Arquivos mensais: outubro 2021

Josimar de Maranhãozinho: onde se encontram o político astuto e ousado e o empresário suspeito

 

Josimar de Maranhãozinho: político astuto e bem sucedido e empresário que ganha com negócios suspeitos com verba pública e guarda milhões em caixas de papelão

Por mais que tente politizar as Operações “Descalabro” e “Maranhão Nostrum”, que o apontam como chefe de um esquema milionário de dinheiro público por meio de licitações fraudalentas feitas por empresas a ele ligadas, numa movimentação que já alcançou mais de R$ 170 milhões, segundo o que foi apurado pela Polícia Federal e pelo Gaeco, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) está enfrentando enormes dificuldades para manter esse discurso. Mesmo ajudado por aliados de outros pré-candidatos a governador, que relacionam ostensivamente a Operação “Maranhão Nostrum” com o movimento do parlamentar no sentido de romper com o governador Flávio Dino (PSB), os fatos relatados pelo Ministério Público em nota divulgada ontem são nitroglicerina pura, frutos de uma investigação ampla e complexa, na qual não comporta o argumento da “perseguição política”.

O problema é que observações cuidadosas, feitas pelo prisma da isenção, via de regra levam à identificação de dois personagens que respondem pelo nome político Josimar de Maranhãozinho.

O mais visível é o político astuto, de faro apurado, enorme capacidade de movimentação, bom articulador, que saiu da Prefeitura de Maranhãozinho para ser o candidato a deputado estadual mais votado em 2014, com assombrosos quase 99 mil votos, que se elegeu deputado federal em 2018 com 195 mil votos, levando junto a esposa Detinha (PL), ex-prefeita de Centro do Guilherme, eleita com maior votação para a Assembleia Legislativa. Esse político que saiu do nada e alcançou à mesa das decisões maiores da política estadual como controlador de três partidos (PL, Avante e Patriotas), apoiador político e financeiro de candidatos a prefeituras, exibindo atualmente a paternidade eleitoral de pelo menos 40 prefeitos, mais o controle político e partidário sobre cinco deputados estaduais e três deputados federais. Embalado por essa espantosa força política, que é visível, apesar das controvérsias que a envolvem, o político Josimar de Maranhãozinho se movimenta hoje no tabuleiro da política estadual com gás para se lançar candidato a governador do Estado, jogando para valorizar seu passe ao afirmar que está rompendo com o governador Flávio Dino, mas sem dizer o motivo.

O Josimar de Maranhãozinho menos visível é o que atua como empresário, que amealhou uma fortuna que ninguém consegue mensurar, por meio de empresas que quase ninguém conhece, todas, ou a maior parte delas, operando em atividades bancadas com dinheiro público, especialmente da mais produtiva e mais controversa de todas as fontes: as emendas parlamentares. As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) levaram a empresas como a Joas Consultoria Marketing Ltda, a Águia Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda e a Construtora Madry, todas ligadas ao empresário Josimar de Maranhãozinho. Elas venceram licitações marcadas por irregularidades em Zé Doca – a prefeita de lá, Josenilda Cunha Rodrigues (PL) é irmã do deputado -, Maranhãozinho, Centro do Guilherme, Araguanã, Carutapera, Pedro do Rosário, onde sua influência política é avassaladora. Um Relatório de Análise de RIF (Relatório de Inteligência Financeira) acerca das movimentações suspeitas apontadas pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), essas empresas movimentaram, de maneira suspeita, nada menos que R$ 159.745.884,37.

E é exatamente nesse ponto nervoso e cinzento, uma espécie de fronteira entre o mundo e o submundo da política, que o político campeão de votos e controlador de um grupo de peso no cenário estadual se mistura com o empresário de atuação controversa e suspeita, que guarda milhões de reais em espécie, com os pacotes acomodados em caixas de papelão, como as que foram encontradas pela Polícia Federal no escritório do parlamentar, em São Luís, em dezembro passado. O que veio à tona nas investigações reduz drasticamente o poder de convencimento da defesa de Josimar de Maranhãozinho pelo viés político com a alegação de que está sendo perseguido porque vem “crescendo” na corrida para o Governo do Estado, o que não é exatamente verdade – basta ver os números.

As informações contidas na nota do MPE sugerem uma indagação: quem sobreviverá, o político ativo e ousado ou o empresário sob a mira da PF e do Gaeco?

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pré-candidatos atuam ouvindo integrante dos seus núcleos de campanha

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Edivaldo Jr.: cada um tem seu time

Ontem, vários leitores, após terem lido a entrada do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), para o time de conselheiros do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), formado pelos ex-prefeitos Cleomar Tema (PSB), de Tuntum, e Luís Fernando Silva (PSDB), de São José de Ribamar, além, claro, do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB), que hoje formam a base do núcleo central da pré-candidatura do vice-governador.

Uma apuração rápida levantou que o senador Weverton Rocha (PDT), que está na frente nas intenções de voto, tem três conselheiros com quem conversa com frequência: o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, hoje o principal avalista da sua pré-candidatura, e o presidente da Famem e prefeito de Igarapé Grande e presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), principal responsável pela organização da sua pré-campanha. Conversa também com a senadora Eliziane Gama (Cidadania).

E, finalmente, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) que até aqui está assessorado pelos principais avalistas da sua candidatura: o deputado federal e presidente do partido Edilázio Jr. e o deputado estadual César Pires, que até aqui está funcionando com o operador da pré-campanha.

Isso é só o começo.

 

PP pode receber a filiação de Jair Bolsonaro, Roberto Rocha e Lahesio Bonfim

André Fufuca pode receber Jair Bolsonaro, Roberto Rocha e Lahesio Bonfim no PP

Todos os sinais emitidos nos últimos dias indicam que o presidente Jair Bolsonaro não terá vez no União Brasil, o gigante partidário que ganha forma com a fusão do DEM com o PSL. A esmagadora maioria dos líderes do partido já disse que não quer conversa com o presidente e muitos defendem o lançamento de uma candidatura forte, que pode ser a do presidente do Senado, o mineiro Rodrigo Pacheco para enfrentar Lula da Silva (PT) e o próprio Jair Bolsonaro, que voltou a assediar o PP, e como tem o chefe maior do partido, o presidente da Câmara Federal Arthur Lira (AL) nas mãos, é possível que a filiação do presidente e sua tropa de choque aconteça em breve. Presidente nacional em exercício do PP, o deputado federal André Fufuca dá sinais de que está na linha de frente colocando o tapete vermelho para Jair Bolsonaro ingressar no partido. E pode abrigar no Maranhão  o senador Roberto Rocha, que ainda não disse como enfrentará as urnas, e o tonitruante prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, pré-candidato assumido a governador.

São Luís, 09 de Outubro de 2021.

Com Madeira, Brandão reforça time de apoio que já conta com políticos tarimbados

 

Carlos Brandão contará com a experiência do ex-prefeito Sebastião Madeira na briga pelo Palácio dos Leões

O desembarque do ex-prefeito de Imperatriz e ex-deputado federal Sebastião Madeira (PSDB) no Governo do Estado como presidente da estatal Gasmar, conforme anunciado pelo governador Flávio Dino (PSB), pode ser observado por dois ângulos, o administrativo e o político. No ângulo administrativo, a empresa ganha um dirigente experiente, que tem no currículo nada menos que oito anos no comando da Prefeitura de Imperatriz, credencial que o coloca no time de ponta do Governo como um quadro de excelência, que pode colaborar efetivamente com a evolução da Gasmar, depois que o então presidente, Deoclídes Macedo (PDT), se elegeu mais uma vez prefeito de Porto Franco. No campo político, Sebastião Madeira é um quadro de primeira linha, e com um dado curioso da sua personalidade política: é tucano por convicção, tendo se tornado um respeitado militante do partido, no qual atua há mais de três décadas, podendo vir a ser um dos principais articuladores políticos do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) na corrida ao voto.

Médico por formação e profissão, Sebastião Madeira tem na política a sua razão de ser como cidadão. E com um dado que o diferencia da maioria dos políticos da atualidade: a coerência ideológica e partidária. Político de centro, é filiado e militante do PSDB há mais de três décadas. Nos quatro mandatos de deputado federal que exerceu, participou da cúpula do partido e da base do Governo Fernando Henrique. O trabalho político que realizou na bancada do PSDB naquele período foi reconhecido com a decisão da cúpula tucana de entregar-lhe a presidência do Instituto Tancredo Neves, centro de estudos e aprimoramento da social-democracia como a base ideológica do partido. Foi duramente atingido pelos revezes sofridos pela agremiação, mas se manteve fiel ao compromisso de ser tucano.

Político de atuação fortemente regional, Sebastião Madeira tem a região Tocantina como o seu campo de ação, a começar por Imperatriz, seu berço e base principal, que comandou com eficiência administrativa por oito anos como prefeito eleito e reeleito. Deu suporte ao senador Roberto Rocha como assessor parlamentar, enquanto o agora bolsonarista e sem partido comandou o PSDB pela segunda vez no Maranhão, e sua aliança com o vice-governador Carlos Brandão é o desdobramento natural da sua fidelidade partidária. Em conversas reservadas, tem dito que vai entrar firme na campanha do vice-governador Carlos Brandão para o Governo do Estado. Inicialmente, seu projeto era disputar uma cadeira na Câmara Federal, mas arquivou o projeto para ficar mais livre e se dedicar à campanha do vice-governador, devendo apoiar também o atual secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB), para a Câmara Federal.

Qualquer avaliação isenta certamente concluirá que, ao ganhar o apoio do ex-prefeito Sebastião Madeira, o vice-governador Carlos Brandão ganha um aliado de peso, que sabe o que faz e conhece em profundidade o terreno em que atua. Se não representa um forte suporte eleitoral propriamente dito, o apoio de Sebastião Madeira garante a Carlos Brandão presença política efetiva em Imperatriz e região, equilibrando peso político com o senador Weverton Rocha (PDT), que ali conta com o ex-prefeito Ildon Marques (PP) e com o prefeito Assis Ramos (DEM) – a eleição municipal de 2020 mostrou que os três têm peso político e eleitoral equivalentes.

O ex-prefeito de Imperatriz entra no jogo para reforçar o grupo de apoio ao vice-governador Carlos Brandão, que já conta com dois ex-prefeitos tarimbados em lutas pelo voto: Cleomar Tema (PSB), ex-prefeito de Tuntum e que conhece como poucos os caminhos políticos do sertão e do agreste, e Luís Fernando Silva (PSDB), ex-prefeito de São José de Ribamar, que sabe o que faz nessa seara. Um time com PHD nessa seara.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Juscelino Filho vai para a Executiva do novo partido; e Pedro Lucas?

Juscelino Filho saiu na frente para controlar o novo partido no Maranhão

A julgar pelo que foi dito ontem, o deputado federal Juscelino Filho, que preside o DEM no Maranhão, será membro da Executiva do União Brasil, partido que resultará da fusão do DEM com o PSL, este comandado no estado pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes.

Chamou a atenção na informação o fato de o deputado Juscelino Filho ter a garantia de uma vaga na Executiva do novo partido dada por ninguém menos que Luciano Bivar, fundador e presidente nacional do PSL e um dos articuladores da fusão, quando a lógica seria fortalecer a posição do deputado Pedro Lucas Fernandes, que presidirá o seu partido no maranhão até que a fusão for consumada pelo aval da Justiça Eleitoral.

Tão curioso como a declaração de Luciano Bivar em favor de Juscelino Filho foi o silêncio do deputado Pedro Lucas Fernandes em relação às articulações que resultarão no surgimento do novo partido. A começar pelo fato de que a fusão criará um poderoso espaço de poder no Maranhão, que será a presidência desse partido, que poderá ser ocupada por um dos dois parlamentares.

E independentemente do que aconteceu ontem, não será surpresa se os dois parlamentares travarem uma dura queda de braço pelo comando estadual da legenda.

 

Ministério Público rebate insinuações de Maranhãozinho sobre a Operação Maranhão Nostrum

Diante da reação do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que em nota classificou de “estranha” a Operação Maranhão Nostrum, feita pelo Gaeco com o apoio da Polícia Civil em sua residência, insinuando também a possibilidade de se tratar de retaliação política, o Ministério Público não deixou por menos e rebateu com a seguinte Nota Oficial:

O Ministério Público do Maranhão esclarece que:

A Operação Maranhão Nostrum é resultado do Procedimento Investigatório Criminal nº 011660-750/2018, instaurado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) em 19 de outubro 2018;

Esse procedimento originou-se de uma Notícia de Fato sobre denúncias envolvendo Josimar Cunha Rodrigues, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, e as empresas Águia Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda e Construtora Madry, ambas ligadas ao parlamentar; Josimar Cunha Rodrigues é, até hoje, sócio da Construtora Madry, junto com sua irmã Irismar Cunha Rodrigues, também investigada;

Em relação à Águia Farma Distribuidora De Medicamentos Ltda, Josimar Cunha Rodrigues fez parte do quadro societário entre 20/08/2013 e 08/07/2015, período que está incluído na investigação, que se estende, em relação ao mesmo, até novembro de 2018;

Embora Josimar Cunha Rodrigues não seja mais sócio da Águia Farma desde 2015, o quadro societário passou a ser composto por pessoas diretamente ligadas a ele: Gildeilma dos Reis Martins e Francisca Adelina Alves de Melo, funcionárias particulares de Josimar de Maranhãozinho e servidoras da Assembleia Legislativa do Maranhão até o final de 2020;

Destaca-se, ainda, que foi sócia da empresa até dezembro 2020, também, a senhora Maria Deusa, cunhada de Josimar e, atualmente, prefeita de Maranhãozinho;

No curso da investigação, o Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do Ministério Público do Maranhão produziu Relatórios de Análise Técnica acerca dos procedimentos licitatórios nos quais Águia Farma Distribuidora De Medicamentos Ltda foi vencedora entre 2014 e 2018 nos municípios Zé Doca, Maranhãozinho, Centro do Guilherme, Araguanã, Carutapera, Pedro do Rosário. Em todos foram constatadas irregularidades;

Houve também produção de Relatório de Análise de RIF (Relatório de Inteligência Financeira) acerca das movimentações suspeitas apontadas pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), no montante de R$ 159.745.884,37 (cento e cinquenta e nove milhões, setecentos e quarenta e cinco mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e trinta e sete centavos);

Todos os relatórios apontaram o recebimento de valores pela Construtora Madry, que embora não fosse licitante, era a principal beneficiária dos recursos oriundos das empresas que logravam êxito nos procedimentos licitatórios objeto da investigação;

Da mesma forma, o próprio investigado Josimar Cunha Rodrigues, no período em questão, consta como principal favorecido das empresas que participavam e ganhavam os procedimentos licitatórios. Além dele, receberam dinheiro dessas empresas parentes como Lucas Emanuel Costa Cunha, seu sobrinho, e Irismar Cunha Rodrigues, sua irmã.

Apurou-se também que as empresas que fazem parte da organização criminosa tinham como sócios pessoas ligadas ao investigado Josimar Cunha Rodrigues, fazendo parte do quadro societário de mais de uma empresa. São exemplo, Gildeilma dos Reis Martins, sócia da Águia Farma e também da Joas Consultoria Marketing Ltda no período investigado.

Diante de todos esses elementos, foi protocolado, no dia 02 de junho de 2021, duas medidas: 1) A busca e apreensão com pedido de indisponibilidade de bens e afastamento dos servidores investigados;

2) Quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados; ambas as medidas foram deferidas no dia 21 de setembro de 2021, sendo a busca cumprida em 6 de outubro de 2021;

Como resultado das buscas, foram apreendidos mais de R$ 100.000,00 em espécie nos endereços dos investigados Josimar Cunha Rodrigues, Thiago Costa Rodrigues, Mozeli Borges da Silva, Irismar Cunha Rodrigues e outros. Também foram apreendidos diversos veículos de luxo, uma lancha, barra de ouro e diversos documentos das empresas;

Destaca-se que, em um dos endereços do investigado Josimar Cunha Rodrigues, foram encontrados cheques em branco, já assinados, da Construtora Madry, da qual o investigado é atualmente sócio com sua irmã Irismar Cunha Rodrigues, também investigada;

Foram efetuadas três prisões em flagrante, por posse ilegal de arma de fogo;

Além dos 13 municípios do Maranhão, foi realizada busca e apreensão no município de Várzea Alegre (CE), no endereço de Lucas Emanuel Costa Cunha, sobrinho de Josimar Cunha Rodrigues;

A Operação envolveu mais de 60 alvos e 208 policiais, além de nove promotores de justiça, entre integrantes do Gaeco e das Promotorias de Zé Doca, Guimarães, Santa Inês e Maracaçumé.

São Luís, 08 de Outubro de 2021.

 

 

 

Alvo de nova operação policial por suspeita de corrupção, Maranhãozinho pode perder espaço

 

Josimar de Maranhãozinho “surpreendido” pela a ação de agentes do Gaeco fazendo buscas e apreensão na sua residência, procurando provas da prática de corrupção

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), pré-candidato ao Governo do Estado, foi colocado ontem numa situação de extremo desconforto, instabilidade e incerteza quanto ao seu futuro político, depois que a força-tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, realizou ontem a Operação Maranhão Nostrum,  e parceria com a Polícia Civil do Maranhão, por meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), Centro Tático Aéreo (CTA) e outras unidades. O Gaeco cumpriu 60 mandatos judiciais em 14 municípios, onde empresas – algumas delas ligadas ao parlamentar – faturaram pelo menos R$ 150 milhões em operações marcadas por suspeitas, entre elas Zé Doca, cuja prefeita Josenilda Cunha Rodrigues (PL) é irmã do parlamentar. A ação do Gaeco ocorre menos de um ano depois da Operação Descalabro, por meio da qual a Polícia Federal investigava o desvio de pelo menos R$ 15 milhões de recursos destinados à Saúde.

A reação do deputado Josimar de Maranhãozinho foi a mesma nos dois casos: está sendo vítima de perseguição, que pode ser ou não de natureza política. Ele diz suspeitar de que isso está ocorrendo por causa da sua ação política. Os cerca de R$ 6,5 milhões encontrados em caixas de papelão no seu escritório em São Luís nada têm a ver com desvios de dinheiro público, exatamente por se tratarem de ganhos em negócios lícitos. Avaliou a operação de ontem, realizada na sua residência, foi também “um absurdo”. Ou seja, a dinheirama com que bancou candidatos a prefeito e a vereador em mais de 70 municípios, com a eleição de cerca de 40, entre elas gigantes como São José de Ribamar, são saíram dos cofres dos três partidos que controla no estado – PL, Avante e Patriotas.

O fato é que as duas operações colocaram o deputado Josimar de Maranhãozinho numa situação de extremo desconforto. Isso porque, contrariando suas reações, a Polícia Federal (Operação Descalabro) e o Gaeco (Operação Maranhão Nostrum) foram autorizados pelos braços federal e estadual da Justiça, e o Ministério Público. As justificativas são densas, resultados de investigações cuidadosas, calcadas em documentos que comprovariam amplamente a ação de uma organização criminosa, que movimentou mais de R$ 160 milhões em pouco tempo.

Não é novidade no meio político e fora dele, e para expressiva fatia do eleitorado e ainda para as Polícias Federal e Estadual e o Ministério Público Estadual e Federal que Josimar de Maranhãozinho é um político controverso, que atua exibindo impressionante poder de fogo financeiro, que é a base do seu poder político. Começa pelo fato de controlar, com mão de ferro, três partidos no Maranhão – PL, Avante e Patriotas. É conhecido nos meandros da política estadual como um chefe partidário que “cumpre acordo”. Tanto que saiu das eleições municipais como o responsável direto pela eleição dos prefeitos Júlio Matos (São José de Ribamar), Belezinha Pontes (Chapadinha), Rigo Teles (Barrado Corda), para citar apenas três exemplos, além de Zé Doca, tendo sua irmã como prefeita.

Se a Operação Descalabro, realizada um ano atrás com a invasão do seu escritório e localização de uma bolada em dinheiro vivo, grana suficiente para comprar um apartamento de andar inteiro na Península, o deixou sem chão por alguns dias, a Operação Maranhão Nostrum foi mais dura. A começar pelo fato de que a busca e apreensão foi feita na sua residência, uma mansão com campo de futebol, palco recente de duas concentrações políticas, uma de prefeitos e outra de vereadores, marcando o deslanche de sua pré-campanha como pré-candidato ao Palácio dos Leões. Isso sem falar dos inúmeros eventos realizados nos quatro cantos do Maranhão.

O fato é que, por mais ousado que seja o deputado Josimar de Maranhãozinho, essas ações policiais, respaldadas pelo Ministério Público com autorização da Justiça, e ocorridas em meio a movimentos já intensos da corrida à sucessão do governador Flávio Dino (PSB), podem produzir efeito devastador no seu ousado projeto de se mudar para o Palácio dos Leões em Janeiro de 2023.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Aprovada a fusão DEM/PSL, surge a pergunta: quem comandará o novo partido no Maranhão

Fusão DEM/PSL está definida: quem comandará o novo partido no MA, Pedro Lucas Fernandes ou Juscelino Filho?

Os comandos do DEM e do PSL aprovaram ontem a fusão dos dois partidos, criando as condições concretas para o nascimento do União Brasil, que nascerá com nada menos com 81 deputados federais, de longe a maior bancada da Câmara Federal. A fusão partidária, que agora só depende do aval da Justiça Eleitoral, terá reflexos importantes no cenário partidário maranhense. E tudo começa com uma indagação: quem será o presidente do partido, o atual presidente do DEM, deputado federal Juscelino Filho, ou o atual presidente do PSL, deputado federal Pedro Lucas Fernandes? Além disso, como o novo partido, que terá maior tempo de campanha no rádio e na TV, entre outras condições excepcionais das quais será dotado por conta do seu gigantismo, se posicionará na disputa sucessória? O presidente da nova legenda terá lugar importante nas negociações que resultarão nas eleições maranhenses. Vale aguardar.

Ana Paula comanda ações sociais e dá sentido ao posto de vice-prefeita em Pinheiro

Ana Paula : quebrando isolamento de vice e comandando ações sociais em Pinheiro

Via de regra, vice-prefeito costuma submergir depois de um curto período de euforia por haver chegado ao posto. Alguns, porém, não se enquadram nessa tradição e se envolvem efetivamente com o Governo municipal, atuando efetivamente em ações além de compromissos protocolares. Um caso exemplar é o de Pinheiro, onde a vice-prefeita Ana Paula Lobato (PDT) se movimenta no campo político, como vice-presidente do PDT local, e no campo da gestão, realizando ações sociais, em sintonia com o prefeito Luciano Genésio (PP). Ontem, por exemplo, a vice-prefeita Ana Paula Lobato – que preside também o Grupo de Esposas de Deputados do Estado do maranhão (Gedema), o braço social da Assembleia legislativa -, comandou uma ação no Residencial Coqueiro, na chamada Vila Filuca, na periferia de Pinheiro, onde reuniu crianças do bairro para uma manhã de festa, com direito a com muitas brincadeiras, cachorro-quente, pipoca, algodão doce e distribuição de 600 brinquedos. “O Dia das Crianças está se aproximando e não poderíamos deixar essa data especial passar em branco. Preparamos esse momento com muito carinho e a recompensa é ver os olhos brilhando e o sorriso no rosto de cada um”, assinalou a vice-prefeita de Pinheiro, que, pelo visto, está construindo um horizonte político que vai muito além das fronteiras da Princesa da Baixada.

São Luís, 07 de Outubro de 2021.

Weverton e Brandão querem o apoio de Lula, mas o líder petista quer mesmo é Dino no Senado

 

Weverton Rocha e Carlos Brandão se movem pelo apoio de Lula da Silva, que por sua vez quer mesmo é Flávio Dino e outros atuais governadores no Senado

O braço maranhense do PT está sendo colocado numa espécie de encruzilhada no que diz respeito à disputa pelo Palácio dos Leões no ano que vem. Em princípio, uma banda do partido está comprometida com vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que assumirá o Governo em abril e pleiteará a reeleição, enquanto outra se movimenta em apoio ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Majoritária e liderada pelo presidente regional do partido, Augusto Lobato, a banda que apoia Carlos Brandão justifica o apoio com om argumento de que o vice-governador tem o apoio do governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado, e certa de que terá ainda o aval do ex-presidente Lula da Silva, certa de que a candidatura dele ao Planalto são favas contadas. Já a banda que se mostra alinhada ao senador Weverton Rocha argumenta que o PDT é aliado preferencial e que o senador está cada vez mais próximo do líder petista – com quem, aliás, esteve ontem -, ainda que o seu partido tenha o ex-governador Ciro Gomes como candidato a presidente e com um discurso hostil à Lula.

Tais manifestações sugerem que Lula tem um grande abacaxi para descascar no Maranhão. Primeiro porque é difícil imaginá-lo afastado do governador Flávio Dino para apoiar a candidatura de Weverton Rocha deixando de lado a do vice-governador Carlos Brandão. Por outro lado, o senador Weverton Rocha tem feito movimentos ostensivos para obter o apoio do ex-presidente à sua candidatura a governador, dando a entender, nos últimos dias, que o acordo sairá. Nesse ambiente de pressões e incertezas, Lula terá de se posicionar, mesmo sabendo que qualquer posição que tomar ferirá o outro grupo, o que não é aceitável por muitos dentro dos dois grupos.

Em busca do apoio de Lula, os dois grupos apresentam argumentos os mais diversos. Apoiadores de Weverton Rocha jogam pesado lembrando que Carlos Brandão é do PSDB, partido que foi carro-chefe, juntamente com o MDB, na pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo sabendo que na época do processo Carlos Brandão já era vice-governador, não tendo qualquer participação no processo de derrubada do governo do PT. Aliados de Carlos Brandão contra-atacam lembrando que nenhum político, salvo aqueles do núcleo duro do PT, foi tão ativo em defesa do ex-presidente quanto o governador Flávio Dino, com total apoio do seu vice. Além do mais, aliados do vice criticam o senador por tentar fazer o líder petista apoiá-lo, mesmo o partido dele tendo candidato a presidente.

Em meio a esse cabo de guerra entre Carlos Brandão e Weverton Rocha pelo apoio do PT, uma informação que circulou ontem nacionalmente deslocou o eixo das atenções para o governador Flávio Dino. De acordo com reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL, Lula não está muito interessado nas disputas para Governo estaduais, ou seja, nem por Weverton Rocha nem por Carlos Brandão. Sua estratégia é eleger fortes bancadas para a Câmara Federal e para o Senado, de modo a que, se eleito, venha a contar com suporte parlamentar sólido, reduzindo a dependência de anomalias parlamentares como o Centrão, por exemplo.

Em conversas informais, Lula diz torcer pela eleição do maranhense Flávio Dino (PSB), do cearense Camilo Santana (PT), do pernambucano Paulo Câmara (PSB) e do piauiense Wellington Dias (PT) para o Senado, avaliando que esse grupo tem consistência e preparo político e parlamentar para dar suporte a um eventual governo por ele comandado. De acordo com a reportagem da Folha, amargando a tutela do Centrão, o presidente Jair Bolsonaro se movimenta com a mesma perspectiva.

Independentemente do que venha a escolha de Lula para o Governo do Maranhão, o fato relevante para ele é apoiar Flávio Dino para o Senado, com quem ele poderás contar integralmente se for eleito presidente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Desempenho em pesquisa e incursão tocantina de Edivaldo Jr. causam euforia no PSD

Edivaldo Holanda Jr. ladeado por Edilázio Jr., líder do PSD, e César Pires: euforia com a largada da pré-campanha em cidades tocantinas e com a pesquisa Escutec

O desempenho do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. na pesquisa Escutec publicada na edição de fim de semana de O Estado e na qual apareceu em segundo lugar, ficando atrás do senador Weverton Rocha (PDT) no cenário sem a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) injetou uma poderosa dose de ânimo no próprio pré-candidato ao Governo do Estado e no comando do seu partido, o PSD. O presidente da agremiação, deputado federal Edilázio Jr., que foi o principal articulador desse projeto junto ao comando nacional do partido, deixou de lado sua costumeira cautela para exibir rasgos de euforia com a informação. Ele acredita que o ex-prefeito de São Luís tem todas as condições de ganhar consistência e garantir lugar num segundo turno. “Estamos apenas começando”, declarou Edilázio Jr. a jornalistas, como que dando um recado aos demais candidatos e aos que inicialmente duvidaram do potencial político e eleitoral do pré-candidato do PSD. Tão ou mais animado com poder de fogo do ex-prefeito da Capital ficou o deputado César Pires, articulador político do projeto de candidatura, e para quem a pesquisa é uma “demonstração clara e inequívoca de que o caminho está certo”. A performance do pré-candidato do PSD na largada da pré-campanha acendeu o sinal de alerta nos QGs do senador Weverton Rocha e do vice-governador Carlos Brandão. Tanto que nos bastidores partidários Edivaldo Holanda Jr. já começa a ser apontado como a “terceira via” da corrida pelo Governo do Maranhão.

 

Chico Carvalho deixa o PSL após 18 anos no comando do partido no Maranhão

Chico Carvalho anuncia saída do PSL: adeus e mágoas

O vereador Chico Carvalho não mais faz parte dos quadros do PSL, partido que liderou ao longo de 18 anos, como presidente regional e vice-presidente nacional. Seu desligamento da agremiação foi anunciado ontem por ele próprio, numa conversa com jornalistas, durante a qual se mostrou decepcionado com os rumos que o partido tomou depois de ter nas suas fileiras o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos.

Com a saída de Chico Carvalho, o PSL perde um militante integral, de todas as horas, e com a experiência de nove mandatos de vereador de São Luís, com o exercício de dois períodos na presidência da Câmara Municipal. Raposa felpuda e conhecedor de todas as manhas da chamada “velha política”, Chico Carvalho resistiu bravamente ao cerco bolsonarista ao comando do PSL maranhense, usando sua habilidade para “chegar pra lá” figuras como o médico Alan Garcez e o coronel aposentado Ribamar Monteiro. Mantendo-se no comando do partido com o aval do fundador e presidente nacional, a quem apoiou na resistência à tentativa do presidente Jair Bolsonaro e sua turma de controlar a agremiação.

Mais recentemente, circunstâncias internas o fizeram passar o bastão de comando do braço maranhense do PSL ao deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que desembarcou no partido depois de perder o comando estadual do PTB e ter deixado o partido por pressão do presidente Roberto Jefferson. Chico Carvalho não opôs resistência ao desembarque inesperado de Pedro Lucas Fernandes no partido nem à ascensão ao comando partidário. Mas não ficou numa posição confortável, depois de tudo o que viveu à frente da legenda.

– Não tenho mais nada a dizer sobre o PSL. Para mim, não interessa mais. Vou seguir meu rumo e fazer a política que eu sempre fiz e que eu sempre mostrei que tenho capacidade de fazer com o partido no Maranhão – declarou Chico Carvalho, em tom de mágoa, anunciando, em seguida, que seguirá um novo caminho político e partidário.

São Luís, 06 de Outubro de 2021.

Turbinado pelo prestígio de Roseana, MDB definirá candidato aos Leões e deve confirmar apoio a Dino  

 

Com o apoio  de Roberto Costa, Roseana Sarney comandará o MDB para escolher entre Weverton Rocha, Carlos Brandão e Edivaldo Jr. para 2022

O comando do MDB recebeu com ânimo moderado a nova pesquisa Escutec – publicada na edição de fim de semana de O Estado – na qual a ex-governadora Roseana Sarney, presidente do partido, aparece liderando com folga a corrida para o Governo do Estado em todos os cenários. Pelo menos até ontem à noite, a liderança na preferência dos eleitores ouvidos não mudou o projeto da líder emedebista de manter o partido fora da disputa para os Leões e para o Senado, mantendo firme o projeto de conduzir o braço maranhense do MDB à eleição bancadas fortes na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Essa posição não eximirá o partido de abrir diálogo com pré-candidatos, preferencialmente o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), podendo ainda conversar como pré-candidato do PSD, Edivaldo Holanda Jr..

A ideia da cúpula emedebista é levar o partido a uma posição de consenso em torno de um candidato a governador, segundo o vice-presidente e mais ativo articulador da legenda, deputado estadual Roberto Costa. E assim criar um ambiente para que as forças do partido declarem apoio à candidatura do governador Flávio Dino (PSB) ao Senado. Isso porque a ex-governadora Roseana Sarney tem sido categórica em afirmar que não será candidata à vaga de senador. “Já existe ambiente para que o partido se posicione pela candidatura do governador Flávio Dino. E isso só depende de boas e produtivas conversas dentro do MDB”, assinala Roberto Costa.

Até o momento, o MDB está dividido em duas correntes no que diz respeito à disputa para o Governo do Estado. Uma inclinada a se posicionar em favor da candidatura do senador Weverton Costa (PDT), que vem mantido relação estreita com o deputado Roberto Costa desde que o MDB se juntou ao PDT na base de apoio ao então candidato Eduardo Braide (Podemos) na disputa pela Prefeitura de São Luís.  A outra, formada pelos deputados federais João Marcelo e Hildo Rocha e pelos deputados estaduais Arnaldo melo e Socorro Waquim, quer que o partido se mobilize em torno do vice-governador Carlos Brandão, cuja trajetória tem muita proximidade com as forças identificadas como fatias do que já foi o Grupo Sarney.  Corre também nos bastidores que os líderes emedebistas, a começar pela ex-governadora Roseana Sarney, estão abertos a conversas com o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., já tendo o presidente do partido, deputado federal Edilázio Jr. e o seu principal articulador, deputado estadual César Pires sinalizado esse caminho em recente visita à líder emedebista.

É dominante no MDB a avaliação de que a pesquisa Escutec confirmou de vez a força política e eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney, e com ela o prestígio da agremiação. Esse cacife lhe dá autoridade para conduzir o partido a uma ampla articulação para definir sua posição em relação à disputa para o Governo, e também a uma aliança que resulte no apoio do MDB à candidatura do governador Flávio Dino ao Senado. Isso é possível porque o deputado Roberto Costa vem há tempos construindo essa relação mantendo diálogo com as lideranças governistas, ação que tem resultado nas posições do partido a favor do Governo na Assembleia Legislativa. O governador Flávio Dino, por seu turno, tem visto esses movimentos com bons olhos. No meio político, a impressão dominante é a de que, em que pesem as diferenças que separam os dois grupos, o caminho do MDB será o de apoiar Flávio Dino para o Senado.

O MDB vai para o debate interno comandado pela ex-governadora Roseana Sarney consciente de que deve o partido deve se posicionar em relação à disputa majoritária e consciente do seu peso no tabuleiro político. E deve definir uma posição consensual, segundo expectativa do deputado Roberto Costa, que é vice-presidente do MDB e cuja ação política é feita inteiramente em sintonia com a presidente Roseana Sarney.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governador confirma revelação da Coluna sobre escolha de candidato

Flávio Dino confirmou em Timon que método para escolha de candidato será mantido

O governador Flávio Dino confirmou, sábado (2), em Timon, integralmente as informações divulgadas por Repórter Tempo na edição de sexta-feira (1) sobre a manutenção do método para a escolha do candidato do grupo governista à sua sucessão, bem como a previsão de que a escolha deve ser consumada ainda neste ano, provavelmente em novembro. Em entrevista à Rede Meio Norte, Flávio Dino reafirmou a manutenção do acordo firmado com os partidos no início do ano, e assinalou que a movimentação dos pré-candidatos, para ele natural, vem causando “muita ansiedade desnecessária”. O governador foi claro e enfático ao afirmar que em nenhum momento contrariou qualquer item do acordo, e assegurou que a escolha do candidato será uma decisão do grupo e não uma escolha sua, pessoal. Para ele, o processo tem de ser republicano, incluindo o compromisso de que o escolhido terá o apoio dos demais. A entrevista do governador foi concedida em meio à forte repercussão do conteúdo da Coluna na edição de sexta-feira, tendo as informações funcionado, de um lado, como reforço ao processo político intenso e saudável, e, por outro, como duchas de água fria nas “ansiedades” identificadas pelo chefe do Poder Executivo.

 

Braide mantém silêncio sobre corrida aos Leões e só deve se manifestar no ano que vem

Eduardo Braide: ainda silêncio

O avenço do tempo e das articulações dentro das forças governistas para a escolha do candidato do grupo à sucessão do governador Flávio Dino, uma pergunta ganha peso a cada dia: como irá o prefeito Eduardo Braide (Podemos) na corrida ao palácio dos Leões? Partidários do senador Weverton Rocha passam a convicção de que o apoio do prefeito de São Luís ao senador pedetista é questão resolvida, com o apoio do prefeito ao líder pedetista, em troca do apoio que recebeu no segundo turno da disputa. Já partidários do vice-governador Carlos Brandão estão convencidos de que o prefeito de São Luís o apoiará, mesmo que candidato tucano tenha apoiado o deputado Duarte Jr., que era do seu partido (Republicanos) na corrida à Prefeitura. Fontes ligadas ao prefeito dizem que o prefeito só vai falar sobre o assunto no ano que vem.

São Luís, 05 de Outubro de 2021.

Escutec: Roseana lidera com folga, Weverton estaciona em 2º e Edivaldo Jr. e Brandão brigam pelo 3º lugar

 

Roseana Sarney, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Carlos Brandão e Roberto Rocha acima de 10%, e Lahesio Binfim, Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo e Felipe Camarão: abaixo de 10%, segundo pesquisa Escutec divulgada ontem por O Estado

Vista pela ótica de quem apenas a comparou com outros levantamentos feitos no último ano, a nova pesquisa Escutec sobre a corrida ao Palácio dos Leões, divulgada ontem por O Estado, é, grosso modo, uma repetição do conteúdo das pesquisas que a antecederam. A exatamente um ano das eleições, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) aparece liderando, com folga expressiva, a corrida em todos os cenários, seguida do senador Weverton Rocha (PDT), do ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), do senador Roberto Rocha (sem partido), do prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (sem partido) e do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). E com um dado que chama a atenção: são baixos os percentuais dos que não sabem e dos que rejeitam todos eles. E outro detalhe tão ou mais importante no caso: O Estado não divulgou uma informação essencial para se medir o cacife dos pré-candidatos: os percentuais de rejeição.

Avaliando apenas os cenários das intenções de voto, Roseana Sarney ganhou bons motivos para mergulhar em reflexões sobre o drama político-shakespeariano de ser ou não ser candidata pela sexta vez ao Palácio dos Leões -, lembrando das três vitórias (1994, 1998 e 2010) e duas derrotas (2006 e 2019) nas cinco eleições para governador que disputou até aqui. Os percentuais dos três cenários objetivos da pesquisa Escutec (26% no que reúne nove potenciais candidatos; 30% com os cinco mais visíveis; e 34% com os mesmos, menos Edivaldo Holanda Jr., certamente motivam a ex-governadora a refazer seus cálculos políticos e a repensar sua anunciada pré-candidatura à Câmara Federal. O freio para esse movimento deve ser o percentual de rejeição, que superou os 49% nas outras pesquisas, mas que agora está mantido em segredo.

O senador Weverton Rocha deve ter sido surpreendido pelos cenários encontrados pelo Escutec. Com uma pré-campanha arrojada, realizando grandes eventos de lançamento em municípios estratégicos, além de uma forte campanha promocional do seu desempenho no Senado, o pedetista se manteve no mesmo patamar de 20%, quando o esperado era um salto que o levasse a ganhar a dianteira ou, pelo menos, a um empate técnico com Roseana Sarney. O segundo lugar é uma boa posição na perspectiva de que a ex-governadora confirme o projeto de ser deputada federal, mas é incômodo e cercado de riscos no caso de ela resolver disputar o Governo. Tranquiliza o pré-candidato pedetista o fato de os seus demais concorrentes não terem também avançado, o que lhe dá espaço para os necessários ajustes na sua pré-campanha.

Entre as informações levantadas pela pesquisa Escutec, uma das mais interessante é a medição de forças entre o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. e o vice-governador Carlos Brandão, com o primeiro à frente em dois cenários nos quais ambos estão tecnicamente empatados, rigorosamente dentro do limite da margem de erro que é de 2%: no primeiro Edivaldo Jr. com 12% e Carlos Brandão com 10%, e no segundo Edivaldo Jr. com 14% e Carlos Brandão com 12%. E num cenário sem Edivaldo Jr., Carlos Brandão vai a 15%, atrás de Weverton Rocha, que aparece com 23%. Os números sugerem que, se Weverton Rocha não avançar no esforço para se aproximar de Roseana Sarney, corre o risco de ser ameaçado por um deles. E nesse contexto, vale destacar que o senador Roberto Rocha está na briga pela terceira posição, ora com 11%, ora com 9%, podendo ser indicativo de que ele tem potencial para crescer.

A pesquisa Escutec não encontrou mudança no bloco de trás. O prefeito Lahesio Bonfim (com 5% no cenário geral e 7% em outro) e o deputado Josimar de Maranhãozinho (com 3% no cenário com todos os nomes postos e com 6% e 7% em outros dois) estão medindo forças, enquanto Simplício Araújo aparece com 4% no cenário geral, à frente de Josimar de Maranhãozinho (4%), juntamente com Felipe Camarão (2%) num desenho em que aparentemente não têm chance de reverter.

Em resumo, a exatamente um ano da eleição, com nove nomes na estrada, mas com diferentes graus de envolvimento, pode-se dizer, com alguma segurança, que a corrida está absolutamente indefinida.

Em Tempo: Contratada pelo jornal O Estado, a pesquisa Escutec ouviu 1.400 eleitores no período de 23 a 30 de Setembro, margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e está registrada na Justiça Eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino lidera sem sombra a corrida ao Senado

Flávio Dino tem mais de o dobro das intenções de voto de Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho para o Senado

Também sem surpresa os números da pesquisa Escutec para o Senado. O governador Flávio Dino (PSB) lidera com 44% das intenções de voto, quase o dobro do percentual de 23% dados ao senador Roberto Rocha (sem partido), e muito distante de Josimar de Maranhãozinho, que aparece com 7%. A vantagem do governador Flávio Dino é tão elástica que, mesmo que os 11% de que não souberam ou não quiseram responder fossem transferidos para Roberto Rocha ou para Josimar de Maranhãozinho, em nada alteraria o cenário prévio dessa disputa. Vale registrar que 15% responderam que não votariam em nenhum dos três nomes. Todas evidências sugerem que o governador tem lastro político e prestígio eleitoral para manter essa posição. O senador Roberto Rocha se mostra um adversário com algum lastro, mas é quase inexistente a hipótese ele venha encarar esse embate, uma vez que, mesmo sem que tenha feitio qualquer declaração nesse sentido, sua inclinação parece ser pelo Palácio dos Leões. Josimar de Maranhãozinho, por sua vez, mesmo controlando três partidos e de ser hábil no jogo eleitoral, parece não ter a menor chance de entrar numa disputa majoritária nessas eleições.

 

Numa disputa polarizada, Lula vence Bolsonaro sem esforço no Maranhão

Lula da Silva tem quase o dobro das intenções de voto de Jair Bolsonaro

A Pesquisa Escutec publicada na mais recente edição de O Estado reafirma a inclinação da maioria do eleitorado maranhense pelo ex-presidente Lula da Silva (PT) na corrida presidencial. Dele aparece com 51% das intenções de voto contra 28% do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), num indicativo claro que, caso eles venham a se enfrentar, como indicam as previsões, o petista tende a derrotar o atual presidente com vantagem esmagadora. Os números confirmam que, como acontece no restante do País, a disputa pelo Palácio do Planalto está fortemente polarizada, não sobrando espaço para candidatos domo Ciro Gomes (PDT), que aparece com 7% das preferências, para o ex-ministro Sérgio Moro (sem partido), preferido de 3%, nem para nomes como Guilherme Boulos (PSOL), João Amoedo (Novo), Eduardo Leite (PSDB) e Henrique Mandetta (DEM), todos com 1% de intenção de voto.

São Luís, 03 de Outubro de 2021.

Flávio Dino mantém método de escolha e candidato será escolhido provavelmente em Novembro

 

Sem maior preocupação com os boatos a respeito da escolha do candidato à sua sucessão, o  governador Flávio Dino firmou ontem  com seu colega João Doria (PSDB) Acordo de Cooperação entre Maranhão e São Paulo em Ecossistema e Biotecnologia

Quem apostou que o governador Flávio Dino (PSB) se dobraria a pressões para precipitar o processo de escolha do candidato do grupo por ele liderado ao Governo do Estado – desrespeitando o compromisso firmado pelos partidos da aliança governista formalizando que o nome será escolhido pelo grupo e não por ele, governador -, fez leitura equivocada do processo e perdeu feio. A Coluna apurou que o governador, ao contrário, conserva inalterado o método da escolha definido com os partidos, mantém a data da definição – provavelmente no final de Novembro -, e que não será uma escolha individual, dele, mas do grupo. Ou seja, driblando as pressões, que se avolumam a cada dia, algumas delas agressivas, o governador vai seguir à risca o documento firmado pelos partidos no início do ano.

Na edição de Quarta-Feira (29), RepórterTempo registrou que, diferentemente do que vêm afirmando alguns aliados de proa de pré-candidatos, está seguindo à risca o acordo firmado com os partidos e os pré-candidatos. E atribuiu rumores e boatos sobre sua posição a “muita ansiedade desnecessária”, como vem demonstrando parte da blogosfera.

O método de escolha do candidato a governador é simples: consulta aos partidos e posição em pesquisas para medir a inclinação dos eleitores, entre outros critérios. Além disso, está firmado que haverá consenso em torno do escolhido por esse conjunto de fatores, e que quem não foi escolhido apoiará o candidato definido pelo grupo. O processo definido no acordo se completará com a data da escolha, que deverá ocorrer “provavelmente no final de Novembro”, conforme declarou o próprio governador reiteradas vezes. Os aliados mais afoitos dos candidatos fazem de conta que não admitem, mas nos bastidores reconhecem que o processo está em curso.

Não há até aqui uma só situação em que o governador Flávio Dino tenha contrariado o acordo firmado com os partidos. Ele se reúne periodicamente com os pré-candidatos, para avaliar o processo e quebrar uma ou outra aresta – o que é natural num jogo de tensões como esse. E tem feito questão da presença dos pré-candidatos nos eventos que promove, como inauguração de obras do Governo, por exemplo, em São Luís e no interior. Nesse contexto, estimula o debate político dentro do grupo e incentiva aliados com potencial a se movimentar e a ocupar espaços no cenário político.

Com a delegação de coordenador desse processo, Flávio Dino tem atuado de maneira republicana, não aceitando as tentativas de se limitar o número de pré-candidatos à sua sucessão. Ele tem dado mostras de que não aceita a inibição do bom e necessário debate dentro do grupo, que é politicamente heterogêneo e via de regra não chega a consensos rápida e facilmente. Um exemplo é que não fez qualquer restrição ao fato de vários líderes da aliança partidária que comanda terem antecipando suas preferências com uma antecedência nada comum se levada em conta a dinâmica do processo política.

O senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o secretário Simplício Araújo (Solidariedade) e nomes que sobem e descem de acordo com as marés da política em tempos pré-eleitorais – como Felipe Camarão (PT), por exemplo -, estão jogo e sabem que o governador Flávio Dino não quebrará o acordo firmado sem que seja forçado a uma tomada deposição fora do roteiro acordado.  Todos vêm usando os instrumentos que dispõem para convencer seus aliados e o eleitorado da viabilidade dos seus projetos de candidatura. Cada um a seu modo se movimentas para mostrar que tem potencial e condições de vencer nas urnas adversários ainda imprecisos.

E apesar das escaramuças, das ciladas e das provocações ocorridas até aqui e que geraram alguns incômodos, e das gigantescas diferenças de poder de fogo entre os pré-candidatos, é visível que o governador Flávio Dino avalie que a corrida ao posto de candidato da base governista à sua sucessão segue dentro do previsto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Joaquim Haickel deixa a Secomzinha e volta aos negócios, ao cinema, à política e à agitação cultural

Joaquim Haickel não é mais porta-voz do prefeito de São Luís, Eduardo Braide

O empresário cineasta, escritor e agitador cultural Joaquim Haickel não mais integra a equipe do prefeito Eduardo Braide (Podemos) da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Luís. Independentemente de ter havido ou não um motivo específico para a saída, muitos dos que o conhecem e estranharam ter ele aceitado cargo, previam que, por uma série de motivos, sua permanência à frente da chamada Secomzinha seria efêmera. Durou nove meses, muito tempo. Joaquim Haickel é um homem de múltiplas atividades, atuando como empresário em diversas áreas, produzindo roteiros e dirigindo filmes e documentários de elevada qualidade, escrevendo comentários provocativos, às vezes ácidos e explosivos, sobre política e na seara cultural, e se dedicando intensamente à nobre tarefa de consolidar a Fundação Nagib Haickel, dando atenção ao seu principal rebento: o Museu de Áudio Visual do Maranhão (Mavam). Poucos acreditaram que ele se afastaria dessas frentes de ação contínua para se dedicar integralmente à tarefa de cuidar da imagem do prefeito Eduardo Braide e sua gestão. Não foi, portanto, surpreendente a sua saída nove meses após a posse. Um dos principais colaboradores políticos do então candidato a prefeito de São Luís, com participação importante na campanha, é provável que Joaquim Haickel permanece como conselheiro informal do prefeito da Capital, de quem é amigo também por laços familiares.

O novo titular é o jornalista Igor Almeida, secretário adjunto e que, devido à ligação profissional que mantém com o prefeito Eduardo Braide, foi alçado sem surpresa ao comando da pasta.

 

Comissão de Meio Ambiente discute gestão de resíduos sólidos em audiências em municípios

Ao lado de Socorro Waquim, Rafael Leitoa fala sobre o seu projeto em audiência

Provavelmente cumprindo a sua tarefa mais importante desde que foi criada, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Maranhão concluiu ontem, em Codó e Timon, a primeira etapa de audiências públicas em que está sendo discutido o Projeto de Lei 233/2015, que estabelece as regras para uma política eficiente para o tratamento dos resíduos sólidos no Maranhão, hoje descartados em lixões na esmagadora maioria dos municípios maranhenses. Sob o comando do autor do projeto e presidente da Comissão, deputado Rafael Leitoa (PDT), a mesma programação foi levada quarta-feira para as cidades de Bacabal e Pedreiras.

Em Codó e Timon, foram abordados os principais eixos da política estadual relativa ao tema e o diagnóstico do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Participaram dos debates os deputados Rafael (presidente da Comissão), Zito Rolim (PDT), Socorro Waquim (MDB) e Betel Gomes (PRTB), além de representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, secretários municipais, vereadores, coordenadores ambientais, catadores de lixo e pessoas da comunidade.

Rafael Leitoa considerou as audiências positivas e salientou que as discussões são fundamentais, principalmente por abordar a política nacional de resíduos sólidos, o marco regulatório do saneamento e a lei dos resíduos sólidos, que estabelece o fim dos lixões em todo o Brasil. A bióloga Emanuelle Magalhães apresentou exemplos de boas práticas no tratamento de resíduos sólidos em Codó, com ênfase aos projetos de implantação de ecopontos, horta sustentável e solidária, viveiro, arborização e de placas de conscientização distribuídas em 14 pontos da cidade.

“A política de resíduos sólidos é vital para o desenvolvimento econômico do Maranhão e para o crescimento da sociedade”, afirmou Rafael, agradecendo o apoio do presidente da Assembleia, Othelino Neto (PCdoB), e informando que, na próxima semana, será definido o calendário dos próximos encontros. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa)

São Luís, 01 de Outubro de 2021.