Arquivos mensais: novembro 2022

Weverton retoma agenda política mudando o comando do PDT em São Luís de olho em 2024

Weverton Rocha troca Raimundo Penha por Osmar Filho no PDT de SL

Saído das eleições com sua posição política fragilizada, inclusive dentro do PDT, do qual é presidente regional e controla com mão de ferro, o senador Weverton Rocha começa a retomar a agenda política de olho nas eleições municipais de 2024. Na segunda-feira, ele reuniu a cúpula do PDT de São Luís para anunciar que o atual presidente do partido na Capital, vereador Raimundo Penha, será substituído pelo vereador, presidente da Câmara Municipal e deputado estadual eleito Osmar Filho. O que poderia ser interpretado como uma rotina partidária, foi visto por alguns pedetistas como o primeiro movimento com aquele objetivo. O chefe maior do PDT agradeceu o desempenho do presidente que sai, Raimundo Penha, e se mostrou convicto de que o presidente que vai sucedê-lo, Osmar Filho, vai cuidar da preparação do braço ludovicense do partido para encarar as urnas daqui a um ano e dez meses.

Pelo que ficou claro, não houve um debate dentro do braço municipal do PDT, de modo que a escolha recaísse sobre o atual vereador e futuro deputado estadual Osmar Filho. O senador Weverton Rocha justificou a escolha dizendo que Osmar Filho é um político experiente e que está preparado para comandar o PDT ludovicense na corrida eleitoral que se avizinha. Disse também que o futuro presidente do PDT na Capital saberá o que fazer para recolocar o partido nos trilhos das vitórias eleitorais, como foi eleição do próprio Osmar Filho para a Assembleia Legislativa.

Com esse movimento, o senador Weverton Rocha mostra que não foi politicamente liquidado pelo surpreendente e humilhante terceiro lugar na corrida ao Palácio dos Leões, ficando atrás do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), ambos atropelados pela força política e eleitoral do governador Carlos Brandão (PSB), que se reelegeu em turno único. Ao contrário, ele está de pé e firme no comando do partido, de onde dificilmente sairá enquanto durar o seu mandato senatorial.

Se por um lado esse movimento tem o peso e o simbolismo de uma demonstração de força, por outro parece que ele recebeu mais um voto de confiança para executar o projeto de fazer com quer o PDT volte a ter o peso que já teve no Maranhão, em especial em São Luís, onde dominou a cena por mais de três décadas sob o comando do legendário Jackson Lago. Ao entregar essa tarefa ao vereador e deputado estadual eleito Osmar Filho, um dos seus mais fiéis aliados, está avisando, a quem interessar possa, que vai continuar no comando. Isso porque dificilmente Osmar Filho comandará o braço do partido na Capital sem seguir sua orientação.

Várias perguntas estão colocadas no ar, entre elas as seguintes: depois de dar as cartas por mais de 30 anos e sendo a Capital o berço da sua outrora imbatível militância, o PDT terá candidato próprio à Prefeitura de São Luís em 2024? O partido continuará sendo regra três do prefeito Eduardo Braide, como aconteceu em 2020? O PDT vai insistir na aliança com o agora União Brasil, tendo como candidato o deputado estadual reeleito Neto Evangelista? Ou se aliará ao candidato a ser lançado com o apoio do Palácio dos Leões, provavelmente o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB)?

Qualquer que seja o caminho a ser seguido pelo PDT em São Luís, ele será um norte decidido pelo senador Weverton Rocha, para ser colocado em prática pelo futuro presidente Osmar Filho. Pode ser até que o assunto seja colocado em discussão dentro do partido, mas ninguém duvida de que a palavra final será a do senador. Pelo menos enquanto durar o seu mandato na Câmara Alta, cuja renovação está agendada para 2026, daqui a três anos e dez meses e meio.

PONTO & CONTRAPONTO

Yglésio abre frente de ataques à gestão de Braide em São Luís

Yglésio Moises abre frente de contra gestão de Eduardo Braide em SL

Depois da guinada política que o tirou da centro-esquerda e remeteu para a direita radical, alinhando-o ao presidente Jair Bolsonaro, o deputado Yglésio Moises (ainda no PSB), assumiu a condição de pré-candidato ao Palácio de la Ravardière e começou a disparar munição pesada contra a gestão do prefeito Eduardo Braide (sem partido). Sem se preocupar com a possibilidade de estar fazendo denúncias inconsistentes a respeito do que, segundo ele, seriam irregularidades, abriu uma frente de confronto com o prefeito Eduardo Braide (sem partido) em São Luís usando as áreas de educação, saúde, limpeza pública atraso salarial de médicos e de servidores terceirizados. “Mais de 60 mil alunos vivem um verdadeiro colapso educacional e geracional”, atacou, acrescentando: “Vai chegar o momento em que a população olhará para o lado e verá que São Luís, dois anos depois, está exatamente no mesmo lugar: com dois retornos mexidos e um posto de saúde inaugurado”.

O prefeito Eduardo Braide não deu, nem direta nem indiretamente, atenção à provocação.  

Bolsonaristas fazem carreata tímida em São Luís

Bolsonaristas em concentração antes da carreata em São Luís

Bolsonaristas de São Luís aproveitaram o feriado da Proclamação da República para externar sua insatisfação com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Lula da Silva (PT) com uma carreata, ontem, na tarde na Litorânea, puxada por uma empresa de engenharia voltada para a produção de concreto para construção. O movimento teve o formato de sempre: motociclistas na frente, caminhões em seguida fazendo buzinaço incômodo, e logo atrás deles automóveis, nem todos todos usando a bandeira nacional. Dois aspectos da manifestação chamaram a atenção. O primeiro: a quantidade de motocicletas, caminhões e automóveis encolheu drasticamente  em relação às grandes carreatas realizadas pelos partidários do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha. O segundo: apesar de toda a zoada e dos esforços dos manifestantes, a grande maioria das pessoas que se encontravam na orla não deu a mínima para a manifestação.

São Luís, 16 de Novembro de 2022.

Como pedra cantada, Ivo Rezende lidera chapa única na eleição para o comando da Famem

Cercado de aliados, Ivo Rezende registra chapa única que comandará na eleição da Famem

Confirmada ontem mais uma previsão da Coluna em relação à eleição do comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) para o biênio 2023-2024: apenas uma chapa, encabeçada pelo prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), foi registrada. Assim, a nova diretoria da entidade municipalista, que congrega 217 prefeitos, e que ocorrerá em janeiro, se dará com chapa única, batizada “É tempo de unidade”. Esse fato, nada comum, mostra, com clareza solar, as duas situações mais evidentes no cenário político do Maranhão de agora: a força política do governador reeleito Carlos Brandão (PSB) e seu grupo, e o desmonte implacável do esquema político, outrora avassalador, por meio do qual o senador Weverton Rocha (PDT) tentou chegar ao Palácio dos Leões, e cujo futuro é nebuloso.

Foram três semanas entre a definição da candidatura, as articulações em busca de apoio, a montagem da chapa, e a inscrição da mesma para assegurar o direito de concorrer. Com o apadrinhamento do ex-prefeito de São Mateus, Milton Aragão (PSB), o aval do governador Carlos Brandão e o apoio dos líderes do PSB, do PT e do PCdoB, Ivo Rezende entrou no circuito de maneira intensa e bem articulada, surpreendendo até observadores mais experientes. Numa articulação frenética, que contou com apoio discreto, mas efetivo, do núcleo político do governador Carlos Brandão, o prefeito de São Mateus conversou praticamente com todos os seus colegas. Nessa articulação, ele convenceu tirar da disputa pela presidência o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), que chegou a admitir que seria candidato, e Bruno Silva (PP), prefeito de Coelho Neto, que estava em campanha aberta, mas que decidiu retirar sua candidatura e entrar na chapa como vice-presidente.

Na composição articulada por Ivo Rezende entraram, por exemplo, prefeitos de municípios importantes, como o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus (Republicanos), e o de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PMN), e o de Porto Franco, Deoclídes Macedo (PDT). No ato da inscrição, Deoclídes Macedo propôs a criação da Comissão de Prerrogativas, que será por ele presidida, terá duração equivalente ao período do mandato da nova diretoria, ou seja, dois anos. No mais, tudo certo, a eleição serás oficializada na Assembleia Geral da entidade, a ser realizada no próximo dia 21. Para ser eleita, a chapa “É tempo de unidade” precisa de metade dos votos mais um.

O fato de conseguir unir todas as forças municipais em torno do nome do prefeito Ivo Rezende é o resultado de uma grande e bem realizada articulação do prefeito de São Mateus com o apoio do PSB com o aval do governador Carlos Brandão e do senador eleito Flávio Dino, os dois maiores nomes do partido. O governador Carlos Brandão abraçou o projeto e, sem entrar diretamente na movimentação, pediu aos seus aliados, apoio à candidatura de Ivo Rezende. A resposta a esses movimentos foi a presença de 123 prefeitos no ato de lançamento da candidatura, na semana passada, em São Luís, que contou com a presença do vice-governador eleito Felipe Camarão (PT). A montagem de chapa única foi reveladora do poder de fogo da base política liderada pelo governador Carlos Brandão.

Na outra ponta da linha, o registro de chapa única foi igualmente revelador dos desmonte do esquema político montado e liderado pelo senador Weverton Rocha, que comanda a entidade há quatro anos, por meio do prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), um período que coincidiu com a arrojada campanha do líder pedetista ao Governo do Estado e que resultou no mais retumbante fracasso da história eleitoral recente do Maranhão. Saído das urnas de 2020 com o controle de mais de quatro dezenas de prefeitos, o chefe estadual do PDT não se animou sequer a discutir a possibilidade de lançar um candidato para se contrapor ao prefeito Ivo Rezende. O atual presidente da Famem usou a tática da “saída honrosa” declarando apoio ao candidato que se tornou único.

Resta aguardar a eleição.

PONTO & CONTRAPONTO

Chapa única para a Famem é uma montagem partidária equilibrada

Montada com a participação de quase todos os partidos, é a seguinte a composição da chapa única liderada pelo prefeito de São Mateus, Ivo Rezende, para disputar o comando da Famem. Trata-se de uma chapa bem articulada, que abriu espaços para todos, reforçando a unidade, que vem no próprio nome: “É Tempo de Unidade”. Confira:

Diretoria Executiva

Presidente: Ivo Rezende (PSB) – São Mateus do Maranhão

1º Vice-Presidente: Bruno Silva (PP) – Coelho Neto

2º Vice-Presidente: Emanuel de oliveira (PDT) – Santo Antônio dos Lopes

Secretário Geral: Hilton Gonçalo (PMN) – Santa Rita

1º Secretário: Paulo Curió (PTB) – Turilândia

2º Secretário: Adriano Freitas (União Brasil) – São Vicente Ferrer

Tesoureiro: Valmira Miranda (Republicanos) – Colinas

1ª Tesoureiro: Enoque Mota (PTB) – Pastos Bons

2º Tesoureiro: Lourival Júnior (Republicanos) – São Domingos do Azeitão

Diretor de Educação: Janílson Coelho (Republicanos) – Presidente Médici

Diretor de Saúde: Antônio Borba (Patriotas) – Timbiras

Diretor de Assistência Social: Joserlene Araújo (Republicanos) – São João do Sóter

Diretor de Meio Ambiente: Flávio Muniz (PL) – Araguanã

Diretor de Cultura: Vanderly Monteles (PCdoB) – Anapurus

Diretor de Orçamento e Finanças: João Martins (MDB) – Bequimão

Diretor de Segurança: Alexandre Júnior (Republicanos) – Pindaré-Mirim

Diretor Jurídico: Germano Coelho (Republicanos) – Loreto

Diretor de Infraestrutura e Urbanístico: Walace Mendes (Republicanos) – Icatu

Diretor de Representação em Brasília – Felipe dos Pneus (Republicanos) – Santa Inês

1º Conselheiro Fiscal: Francilene Paixão (PP) – Santa Luzia

2º Conselheiro Fiscal: Luciana Borges (PCdoB) – Buriti Bravo

3º Conselheiro Fiscal: Josimar Oliveira (PSB) – Governador Nunes Freire

1º Suplente: José Barros (PDT) – Cantanhede

2º Suplente: Francisco Furtado (PCdoB) – Duque Bacelar

3º Suplente: Ubirajara Rayol (PDT) – Graça Aranha

Comissão de Prerrogativas

Presidente: Deoclídes Macedo (PDT) – Porto Franco

Conselheiros: Francisco Pinheiro (PDT) – Poção de Pedras, Linielda Cunha (PCdoB) – Matinha, Adailson Lima (PP) – Paulo Ramos, Fabiana Mendes (PDT) – Presidente Vargas e Josué Silva Júnior (PP) – Peritoró.

Este 15 de Novembro pode ser o último suspiro dos poucos ainda iludidos bolsonarismo

O símbolo da República Federativa do Brasil não será vulgarizado por bolsonaristas iludidos

Sem uma réstia de apoio da população trabalhadora, dos cidadãos politicamente conscientes e que fizeram suas escolhas eleitorais sem pressão, os bolsonaristas insatisfeitos, com o claro e indiscutível apoio do Palácio do Planalto, tentarão transformar a data da proclamação da República no último suspiro de um  deles votarão para casa, em busca de uma coisa útil para fazer para ajudar o país a vencer os estragos que serão casados pelas bombas defeito retardado que serão ativadas pelo presidente Jair e Bolsonaro. Se tiverem algum juízo, desativarão seus barracos em frente às instituições militares e seguirão para suas casas pensando que daqui a dois anos haverá eleições municipais, para as quais deveriam em se preparar, como fazem os partidos em todos os recantos desse planeta.

São Luís, 15 de Novembro de 2022.

Brandão tem agenda decisiva nos campos administrativo e político nas próximas semanas

Carlos Brandão: agenda cheia na administração e na política nas próximas semanas

Depois de uma semana fora do estado, numa incursão que incluiu uma escala em São Paulo e no Rio de Janeiro, e o cumprimento de uma agenda lotada de compromissos em Brasília, onde atuou para apoiar, junto com a bancada federal, as mudanças no Orçamento da União para 2023, a pedido do presidente eleito Lula da Silva (PT), e conversou com a equipe de transição, o governador Carlos Brandão (PSB) terá uma agenda decisiva com dois focos, para as próximas semanas. O primeiro é fechar o ano administrativo e financeiro do seu Governo, preparar o seu novo Governo, que começará no dia 1º de janeiro, e desenhar e implantar a reforma administrativa, em fevereiro, com a nomeação da nova equipe de secretários. O segundo se dará no campo político: o governador deverá acompanhar as articulações da sua base de apoio para a eleição do próximo presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, numa eleição que será realizada no início de fevereiro, quando da posse dos novos deputados. Além disso, Carlos Brandão vai investir fortemente num bom relacionamento com Brasília, onde espera conseguir recursos para projetos que espera implantar nos próximos quatro anos.

Na seara administrativa, sua preocupação inicial é manter o Governo em pleno funcionamento, principalmente os seus três braços sociais mais fortalecidos nos últimos oito anos: educação, saúde e segurança alimentar. Carlos Brandão

Na educação, vai dar prosseguimento ao programa Escola Digna, que vem mudando o conceito de educação de base no Maranhão, continuar a implantação da Escola de Tempo Integral, outra revolução em andamento, fortalecer os Iemas, de modo aprimorar a educação técnica, e consolidar os dois braços da Uema. Na saúde, o propósito é consolidar e ampliar a rede estadual de a saúde, concluindo a implantação dos hospitais regionais, do aprimoramento da rede de clínicas especializadas, com a implantação de novas clínicas para idosos, e fazer investimento para consolidar a política volta para a saúde preventiva. No campo da segurança alimentar, o foco central é a manutenção e a ampliação da rede de restaurantes populares – são 162 atualmente -, que durante a campanha seus adversários disseram que essa rede será desativada.

No campo político, o governador trabalha com o projeto de consolidar a sua base de apoio, principalmente na Assembleia Legislativa que saiu eleita das urnas. Vai atuar para consolidar a bancada governista, que deverá ter pelo menos 25 deputados, o que garantirá a estabilidade do seu Governo. Essa estabilidade também passa pela eleição da nova Mesa Diretora do parlamento estadual, especialmente o cargo de presidente, para o qual está sendo cotado fortemente o atual presidente e deputado reeleito Othelino Neto (PCdoB), assim como outros aspirantes ao comando da instituição parlamentar, entre eles o deputado veterano como Arnaldo Melo (MDB). O governador ainda não se manifestou sobre o assunto, mas nos bastidores corre que ele deve apoiar a candidatura do presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), para o primeiro biênio da nova legislatura.

Ao mesmo tempo, o núcleo político do Governo vem atuando fortemente para consolidar a eleição do prefeito Ivo Rezende (PSB) para o comando da Famem, tirando-a do controle do senador Weverton Rocha (PDT), ali ostensivamente representado pelo prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), durante quatro anos.

Ainda no plano da política, o governador Carlos Brandão deve acompanhar com atenção a provável participação de maranhenses no Governo do presidente Lula da Silva, aprovando a possível nomeação do senador eleito Flávio Dino (PSB) para o Ministério da Justiça. Ou, numa hipótese um pouco mais remota, mas factível, da senadora Eliziane Gama (Cidadania) para uma pasta da área social. Se o senador Flávio Dino virar ministro, sua vaga será preenchida pela atual vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato (PSB), 1ª suplente, ou por Maria de Lourdes Pereira (PCdoB), Lourdinha, vereadora em Pedreiras, 2ª suplente. No caso de o convite recair na senadora Eliziane Gama, assumirá a vaga o atual prefeito de Arame, Pedro Fernandes (União Brasil), 1º suplente, ou o cardiologista Bene Camacho (PTB), 2º suplente.

Todos esses prováveis movimentos são de interesse direto do governador Carlos Brandão, que apesar da discrição, parece disposto a atuar efetivamente para que as decisões sejam as mais alinhadas possíveis ao seu Governo.

PONTO & CONTRAPONTO

Roberto Rocha enfrentará parada dura se tentar a prefeitura de Balsas ou a de Imperatriz

Roberto Rocha: páreos duros em Balsas ou em Imperatriz

A ser verdadeira a intenção do senador Roberto Rocha (PTB) de disputar prefeitura em Imperatriz ou em Balsas em 2024, ele deve entrar na corrida consciente de que enfrentará dois desafios gigantescos. Uma situação complicada depois dos tombos devastadores que sofreu nas urnas em 2018 e em 2022.

Se a opção for por Balsas, Roberto Rocha sabe que, embora seja aquela cidade o berço político da sua família, tendo seu pai, o ex-governador Luiz Rocha, e o seu irmão, Luiz Rocha Filho, o Rochinha, sido prefeitos ali, o ambiente político de agora não lhe é nada favorável. Balsas é hoje liderada pelo prefeito Eric Silva (PDT), um político jovem e respeitado cuja liderança é consolidada na cidade e em toda a região. No cenário que começará a ser construído em janeiro, com a perda do perder nacional do grupo de extrema direita comandado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual é um dos expoentes, as chances de Roberto Rocha de vencer a eleição de 2024 contra um candidato apoiado pelo atual prefeito se tornam bastante reduzidas. Mas isso não quer dizer que ele não possa reverter a situação.

Em relação a Imperatriz, a situação não é muito diferente. É verdade que, por conta das forças remanescentes da ação política do seu pai na Princesa do Tocantins, e pela sua própria atuação ali, onde tem muitos aliados, somado à vocação politicamente conservadora da cidade, demonstrada na maioria de votos que deu ao presidente Jair Bolsonaro, existe um horizonte que comporta sua candidatura. Ali o prefeito, Assis Ramos (União Brasil), é politicamente fraco e não concorre à reeleição, o primeiro adversário a se colocar na disputa, o ex-secretário de Infraestrutura Clayton Noleto (PCdoB), é apontado como páreo duro, liderando todas as sondagens. Isso se outro “forasteiro”, Lahesio Bonfim (PSC), 2º na disputa perlo Governo do Estado, não desembarcar em Imperatriz com o objetivo de se tornar o seu prefeito.

Como se vê, sem o mandato de senador e sem a força dos seus aliados bolsonaristas no Governo da União, o político Roberto Rocha não terá vida fácil se vier a entrar na disputa em Balsas ou em Imperatriz.

Sem mandato, Edilázio Jr. terá de passar o comando do PSD para Josivaldo JP ou Edivaldo Jr.

Edilázio Jr. deve passar o comando do PDS para o deputado federal reeleito Josivaldo JP

Rumores vindos de Brasília indicam que, na condição de ex-deputado federal, situação que viverá a partir de janeiro, dificilmente o advogado Edilázio Jr. manterá o controle do PSD no Maranhão. E todas as especulações indicam que, por conta da “regra” em vigor no meio partidário nacional, o comando de uma legenda é dado preferencialmente a um deputado federal, a tendência natural é a de que o controle do braço maranhense do PSD seja entregue ao deputado federal reeleito Josivaldo JP. Corre nos bastidores que o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., que se prepara para disputar a Prefeitura de São Luís, esteja se movimentando para assumir o comando do partido. Dois fatores contribuem para que suas chances sejam remotas: o fato de não ter um mantado parlamentar e o seu modestíssimo desempenho nas últimas eleições como candidato ao Governo do Estado. Esse desfecho ocorrerá ao longo do primeiro semestre do ano que vem.

São Luís, 14 de Novembro de 2022.

Projeto arrojado: PT quer lançar candidato a prefeito nos 50 maiores municípios maranhenses

Francimar Melo revela plano ousado do PT para as eleições municipais no Maranhão

De volta ao poder no Maranhão, com a eleição de Felipe Camarão para a vice-governança do Estado, e no país com a histórica terceira eleição do ex-presidente Lula da Silva para o comando da República, o braço maranhense do PT se prepara para voltar ao governo e começa a fazer planos, sendo um deles o ousado, mas saudável, projeto de lançar candidato a prefeito nos 50 maiores municípios maranhenses, a começar por São Luís, nas eleições municipais de 2024. A revelação foi feita ontem pelo presidente estadual do partido, Francimar Melo, em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da TV Assembleia, comandado pela jornalista Sílvia Tereza. “O PT existe para cuidar das pessoas e disputar eleições”, disse Francimar Melo, empolgado com a vitória de Lula da Silva, mas sem perder a noção de que os tempos são outros e que o novo voo petista não encontrará céu de brigadeiro.

O projeto de lançar candidato nos 50 maiores municípios maranhenses, a começar por São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar e Caxias, por exemplo – os três primeiros são atualmente governados por adversários ferrenhos do PT -, poderia parecer normal em partidos mais convencionais, acostumados com vitórias e derrotas. Mas, em se tratando do PT maranhense – que hoje forma uma federação com o PV e o PCdoB – parece um propósito arrojado demais para um partido que desde a sua fundação até agora não teve um bom desempenho eleitoral nas disputas estaduais e municipais, embora tenha mobilizado esmagadora maioria do eleitorado maranhense nas disputas nacionais desde a primeira eleição de Lula da Silva de 2002 para cá.

Ao longo da sua trajetória, o PT elegeu prefeito em apenas um grande município: Jomar Fernandes, em Imperatriz, no pleito de 2000. Tentou viabilizar candidaturas nos mais diferentes municípios de peso no Maranhão, mas sempre tropeçou em fracassos retumbantes nas urnas. Isso quando conseguiu definir candidato.

No caso de São Luís, os fracassos do partido nas disputas para o Palácio de la Ravardière têm sido devastadores. Sua maior conquista nesse item foi a eleição do então petista de proa Domingos Dutra como vice na chapa liderada por Jackson Lago (PDT). Tal situação tem ocorrido também nas tentativas do partido de formar bancadas influentes na Câmara Municipal da Capital – na última eleição, por exemplo, o PT elegeu apenas um coletivo, sem maior expressão política e legislativa. Isso se deve em parte ao fato de o braço do PT de São Luís quase sempre andar na contramão do braço estadual. Tanto que nas eleições deste ano, sob o comando do ex-vereador Honorato Fernandes, o PT ludovicense se juntou às forças bolsonaristas em torno das candidaturas do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado e do senador de extrema-direita Roberto Rocha (PTB) à reeleição. Foi esmagado nas urnas da Capital junto com os seus aliados.

No momento, vários nomes já se movimentam para as eleições de 2024 na Capital, a começar pelo prefeito Eduardo Braide (sem partido), que é um candidato forte em busca da reeleição. Na lista estão o deputado estadual e federal eleito Duarte Jr. (PSB), que foi segundo em 2020, o deputado federal reeleito Márcio Jerry (PCdoB), o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB) – ambos membros da federação – e o ex-prefeito da Capital por dois mandatos Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Pelo menos até aqui nenhum nome do PT foi sequer especulado. Isso significa dizer que, se pretende mesmo entrar na disputa do Palácio de la Ravardière em 2024, o PT precisará “construir” uma candidatura.

A revelação dos planos do PT maranhense de lançar candidato a prefeito nos 50 maiores municípios maranhenses, feita pelo presidente petista Francimar Melo é, de fato, interessante do ponto de vista da movimentação política, afinal, trata-se do partido que vai comandar o país a partir de janeiro. Mas parece um desafio enorme e com pouca viabilidade em se tratando do PT estadual, ainda que o Governo do presidente Lula da Silva chegue em 2024 com a popularidade nas alturas. Isso sem levar em conta o que pensarão disso os seus aliados.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino reage à chantagem do mercado diante da fala de Lula sobre teto de gastos

Flávio Dino endossa palavras de Lula da Silva sobre sobre teto de gasto para área social

A chegada de políticos mais esclarecidos ao cenário nacional, como é o caso do senador eleito Flávio Dino (PSB), começa a colocar contraponto na tirania do mercado, que nos governos liberais dá as cartas com a famosa chantagem do sobe-desce das bolsas de valores sempre que alguém influente diz algo que desagrade os investidores.

Na quinta-feira, num discurso emocionado e realista, o presidente eleito Lula da Silva colocou em discussão a imposição do teto de gastos para áreas como educação, saúde e combate à fome, por exemplo. Foi o suficiente para a bolsa despencar e comentaristas econômicos, e até políticos, entrarem em polvorosa. Um sinal de que o mercado continua o mesmo e pretende continuar ditando as regras.

Só que agora os protagonistas têm os pés no chão não estão dispostos a se curvar aos maus humores dos donos do dinheiro. Diante da reação às palavras do presidente eleito Lula da Silva, que estão explicadas pela mais pura lógica, o senador eleito Flávio Dino reagiu:       

“Depois de tolerarem quatro anos de discursos ocos, desvarios fiscais e oportunismos eleitoreiros em 2022, não há razoabilidade em tantas ‘incertezas nos mercados’. É preciso ter ponderação e adotar critérios justos nas análises”.

O brasileiro democrata, patriota e realista endossa e torce para que a tirania do capital seja devidamente enquadrada.

Duarte Jr. foi um dos articuladores da carta dos jovens entregue a Lula

Duarte Jr. (e) no ato de entrega da carta dos parlamentares jovens eleitos ao presidente eleito Lula da Silva, que contou a presença de Flávio Dino

Repercutiu no meio político e fora dele a carta que jovens deputados federais eleitos, liderados por Duarte Jr. (PSB), entregaram ao presidente eleito Lula da Silva, em Brasília. Na carta, esses parlamentares pedem ao futuro mandatário da nação a implantação de uma política ampla e efetiva dedicada aos jovens. E sugerem que o primeiro passo seja a reestruturação da Secretaria Nacional da Juventude no Plano Plurianual 2023-2027. Com essa medida, o novo Governo contará com uma estrutura adequada à ampliação da política dedicada aos jovens, que representam nada menos que 23% da população brasileira.

Um dos articuladores do movimento que resultou na carta ao presidente eleito, o deputado estadual e federal eleito Duarte Jr. justificou a iniciativa, que, aliás, foi bem recebida por Lula da Silva: “Estamos pedindo o comprometimento do próximo governo com políticas voltadas para a juventude. Queremos ensino público de qualidade e inserção no mercado de trabalho, pois entendemos que isto será fundamental para a retomada do crescimento do país, a partir do próximo ano”.

A iniciativa é oportuna e faz todo sentido.

São Luís, 12 de Novembro de 2022.

Com a experiência de quem sabe onde está pisando, Brandão faz incursão produtiva em Brasília

Carlos Brandão com Geraldo Alckmin: encontro de quem se conhecer há tempos

O governador Carlos Brandão (PSB) conseguiu viabilizar todos os objetivos que o levaram a Brasília nesta semana. Reuniu-se com a bancada maranhense no Congresso Nacional, obtendo dos seus integrantes o compromisso de mandar recursos para investimentos na Uema; conversou longamente com senador piauiense Marcelo Castro (MDB), relator do Orçamento da União que está sob revisão; reuniu-se com senadores, também para falar sobre Orçamento; esteve em reuniões da transição, e fechou a agenda ontem com uma conversa importante com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordena o processo em nome do presidente eleito Lula da Silva (PT). Pode-se especular com alguma segurança que o governador se deu muito bem na incursão, e volta para o Maranhão certo de que não precisará incursionar vez por outra na Capital da República com o pires na mão.

É verdade que a condição de governador reeleito em único turno lhe dá estatura para abrir portas em Brasília, principalmente se o Governo central estiver em mãos amigas, como vai acontecer ao longo do seu próximo mandato. Mas, além disso, a desenvoltura com que o governador maranhense visitou alguns dos gabinetes mais influentes de Brasília neste momento, está no fato de que, ao contrário do que muitos imaginam, Carlos Brandão conhece bem os caminhos da Capital da República, fruto de um intenso e produtivo trabalho de reconhecimento que realizou ao longo dos dois mandatos de deputado federal que ali exerceu entre 2007 e 2014 pelo PSDB.

Sua experiência de deputado federal lhe deu condição e autoridade para falar de igual para igual com os atuais representantes maranhense, notadamente nas questões relacionadas com definições orçamentárias e emendas individuais e de bancada. E foi exatamente sua vivência de deputado federal que o levou ao senador Marcelo Castro, com quem conviveu na Câmara Federal e de quem se tornou amigo. Tanto que o relator prometeu-lhe viabilizar seus pleitos na peça orçamentária em revisão.

O encontro de trabalho com o vice-presidente Geraldo Alckmin teve a leveza de uma visita a um velho amigo. Isso porque Carlos Brandão foi deputado federal pelo PSDB num período em que Geraldo Alckmin era um dos tucanos mais influentes do país como governador de São Paulo. Tanto que, quando o então pré-candidato a governador Flávio Dino, então no PCdoB, não tendo o apoio do PT, foi buscar aliança com os tucanos, que indicaram o então deputado federal Carlos Brandão para a vaga de candidato a vice-governador. A eleição da chapa Dino/Brandão em 2014 produziu o cenário de hoje com o vice agora governador reeleito e o titular agora senador eleito, com a possibilidade de ser ministro da Justiça.

Ainda em Brasília, ao falar sobre o encontro de trabalho com o vice-presidente eleito, o governador do Maranhão assinalou, sem rodeios: “É meu amigo de longa data. Saio muito entusiasmado porque não tenho dúvida de que nossas demandas serão bem atendidas. O Maranhão e o Brasil terão dias melhores”.

Os prováveis bons resultados da incursão do governador Carlos Brandão em Brasília não serão, portanto, produtos de um lance produzido pelo senso de oportunidade, mas do movimento de um governante que sabe muito bem onde está pisando e com quem está tratando.

PONTO & CONTRAPONTO

Ministério: se for confirmada, Sônia Guajajara terá grandes desafios pela frente

Sônia Guajajara: militância respeitada deve torná-la ministra dos Povos Originários no Governo Lula

É verdade que o presidente eleito Lula da Silva (PT) ainda não deu palavra final sobre a escolha, tendo avisado que só se manifestará sobre nomes para o ministério quando retornar do Egito. Mas não será nenhuma surpresa se ele vier a confirmar a unanimidade formada em torno de Sônia Guajajara para o futuro e necessário Ministério dos Povos Originários, que será inteiramente voltado para o resgate da dignidade dos povos indígenas do Brasil.

Nascida há 48 anos na Terra Indígena Arariboia, localizada no município de Amarante, no sertão maranhense, Sônia Guajajara é deputada federal eleita (PSOL) por São Paulo, e tem gravados no currículo formação superior em Letras e Enfermagem, cursados na Uema, uma pós-graduação em Educação Especial, uma militância indiscutível a favor da causa indígena e a experiência política convencional de quem foi candidata a vice-presidente da República em 2018, na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL). É hoje uma liderança cujo trabalho é reconhecido e respeitado internacionalmente, O presidente eleito a conhece bem e sabe que entre as poucas opções que dispõe para comandar essa pasta, Sônia Guajajara é uma garantia de que ela vai atuar intensamente.

Sônia Guajajara é uma liderança indígena de ponta, respeitada exatamente pela seriedade com que tem encarado essa difícil e árdua militância em favor da causa indígena. A começar pela luta para manter o seu próprio berço, a Terra Indígena Araribóia, que vive sob frequente ameaça causada pela pressão de criadores e produtores do sul do Maranhão, que não aceitam a extensão daquela reserva indígena. Têm sido frequentes os movimentos com o objetivo de reduzir o tamanho da reserva, que representa quase a metade do território do município de Amarante. Um dos porta-vozes dos fazendeiros, o deputado estadual Antônio Pereira (PSB) vez por outra ocupa a tribuna da Assembleia Legislativa para pregar a redução da área da Terra Indígena Araribóia.

Esse dado, que envolve somente um caso de um aspecto da complexa questão indígena, é um indicador do desafio que Sônia Guajajara tem pela frente, caso venha ela ser escolhida pelo presidente Lula da Silva para o Ministério dos Povos Originários. O mais importante é que, se vier a ser ministra, a líder guajajara, que é mãe de três filhos já adultos, saberá onde pisar e o que deverá fazer.

Memória

Tauá Mirim: iniciativa de vereador lembra “mico” em campanha

Evandro Bessa Filho e Conceição Andrade: ele armou e ela caiu

A iniciativa do vereador Álvaro Pires (PMN) de protocolar na Agência de Mobilidade e Serviços Públicos do Maranhão (MOB) ofício solicitando providências para a regularização da travessia de estudantes da Ilha de São Luís para a ilha de Tauá Mirim, que, segundo ele, deveria estar sendo resolvido pela Prefeitura de São Luís, inspirou a Coluna a resgatar uma gafe histórica registrada uma campanha para o Palácio de la Ravardière.

Aconteceu em 1992, durante um debate realizado na então TV Ribamar, entre o então vereador Evandro Bessa Filho e a então deputada Conceição Andrade, ambos candidatos à Prefeitura de São Luís.

O tema em discussão era transporte público. Numa investida ao mesmo tempo inteligente e maliciosa, Evandro Bessa Filho atacou:

– Deputada, como a senhora pretende resolver o problema de transporte para Tauá Mirim?

Sem pensar duas vezes, como se já tivesse uma resposta pronta, mas sem se dar conta de que estava caindo numa armadilha, Conceição Andrade respondeu na bucha:

– Vamos resolver. Se não tiver estrada, vamos construir estrada. E se for preciso, colocaremos uma linha de ônibus para lá. O importante é que os estudantes tenham transporte.

Com um sorriso maroto de quem acertou na mosca, e sem perder a calma nem alterar a voz, Evandro Bessa Filho disparou:

– É muito estranho que a senhora queira fazer estrada e colocar linha de ônibus lá, porque Tauá Mirim é uma ilha.

Traída pelo impulso, Conceição Andrade ficou sem chão. Teve de encarar muita gozação por conta da derrapada, mas riu por último ao ser eleita prefeita de São Luís.

São Luís 11 de Novembro de 2022.

Candidatura virou “rolo-compressor” e Ivo Rezende pode ser candidato único na Famem

Ivo Rezende pode vir a ser candidato único à presidência da Famem com o apoio de Carlos Brandão

Poucas vezes uma articulação para a definição de uma candidatura forte e difícil de ser batida aconteceu de maneira tão rápida e avassaladora como a do prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), para a presidência da Federação dos Municípios do Maranhão – Famem. Delineada durante as últimas semanas da campanha eleitoral e consolidada tão logo foi anunciado o resultado do 1º turno das eleições gerais, com a reeleição do governador Carlos Brandão (PSB) e a eleição do ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado, a candidatura de Ivo Rezende foi confirmada na noite de terça-feira (08) numa casa de festas em São Luís, onde recebeu o apoio declarado de nada menos que 123 prefeitos de corpo presente. O lançamento foi prestigiado pelo vice-governador eleito Felipe Camarão (PT), e – acredite se quiser – avalizado em mensagem de vídeo pelo atual presidente, o prefeito de Igarapé Grande Erlânio Xavier (PDT), homem forte do esquema político do senador Weverton Rocha (PDT).

Apoiado pelo seu padrinho político, o ex-prefeito são-mateuense Milton Aragão (PSB), um dos mais ativos chefes políticos da base do governador Carlos Brandão, Ivo Rezende fez um intenso, mas discreto, trabalho prévio de articulação. Quando as urnas do 1º turno confirmaram a reeleição do governador Carlos Brandão, ele obteve sinal verde e colocou seu projeto na rua, já contando com forte apoio entre seus colegas prefeitos, e com o incentivo do tarimbado núcleo político do Palácio dos Leões. A eficiente preparação não deixou espaço para outros aspirantes, tendo neutralizado também alguns movimentos entre aliados e adversários, que, a exemplo do aliado Bruno Silva (PP), de Coelho Neto, preferiram apoiá-lo.

Com o incentivo do governador Carlos Brandão, Ivo Rezende conseguiu o importante aliança com dois outros potenciais adversários nessa corrida: o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), que saiu forte das urnas com a eleição da filha para a Câmara Federal e vinha se preparando para ser candidato, e o de Pinheiro, Luciano Genésio (PDT), cujo projeto de candidatura à Famem foi arquivado com o fracasso da candidatura da irmã, Luciana Genésio (PDT), na corrida à Câmara Federal e, principalmente, pelo resultado da candidatura do senador pedetista ao Governo do Estado.

O sucesso da sua articulação se deveu, em grande medida, ao fato de pertencer ao PSB, portando, à base do governador Carlos Brandão. Isso porque, mesmo não sendo, por natureza, uma entidade partidariamente posicionada, a Famem pode ser um foco de pressão e um instrumento de ação política quando presidida com esse objetivo, como é o caso da gestão do atual presidente, que a usou abertamente como instrumento de fortalecimento eleitoral. Para o governador Carlos Brandão, que conhece em profundidade essa relação, ter um aliado no seu comando a imuniza do viés político e pode torná-la uma parceira produtiva na relação com os municípios.

Vale lembrar que Ivo Rezende será candidato por um longo período de dois meses, tempo em que pode evoluir para a consagração como candidato único, o que será um fato politicamente excepcional, se vier a ocorrer. Ou poderá vir a ser surpreendido também por um candidato outsider, imprevisto, saído de algum bolsão oposicionista. Não há, em princípio, previsão de uma coisa nem de outra, mas vale sempre lembrar a margem de imprevisibilidade que a política guarda no seu DNA.

O fato é que, pelas razões já relacionadas – boa articulação prévia e aval do governador Carlos Brandão e do senador eleito Flávio Dino (PSB), por exemplo – o prefeito de São Mateus caminha firme para se tornar presidente da Famem a partir de meados de janeiro. E tem afirmado que seu objetivo de recolocar a entidade nos trilhos do municipalismo, de onde ela andou sendo afastada nos últimos tempos.

Em Tempo: a Coluna revelou a movimentação do prefeito Ivo Rezende como candidato a presidente da Famem na edição de 20/10, quando sua candidatura não era cogitada nos meios de comunicação. Houve até quem desdenhasse. Mas o fato é quede lá para cá se transformou no rolo-compressor que ganhou forma na noite de terça-feira.

PONTO & CONTRAPONTO   

Gastão tem credenciais para participar da transição e do Governo Lula na área de Educação

Gastão Vieira participa da transição com credenciais para vir a ocupar função relevante no Governo do presidente Lula da Silva

Houve quem se surpreendesse com o convite do presidente eleito Lula da Silva para o suplente de deputado federal Gastão Vieira integrar a equipe de transição na área educacional. Esses certamente desconhecem a trajetória ao longo da qual o advogado e economista de foi sempre apontado como um dos especialistas do Congresso Nacional no campo da Educação.

Seu prestígio nessa área começou quando foi deputado estadual constituinte (PMDB), tendo sido um dos responsáveis por essa área na elaboração da Constituição do Maranhão de 1989. Avançou nessa seara como secretário de Educação no Governo Roseana Sarney (PMDB), ainda nos anos 90 do século passado e no seu último governo. Nos seus mandatos de deputado federal, Gastão Vieira foi reconhecido pelos seus conhecimentos na área, atuando como uma referência no Congresso Nacional, tendo presidido a Comissão de Educação da Câmara Federal, atuando também como relator de vários projetos importantes nessa área. Foi presidente do importante Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), nomeado pela presidente Dilma Rousseff (PT) e mantido pelo presidente Michel Temer (MDB). Além da sua reconhecida competência na área educacional, contou também para sua convocação o fato de ele hoje ser filiado ao PT, pelo qual concorreu a uma cadeira à Câmara Federal.

A participação na transição não é garantia de que Gastão Vieira venha a integrar o Governo do presidente Lula da Silva. Mas o seu especialismo e sua condição de petista são fortes credenciais para que venha a ocupar, sem favor, um cargo de relevância no Ministério da Educação.

Pedetistas querem definição do partido em relação ao Governo Brandão

Weverton Rocha: sob pressão

O senador Weverton Rocha tem uma equação para resolver dentro do braço maranhense do PDT. É que muitos quadros do partido dependem de empregos no Governo do Estado para sobreviver. Esses pedetistas se desdobraram pela sua candidatura e agora encontram-se em situação delicada, que pode se agravar se o partido vier declarar oposição ao Governo Carlos Brandão. Segundo um pedetista de proa, hoje, mais da metade do partido quer a volta do PDT à aliança governista. O senador estaria ciente do problema e estaria maturando uma solução, sendo a mais provável o realinhamento à base governista, o que seria visto com naturalidade por todos.

São Luís, 10 de Novembro de 2022.  

Encontro casual de Brandão com Braide pode abrir canal entre Governo e Prefeitura

Eduardo Braide e Carlos Brandão: troca de figurinhas que pode resultar na abertura de canal de comunicação institucional entre Governo e Prefeitura de São Luís

Foi um encontro, pode se dizer, casual, mas deixou no ar a impressão de que dele poderá surgir um canal de comunicação institucional entre o Palácio dos Leões e o Palácio de la Ravardière, entre os quais não existe fronteira física, mas uma distância causada por profundas diferenças políticas. Explica-se: ontem, numa das dependências da Câmaras Federal, o governador Carlos Brandão (PSB) e o prefeito Eduardo Braide (sem partido) sentaram à mesma mesa, para alinhavar com a bancada federal a provisão de recursos das chamadas emendas de bancada para o Governo do Estado e para a Prefeitura de São Luís no Orçamento da União para o ano que vem, que o Congresso Nacional vai rever a pedido do presidente eleito Lula da Silva (PT). O governador pediu a alocação de recursos para a Uema e para a Saúde. O prefeito pediu R$ 76 milhões para drenagem profunda, reforma do Mercado Central e construção do Socorrão III. E entre um pedido outro, os dois trocaram figurinhas.

Foi o primeiro encontro do governador com o prefeito de São Luís depois do desfecho das eleições, cujos resultados acentuaram a distância que os separa. Carlos Brandão foi reeleito, e reforçou seu cacife com a eleição do aliado Flávio Dino (PSB) para o Senado, de boa parte da bancada federal e da maioria da Assembleia Legislativa, e fechou seu elenco de vitórias com a histórica conquista do ex-presidente Lula da Silva (PT). Eduardo Braide não disputou votos, mas, com exceção do seu irmão, Renato Braide (PSC), que se elegeu deputado estadual, todas as suas apostas sofreram derrotas acachapantes: o senador Weverton Rocha (PDT) ficou em humilhante terceiro lugar – inclusive em São Luís – na disputa pelo Governo estadual, o senador Roberto Rocha (PTB) teve seu projeto de reeleição triturado nas urnas, o deputado federal Edilázio Jr., presidente estadual do PSD, não se reelegeu, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato dos seus aliados, está preparando as malas.

Esse cenário poderia naturalmente estimular o governador Carlos Brandão a jogar pesado contra o prefeito Eduardo Braide. Mas em política civilizada as coisas se dão de outra maneira. É improvável que o governador e o prefeito façam as pazes políticas e se aliem, mas nada os impede de estabelecer um modus vivendi institucional que possibilite ações do Governo estadual em São Luís, e até mesmo a eventual tessitura de parcerias em favor dos seus mais de 1,2 milhão de habitantes. Pode ser que não haja interesse de ambas as partes numa relação harmoniosa, o que seria um indicativo de que o prefeito Eduardo Braide e o governador Carlos Brandão preferem estar em pontas opostas do cabo de aço que mantém a atual distância entre Prefeitura de São Luís e Governo do Estado.

O xis da questão que dificulta essa relação são as eleições municipais de 2024, que entraram na pauta política após o momento em que se anunciou o resultado das eleições gerais deste ano. Nada menos que três aspirantes a candidato a prefeito da Capital surgiram na seara governista: o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), o deputado federal reeleito Márcio Jerry (PCdoB) e o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB). Um aviso claro de que o Palácio dos Leões planeja ter um aliado no Palácio de la Ravardière. Além disso, um motivo de preocupação a mais para o prefeito: o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) se prepara para tentar voltar ao comando da cidade. Motivos de sobra para o prefeito Eduardo Braide estudar com extremo cuidado cada passo que vier a dar de agora em diante.

O encontro de ontem em Brasília, porém, mostrou que, por maior que seja a distância que os separa, nada impede que um canal de comunicação seja instalado entre os gabinetes principais dos dois palácios.

PONTO & CONTRAPONTO

Ivo Rezende lança candidatura à Famem sem saber se terá concorrente

Ivo Rezende (centro) ao lado do vice-governador eleito Felipe Camarão (e) no lançamento da candidatura: tudo leva a crer que ele será o próximo presidente da Famem

O prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), lançou ontem sua candidatura à presidência da Famem. Ele entra na disputa – será que haverá disputa – e reúne todas as condições de sair do pleito com o mandato garantido por larga vantagem. Além de ser um político da nova geração, com boa formação, bem articulado e avalizado pelo ex-prefeito de São Mateus, Milton Aragão, Ivo Rezende conta com o apoio do PSB e do Palácio dos Leões. De acordo com uma fonte próxima a ele, o provável futuro presidente da Famem está realizando uma articulação que não enxerga cor partidária. Ele acha que a entidade não deve ser partidarizada e que sua razão de ser é lutar pelos interesses dos municípios, independentemente de quem sejam os prefeitos. Essa visão se contrapõe ao que acontece na Famem sob o comando de Erlânio Xavier, que colocou a entidade a serviço da candidatura do senador Weverton Rocha, de maneira ostensiva. Tanto que vai sair sem condições políticas sequer de lançar um candidato, uma situação totalmente diferente do que aconteceu em 2018 e 2020, quando embalado pelo “poder de fogo” do senador Weverton Rocha. Ivo Rezende, se confirmado nas urnas, vai dar um rumo bem mais aberto e democrático para a entidade municipalista. Essa mudança de eixo acontecerá com qualquer outro prefeito que vier a assumir a sua direção.

Brandão e Weverton se cumprimentam, mas senador não diz se será aliado ou oposição

Carlos Brandão e Weverton Rocha trocaram cumprimentos, mas mantiveram distância

Ainda não está claro como o senador Weverton Rocha e o seu partido, o PDT, se portarão em relação ao Governo comandado por Carlos Brandão. Os dois se encontraram ontem na reunião da bancada federal, em Brasília, trocaram cumprimentos amistosamente e se mantiveram distantes durante os trabalhos. No final da semana, a Coluna enviou mensagem ao senador indagando sobre o assunto e pedindo uma definição. O senador, que costumava ser atencioso antes das eleições, manteve silêncio, não dando sinal de resposta, o que é compreensível, embora não seja lógico.

São Luís, 09 de Novembro de 2022.

Lula quer Dino no ministério, mas sabe que ele fará muita falta no Senado

Senado ou ministério? Flávio Dino terá seu futuro decidido por Lula da Silva

Em meio à intensa movimentação causada pelo processo de transição, o senador eleito Flávio Dino (PSB) vai aos poucos evidenciando a estatura política que construiu no cenário político nacional. Um dos aliados mais ativos e respeitados do presidente eleito Lula da Silva (PT), o ex-juiz federal, ex-deputado federal, ex-governador do Maranhão e agora com o passaporte carimbado para o Senado é uma das peças-chave no quebra-cabeça que o futuro chefe da Nação está montando para formar sua equipe de Governo e sua base de apoio no Congresso Nacional. O presidente eleito o quer no ministério, preferencialmente no da Justiça. Ao mesmo tempo, o quer no Senado, atuando na linha de frente no embate com a oposição bolsonarista, representada pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (União Brasil-PR). Enquanto seu nome é tema obrigatório em todas as conversas e comentários sobre o futuro Governo, o senador eleito pelo Maranhão se mantém afastado do burburinho, alimentando sua trincheira, mas pronto para o que der e vier.

Todos os observadores concordam que Flávio Dino se encaixa perfeitamente nos dois perfis, podendo prestar relevantes serviços ao País como ministro da Justiça – ou à frente de qualquer outra pasta -, podendo também realizar um trabalho parlamentar e político de ponta no Congresso Nacional. Na última visita de campanha que fez ao Maranhão, o então candidato Lula da Silva sinalizou fortemente, num discurso em praça pública, que pretendia ter o ex-governador na sua equipe de Governo, se eleito fosse. Com a eleição consolidada, Lula da Silva repetiu sua pretensão para diferentes interlocutores. Mas também, já admitiu que indo para o ministério, o senador maranhense abrirá uma lacuna enorme no Senado.

Quando as especulações sobre formação do ministério começaram, horas depois do anúncio da eleição de Lula da Silva, Flávio Dino foi dado como nome certo no Ministério da Justiça. Todavia, à medida que a frequência foi baixando, as ponderações foram se impondo, com a avaliação do novo desenho do Congresso Nacional. O presidente eleito e o seu entorno se deram conta de que, licenciando-se do mandato para ser ministro, Flávio Dino abrirá uma enorme lacuna na base parlamentar governista. Dono de enorme experiência nessa seara, o presidente eleito Lula da Silva sabe que, sem Flávio Dino, certamente terá reduzido o seu poder de fogo contra figuras bolsonaristas como Hamilton Mourão (PL-RS), que já anunciou decisão de não dar trégua ao novo Governo.

Nas suas manifestações acerca do cenário que está sendo desdenhado, o senador eleito Flávio Dino tem dado seguidas mostras de que, no ministério ou na Câmara Alta, tem base suficiente para atuar com eficiência. No Executivo, usará sem medida a exitosa experiência de sete anos e meio de um Governo produtivo. No Senado, tirará do colete a visão legislativa que demonstrou na Câmara Federal, onde fez história com várias relatorias, entre elas a da Lei da Ficha Limpa – que na época impressionou o presidente da Casa, o jurista Michel Temer (MDB). Num ou noutro campo, atuará com a habilidade com que presidiu a prestigiada Associação Nacional dos Juízes Federais.

E o que pensa o próprio Flávio Dino a respeito de tudo isso? Ninguém sabe ao certo. Ninguém duvida de que em situação normal ele faria opção pelo Senado, onde exerceria integralmente o seu mandato com a cultura de legislador, os dotes de tribuno e a habilidade de articulador político. No Ministério da Justiça, com o formato atual, investiria pesado na modernização da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal o ranço ideológico que contamina atualmente as duas corporações, de modo a torna-las definitivamente órgãos de Estado e não de Governo.

Nas últimas 48 horas, a situação do senador eleito pelo Maranhão se tornou mais complicada com a revelação, feita pelo portal de notícias 360° dando conta de que estaria sendo também cotado para uma das vagas do Supremo Tribunal Federal que serão abertas em 2023.

O fato é que o futuro imediato do senador Flávio Dino está nas mãos do presidente Lula da Silva.

PONTO & CONTRAPONTO      

Braide terá oponentes duros e precisa refazer sua base política

Eduardo Braide: decisões difíceis pela frente

O prefeito Eduardo Braide (sem partido) acompanha a movimentação de candidatos a candidato à Prefeitura de São Luís.

Até agora, integram a lista informal o deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), o deputado federal reeleito Márcio Jerry (PCdoB), o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB).

Eduardo Braide sabe que está num terreno minado e que se tornou mais complicado com o desastre que atingiu seus aliados nas urnas, em especial o senador Weverton Rocha (PDT), o deputado federal Edilázio Jr. (PSD) e o senador em fim de mandato Roberto Rocha (PTB), os quais apoiou explicitamente.

O prefeito sabe também que, além de escolher um partido adequado à realidade política que se instalará no país em janeiro, ele terá de refazer alianças, afastar-se da direita radical, livrando-se de auxiliares que fazem discurso golpista, e mover-se para uma linha respeitável de centro-direita. E no campo administrativo, desdobrar-se para tornar ainda mais competente sua gestão, que vem, inegavelmente, mostrando bons resultados. Com isso, terá margem para construir uma base política viável para encarar o enorme desafio da reeleição em 2024.

Josimar de Maranhãozinho não quer fazer oposição bolsonarista

Josimar de Maranhãozinho: longe do bolsonarismo radical

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que controla mais três votos na Câmara Federal – os dos deputados Detinha, Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr – tem dado sinais de que, mesmo que o ex-presidente Jair Bolsonaro busque abrigo no seu partido, o PL, ganhando o título de “presidente de honra”, com salário e tudo o mais, ele não pretende entrar na aventura de fazer oposição cega ao Governo do presidente Lula da Silva (PT). O parlamentar sabe que, pelo enorme abismo ideológico que os separa, ele e seu grupo jamais serão integralmente alinhados ao Palácio do Planalto. Mas tem sinalizado de que nada o impedirá de adotar a linha do Centrão, para isolar os bolsonaristas radicais e fechar com o Governo Lula nas questões essenciais, garantindo a governabilidade. O primeiro passo nessa direção foi dado por Josimar de Maranhãozinho ao costurar uma relação sem traumas do seu grupo com o governador Carlos Brandão (PSB), com quem sempre teve boa convivência – sem dependência.

São Luís, 08 de Novembro de 2022.

Weverton retorna ao Senado “cheio de gás”, mas com grandes desafios e muitas dúvidas sobre seu futuro

Weverton Rocha: de volta ao Senado, apoio a Lula da Silva, grandes desafios e muitas dúvidas sobre seu futuro político

“Estou de volta, cheio de gás, para trabalhar pelo meu país e pelo meu estado”. Foi como o senador Weverton Rocha (PDT) anunciou, por suas redes sociais, o seu retorno ao batente congressual e partidário depois de quatro meses licenciado para se dedicar à campanha eleitoral em que concorreu ao Governo do Estado e ficou na terceira colocação, depois de liderar as pesquisas – sempre no patamar de 17% a 25% das intenções de voto – até três meses antes das eleições. Um dos quadros mais ativos e promissores da nova geração da política maranhense, chefe quase absoluto de um grande partido, o PDT, o senador Weverton Rocha saiu do processo eleitoral duramente desgastado – mais pelos inacreditáveis equívocos que cometeu do que pelo seu desempenho pessoal. Retorna ao minado campo de batalha ciente dos imensos obstáculos que enfrentará para viabilizar os próximos passos da sua carreira. E a grande pergunta que está no ar é a seguinte: será aliado, indiferente, ou fará oposição ao governador Carlos Brandão (PSB)? Sua resposta definirá sua caminhada.

Candidato a governador apoiado pelas forças alinhadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), mas sem entrar de cabeça na campanha a favor do chefe da extrema-direita, o senador Weverton Rocha declarou seu voto no ex-presidente Lula da Silva (PT) no 2º turno, ao fazer o “L” num gesto de mão ao deixar a cabine eleitoral. A interlocutores, exibiu entusiasmo com a eleição do líder petista, apoiando a posição do comando nacional do seu partido nessa direção. No meio político, tanto aliados quanto adversários concordam na expectativa de que, no Senado, ele será um aliado de ponta do Governo Lula da Silva, somando esforços com a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e com o senador Flávio Dino (PSB). Nos bastidores já se especula que ele já acertou os ponteiros com o presidente eleito para atuar na sua base de apoio.

Se tem sua posição resolvida no plano nacional, devido à sua posição partidária e ao peso do mandato, o senador Weverton Rocha tem uma situação complicada na seara doméstica. Seu desgaste político por conta do rompimento – para muitos injustificado – com o ex-governador Flávio Dino é imenso. Principalmente quando decidiu apoiar o projeto de reeleição do senador de extrema-direita Roberto Rocha (PTB), e se aliar com as forças desse campo, como que renegando o chamado “socialismo moreno” cunhado por Leonel Brizola e Jackson Lago. Dentro do seu partido há vozes que o acusam severamente de colocar o PDT a serviço do seu projeto de poder, o que ficou evidenciado com o pífio desempenho do partido nas eleições gerais – o único deputado federal e os quatro estaduais do partido foram eleitos sem expressão.

Com base nas regras que movem os partidos, e pela força do mandato de senador, ninguém supõe que no momento Weverton Rocha venha a perder o comando do PDT no Maranhão. Mas ninguém duvida também de que as eleições municipais de 2024 serão um divisor de água dentro da agremiação em relação à posição no comando do partido. E será esse resultado que indicará o seu futuro no que diz respeito às eleições gerais de 2026. Será ele de novo candidato a governador, provavelmente enfrentando Felipe Camarão (PT) como governador e candidato à reeleição? Será candidato à reeleição de senador, disputando vaga com Carlos Brandão? São equações que estão no ar, óbvias, mas politicamente complexas.

Mesmo diante de cenário tão complexo e desafiador, pode errar feio quem se motivar por conclusões apressadas. Weverton Rocha tem a seu favor a juventude, a prática política arrojada, posição de proa no comando nacional do seu partido, o controle do braço maranhense do PDT e quatro anos como senador, exercendo o mandato com grande produção legislativa. Isso significa dizer que, se de um lado tem problemas sérios para resolver, por outro, dispõe da oportunidade de tirar as lições corretas dos erros cometidos nas eleições municipais de 2020 e do tombo que sofreu em 2022. Agora, é usar o pragmatismo de maneira inteligente: a faca e o queijo estão acessíveis. Se fizer os movimentos certos, poderá seguir em frente, mas se errar, perderá tudo.

E o primeiro passo será decidir se atuará como aliado ou como adversário do governador Carlos Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Ivo Rezende consolida candidatura é vai disputar a Famem como favorito

Ivo Rezende consolida candidatura e entra como favorito para a Famem

Se não houver qualquer embaraço ou fato novo capaz de desfazer a costura em andamento, o prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), será eleito presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) no pleito que será realizado em janeiro. Apoiado pelo seu padrinho político, o ex-prefeito Miltinho, pelo comando do seu partido, e com o discreto aval do Palácio dos Leões, Ivo Rezende vem consolidando sua candidatura. Nessas articulações, ele já teria conseguido o apoio dos prefeitos de Coelho Neto, Bruno Silva (PP), de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e de Barra do Corda, Rigo Teles (PL), que despontavam como nomes fortes para disputar o comando da entidade municipalista.

É claro que faltando mais de dois meses para a eleição do comando da Famem, muita água poderá rolar na seara municipalista, podendo inclusive surgir um candidato de oposição. Mas, na avaliação de um prefeito que conhece bem os meandros da entidade, Ivo Rezende é um candidato consolidado, em condições de se eleger. Essa fonte chama atenção para o fato de que o PDT, que controla a entidade há dois mantados, perdeu as condições de competitividade nas eleições gerais, não havendo, pelo menos até o momento, qualquer sinal de que o atual presidente, o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier, que é o segundo homem na hierarquia do comando pedetista, esteja planejando lançar candidato à sua sucessão.

Mas, como lembram as raposas mais tarimbadas, principalmente no que diz respeito à luta pelo poder, a política tem um elevado grau de imprevisibilidade.

Núcleo duro vai continuar no novo governo

José Reinaldo, Sebastião Madeira, Luís Fernando Silva e Aparício Bandeira devem continuar no Governo

O próprio governador Carlos Brandão ainda não se manifestou especificamente acerca de quem comporá sua equipe para o próximo governo. Mas nos bastidores políticos e partidários algumas especulações começam a se firmar como possíveis. Uma delas é a provável manutenção do núcleo básico da atual equipe.

Principal aliado e conselheiro do governador eleito, o ex-governador José Reinaldo Tavares deverá continuar à frente da Secretaria Especial de Programas Estratégicos, que deve atuar como eixo desenvolvimentista do governo. Um dos mais eficientes coordenadores políticos do governo durante a campanha, quando fez a interlocução do Palácio dos Leões com segmentos da sociedade organizada, o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, deve continuar na Casa Civil. Responsável pelo controle das contas públicas desde a posse do governador Carlos Brandão, atuando também como conselheiro político, o ex-prefeito de São José de Ribamar, Luís Fernando Silva, deve continuar no comando da área de Planejamento e Orçamento. Técnico experiente, gestor eficiente e com fortes laços de amizade com o governador Carlos Brandão, o engenheiro Aparício Bandeira deve continuar no comando da importante Secretaria de Infraestrutura.

Claro que não se trata de fato consumado, mas a julgar pelo que se ouve nos bastidores, os quatro continuarão.

São Luís, 06 de Novembro de 2022.

Como senador ou ministro, Flávio Dino será nome forte no cenário nacional dos próximos anos

Flávio Dino e Nicolau Dino: carreiras independentes na magistratura federal e no Ministério Público Federal

Adversários do senador eleito Flávio Dino (PSB) tentam reduzir o seu tamanho político sugerindo que ele está disputando vaga de ministro na equipe que o presidente eleito Lula da Silva (PT) vai montar para governar. A última provocação diz que o ex-governador do Maranhão estaria sendo rifado em favor de dois membros destacados do PSB, o ex-governador de São Paulo, Márcio França, e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Ambos estariam cotados para o ministério e, de acordo com as insinuações dos seus adversários, poderão ocupar cargos para os quais Flávio Dino foi lembrado. Não satisfeitos, dizem agora que a possível indicação do procurador da República Nicolau Dino, irmão de Flávio Dino, para comandar a Procuradoria Geral da República, pode inviabilizar o projeto do senador eleito de ser ministro. As provocações – que animam o meio político, diga-se – não levam em conta o fato de que tudo o que foi dito até agora sobre a composição do ministério está limitado ao campo da especulação, uma vez que o presidente eleito não soltou nenhuma pista nesse sentido.

Hoje uma das vozes políticas mais respeitadas do País – sem nenhum favor – o senador eleito Flávio Dino não deu até aqui nenhuma declaração que leve à conclusão de que ele está realmente interessado em ser ministro. Quem sinalizou nessa direção foi o próprio Lula da Silva, num discurso para milhares de pessoas em São Luís, no qual disse com todas as letras que, se eleito, queria o ex-governador do Maranhão como membro do seu ministério. Várias vezes indagado sobre o assunto, Flávio Dino agradeceu a lembrança, mas deixou claro que não queria estender a conversa sobre o assunto.

Desde o anúncio da vitória de Lula da Silva nas urnas, na noite de 30/09, veículos de comunicação, a começar pelos mais importantes, como os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, por exemplo, montaram listas e mais listas com nomes cotados para o ministério, todas elas incluindo o senador eleito Flávio Dino, sendo a maioria apontando-o para o Ministério da Justiça, mas também para duas outras pastas: Casa Civil e Integração Nacional. Flávio Dino manteve absoluta coerência ao desconversar sobre esse tema.

Ontem, em meio à marola causada pela informação segundo a qual o procurador geral de Justiça adjunto Nicolau Dino seria candidato à sucessão do atual procurador geral, Augusto Aras, e que tal candidatura inviabilizaria eventual escolha de Flávio Dino para o Ministério da Justiça. Para começar, uma coisa não tem nada com a outra, uma vez que PGR e Ministério da Justiça não guardam qualquer ligação institucional. Flávio Dino foi juiz federal e Nicolau Dino entrou para o Ministério Público Federal, cada um seguindo o seu próprio caminho, sem nenhum choque. Dono de uma carreira impecável no Ministério Público Federal, Nicolau Dino é atualmente procurador-geral da República adjunto, estando, portanto, legitimamente credenciado para pleitear o cargo de procurador geral da República, independentemente de o seu irmão vir a ser ministro da Justiça.

Nos sete anos e três meses em que foi governador, o hoje senador eleito Flávio Dino enfrentou muitas batalhas jurídicas envolvendo a PGR, não tendo havido um só caso em que se aludiu a possibilidade de “cooperação” entre os dois irmãos. Ao contrário, houve situações em que o procurador da República Nicolau Dino se posicionou contrariamente à pretensão do Governo do Maranhão.

Finalmente, no que diz respeito à especulação envolvendo Márcio França e Paulo Câmara, vale assinalar que, embora representem estados economicamente mais fortes que o Maranhão, não alcançam a estatura política de Flávio Dino. O ex-governador paulista Márcio França perdeu a vaga de senador por São Paulo para o astronauta bolsonarista Marcos Ponte (PL), e o governador Paulo Câmara viu sua candidata ao Governo do de Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade), ser derrotada por Raquel Lyra (PSDB), que vai levar os caciques conservadores pernambucanos de volta ao comando daquele estado. Já o senador eleito pelo Maranhão comandou uma vitória em que fez cabelo, bigode e barba.

E para encerrar, vale outro registro: com o grande número de bolsonaristas eleitos para o Senado, pelo menos nesse primeiro momento, Flávio Dino já é visto por todos os analistas como peça fundamental na base governista no Poder Legislativo.      

PONTO & CONTRAPONTO

Bancada maranhense dará maioria a favor das mudanças no Orçamento propostas por Lula

Márcio Jerry e Aluísio Mendes: visões diferentes na tarefa de ajustar o Orçamento

Uma grande movimentação deve mobilizar a atual bancada federal para a aprovação, nas próximas semanas, do Orçamento da União para 2023 com as mudanças propostas pela equipe do presidente eleito Lula da Silva (PT), para desmontar as bombas de efeito retardado fabricadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). As alterações orçamentárias pedidas pelo futuro mandatário visam resolver problemas complicados, como garantir a continuidade do Auxílio Brasil, no valor de R$ 600,00, e a criação de mecanismos que permitirão ao novo Governo reajustar o salário mínimo com base no crescimento do PIB nos últimos cinco anos, além da inflação do ano anterior, o que significará a concessão de aumento real para o piso salarial do país.

Os articuladores designados pelo presidente eleito estão se desdobrando para fazer a mobilização, que conta com o aval do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O governador reeleito Carlos Brandão (PSB) e o senador eleito Flávio Dino (PSB) participam desse esforço.

Mesmo abrigando bolsonaristas de proa – como o senador Roberto Rocha (PTB), que está em fim de mandato -, a fatia maranhense do Congresso Nacional não é majoritariamente hostil ao presidente eleito Lula da Silva. Os senadores Eliziane Gama (Cidadania) e Weverton Rochas (PDT), assim como os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB), Rubens Jr. (PT), Pedro Lucas Fernandes (UB), André Fufuca (PP), Bira do Pindaré (PSB), Zé Carlos (PT), João Marcelo (MDB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas), Cléber Verde (Republicanos) e Gil Cutrim (Republicanos) devem apoiar as mudanças propostas pelo presidente eleito. Já os deputados Aluísio Mendes (PSC), Josivaldo JP (PSD), Pastor Gildenemyr (PL), Hildo Rocha (MDB), Juscelino Filho (UB) e Edilázio Jr. (PSD), bolsonaristas assumidos e militantes, poderão trabalhar em sentido contrário.

Começa o processo sucessório na Famem

Erlânio Xavier convoca a eleição que vai tirá-lo do poder na Famem

O presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Erlânio Xavier (PDT) está convocando os prefeitos filiados para uma assembleia no final deste mês, quando serão formalizadas a data e as regras da eleição da nova Mesa Diretora da entidade municipalista. O atual presidente não pode mais ser candidato, e já existem dois candidatos declarados: Ivo Rezende (PSB), prefeito de São Mateus, e Bruno Silva (PP), prefeito de Coelho Neto. Outros nomes poderão surgir até o início de janeiro.

A eleição será realizada em janeiro, e deve marcar a derrubada da última coluna de sustentação política do projeto de poder do senador Weverton Rocha (PDT). Vice-presidente estadual do PDT e coordenador da campanha do chefe maior do seu partido ao Governo do Maranhão, posição reforçada com a presidência da entidade que congrega os prefeitos maranhenses, Erlânio Javier apostou alto que iniciaria 2023 como homem-forte do Governo do Maranhão. Não deu. Se tentar fazer o sucessor, é muito provável que venha a amargar outra derrota acachapante. Quando passar o cargo ao seu sucessor na Famem, voltará à planície como prefeito de Igarapé Grande.

São Luís, 04 de Novembro de 2022.