Arquivos mensais: agosto 2018

Cinco candidatos disputam a Prefeitura de Bacabal, mas a guerra se dá entre os grupos de João Alberto e de Zé Vieira

 

Edvan Brandão e Graciete Lisboa exibem comprovante de registro de duas candidaturas a prefeito e a vice-prefeita; César Brito e Florêncio Neto fazem o mesmo emoldurando Zé Vieira

Ao mesmo tempo em que seis candidatos a governador do Maranhão iniciam oficialmente seus movimentos em busca de votos em todo o território maranhense, cinco candidatos dão a largada visando sentar praça no gabinete principal da Prefeitura de Bacabal: Edvan Brandão (PSC), César Brito (PPS), Gisele Veloso (PR), Luizinho Padeiro (PSB) e Maninho (PRB). O elevado número de candidatos à eleição suplementar em Bacabal, porém, não traduz a verdadeira guerra que está sendo travada entre o grupo liderado pelo senador João Alberto (MDB) e o formado pelos aliados do ex-prefeito Zé Vieira (PR), que teve mandato cassado por ter a ficha suja. Essas duas correntes vêm se confrontando há quase duas décadas, com altos e baixos dos dois lados. Na primeira rodada do processo eleitoral em Bacabal, em 2016, o candidato apoiado pelo senador foi o deputado estadual Roberto Costa (MDB), que ficou em segundo lugar, e decidiu abrir mão da candidatura para se dedicar integralmente ao projeto de reeleição para a Assembleia Legislativa. João Alberto declarou apoio a Edvan Brandão e sua vice, a ex-deputada Graciete Lisboa, enquanto Zé Vieira deu seu aval a César Brito, que tem como vice o vereador Florêncio Neto, que formou chapa com o líder na primeira eleição.

Em poucos municípios do Maranhão o embate político é tão intenso quanto em Bacabal. Mesmo existindo pequenos grupos políticos isolados, o confronto se dá mesmo é entre o senador João Alberto, que caminha para a aposentadoria após uma série de mandatos, entre eles o de prefeito de Bacabal, e o empresário e político Zé Vieira, que disputou poucos mandatos, mas firmou uma liderança surpreendente naquele município, e agora aos 86 anos, com sérios problemas de saúde, está também se aposentando. Sem a possibilidade de manter o controle elegendo Roberto Costa, João Alberto espera continuar influente em Bacabal na gestão do prefeito Edvan Brandão, caso ele se eleja. Depois de cassado, Zé Vieira tentou sair de cena para cuidar da saúde, mas a pressão dos seus aliados foi tão grande que ele resolveu declarar apoio ao candidato César Brito.

Com a saída do deputado Roberto Costa da peleja, o senador João Alberto incorporou a candidatura de Edvan Brandão, um vereador que presidia a Câmara Municipal e que se tornou prefeito de Bacabal com a cassação do prefeito eleito Zé Vieira, com a vantagem de concorrer ao cargo. Ao mesmo tempo, o grupo liderado por Zé Vieira tentou articular a candidatura do vice dele, Florêncio Neto (PHS), filho do deputado estadual Carlinhos Florêncio (PCdoB), que preferiu cuidar da sua reeleição para a Assembleia Legislativa do que abandonar esse projeto para entrar numa guerra de desfecho absolutamente imprevisível.

A guerra política e eleitoral que está sendo travada em Bacabal – um dos 10 maiores municípios do Maranhão, com 103 mil habitantes e mais de 60 mil eleitores – é tão expressiva que envolverá os candidatos a governador Flávio Dino (PCdoB) e Roseana Sarney (MDB), que pessoalmente gostaria de ficar de fora dessa confusão. Por intermédio de João Alberto, o Grupo Sarney apoia a candidatura do prefeito Edvan Brandão, enquanto César Brito terá o apoio do governador Flávio Dino, que também não demonstra interesse vivo pela disputa, também preferindo manter-se distante do embate direto. Ambos acionarão seus esquemas políticos para a  campanha, mas, tudo indica, decididos a não interferir diretamente, para não melindrar o eleitorado que está dividido entre os dos dois candidatos.

A sorte dos dois grupos está lançada em Bacabal: se o prefeito interino Edvan Brandão for confirmado nas urnas, como estaria previsto, o grupo liderado pelo senador João Alberto ganhará um reforço e tanto. Mas se a vitória vier a sorrir para César Brito, Zé Vieira iniciará sua aposentadoria em estado de graça. Mas os dois lados poderão ser amargamente surpreendidos se uma terceira via vier a ganhar força e reverter essa polarização óbvia.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto dá a larga na campanha reunindo milhares em São Félix de Balsas

Othelino Neto e o prefeito  Márcio Pontes(e)no grande comício de São Félix de Balsas

Poucas vezes São Félix de Balsas, pequeno município de 4,7 mil habitantes localizado na Região Sul do Maranhão, assistiu a um evento político de tamanha expressão como a largada do deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, feita  numa gigantesca carreata em busca da reeleição. Integrante da coligação “Maranhão de Todos”, o parlamentar vem ganhando força política e eleitoral, confirmando uma tendência que o aponta como um dos nomes mais fortes dessa disputa. Apoiadores se concentraram na rua principal do centro para acompanhar o discurso parlamentar, que tem sido um dos pilares da base de sustentação do governador Flávio Dino. Na sua fala aos são-felenses, Othelino Neto ressaltou que escolheu iniciar sua campanha para reeleição a deputado estadual em São Félix de Balsas para reafirmar o compromisso de intervir junto ao governo do Estado para a execução das obras de construção de uma ponte que resolva os problemas da população, que atualmente precisa pagar pedágio para entrar ou sair do município. O prefeito de São Félix de Balsas, Márcio Pontes, agradeceu a visita do deputado e falou sobre o apoio de Othelino Neto na garantia de benefícios para o município. “O deputado sempre demonstrou ter compromisso e seriedade e desde o primeiro momento em que pedi o seu apoio , ele tem ajudado a garantir benefícios para São Félix de Balsas. Ele sempre está disposto a ajudar, principalmente na saúde ,onde o município é mais carente”, enfatizou.

 

Edison Lobão e Sarney Filho acertam o passo e fazem campanha juntos

Edison Lobão e Sarney Filho emolduram Roseana Sarney, Ribinha Cunha e aliados em Timon, e demonstram que as sintomas de crise já são assunto superado

Antes dando a impressão de que haveria algo de errado nas suas relações de campanha, o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV), candidatos ao Senado pela coligação liderada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB), se mostram agora como parceiros que acertaram os ponteiros. Eles têm marcado presença juntos em todos os eventos encabeçados por Roseana Sarney, que está cumprindo uma maratona de compromissos de campanha nas diversas regiões do estado. Na fase de pré-campanha, correu nos bastidores que os dois estariam disputando a preferência do Grupo, havendo rumores também de que eles estariam estremecidos. Agora, Edison Lobão e Sarney Filho estão atuando juntos, como integrantes de uma chapa, eliminando todos os sintomas e indícios de que está em curso um pacto em que os dois se comprometem a ajudar um ao outro.

São Luís, 17 de Agosto de 2018

 

Campanha eleitoral começa com pesquisa indicando que Flávio Dino pode vencer no primeiro turno.  

Flávio Dino lidera a corrida ao Palácio dos Leões seguido de Roseana Sarney, Roberto Rocha, Maura Jorge, Odívio Neto e Ramon Zapata, segundo pesquisa

Os seis candidatos ao Governo do Maranhão iniciaram ontem a corrida às urnas com uma informação que pode balizar os seus movimentos e suas estratégias a partir de agora. De acordo com os números levantados em nova pesquisa do instituto DataIlha, feita em parceria com o Grupo Difusora, se a eleição fosse realizada agora, o governador Flávio Dino (PCdoB) seria reeleito com 61,76% dos votos válidos – descartados os brancos, nulos e indecisos – contra 32,93% da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), 3,19% do senador Roberto Rocha (PSDB), 1,14% da ex-prefeita Maura Jorge (PSL), 0,61% de Odívio Neto (PSOL) e 0,37% de Ramon Zapata (PSTU). Já na votação nominal – quando se leva em conta os percentuais de brancos, nulos e indecisos -, Flávio Dino aparece com 51,1% das intenções de voto, enquanto Roseana Sarney tem a preferência de 28,1%, Roberto Rocha 3,0%, Maura Jorge 1,4%. Odívio Neto e Ramon Zapata 0,5% cada um. E um dado fundamental: a pesquisa tem uma margem de erro de 3,3% – o que significa dizer que o percentual de cada candidato pode variar para cima ou para baixo – com nível de confiança de 95%.

No montante de votos válidos, Flávio Dino lidera com 61,76% enquanto os demais concorrentes somados alcançam 36.24% dos votos. Nesse contexto, os que disseram que votarão em branco ou anularão seus votos somaram 5,6%, enquanto os que não souberam responder foram 9,8%, num total de 15,4%. Um exercício estatístico a partir desses percentuais leva à conclusão de que, mesmo se os 9,8% de indecisos viessem a se posicionar integralmente a favor dos candidatos de Oposição, o total seria de 46,09%, o que confirmaria a vantagem do governador. Mais ainda: se a diferença da margem de erro (3,3%) fosse distribuída entre os candidatos oposicionistas, isso não seria suficiente para virar o jogo, uma vez que Flávio Dino venceria no primeiro turno com uma vantagem de sete décimos – quatro décimos a mais do que a vantagem com que Roseana Sarney venceu a disputa de 2010 no primeiro turno.

A pesquisa revela que até aqui o quadro da disputa encontra-se rigorosamente estabilizado no seu todo, com variações que não impressionam nem sinalizam com a possibilidade de virada. O dado mais expressivo é a “volta” que o tucano Roberto Rocha deu na bolsonariana Maura Jorge, invertendo a posição em relação a outras pesquisas, passando a ser o terceiro colocado na corrida ao Governo do Estado. Essa troca de posições não alterou o cenário, já que, aparentemente, parte dos eleitores de Maura Jorge “migrou” para Roberto Rocha e parte para Roseana Sarney, enquanto o percentual de Flávio Dino permaneceu intacto, com variação de décimos. Na seara oposicionista, todas as pesquisas publicadas até aqui rascunharam a seguinte tendência: a migração de voto entre os candidatos de Oposição, enquanto os percentuais encontrados em favor de Flávio Dino se mantêm no mesmo patamar. Ou seja, Roseana Sarney, Roberto Rocha e Maura Jorge brigam entre si, sem conseguir até aqui romper a blindagem que garante o favoritismo do governador.

A pesquisa DataIlha/Difusora foi a última realizada antes da campanha eleitoral propriamente dita, que começou ontem e será intensificada a partir do dia 31 deste mês, quando começará a “guerra” eletrônica, com a presença dos candidatos no rádio e na TV. A partir de agora, cada informação estatística sobre intenções de voto será examinada com o máximo de atenção pelos estrategistas das campanhas, que buscarão nos percentuais que virão por aí dados que os permitam ajustar os procedimentos e os discursos dos seus candidatos. E nesse confronto, o governador Flávio Dino entra com uma vantagem a mais: a pesquisa DataIlha/Difusora apurou que 60,92% dos entrevistados disseram que aprovam seu Governo, enquanto 39,08% responderam que não aprovam

Em Tempo: A pesquisa DataIlha/Difusora foi realizada entre os dias 4 e 6 deste mês em 36 cidades e ouviu 2.037 eleitores, tendo margem de erro de 3,3% e intervalo de confiança de 95%. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo de nº MA-03307/2018.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula lidera com folga a corrida dos presidenciáveis por votos no Maranhão

Lula da Silva: mesmo preso, lidera absoluto a corrida presidencial no Maranhão

A pesquisa DataIlha/Difusora investigou também o cenário das intenções de voto dos maranhenses para a corrida ao Palácio do Planalto, encontrando um quadro previsível: se a eleição presidencial fosse agora, o ex-presidente Lula da Silva (PT), receberia nada menos que 67,9% dos maranhenses. Em segundo lugar viria Jair Bolsonaro (PSL), com 19,51%, seguido de Ciro Gomes (PDT), com 5,70%; Marina Silva (Rede), com 4,75%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 1,42%; Henrique Meirelles (MDB), com 0,74 %. Álvaro Dias (Podemos) e Guilherme Boulos (PSOL) aparecem cada um com 0,21 % e João Amoêdo (Novo) aparecendo em último lugar, com 0,16%. A deputada gaúcha Manuela DÁvila (PCdoB) aparece na pesquisa com 0,21% dos votos, mas ela abdicou da candidatura para apoiar o movimento PT em favor da candidatura do líder petista. Esse cenário poderá sofrer mudança radical se o ex-presidente Lula da Silva for enquadrado na Lei da Ficha Limpa, como está sendo desenhado. Nesse caso, será substituído pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que terá a comunista Manuela DÁvila como candidata a vice-presidente. Se Lula da Silva não entrar na corrida, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro poderão crescer no estado.

 

Ildon Marques sofre impugnação e pode deixar a corrida à Câmara Federal

Ildon Marques: ex-prefeito pode ser impedido de disputar cadeira na Câmara Federal

Considerado por muitos um dos “pesos pesados” na briga por vagas na Câmara Federal, o empresário Ildon Marques (PP), ex-prefeito de Imperatriz, poderá ficar em casa na corrida eleitoral deste ano. Motivo: o Ministério Público Eleitoral protocolou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA) ação de impugnação do seu pedido de registro de candidatura. O MPE alega que o ex-prefeito aparece na lista do Tribunal de Contas da União (TCU), na qual constam nomes de políticos condenados por improbidade administrativa, a exemplo do que aconteceu com Júnior Lourenço, ex-prefeito de Miranda do Norte, que também pretendeu disputar uma cadeira na Câmara Federal. O procurador justifica a impugnação do pedido de registro de candidatura do ex-prefeito de Imperatriz alegando que ele foi condenado à suspensão dos seus direitos políticos por decisão colegiada “em razão da prática de atos dolosos de improbidade administrativa que importaram dano ao erário e enriquecimento ilícito”. Ildon Marques deve recorrer da impugnação, mas tudo indica que ele dificilmente poderá se candidato.

São Luís, 17 de Agosto de 2018.

Resgate: Assembleia concede cidadania maranhense a Padre Josimo, 32 anos após o seu assassinato explosivo

 

Padre Josimo e o plenário da Assembleia Legislativo, que apoiou o projeto de Bira do Pindaré dando-lhe a cidadania

A Assembleia Legislativa aprovou ontem a concessão do título póstumo de Cidadão Maranhense a Josimo Morais Tavares, o Padre Josimo, um sacerdote paraense (Marabá) que entrou para a História das lutas sociais como herói e mártir ao ser assassinado em Imperatriz, no dia 10 de Maio de 1986, aos 33 anos, num crime de pistolagem que alcançou repercussão mundial. Ele foi vítima de fazendeiros e grileiros que atuavam na microrregião do Bico do Papagaio, então o mais explosivo pedaço do Brasil em matéria de conflitos agrários, onde atuava como coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), com ação intensa e desafiadora em favor de lavradores pobres, órfãos do Estado e vítimas daqueles grupos. Proposta pelo deputado Bira do Pindaré (PSB), a cidadania maranhense é concedida a Padre Josimo 32 anos após sua morte e tem o sentido de um resgate, não apenas como uma homenagem em si, mais que justa, mas principalmente pelo fato de lembrar que, mais de 11 mil dias depois do seu sacrifício, e de que, mesmo levando em conta a volta da democracia, a chegada da Constituição Cidadã em 1988 e de uma maior consciência política, a situação não mudou muito. Naquela região, agricultores sem terra continuam sendo explorados e assassinatos, como aconteceu no massacre de Eldorado de Carajás e o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Sting, entre outros casos reveladores de que o Estado brasileiro continua incapaz de criar uma nova realidade fundiária nos seus oito milhões de quilômetros quadrados.

Os dois disparos que tiraram a vida de Pedro Josimo, feitos pelo pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa dentro da Mitra Diocesana, localizada na Avenida Dorgival Pinheiro, no coração da Princesa do Tocantins, a mando de um grupo de fazendeiros comandado por Geraldo Paulo Vieira, tiveram o poder explosivo de bombas poderosas. Aquele assassinato, ocorrido dentro da Mitra Católica, onde funcionava a CPT Araguaia-Tocantins, aconteceu em plena fase prévia das eleições de 1986, as primeiras no pós-ditadura, quando o Brasil, tendo à frente o presidente maranhense José Sarney (MDB) e sob as atenções do mundo, dava o segundo passo – o primeiro foi a eleição de Tancredo neves e José Sarney em 1984 – para restaurar a democracia na sua plenitude e que seria consolidado com a edição da Constituição Cidadã em 1988. Naquele momento, a América Latina vivia ainda o envolvimento direto de parte da Igreja Católica nas questões sociais, principalmente na questão agrária, por meio da Teologia da Libertação. Padre Josimo, identificado no meio rural como o sacerdote “das sandálias surradas”, era um símbolo dessa linha de interpretação do Evangelho, reforçando sua luta como coordenador da CPT e com uma forte ação pastoral baseada nos princípios enfáticos do cristianismo.

Padre Josimo sabia que, ao defender os oprimidos do Bico do Papagaio, uma região manchada por conflitos e violência, estava marcado para morrer. Tanto que num relatório que fez aos seus superiores depois do primeiro atentado, sofrido no dia 15 de abril, havia menos de um mês da tragédia, numa estrada do interior do Pará, quando seu veículo – uma velha Toyota azul – foi alvejado por quatro tiros, ele, que saiu ileso, escreveu: “Agora estou empenhado na luta pela causa dos pobres lavradores indefesos, povo oprimido nas garras dos latifúndios. Se eu me calar, quem os defenderá? Quem lutará a seu favor? Eu pelo menos nada tenho a perder. Não tenho mulher, filhos e nem riqueza sequer, ninguém chorará por mim. Só tenho pena de uma pessoa: de minha mãe, que só tem a mim e mais ninguém por ela. Pobre. Viúva. Mas vocês ficam aí e cuidarão dela. Nem o medo me detém. É hora de assumir. Morro por uma justa causa”.

O assassinato de Padre Josimo foi uma chibatada em Imperatriz, que viu reforçado o seu estigma de cidade onde a pistolagem dava as carta; foi um soco no estômago do Maranhão, que teve exposta e remexida sua ferida de estado mergulhado em conflitos agrários; e funcionou também como uma pancada no Brasil, cujo Governo que foi duramente criticado  mundo afora, a começar pela Santa Sé. Todos os efeitos danosos do crime invadiram, com força avassaladora, o gabinete do então presidente José Sarney, como líder brasileiro e maranhense. Essa circunstância mudou o curso da trajetória dos assassinatos no País, marcados pela morosidade da ação policial. José Sarney determinou que o próprio chefe maior da Polícia Federal, o então festejado e temido delegado federal Romeu Tuma, se mudasse para Imperatriz e comandasse pessoalmente as investigações. O empenho do delegado e dos seus subordinados foi tamanho que o crime foi esclarecido rapidamente, com a prisão do executor e dos mandantes. Todos foram julgados e condenados.

O crime abalou o cenário político daquele ano de 1986, porque aconteceu em meio a um processo eleitoral no qual Epitácio Cafeteira (MDB) e João Castelo (PFL) adicionaram o tema às suas campanhas e tornaram o embate decisivo para o Maranhão e para o País, quando as forças reprimidas durante a ditadura voltaram a se manifestar num País mergulhado em contradições, sendo a luta de Padre Josimo uma delas, que se tornou evidente com a sua morte. Os dois disparos, feitos com calibre 7.65, conseguiram também que o Governo de então acelerasse o processo de reforma agrária por meio de um amplo programa de desapropriações, muitas delas ocorridas no Bico do Papagaio e no Maranhão.

A iniciativa do deputado Bira do Pindaré, corretamente avalizada pela Assembleia Legislativa, tem muitos méritos, sendo o mais importante deles o alerta no sentido de lembrar aos maranhenses e brasileiros que, mesmo com os instrumentos que dispõe, o Estado brasileiro ainda não fez a reforma agrária que, se efetivada, já poderia ter colocado um ponto final nessa chaga, que continua produzindo e eliminando Padres Josimos País afora.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Corrida ao Palácio dos Leões terá mesmo seis candidatos

Flávio Dino, Odívio Neto, Ramon Zapata, Roseana Sarney, Roberto Rocha e Maura Jorge estão confirmados como candidatos ao Governo do Maranhão em Outubro

O Governo do Maranhão será disputado por seis candidatos: Flávio Dino (PCdoB), que busca a reeleição liderando uma aliança com 16 partidos; Roseana Sarney (MDB), que tenta voltar ao Governo liderando uma coligação de seis partidos; Roberto Rocha (PSDB), que se movimenta no comando de seis partidos; Maura Jorge (PSL) sem ninguém; Odívio Neto (PSTU), que vai à luta com o apoio do PCB; e Ramon Zapata (PSTU), que não fez aliança em nenhuma direção. A menos que aconteça o imprevisível e imponderável, todos os candidatos estão aptos a votarem e serem votados, e a previsão é que todos eles cheguem inteiros às urnas no dia 7 de Outubro. Haverá, claro, questionamentos em relação a vários candidatos, a começar pelo governador Flávio Dino, mas nada existe de concreto que possa impedir a sua candidatura. Na avaliação de um craque em direito eleitoral, a inelegibilidade do governador, determinada pela juíza Anelise Reginato, será dinamitada por falta de consistência. Assim, se não houver desistência, a corrida terá mesmo a participação dos seis aspirantes ao Governo.

Bandeira de Lula ficará com Flávio Dino no Maranhão

Flávio Dino vai com Lula da Silva na campanha ao Palácio dos Leões, Roseana Sarney também quer

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) está inclinada a associar seu nome ao do ex-presidente Lula da Silva (PT), mas está pressionada pelo poder de fogo do governador Flávio Dino (PCdoB), que tem uma enorme vantagem na relação política com o ex-presidente, a começar pelo fato de que o PCdoB está representado por Manuela DÁvila na chapa lulista como candidata a vice, o que dá ao governador legitimidade partidária para apoiar o ex-presidente. Além disso, Roseana Sarney já começa a receber pressões da cúpula partidária para entrar em campo apoiando abertamente o candidato do MDB, Henrique Meirelles. A emedebista enfrentará também a hostilidade de petistas que ainda não se conformaram com o fato de que Roseana Sarney articulou pesado no Congresso Nacional pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ou seja, tudo indica que Lula só se fará  presente no palanque de Flávio Dino, e ponto final.

São Luís, 15 de Agosto de 2018.

Corrida ao Senado rompe acordos formais e permite uma ciranda surpreendente de alianças entre candidatos

 

Edison Lobão, Eliziane Gama, Sarney Filho, Weverton Rocha, José Reinaldo e Alexandre Almeida: alianças surpreendentes na corrida pelas vagas no Senado

Os movimentos registrados até agora confirmam a impressão inicial, várias vezes alertada pela Coluna, de que a corrida pelas duas vagas no Senado da República será o diferencial do processo eleitoral em curso. Até aqui as pesquisas e avaliações têm apontado favoritos, mas o andar da carruagem mantém de pé a ponderação de que os dois senadores eleitos sairão do grupo formado pelos seis candidatos: Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV), da coligação liderada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB); Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS); e José Reinaldo Tavares (PSDB) e Alexandre Almeida (PSDB). Nos bastidores partidários, alguns observadores acreditam que uma coligação fará os dois senadores, outros apostam que o eleitorado votará equilibrando o cenário político elegendo um senador do governador eleito e um da Oposição, tendo também os que esperam que os dois senadores eleitos serão de Oposição ao governador que sair das urnas. Até aqui, a movimentação dos candidatos a senador rascunha uma tendência segundo a qual o resultado pode ser a eleição de dois representantes de chapas diferentes, com um aliado e um adversário do governador eleito.

As informações produzidas diariamente anunciam uma verdadeira profusão de alianças as mais surpreendentes. Há município onde Edison Lobão faz dobradinha com Weverton Rocha, assim como há colégio eleitoral onde Eliziane Gama está de parceria com Sarney Filho. Em outro, José Reinaldo e Edison Lobão são apoiados por aliado comum, ao mesmo tempo em que há casos em que Alexandre Almeida será votado junto com Eliziane Gama. No geral, há acertos envolvendo os dois candidatos da mesma chapa, como Weverton Rocha e Eliziane Gama, como também Edison Lobão e Sarney Filho, por exemplo. Existe ainda um fantasma: há muitos eleitores que ainda não tem muita clareza em relação ao direito de escolher dois candidatos, fazendo opção muito forte por um deles, sem dar muita importância ao outro, apontado este como “o segundo”, o que é um equívoco grave, que precisa ser esclarecido, pois não há primeiro nem segundo. Existem, sim, duas vagas a serem preenchidas com o mesmo grau de importância.

Até aqui não se tem notícia de que a cúpula de alguma coligação tenha se posicionado contra a participação dos seus candidatos a senador nessa frenética ciranda de alianças limitadas. Um caso de plena liberdade nessa seara foi protagonizado pelo deputado federal André Fufuca, que preside o PP no Maranhão. Aliado do governador Flávio Dino, o parlamentar anunciou que apoiará a candidatura de Sarney Filho onde puder, reservando o apoio a Weverton Rocha ou a Eliziane Gama onde for possível. Ninguém reagiu, exatamente porque todos estão construindo pontes dessa natureza, com o registro claro e inequívoco de dezenas e dezenas de casos em todas as regiões do Maranhão. São as conveniências políticas e eleitorais que se impõem numa guerra desse porte, na qual a superação das diferenças pode turbinar candidaturas, e a inflexibilidade e o fechamento de janelas podem enterrar projetos eleitorais antes vistos como viáveis.

O comunista Flávio Dino, a emedebista Roseana Sarney e o tucano Roberto Rocha acompanham a movimentação dos seus candidatos ao Senado com a atenção devida, certificando-se, é claro, de que tais acordos – todos informais, diga-se de passagem -, não envolvem o voto para governador. Até agora os aspirantes a mandato senatorial têm mantido a linha, não incluído o voto para governador nesse pacote, só agindo nessa direção quando o acordo permite puxar votos para os seus candidatos ao Palácio dos Leões.

Pela intensidade com que está sendo movimentado, o cenário da corrida para as duas cadeiras no Senado não permite ainda apontar quem está de fato caminhando para ganhar a eleição. A última pesquisa Data Ilha apontou Edison Lobão e Sarney Filho na frente, seguidos de muito perto por Weverton Rocha e Eliziane Gama, com José Reinaldo e Alexandre ameaçando alcançá-los. Vale, portanto, aguardar o desenrolar dessa corrida frenética e imprevisível.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Graça Paz quebra regra como candidata a vice de Roberto Rocha

Graça Paz: carreira bem sucedida agora com desafio de ser candidata a vice

De todos os candidatos a vice-governador, a escolha mais surpreendente e inovadora foi a da deputada estadual Graça Paz (PSDB) para compor chapa com o candidato tucano Roberto Rocha. Para começar, o vice pretendido pela cúpula do PSDB era o empresário Ribinha Cunha (PSC), que optou pelo convite feito pela ex-governadora Roseana Sarney, apesar do chamamento que lhe foi dirigido pelo ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, coordenador da campanha dos tucanos maranhenses e que fora seu “patrono” na corrida à Prefeitura de Imperatriz em 2016.  A declinação de Ribinha Cunha levou Roberto Rocha a fixar sua escolha do próprio Sebastião Madeira, que não aceitou por estar determinado a eleger-se deputado federal, com amplas chances de eleição. Foi então que a escolha recaiu sobre a deputada Graça Paz, que decidira abrir mão de tentar a reeleição para abrir caminho para o filho, Paz , candidato a deputado estadual. Política bem sucedida, com quatro mandatos consecutivos, tendo como seu articulador o ex-deputado Clodomir Paz, que foi candidato a prefeito de São Luís em 2008, Graça Paz que faz oposição não-agressiva ao governador Flávio Dino, havia decidido que estava na hora de passar o bastão, tendo investido suas fichas no filho, que é apontado como um forte candidato a deputado estadual. Bem articulada, tendo sua ação parlamentar focada no apoio a municípios e em projetos sociais, Graça Paz será uma das duas mulheres candidatas a vice-governadora – a outra é Nicinha Durans, vice de Ramon Zapata, do PSTU. E pode dar, na campanha, uma boa contribuição a respeito da participação da mulher na política.

 

Dinistas dizem que Flávio Dino fez mais em três anos e meio do que Roseana Sarney em 13 anos

Flávio Dino e Roseana Sarney: quem fez mais?

Um debate ganha corpo na Assembleia Legislativa: quem realizou mais, Flávio Dino ou Roseana Sarney? Aliados do governador fazem cálculos e garantem que em três anos e meio ele realizou mais do que ela, o que é contestado pelos roseanistas. Os dinistas têm um forte argumento para brecar a investida dos roseanistas: ele só governou três anos e meio até agora, quando ela governou por mais de 12 anos. Logo a comparação é injusta e não faz qualquer sentido. Mas os dinistas desafiam, e mesmo com a enorme diferença de tempo de Governo, fazem contas e mostram que em três anos e meio Flávio Dino nomeou mais quadros para a Polícia Militar do que Roseana Sarney em mais de 13 anos. E vão além, afirmando que o atual Governo fez mais pela Educação – construção e reforma de escolas, implantação da Escola Digna, da Escola de Tempo Integral e dos Iemas – produzindo mais ganhos reais do que tudo o que foi feito nos quatro períodos de Governo de Roseana Sarney. É um debate que provavelmente será travado entre os dois na campanha. Os dinistas estão com os números na ponta da língua. Os roseanistas também.

São Luís, 14 de Agosto de 2018.

 

Roberto Rocha aposta todas as suas fichas num projeto de industrialização do Maranhão a partir da Zema

 

Roberto Rocha aposta alto na industrialização, que é sua prioridade no programa de Governo

O senador Roberto Rocha (PSDB) promete que, se eleito governador, transformará o Maranhão num grande polo industrial, tornando-o uma espécie de paraíso do empreendedorismo. A mola-mestra para essa transformação radical será a concretização da Zona de Exportação do Estado do Maranhão (Zema), inspirada na experiência chinesa, a ser implantada na região metropolitana de São Luís. O projeto está em tramitação no Senado. Roberto Rocha enfatizou esse propósito numa densa entrevista ao jornalista Raimundo Borges e publicada na edição de Domingo (12) de O Imparcial. O candidato tucano ao Palácio dos Leões não define seu movimento como uma “terceira via”, mas se manifesta como tal, à medida que revela como ponto central da sua ação política dar um basta no que ele define como “dicotomia falsa, estéril e inútil, que reduz um estado rico a uma política tacanha entre sarneysistas e antisarneysistas”. Seu discurso expressa o liberalismo econômico na linha tucana, parecendo relegar a plano não bem definido desafios como o da Educação, por exemplo, sem a qual nenhum país se desenvolveu economicamente.

No campo político, a entrevista do candidato do PSDB foi esclarecedora, a começar pelo fato de que ele se mostrou ideologicamente como um político de centro, com tendência à direita, nutrindo ojeriza à versão cristã e ligth do comunismo praticada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), a quem se refere de maneira dura. Para ele, o futuro do Maranhão está na industrialização, embora não desenhe com clareza que tipo de sociedade pretende construir com esse projeto de transformação. É evidente nas palavras do senador uma convicção surpreendente de que abrindo o estado a investidores brasileiros e estrangeiros, numa política agressiva de atração de empreendimentos, tendo a Zema como ponto de partida, o desenvolvimento econômico virá rapidamente. A Zema, associada a um plano rodoferroviário para resolver gargalos logísticos – como o escoamento da soja da região Sul, polarizada por Balsas -, à expansão do microcrédito, à capacitação profissional, ao estímulo a arranjos produtivos e a uma forte política industrial, vai permitir que se deixe de “explorar politicamente a pobreza para se explorar economicamente a riqueza”.

Na entrevista a O Imparcial, o senador Roberto Rocha exibe as linhas gerais de um projeto ousado, transformador e definitivo, com a lógica que sustenta o pragmatismo dos tucanos, e prevendo a transformação do Maranhão num imenso parque industrial. O seu discurso tem a ênfase dada por quem está realmente convencido de que vai para as urnas com o argumento de que descobriu o Ovo de Colombo para eliminar de vez o rótulo de miserável que estigmatiza o Maranhão há séculos. Para tanto, está determinado a mudar uma a gestão comunista do governador Flávio Dino, que curiosamente acusa de “fazer interdições”, de levantar “suspeitas contra ao capital privado”, de agir com “desrespeito à propriedade” e “criminalização do lucro”. Admite, porém, aproveitar “qualquer programa que esteja dando bons frutos”, justificando que sua régua “não é ideológica, mas a da eficiência”, como se a sua proposta de transformar o Maranhão não traduzisse fiel e rigorosamente o pensamento liberal que move o PSDB.

O ponto central da entrevista é positivo e alvissareiro: o candidato Roberto Rocha tem um projeto para o Maranhão. Ousado e com aspectos  essenciais para serem discutidos, a começar por dar a impressão de que não leva muito em conta o capital social, de vez que parece não incluir a Educação como prioridade absoluta, o grande projeto de industrialização, que tem a Zema como linha de frente, é mostrado na entrevista como algo viável, já devidamente elaborado e pronto para ser aplicado. Não é  uma daquelas quimeras que candidatos dispostos a impressionar de qualquer maneira. Afinal, o espírito realizador do candidato do PSDB é em parte inspirado no pai, o governador Luiz Rocha, a quem o Maranhão deve, por exemplo, a chegada do agronegócio, pelas mãos de emigrantes  russos, no início dos anos 80 do século passado.

Em Tempo: O projeto da Zema já recebeu o aval da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde passou com o aval do seu presidente, senador Edison Lobão (MDB). Depende agora do crivo decisivo da poderosa Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), podendo  encaminhá-lo ao plenário ou manda-lo para o arquivo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Presidenciáveis podem passar pelo Maranhão nos próximos 50 dias

Fernando Haddad, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva, Álvaro Dias, Henrique Meirelles, Guilherme Boulos, Jair Bolsonaro e Cabo Daciolo: maioria vai fazer escala no Maranhão durante a campanha que só agora está começando oficialmente

É quase certo que a maioria dos presidenciáveis faça escala em São Luís nos próximos 50 dias. Um dos primeiros a desembarcar na Capital do Maranhão será Fernando Haddad, tão logo seja confirmado candidato do PT, devendo ser recebido com um grande ato de campanha pelo governador Flávio Dino. Geraldo Alckmin já esteve duas vezes desde que lançou sua candidatura, deve fazer mais uma escala no estado. Marina Silva fará uma escala em São Luís durante a campanha e deverá ser recebida pelo deputado federal Sarney Filho, cujo partido, o PV, coligou com a rede, indicando o ex-deputado federal paulista para vice. Ciro Gomes (PDT) deve fazer pelo menos mais uma visita ao Maranhão, sendo mais uma vez recebido pelo deputado federal e candidato a senador do seu partido Weverton Rocha. Jair Bolsonaro (PSL) já teria comunicado a Maura Jorge que fará nova visita de campanha ao estado. É quase certo que Henrique Meirelles (MDB) desembarque em São Luís ainda neste mês, para um ato de campanha com a emedebista Roseana Sarney. Álvaro Dias (Podemos), que visitou o estado ainda como pré-candidato e tinha Maura Jorge como aliada dificilmente retornará ao Maranhão. Não será surpresa de Guilherme Boulos (PSTU) ainda desembarcar em São Luís antes das eleições. Não há perspectiva de passagem do Cabo Daciolo (Patriota) pelo Maranhão

 

Chapa de Maura Jorge deve ser registrada com apenas um candidato ao Senado

Maura Jorge entre Ribeiro Filho e Samuel de Itapecurú: chapa incompleta

Correm nos bastidores que Maura Jorge não lançará mesmo o segundo candidato a senador na sua chapa, que será registrada com ela como candidata ao Governo do Estado, o coronel/PM Ribeiro Filho como candidato a vice-governador e o ex-vereador  Samuel de Itapecuru como candidato único na chapa senatorial, que comporta mais um nome. A candidata do PSL ao Governo poderia reforçar sua chapa com mais um candidato ao Senado, mas a falta de interessados a fez decidir por um só candidato. Ela tem até amanhã para confirmar a chapa reduzida ou completa-la com o um candidato a mais ao Senado.

São Luís, 13 de Julho de 2018.

A corrida aos Leões é um confronto de tendências lideradas por Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha

 

Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha lideram tendências em confronto na corrida eleitoral deste ano

A julgar pelo que vem acontecendo às claras, a corrida eleitoral deste ano no Maranhão sinaliza a consolidação de uma tendência com três rumos bem definidos: o fortalecimento da corrente que está no poder, liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), franco favorito na corrida ao Palácio dos Leões; o nítido esforço de sobrevivência do Grupo Sarney, que tem a ex-governadora Roseana Sarney como o seu último trunfo e com enormes dificuldades para avançar no embate com Flávio Dino; e, finalmente, o rascunho embrionário de uma “terceira via”, liderada pelo senador Roberto Rocha (PSDB), ampliada com o ingresso do deputado estadual Eduardo Braide (PMN), e com uma ponta desgarrada comandada pela ex-prefeita Maura Jorge (PSL). Essas três correntes expressam o atual universo político do Maranhão e travam o debate que vai definir o futuro imediato do estado. Esse cenário não deixa qualquer dúvida de que o Maranhão sob a liderança do governador Flávio Dino, está vivendo o ápice de uma transição do ciclo sarneysista.

Mesmo com todas as imprecisões e indefinições dos seus primeiros momentos, é evidente que a grande motivação do jogo político dessa guerra eleitoral são os esforços do governador Flávio Dino para consolidar a mudança iniciada em 2014. O seu contrapeso é a ex-governadora Roseana Sarney, fortemente incentivada pelo ex-presidente José Sarney, que opera para dar alguma sobrevida ao poderoso e vitorioso movimento que liderou por décadas. E no meio desse confronto a “terceira via” tentando ocupar espaço próprio. E nessa fase inicial do confronto político-eleitoral, enquanto o governador Flávio Dino usa, até aqui licita e legitimamente, as armas do mandatário que busca a reeleição – ações de governo e articulação de uma grande aliança partidária -, o Grupo Sarney recorre aos instrumentos que sabe usar – articulação partidária, máquina de mídia e mísseis judiciais – para minar o poder de fogo do movimento dinista. Na sua posição, a “terceira via” atira intensamente contra o movimento dinista, tentando se mostrar como uma corrente independente e não como uma força auxiliar do sarneysismo.

No comando de um Governo limpo, que até aqui já cumpriu mais de 90% dos compromissos do seu programa da campanha de 2014, conforme apurou o G1, portal de notícias do Sistema Globo, Flávio Dino joga todo o seu peso político na liderança de uma chapa que tem o vice como candidato a vice e dois membros da nova geração, os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) para o Senado, e tendo ainda o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PDT) como um forte braço aliado, numa demonstração clara e inequívoca de que o projeto desse movimento vai muito além da sua reeleição. Já a ex-governadora Roseana Sarney, que tem como referência o saldo dos seus mais de 12 anos de Governo, pouco prenuncia em relação ao futuro, dando a impressão de que o foco da sua candidatura – que tem o empresário tocantino Ribinha Cunha (PSC) como vice e o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV) como candidatos ao Senado – é a sobrevivência do Grupo Sarney. Com um discurso alternativo, a “terceira via”, que mesclou sua chapa senatorial com o passado recente expressado pelo ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB) e com a nova geração com o deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB), projetou para essa campanha a pavimentação de uma estrada que, espera, a levará ao poder em 2022, com Roberto Rocha ou com Eduardo Braide.

Se vitorioso nas urnas em Outubro, o governador Flávio Dino fortalecerá muito a boa imagem que construiu como um dos políticos mais brilhantes e bem sucedidos da sua geração, com cacife para alçar voo no plano federal, como senador, por exemplo, ou como parte de um projeto nacional mais arrojado, deixando no comando nomes como o prefeito Edivaldo Jr., o militante Márcio Jerry (PCdoB), o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB) e o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), por exemplo. A eventual eleição da ex-governadora Roseana Sarney significará o ponto final da sua carreira e a viabilização do projeto de dar uma sobrevida ao sarneysismo, usando nomes da nova geração como os deputados estaduais Roberto Costa (MDB) e Edilázio Jr. (PSD), por exemplo. A possibilidade remota de eleição do senador Roberto Rocha significará a viabilização da “terceira via”, com ele no comando, claro.

São essas as motivações que movimentarão a campanha que começa agora para valer. E como o projeto de cada tendência tem caráter decisivo, os seus líderes jogarão pesado para concretizá-los.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana Sarney terá de tomar decisão difícil na disputa presidencial

Roseana Sarney e José Sarney terão dificuldades com Michel Temer se não apoiarem Henrique Meirelles

É complicada e incômoda a situação da ex-governadora Roseana Sarney em relação ao candidato presidencial do MDB, Henrique Meirelles. Quase ninguém da sua base política e partidária aposta um centavo no ex-ministro da Fazenda, a começar pelo fato de que ele está sendo carimbado como o candidato do ex-presidente Michel Temer (MDB). Roseana Sarney ainda não se manifestou com clareza em relação à corrida presidencial, só insinuando que aprova o projeto de candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT). Mas a batida de martelo do MDB por Henrique Meirelles a fez pisar no freio, para evitar um confronto direto com a cúpula emedebista, com o Palácio do Planalto e, claro, com o próprio Henrique Meirelles, que certamente não vai querer perder um quadro do quilate da ex-governadora, com expressiva força política eleitoral num estado onde 99,999% dos 4,5 milhões de eleitores não têm a menor ideia de quem ele seja. O desconforte atinge fortemente o ex-presidente José Sarney, que, satisfeito ou não, referendou a escolha de Henrique Meirelles ao participar da convenção do partido, juntamente com o presidente Michel Temer. Roseana Sarney sabe que, mesmo que muitos dos seus eleitores são lulistas e votarão no candidato que ex-presidente indicar, terá de se posicionar em relação a Henrique Meirelles, sob pena de ser cobrada pelo MDB e pelo próprio candidato. Essa decisão deverá ser tomada ao longo desta semana.

 

Ex-presidentes estão na corrida para voltar à Assembleia Legislativa

Manoel Ribeiro, Marcelo Tavares e Arnaldo Melo: ex-presidente tentam voltar à Assembleia Legislativa neste pleito

A corrida para as 42 cadeiras da Assembleia Legislativa está acontecendo com um dado curioso e que, dependendo do resultado, será motivo de muita movimentação nos bastidores e no plenário. Nada menos que três ex-presidentes da Casa estão atrás de voto para voltar a trabalhar no Palácio Manoel Beckman: Manoel Ribeiro, Marcelo Tavares (PSB) e Arnaldo Melo (MDB).

Manoel Ribeiro é o recordista de permanência no cargo: 10 anos, com eleições consecutivas, numa maratona que começou no Governo de Edison Lobão e terminou no segundo Governo de Roseana Sarney, já no início do século XXI. Marcelo Tavares comandou o parlamento estadual de 2007 a 2010, tendo iniciado a primeira gestão no Governo Jackson Lago (PDT), de 2007 a abril de 2009, e encerrado no Governo tampão de Roseana Sarney, de abril de 2009 a dezembro de 2010. Arnaldo Melo comandou o Poder Legislativo de 2011 a 2014.

São quadros diferenciados, com larga experiência e que, se eleitos, poderão dar expressiva contribuição ao debate político que for travado na instituição legislativa.

São Luís, 12 de Agosto de 2018.

 

Presidenciáveis poderão ter forte influência nas campanhas dos candidatos ao Palácio dos Leões

 

Roseana Sarney e Henrique Meirelles, Roberto Rocha e Geraldo Alckmin, Maura Jorge e Jair Bolsonaro e Odívio Neto e Guilherme Boulos juntos na corrida eleitoral

O debate entre os oito candidatos a presidente da República, realizado quinta-feira pela Rede Bandeirante, deixou no ar pistas claras e nebulosas a respeito de como se comportarão os candidatos ao Governo do Maranhão em relação aos presidenciáveis dos seus partidos – com exceção do governador Flávio Dino (PCdoB), que apoia o projeto de candidatura do presidente Lula da Silva (PT), situação que o impede de fazer uma campanha incisiva em nome do líder petista. A primeira evidência é a de que a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o senador Roberto Rocha (PSDB), a ex-prefeita Maura Jorge (PSL) e o professor Odívio Neto (PSOL) já têm elementos bem definidos para reforçar os seus discursos de campanha também com os passos trilhados a partir de agora pelos seus respectivos candidatos presidenciais. Além de oferecer aos eleitores elementos para que eles pudessem formar as primeiras impressões reais a respeito dos aspirantes ao Palácio do Planalto, o debate da Band foi decisivo para estabelecer uma relação direta entre eles e os seus irmãos partidários que brigam pelo Palácio dos Leões.

A partir de agora, a emedebista Roseana Sarney deverá incorporar na sua agenda e no seu programa de campanha a candidatura do ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Nos bastidores do Grupo Sarney corre que, com o aval do ex-presidente José Sarney, seu orientador político, Roseana Sarney estaria inicialmente inclinada a fazer campanha associando o seu nome ao de Lula. Mas a decisão da convenção do MDB de confirmar a candidatura de Henrique Meireles – com o aval do presidente Michel Temer e do ex-presidente José Sarney, ambos presentes à reunião partidária -, obrigou a ex-governadora a segurar o refrão lulista. O “Fator Meirelles” colocou Roseana Sarney em situação incômoda em relação à corrida presidencial. Tanto que dentro da sua própria coligação – e fora dela também -, o clima é de forte expectativa sobre a como a candidata do MDB vai se posicionar em relação ao seu colega de partido.

Já a situação senador Roberto Rocha é muito confortável. Ele não só vai assumir a bandeira do candidato presidencial tucano Geraldo Alckmin, como usará todos os recursos possíveis para levá-la aos mais distantes rincões eleitorais do Maranhão. Além de ser o candidato do PSDB, o entusiasmo do senador pelo ex-governador de São Paulo é justificado também pela forte ligação que eles mantêm desde os anos 90 do século passado, quando seu pai, o ex-governador Luiz Rocha, filiou-se ao PSDB, partido pelo qual realizou o velho sonho de ser prefeito de Balsas. Essa relação foi reforçada durante as articulações que levaram Roberto Rocha a retornar ao PSDB numa verdadeira “volta por cima”. Esses e outros fatores de natureza partidária farão com que Roberto Rocha mergulhe na campanha do presidenciável tucano, que dá sinais de ser um dos candidatos mais fortes da corrida ao Planalto.

O debate da Band consolidou o projeto de Jair Bolsonaro no Maranhão. Ainda que imersa num oceano tormentoso de dificuldades, Maura Jorge está há muito decidida a ser, de fato, o braço político do presidenciável do PSL no estado, tendo para isso o total aval dele. Ciente de que suas chances na corrida ao Palácio dos Leões são remotas, se não inexistentes, Maura Jorge encontrou na candidatura de Jair Bolsonaro o motor político que precisava para se manter no cenário da disputa estadual. Foi repreendida pelo Grupo Sarney e recebeu acenos de Roberto Rocha para coligar com o PSDB – inclusive com direito a fazer a campanha do seu presidenciável de maneira independente -, mas superou a reprimenda e recusou a oferta politica, preferindo manter-se na “onda” bolsonariana, tornando-se voz maranhense mais elevada da direita conservadora.

Quem também consolidou posição em relação à disputa presidencial foi o professor Odívio Neto, que viu o candidato presidencial do seu partido, o PSOL, Guilherme Boulos, sair dos estúdios da Band como uma “agressiva”, mas boa surpresa, principalmente por funcionado como o contrapeso dos candidatos “graúdos”, nos quais identificou “vários tons de Temer”. Ciente de que não tem qualquer chance de sucesso nas urnas, Odívio Neto vai levar a mensagem do PSOL e de Guilherme Boulos contra a cultura política em voga no País. E o professor Franklin Douglas, um entusiasta da linha de ação do PSOL, prevê que Guilherme Boulos vai melhorar seu discurso e sua postura durante a campanha.

E é quase certo que os candidatos a presidente incluam o Maranhão nos seus roteiros de campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino acredita que nada há de errado com a candidatura de Carlos Brandão

Flávio Dino não abre mão de ter o vice Carlos Brandão como candidato à reeleição 

O contrário do que estavam esperando até mesmo membros da base governista, o governador Flávio Dino registrou a chapa da coligação “Maranhão de Todos” tendo o vice-governador Carlos Brandão (PRB) como candidato à reeleição. Com a decisão, o chefe do Executivo decidiu deixar para a Justiça a decisão sobre o questionamento feito pelo MDB sobre a elegibilidade do vice-governador. A cúpula emedebista pediu ao Ministério Público que impugne a candidatura de Carlos Brandão, alegando estar ele inelegível por haver assumido o Governo por cinco dias em Janeiro, quando o governador viajou aos Estados Unidos. Na próxima semana, o PCdoB, numa ação conjunta com o PRB, baterá às portas do Superior Tribunal de Justiça (TSE) protocolando uma consulta sobre o assunto. A resposta da corte maior da Justiça Eleitoral determinará o passo seguinte da coligação em relação à candidatura. O governador Flávio Dino e o seu círculo de ferro estão confiantes de que nada vai acontecer com a candidatura do vice-governador Carlos Brandão.

 

Depois de recepções tímidas, Roseana Sarney foi recebida em clima animado por aliados em Imperatriz

Escudada pelo vice Ribinha Cunha, Roseana é recebida em Imperatriz agora em campanha oficial

Depois de várias passagens por Imperatriz sem recepção festiva, a ex-governadora Roseana Sarney voltou a sorrir no aeroporto  da antiga Vila do Frei. Ao desembarcar ali na quarta-feira para fazer a sua primeira incursão à Região Tocantina na condição de candidata oficial do MDB ao Governo do Estado, ela foi recepcionada por uma pequena multidão de simpatizantes da sua candidatura mobilizada pelo seu vice, o empresário Ribinha Cunha (PSC), e pelo seu maior aliado na região, o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (MDB). Quando ali chegou em pré-campanha há pouco mais de um mês, Roseana Sarney foi recebida por um pequeno grupo de aliados, que se desmobilizou tão logo aconteceu a rodada de cumprimentos e de declarações de apoio. O clima nesta semana foi diferente.

São Luís, 10 de Julho de 2018.

Judicialização da campanha: Flávio Dino defende disputa nas urnas e avisa que está pronto para o confronto

 

Flávio Dino tem afirmado que está pronto para enfrentar ataques de adversários

A sentença da juíza Anelise Nogueira Reginato, da 8ª Zona Eleitoral de Coroatá, tornando inelegíveis o governador Flávio Dino, que é candidato à reeleição, e o jornalista Márcio Jerry, candidato a deputado federal, e cassando o mandato do prefeito Luiz Amovelar Filho – todos do PCdoB -, e a discussão sobre a elegibilidade do vice-governador Carlos Brandão (PRB), que busca a reeleição, sinalizam, com toda clareza, a possibilidade de que a corrida ao Palácio dos Leões será marcada por tentativas de levar questões decisivas para serem resolvidas nos tribunais da Justiça Eleitoral. A zoada feita pelos aliados da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) com a explosiva e surpreendente sentença da magistrada evidenciou esse estado de ânimo, dando-lhe repercussão estrondosa, evidenciou a tendência de que essa é uma via a ser trilhada. No contraponto, o governador Flávio Dino tem demonstrado que está preparado para esse viés da corrida eleitoral, tanto que na noite de quinta-feira, ao ser indagado sobre a medida, respondeu, como que mandando um recado: “Para voltarem aos seus privilégios, terão de vencer nas urnas”.

Exemplos históricos recentes mostraram com clareza que o Grupo Sarney sabe aonde e como pisa nesse território movediço das guerras judiciais. O retrospecto de casos famosos que o envolveram, tanto no plano eleitoral quanto no plano criminal, lhe é amplamente favorável. O Caso Lunus, por exemplo, durante o qual foram exibidos pacotes de dinheiro e tirou a então governadora Roseana Sarney da corrida presidencial, na qual ela aparecia com traços de que poderia tornar-se um fenômeno eleitoral, terminou com a já senadora absolvida, tendo a Polícia Federal sido obrigada a devolver-lhe a bolada apreendida, cédula sobre cédula. O processo que resultou na cassação, em 2009, do governador Jackson Lago (PDT) e na entrega do comando do Estado à Roseana Sarney, segunda colocada na disputa de 2006, mostrou que o Grupo sabe jogar pesado nessa seara. E que os petardos disparados até agora contra o governador Flávio Dino não devem ser menosprezados.

É verdade que o Grupo Sarney tem agora pela frente um adversário qualificado e com pleno domínio da seara judiciária, a começar pelo fato de ser um juiz federal bem sucedido que decidiu deixar a magistratura para entrar definitivamente na política. Esse dado já reduz drasticamente o poder de fogo do Grupo Sarney no tapetão judicial. Além do mais, o governador Flávio Dino tem dado demonstrações inequívocas de que é um político correto e limpo, sendo até aqui desconhecida qualquer mancha na sua biografia. O conhecimento jurídico e a experiência judiciária e a conduta política criam um enorme embaraço a qualquer tentativa de atingi-lo, mas não eliminam de vez o risco de um contratempo nesse campo, ainda que dê em nada.

Não se discute o direito de o Grupo Sarney questionar na Justiça atos do governador Flávio Dino, seja no âmbito da sua gestão governamental, seja no campo das suas ações políticas. Esse recurso integra o arsenal da guerra política, e quem usá-lo com propriedade, com base em faltas reais do adversário, pode se beneficiar de maneira lícita. O problema é  a acusação ser infundada, sem base, gerando um tremor para depois cair na vala comum das denúncias falsas. Se de um lado como  homem público, Flávio Dino está sujeito a tentativas de torná-lo inelegível, de outro, o governador  dispõe dos antídotos que o blindam de ataques dessa natureza, destinados a minar o poder de fogo que acumulou ao vencer a corrida governamental em 2014.

Quando reagiu à indagação sobre como recebera a notícia de que foi tornado inelegível numa ação movida em 2016, o governador Flávio Dino disse que não vai entrar nesse jogo, mas avisou também que está pronto para encarar qualquer parada nesse tatame.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Debate da Band revelou quem é quem na corrida ao Planalto

Debate da Band: Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva, Álvaro Dias, Henrique Meirelles, Guilherme Boulos, Jair Bolsonaro e Cabo Daciolo deram a largada

O primeiro debate entre os candidatos a presidente da República, realizado pela Rede Bandeirante, revelou ao País os oito pretendentes a morar no Palácio do Planalto. Grosso modo, quatro dos oito candidatos se apresentaram como efetivamente preparados para presidir o Brasil com os desafios que estão postos para o próximo chefe da Nação: Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). Dos outros quatro, Henrique Meirelles (MDB) mostrou preparo, mas não demonstrou habilidade política; Jair Bolsonaro (PSL) e o tal Cabo Daciolo (Patriota) não se revelaram aptos e são anticandidatos, totalmente despreparados. E Guilherme Boulos (PSOL) foi a boa surpresa.

Ciro Gomes demonstrou amplo conhecimento sobre economia e administração pública, mostrando ter uma resposta pronta para cada assunto que lhe foi proposto, nem de longe expondo seu temperamento explosivo. Geraldo Alckmin exibiu toda a experiência de um político bem sucedido, que governou quatro vezes o Estado de São Paulo, deixando a impressão de que saberá o que fazer se for eleito. Marina Silva mostrou que está preparada para o cargo, embora não tenha experiência além de um período como ministra do Meio Ambiente. Álvaro Dias não foi muito feliz nas intervenções, mas mostrou ser um quadro experiente e competente.

Henrique Meirelles mostrou muito preparo e conhecimento, mas o viés liberal do seu discurso o deixou distante do eleitorado. Jair Bolsonaro confirmou a desconfiança geral: é inteiramente despreparado para ser presidente de um País com o Brasil. Cabo Daciolo é uma caricatura piorada de Jair Bolsonaro.

Guilherme Boulos reforçou o discurso da esquerda mais aguerrida, não fez concessões e funcionou como o contrapeso, dando ao debate o equilíbrio que o tornou muito proveitoso.

Tempo vai exigir boa performance dos candidatos ao Governo

Flávio Dino, Roseana Sarney, Maura Jorge, Roberto Rocha, Odívio Neto e Ramon Zapata: grandes diferenças nos tempos de TV durante a campanha eleitoral

O tempo que os candidatos a governador terão no horário gratuito no rádio e na TV vai proporcionar situações curiosas aos telespectadores. O governador Flávio Dino vai para a telinha com a vantagem de ter o maior tempo – 4 minutos e 23 segundos -, suficiente para fazer uma campanha mais propositiva, proporcionada por um discurso mais elástico. Logo em seguida, a ex-governadora Roseana Sarney, que terá 2 minutos e 32 segundos, terá de usar um discurso inteligente, à medida que fará uma campanha baseada na sua experiência de Governo. Já Roberto Rocha, que disporá de 1 minuto e 28 segundos, terá de ajustar o seu discurso – que é prolixo -, vai ter de ser preciso nas suas declarações, para não perder tempo. Odívio Neto terá de fazer um enorme esforço de concisão para aproveitar bem os 14 segundos a que terá direito. Um esforço maior ainda deverá ser feito por Maura Jorge, que terá apenas 11 segundos, o que exigirá dela um esforço gigantesco. E a situação mais desfavorável é a de Ramon Zapata, cujo tempo será de nove minutos, o que lhe permitirá dizer pelo menos duas frases a cada dois dias.

Vale aguardar.

São Luís, 10 de Agosto de 2018.

 

“Armada” com Ribinha Cunha, Roseana Sarney tentar mudar o favoritismo de Flávio Dino em Imperatriz

 

Roseana Sarney tem Ribinha Cunha como trunfo para melhorar posição em Imperatriz e na Região Tocantina

Depois da convenção que confirmou a sua candidatura ao Governo do Estado, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) reprogramou sua agenda de campanha e decidiu que sua primeira incursão nessa nova e decisiva fase da corrida ao Palácio dos Leões será na Região Tocantina. De acordo com uma fonte bem situada no quartel-general do Grupo Sarney, depois que escolheu o empresário Ribinha Cunha (PSC) como seu vice, a candidata emedebista resolveu jogar pesado na região polarizada por Imperatriz, que é atualmente o segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão. Roseana Sarney estaria ciente de que, segundo pesquisas, sua posição nas preferências do eleitorado de Imperatriz não é muito estimulante, mas teria avaliado que, com o vice da região e o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (MDB), é possível criar um ambiente que melhore expressivamente a sua posição na Princesa do Tocantins e região. Aliados do governador Flávio Dino (PCdoB) ouvidos pela Coluna observaram que dificilmente a candidata do MDB conseguirá ter um desempenho que venha, pelo menos, diminuir substancialmente a vantagem que o governador tem ali.

Roseana Sarney e sua comitiva – que incluirá os candidatos senatoriais Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV) -, desembarcarão em Imperatriz no próximo sábado (11), para cumprir uma vasta programação na cidade e na região. Agora, terá o empresário Ribinha Cunha como seu anfitrião e porta-voz e que, na condição de candidato a vice-governador, terá com a tarefa principal quebrar o gelo que o empresariado e parte da classe política vinham mantendo em relação à ex-governadora. Os estrategistas do Grupo Sarney estão confiantes de que o dono do Café Viana e de outras empresas, juntamente com seu irmão, o deputado estadual Leo Cunha (PSC), possa abrir as portas políticas da cidade e atrair pelo menos uma expressiva fatia do eleitorado para a candidata emedebista. Político consagrado na região, o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que apoiou a candidatura de Ribinha Cunha para prefeito em 2016 e conhece como poucos os humores do eleitorado da Vila do Frei, acha que a escolha dele para vice “melhora para Roseana”.

Com a experiência de quem está iniciando sua quinta campanha para o Governo do Estado, tendo perdido as quatro primeiras em Imperatriz, Roseana Sarney sabe que reverter a posição em Imperatriz e adjacências é missão quase impossível, mesmo levando em conta as surpreendente e às vezes espetaculares viradas que a política dá. Isso porque o Grupo Sarney já não conta em Imperatriz com aliados do quilate do ex-governador Ribamar Fiquene, já falecido, nem do megaempresário e ex-prefeito Ildon Marques, que mudou de rumo e nesta disputa está posicionado com o governador Flávio Dino. Com personalidade política diferenciada e abrigando um eleitorado independente e uma classe política nem sempre alinhada às orientações do Palácio dos Leões, a antiga Vila do Frei é cenário complicado para a ex-governadora, que resolveu passar essa situação a limpo. Roseana Sarney tem plena ciência de que o resultado das urnas de Imperatriz é decisivo na disputa pelo Governo do Estado, e por isso jogará grande parte do seu cacife na dobradinha com Ribinha Cunha.

Roseana Sarney tem experiência e jogo de cintura para tentar seduzir o eleitorado imperatrizense.  O problema é que o governador Flávio Dino construiu na segunda maior cidade do Maranhão uma base política e eleitoral sólida por conta de uma forte ação do Governo e um intenso trabalho de articulação. O item mais reluzente da relação de feitos é a transformação de Imperatriz no segundo maior polo universitário do estado com a criação da Uema Sul, um projeto inicialmente muito criticado perla Oposição, mas que vingou e está consolidado. Será difícil para ela inverter o sentido das coisas na Região Tocantina.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sentença da juíza de Coroatá é munição para uma boa e animada refrega no tapetão

Flávio Dino minimiza sentença da juíza de Coroatá e diz que ela cairá no TRE

Causou forte burburinho nos bastidores da política a decisão da juíza eleitoral de Coroatá, Analise Nogueira Reginato, de tornar inelegíveis o governador Flávio Dino e o ex-secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, que é também presidente estadual do PCdoB, e cassar o mandato do prefeito daquele município, Luis da Amovelar Filho (PCdoB), todos por suposto abuso de poder político e econômico nas eleições de 2016, a partir de uma ação movida pela coligação “Coroatá para todos”, liderada pela então prefeita Teresa Murad, que perdeu a eleição.  O governador Flávio Dino reagiu serenamente dizendo que a sentença “é fraca e estranha” e que será derrubada no TRE.

Aliados de Roseana Sarney comemoraram a sentença da magistrada como um fato de extrema relevância, com força para mudar o rumo da corrida eleitoral, avaliando que a decisão judicial poderá mesmo tirar o governador Flávio Dino e Márcio Jerry da vida pública e devolver a Prefeitura de Coroatá ao domínio dos Murad. Aliados de Flávio Dino enxergaram na decisão judicial mais uma tentativa inócua de criar embaraços o seu projeto de reeleição, apontando a ação como um factóide orquestrado pelo ex-deputado Ricardo Murad.

Outra informação que correu nos bastidores foi que a primeira avaliação feita por advogados do PCdoB teria concluído que a fundamentação da ação é fraca e será contestada imediatamente, com possibilidade de cassação da sentença da juíza Analise Nogueira Reginato. No início da noite, o governador Flávio Dino avaliou que a sentença não produzirá qualquer efeito, tanto que anunciou para hoje o registro da chapa da coligação “Maranhão de todos”, que lidera tendo Carlos Brandão como vice.

Assim como acontece com a tentativa de implodir a candidatura do vice-governador Carlos Brandão à reeleição, a decisão da juíza de Coroatá declarando a inelegibilidade do governador Flávio Dino é uma boa briga a ser travada no tapetão da Justiça. E com um detalhe a mais: Flávio Dino estaria decidido a questionar a sentença da magistrada ao temido Conselho Nacional de Justiça.

 

PEC nº 005/2018: Municípios vão ter nomes trocados?

José Sarney e Edison Lobão podem ter seus nomes mudados em municípios

A aprovação, pela Assembleia Legislativa, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 005/2018, que proíbe a denominação de logradouros públicos com nome de pessoas vivas, vai causar uma grande reviravolta no batismo de escolas, hospitais, ruas, praças parques, etc. Mas dois casos chamam atenção: os municípios de Presidente Sarney e Governador Edison Lobão. O município, que tecnicamente é uma unidade política, com relativa autonomia, formada por um território e uma área urbana, pode ser definido como um logradouro público? Se puder, os 17,1 mil habitantes de Presidente Sarney, que fica na Baixada Ocidental, perderão o gentílico sarneyenses, e os 16,3 mil de Governador Edison Lobão, localizado na Região Tocantina, não mais serão identificados como lobanenses. É como trocar de identidade. Será uma mudança e tanto nas suas vidas.

São Luís, 08 de Agosto de 2018.

Grupo Sarney joga pesado sobre elegibilidade de Carlos Brandão, mas Flávio Dino não vai aceitar eleição com “turno judicial”  

 

Flávio Dino não abre mão de ter o vice Carlos Brandão como candidato à reeleição 

O debate que se instalou em torno da candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PRB) à reeleição na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB) sinaliza com a possibilidade de o Maranhão vir a ser confirmado um estado onde questões de natureza essencialmente políticas serem resolvidas no tapetão judicial. Agora, ganha forma uma dúvida simples, sem qualquer peso na decisão eleitoral que está a caminho e sem nenhuma influência positiva ou negativa no futuro do governador Flávio Dino (PCdoB) e seu projeto de poder, nem acrescenta qualquer ganho ou perda político ou eleitoral para o projeto da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) voltar ao poder. O projeto de imbróglio causa, sim, alguma celeuma política, a exposição de várias teses jurídicas, algumas manchetes de jornal, matérias para telejornais, muita agitação nas chamadas redes sociais, uma guerra de petardos incendiários na blogosfera e muitas discussões animadas em rodas de conversas e em mesas de bar.

A pergunta que está gerando tudo isso é a seguinte: o vice-governador Carlos Brandão tornou-se inelegível por haver substituído o governador Flávio Dino durante uma viagem de cinco dias que o titular do Poder Executivo fez aos Estados Unidos, no início do ano? Num país onde as leis são claras e objetivas, a resposta seria dada com uma simples consulta à Carta Magna ou à legislação eleitoral em vigor. Mas no Brasil, onde a Constituição é confusa e dúbia em muitos casos e a legislação eleitoral é mudada pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelo Supremo Tribunal Federal a cada intervalo eleitoral, não existe uma resposta precisa, objetiva, direta, que não deixe uma réstia de dúvida em relação ao que é certo e o que é errado nesse caso. Tanto que a Coluna consultou quatro advogados experientes e bem sucedidos no tatame eleitoral e, por incrível que pareça, nenhum deu uma resposta taxativa, definitiva, irretocável. Ao contrário, todos divagaram por capítulos, parágrafos e incisos da Carta Magna e do Código Eleitoral, juntaram uns com outros, acrescentaram e subtraíram argumentos, mas nenhum com precisão cartesiana: “Está inelegível” ou “Não está inelegível”. Menos pela competência de cada um, mais pelas armadilhas que permeiam a legislação eleitoral. O que significa dizer que num tribunal as interpretações dos julgadores podem consolidar ou demolir teses a favor e contrárias à candidatura do vice-governador à reeleição.

Quando o governador Flávio Dino confirmou Carlos Brandão como o seu companheiro de chapa, o zumzum sobre a suposta inelegibilidade do vice-governador já estava posta. O que ficou claro foi que o governador, com a bagagem jurídica que tem e a experiência que acumulou no campo judiciário, com o magistrado federal, tinha plena segurança de que nada havia de errado com o fato de o vice ter assumido o Governo naquele período, tanto que não deu muita importância ao assunto. O Grupo Sarney, por sua vez, com a experiência de haver salvado a ex-governadora Roseana Sarney da guilhotina no Caso Lunus (2002) e derrubado o  governador pedetista Jackson Lago (2009) por suposta fraude eleitoral, sabe onde pisa nesse ringue. Formulado pelo senador João Alberto, presidente estadual do MDB e um dos cardeais mais pé no chão do sarneysismo, o pedido para que o Ministério Público impugne a chapa Flávio Dino/Carlos Brandão não deve ser vista apenas como um ato inconsequente de um grupo em crise.

Por outro lado, o Grupo Sarney joga pesado porque sabe que do outro lado tem um adversário preparado, experiente e que conhece o caminho das pedras e das manhas da política maranhense, e que também carrega um sólido entendimento a respeito de como funcionam as engrenagens da Justiça, o que lhe dá expertise para driblar as ciladas. Mais ainda: não será problema nenhum para o governador Flávio Dino mudar o seu vice se as circunstâncias obrigarem. A começar pelo fato de que o que está em jogo não é um caso de fraude ou de corrupção na montagem da chapa, nem a integridade ética do governador e do vice-governador. Trata-se,  apenas de um caso de poder ou não poder ser candidato por conta de uma substituição num determinado momento.

Pela dimensão que está dando a uma questão, o Grupo Sarney sinaliza que tem a dúvida sobre a elegibilidade de Carlos Brandão como um trunfo a ser alimentado até quando lhe for possível, apostando num (im)provável desgastes à imagem política do governador.  Mas tudo leva a crer que o governador Flávio Dino está preparado para tomar a decisão certa: manter ou mudar o seu vice. Isso porque, a julgar pelo que corre nos bastidores, ele não permitirá a realização de um “terceiro turno” da eleição no tapetão judicial. Principalmente porque vislumbra liquidar a fatura em um turno só, ou, no máximo, em dois, como é a regra.

Vale, portanto, aguardar os próximos lances do “caso”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão manterá defesa de Lula durante a campanha

Edison Lobão e lula da Silva: amizade sólida construída durante anos de Governo

Ninguém duvida de que o senador Edison Lobão (MDB) abraçará a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles à presidência da República e a levará até onde for possível em território maranhense. Militante partidário e político de grupo, Lobão dificilmente ignoraria um candidato emedebista, por pior que ele fosse, durante a campanha. Ao mesmo tempo, o senador fará e seus discursos de campanha registros o calvário do ex-presidente Lula da Silva (PT), que na sua opinião foi preso para não voltar a ser presidente do Brasil, conforme tem deixado registrado nos anais do Senado nas duras críticas que tem feito ao tratamento dispensado ao ex-presidente na prisão e as restrições tem que sofrido nas tentativas para provar que a condenação dele é injusta, sem crime definido e sem base legal. Algumas vozes têm criticado o senador  acusando-o de oportunismo. Edison Lobão tem reagido sem dar a menor importância aos seus críticos. Tem a seu favor argumentos irrefutáveis, sendo o mais eficiente deles o fato de ter sido ministro de Minas e Energia nos Governos de Lula, e que nesse período construiu uma sólida amizade com então presidente. Nessa linha, Edison Lobão pretende manter sua coerência apoiando o candidato do seu partido, mas manifestando o que pensa sobre o que Lula da Silva está vivendo, principalmente se o ex-presidente vier mesmo a ser impedido de votar e ser votado.

 

Comando da Famem homenageia o governador Flávio Dino

Acima: Flávio Dino com os dirigentes da Famem. Abaixo: Flávio Dino exibe a placa que lhe foi entregue por Dlalma Melo e Miltinho Aragão durante a reunião 

Uma visita do governador Flávio Dino à sede da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) estreitou ainda mais as relações já produtivas entre o Governo do Estado e a importante e influente entidade municipalista. Aconteceu na segunda-feira (6), quando o governador, acompanhado dos deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), ambos candidatos ao Senado, foi recebidos pelos prefeitos de Arari, Djalma Melo (???) e de São Mateus, Miltinho Aragão (PSB), que comandam interinamente a organização em razão do afastamento temporário do presidente Cleomar Tema (PSB), prefeito de Tuntum. Praticamente todos os membros da diretoria da Famem na sua nova sede, na Avenida dos Holandeses.

Foi uma reunião informal e descontraída. Bem à vontade entre os prefeitos, o governador fez um rápido balanço da sua gestão, falou sobre as conquistas do Governo e também comentou sobre o quadro dramático causado pela crise que ainda abala o País. E ouviu deles informações na mesma direção, como os problemas que afetam os municípios devido à queda de receita e as dificuldades causadas pela falta de recursos para investimentos.

Os dirigentes temporários da Famem consideraram que o governador adotou uma linha de ação identificada com o municipalismo, com a adoção de politicas públicas importantes para as unidades municipais no seu Governo, e movidos pelo reconhecimento, o homenagearam com uma placa com os seguintes dizeres: “A Famem reconhece, ao tempo em que agradece, ao governador Flávio Dino pelo incansável e reconhecido trabalho ora desenvolvido à frente do governo do estado do Maranhão, através de um amplo leque de ações municipalistas que culminaram com notáveis avanços e maior desenvolvimento social ao nosso povo maranhense”.

Sensibilizado, o governador Flávio Dino agradeceu a homenagem, destacou a importância da entidade, principalmente pelo papel que ela exerce no esforço para tornar o Maranhão mais justo e igualitário, fazendo ainda o seguinte comentário: “Admiro e constato a importância da Federação desde jovem, quando meu pai [Sálvio Dino] foi prefeito de João Lisboa. Trata-se de uma entidade parceira do Governo e que muito nos ajuda a fazer um estado melhor”.

Além de Djalma Melo, Miltinho Aragão e Cleomar Tema, participaram do encontro os prefeitos Erlânio Xavier (Igarapé Grande), Padre Domingos Costa (Matões do Norte), Magrado (Viana), Laércio Arruda (Lago da Pedra), Rodrigues da Iara (Nina Rodrigues), Manino (Alto Alegre do Maranhão), Chico Freitas (Lagoa Grande), Carlinhos Barros (Vargem Grande), Joãozinho do Dimaizão (Itaipava do Grajaú) e Maria da Conceição Araújo (São Vicente Ferrer).

São Luís, 07 de Agosto de 2018.