Senadores maranhenses têm posições diferentes sobre o voto impresso

 

Eliziane Gama, Weverton Rocha e Roberto Rocha: posições diferentes em relação ao voto impresso

A adoção ou não do voto impresso não está em discussão no País. Não está em debate no Poder Judiciário, só entrou na pauta do Congresso Nacional – tudo indica que o projeto será fulminado na Câmara Federal – por ação de bolsonaristas de carteirinha, empurrados pelo Palácio do Planalto, e sua adoção não é pleiteada por instituições como a OAB, organizações civis – Fiesp, CNT, CNI, centrais sindicais – nem por número razoável de partidos políticos. O voto impresso está sendo cobrado quase que exclusivamente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua turma, cuja maioria não sabe exatamente o que é nem para que serve. A maioria dos deputados federais e dos senadores considera o movimento inoportuno e descabido, um assunto menor, portanto. E a reação de ontem dos presidentes do STF, ministro Luiz Fux, e do TSE, ministro Luiz Roberto Cardoso, foi suficiente para deixar claro que as instituições republicanas não se dobrarão às ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que em live para seguidores voltou a afirmar que sem voto impresso não haverá reeleição.

Nesse contexto, os três senadores maranhenses têm posições definidas sobre o voto impresso. Eliziane Gama (Cidadania) considera o instrumento desnecessário e tem posição dura em relação à campanha do presidente da República. Weverton Rocha segue a orientação do seu partido, o PDT, a favor do voto impresso. E o senador Roberto Rocha (sem partido) prega a adoção do voto impresso na linha do que diz o presidente Jair Bolsonaro.

Eliziane Gama, que iniciou sua trajetória eleitoral já na era do voto eletrônico, disputando várias eleições sem que em nenhuma delas tenha havido algum traço de distorção ou fraude propriamente dita. Defensora firme do atual sistema eleitoral, a senadora maranhense foi uma das vozes do Congresso Nacional que reagiram ontem, de maneira contundente, a mais um ataque do presidente Jair Bolsonaro ao sistema de votação eletrônica. Eliziane Gama lamentou o fato de o presidente da República haver se tornado alguém “sem nenhuma credibilidade”. E arrematou: “Em uma live com vídeos requentados e teorias delirantes, o presidente não provou absolutamente nada contra as urnas eletrônicas. Mais um blefe para uma plateia cada vez menor e mais radical. É o remake da cloroquina”.

O senador Weverton Rocha tem posição delicada nesse contexto. Até agora ele não fez declarações enfáticas sobre a proposta do presidente Jair Bolsonaro, mas não é segredo que, de acordo com palavras recentes do presidente Carlos Lupi, o seu partido, o PDT, é a favor do voto impresso, uma posição formulada e defendida ainda pelo fundador da agremiação, o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola. A posição advogada pelo PDT, porém, não tem o voto impresso como imperativo, tendo por base apenas a ideia de melhorar ainda mais o sistema eleitoral brasileiro, já reconhecido no mundo inteiro como uma referência, não guardando qualquer relação com o discurso golpista e ameaçador do presidente Jair Bolsonaro. O senador Weverton Rocha parece disposto a se manter distante desse debate, podendo mudar de atitude se a zoada dos bolsonaristas ganhar volume.

O senador Roberto Rocha (sem partido), por sua vez, assumiu o discurso do presidente Jair Bolsonaro como quem está defendendo uma causa de vida ou morte. Ele participou indiretamente da live mais recente do presidente, durante a qual veiculou peças de propaganda nas quais defende o voto impresso na linha bolsonarista, ou seja, sem voto impresso não haverá eleição. Trata-se de um caso curioso, uma vez que o hoje senador já disputou várias eleições, venceu a maioria delas – com boas votações, diga-se -, sem que tenha manifestado qualquer restrição ao sistema de votação eletrônico durante os mandatos que exerceu – incluindo os seis primeiros anos do mandato senatorial.

São, portanto, três posições bem claras, sendo a do senador Roberto Rocha a inteiramente alinhada à do presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, que pregam igualmente o desmonte da democracia para a adoção de um regime de força no Brasil.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Se Roseana vai mesmo disputar a Câmara Federal, quem herdará seus votos majoritários?

Roseana Sarney: fora da disputa majoritária, libera 25% de intenções de voto

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não se deixou encantar pela maioria frágil que recebido nas pesquisas de intenção de voto e teria batido definitivamente o martelo: será mesmo candidata à Câmara Federal. Por enquanto, ela não fará nenhum movimento no sentido de anunciar formalmente essa decisão, preferindo que seu nome seja incluído nas pesquisas medirão a corrida ao Palácio dos Leões.

Mas, se a ex-governadora estiver mesmo decidida a não se aventurar na disputa majoritária, preferindo liderar uma chapa do MDB para a Câmara Federal, a pergunta que todos fazem no meio político é a seguinte: para onde irão os 25% de intenções de voto que seriam dela?

Há quem veja esses votos migrando para três pré-candidatos: o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT) e Edivaldo Holanda Jr. (a caminho do PSD). Faz sentido, mas com a ponderação de que a probabilidade de uma divisão igual é muito remota, o que significa dizer que um dos três levará a melhor. Outra especulação ouvida pela Coluna lembra uma situação lógica: a maioria dos votos irá para o candidato que ela indicar.

 

Rubens Jr. volta à Câmara Federal “mais experiente”

Rubens Jr.: de volta ao jogo político federal

Após quase dois anos licenciado, período em que foi secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano, de Comunicação e Articulação Política – e mais recentemente apenas de Articulação Política com a recriação da Secom -, tendo também sido candidato à Prefeitura de São Luís, momento em que teve de combater um câncer, o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB) volta à Câmara Federal, a partir de hoje.

Ao anunciar o retorno à atividade parlamentar, o deputado fez um balanço positivo da experiência que vivenciou na seara executiva, avaliando que ampliou sua visão política, à medida que consolidou sua compreensão da realidade política e social do Maranhão. E agradeceu ao governador Flávio Dino (PSB) pela oportunidade: “Agradeço ao governador. Para mim foi prazer ajudar o nosso estado integrando o seu Governo, uma gestão que tem 75% de aprovação da população com excelentes resultados reconhecidos no país”.

Declarando-se agora mais preparado para a retomada do mandato parlamentar, Rubens Jr. anunciou que vai se dedicar a fortalecer as ações da bancada federal maranhense em votações importantes para o Estado:  “A missão agora é fortalecer o Maranhão Câmara Federal em um momento fundamental para os rumos do nosso país. Teremos no segundo semestre votações das reformas política, eleitoral, tributária, administrativa etc., além da defesa da democracia contra o desgoverno Bolsonaro”.

São Luís, 03 de Agosto de 202

 

 

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