Ao definir rumo partidário entrando no PSD, Braide avisa que vai entrar forte na corrida à reeleição

Eduardo Braide monta pilar partidário para concorrer à reeleição em 2024

A filiação do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, ao PSD, acendeu de vez a luz verde para a arrancada da corrida ao Palácio de la Ravardière nas eleições de 2024. Com a definição partidária, o chefe do governo da Capital anunciou sua renovação no campo partidário e, mais do que isso, avisou que está se preparando para buscar a reeleição. O movimento de Eduardo Braide, que estava sem partido desde 2021, quando rompeu com o Podemos por discordar da orientação da agremiação em relação a alguns temas, funcionou como a grande senha para corrida sucessória. Teve também o sentido de aviso de que a briga pelo comando administrativo e político da maior e mais importante cidade do Maranhão vai ser dura e com desfecho imprevisível, e que nela será erro político fatal menosprezar o poder de fogo do prefeito de São Luís.

Fazendo uma administração dinâmica, apesar do crônico problema da falta de recursos, agora agravado pelas consequências da pandemia, o prefeito Eduardo Braide se credencia cada vez mais para pleitear novo mandato, certo de que somente com o ciclo de oito anos é possível realizar algumas obras decisivas em São Luís. É nesse sentido que parece decidido a brigar pela reeleição, provavelmente visando dar o grande salto entrando na briga pelo Governo do Estado em 2026. Daí porque a reeleição é fundamental. O problema é que outros interessados na disputa também avaliam que as eleições municipais de 2024, em especial as de São Luís, serão decisivas para a guerra que se desenhas para 2026.

Com um lastro sólido de dois mandatos de deputado estadual, meio mandato de deputado federal e comum mandato de prefeito em andamento, sempre com votações crescentes, Eduardo Braide tem o Governo do Estado como maior foco. Mas sabe que, para chegar ao Palácio dos Leões, precisa realizar uma gestão excepcional e, ao mês o tempo, montar uma base política abrangente. Tem plena ciência de que, sem isso, corre o risco de tropeçar e tombar, como aconteceu com seu antecessor, Edivaldo Holanda Jr., que acreditou ser possível avançar com seu projeto de poder sendo um candidato solitário ao Governo do Estado.

Político racional, que usa régua e compasso para medir os seus próprios passos, Eduardo Braide parece ter noção clara dos desafios que tem pela frente. A lista começa com sua própria gestão, que precisa ser eficiente e produzir resultados convincentes.  Outro adversário poderoso, o Governo do Estado, mora ao lado, e está reunindo forças para colocar um aliado na Prefeitura. Na ordem dos desafios estão os pré-candidatos ao cargo que ele ocupa, sendo o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), com quem disputou o 2º turno, o mais perigoso; junto com ele o vereador Paulo Victor (PCdoB), que tem se revelado um político de mão cheia, e que não vem escondendo a intenção de tentar conquistar o Palácio de la Ravardière.

O desafio mais presente do prefeito Eduardo Braide é o seu relacionamento com a Câmara Municipal, onde não tem uma bancada confiável, o que o obriga a negociar direto cada vez que tem um projeto de interesse em pauta no Palácio Pedro Neiva de Santana. E a situação tende a se agravar ainda mais com a saída do vereador Osmar Filho (PDT) da presidência da Casa, dando lugar ao vereador Paulo Victor. O prefeito de São Luís, porém, é um político hábil, que sabe o que faz e tem cacife para solucionar esses conflitos comuns na relação da Câmara com a `Prefeitura.

PONTO & CONTRAPONTO

Afastando-se de Bolsonaro, Republicanos dá apoio a Braide e deve fechar com Brandão

Cleber Verde: aliança com Eduardo Braide e aproximação com Carlos Brandão

Comandado no Maranhão pelo deputado federal Cléber Verde, o Republicanos apoiou a candidatura derrotada do presidente Jair Bolsonaro (PL) e participou da aliança formada em torno do senador Weverton Rocha (PDT), que concorreu ao Governo do Estado apoiado pelas forças bolsonaristas. Criticado aqui e ali como fisiologista r um dos esteios do Centrão, o Republicanos vem fazendo movimentos fortes no sentido de se livrar do carimbo de bolsonarista e de ser uma agremiação da direita radical. No plano nacional, entre outros fatos, o partido, que integrou a coligação com o PL em torno da candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição, veio a público ontem avisar que não concorda com a ação do PL, pressionado pelo presidente da República derrotado no pleito, pedindo, sem apresentar uma só réstia de ilegalidade no pleito. O Republicanos avisou que apoiará o Governo do presidente Lula da Silva (PT). No Maranhão, seguindo uma linha de independência, o Republicanos sinaliza que apoiará o Governo de Carlos Brandão (PSB), ao mesmo tempo em que declara apoio ao prefeito Eduardo Braide (PSD), inclusive participando do Governo municipal, deixando para trás o fato de que em 2020 o partido atuou como adversário do prefeito apoiando a candidatura do deputado estadual Duarte Jr., então no Republicanos, contra o atual prefeito.

Edivaldo Jr. deixa o PSD após entrada de Braide

Edivaldo Jr.: fora do PSD com entrada de Eduardo Braide

Como estava escrito nas estrelas, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. não aceitou a ideia de conviver e disputar espaço com o prefeito Eduardo Braide dentro do PSD e decidiu deixar o partido, conforme anunciou, quinta-feira, em suas redes sociais. “Estou me desfiliando do PSD. Agradeço mais uma vez a confiança de todos que apoiaram o nosso projeto nas eleições para governador. O meu compromisso segue firme com a população de São Luís e de todo o Maranhão”, anunciou o ex-prefeito, sem dar pistas sobre o seu futuro partidário.

Mesmo tendo desembarcado no PSD, em 2019, com o aval do presidente do nacional do partido, Gilberto Kassab, e tendo sido bem acolhido pelos chefes do partido no estado, o deputado federal Edilázio Jr. (presidente) e deputado estadual César Pires (secretário geral), Edivaldo Jr. não teve uma passagem feliz pelo partido.

Obstinado pela ideia de ser candidato a governador em 2022, com o propósito de criar condições para voltar à Prefeitura de São Luís em 2024, o ex-prefeito viu seu projeto desmoronar durante a corrida às urnas, ele ficou em 4º lugar, com míseros 2,5% dos votos, e amargou ter recebido apenas 51 mil votos em São Luís, onde esperava votação expressiva que lhe desse gás para brigar pelo Palácio de la Ravardière daqui a dois anos.

Agora sem partido e diante de um plantel desafiador de pré-candidatos – o prefeito Eduardo Braide (PSD), o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB), entre outros -, o ex-prefeito de São Luís terá de começar “do zero” o seu próximo projeto político. Poderá ser o de candidatar-se a prefeito, com chances parecidas com as de sua candidatura ao Governo do Estado. Ou recomeçar tentando uma cadeira na Câmara Municipal, onde começou sua bem-sucedida carreira política até o momento em que cometeu o erro de se isolar de aliados e tentar o Governo do Estado sem qualquer base política.

O gesto de sair do PSD mostra um rasgo de coerência. Um bom começo.

São Luís, 26 de Novembro de 2022.

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