Arquivos mensais: agosto 2021

Rumores ´empurram` Braide para as urnas em 22, mas ele sabe a hora de dar passos decisivos

 

Eduardo Braide: candidato a fazer um bom governo 

Em meio à crescente movimentação de pré-candidatos a governador – como a filiação do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. ao PSD, onde chegou já com vaga de candidato garantida, por exemplo –, voltaram a circular rumores de que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), estaria avaliando a possibilidade de entrar na briga pela sucessão do governador Flávio Dino (PSB). O zumzum começou depois que o prefeito da Capital dissera, numa entrevista à Rádio Mirante, na Segunda-Feira (01/08), que é candidato mesmo é a realizar uma boa gestão em São Luís. Alguns ouvintes atentos perceberam que o prefeito não teria sido enfático na negativa quanto a um eventual projeto de candidatura, e esse foi o ponto de partida para a onda de especulações, que continuou até ontem. Eduardo Braide, como sempre, usou inteligência política e permaneceu em silêncio sobre o assunto.

De todas as possibilidades apontadas até aqui para a definição de candidaturas ao Palácio Leões, a mais improvável é exatamente a que envolve o prefeito Eduardo Braide. Por uma série de razões, sendo a primeira delas o fato de que em Abril do ano que vem, quando chegar a hora da desincompatibilização, ele terá cumprido apenas 17 dos 48 meses para os quais foi eleito gestor da cidade de São Luís. E mesmo levando em conta o fato de que política não é uma ciência exata, mas um emaranhado de circunstâncias que costumam produzir desdobramentos absolutamente imprevistos, não há como prever uma guinada desse quilate de, menos ainda, assimilá-la, se ela vier a ser concretizada.

Político jovem, ambicioso, mas inteligente e pragmático, que não toma decisão por impulso, precipitada, Eduardo Braide não tem razão nenhuma para tentar se tornar uma versão ludovicense do tucano paulista João Doria, que abandonou a Prefeitura de São Paulo, conseguiu se eleger governador visando se tornar presidente em três eleições, num intervalo de apenas seis anos, mas que agora amarga o empacamento do projeto na última etapa, inclusive com o risco de não conseguir a reeleição. A eleição para a Prefeitura de São Luís foi, sim, etapa decisiva de um projeto bem arquitetado cujo objetivo maior é chegar ao Palácio dos Leões, mas foi também uma oportunidade de ouro que conquistou para se lapidar e se aprumar como gestor. Além disso, assumiu compromissos explícitos com a população da Capital, que só poderá cumprir trabalhando por pelo menos um mandato no Palácio de la Ravardière.

Ao mesmo tempo, entrar agora numa disputa fraticida em que estão se digladiando o senador Weverton Rocha (PDT), que o apoiou na eleição de prefeito, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que será governador na campanha eleitoral, e ainda o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), que não o apoiou, mas também não lhe criou embaraços, e nada tem a perder é um lance de altíssimo risco político e eleitoral. Não se duvida que o prefeito Eduardo Braide entre nessa guerra com cacife para disputar, mas não há nenhuma certeza de que bateria esses três oponentes no primeiro turno e um deles numa segunda rodada. Seria um fenômeno jamais visto na história eleitoral do Maranhão.

A lógica – que nem sempre é a dona da verdade – sugere que o prefeito de São Luís cumpra seu mandato, e, se bem avaliado, pleiteie a reeleição em 2024, o que lhe dará autoridade política e consistência eleitoral para entrar na disputa pelo Governo do Estado em 2026. É verdade que naquele pleito, ele poderá enfrentar o governador Weverton Rocha, se eleito for em 2022, ou o provável senador Flávio Dino disposto a retornar aos Leões, apoiado pelo governador Carlos Brandão, que estará no final do mandato obtido no ano que vem.

Sejam quais forem os adversários e as circunstâncias da disputa em 2026, ela será bem mais ajustada a um prefeito de um mandato e meio do que a de agora, a um prefeito de 15 meses e sem ter ainda demonstrado toda a sua capacidade como gestor.

Mas, com o perfil político que tem, Eduardo Braide sabe pautar o seu futuro.

 

PONTO E CONTRAPONTO

 

Rumores apontam Camarão como vice do PT na chapa de Brandão

Felipe Camarão lembrado para representar o PT como vice na chapa de Carlos Brandão

Nas tratativas sobre a aliança para as eleições de 2022 no Maranhão, o PT tem sempre pleiteado a vaga de candidato a vice na chapa do vice-governador Carlos Brandão. O factoide de que o fato de Brandão pertencer ao PSDB, partido que foi carro-chefe no impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 não ganhou nenhuma consistência, uma vez que o objetivo da legenda petista é voltar ao poder pelo voto. Dentro do partido de Lula da Silva esboçam-se movimentos no sentido de indicar nomes, já se tendo falado, por exemplo, no deputado federal Zé Carlos Araújo e no deputado estadual Zé Inácio, entre outros nomes. Mas, nos bastidores, um nome começa a ser falado com certa ênfase: Felipe Camarão, que se filiou recentemente ao partido com o propósito de disputar uma cadeira na Câmara Federal. O nome do bem avaliado secretário de Estado da Educação ganhou força nos bastidores depois que ele declarou, numa entrevista à TV Mirante, na Quarta-Feira, que mantém o projeto de chegar à Câmara Federal, mas está pronto para cumprir qualquer missão que lhe for dada pelo governador Flávio Dino e seu grupo, inclusive a de disputar o Governo do Estado. Mesmo não agradando a setores mais tradicionais do PT, seria uma jogada de mestre.

 

Setores do Governo querem Júlio Matos no campo político de Flávio Dino

Júlio Matos

Há setores da aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino advogando a abertura de espaço para o prefeito de São José de Ribamar, Júlio Matos (PL), no Palácio dos Leões. O argumento é convincente: Júlio Matos integra o grupo político liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que permanece na base do Governo Flávio Dino e deve continuar na do governador Carlos Brandão, a partir de Abril de 22. E argumentam que Júlio Matos derrotou o prefeito Eudes Sampaio (PTB), homem de confiança de do ex-prefeito Luís Fernando Silva, que hoje integras a equipe de Governo como secretário de Projetos Especiais. Para eles, a guerra política em São José, que é hoje o quinto maior município e um dos maiores colégios eleitorais do Maranhão,  não deveria envolver o Governo, menos ainda o governador Flávio Dino.

São Luís, 06 de Agosto de 2021.

Ao entrar no PSD, Edivaldo Jr. assumiu a condição de candidato à sucessão de Flávio Dino

 

Entre Alina Sarney e Camila Holanda, Gilberto Kassab (c) entrega ficha de filiação ao PSD a Edivaldo Jr. (d), como aval de Edilázio Jr. (e), em ato na sede do partido no DF

A corrida ao Palácio dos Leões ganhou ontem mais um pretendente credenciado, com a filiação do ex-vereador, ex-deputado federal e ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. ao PSD. Pela pompa que marcou o ato político, realizado em Brasília sob o comando do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e com o aval entusiasmado do presidente estadual, deputado federal Edilázio Jr., Edivaldo Holanda Jr. desembarcou no PSD com o status de pré-candidato da legenda ao Governo do Estado. Na bagagem, uma trajetória política eleitoral de vencedor, e uma sólida experiência executiva respeitável de oito anos como prefeito de São Luís, com elevado índice de aprovação O entusiasmo dominou o ato de filiação, tendo o chefe estadual do partido, Edilázio Jr., comparou o PSD a um time que acabou de contratar ninguém menos que o craque português Cristiano Ronaldo, dando a entender que o presidente nacional do partido colocou esse projeto de candidatura na sua lista de prioridades.

Pelo que está rascunhado e ganhando a forma de desenho definitivo, o ex-prefeito da Capital vai capitanear um arrojado e audacioso projeto de poder, cujo desafio maior será enfrentar e superar dois candidatos politicamente poderosos e eleitoralmente viáveis, o senador Weverton Rocha (PSDB), que no momento é o segundo colocado nas pesquisas, e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que no auge da corrida às urnas será o governador titular do Maranhão. Além deles, o plantel da corrida ao Governo estadual inclui o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL), que está em campanha aberta, e deve incluir o senador Roberto Rocha, ainda sem partido, e o suplente de deputado federal Simplício Araújo (Solidariedade), que corre em faixa própria.

Edivaldo Holanda Jr. chega ao PSD politicamente consolidado, a começar pelo fato de que o braço maranhense do PSD é parte expressiva do que sobrou do Grupo Sarney, que pode atrair as outras fatias, como a mais importante delas, o MDB, hoje comandado pela ex-governadora Roseana Sarney, e a outra é o PSC, comandado pelo deputado federal Aloísio Mendes. Dois indícios da possibilidade de o MDB entrar nessa composição: a presença do deputado federal Hildo Rocha (MDB) no ato de filiação do ex-prefeito, e a brecada que líderes emedebistas deram no movimento que o partido vinha fazendo na direção do pré-candidato pedetista Weverton Rocha.

Quanto ao capital eleitoral, o ex-prefeito de São Luís e bem situado nas pesquisas que o incluíram, como a mais recente, feita pelo instituto Econométrica, na qual apareceu na faixa dos 10% de intenções de voto, empatado em terceiro lugar com o vice-governador Carlos Brandão e o senador Roberto Rocha, atrás do senador Weverton Rocha, em segundo, e da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), em primeiro, mas que está fora da disputa. Um cacife respeitável, principalmente considerando-s que ele tem baixa rejeição, fator que indica potencial de crescimento durante a campanha. É também um projeto de altíssimo risco, exatamente de que os dois concorrentes a serem batidos são politicamente bem estruturados, sendo que um deles terá o maior dos trunfos nestas eleições: o apoio do governador Flávio Dino (PSB).

O ingresso de Edivaldo Holanda Jr. nas fileiras do PSD é o desfecho de uma bem-sucedida operação articulada pelo presidente do partido no Maranhão, deputado federal Edilázio Jr., que enxergou longe, abriu o caminho, vendeu bem o “peixe” à direção nacional e colocou a agremiação no epicentro da política maranhense. Político já tarimbado, Edivaldo Holanda Jr. sabe o tamanho do desafio que abraçou ao assinar a ficha de filiação.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bolsonaro agride Dino e recebe troco contundente

 

Presidente Jair Bolsonaro: “Quanto mais pobre o estado, mais gordo é o governador”.

Flávio Dino rebate mais um ataque de Jair Bolsonaro, que repete a “estranha obsessão”

Governador Flávio Dino: “Acho que ele está se oferecendo para ser meu personal trainer. Não, obrigado. Que estranha obsessão. Vá trabalhar, presidente. No Maranhão, as rodovias federais estão destruídas”

O ataque grosseiro e o contra-ataque fulminante ocorreram ontem, marcando mais um episódio envolvendo diretamente o presidente Jair Bolsonaro e o governador Flávio Dino. E como os anteriores, a agressão do presidente foi gratuita e preconceituosa, como, aliás, têm sido as suas manifestações relacionadas com o Maranhão. A rebatida do governador com firmeza, mas dentro dos limites da decência, como têm sido as suas reações às agressões presidenciais.

Flávio Dino definiu as agressivas palavras do presidente como “estranha obsessão”, referindo-se ao fato de o presidente atacá-lo com frequência, e sempre determinado a ofendê-lo no plano pessoal. Na rebatida, o governador recomendou que o presidente saia da boa vida bancada pelos brasileiros e “vá trabalhar”, sugerindo que dê atenção às rodovias federais que cortam o Maranhão, que “estão destruídas”.

Com a rebatida, o governador Flávio Dino deixou claro, mais uma vez, que não deixará em branco nenhum ataque do presidente Jair Bolsonaro.

 

Camarão acende alerta nos QGs dos pré-candidatos ao Governo

Felipe Camarão

Uma declaração do secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, feita ontem em entrevista à TV Mirante, colocou ontem os QGs dos pré-candidatos ao Governo do Estado em clima de alerta amarelo ao confirmar seu projeto de disputar vaga na Câmara federal, mas com disposição para abraçar qualquer outra missão eleitoral que lhe for determinada pelo grupo liderado pelo governador Flávio Dino, incluindo uma eventual candidatura ao Governo do Estado. A declaração de Felipe Camarão é dada no momento em que seu nome começa a ser ventilado como uma espécie de “terceira via” dentro da aliança liderada pelo governador. Para muitos, esse projeto é inviável. Mas há quem acredite que ele faz sentido.

São Luís, 05 de Agosto de 2021.

Senadores maranhenses têm posições diferentes sobre o voto impresso

 

Eliziane Gama, Weverton Rocha e Roberto Rocha: posições diferentes em relação ao voto impresso

A adoção ou não do voto impresso não está em discussão no País. Não está em debate no Poder Judiciário, só entrou na pauta do Congresso Nacional – tudo indica que o projeto será fulminado na Câmara Federal – por ação de bolsonaristas de carteirinha, empurrados pelo Palácio do Planalto, e sua adoção não é pleiteada por instituições como a OAB, organizações civis – Fiesp, CNT, CNI, centrais sindicais – nem por número razoável de partidos políticos. O voto impresso está sendo cobrado quase que exclusivamente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua turma, cuja maioria não sabe exatamente o que é nem para que serve. A maioria dos deputados federais e dos senadores considera o movimento inoportuno e descabido, um assunto menor, portanto. E a reação de ontem dos presidentes do STF, ministro Luiz Fux, e do TSE, ministro Luiz Roberto Cardoso, foi suficiente para deixar claro que as instituições republicanas não se dobrarão às ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que em live para seguidores voltou a afirmar que sem voto impresso não haverá reeleição.

Nesse contexto, os três senadores maranhenses têm posições definidas sobre o voto impresso. Eliziane Gama (Cidadania) considera o instrumento desnecessário e tem posição dura em relação à campanha do presidente da República. Weverton Rocha segue a orientação do seu partido, o PDT, a favor do voto impresso. E o senador Roberto Rocha (sem partido) prega a adoção do voto impresso na linha do que diz o presidente Jair Bolsonaro.

Eliziane Gama, que iniciou sua trajetória eleitoral já na era do voto eletrônico, disputando várias eleições sem que em nenhuma delas tenha havido algum traço de distorção ou fraude propriamente dita. Defensora firme do atual sistema eleitoral, a senadora maranhense foi uma das vozes do Congresso Nacional que reagiram ontem, de maneira contundente, a mais um ataque do presidente Jair Bolsonaro ao sistema de votação eletrônica. Eliziane Gama lamentou o fato de o presidente da República haver se tornado alguém “sem nenhuma credibilidade”. E arrematou: “Em uma live com vídeos requentados e teorias delirantes, o presidente não provou absolutamente nada contra as urnas eletrônicas. Mais um blefe para uma plateia cada vez menor e mais radical. É o remake da cloroquina”.

O senador Weverton Rocha tem posição delicada nesse contexto. Até agora ele não fez declarações enfáticas sobre a proposta do presidente Jair Bolsonaro, mas não é segredo que, de acordo com palavras recentes do presidente Carlos Lupi, o seu partido, o PDT, é a favor do voto impresso, uma posição formulada e defendida ainda pelo fundador da agremiação, o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola. A posição advogada pelo PDT, porém, não tem o voto impresso como imperativo, tendo por base apenas a ideia de melhorar ainda mais o sistema eleitoral brasileiro, já reconhecido no mundo inteiro como uma referência, não guardando qualquer relação com o discurso golpista e ameaçador do presidente Jair Bolsonaro. O senador Weverton Rocha parece disposto a se manter distante desse debate, podendo mudar de atitude se a zoada dos bolsonaristas ganhar volume.

O senador Roberto Rocha (sem partido), por sua vez, assumiu o discurso do presidente Jair Bolsonaro como quem está defendendo uma causa de vida ou morte. Ele participou indiretamente da live mais recente do presidente, durante a qual veiculou peças de propaganda nas quais defende o voto impresso na linha bolsonarista, ou seja, sem voto impresso não haverá eleição. Trata-se de um caso curioso, uma vez que o hoje senador já disputou várias eleições, venceu a maioria delas – com boas votações, diga-se -, sem que tenha manifestado qualquer restrição ao sistema de votação eletrônico durante os mandatos que exerceu – incluindo os seis primeiros anos do mandato senatorial.

São, portanto, três posições bem claras, sendo a do senador Roberto Rocha a inteiramente alinhada à do presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, que pregam igualmente o desmonte da democracia para a adoção de um regime de força no Brasil.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Se Roseana vai mesmo disputar a Câmara Federal, quem herdará seus votos majoritários?

Roseana Sarney: fora da disputa majoritária, libera 25% de intenções de voto

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não se deixou encantar pela maioria frágil que recebido nas pesquisas de intenção de voto e teria batido definitivamente o martelo: será mesmo candidata à Câmara Federal. Por enquanto, ela não fará nenhum movimento no sentido de anunciar formalmente essa decisão, preferindo que seu nome seja incluído nas pesquisas medirão a corrida ao Palácio dos Leões.

Mas, se a ex-governadora estiver mesmo decidida a não se aventurar na disputa majoritária, preferindo liderar uma chapa do MDB para a Câmara Federal, a pergunta que todos fazem no meio político é a seguinte: para onde irão os 25% de intenções de voto que seriam dela?

Há quem veja esses votos migrando para três pré-candidatos: o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT) e Edivaldo Holanda Jr. (a caminho do PSD). Faz sentido, mas com a ponderação de que a probabilidade de uma divisão igual é muito remota, o que significa dizer que um dos três levará a melhor. Outra especulação ouvida pela Coluna lembra uma situação lógica: a maioria dos votos irá para o candidato que ela indicar.

 

Rubens Jr. volta à Câmara Federal “mais experiente”

Rubens Jr.: de volta ao jogo político federal

Após quase dois anos licenciado, período em que foi secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano, de Comunicação e Articulação Política – e mais recentemente apenas de Articulação Política com a recriação da Secom -, tendo também sido candidato à Prefeitura de São Luís, momento em que teve de combater um câncer, o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB) volta à Câmara Federal, a partir de hoje.

Ao anunciar o retorno à atividade parlamentar, o deputado fez um balanço positivo da experiência que vivenciou na seara executiva, avaliando que ampliou sua visão política, à medida que consolidou sua compreensão da realidade política e social do Maranhão. E agradeceu ao governador Flávio Dino (PSB) pela oportunidade: “Agradeço ao governador. Para mim foi prazer ajudar o nosso estado integrando o seu Governo, uma gestão que tem 75% de aprovação da população com excelentes resultados reconhecidos no país”.

Declarando-se agora mais preparado para a retomada do mandato parlamentar, Rubens Jr. anunciou que vai se dedicar a fortalecer as ações da bancada federal maranhense em votações importantes para o Estado:  “A missão agora é fortalecer o Maranhão Câmara Federal em um momento fundamental para os rumos do nosso país. Teremos no segundo semestre votações das reformas política, eleitoral, tributária, administrativa etc., além da defesa da democracia contra o desgoverno Bolsonaro”.

São Luís, 03 de Agosto de 202

 

 

Com regras mais flexíveis e em clima de disputa, Assembleia Legislativa retoma atividades nesta Terça

 

O Palácio Manoel Beckman será reaberto para retomada dos trabalhos legislativos

A 14 meses das eleições, os 42 deputados estaduais do Maranhão, a exemplo dos parlamentares de todo o País, vivem a expectativa em relação às mudanças nas regras eleitorais em discussão no Congresso Nacional, como a adoção, ou não, do voto distrital, ou do distrital misto, ou ainda do “distritão”, uma polêmica mistura dos dois, o que poderá facilitar ou complicar o futuro de muitos. É nesse clima que, depois de um recesso de duas semanas, a Assembleia Legislativa retoma nesta Segunda-Feira suas atividades parlamentares e administrativas, com expediente integral (das 08h às 18h), com o diferencial de que reabre parcialmente para a movimentação presencial. Será o primeiro legislativo em que o parlamento estadual funcionará com a presença de jornalistas e visitantes, mas com a ressalva de que os frequentadores terão de se submeter a um rígido controle. Desdobramentos da pandemia à parte, o Palácio Manoel Beckman voltará a ser, ao mesmo tempo, o epicentro e a caixa de ressonância da política estadual, com a obrigação de legislar, mas agora em clima de intensa disputa.

Após consultas internas e em sintonia com os demais membros da Mesa Diretora, o presidente Othelino Neto (PCdoB) definiu o regime de funcionamento do parlamento: sessões às Terças, Quartas e Quintas-Feiras em regime híbrido, ou seja, o deputado poderá participar presencialmente, ou remotamente, por vídeoconferência, se preferir, sendo considerado faltoso o parlamentar que não comparecer ao plenário nem por meio remoto, e que não justificar a ausência. A estrutura já montada na Casa permite a realização de sessões plenárias híbridas. Ao mesmo tempo, será reaberto o espaço para jornalistas, que terão, porém de se submeter a um conjunto de regras destinadas a evitar contaminação pelo novo coronavírus.

Formalidades à parte, a Assembleia Legislativa reassume a condição de epicentro da vida política estadual, à medida que são os deputados estaduais, que fazem a ponte entre o Poder Público e os municípios e a sociedade em todos os seus níveis e vieses, já se preparam para encarar as urnas em busca da reeleição. Até aqui, à exceção da deputada Cleide Coutinho (PDT), que anunciou a decisão de não mais disputar eleições, e uns poucos que poderão tentar vaga na Câmara Federal, todos estarão na corrida pela renovação do mandato. Para eles, as regras que sairão do Congresso Nacional para as próximas eleições terão peso decisivo nos ajustes que tiverem de fazer nas suas relações com as bases e nas estratégias da guerra pelo voto.

Como qualquer parlamento do País, o legislativo maranhense é hoje composto por um grupo de pelo menos 17 deputados apontados como eleitoralmente cacifados para alcançar a reeleição. Abriga o grupo mais numeroso, formado por cerca de 18 deputados com chance de reeleição. E ainda um grupo menor, formado por seis deputados cujos peso político e o cacife eleitoral são rigorosamente imprecisos. Eles enfrentarão uma legião de candidatos às suas vagas, alguns apontados como “pesos pesados”, com elevado cacife político e eleitoral. É a guerra de sempre, com o diferencial de que a disputa se dará, por exemplo, sem coligações, e provavelmente com voto distrital, distrital misto ou “distritão”, além de outras possíveis regras que poderão influenciar no conjunto da eleição proporcional.

Em meio à essa intensa e crescente tensão política, que via de regra estimula duros confrontos internamente, os deputados estaduais têm uma vasta agenda legislativa, como projetos de lei já tramitam na Casa, sendo um deles o Orçamento do Governo do Estado para o ano que vem. Vale lembrar que, mesmo com suas atividades limitada pela pandemia do novo coronavírus, o parlamento maranhense alcançou expressiva produção legislativa. Nela se destaca a aprovação de uma série de regras que deram ao governador Flávio Dino (PSB) o suporte legal necessário para o bem-sucedido combate à pandemia do novo coronavírus no Maranhão.

É nesse ambiente que os deputados retornarão ao trabalho legislativo nesta Terça-Feira.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

No comando do Legislativo, Othelino Neto se consolida um líder bem sucedido

Othelino Neto: ação política intensa

No cenário político, partidário e parlamentar que já vem sendo desenhado e que ganhará traços mais fortes e cores mais nítidas à medida que as eleições se aproximarem, um deputado ganha maior projeção, o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB). No comando da Casa desde Janeiro de 2018, ele saiu de uma atuação eficiente na base de apoio do governador Flávio Dino para o centro das decisões políticas do Maranhão. Como presidente, tem comandado o Legislativo com desempenho surpreendente, atuando como líder de uma instituição onde as diferenças emergem e se chocam em embates às vezes ácidos. Othelino Neto tem sabido mediar conflitos, aparar arestas e juntar peças como poucos presidentes neste século: dá atenção igual a todos os deputados, ajudar a solução de pendências com o Executivo, ao mesmo tempo em que usa os poderes de presidente para agilizar a tramitação de projetos de interesse público, como os propostos pelo governador Flávio Dino para o combate à pandemia. No campo político, Othelino Neto tem se destacado como um articulador eficiente, e também pela independência que vem mostrando, inclusive seguindo caminho diferente do seu partido como o principal apoiador do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), quando o PCdoB tende a apoiar a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Individualmente, tem cumprido uma agenda política nas diferentes regiões do estado, realizando o trabalho de articulação e apoio a Prefeituras, numa agenda de visitas quase diárias a municípios. O fato incontestável é que sua gestão presidencial, seu trabalho parlamentar e sua intensa ação política aumentaram expressivamente o seu tamanho político. Tanto que está se preparando para buscar a reeleição, mas acumulou lastro para ser lembrado para outros projetos, como a de entrar como vice numa chapa aliada. Othelino Neto entra nessa nova etapa na liderança firme da Assembleia Legislativa e com um amplo horizonte político.

 

Daniella Tema e Socorro Waquim mostram independência partidária

Daniella Tema e Socorro Waquim: posições independentes

Duas deputadas estaduais estão mostrando personalidade política forte e contrariando as sinalizações dos seus partidos na corrida ao Palácio dois Leões. A deputada Daniella Tema não fecha com a orientação do comando do DEM, que declarou apoio familiar ao senador Weverton Rocha (PDT) e está fazendo campanha aberta e sem rodeio para o vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Já a deputada Socorro Waquim resolveu se posicionar pela pré-candidatura de Carlos Brandão antes que seu partido, o MDB, tome uma decisão, confirmando ou não sua inclinação pelo candidato do PDT, podendo também apoiar o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr., que deve confirmar sua pré-candidatura na próxima Quarta-Feira (4), no ato de sua filiação ao PSD, em Brasília.  Em resumo: nem o DEM tem força para dobrar Daniella Tema nem o MDB tem autoridade para inibir Socorro Waquim.

São Luís, 01 de Agosto de 2021.