PT maranhense ganha estatura ao ser disputado por três pré-candidatos de peso

 

Felipe Camarão (camisa marrom) entre líderes petistas após reunião sobre eleições

As investidas do senador Weverton Rocha (PDT) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) pelo seu apoio, e agora a intensa movimentação, dentro do seu quadrado, de um dos seus quadros, o secretário de Educação Felipe Camarão, que decidiu há pouco entrar na corrida aos Leões, estão fazendo do PT maranhense um partido que pode ser decisivo na corrida à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Nas últimas 24 horas, Felipe Camarão voltou a se reunir com a cúpula estadual da legenda e, mais tarde, junto com líderes petistas, sentou à mesa para mais uma rodada de conversa com o PSOL. Da reunião com o PT o secretário disse ter avançado no sentido de consolidar sua pré-candidatura. Do encontro com o PSOL, avaliou que o caminho está aberto para uma aliança com o PT em torno da sua candidatura, o que foi em parte confirmado pelo presidente do partido, Enilton Rodrigues. Ou seja, nas contas do secretário de Educação e pré-candidato a governador, as condições estão criadas para que o PT lhe dê a vaga de candidato a governador e o PSOL apoie sua candidatura fazendo uma aliança com o PT.

Não há como negar que Felipe Camarão, um jovem e bem-sucedido homem público, desembarcou no PT como um furacão, atraindo, de cara, o apoio de boa parte das correntes que formam o partido, mas enfrentando a resistência dos que já haviam decidido dar apoio a Carlos Brandão, e das que estão na base de apoio da candidatura de Weverton Rocha. E como é sabido que dificilmente haverá consenso entre as alas maranhenses do partido, o caminho será repassar o “abacaxi” ao comando nacional do partido e, claro, pelo crivo do ex-presidente Lula da Silva.

Todas as informações que chegaram à Coluna dão conta de que a pré-candidatura do secretário Felipe Camarão não é balão de ensaio. E que é exatamente por esse motivo que as lideranças petistas estão levando a discussão a sério em torno do seu nome. Antes considerando que o máximo que o PT alcançaria nessa aliança seria a vaga de candidato a vice-governador numa das chapas, agora essas lideranças ampliam o horizonte, vendo no projeto de candidatura de Felipe Camarão uma possibilidade real de chegar ao poder. Os líderes das diferentes correntes do PT no Maranhão, porém, dificilmente tomarão uma decisão dessa envergadura sem um acerto bem conversado com o governador Flávio Dino, que não abraçou o projeto nem o rejeitou. Afinal, o PT está em dívida ativa com o governador, que foi uma voz incansável em defesa da presidente Dilma Rousseff na guerra do impeachment e do ex-presidente Lula antes, durante e depois da sua prisão.

Felipe Camarão está consciente de que nada será fácil para ele na corrida para se consolidar como candidato do PT. O seu partido está dividido em três frentes, uma com ele, uma com o senador Weverton Rocha e outra com vice-governador Carlos Brandão, o que torna muito mais complexo e desafiador o seu objetivo de juntar todo o partido em torno da sua candidatura. Isso porque, na condição de recém convertido ao petismo, o jovem político enfrenta a concorrência do senador pedetista, que é aliado preferencial do PT, e do pré-candidato tucano, que já conversa há tempos com a cúpula estadual do partido. Só que o que com o aval do governador Flávio Dino, claro.

O fato é que o PT se encontra numa situação ao mesmo tempo confortável e complicada, com um pré-candidato “da casa” potencialmente forte, e cortejado por dois pré-candidatos com chances de “chegar lá”. E a pergunta que se faz nos bastidores é a seguinte: saberá o partido fazer a escolha certa? Há quem diga que sim, mas também há quem responda que não, o que deixa a palavra final para outro momento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Detinha reclama da operação policial na sua casa

Detinha defende o marido e a família e critica ação 

A decisão judicial, tomada pelo desembargador Antônio Bayma, de suspender as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), que realizou uma operação de busca e apreensão na residência do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares, repercutiu dentro e fora do meio político. A medida liminar devolveu ao parlamentar o gás que ele perdera com a chamada Operação Maranhão Nostrum. A retomada do ânimo do chefe maior do PL e controlador do Avante e do Patriota no Maranhão, foi expressada ontem pela deputada estadual Detinha (PL), que ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para comunicar a decisão judicial que beneficiou seu marido, e aproveitar para dizer que o parlamentar foi vítima de uma grande injustiça. Ela disse que foi desrespeitada pelos policiais que entraram em sua casa, em Zé Doca, em busca de provas para o inquérito.

A deputada Detinha reclamou na tribuna que foi desrespeitada na Operação feita pelo Gaeco em sua residência, onde encontrava-se com os filhos. “Lavarem tudo o que quiseram e o que não deviam”, declarou, acrescentando: “Quem fez isso, sabia que não ia dar em nada”. A parlamentar fez a defesa do marido ao afirmar que, “durante os oito anos da administração como prefeito [do município de Maranhãozinho], a prestação de contas do Josimar sempre foi correta”.

E apontou a operação policial como “perseguição”, por conta da pré-candidatura de Josimar de Maranhãozinho na disputa para o Governo do Estado.

– Será que não temos direito? Será que não podemos lançar uma pré-candidatura a governador? Será que o Estado do Maranhão é um ambiente fechado, onde temos que pedir autorização para alguém? – indagou em tom de questionamento.

A deputada Detinha não fez referência ao motivo da Operação Maranhão Nostrum: um esquema milionário de desvio de recursos parlamentares envolvendo prefeituras, empresas de fachada e dezenas de pessoas envolvidas, incluindo prefeitos, empresários e o deputado Josimar de Maranhãozinho.

E um detalhe: a decisão do desembargador Bayma Araújo não extingue o inquérito nem põe fim às investigações.

 

Brandão usa camisa simbólica no aniversário de Lago do Junco

 

 

Ao lado de Flávio Dino e Maria Edina, Carlos Brandão assina esse modelito

Em meio à animação comemorativa aos 60 anos de emancipação de Lago do Junco com a presença do governador Flávio Dino (PSB) e comitiva, saudados com festa pela prefeita Maria Edina (PDT), um detalhe chamou a atenção dos presentes: a camisa do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). A peça exibia na parte da frente metade da bandeira do Maranhão e metade com a bandeira do Brasil, e na parte de cima a palavra “Maranhão”. O vice-governador abriu caminho para que a bandeira nacional seja o símbolo de todos os brasileiros, retomando a propriedade simbólica do País à militância bolsonarista, que se apropriou do lábaro verde-amarelo como suas cores. E fez mais: associou a bandeira brasileira à do Maranhão, passando a saudável imagem de que uma completa a outra, e que elas pertencem a todos, indistintamente.

Muitos duvidaram do gosto, mas todos, sem exceção, reconheceram que foi uma boa sacada. E Independentemente do que pensam observadores diversos, o fato é que a camisa de Carlos Brandão ganhou as teias da internet e lhe deu muita visibilidade. Se isso lhe renderá votos, só o tempo dirá.

São Luís, 27 de Outubro de 2021.

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