Braide encara os primeiros problemas de uma onda que se formará com a corrida sucessória

Eduardo Braide enfrenta problemas que podem indicar
o começo da guerra pelo comando da Prefeitura

São os primeiros sintomas da pré-campanha para a Prefeitura de São Luís, que começa para valor em janeiro do ano que vem, mas que alguns movimentos vêm antecipando. O fato é que o prefeito Eduardo Braide (PSD) enfrenta um momento de turbulência que pode resultar em dificuldades políticas. A Câmara Municipal vai se reunir na próxima segunda-feira (24) para discutir e decidir se confirma ou derruba os vetos que o prefeito aplicou sobre o Plano Diretor (Lei nº 7.122); os rodoviários da Capital ameaçam entrar em greve a qualquer momento; e o deputado Carlos Lula (PSB), ex-secretário de Estado da Saúde, responsabilizou ontem a Prefeitura pela morte da criança indígena que não recebeu atendimento médico em hospitais municipal. Em meio ao tiroteio direcionado ao Palácio de la Ravardière, o deputado Fernando Braide (PSD) discursou na Assembleia Legislativa rebatando críticas ao irmão prefeito.

O prefeito Eduardo Braide vive uma situação incomum, uma vez que é líder de si mesmo, não tendo um partido ou um líder forte para tutela-lo. Isso, por um lado, o deixa à vontade para se movimentar conforme suas próprias avaliações, mas por outro o torna vulnerável, sem uma forte carapaça de defesa. É verdade que o prefeito é um político hábil, de posições firmes e bem pesadas, o que explica o sucesso retumbante da sua trajetória até aqui sem se sujeitar a imposições. Mas é também verdadeiro o fato de que voo solo em política não dura muito tempo, de vez que o que dá força e sustentação a projetos ousados é a capacidade de agregar, a exemplo do que vem fazendo o governador Carlos Brandão (PSB). O isolamento via de regra produz desastres políticos como o amargado pelo ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., por exemplo.

Os vetos ao Plano Diretor, todos eles baseados na Lei Orgânica do Município de São Luís, certamente motivarão debates ácidos entre vereadores aliados e oposicionistas. Mas é improvável que esses debates gerem uma crise política que o prefeito não seja capaz de administrar. Afinal, Eduardo Braide é advogado com largos conhecimentos em direito público, e muito provavelmente não cometeria erros na decisão de vetar itens do Plano Diretor. Mais ainda tendo um advogado experiente como Bruno Duailibe como procurador-chefe.  No caso do mau humor de motoristas e cobradores de ônibus, uma categoria sofrida, que aprendeu a reivindicar seus direitos deixando 400 mil ludovicenses sem transporte, impondo uma situação de caos urbano por alguns dias, o prefeito com certeza saberá os instrumentos que possui para evitar uma crise danosa. A crítica do deputado Carlos Lula sobre a morte da criança indígena, por mais grave que seja, pode ser minimizada com o fato de estar ele na oposição e na lista dos candidatos a candidatos a prefeito.

Desde que assumiu, há dois anos e três meses e meio, o prefeito Eduardo Braide já enfrentou situações bem mais complicadas. A diferença é que os problemas de agora repercutem bem mais pelo fato de que ele já começa a ser identificado como pré-candidato à reeleição, condição que de agora até às eleições o torna alvo fácil de qualquer adversário. E a Câmara Municipal, que vem surpreendendo pela movimentação política dos seus integrantes, a exemplo do presidente licenciado e atual secretário estadual de Cultura, vereador Paulo Victor (PCdoB), é o termômetro desse clima, o mesmo acontecendo com a Assembleia Legislativa, onde estão alguns interessados no palácio de la Ravardière, entre eles o deputado Carlos Lula.

Dono de bom preparo técnico e de faro político apurado, o prefeito Eduardo Braide tem esse cenário desenhado com clareza. E, certamente, busca meios de superar os problemas no campo administrativo, que não são poucos, mas são superáveis, e os argumentos para evitar o isolamento e com isso dissipar as tempestades políticas que ganharão força com a proximidade das eleições. Só não pode vacilar.

PONTO & CONTRAPONTO  

Brandão vai criar comitê para agir contra a violência nas escolas

Carlos Brandão entre colegas governadores na reunião
comandada ontem pelo presidente Lula da Silva

O Governo do Maranhão vai atuar fortemente na implantação de um programa voltado para garantir a segurança das escolas. Foi essa a decisão que o governador Carlos Brandão (PSB) tomou ao participar, juntamente com os demais governadores, da reunião de ontem, em Brasília, com o presidente Lula da Silva (PT) e os chefes dos Poderes Judiciário e Legislativo, com o objetivo de evitar que nossos ataques de ódio sejam feitos contra crianças e jovens nas escolas do País.

Carlos Brandão anunciou sua primeira decisão: formar um comitê com a participação de representantes dos três Poderes, incluindo prefeitos, e da sociedade civil, para construir soluções para o problema no estado. O comitê terá o compromisso de encontrar estratégias para evitar a disseminação do discurso de ódio e extremismo, de modo a manter as escolas como um ambiente de paz e segurança.

O governador do Maranhão declarou apoio total à proposta de regulamentação das redes sociais, onde circulam esses discursos de incentivo à violência. Ele se manifestou de acordo com as manifestações do ministro da Justiça, Flávio Dino, que já iniciou o processo de regulamentação com a portaria instituindo regras sobre o assunto nas redes, e do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que defendeu medidas urgentes para evitar que as plataformas continuem sendo espaço para discurso de pódio sem controle.

“Não é possível que tenhamos regras e leis para a vida normal e não tenha na vida virtual. Esse assunto também será discutido no Congresso Nacional e, acredito eu, que sairá uma nova legislação de combate a essa questão. Isso tem levado a muitos atos de violência, não só na escola, mas na vida normal das pessoas”, assinalou o governador do Maranhão.

As providências para a formação do comitê serão iniciadas imediatamente.

Bacabal aniversaria, mas só dois dos três deputados participam da festa

Iracema Vale entre Davi Brandão e Roberto Costa
na festa de aniversário de Bacabal

Bacabal completou segunda-feira (17) 103 anos de emancipação política. Os bacabalenses comemoraram a data, mesmo com muitos deles ainda os efeitos danosos das enchentes do rio Mearim. A convite dos deputados Roberto Costa (MDB) e Davi Brandão (PSB), a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) participou das comemorações. Foi saudada efusivamente pelos deputados e pelo prefeito Edvan Brandão (PSB) num oportuno clima de congraçamento.

Chama a atenção o fato de Bacabal ser um dos poucos municípios que contam com três deputados, que brigam entre si, mas brigam também pelo município. Mesmo não sendo natural de Bacabal, Roberto Costa milita intensamente no município, onde tem domicílio eleitoral e já disputou a prefeitura (2016 contra o ex-prefeito Zé Vieira), sendo considerado bacabalense por adoção, liderando ali o grupo político ligado ao ex-senador João Alberto (MDB), que já foi prefeito da cidade. Roberto Costa se divide entre Bacabal e São Luís.

O deputado Davi Brandão segue os passos do pai. Ainda muito jovem, formado em engenharia civil, preferiu embarcar na política, e com o apoio forte do prefeito Edvan Brandão, elegeu-se para a Assembleia Legislativa. Mantém boa relação com Roberto Costa, mesmo disputando votos. O outro é o deputado Florêncio Neto, filho do ex-deputado Carlos Florêncio, que foi vice-prefeito de Bacabal na chapa de Zé Vieira, mas foi cassado pelo TRE.

A presidente Iracema Vale foi recepcionada em Bacabal pelos deputados Roberto Costa, que a ciceroneou, e Davi Brandão, que acompanhou sua agenda. Florêncio Neto não apareceu na festa.

São Luís, 19 de Abril de 2023.

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