pereira, e sua confirmação na pasta mostra o poder de fogo do parlamentar na área.

A pergunta que está no ar é se o governador Flávio Dino fez as mudanças combinando com o vice-governador Carlos Brandão, que se prepara para assumir o comando como governador titular. Se sim, ele já está formando sua equipe de Governo; se não, é provável que ele também faça amplos ajustes na equipe quando sentar na cadeira principal do Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bolsonaro destrata Goulart e petebistas e pedetistas ignoram

Jair Bolsonaro, que defende a ditadura e a tortura acusa João Goulart, cassado pelo golpe militar de 64, de ser antidemocrata

Causou estranhamento em alguns observadores o silêncio de pedetistas e petebistas maranhenses em relação ao inacreditável veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao projeto que batizava a BR-153, que liga Marabá (Pará) e Cacheira do Sul (Rio Grande do SUL), com o nome do presidente João Goulart, sob o também inacreditável argumento segundo o qual o líder gaúcho não era um democrata. Um dos fundadores do PTB, quando era ministro do Trabalho do presidente Getúlio Vargas, João Goulart chegou onde chegou pelo voto direto e foi derrubado em 1964 por um golpe militar armado pelas elites antidemocráticas do País e financiado pelos Estados Unidos e morreu em 1976 exilado na Argentina. Recentemente, o Senado da República devolveu simbolicamente o mandato presidencial de João Goulart tirado pela força pelos militares golpistas de 1964.

Várias vozes ligadas à memória do presidente João Goulart protestaram. No Maranhão, velhos petebistas provavelmente nem tenham sabido da grosseria histórica do presidente Jair Bolsonaro, mas o silêncio dos mais jovens, que estiveram no comando do partido fundado por Vargas com apoio e empenho de Goulart, é no mínimo criticável. No momento, numa inversão histórica sem paralelo, o PTB do Maranhão, que até pouco tempo foi presidido pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, é comandado pela deputada Mical Damasceno, uma jovem senhora “terrivelmente evangélica” e militante entusiasmada de extrema-direita, que provavelmente enxerga traços fortes do capeta em João Goulart.

Já o silêncio de pedetistas – com as devidas escusas a quem eventualmente se manifestou -, se revela estranho pelo fato de que, fundado por Leone Brizola, cunhado de João Goulart e seguidor entusiasmado de Getúlio Vargas, o PDT tem o DNA dos dois ex-presidentes, que são os pais da versão moderna do trabalhismo no Brasil. Leonel Brizola fundou o PDT liderando um grupo do qual participaram Neiva Moreira e Jackson Lago, após tentar, sem sucesso, resgatar o PTB, que o regime militar entregou para a deputada federal Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio Vargas, que iniciou a lenta e cruel desfiguração que produziu o PTB de hoje, comandado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, símbolo maior da extrema-direita ensandecida e golpista, e alimentada pelo atual presidente da República.

A atitude do presidente Jair Bolsonaro merecia uma reação dura pela desfeita injustificada ao presidente João Goulart.

 

Repórter Tempo alcançou 2.000 edições

Na edição de Terça-Feira (13), Repórter Tempo emplacou 2.000 edições. Nascida em fevereiro de 2015 com o propósito de praticar um Jornalismo de observação e interpretação, procurando identificar a verdade nas diferentes versões dos fatos políticos e, eventualmente, culturais, a Coluna aspirou ser algo mais do que um simples espaço factual na blogosfera. A intensão do autor foi utilizar sua experiência de mais de três décadas de Jornalismo Político somada à vivência de mais de duas décadas como editor de jornal. Tem por princípio a independência do seu conteúdo e o respeito às personagens cujos movimentos documenta pela ótica da interpretação, sem nunca ferir padrões éticos. Foi rigorosamente assim até agora e continuará sendo até o fim. O registro vale como agradecimento aos que validam o espaço com seu acesso.

São Luís, 16 de Outubro de 2021.

Combustíveis: Hildo Rocha defende direito dos estados sobre ICMS e desmascara “jabuticaba” de Arthur Lira

 

Hildo Rocha: pela reforma tributária

“O que nós fizemos ontem foi complicar ainda mais o nosso já caótico sistema tributário”.

“A proposta aprovada na Câmara dos Deputados é mais uma jabuticaba brasileira”.

“Não existe tributação de um único produto. Isso desvirtua completamente o nosso sistema tributário, que já é caótico”.

“Nós sabemos que isso não vai resolver o problema do aumento dos combustíveis, porque a causa desses aumentos é a política de preços da Petrobras”.

“Nós não estamos mexendo na causa, nós estamos mexendo nos efeitos”.

“A União não pode legislar em cima de produtos, de tributação de produtos, o que é competência dos Estados. Nós estamos abrindo um precedente muito grave, que não vai resolver o problema”.  

“Além de não resolver o problema do aumento da gasolina e do diesel, vamos criar problemas nos estados e nos municípios”.

As declarações são do deputado federal Hildo Rocha (MDB), em entrevista à Band News, durante a qual criticou, de maneira consistente, a aprovação, pela Câmara Federal, da PEC que alterou a regra do uso do ICMS na composição do preço dos combustíveis. Com a autoridade de quem presidiu a Comissão Especial do Projeto da Reforma Tributária, agora empacado, o parlamentar maranhense foi uma das vozes mais lúcidas na defesa do direito dos estados, entre eles o Maranhão, dos quais a Câmara Federal está usurpando a prerrogativa de legislar sobre o ICMS. Na avaliação do parlamentar, a “solução” inventada pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) é, na verdade o que ele definiu como “uma nova jabuticaba brasileira”.

O deputado Hildo Rocha foi enfático ao afirmar ser absurda a ideia de criar uma legislação específica para o ICMS a ser cobrado pelos estados no caso dos combustíveis, alertando para o fato de que isso é um precedente grave e que a medida vai tornar mais complicado “o já caótico sistema tributário brasileiro”. Para ele, tal regra poderá até suavizar momentaneamente a crise, mas em seguida haverá, inevitavelmente, um agravamento da situação, com custos elevados para o País. Assim, a jabuticaba plantada pelo presidente da Câmara Federal será um paliativo de vida efêmera, uma vez ser óbvio que a iniciativa não resolverá o problema do preço dos combustíveis.

Contrariando frontalmente o presidente da Câmara Federal, o parlamentar emedebista acha que os governadores estão cobertos de razão quando rejeitam a proposta dele, Arthur Lira. E prevê que a enorme encrenca tributária pode acabar nas barras na Justiça, pelo fato de que a prerrogativa de legislar sobre a cota é dos Estados, e não da União nem do Congresso Nacional, segundo a legislação em vigor. Daí sua afirmação de que, se no primeiro momento suavizará o problema com uma redução no preço dos combustíveis, no segundo, a nova regra agravará ainda mais o caos no emaranhado tributário nacional. Isso porque, ao fazer a mudança, a Câmara Federal abre um grave e perigoso precedente. Isso porque não existe em todo o mundo um País onde um único produto tenha legislação tributária própria, isolada, como os combustíveis brasileiros a partir de agora.

Para Hildo Rocha, a solução não está no paliativo, mas numa mudança radical na política de preços da Petrobras. Mais do que isso, numa reforma tributária, que além de ordenar o sistema tributário brasileiro. “A reforma tributária acalma o mercado e valoriza a nossa moeda. Enquanto nós não mudarmos o nosso sistema tributário, continuaremos a ter essas crises, eternas crises, por causa de um sistema tributário que nós complicamos cada vez mais. O que nós fizemos ontem (quarta-feira) foi complicar ainda mais o nosso já caótico sistema tributário”, avaliou o deputado emedebista, desenhando a situação de maneira muito clara.

Vale salientar que as posições do deputado Hildo Rocha no campo tributário não são de agora. Elas estão na sua pauta desde o mandato anterior, quando ele fez da reforma tributária um dos motores da sua atuação na Câmara Federal. Crítico severo do que chama de “sistema tributário caótico”, exatamente por causa dos enxertos e alterações pontuais que distorcem o sistema tributário nacional, empunhou a bandeira da reforma, sendo reconhecido como um dos craques do parlamento federal nesse campo. Tanto que o MDB o designou para presidir a Comissão especial da Reforma Tributária, que não anda por causa dos interesses que estão por trás das propostas até agora apresentadas.

Em resumo: com base numa argumentação consistente e lógica, o deputado Hildo Rocha desmascarou o caráter oportunista da proposta do presidente da Câmara Federal.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto anuncia a retomada do Assembleia em Ação

Othelino Neto anunciou a retomada do Assembleia em Ação, edição de Santa Inês

Maior e mais importante município da chamada Região do Pindaré, Santa Inês foi escolhida para sediar, no dia 22, a retomada do programa Assembleia em Ação, programa da Assembleia Legislativa, suspenso no início de 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus. A decisão de retomar o programa foi anunciada ontem pelo presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB). Antes da suspensão, o Assembleia em Ação realizou quatro edições: Balsas, Timon, Trizidela do Vale e Imperatriz.

Criado no final dos anos 80 do século passado como nome “Assembleia Itinerante”, o Assembleia em Ação é um programa inteligente. Conduzido pelo presidente do Poder Legislativo, a ação leva a instituição parlamentar ao interior do estado, onde são realizados debates a partir de uma apresentação técnica e política do que é o Poder Legislativo, as suas prerrogativas e seus compromissos para com a sociedade, bem como a sua natureza política. Ao longo da programação, parlamentares, sejam ou não da região, apresentam suas bandeiras, mostram a situação do estado e os problemas e as vantagens da região.

Os trabalhos de Santa Inês serão conduzidos pelo presidente do Poder Legislativo, que convidou todos os representantes – prefeitos, vereadores, empresários e líderes comunitários dos 26 municípios do Vale do Pindaré para estarem presentes. A programação prevê interação entre o parlamento estadual e Câmaras Municipais, proporcionando troca de experiências. “Além dos deputados, convido prefeitos, vereadores, líderes políticos e a sociedade civil para participarem desse importante momento de atualização de informações e experiências em que a Assembleia sai da capital e se interioriza para ouvir cada região do Maranhão, fortalecendo as políticas públicas com vistas à melhoria da qualidade de vida da população”, disse Othelino Neto.

A programação contará com as palestras ‘Processo Legislativo’, ministrada pelo diretor-geral da Mesa Diretora da Assembleia, Bráulio Martins, e pelo consultor legislativo constitucional da Casa, Anderson Rocha; e ‘Eleições 2022: As mudanças na Legislação Eleitoral’, proferida pelo diretor de Administração da Alema, Antino Noleto. Em seguida, os participantes poderão fazer perguntas e expor demandas de seus municípios.

 

Comando nacional do PSDB aposta alto na candidatura de Carlos Brandão

Carlos Brandão

O comando nacional do PSDB incluiu o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão na sua lista de prioridades. De acordo com uma fonte do partido, a cúpula do tucanato nacional estaria entusiasmada com a pré-campanha do líder do tucanato maranhense. Carlos Brandão tem mantido ativo seu canal de comunicação com a direção partidária nacional, não só tratando de assuntos partidários, mas também de assuntos relacionados com a estrutura de apoio para a campanha propriamente dito. Os chefes do tucanato nacional avaliam como altamente positivo o fato de Carlos Brandão vir a assumir, em abril, o comando do Estado, reforçando assim o time de governadores do partido. Nos quadros do PSDB maranhense o clima é de otimismo em relação à pré-candidatura do vice-governador.

São Luís, 15 de Outubro de 2021.

Ataques visam minar candidatura de Dino ao Senado, mas seu cacife político é sólido

 

Flávio Dino: ataques não mudam sua linha de ação nem seu projeto de ser senador

O MDB amadureceu a ideia, conversou internamente, decidiu e deve anunciar formalmente em breve: não lançará candidato ao Senado e apoiará a candidatura do governador Flávio Dino, independentemente de como se dará a disputa pelo Palácio dos Leões. Na mesma linha, o PSD, atendendo a uma manifestação do seu candidato a governador, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., também fechou questão e não lançará candidato ao Senado. Nos dois casos, prevaleceram lógica e pragmatismo, ou seja, falta de opções com cacife político e eleitoral, e dar apoio a um nome acreditado e com estatura nacional.

Mesmo diante de equação tão clara, há poucas semanas, aliados enviesados do governador Flávio Dino (PSB) deflagraram uma campanha articulada colocando em dúvida sua eleição para o Senado e insinuando que, por conta disso, ele poderá ficar no Governo até o final do seu mandato. Não declarada, segue mantida com uma nota provocativa aqui, um comentário azedo ali. A linha básica da marola é a seguinte: qualquer um que se diga disposto a disputar o Senado já ganha desses focos, de cara, o “status” de “ameaça” ao projeto senatorial do governador. Há um esforço claro e visível nessa direção, chegando até a traços de grosseria em alguns ataques. E o que motiva a campanha é de uma clareza solar: pressionar o governador no processo de escolha do candidato do seu grupo à sua sucessão.

Não é segredo que a corrida sucessória no campo liderado pelo governador Flávio Dino vem ganhando clima de guerra aberta entre o senador Weverton Rocha (PDT), candidato assumido e, pelo que tem deixado muito claro, irreversível, e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), e pelo que tem demonstrado, com o mesmo grau de determinação. E agora com o incremento da pré-candidatura do secretário Felipe Camarão (PT). É claro que o volume e o discurso da pré-campanha do pedetista e a movimentação e as posições assumidas pelo tucano comprometem a margem de negociação do coordenador do processo. Mesmo assim, Flávio Dino tem feito esforços visíveis no sentido de, pelo menos, manter os dois na mesa de negociações. Negar isso seria, no mínimo, má fé.

Mesmo nesse clima de caneladas e que ameaça descambar para a beligerância pesada, o governador tem mantido o comando do processo, com o propósito declarado de até o final de Novembro concluir as consultas e avaliações e anunciar sua posição sobre quem deve ser o candidato do grupo. Essa previsão sacudiu fortemente o tabuleiro sucessório, levando alguns segmentos a cometerem o erro primário de partir para o tudo ou nada, incluindo o governador entre seus alvos, como se isso fosse mudar alguma coisa no cenário já consolidado. E parece óbvio que tentar minar a posição de um líder politicamente sério e confiável como Flávio Dino, que não quebrou nenhum dos compromissos que assumiu desde as articulações para as eleições de 2014 até aqui, é cometer um equívoco grotesco.

A política praticada pelo governador é republicana, tanto que lhe permite conversar com seus, em tese, maiores adversários, como o ex-presidente José Sarney (MDB), por exemplo, sem que isso trinque a sua coerência ou sequer rasure a sua imagem de político inteligente e articulado. Assim, mesmo se argumentando que candidatura majoritária é um projeto de grupo, sua candidatura à vaga de senador é um processo natural, que independe do humor desse ou daquele aspirante injustificadamente insatisfeito. É claro que o ideal é a harmonização e galvanização de todas as forças por tal objetivo. Mas no Maranhão atual, é difícil viabilizar uma candidatura contra a do governador. Tanto que, por reconhecerem a sua importância política dentro e fora do Maranhão, até adversários de peso já manifestaram apoio à sua candidatura.

Atacar o governador num jogo de pressão que ele tentar conduzir é atirar contra o próprio pé.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ministério Público do Maranhão reage às mudanças previstas na PEC 005

Tendo à frente o procurador geral Eduardo Nicolau (c), membros do MPMA protestam contra a Proposta de Emenda Constitucional que, afirmam, fragiliza a instituição

Membros do Ministério Público do Maranhão repudiaram ontem, em ato público, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 005/2021, que, na avaliação de promotores e procuradores pode causar prejuízos à atuação da instituição e ao sistema de Justiça como um todo. A mobilização recebeu o apoio de integrantes do Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público Federal e representantes da sociedade civil organizada. Sob o comando do procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau, os manifestantes divulgaram um manifesto contra a PEC 05/2021.

Nos pronunciamentos, a tônica foi a de que as mudanças previstas na PEC afetarão a autonomia e independência funcional da instituição, que são a proteção contra perseguições políticas e punições seletivas. E também que membros de instituições fortes e independentes não são bem vistos “por certos tipos de políticos”. Os manifestantes enfatizaram que o Ministério Público e a imprensa “são pilares da democracia e não podem sofrer retrocessos em sua atuação”.

Na avaliação geral dos membros do MPMA e seus apoiadores, há um empenho no sentido de desconstruir o pacto civilizatório erigido a partir da Constituição de 1988. “Vivemos tempos sombrios. Porém, há uma energia cívica aqui hoje que reúne, não só o MP mas todo o sistema de justiça e a sociedade civil, que tem nessas instituições um instrumento importante de defesa dos seus interesses diante de uma série de retrocessos”, disse o procurador geral do Estado, Rodrigo Maia.

“O Ministério Público precisa ser independente e autônomo para que possa ter uma atuação forte, principalmente no combate à corrupção e à improbidade administrativa. Por isso devemos dizer não a essa PEC, que, na prática, pretende aumentar o poder do Congresso no CNMP”, defendeu o procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau.

 

Deputada garante que prefeita não foi humilhada por governador

Flávio Dino entre Thaiza Hortegal e Ducilene Belezinha, Paulo Neto e Rafael Leitoa (à direita) no ato em Chapadinha: os três deputados não viram agressão à prefeita

Na semana passada, adversários do governador Flávio Dino o acusaram de ter “tentado humilhar” a prefeita de Chapadinha, Ducilene Belezinha (PL). Aconteceu o seguinte: num ato de inauguração naquela cidade, o governador reagiu a uma afirmação da prefeita, feita em redes sociais, de que seu Governo nada fez pelo município e listou, de maneira enfática, as obras do seu Governo ali: o Restaurante Popular, o Viva Cidadão, o Hospital Macrorregional, o Centro de Hemodiálise, pavimentação asfáltica de ruas dos bairros, entre outros investimentos. A prefeita, que é raposa política tarimbada, usou redes sociais, para valer-se da condição de mulher e dizer que o governador tentou humilhá-la. Adversários do governador, estimulador pela tropa de choque do PL, entre eles a deputada estadual Detinha, fizeram zoada, tentando dar a conotação de escândalo.

Na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, a deputada Thaíza Hortegal (PP), que estava presente, criticou o viés dado à reação do governador à provocação da prefeita e colocou os pingos nos is. Em discurso contundente e esclarecedor, Thaiza Hortegal desmontou o que chamou de “fake news” e disse que o governador, sim, foi vítima de uma injustiça. “Saiu na Internet que o governador desrespeitou e quis oprimir uma mulher por ser prefeita, o que não é verdade. Ou seja, é mais uma ‘fake news’ típica da própria prefeita de Chapadinha, acostumada a se vitimar com postagens nas redes sociais”, disparou a deputada pepista, que é da região e conhece todas as manhas e espertezas da política chapadinhense.

O discurso da deputada Thaiza Hortegal foi corroborado em diferentes tons por quatro deputados.

Rafael Leitoa, que estava na comitiva declarou: “O governador fez um discurso colocando aquilo que já realizou em Chapadinha. Não ouvi, em nenhum momento, ele se referir à atual prefeita. Acho que esse alvoroço serviu para que ela, infelizmente, vestisse a carapuça”, disse. Yglésio Moyses (PROS) sentenciou que “declarações infelizes têm consequências”, e justificou a sentença: “A prefeita Belezinha disse que nunca tinha recebido recurso do Estado. Logo, precisou ser confrontada com a realidade dos fatos. Nada mais natural do que o governador colocar a posição dele em relação ao que foi feito em Chapadinha”.

Hélio Soares (PL), que lidera a tropa de choque de Josimar de Maranhãozinho, líder da prefeita, no plenário da Assembleia Legislativa, saiu em defesa de Ducilene Belezinha, mas não apontou a suposta “agressão”, limitando-se a exaltar suas qualidades: “Ela foi eleita pelo Partido Liberal. É uma mulher que já foi experimentada. É independente politicamente, se elegeu pelo nosso partido e segue a linha dela. Eu estou sentindo que estão tentando bombardeá-la”. E o deputado Paulo Neto (DEM, raposa política da região, também elogiou a prefeita, e propôs uma virada de página: “A prefeita Belezinha faz um grande trabalho no município, mas nós temos que acabar com essas ‘fake news’, pois o governador já fez muito pela cidade. Essas notícias falsas surgiram de uma entrevista que ela concedeu há mais de 90 dias. Vamos pedir a união da prefeita com o governador, pois o povo é quem ganha com isso”.

Ou seja, a jogada que tinha o objetivo de carimbar Flávio Dino como agressor de prefeita não colou.

São Luís, 14 de Outubro de 2021.

Muito divididos, PT e MDB podem reunir forças para decidir os rumos da corrida aos Leões

 

PT e MDB estão dividido, mas devem ser decisivos para Weverton Rocha, Carlos Brandão e Felipe Camarão na corrida ao Palácio dos Leões no pleito do ano que vem

PT e MDB, dois partidos de perfis opostos e cujos braços maranhenses estão marcados por profundas divisões internas, podem ser, cada um a seu modo, decisivos no complexo jogo em que se dá a corrida para o Governo do Maranhão. Cada um deles rachado em duas frentes bem nítidas, batendo-se agora por três projetos de candidatura. As legendas petista e emedebista estão se movimentando com enormes dificuldades domésticas, colocando seus dirigentes e articuladores em situações complicadas, à medida que não lhes dão espaço para costurar acordos que levem a posições de consenso. Ao mesmo tempo em que se desgastam internamente, impedem que o senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e agora om secretário Felipe Camarão (PT) intensifiquem articulações para montar as bases reais das suas candidaturas.

Antes dividido entre apoiar o pedetista Weverton Rocha, aliado tradicional, e o tucano Carlos Brandão, por meio de uma aliança com o governador Flávio Dino (PSB), o PT tem agora na sua mesa de decisões o petista Felipe Camarão. Estão com Weverton Rocha o núcleo petista de São Luís, comandado pelo ex-vereador Honorato Fernandes, que justifica a posição com o argumento de que o PDT é aliado preferencial. Por Carlos Brandão se move o comando estadual, liderado pelo presidente Augusto Lobato, com o discurso o partido tem de respeitar a aliança com o governador Flávio Dino. E respaldando a recém lançada pré-candidatura de Felipe Camarão encontram-se parte do comando estadual e uma corrente independente, liderada pelo secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, e outros petistas de proa.

As três correntes só se juntarão se o ex-presidente Lula da Silva confirmar sua candidatura ao Planalto e bater martelo por um dos três pré-candidatos ao Governo do Maranhão. Trata-se de uma decisão tão complicada que vozes do comando nacional já admitem que o líder petista ode ficar sem palanque no Maranhão.

Núcleo básico do que já foi o Grupo Sarney e hoje sob o comando da ex-governadora Roseana Sarney, o MDB evidencia um grande racha, com uma corrente puxando o partido para Weverton Rocha e outra determinada a marchar com Carlos Brandão. O vice-presidente, deputado Roberto Costa, está inclinado para apoiar Weverton Rocha, posição reforçada pelo senador Lobão Filho, que num ato em Imperatriz declarou: “O MDB eu não sei, mas eu estou com Weverton Rocha”. Tendo à frente os deputados federais João Marcelo e Hildo Rocha e os deputados estaduais Socorro Waquim e Arnaldo Melo, a outra corrente apoia abertamente Carlos Brandão.

Sem estar atrelado a um fator nacional, como é o caso do PT com a candidatura de Lula, o MDB maranhense só depende de uma tomada de posição de Roseana Sarney, cujo peso político e eleitoral – ela lidera as pesquisas de intensão de voto para o Governo do Estado – será decisivo na escolha do candidato a governador.

O senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão sabem que o PT e o MDB são importantes e podem ser decisivos na corrida sucessória, e por isso estão se movimentando como podem para atrair o apoio das duas legendas. Por sua vez, as correntes que formam esses partidos também sabem o peso que as legendas têm nesse jogo e se esforçam ao máximo para emplacar suas preferências. Só que nesse xadrez, as jogadas decisivas são armadas e conduzidas por quem têm poder de decisão, como o governador Flávio Dino, o ex-presidente Lula da Silva e a ex-governadora Roseana Sarney. É sabido que eles estão se comunicando direta ou indiretamente, e dessa comunicação devem sair, cedo ou tarde, decisões sobre os rumos que PT e MDB tomarão nessa corrida, que ainda está na largada, mas com movimentos tão intensos que tornam seu desfecho absolutamente imprevisível.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhãozinho prestaria grande serviço a si e à política se provasse que é inocente

Josimar de Maranhãozinho pode eliminar acusações 

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho vem fazendo um grande esforço para politizar a Operação Maranhão Nostrum, na qual o Gaeco investiga fortes indícios de desvio de recursos públicos envolvendo empresas e prefeituras ligadas ao parlamentar. Sem outros argumentos fortes para contestar a denúncia do Ministério Público, que em nota esclarecedora mostrou todo o fundamento da investigação, o deputado agora é duramente contestado pela Secretaria de Segurança Pública, depois de ter dito que está sendo vítima do braço policial do Governo. O problema é que no seu esforço de dar conotação política a uma investigação consistente, baseada em denúncias fortes e que até agora aponta graves elementos que em princípio comprovariam o que foi denunciado. Toda essa celeuma seria resolvida num estalo de dedos se o deputado Josimar de Maranhãozinho batesse às portas do Gaeco munido de documentos e provas irrefutáveis, contestando, uma a uma, as denúncias que o atingem. Se é inocente, perseguido político por estar crescendo nas pesquisas, por que não desmonta a tal armação política com a verdade? Sem isso, ele dificilmente convencerá que está sendo vítima de perseguição política por uma ameaça na corrida ao Palácio dos Leões. Edivaldo Jr. (PSD) entrou na briga bem situado, o mesmo acontecendo com Lahesio Bonfim (sem partido), que aparece nas pesquisas com melhor performance do que o chefe do PL. Nenhum deles está sofrendo perseguição política. Diante dos fatos e das gritantes contradições, em nome de uma política saudável, limpa, livre da suspeita de corrupção, o grande gesto do deputado Josimar de Maranhãozinho seria provar, por A mais B, que as denúncias e suspeitas investigadas pela Polícia Federal (Operação Descalabro) e pelo Gaeco (Operação Maranhão Nostrum) são infundadas e que a vida político-empresarial dele é reta, transparente e inatacável. Poderia disputar o Governo do Estado sem precisar de vitimização política. Tem tempo para isso.

 

Tendências são avaliadas em São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa

Júlio Matos, Paula da Pindoba e Eudes Barros: posições diferentes na sucessão

Nos bastidores partidários correm fortes rumores sobre as tendências dos prefeitos de São José de Ribamar, Júlio Matos (PL), de Paulo do Lumiar, Paula da Pindoba (PCdoB), e de Raposa, Eudes Barros (PL). No caso de São José de Ribamar, se o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) não for candidato a governador, Júlio Matos terá duas opções: Edivaldo Holanda Jr. (PSD) ou o senador Roberto Rocha (sem partido), caso ele venha a ser candidato. Paula da Pindoba está fechada com o governador Flávio Dino, apoiando o candidato que ele apontar. E Eudes tem compromisso com Josimar de Maranhãozinho, mas se for liberado na hipótese de o chefe do PL não ser candidato, ele pode apoiar o vice-governador Carlos Brandão. Vale registrar que essas possibilidades circulam nos bastidores, e que nenhum deles se manifestou pessoalmente sobre o assunto.

São Luís, 12 de Outubro de 2021.

Felipe Camarão entra na corrida aos Leões e, se ganhar o apoio do PT e de Lula e o aval de Dino, pode decolar

 

Felipe Camarão em ação pelo apoio do PT e por dobradinha com ex-presidente Lula

É verdade que, pelo menos no primeiro momento, não causou um terremoto político capaz de desarmar outras pré-candidaturas, mas não há como negar que a entrada do advogado Felipe Camarão (PT), atual secretário de Estado de Educação e nome de proa do núcleo duro da equipe do governador Flávio Dino (PSB), estremeceu o campo minado e agitado em que se dá a disputa pelo Palácio dos Leões. O estremecimento ganhou intensidade no sábado, em Pedreiras, onde, em uma escala da caravana do PT, acompanhado de destacadas lideranças do partido, como o deputado estadual Zé Inácio, vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, mandou o seguinte recado: “Eu quero ser o governador do Maranhão. Eu quero ser o governador do Maranhão, do PT, do presidente Lula e dos Josés, Marias, e de todos os cidadãos maranhenses”. Se abraçado pelo PT, como ele acredita que será, o projeto de candidatura de Felipe Camarão terá impacto decisivo nas pré-candidaturas do senador Weverton Rocha (PDT) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que trabalham duro para atrair o apoio petista e, na esteira dele, de dobradinha com o ex-presidente Lula da Silva (PT) no Maranhão.

Todas avaliações feitas sem paixão partidária sobre o “fator PT” no Maranhão levam invariavelmente à conclusão de que o candidato que vier a ter o apoio desse partido sairá no lucro alto. Primeiro porque, mesmo que seu desempenho no estado seja muito modesto, o seu gigantismo nacional do PT garante ao braço maranhense vantagens importantes, como, por exemplo, boa fatia de tempo para campanha no rádio e na TV. Mas o que pesa mesmo é uma dobradinha no estado com o presidente Lula da Silva como candidato que vier a ter o seu apoio. E se esse candidato for também brindado com o aval do governador Flávio Dino, terá força política e eleitoral para chegar ao segundo turno e brigar pelo Palácio dos Leões no ano que vem.

Se vier a ter sua candidatura confirmada pelo PT, Felipe Camarão entrará no jogo com tudo o que a legenda dispõe, podendo também ganhar o suporte do governado Flávio Dino que, vale destacar, ainda não se manifestou em relação ao movimento do seu secretário der Educação. O tempo de rádio e TV será crucial para sua campanha e o apoio do presidente Lula da Silva pode ser decisivo para alavancar sua candidatura. É essa equação que está levando o senador Weverton Rocha a investir tão forte para ganhar o apoio do PT e do seu líder maior. E mesmo faz o vice-governador Carlos Brandão, estimulado pela aliança do PT com o governador Flávio Dino. A movimentação de ambos nessa direção passa a impressão de que sem o apoio do PT e do ex-presidente Lula suas candidaturas enfrentarão dificuldades.

Felipe Camarão entra no jogo na hora certa, faltando exatamente um ano para a eleição. É jovem, tem boa imagem, tem credibilidade como gestor e comanda o maior programa de educação de base em curso no País, formado projetos avançados como Escola Digna, Escola de Tempo Integral e Iemas, dando também suporte ao ensino universitário, com a consolidação da Uema Sul. Aos 39 anos, é um dos quadros mais destacados da sua geração no serviço público, com desempenho acima da média nas funções que exerceu, a exemplo da Secretaria de Estado da Educação. Sempre teve um pé na política, tendo sido, por exemplo, lembrado para disputar a Prefeitura de São Luís em 2020. E desembarcou de vez nessa seara meses atrás dando uma tacada certeira ao se filiar ao PT motivado pelo projeto de disputar uma cadeira na Câmara Federal. Agora dá uma guinada radical ao se lançar pré-candidato ao Governo do Estado.

Recebida por muitos com surpresa e por outros nem tanto, sua entrada na corrida ao Palácio dos Leões acendeu luz amarela para Weverton Rocha e Carlos Brandão, e uma luz quase vermelha para o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., que vê ganhar forma um forte candidato ao posto de “Terceira Via”. Pode ser que o seu projeto de candidatura majoritária não prospere, mas a impressão que está causando nesse primeiro momento é o de que tem rumo e pode decolar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

DESTAQUE

Imperatriz ganha Hospital do Amor, fruto do esforço político do senador Weverton Rocha

Momentos da inauguração do Hospital do Amor em Imperatriz, ato comandado por Weverton Rocha e com a participação de Veneziano Vital, Eliziane Gama e Othelino Neto: grande relevância social e expressivo peso político

O senador Weverton Rocha fechou a semana fortalecendo expressivamente seu projeto de candidatura ao Governo do Estado na Região Tocantina, com a inauguração, sexta-feira (08), em Imperatriz, da filial maranhense do Hospital do Amor, uma rede hospitalar de excelência no tratamento curativo preventivo do câncer, originada em Barretos (SP). A inauguração contou com a presença do governador Flávio Dino (PSB), do presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), e do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), além da senadora Eliziane Gama (Cidadania) e do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM) e líderes partidários. Um ato de elevada importância social e com forte conotação política.

Fruto do esforço pessoal e político do senador Weverton Rocha, que destinou R$ 40 milhões de suas emendas parlamentares para a construção do prédio e equipamentos, o HA de Imperatriz tem mais de 2 mil metros quadrados de área construída, com diversas salas de atendimento específico para o tratamento oncológico, além de salas para a realização de exames, como mamografia, ultrassom, dentre outros. A unidade tem previsão de realizar a prevenção do câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, e do câncer de colo de útero em mulheres de 25 a 64 anos. Ali, pacientes poderão fazer exames de mamografia, Papanicolau, consultas com mastologista, consultas com ginecologista e as biópsias, tanto de mama quanto de colo de útero. A unidade também terá um centro cirúrgico, para a retirada de pequenos tumores, tanto de colo de útero, quanto de mama.

A inauguração contou, ainda, com a presença do governador Flávio Dino, que destacou a importância da união de esforços para ampliar a rede de saúde pública na Região Tocantina. “Parabenizo o senador Weverton por essa iniciativa, que permite que essa região avance na conquista dessa meta de ser transformada em um polo de saúde”, disse.

Veneziano Vital do Rego, presidente em exercício do Senado, saudou o ato HA como uma conquista do senador Weverton Rocha, da Região Tocantina, do Maranhão e de todo o Nordeste, destacou o hospital como uma referência no tratamento e na prevenção do câncer de mama, útero e ovário. “Uma grande conquista para o povo da nossa região”, afirmou Veneziano, referindo-se ao Nordeste como um todo.

O presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, principal aliado do senador Weverton Rocha, lembrou que é ainda elevado o número de mulheres que morrem vítimas de câncer por desinformação e ausência de prevenção. “Esse hospital vai, certamente, salvar muitas vidas, permitindo não só o tratamento, mas fazendo um trabalho muito importante de prevenção, cuidado e informação para que menos mulheres adoeçam e, consequentemente, diminua o percentual de mortalidade. Parabéns ao senador Weverton pela concretização deste sonho”, disse.

Responsável maior pelo projeto e sua implantação, iniciada em junho de 2020, o senador Weverton Rocha justificou a iniciativa:

“Sonhamos muito com esse hospital e estamos muito felizes por vermos esse sonho sendo concretizado. O Hospital de Amor faz parte de uma grande rede do bem, que salva vidas e, certamente, vamos trabalhar para levar para outras cidades do Maranhão”, declarou. E acrescentou: “Definimos a implantação em Imperatriz porque é a maior cidade ao sul do Maranhão e garantirá atendimento a toda a região tocantina e sul maranhense. Em São Luís, já temos o Aldenora Belo que atende com excelência o estado todo e conta com o nosso apoio. O trabalho desenvolvido em SP é excepcional. Não pensei duas vezes em trazer para o Maranhão”, ressaltou.

 

Sem Maranhãozinho no páreo, Lahesio aposta em dobradinha com Bolsonaro, que pode optar por Rocha

Lahesio Bonfim: livre de Josimar de Maranhãozinho e sombra de Roberto Rocha na corrida sucessória

A maior preocupação do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (sem partido), que ameaçava a concretização do seu projeto de disputar o Governo do Estado em dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), deixou de existir. Uma fonte com trânsito no grupo próximo ao presidente da República teria ouvido de um dos assessores do Palácio do Planalto que Jair Bolsonaro não cogita apontar o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) como seu candidato ao Governo do Maranhão. Com essa decisão, a preocupação do pré-candidato Lahesio Bonfim passar ser o senador Roberto Rocha, que embora não tenha feito ainda qualquer anúncio nesse sentido, é citado em todas as rodas de conversa como o candidato do presidente Jair Bolsonaro ao Governo do Maranhão. Como é sabido, o prefeito de São Pedro dos Crentes tem dito que seu projeto de candidatura não depende do Palácio do Planalto, mas ele quer fazer dobradinha com o presidente.

São Luís, 11 de Outubro de 2021.