Lahesio dribla Rocha e Maranhãozinho e pode ser a voz do bolsonarismo    

 

Lahesio Bonfim ganha espaço e pode desbancar Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho na seara bolsonarista na corrida do Governo do MA

Enquanto o senador Roberto Rocha (PTB) permanece indefinido sobre o mandato que vai disputar, e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) emite seguidos sinais de que seu caminho pode ser mesmo disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC) reforça a impressão de que caminha para ser o representante do bolsonarismo na disputa para o Governo do Estado. Sua pré-candidatura esteve ameaçada por conta da indefinição partidária – ele esteve em três partido em menos de um ano [PSL, PTB e Agir36]. A situação mudou radicalmente com o ingresso no PSC, comandado no Maranhão pelo deputado federal Aluísio Mendes, vice-líder do Governo na Câmara Federal e que se movimenta com desenvoltura no Palácio do Planalto, inclusive no 3º andar, onde fica o gabinete do presidente da República. Além de ganhar a vaga de candidato a governador, Lahesio Bonfim está sendo transformado na estrela da campanha do partido para atrair filiados e militantes.

A posição privilegiada de Lahesio Bonfim no reduto maranhense do bolsonarismo, com candidatura garantida por decisão do comando estadual do PSC e, pelo que é dito nos bastidores, com o aval de Brasília, tem explicação óbvia. Ele concebeu esse projeto de candidatura antes mesmo de se reeleger prefeito de São Pedro dos Crentes, de modo que sua renúncia ao cargo não pegou ninguém de surpresa, uma vez que foi pedra cantada por ele próprio durante meses e meses.  Isso porque ele vem anunciando sua pré-candidatura há pelo menos dois anos, sem ter em algum momento. As rasteiras que levou no PSL e no PTB e o não entendimento com Josimar de Maranhãozinho não lhe tiraram o ânimo. Ao contrário, fizeram com que ele radicalizasse intensificando sua pré-candidatura.

O desembarque de Lahesio Bonfim no PSC nada teve de especial, a não ser o fato de que, depois de duas tentativas fracassadas, uma no PSL e outra no PTB, ele finalmente encontrou a sua base partidária. É verdade que o PSC é parte do Centrão, e que o seu presidente nacional, Pastor Everaldo, está preso por corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro. No Maranhão, porém, depois de ter permanecido durante mais de duas décadas sob o controle do deputado federal Costa Ferreira, o PSC caiu nas mãos do deputado federal Aluísio Mendes, que o preparou para participar das eleições em todos os níveis. Não tivesse encontrado um candidato a governador, o comando do PSC levaria o partido a compor com o PTB, com a pré-candidatura do senador Roberto Rocha aos Leões, ou, numa hipótese remota, a uma composição com o PSD, alinhado à candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr.

Lahesio Bonfim desembarcou no PSC decidido a ser a estrela do partido e sem ser incomodado por uma sombra qualquer. O chefe da legenda, Aluísio Mendes, fez festa para sua filiação, abrindo caminho para que a pré-candidatura ao Governo ganha caminho livre. Afinal, o PSC estava intimidado no cenário político estadual, e reverteu tal situação com um pré-candidato situado no time intermediário de pré-candidatos ao Governo do Estado, com quase uma dezena de pontos percentuais de intenção de voto, muito próximo do senador Roberto Rocha, por exemplo, que o vê como uma ameaça. E isso pode ser o caminho que ele vai trilhar para consolidar de vez a sua pré-candidatura.

Tudo indica que o deputado federal Aluísio Mendes fará o possível para que a pré-candidatura de Lahesio Bonfim deslanche. Isso porque, além de projetar o partido, permitirá que a chapa majoritária embale as duas chapas proporcionais que lançará. Mais do que isso, Lahesio Bonfim poderá vir a ser, de fato, a voz do bolsonarismo no Maranhão, situação que vai depender do convencimento do presidente de que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes seja o melhor parceiro para sua corrida no estado, onde tem mais de 60% de rejeição. Se nada o atropelar, Lahesio Bonfim vai aos poucos minando seus aliados e se consolidando como a voz do bolsonarismo na disputa pelo –Palácio do Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mais uma jogada para criar clima dentro da aliança governista

Zé Inácio é sugerido para vice

Não bastasse a banda menor do PT, concentrada em São Luís, haver se posicionado em favor de uma aliança do partido com o PDT em torno da pré-candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado, vem agora outra banda petista propondo a troca do candidato a vice na chapa do governador Carlos Brandão (PSB), Felipe Camarão (PT) pelo deputado estadual Zé Inácio (PT), atual vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa. Das duas, uma: ou o deputado Zé Inácio tem mais força eleitoral do que Felipe Camarão – o que parece não ser o caso -, ou o parlamentar petista está com dificuldades para viabilizar sua reeleição. Provavelmente não se trata nem de uma coisa nem de outra, mas apenas de criar mais um clima dentro da aliança comandada pelo governador Carlos Brandão, cujo projeto de candidatura adversários tentam minar de qualquer jeito. Só que, escolado no jogo de bastidor, o governador Carlos Brandão vai matando tais jogadas e consolidando a chapa que tem Felipe Camarão como vice.

 

  Braide abre as finanças e mostra que só pode conceder 10,06% de aumento para docentes

Eduardo Braide jogou aberto sobre  finanças 

Aumento de 10,06%, sobre os atuais salários dos professores da rede pública municipal é o máximo que as finanças da Prefeitura de São Luís nas atuais condições, correspondem exatamente à inflação do ano passado, o que significa um reajuste real, dentro das condições que as finanças da Capital podem suportar. Esse valor foi revelado ontem, pelo prefeito Eduardo Braide (sem partido), que numa entrevista coletiva abriu os números, mostrando que com o aumento proposto, compromete nada menos que 80% dos recursos do Fundeb para bancar o quadro do magistério municipal. Nas contas do prefeito Eduardo Braide, o impacto anual sobre afolha será de 60.367.203,54, ou seja, pouco mais de R$ de 5 milhões/mês. O SindiEducação, que representa os professores da rede de ensino da Capital, avisou que não vai aceitar a proposta. Com isso, vai gerar um impasse, já que, de acordo com os números mostrados ontem pelo prefeito Eduardo Braide, as finanças de São Luís não suportarão um centavo a mais. Eduardo Braide deixou outro recado no ar: permanece aberto ao diálogo.

São Luís, 23 de Abril de 2022.

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