Aspirantes ao Palácio dos Leões se preparam para turbinar seus projetos de candidatura

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha, mais movimento na corrida aos Leões

Até aqui marcada por movimentos disfarçados, com seus protagonistas tentando evitar a acusação de campanha antecipada, a corrida ao Palácio dos Leões entra na chamada fase de “pré-campanha”, com todos os pré-candidatos deflagrando agendas de caça ao voto. O vice-governador Carlos Brandão (PSDB) já realizou dois encontros regionais com prefeitos, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) anunciou que vai incursionar pelos municípios para capilarizar seu projeto de candidatura, o prefeito Lahesio Bonfim (PSL) está em pré-campanha aberta, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) mantém programação de pré-campanha, e ontem o senador Weverton Rocha (PDT) anunciou que vai realizar encontro regionais para discutir os problemas do estado e montar o seu projeto de campanha. A exceção é o senador Roberto Rocha, que talvez por não ter ainda um partido – ele aguarda a definição partidária do presidente Jair Bolsonaro -, não assumiu ainda sua pré-candidatura, mas também não a negou.

Toda essa movimentação passa a impressão de que a corrida à sucessão do governador Flávio Dino (PSB) começa, de fato, a definir o elenco de candidatos. Citados desde os primórdios das articulações, os cinco acima relacionados parecem decididos a continuar, uns com mais, outros com menos firmeza, mas é difícil imaginar que a briga pelo Governo do Estado ocorra sem a presença deles. E não surpreende que todos estejam, de fato, caminhando em ritmo de caça ao voto, dando à sua caminhada o caráter de pré-campanha.

Carlos Brandão, que será governador candidato à reeleição, vem trabalhando duro no sentido de consolidar o seu projeto de candidatura. Além do cumprimento de uma intensa agenda oficial, na qual representa o governador Flávio Dino em eventos, inaugurações, lançamentos de obras e programas, o vice-governador cumpre também uma recheada agenda conversas políticas, reunindo-se com parlamentares, prefeitos, ex-prefeitos e líderes políticos municiais. Esses encontros, que continuam acontecendo diariamente, deram origem aos três encontros políticos regionais, organizados por articuladores, entre eles o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e o ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), e que reuniram mais de uma centena de prefeitos e líderes regionais. Se prepara para intensificar uma pré-campanha forte antes de assumir o Governo, daqui a oito meses.

Em pré-campanha ostensiva há meses, ainda que não admitida, com incursões semanais a municípios, programas de rádio e anúncios que o apresentam como “o senador do Maranhão” veiculados em horário nobre no rádio e na TV, o senador Weverton Rocha resolveu dar uma turbinada na sua corrida aos Leões. Na Terça-Feira, anunciou que realizará encontros regionais com lideranças, para discutir problemas e embasar o seu plano de governo. Vai começar por Imperatriz, sua cidade natal, com o objetivo de fazer um diagnóstico da Região Tocantina. Weverton Rocha é um político arrojado, e deve fazer uma pré-campanha forte e, se vier a confirmar a candidatura, fará uma campanha para o tudo ou nada.

Resolvida sua situação partidária com a filiação no PSD, onde já desfruta do status de pré-candidato a governador, Edivaldo Holanda Jr. se prepara para sair da marcha lenta e pisar fundo no acelerador em direção ao interior. Político nascido e crescido em São Luís, ele precisa urgentemente incursionar pelos municípios, para se tornar conhecido e divulgar o seu projeto de poder. Sabe que tem pouco tempo para essa “apresentação”, mas confia que pode alcançar seu objetivo com uma pré-campanha bem planejada.

Lahesio Bonfim dificilmente avançará mais do que já avançou com uma pré-campanha intensa e ativa, com outdoors espalhado em todo o estado, apontando-o como “o melhor prefeito do Maranhão”. Além da caça ao voto, o prefeito de São Pedro dos Crentes tem um enorme abacaxi para descascar: não dispõe de nenhuma garantia de que ganhará a vaga de candidato do PSL a governador. Situação inversa da do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que faz uma campanha aberta, anunciando, por onde passa, sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, agora com o seguinte refrão: “Venha quem vier”. Josimar de Maranhãozinho tem partido – controla três legendas -, tem muitos aliados e um eleitorado fiel. E ninguém sabe qual o projeto do senador Roberto Rocha, que pode se candidatar do Governo do Estado, a senador ou a deputado federal. Todos os indícios sugerem que ele definirá seu fundo eleitoral quando resolver a questão partidária.

A partir de agora, o meio político aumentará expressivamente sua agitação por causa da nova etapa da fase prévia da corrida ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Para Othelino Neto, voto impresso seria retrocesso

Othelino Neto: de acordo com o arquivamento da PEC do voto impresso

“Não faria sentido o Brasil retroagir ao voto impresso, depois de avançar tanto com o sistema eletrônico de votação, que é seguro e tem toda a garantia para que a vontade do eleitor prevaleça”. O comentário foi feito ontem pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), ao comentar a decisão da Câmara Federal de sepultar a PEC do voto impresso, impondo uma dura derrota ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente parabenizou os deputados federais, por considerar que agiram em sintonia com a modernidade ao mandar para o arquivo morto um projeto que representaria um retrocesso grave no sistema de votação eletrônica pelo qual o Brasil tem sido mundialmente apontado com o uma referência.

Em tom enfático, o presidente do Legislativo estadual concluiu: “O importante é que a Câmara Federal rejeitou a PEC, assim como o Senado, ontem, extinguiu aquela famigerada Lei de Segurança Nacional, criada no período do Regime Militar e que não fazia mais nenhum sentido. O Congresso Nacional, de forma equilibrada, deu as respostas aos ímpetos autoritários do presidente da República”.

As declarações do presidente da Assembleia Legislativa ecoaram dentro e fora do Palácio Manoel Beckman.

Em Tempo: Na sessão de ontem, a Assembleia Legislativa aprovou a MP 358/2021, de autoria do Poder Executivo, ampliando de três para quatro anos a isenção do prazo de pagamento do IPVA para pessoas com deficiência. Os deputados aprovaram também os projetos de lei 381 e 370/2021, que dispõem sobre a criação do Programa Estadual de Inclusão Socioprodutiva (Mais Renda) e sobre os produtos que compõem a cesta básica, respectivamente.

 

Deputados ausentes foram decisivos para a derrota do voto impresso

João Marcelo, Hildo Rocha, Juscelino Filho e André Fufuca: ausência pensada

Alguns apressados criticaram os deputados federais João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), André Fufuca (PP) e Juscelino Filho (DEM) por haverem faltado à sessão, argumentando que eles poderiam ter aumentado o número de votos contrários à PEC do voto impresso. Só depois se deram conta de que a ausência dos quatro parlamentares funcionou como se eles tivessem votado contra a PEC. Por essa leitura do resultado, os quatro parlamentares entrarão para a crônica como tendo contribuído decisivamente para sepultar o monstrengo criado pelo presidente Jair Bolsonaro.

São Luís, 12 de Agosto de 2021.

 

 

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