Banda menor do PT declara apoio a Weverton e banda maior reafirma aliança com Brandão e Dino

 

Weverton Rocha no centro apoiado por aliados como Waldir Maranhão (e) e Honorato Fernandes (d), ontem, durante a festa de aniversário da Fetaema

O braço maranhense do PT mostrou ontem que tem peso político sólido, embora conviva com uma dissidência politicamente ativa, mas eleitoralmente inexpressiva, representada pelo grupo que controla a sigla em São Luís. Como estava previsto, a fatia ludovicense do partido aproveitou a festa de aniversário da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Maranhão (Fetaema) para declarar apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado. Ao mesmo tempo, o comando estadual do PT, seguindo orientação da direção nacional, agendou para os dias 28 e 29 de maio a realização do Encontro Tático Eleitoral, que reunirá 160 delegados para oficializar o apoio do partido à chapa Carlos Brandão (PSB)/Felipe Camarão (PT) para o Governo estadual e Flávio Dino (PSB) para o Senado da República. Ao mesmo tempo em que mostraram um PT dividido, os dois fatos mostraram também que a dissidência do PT ludovicense pouco representa em termos políticos e eleitorais no context0 da corrida sucessória em curso no Maranhão.

O que aconteceu ontem na sede da Fetaema foi um bem organizado jogo de cena, realizado para causar a impressão de que o PT está “rachado ao meio” em relação à corrida sucessória estadual, com uma banda apoiando o pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, tendo, na chapa um petista como candidato a vice-governador, e a outra banda apoiando a pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Ocorre que a banda que apoia o governador Carlos Brandão, além de representar oficialmente o PT, com o aval da cúpula nacional e a bênção de Lula da Silva, representaria cerca de 90% do partido, segundo cálculo de um petista experiente, enquanto a banda que controla o partido em São Luís, sob o comando do ex-vereador Honorato Fernandes, não ultrapassaria 10% da força do petismo no Maranhão.

Com o gesto da dissidência petista na festa de aniversário da Fetaema, o senador Weverton Rocha mandou o recado que está vivo na disputa e que o seu foguete, que não tem marcha à ré, não ligou ainda o dispositivo que o permite dar meia volta. Acompanhado do deputado estadual Ciro Neto (PDT), do suplente de deputado estadual Marcos Caldas – que assumiu o comando do PROS num arranjo em Brasília -, do ex-deputado federal Waldir Maranhão, e também do ex-juiz federal Carlos Madeira – que não disse ainda o que pretende na corrida eleitoral -, o senador Weverton Rocha participou do ato que marcou o aniversário da Fetaema, e reforçou sua presença com a declaração de apoio do pequeno grupo petista liderado pelo ex-vereador Honorato Fernandes. Nada além disso.

Os petistas dissidentes montaram o estratagema de usar a festa de aniversário da Fetaema para criar o fato do dia, gerando uma situação de afirmação do senador Weverton Rocha, mesmo que as imagens divulgadas sejam reveladoras de que quase não havia petista no auditório, até porque o movimento dissidente não ecoa no partido. Mas a resposta veio logo a seguir, com a cúpula estadual do PT agendando o Encontro Tático para o final de maio, num recado claro de que a aliança do partido com o PSB é fato consumado e irreversível, dependendo apenas de ratificação nas convenções partidárias marcadas para o início de agosto. Será nesse encontro que as forças que compõem o PT do Maranhão serão mobilizadas para a campanha destinada a embalar a candidatura de Lula da Silva e as dos seus aliados no Maranhão, no caso o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino.

Em resumo: o PT “causou” ontem, de um lado pelo inexpressivo movimento dissidente declarando apoio a Weverton Rocha num ato sem peso político, e do outro, 0 comando estadual do partido colocando as coisas nos seus devidos lugares.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sem conseguir acordo com bolsonaristas, Roberto Rocha quer definir seu futuro até maio

Roberto Rocha quer definir seu futuro até maio

Todos os indícios sugerem que o senador Roberto Rocha (PTB) encerrou sua ofensiva para convencer o ex-prefeito Lahesio Bonfim (PSC) de abrir mão da sua pré-candidatura para apoia-lo na corrida aos Leões. Tecnicamente empatado com o senador, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes avalia que o seu potencial de crescimento durante a campanha é maior, e por isso ele não abre mão da sua candidatura, parta o pedido de onde partir. Roberto Rocha está numa situação delicada, não sabendo ainda se será candidato a governador ou a senador. Ele tenta unir as forças bolsonaristas em torno de um projeto que o tenha como líder, mas os líderes desses grupos, entre eles o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) não simpatizam com a proposta, preferindo cada um seguir o seu próprio rumo. Uma fonte com trânsito com o senador disse à Coluna que Roberto Rocha pretende chegar a maio com sua situação resolvida.

 

No PSC, Wellington do Curso vai ter de andar na linha do partido

Wellington do Curso 

Dando prosseguimento ao seu entra-e-sai de partidos, o deputado estadual Wellington do Curso desembarcou no PSC, ficando agora sob o comando do deputado federal Aluísio Mendes, que preside o partido no Maranhão e integra linha de frente da bancada bolsonarista na Câmara Federal da qual é vice-líder. O parlamentar, conhecido por fazer carreira-solo, às vezes contrariando a orientação do seu partido, irá para a campanha apoiando a candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim. Com Aluísio Mendes e Lahesio Bonfim a coisa é diferente: só fica no partido quem segue as regras e assume a sua condição de apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Resta aguardar para conferir se o deputado Wellington do Curso se enquadrou mesmo nas regras do PSC.

São Luís, 21 de Abril de 2022.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *