Arquivos mensais: agosto 2021

Lula chega hoje ao Maranhão para consolidar alianças e garimpar mais fontes de apoio para 22

 

Flávio Dino e Lula da Silva: parceria garantida no Maranhão para as eleições de 2022

O ex-presidente Lula da Silva (PT) desembarca hoje em São Luís, para uma visita política de dois dias. O líder petista chega ao Maranhão para conversar com diferentes grupos em busca de alianças que possam consolidar o favoritismo do seu projeto de candidatura no enfrentamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição presidencial do ano que vem. O primeiro e principal interlocutor do ex-presidente será o governador Flávio Dino (PSB), que apoia o seu projeto de voltar ao Palácio do Planalto, mas prega também a construção de uma grande aliança para enfrentar o atual presidente. No Maranhão, Lula da Silva tem liderança confortável e incontestável, sendo detentor de muito poder de fogo político e eleitoral, o que faz dele o candidato a ser batido. Ao mesmo tempo, ele sabe que sua candidatura sofrerá forte pressão, o que o faz agora estreitar laços com o governador Flávio Dino. Na sua incursão, pretende ampliar o seu raio de ação política no estado, sendo o PT o seu grande instrumento de ação.

O entendimento com o governador Flávio Dino já vem sendo costurado desde que o ex-presidente ainda se encontrava preso em Curitiba. Tanto que o primeiro e maior passo do seu partido em relação à corrida eleitoral ao Governo do Estado já foi dado: o PT está alinhado ao Palácio dos Leões e seus líderes locais já se movimentam declarando apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) à sucessão do governador Flávio Dino. Na mesma seara, o senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato assumido ao Governo do Estado, vem trabalhando intensamente no sentido de atrair o apoio do PT ao seu projeto de poder, ao mesmo tempo no seu partido o ex-ministro Ciro Gomes não abre mão do seu projeto de se candidatar a presidente. Lula da Silva, claro, vai usar todo o seu poder de sedução para ganhar o apoio do PDT no Maranhão sem colocar em risco sua aliança com o governador Flávio Dino.

O líder petista já deu inúmeras demonstrações de que no Maranhão o governador Flávio Dino e seu grupo são os seus aliados preferenciais. Demonstrou também que o caminho do PT no estado é a aliança com PSB, PCdoB e PSDB, que hoje formam o núcleo básico da aliança partidária liderada por Flávio Dino, que inclui também partidos ferozmente adversários do PT, como é o caso do DEM e do PP, para citar apenas dois exemplos. A aliança com o PT, já tida como fato consumado até pelas pedras de cantaria da Praia Grande, precisa de uma amarração formal do comando petista. Isso porque dentro do PT maranhenses há vozes que não rezam na cartilha de Lula da Silva, que querem o PT aliado ao pedetista Weverton Rocha. O ex-presidente vai trabalhar para fazer a conciliação.

O líder petista vai incursionar fora do território partidário liderado pelo governador Flávio Dino. Fonte petista confirmou à Coluna que ele fará uma visita à ex-governadora Roseana Sarney, presidente do MDB maranhense, e que foi sua aliada no Maranhão por mais de uma década. Petistas que viveram mais intensamente a aliança petista/sarneysista acreditam fortemente na possibilidade de o MDB do Maranhão apoiar o projeto do ex-presidente de voltar ao Palácio do Planalto. É que, mesmo que o rompimento da aliança PT/MDB tenha se dado na derrubada do Governo Dilma Rousseff (PT), por meio do impeachment que levou o emedebista Michel Temer ao poder, petistas e emedebistas maranhenses acham que sobrou espaço para uma reaproximação, que até mesmo resultar numa aliança eleitoral. Na mesma linha de ação o ex-presidente estaria interessado em atrair o apoio do PSOL, embora sejam poucos os que acreditam numa aliança PT/PSOL no Maranhão.

O ex-presidente Lula da Silva permanecerá em São Luís até Sexta-Feira, devendo partir bem mais forte do que quando chegou.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Apoiado pelo PSD, Edivaldo Jr. prepara largada da sua pré-campanha

Edivaldo Jr. vai incursionar no interior para chegar aos Leões no ano que vem

O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) prepara maratona de pré-campanha incursionando no interior embalado por duas certezas. A primeira é a de que sua candidatura ao Governo do Maranhão ganhou o status de prioridade para o comando nacional do PSD, e que o presidente do partido, Gilberto Kassab, estaria pessoalmente empenhado em dar ao candidato Edivaldo Holanda Jr. os meios possíveis para viabilizar uma campanha eficiente. A segunda, o comando estadual do PSD incorporou a candidatura majoritária e já trabalha para mobilizar todos os pedaços do Grupo Sarney em torno dela, a começar pela presidente do MDB, ex-governadora Roseana Sarney. A candidatura de Edivaldo Jr. terias caído nas graças do ex-presidente José Sarney, que aqui e ali orienta politicamente o presidente do PSD, deputado federal Edilázio Jr.. E não será surpresa se o PV também se incorporar ao projeto pelo ex-prefeito de São Luís, que discretamente pretende pisar fundo no acelerador.

 

Equipe da TV Assembleia recebe o Prêmio BNB de Jornalismo

Denivan Borges (BNB), Fábio Cabral, Silvia Tereza, Fábio Lima, Glaucione Pedroza e Ângelo Moraes comemoram entrega do Prêmio BNB de Jornalismo à TV Assembleia

Em tempos sombrios para o Jornalismo pleno, é extremamente salutar e reconfortante lembrar que ainda existem prêmios destinados a reconhecer a importância e a qualidade do trabalho de profissionais. Ontem, por exemplo, uma equipe da TV Assembleia, formada pelo repórter Fábio Cabral, pelo editor Ângelo Moraes e pelo cinegrafista Fábio Lima, recebeu o Prêmio BNB de Jornalismo 2020 pela reportagem “Empreendedor investe em trabalho de impacto social”.

A láurea foi entregue aos vencedores pelo superintendente do BNB no Maranhão, Denivan Borges, em ato realizado no Complexo de Comunicação da Assembleia Legislativa, na presença da diretora adjunta de Comunicação, jornalista Sílvia Tereza, e a subdiretora de TV e Rádio, jornalista Glaucione Pedroza.

O Prêmio BNB de Jornalismo é um dos mais antigos e respeitados da região e tem como foco as atividades econômicas, principalmente no que diz respeito ao empreendedorismo. Centenas de profissionais de jornal impresso, espaços jornalísticos virtuais, TV e rádio já participaram desse prêmio, documentando jornalisticamente as mais diversas situações, realidades, episódios e fatos que movem a economia da Região Nordeste, que tem no BNB uma das principais fontes de incentivo. No caso, além do reconhecimento dos seus méritos profissionais, a equipe da Assembleia Legislativa recebeu R$ 8 mil e o certificado da sua conquista.

A conquista do Prêmio BNB de Jornalismo 2020 foi uma demonstração cabal de que uma emissora pública pode abrir espaço para que seus profissionais possam praticar um jornalismo saudável do ponto de vista da informação, e com qualidade técnica.

A Coluna cumprimenta Fábio Cabral, Ângelo Moraes e Fábio Lima pela conquista.

São Luís, 18 de Agosto de 2021.

Governadores querem Supremo independente e livre de ameaças; Flávio Dino alerta para risco de violência

Flávio Dino defende garantir para o Supremo

A Carta

Os governadores, que assinam ao final, manifestam sua solidariedade ao Supremo Tribunal federal, aos seus ministros e às suas famílias, em face de constantes ameaças e agressões.

O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis.

No âmbito dos nossos Estados, tudo faremos para dignidade e a integridade do Poder Judiciário.

Renovamos o chamamento e à serenidade e à paz que a nossa Nação tanto necessita.

Brasília, 15 de Agosto de 2021.

Flávio Dino (MA), Rui Costa (BA), Paulo Câmara (PE), João Doria (SP), Eduardo Leite (RS), Camilo Santana (CE), João Azevêdo (PB), Renato Casagrande (ES), Wellington Dias (PI), Fátima Bezerra (RN), Renan Filho (AL), Belivaldo Chagas (SE), Ibaneis Rocha (DF) e Waldez Goés (AP.

 

As posições do governador Flávio Dino

Signatário e um dos articuladores da Carta dos governadores em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos seus integrantes, que vêm sendo agredidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e partidários dele, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) defendeu a iniciativa com um argumento eficiente de que o Judiciário é um poder desarmado e, por isso, precisa de tranquilidade e serenidade para funcionar com isenção. Daí a preocupação dos governadores em chamar a atenção da sociedade para o problema e, se necessário, garantir a integridade institucional e física dos 11 integrantes da mais alta Corte de Justiça do Brasil. Flávio Dino alerta que o Brasil está vivendo uma escalada de violência verbal contra a instituição. Observa que alguém poderia considerar tais agressões inerentes à vida democrática. “Mas não são, não nestes termos”, assinalou, no início da noite, em entrevista à CNN.

Ao analisar o cenário político e institucional do Brasil neste contexto, manifestou grave preocupação com as tentativas de minar a credibilidade das urnas eletrônicas e com a falta de uma conscientização geral sobre a segurança e a importância do sistema de votação brasileiro, e ainda com a possibilidade ser questionado com atos de violência no País. Na avaliação do governador do Maranhão, um Judiciário sólido e protegido é vital inclusive para combater as incertezas políticas, que dificultam hoje a vida econômica e social do País. E nessa linha, ele discorda da acusação de que o Judiciário esteja motivado por ativismo: “Se houver, aqui e acolá, isso que se convencionou chamar de ativismo, os remédios estão na Constituição, jamais em marchas milicianas, em ameaçar tocar fogo no Supremo, como fizeram outro dia, cercar casa de ministro do Supremo, agredir as famílias dos ministros do Supremo. Isso é inaceitável”.

Indagado sobre se o fato de que somente 14 governadores assinaram a nota, contra 13 que não assinaram traduz o peso político do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Dino afirmou, categórico, que a julgar pelo relacionamento que mantém com todos os governadores, compreende que tenham razões para não assinar. “Considero que mesmo 14 tendo assinado, que é maioria, e com alta representatividade, acho que outros tantos também apoiam essa posição”. E completou: “Creio que não será um cabo e um soldado que vão fechar o Supremo Tribunal Federal. E os ministros terão, sim, a proteção policial, se for necessário, para garantir o funcionamento do Supremo Tribunal Federal com independência, como o Brasil precisa”.

Para o governador, esses atritos podem acontecer na política, mas o Judiciário não pode ser levado a isso. “Se alguém está insatisfeito, se o presidente está insatisfeito, ele deve apresentar, através dos seus advogados, os recursos ao próprio Poder Judiciário, mas jamais recorrer a esse tipo de expediente que nós estamos vendo, e que podem resultar numa onda de violência. Lembremos que essas figuras caricatas, essas figuras sem importância, já resultaram em grandes desastres na Humanidade, inclusive com violência física, em outros momentos da História. Por isso, é preciso levar isso a sério, e por isso considero que essa manifestação de governadores é importante para proteger o Supremo brasileiro.”

Nesse cenário, a CNN quis saber como Flávio Dino, diante dos ataques do presidente Jair Bolsonaro, avalia que será a eleição do ano que vem. O governador lembrou a última eleição norte-americana: “O ex-presidente (Donald) Trump deu (ontem) uma declaração deslegitimadora contra o presidente (Joe) Biden. Ou seja, até hoje ele não aceita o resultado. Isso funciona como espécie de sinal de alerta. Realmente nós teremos uma eleição bastante complicada, porque um dos participantes da eleição quer impor as regras. Como se ele pudesse ter as regras do jogo que ele vai disputar. Olhe nós temos as regras, o Congresso, o Supremo, e todos têm de se submeter àquilo que está estabelecido constitucionalmente no Brasil. Eu, infelizmente, acho que o presidente da República vai muito mal, vai numa direção absolutamente errada. E é preciso desde logo prevenir, para que não tenhamos uma eleição até com violência, porque a instabilidade emocional pode levar a extremos. E nós não queremos isso para o Brasil”.

Na visão do governador do Maranhão, o caminho mais sensato agora é “debater isso com serenidade, mas com firmeza, nesta hora. Para deixar caro que o Brasil não aceita imposições unilaterais, venham de onde vierem”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino reafirma apoio a Weverton e diz que ele cuidará do legado de Dino

Weverton Rocha e Othelino Neto: aliança para a disputa eleitoral que se aproxima

O ato de lançamento da pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), na noite de Sexta-Feira (13), em Imperatriz, foi um evento expressivo, animado, principalmente pelas lideranças que participaram e declararam apoio ao senador, a começar pela senadora Eliziane Gama (Cidadania) e pelos presidentes estaduais do PP e do DEM, respectivamente deputados federais André Fufuca e Juscelino Filho, além de 10 deputados estaduais. Não há dúvida, porém, de que a presença que mais chamou a atenção foi a do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Não apenas pelo peso político que ele detém e pelo fato de pertencer ao PCdoB, mas principalmente pelos argumentos que elencou no discurso em que reafirmou seu apoio ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha.

O chefe do Poder Legislativo repetiu a afirmação de que Weverton Rocha está preparado para manter o que definiu como “o legado liderado pelo governador Flávio Dino”, que na sua avaliação “precisa ter continuidade”. E reforçou o argumento: “Nós precisamos olhar para frente. Não podemos jamais dar um passo para atrás naquilo que está sendo construído. O Maranhão não pode retroceder”.

Na sua visão, o atual Governo fez a opção de investir no social, e que os frutos desses investimentos estão mudando para melhor os indicadores sociais do Maranhão. E citou como exemplo o programa Escola Digna – que transforma em escola de verdade espaços escolares comunitários espalhados pelo interior do estado. Othelino Neto manifestou a convicção de que esses programas serão mantidos e ampliados num eventual Governo liderado pelo senador pedetista: “Eu cito esse programa por ter a marca do PDT e ser uma bandeira que o senador Weverton levanta, desde que era líder estudantil”, completou Othelino Neto.

(Othelino Neto ser referiu à semelhança do Escola Digna com o revolucionário programa educação implantado no Rio Grande do Sul, no início dos anos 60 do século passado pelo então jovem governador Leonel Brizola e que até hoje é a base do sistema educacional gaúcho).

Empolgado com o comprometimento do presidente do Poder Legislativo com o seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha anunciou que, a partir de agora, vai promover novos encontros em outros municípios maranhenses para ouvir a população. “A partir desses encontros, vamos construir, não só a plataforma de governo, colhendo propostas nas várias regiões do Maranhão, mas pretendemos tocar no coração de cada cidadão do nosso estado”, assinalou, enfático, o pré-candidato.

Em Tempo: Além da senadora Eliziane Gama e dos deputados federais André Fufuca e Juscelino Filho, participaram do ato de Imperatriz os deputados estaduais Neto Evangelista (DEM), Ciro Neto (PP), Ricardo Rios (PDT), Marco Aurélio (PCdoB), Rildo Amaral (Solidariedade), Antônio Pereira (DEM), Wendell Lages (PMN), Marcos Caldas (PTB), Zito Rolim (PDT) e Pastor Cavalcante (PTB). Todos declararam apoio ao projeto de poder do senador Weverton Rocha.

 

Morre Duda Mendonça, o marqueteiro e guru das campanhas de Roseana Sarney

Duda Mendonça e Roseana Sarney: guru e amigo

A morte, ontem, do marqueteiro Duda Mendonça, aos 77 anos, encerra um ciclo importante do uso da publicidade como arma decisiva nas disputas eleitorais, no Brasil. Apontado, quase unanimemente, como gênio das campanhas eleitorais ocorridas no Brasil nos últimos 40 anos, principalmente pelas campanhas que levaram o líder petista Lula da Silva ao poder, o baiano Duda Mendonça foi o guru eleitoral de Roseana Sarney (MDB) em todas as suas campanhas eleitorais vitoriosas, respondendo também pelo seu fracasso mais retumbante: a histórica derrota da então senadora para Jackson Lago (PDT) na disputa para o Governo do Estado em 2006, quando foi interrompido o domínio do Grupo Sarney nas urnas. Duda Mendonça se “reabilitou” na seara sarneysista em 2010, quando Roseana Sarney, que retornara ao Palácio dos Leões em 2009 com a cassação do governador Jackson Lago, comandou a campanha que a reelegeu com pouco mais da metade dos votos. Em mais de duas décadas, Duda Mendonça teve o domínio total e indiscutível das campanhas de Roseana Sarney, determinando os temas, elaborando os roteiros e dando as cartas na operacionalização das etapas de cada campanha. Atuou como um guru cujas decisões eram incontestáveis. Duda Mendonça cuidava do marketing eleitoral de Roseana Sarney juntamente com o cientista político pernambucano Antônio Lavareda, que transformou Roseana Sarney numa política que nunca mais daria um passo em direção às urnas sem o respaldo de uma pesquisa. Ao registrar a morte de Duda Mendonça, a chamada grande imprensa lembrou que, além de Lula da Silva, ele assinou campanhas vitoriosas no País, como as do célebre governador pernambucano Miguel Arraes, do governador cearense Ciro Gomes e do empresário paulista Paulo Skaf. Mas não há dúvida de que, depois do sobrenome Sarney, ele foi o grande responsável pelos resultados eleitorais que deram a Roseana os 14 anos em que permaneceu no comando do Governo do Maranhão.

São Luís, 17 de Agosto de 2021.

Weverton lança pré-candidatura em Imperatriz e garante que esse projeto “não tem volta”

 

Ato de lançamento da pré-candidatura de Weverton Rocha ao Governo reuniu líderes e apoiadores em Imperatriz

A corrida ao Palácio dos Leões no pleito do ano que vem – que já vinha ganhando densidade e velocidade com reuniões regionais em torno da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), pelo iminente início de campanha do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) nos municípios, pela campanha aberta do prefeito Lahesio Bonfim (PSL) e pelo discurso diuturno de pré-candidato do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) – teve largada consumada neste Sábado, em Imperatriz, com o lançamento da pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Não foi um evento qualquer, foi uma largada mesmo. O senador pedetista reuniu num grande palanque seus aliados e boa parte do PIB político da Princesa do Tocantins, e avisou, no seu discurso, que é candidato a governador e que é impossível desistir, e sentenciou: “Esse projeto não tem volta, pois veio para ganhar a eleição”.

Quando são pressionados por prazos eleitorais, muitos fatos políticos costumam ter vida efêmera. Mas com o evento de Imperatriz, o senador pedetista passou um recado enfático e, ao que parece, definitivo na confirmação da sua candidatura. Na prática, ele sinalizou que não pretende cumprir o acordo pelo qual caberá ao governador Flávio Dino (PSB) coordenar os entendimentos para definir o candidato do grupo à sua sucessão. E foi incisivo no discurso: “Gosto muito do Flávio Dino, é meu amigo, ele tem o reconhecimento de todos nós pelo trabalho que ele fez no Maranhão. Só que eu quero ser candidato de baixo para cima. Eu quero o apoio dele, mas na verdade quem vai me apoiar e me eleger é o povo do Maranhão”. E provocado sobre a possibilidade de recuar, foi igualmente enfático: “Vocês já viram foguete dando marcha ré? Então vamos para frente, que o Maranhão tem pressa e quer ser feliz”.

Qualquer análise do discurso que fez em Imperatriz certamente chegará à conclusão de que Weverton Rocha está determinado a ser candidato, com disposição inclusive para romper com a aliança se não for ele o escolhido. E como todas os sinais também indicam que o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que será governador titular a partir de Abril, não abre mão de sua de ser candidato, a tendência óbvia é a de que os dois irão para o confronto, para se bater e enfrentar, cada um por si, os demais candidatos, entre eles o mais viável, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Todos os movimentos de Weverton Rocha até aqui têm mostrado a disposição, quase obstinada, dele de partir para o confronto aberto, caso não obtenha o status de candidato da aliança articulada pelo governador Flávio Dino.

Ainda é cedo para se afirmar com segurança que todos os projetos de candidatura ao Governo rascunhados até aqui estejam definitivamente consolidados. Mas também não há como garantir que algum deles venha a ser retirado por falta de consistência e de futuro nas urnas. Pelo que foi documentado em Imperatriz, mesmo que venha a sofrer uma reviravolta, o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha é sólido, tornando-o o concorrente a ser vencido, como também é sólido e bem lastreado o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão, condição que certamente alcança ainda a pré-candidatura de Edivaldo Holanda Jr..

A largada oficial de Weverton Rocha em Imperatriz, embalada pelo slogan #O Maranhão mais feliz, não foi um ato comum de reafirmação política. Foi, pelo seu tamanho – cerca de duas mil pessoas em área aberta – e pelo peso político das lideranças presentes – entre elas o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), o prefeito Assis Ramos (DEM), os deputados federais André Fufuca (PP) e Juscelino Filho (DEM), os deputados estaduais Marco Aurélio (PCdoB), Rildo Amaral (SD) Ricardo Rios (PDT), além de prefeitos e ex-prefeitos da região – um evento pré-eleitoral de peso. E que sinalizou, de maneira muito clara, a largada do senador Weverton Rocha, dentro ou fora da aliança governista, em direção às urnas de 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Racha: Julião Amin, ex-presidente do PDT, declara apoio a Brandão

Carlos Brandão recebe o apoio de Julião Amin, Nelson Castilho e Leandro Bello

Nem tudo foi festa para o senador Weverton Rocha no fim de semana em que lançou, num grande ato em Imperatriz, sua pré-candidatura ao Governo do Estado. Na noite de Sexta-Feira, 13, enquanto se reunia com líderes tocantinos e cuidava dos últimos detalhes para a festa política de Sábado, o senador recebeu uma notícia desconcertante: naquele momento, em São Luís, o ex-deputado federal Julião Amin, um dos fundadores do PDT no Maranhão, visitava o vice-governador Carlos Brandão e  declarava apoio ao seu projeto de candidatura. O movimento de Julião Amin escancarou o “racha” que vem estraçalhando o PDT, principalmente a sua grande em São Luís, desde a partida do ex-governador Jackson Lago e do deputado federal Neiva Moreira. Julião Amin não pé um pedetista qualquer. Bancário que se destacou como presidente do Sindicato dos Bancários nos anos 80, ainda em plena ditadura, Julião Amin foi um dos fundadores do PDT do Maranhão ao lado de Jackson Lago e Neiva Moreira, tendo se tornado um dos mais próximos colaboradores dos dois líderes. Com a morte de Jackson Lago, assumiu a presidência do partido, mas foi logo destronado por Weverton Rocha. Julião permanece no partido, que já representou em seis mandatos parlamentares – três de deputado estadual e três de deputado federal -, mas não segue a orientação de Weverton Rocha, atuando como oposição interna. Com a declaração de apoio ao vice-governador Carlos Brandão, Julião Amin mostra que o senador e presidente não é unanimidade no partido.

 

Partidos rejeitam Bolsonaro temendo clima de bagunça

Jair Bolsonaro: resistência à sua filiação ao PP

O deputado federal André Fufuca (PP) encontra-se com um baita problema na sua mesa de trabalho no posto de atual presidente nacional do partido: a tentativa de filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seus filhos e sua tropa de choque ao seu partido. Corre o zumzum dando conta de que o presidente está em conferência com os líderes do partido – além de André Fufuca, pesam na legenda o deputado federal alagoano Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, e o senador piauiense Ciro Nogueira, atual chefe da Casa Civil – para definir uma posição. Isso porque boa parte dos deputados federais do PP já avisou que não quer saber do presidente e sua turma no partido, criando assim um clima de constrangimento para os líderes.

Antes do PP, Jair Bolsonaro foi rejeitado no PMB, depois mirou no Patriotas, que igualmente lhe fechou as portas por meio de uma crise entre apoiadores e não apoiadores do presidente dentro do partido. Agora está causando um estica-encolhe dentro do PP presidido no Maranhão e no plano nacional pelo deputado federal André Fufuca, onde também é rejeitado por parte dos deputados federais do partido. Nos três casos, a rejeição ao presidente é justificada pelo temor de que Jair Bolsonaro e sua tropa estabeleçam um clima de bagunça dentro do partido. No caso específico do Maranhão, o temor dos líderes é que o senador Roberto Rocha acompanhe o presidente e reivindique o comando estadual do partido. Nesse contexto de rejeição, sua procura poderá terminar nos portões do PTB, que poderá ser apressada com o presidente do partido, Roberto Jefferson, na cadeia. Parece ser o único em que o presidente será acolhido, caso resolva entrar. É o sonho colorido da presidente do partido no Maranhão, deputada Mical Damasceno.

São Luís, 15 de Agosto de 2021.

Derrocada de Roberto Jefferson mergulha PTB do Maranhão num mar de incertezas

 

O agora extremista Roberto Jefferson trocou a independência política de Pedro Lucas Fernandes pela misturas de política com religião de  Mical Damasceno

A prisão, nesta Sexta-Feira, 13, do ex-deputado federal e presidente do Partido Trabalhista Brasileiro, Roberto Jefferson sob a acusação de tramar contra as instituições republicanas, a começar pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mergulhou de vez o PTB, fundado por Getúlio Vargas, no limbo da História. A derrocada do partido no plano nacional está sendo refletida no Maranhão, onde, depois de se tornar a referência do trabalhismo getulista e atuado como um fantasma incômodo durante a ditadura que o extinguira, renasceu no estado, nos anos 80, pelas mãos politicamente honestas de líderes como o médico Cesário Coimbra e o jornalista Vera Cruz Marques. Com eles, o PTB recuperou parte da identidade e da dignidade destruídas pela  ditadura. Essa geração foi sucedida pelo comando, primeiro do deputado estadual Manoel Ribeiro, e depois do deputado federal Pedro Fernandes, sucedido pelo filho, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes. Mais recentemente, foi entregue à líder evangélica e deputada estadual Mical Damasceno, consumando no Maranhão a guinada para a extrema-direita.

Mesmo enfrentando a pressão do PDT fundado por Leonel Brizola, que o reivindicou, sem sucesso, o PTB acabou entregue pelo regime militar a Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio Vargas, mas sem qualquer afinidade com o trabalhismo imaginada pelo avô. No Maranhão, getulistas autênticos como Cesário Coimbra e Vera Cruz Marques, que junto com outros militantes fizeram do PTB um partido forte no contexto da redemocratização. Eles não viveram para presenciar a guinada que, sob o comando de Roberto Jefferson, o partido, que nasceu com um ideário de centro-esquerda, guindou para a extrema-direita, desembocando no que há de pior do bolsonarismo, que é a política do ódio e de vocação golpista.  Antes disso, Roberto Jefferson foi advogado brilhante, um parlamentar atuante e líder do PTB, e que brilhou na Câmara Federal, dando suporte aos Governos comandados por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula da Silva (PT). Sua derrocada começou com o Mensalão, por ele denunciado, mas que o levou à prisão por desvio de recursos do partido.

Nesse período, o braço maranhense foi comandado pelos Ribeiro, primeiro sob a presidência do vereador e depois deputado estadual Manoel Ribeiro, que comandou a Assembleia Legislativa por uma década. Depois, teve o depois deputado federal Pedro Fernandes como um líder sensato e seguro, que honrou os cinco mandatos que cumpriu sem faltar a uma única sessão na Câmara Federal. Ali, Pedro Fernandes foi braço direito de Roberto Jefferson, atuando como voz moderadora, colocando freio – nem sempre com sucesso – nos rompantes do chefe, tornando-se um dos nomes de proa do PTB no plano nacional. Quando em 2018 cedeu sua vaga de candidato a deputado federal ao filho, o então vereador de São Luís Pedro Lucas Fernandes entregou-lhe também o comando do partido no Maranhão. O deputado federal Pedro Lucas Fernandes seguiu os passos do pai e logo se transformou numa das referências do PTB, de cuja bancada foi líder duas vezes.

A inclinação rápida e incontrolável de Roberto Jefferson para a extrema-direita, levando o até então independente PTB para a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), abraçando “causas” antidemocráticas e irracionais como a política para armar a população civil, inclusive insuflando-a ao confronto, e “bandeiras” como o fechamento o Supremo Tribunal Federal e a instauração de um regime de força. Tal situação colocou o deputado Pedro Lucas Fernandes, um democrata convicto, na contramão dentro do partido. O rompimento ocorreu quando o parlamentar votou para confirmar a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL) por pregar agressão a ministros do STF e a volta da ditadura. Por causa do voto, Roberto Jefferson o destituiu da liderança do PTB e da presidência do partido no Maranhão. O deputado Pedro Lucas deixou o partido.

A grande surpresa veio a seguir. Roberto Jefferson entregou o comando do PTB no Maranhão à deputada Mical Damasceno, bolsonarista de carteirinha e militante evangélica que costuma entoar louvores na tribuna da Assembleia Legislativa, cometendo a grave distorção de misturar política com religião.

Com a prisão de Roberto Jefferson, o PTB tem dois caminhos: se afastar da extrema direita e voltar ao centro com uma visão renovada de trabalhismo, ou cair de vez nas mãos do presidente Jair Bolsonaro, que pode assumir o seu controle. E nesse contexto, o futuro do PTB no Maranhão é rigorosamente incerto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto ganha cidadania por ação política produtiva em Imperatriz

Acompanhado da esposa Ana Paula Lobato, Othelino Neto recebe do vereador Carlos Hermes o título de Cidadão de Imperatriz no plenário da Câmara Municipal

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) é o mais novo Cidadão de Imperatriz. O título lhe foi entregue ontem pelo autor da concessão, vereador Carlos Hermes (PCdoB), em sessão especial da Câmara Municipal da Princesa do Tocantins, prestigiada pelo senador Weverton Rocha (PDT), deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores, além de convidados. Acompanhado da esposa, Ana Paula Lobato, vice-prefeita de Pinheiro, Othelino Neto definiu o recebimento da cidadania imperatrizense como um dos momentos mais importantes da sua vida: “Esse título muito me honra e reforça a minha disposição para trabalhar a favor dos interesses da cidade”.

A homenagem ao presidente da Assembleia Legislativa não foi uma mera concessão por simpatia política. Ele tem atuado fortemente na segunda maior cidade do Maranhão, tanto apoiando ações dos deputados Marco Aurélio (PCdoB), Rildo Amaral (SD) e Antônio Pereira (DEM), como também destinando, ele próprio, recursos de emendas para obras de infraestrutura da cidade. Durante seu mandato, incluiu Imperatriz no seu raio de ação política, como deixou claro o vereador Carlos Hermes, que além de reconhecer suas ações na cidade, vê o presidente da Assembleia Legislativa como uma liderança de abrangência estadual. “Ele é sempre muito presente na nossa cidade, destinando emendas e apoiando os deputados que são da região para que os recursos cheguem e beneficiem o povo de Imperatriz”, declarou.

O envolvimento político do deputado Othelino Neto com Imperatriz foi reforçado pelo deputado Marco Aurélio (PCdoB):  “Ele não só destinou emendas para importantes obras de infraestrutura, mas também estimulou para que os representantes daqui tivessem mais força política para ajudar a cidade”. E pelo senador Weverton Rocha, de quem é aliado: “Imperatriz o recebe com muito carinho, pois ele já ajudou muito a região”.

Em resposta, Othelino Neto declarou que o título de cidadania reforça sua ação política e o seu vínculo afetivo com a Princesa do Tocantins. “Em todos os momentos que a cidade de Imperatriz precisou, a bancada de deputados do município, formada pelos deputados Marco Aurélio, Rildo Amaral e Antônio Pereira, sempre contou com a solidariedade de todos os colegas, reconhecendo a importância que Imperatriz tem para o Maranhão”, completou.

 

Weverton Rocha lança as bases da sua pré-campanha em Imperatriz

Weverton Rocha (d) com o ex-prefeito Ildon Marques, o prefeito Assis Ramos e o deputado Rildo Amaral: atraindo diferentes segmentos da vida de Imperatriz 

O senador Weverton Rocha encontra-se desde ontem no epicentro político de Imperatriz, onde deflagra, neste sábado, uma agenda de encontros e consultas por meio dos quais reunirá elementos que norteiem o programa de Governo que sustentará como candidato a governador na eleição do ano que vem. A agenda tem o caráter de pré-campanha, numa sinalização clara de que o seu projeto de candidatura caminha para se tornar irreversível. Segundo maior e mais importante município do Maranhão e tendo o mesmo status como colégio eleitoral, Imperatriz representa também forte simbolismo para ser o ponto de largada dessa etapa da corrida aos Leões: é sua cidade-natal.

O senador parece muito à vontade ao transitar pelas mais variadas correntes políticas da Princesa do Tocantins. Ontem, por exemplo, ele reuniu para o mesmo drink o prefeito Assis Ramos (DEM), o ex-prefeito e empresário Ildon Marques (PP) e o deputado estadual Rildo Amaral (Solidariedade), todos emitindo sinais claros de que estão engajados no seu projeto de poder. Os três interlocutores de ontem indicam que o senador pedetista cacife político para conversas sobre seu projeto de poder com representantes dos mais diferentes campos da vida imperatrizense. Seus aliados apostam alto que o senador Weverton Rocha conta com boia parte do eleitorado de Imperatriz ao seu projeto de candidatura.

São Luís, 14 de Agosto de 2021.

PT reforça sinais de que marchará com Brandão, mas Weverton continua agindo para atrair petistas

 

Carlos Brandão (camisa azul) entre Augusto Lobato, Domingos Dutra, Felipe Camarão e Rubens Pereira: aliança com o PT  para 22 está quase formatada

O registro fotográfico de uma reunião do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) com um grupo de petistas liderados pelo presidente do partido, Augusto Lobato, foi mais uma batida de martelo no sentido de confirmar que o partido do ex-presidente Lula da Silva será mesmo um dos aliados de proa da candidatura do tucano à reeleição. Essa aliança, que parece se reforçar a cada rodada de conversa, tem incomodado fortemente o QG da pré-campanha do senador Weverton Rocha (PDT), que vem trabalhando intensamente para atrair o apoio do PT via direção nacional, ao mesmo tempo em que joga pesado para fragilizar o projeto de candidatura do vice-governador, especulando, por exemplo, que ele poderá aceitar indicação para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Carlos Brandão faz de conta que ignora o bombardeio e segue em frente mantendo inalterada sua agenda de compromissos oficiais e de conversas políticas, como a ontem com líderes petistas – Augusto Lobato, Domingos Dutra (de volta ao PT) e Felipe Camarão – e que teve a participação do ex-deputado Rubens Pereira (PCdoB).

A corrida de Carlos Brandão e Weverton Rocha pelo apoio do PT aos seus projetos de candidatura vem de longe. Logo nos primeiros movimentos nessa seara, os chefes petistas no Maranhão manifestaram inclinação pelo projeto do vice-governador, mesmo sendo ele filiado ao PSDB. Ao perceber essa tendência, Weverton Rocha se voltou para conversar com o PT no plano nacional, articulando encontro com o ex-presidente Lula da Silva. O problema é que, mesmo sendo aliados tradicionais, nesse momento PT e PDT encontram-se separados pela pré-candidatura do ex-ministro Ciro Gomes a presidente pelo PDT.  Toda conversa entre líderes petistas e pedetistas o item principal vem sendo a pré-candidatura de Ciro Gomes. E como o comando do PDT não quer ou não pode abrir mão do ex-ministro, pelo menos por enquanto, uma aliança PT/PDT está fora de cogitação.

A aliança que ganha forma unindo Carlos Brandão ao PT não está sujeita a nenhuma pendência, o que tem tornado a conversa fácil e fluente. Uma das hipóteses é a de que o PT indique o vice de Carlos Brandão, e nela ganha força o prestigiado secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, recém filiado ao PT, onde foi recebido como quadro proeminente e inicialmente cotado para disputar uma cadeira na Câmara Federal. Feita sem pressão e na base do diálogo franco, essa construção tem o aval do governador Flávio Dino (PSB) e dos seus principais aliados, como o PCdoB, por exemplo. Tanto que alguns setores do PT que não seguem rigorosamente a corrente lulista e estavam inclinados a apoiar o senador Weverton Rocha já começam a rever sua posição. Em conversas reservadas, tanto Carlos Brandão quanto chefes do PT estadual têm se referido à aliança PSDB/PT no Maranhão como um fato quase consumado.

É verdade que, apesar de já estarem se intensificando e já tendo alguns pontos amarrados, as articulações vão continuar, para que as decisões no Maranhão estejam devidamente ajustadas aos projetos nacionais do PSDB, do PT e do PSB e do PCdoB. Carlos Brandão e Weverton Rocha vão continuar medindo forças dentro da aliança comandada pelo governador Flávio Dino, e só depois de algumas definições, o que provavelmente só acontecerá a partir de abril ao ano que vem, quando o atual vice se tornará governador titular e candidato à reeleição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton dará largada em pré-campanha com evento neste sábado em Imperatriz

Weverton Rocha deflagra pré-campanha neste sábado com evento político em Imperatriz

Segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, com poder de fogo para decidir eleições majoritárias, Imperatriz será palco de uma grande movimentação política nas próximas 48 horas ao sediar o primeiro evento regional que o senador Weverton Rocha (PDT) realizará, amanhã, em caráter de pré-campanha ao Palácio dos Leões. O evento reunirá prefeitos, vereadores, líderes políticos, empresários e estudantes com o propósito de debater os problemas da região e definir soluções. O material a ser colhido nos debates servirá para embasar o plano de governo do pré-candidato do PDT.

O evento tocantino será a deflagração oficial da pré-campanha do senador, e acontece no momento em que as pré-candidaturas começam a ganhar forma e densidade, passando a ser projetos a serem levados a cabo até as convenções, em Julho do ano que vem. Além disso, Imperatriz tem para a ação política de Weverton Rocha o peso de ser a sua cidade-berço.

Para lá se deslocarão os integrantes do seu staf e os seus principais apoiadores, aliados, como o presidente da Assembleia Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), que será homenageado nesta Sexta-Feira pela Câmara Municipal com o título de Cidadão Imperatrizense, e o presidente da Famem, Erlânio Xavier, o principal articulador da sua candidatura junto aos prefeitos.

 

Dino deu passo certo quando trocou o PCdoB pelo PSB

Flávio Dino discursando no ato de filiação ao PSB

O governador Flávio Dino acertou em cheio quando decidiu migrar do PCdoB para o PSB. Deixou uma legenda com uma história rica, mas quase sem densidade eleitoral, para ingressar num partido sólido, que está entre os 10 mais consistentes do quadro de 33 partidos oficialmente existentes no Brasil. Nada justificava que com a estatura política que ganhou, Flávio Dino tivesse que dedicar parte do seu tempo tentando salvar o seu partido.

Musculoso no Maranhão, exatamente pela força política do governador e pelo trabalho intenso de articulação realizado pelo seu presidente regional, deputado federal Márcio Jerry, o PCdoB, no entanto, está abaixo do número de votos (2%) necessários para continuar existindo como partido político formal.

A volta das coligações e a criação da federação de partidos poderão dar ao PCdoB a possibilidade de virar o jogo e sair mais forte das próximas eleições, livrando do expurgo do meio político. A mesma situação tira o sono dos dirigentes do PV, PROS, PRTB, PTC, PMN, DC, Rede, Novo, PMB, UP, PSTU, PCB e PCO.

São Luís, 13 de Agosto de 2021.

Aspirantes ao Palácio dos Leões se preparam para turbinar seus projetos de candidatura

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha, mais movimento na corrida aos Leões

Até aqui marcada por movimentos disfarçados, com seus protagonistas tentando evitar a acusação de campanha antecipada, a corrida ao Palácio dos Leões entra na chamada fase de “pré-campanha”, com todos os pré-candidatos deflagrando agendas de caça ao voto. O vice-governador Carlos Brandão (PSDB) já realizou dois encontros regionais com prefeitos, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) anunciou que vai incursionar pelos municípios para capilarizar seu projeto de candidatura, o prefeito Lahesio Bonfim (PSL) está em pré-campanha aberta, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) mantém programação de pré-campanha, e ontem o senador Weverton Rocha (PDT) anunciou que vai realizar encontro regionais para discutir os problemas do estado e montar o seu projeto de campanha. A exceção é o senador Roberto Rocha, que talvez por não ter ainda um partido – ele aguarda a definição partidária do presidente Jair Bolsonaro -, não assumiu ainda sua pré-candidatura, mas também não a negou.

Toda essa movimentação passa a impressão de que a corrida à sucessão do governador Flávio Dino (PSB) começa, de fato, a definir o elenco de candidatos. Citados desde os primórdios das articulações, os cinco acima relacionados parecem decididos a continuar, uns com mais, outros com menos firmeza, mas é difícil imaginar que a briga pelo Governo do Estado ocorra sem a presença deles. E não surpreende que todos estejam, de fato, caminhando em ritmo de caça ao voto, dando à sua caminhada o caráter de pré-campanha.

Carlos Brandão, que será governador candidato à reeleição, vem trabalhando duro no sentido de consolidar o seu projeto de candidatura. Além do cumprimento de uma intensa agenda oficial, na qual representa o governador Flávio Dino em eventos, inaugurações, lançamentos de obras e programas, o vice-governador cumpre também uma recheada agenda conversas políticas, reunindo-se com parlamentares, prefeitos, ex-prefeitos e líderes políticos municiais. Esses encontros, que continuam acontecendo diariamente, deram origem aos três encontros políticos regionais, organizados por articuladores, entre eles o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e o ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), e que reuniram mais de uma centena de prefeitos e líderes regionais. Se prepara para intensificar uma pré-campanha forte antes de assumir o Governo, daqui a oito meses.

Em pré-campanha ostensiva há meses, ainda que não admitida, com incursões semanais a municípios, programas de rádio e anúncios que o apresentam como “o senador do Maranhão” veiculados em horário nobre no rádio e na TV, o senador Weverton Rocha resolveu dar uma turbinada na sua corrida aos Leões. Na Terça-Feira, anunciou que realizará encontros regionais com lideranças, para discutir problemas e embasar o seu plano de governo. Vai começar por Imperatriz, sua cidade natal, com o objetivo de fazer um diagnóstico da Região Tocantina. Weverton Rocha é um político arrojado, e deve fazer uma pré-campanha forte e, se vier a confirmar a candidatura, fará uma campanha para o tudo ou nada.

Resolvida sua situação partidária com a filiação no PSD, onde já desfruta do status de pré-candidato a governador, Edivaldo Holanda Jr. se prepara para sair da marcha lenta e pisar fundo no acelerador em direção ao interior. Político nascido e crescido em São Luís, ele precisa urgentemente incursionar pelos municípios, para se tornar conhecido e divulgar o seu projeto de poder. Sabe que tem pouco tempo para essa “apresentação”, mas confia que pode alcançar seu objetivo com uma pré-campanha bem planejada.

Lahesio Bonfim dificilmente avançará mais do que já avançou com uma pré-campanha intensa e ativa, com outdoors espalhado em todo o estado, apontando-o como “o melhor prefeito do Maranhão”. Além da caça ao voto, o prefeito de São Pedro dos Crentes tem um enorme abacaxi para descascar: não dispõe de nenhuma garantia de que ganhará a vaga de candidato do PSL a governador. Situação inversa da do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que faz uma campanha aberta, anunciando, por onde passa, sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, agora com o seguinte refrão: “Venha quem vier”. Josimar de Maranhãozinho tem partido – controla três legendas -, tem muitos aliados e um eleitorado fiel. E ninguém sabe qual o projeto do senador Roberto Rocha, que pode se candidatar do Governo do Estado, a senador ou a deputado federal. Todos os indícios sugerem que ele definirá seu fundo eleitoral quando resolver a questão partidária.

A partir de agora, o meio político aumentará expressivamente sua agitação por causa da nova etapa da fase prévia da corrida ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Para Othelino Neto, voto impresso seria retrocesso

Othelino Neto: de acordo com o arquivamento da PEC do voto impresso

“Não faria sentido o Brasil retroagir ao voto impresso, depois de avançar tanto com o sistema eletrônico de votação, que é seguro e tem toda a garantia para que a vontade do eleitor prevaleça”. O comentário foi feito ontem pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), ao comentar a decisão da Câmara Federal de sepultar a PEC do voto impresso, impondo uma dura derrota ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente parabenizou os deputados federais, por considerar que agiram em sintonia com a modernidade ao mandar para o arquivo morto um projeto que representaria um retrocesso grave no sistema de votação eletrônica pelo qual o Brasil tem sido mundialmente apontado com o uma referência.

Em tom enfático, o presidente do Legislativo estadual concluiu: “O importante é que a Câmara Federal rejeitou a PEC, assim como o Senado, ontem, extinguiu aquela famigerada Lei de Segurança Nacional, criada no período do Regime Militar e que não fazia mais nenhum sentido. O Congresso Nacional, de forma equilibrada, deu as respostas aos ímpetos autoritários do presidente da República”.

As declarações do presidente da Assembleia Legislativa ecoaram dentro e fora do Palácio Manoel Beckman.

Em Tempo: Na sessão de ontem, a Assembleia Legislativa aprovou a MP 358/2021, de autoria do Poder Executivo, ampliando de três para quatro anos a isenção do prazo de pagamento do IPVA para pessoas com deficiência. Os deputados aprovaram também os projetos de lei 381 e 370/2021, que dispõem sobre a criação do Programa Estadual de Inclusão Socioprodutiva (Mais Renda) e sobre os produtos que compõem a cesta básica, respectivamente.

 

Deputados ausentes foram decisivos para a derrota do voto impresso

João Marcelo, Hildo Rocha, Juscelino Filho e André Fufuca: ausência pensada

Alguns apressados criticaram os deputados federais João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), André Fufuca (PP) e Juscelino Filho (DEM) por haverem faltado à sessão, argumentando que eles poderiam ter aumentado o número de votos contrários à PEC do voto impresso. Só depois se deram conta de que a ausência dos quatro parlamentares funcionou como se eles tivessem votado contra a PEC. Por essa leitura do resultado, os quatro parlamentares entrarão para a crônica como tendo contribuído decisivamente para sepultar o monstrengo criado pelo presidente Jair Bolsonaro.

São Luís, 12 de Agosto de 2021.

 

 

Voto impresso: bancada maranhense foi decisiva para o enterro da “arma” bolsonarista

 

Bira do Pindaré, Rubens Jr., Gastão Vieira, Josimar de Maranhãozinho, Edilázio Jr., Pedro Lucas Fernandes, Júnior Lourenço, Marreca Filho e Gil Cutrim votaram contra; João Marcelo, Hildo Rocha, Juscelino Filho e André Fufuca não compareceram, reforçando a rejeição; e Aloísio Mendes, Cleber Verde, Pastor Gildenemyr e Josivaldo JP votaram a favor

Num dia histórico, durante o qual Brasília foi palco de uma inútil e inconsequente exibição de força militar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não intimidou ninguém, e onde o Congresso Nacional, este sim, deu uma demonstração de que não se dobra às ameaças golpistas enviadas pelo atual ocupante do Palácio do Planalto. Primeiro, o Senado da República revogou e sepultou a anacrônica Lei de Segurança Nacional, resquício da ditadura militar, e, segundo, a Câmara Federal encerrou o expediente enterrando de vez a PEC do voto impresso, um monstrengo sem razão de existir criado pelo presidente da República para minar o sólido e amadurecido sistema de voto eletrônico do País, pelo qual ele se elegeu várias vezes deputado federal e chefe da Nação, sem nunca ter levantado nenhuma suspeita sobre suas votações. A bancada maranhense na Câmara Federal deu uma demonstração forte de consciência política, com 10 deputados votando “não” à PEC, quatro deputados ausentes, o que equivale a quatro votos “não”, e apenas quatro deputados votando “sim”.

Os deputados que rejeitaram a PEC do voto impresso marcando suas posições no plenário enfrentaram ataques nas redes sociais, mas se posicionaram conscientemente. Bira do Pindaré (PSB) reafirmou seu voto contra, que já estava definido há muito tempo. Edilázio Jr. (PSD), mesmo fazendo parte da base de apoio do Governo Bolsonaro, confirmou voto contrário à PEC, como já havia anunciado. Gastão Vieira (PROS) já tinha posição definida contra. Gil Cutrim (Republicanos) contrariou a orientação do seu partido e votou contra, por convicção. Josimar de Maranhãozinho (PL) e os integrantes do seu grupo – Júnior Lourenço (PL) e Marreca Filho (Patriotas) – votaram contra. Pedro Lucas Fernandes (PSL) não se dobrou a Jair Bolsonaro e votou contra. Rubens Jr. seguiu rigorosamente a orientação do seu partido, o PCdoB, e votou contra a PEC. E também Zé Carlos (PT) cumpriu a determinação partidária.

Os quatro deputados ausentes foram João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), André Fufuca (PP), e Juscelino Filho (DEM). Os dois emedebistas manifestaram sua rejeição à PEC do voto impresso já nos debates na Comissão Especial, onde a proposta foi derrotada na semana passada. André Fufuca, que hoje preside o PP no âmbito nacional, fechou com os dois maiores líderes do partido, o atual ministro-chefe da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, e liberou a bancada e não compareceu à sessão. A mesma linha de ação contra a PEC foi adotada por Juscelino Filho, que preside o DEM no Maranhão: ele optou por não comparecer, o que na prática equivale a votar contra.

Apenas quatro deputados disseram “sim” à PEC do voto impresso. Aloísio Mendes (PSC) levou duas motivações para votar “sim”: o PSC se posicionou nessa linha e ele entrou na briga como vice-líder do Governo Bolsonaro na Câmara federal. Cléber Verde seguiu a orientação do seu partido, o Republicanos, que se posicionara contra, mas, devido às pressões do Palácio do Planalto, voltou atrás e fechou questão a favor da PEC.  Por sua vez, o deputado Josivaldo JP (Podemos), que se declarou bolsonarista logo que assumiu na vaga do hoje prefeito de São Luís Eduardo Braide, obedeceu à orientação do seu partido. Finalmente, Pastor Gildenemyr (PL), que é bolsonarista de carteirinha, abraçou a orientação dos líderes evangélicos e cravou o voto a favor da PEC

É provável que, proporcionalmente, a bancada maranhense tenha sido a que mais contribuiu para o enterro da PEC do voto impresso. Numa avaliação baseada no perfil político e partidário dos deputados maranhenses, esse resultado não foi exatamente uma surpresa. Todos, de alguma maneira, sinalizaram como votariam. Por essa, ótica, surpreendente foi somente o voto a favor do deputado Cléber Verde, que era contra, mas recuou e votou sim, seguindo a guinada dada por seu partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Senado revoga LSN, usada pela ditadura para perseguir adversários

Eliziane Gama: participação importante no enterro da LSN

Ao revogar, ontem, a anacrônica Lei da Segurança Nacional (LSN), criada em 1983, nos estertores da ditadura militar, enterrando todos os resquícios identificado com regime de exceção, o Senado, consolidou, em caráter definitivo, o Estado Democrático de Direito no Brasil. Com a decisão, a Câmara Alta baniu o último instrumento criado pelos militares para punir adversários do regime ditatorial. À medida que o regime democrático formatado pela Carta de 1988 foi se consolidando, a LSN foi sendo relegada ao esquecimento. Desde que tomou posse, em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu governo passaram a usar a LSN, principalmente contra jornalistas e veículos de comunicação, alcançando 51 inquéritos em 2019.

No Senado, o projeto tramitou em conjunto com o PL 1.385/2021, da senadora Eliziane Gama (Cidadania). Os dois textos tratavam da revogação da LSN e tipificavam os mesmos crimes. A diferença é que, no seu projeto, Eliziane Gama pedia edição de uma lei penal autônoma, enquanto o texto aprovado pelo Senado promove as alterações no Código Penal, de 1940. Mesmo assim, a senadora maranhense teve participação decisiva no debate e na votação da matéria.

 

Roseana Sarney volta a cogitar candidatura aos Leões

Roseana Sarney: cogita candidatura aos Leões mesmo sabendo das suas limitações eleitorais

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) voltou a aventar a possibilidade de se candidatar ao Palácio dos Leões, colocando em dúvida o projeto de se candidatar a uma cadeira na Câmara Federal

“Muita gente fica me perguntando por que eu, que lidero todas as pesquisas de intenção de voto, não concorro novamente ao mandato de governadora. Minha vontade pessoal é não disputar o Governo. Mas isso não depende só de mim. É uma decisão partidária que tenho que respeitar. É precipitado descartar uma candidatura ao Governo”, declarou.

No duro, no duro, Roseana Sarney não está sequer cogitando a possibilidade de tentar chegar ao Governo pela quarta vez. Para começar, sua liderança nas pesquisas, que vem há meses estacionada no patamar de 25% de intenções de voto, é frágil. Ela tem ciência de que a fragilidade da sua liderança aparece de maneira incontestável quando entra em cena o item rejeição, no qual ela lidera, com média acima dos 40%, de acordo com todas as pesquisas realizadas até aqui.

Em resumo: Roseana Sarney joga para alimentar, de maneira inteligente, sua presença no epicentro do debate sucessório. Nada mais que isso. Tanto que na mesma entrevista ela sinalizou com a possibilidade de vir a apoiar a candidatura de Edivaldo Holanda Jr., como previra a Coluna na semana passada.

São Luís, 11 de Agosto de 2021.

 

Maranhãozinho reafirma candidatura, mas os fatos sugerem que seu fôlego é curto no jogo sucessório

 

Josimar de Maranhãozinho se diz  candidato, “venha quem vier”

“Venha quem vier, Josimar Maranhãozinho estará na disputa para o Governo do Estado em 2022”. A declaração, enfática, foi feita pelo próprio deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), no fim de semana, em Bacuri, como uma espécie de aviso no sentido de que, pelo menos até aqui, ele está no jogo sucessório. Essa manifestação, que muitos veem como uma bravata pura e simples, aparenta ser parte de uma estratégia do parlamentar para ser levado em conta nessas articulações em quatro frentes, sendo que a primeira gira em torno do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) – que será governador a partir de abril -, a segunda tem como base o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), a terceira envolve o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), e a quarta pode ter como alvo o ainda impreciso projeto eleitoral do senador Roberto Rocha (sem partido). Josimar de Maranhãozinho está se movimentando para ser parte decisiva de um deles, com poder de indicar o vice, por exemplo.

É verdade que Josimar de Maranhãozinho é um político polêmico, com sua atuação marcada por controvérsias e que não esconde que joga com a força de um intrigante – e para muitos, suspeito – poder financeiro, e que no contraponto ao seu espantoso sucesso eleitoral, carrega no currículo também a condição de investigado pela Polícia Federal por suspeitas de esquema de desvio de dinheiro público – que ele nega, claro, apesar de algumas evidências. Por outro lado, exibe músculos políticos no controle absoluto de três partidos – o PL, que preside no estado, o Avante e o Patriotas -, no comando uma minibancada federal formada por ele próprio e pelos deputados federais Júnior Lourenço, Pastor Gildenemyr e Marreca Filho, e de uma bancada estadual formada pelos deputados Detinha, Vinícius Louro, Leonardo Sá e Hélio Soares, ao que se somam 35 prefeitos e um expressivo número de vereadores.

Como está demonstrado, Josimar de Maranhãozinho é um político com poder de fogo nada desprezível nesse cenário, credenciado, portanto, a reivindicar espaço no jogo sucessório. Ele sabe que sozinho não irá lugar algum, e que se resolver encarar essa aventura com o desafio do “venha quem vier”, correrá o risco de sair triturado das eleições, saindo das urnas com imensas dificuldades para se recuperar no futuro. Seus movimentos e declarações sugerem que ele se move por uma lógica cartesiana segundo a qual é ouro em pó como aliado e chumbo grosso como adversário. Não deve esquecer, porém, de que a corrida ao Palácio dos Leões exige muito mais em estatura e postura políticas.

Nesse contexto, mesmo municiado e se movimentando em campanha aberta, reafirmando diariamente o seu projeto de candidatura, as pesquisas têm dito que seu fôlego é curto numa corrida majoritária. A pesquisa mais recente, feita pela Econométrica, o encontrou com módicos 4,5% de intenções de voto, metade do que obteve, por exemplo, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL), que não tem um naco do seu poder e da sua estrutura. Logo, ele não parece ser páreo para Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Holanda Jr. ou Roberto Rocha. Mas pode ser um aliado para qualquer um deles, desde que atue como tal, sem querer dar as cartas na campanha e num eventual futuro Governo.

No discurso que fez em Bacuri, sua frase completa foi a seguinte: “É com esse sentimento de querer fazer mais pelo nosso estado do Maranhão, que afirmamos que, venha quem vier, Josimar de Maranhãozinho estará na disputa para o Governo do Estado em 2022”. Pode ser, afinal, esse é um direito de todo cidadão brasileiro maior de idade e filiado a um partido político que o credencie para tal. Mas o chefe maior do PL, do Avante e do Patriotas no Maranhão acumula esperteza suficiente para entrar na guerra sucessória sabendo que pode sair das urnas chumascado, quando pode renovar o mandato e permanecer na cena política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maioria da bancada dirá hoje “não” à PEC do voto impresso

Vice-líder do Governo, Aloísio Mendes deve atuar hoje em defesa do voto impresso

Todos os sinais demonstram que a esmagadora maioria da bancada maranhense na Câmara Federal votará hoje para enterrar de vez a PEC que prevê a desnecessária implantação do voto impresso no sistema eleitoral brasileiro. Há quem preveja que pelo menos 15 dos 18 deputados rejeitarão o projeto já rejeitado pela Comissão Especial por 23 votos contra 11. A grande maioria dos integrantes da bancada – entre eles os João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), Edilázio Jr, (PSD), Marreca Filho (Patriotas), Rubens Jr. (PCdoB) e Zé Carlos (PT) – já declarou voto contrário à PEC, enquanto um pequeno grupo que vota contra preferiu não fazer alarde. Os prováveis apoiadores da proposta também preferiram se manter discretos. Não é o caso do deputado Aloísio Mendes (PSC), que já votava alinhado ao Palácio do Planalto, e que agora como vice-líder do Governo deve se desdobrar hoje na ingrata tarefa de defender um projeto sem futuro.

 

Em Tempo: a Coluna errou

José Sarney perdeu para Epitácio Cafeteira em São Luís em 1970

A Coluna cometeu um grave erro de informação na edição de 08/08. Foi registrado que na eleição de 1970 para o Senado, José Sarney perdeu para José Mário Ribeiro da Costa em São Luís. Na verdade, quem o derrotou na Capital naquele pleito foi Epitácio Cafeteira. A derrota de José Sarney para José Mário Ribeiro da Costa em São Luís ocorreu na eleição de 1978 para o Senado.

Vale lembrar que, apesar das derrotas em São Luís, José Sarney venceu as duas eleições com vantagens largas.

Quanto à derrota de Epitácio Cafeteira para Bira do Pindaré em São Luís, o surpreendente fato político ocorreu mesmo na eleição para senador em 2006. Lembrando que naquele pleito Epitácio Cafeteira foi candidato com o apoio de José Sarney, na chapa encabeçada pela então senadora Roseana Sarney, que perdeu para Jackson Lago.

O autor pede desculpas aos leitores pela falha.

São Luís, 10 de Agosto de 2021.

Flávio Dino caminha para o Senado até aqui sem adversário visível no cenário da disputa

 

Flávio Dino: caminhando sem sombra para o Senado

Mesmo levando em conta que a contagem regressiva para as eleições vai durar ainda 14 meses, que o calendário eleitoral propriamente dito ainda não foi iniciado, e ainda não haver martelo batido a respeito das candidaturas para o Palácio dos Leões, um fato já está praticamente desenhado no cenário da guerra eleitoral que se aproxima: o governador Flávio Dino (PSB) caminha com segurança a trilha do favoritismo para a única vaga de senador a ser colocada em disputa em 2022. Isso porque no horizonte dessa disputa não existe, até aqui, dentro ou fora da aliança governista, nenhum nome – político militante ou outsider – com estatura política e potencial eleitoral para se posicionar como concorrente do atual chefe do Governo do Maranhão, que, na semana passada, em entrevista a uma emissora de rádio, confirmou sua pré-candidatura ao Senado. O seu adversário possível seria o senador Roberto Rocha (sem partido), ocupante da cadeira a ser colocada em disputa, mas ele, ao que tudo indica, não pretende não tentar a reeleição, optando por disputar o Governo do Estado ou entrar na guerra por uma cadeira na Câmara Federal.

Isso não significa dizer que o governador Flávio Dino será candidato único ao Senado. Isso não existe na democracia representativa, na qual o conceito de unanimidade não é nem deve ser visto com bons olhos. O que vale mesmo é o conceito de maioria, porque respeita também o de minoria. Outros nomes deverão se apresentar ao eleitorado para brigar pelo mandato senatorial. Até agora, no entanto, nenhum aspirante com estatura política e potencial eleitoral entrou no tabuleiro da política estadual com essa pretensão. Todos os nomes especulados para essa caminhada já anunciaram outros rumos nessa corrida eleitoral.

O espaço natural de surgimento de um candidato a senador com viabilidade seria o Grupo Sarney. Mas ali ninguém parece disposto a assumir o desafio. A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) chegou a cogitar o projeto, mas mudou de ideia, preferindo ser temporariamente lembrada para o Governo, mas focando na Câmara Federal. O empresário Lobão Filho (MDB) e o ex-deputado federal Sarney Filho (PV) passaram a bola para a frente. Hoje, parte do MDB se inclina para a candidatura de Flávio Dino, enquanto outros segmentos sarneysistas, como o PSD, que acatou a decisão do seu candidato a governador, Edivaldo Holanda Jr., de não lançar candidato a senador.

É provável que, mantida sua candidatura, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL), lance um candidato a senador, sem que haja qualquer sinal de que o nome mais importante da legenda no Maranhão, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, queira entrar nessa aventura.

Flávio Dino não chegou a essa posição por acaso nem pela via do populismo barato. Sua estatura política, hoje de alcance nacional, e seu potencial eleitoral, mostrado por pesquisas, são o resultado de uma construção politicamente correta, iniciada ainda no movimento estudantil, nos anos 80, solidificada por uma bem-sucedida carreira como juiz federal, e, finalmente, o desembarque na seara político-partidária. Começou como deputado federal (2006), tropeçou na eleição para a Prefeitura de São Luís em 2008 e para o Governo do Estado em 2010. Nos anos seguintes criou as condições políticas necessárias para vencer a eleição de governador em 2014 e se reeleger em 2018.

Em seis anos e meio de Governo, Flávio Dino alcançou dois êxitos indiscutíveis. Primeiro: realiza um governo inovador, voltado para o plano social e desmontando a velha cultura do “mando, quero, faço”, e sem registro de derrapagens éticas. Segundo: comanda uma guinada política radical no Maranhão, desbancando a máquina política do sarneysismo, sem perseguir adversários nem caçar bruxas, realizando uma transição só vista no estado quando o próprio José Sarney desbancou a máquina vitorinista no final dos anos 60 do século passado. Foram sua eficiência como governante e a sua saudável ação política, principalmente de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que lhe deram a estatura política e a viabilidade eleitoral que o tornou o grande favorito para o Senado no ano que vem.

Político militante e movido pelo realismo que determina a dinâmica da política, o governador Flávio Dino admite sua posição de favorito, mas não endossa a tese do “já ganhou”, lembrando sempre de que cada eleição é uma eleição, e que independentemente da condição de favorito, vai mergulhar de cabeça na campanha eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mesmo com algumas surpresas, todos os ex-governadores se elegeram para o Senado

José Sarney e Cafeteira: eleitos para o Senado, mas enfrentando problemas em São Luís

Dos anos 60 para cá, à exceção de Pedro Neiva de Santana (1971/1974), Nunes Freire (1975/1979) e Luiz Rocha (1983/1986), todos os governadores – José Sarney (1970), João Castelo (1982), Edison Lobão (1994, 2002 e 2010) e Roseana Sarney (2002) que disputaram o Senado, venceram a eleição. A crônica das disputas, porém, registra alguns fatos que contrariaram a lógica, causados principalmente por posições surpreendentes do eleitorado de São Luís. Começou com o próprio José Sarney, que venceu a disputa senatorial de 1970, mas amargando uma derrota incômoda e inesperada para o candidato do MDB, o jovem e obscuro economista José Mário Ribeiro da Costa, que desapareceu na cena política com a mesma rapidez com que apareceu. Em 2002, a governadora Roseana Sarney (MDB), que vinha alçando voo na disputa para a Presidência da República, chegando a liderar pesquisas nacionais de intenção de voto, mudou o curso da eleição para o Senado ao ser duramente atingida pela Operação Lunus, da Polícia Federal, autorizada pelo então jovem juiz federal José Carlos Madeira, que a tirou da disputa presidencial e a obrigou a se candidatar ao Senado, vencendo a eleição. Logo depois, em 2006, embalado por um inesperado acordo com o Grupo Sarney, o então deputado federal Epitácio Cafeteira (PTB), venceu no geral, mas amargou derrota em São Luís, sua principal base eleitoral, para o jovem candidato petista Bira do Pindaré.

O governador Flávio Dino não se enquadra em nenhuma dessas situações. A começar pelo fato de que, ao contrário de todos os seus antecessores, realiza um Governo sem oposição ostensiva, mas trabalhando duro, politicamente, para enfrentar as urnas.

 

Voto impresso: partidos de oito deputados maranhenses rejeitam PEC, contra cinco que apoiam

Entre outros, Edilázio Jr., João Marcelo e Hildo Rocha se declararam contra o voto impresso

A bancada maranhense na Câmara Federal tem ampla maioria de deputados contra a PEC que prevê a implantação do voto impresso. Na votação de Quinta-Feira (05), em que o projeto foi amplamente derrotado na Comissão Especial, nada menos que presidentes de 11 partidos orientaram voto contra: Nesta quinta, orientaram voto contra a proposta os partidos PT (Zé Carlos Araújo), DEM (Juscelino Filho), PL (Josimar de Maranhãozinho, Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr), PSD (Edilázio Jr.), MDB (Hildo Rocha e João Marcelo), PSDB, PSB, Solidariedade, PSOL, PC do B (Rubens Jr.), PV e Rede.

Inicialmente contrário à PEC, o Republicanos (Cléber Verde e Gil Cutrim) surpreendeu mudando de posição, enquanto o Cidadania, que fora contra na reunião de Junho, liberou seus deputados. O PP (André Fufuca) e o PSL (Pedro Lucas Fernandes), antes contra a PEC, orientaram sim. Dos partidos que não participaram da reunião de Quinta-Feira, o Novo liberou a bancada, enquanto PTB e Podemos (JP) orientaram sim.

São Luís, 08 de Agosto de 2021.