Desembargadores da “Operação 18 Minutos” serão processados por venda de sentenças, decide CNJ

Antônio Guerreiro, Nelma Sarney, Marcelino
Weverton e Luiz Gonzaga Filho serão
processados por decisão do CNJ

Decisão unânime do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tornou ontem mais complicada a situação dos desembargadores maranhenses Nelma Celeste Sarney Costa, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Everton Chaves e
Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, acusados de receberem propina num suposto esquema de venda de sentenças, por meio das quais uma organização criminosa fazia saques milionários no Banco do Nordeste. Atendendo a pedido do corregedor geral da Justiça, Mauro Campbell, para quem os quatro magistrados agiram fora da lei, facilitaram a atuação de uma organização criminosa, o CNJ decidiu, por unanimidade, que eles vão acertar contas com a Justiça respondendo a processo administrativo, que pode resultar no seu afastamento definitivo dos quadros da magistratura do Maranhão.

 O corregedor geral do CNJ Justiça afirma, na peça de acusação, que o conjunto de provas da denúncia envolvendo os desembargadores “evidencia de forma inequívoca a existência de múltiplos elementos indicativos indiciários da prática de crimes e de violação de deveres inerentes à magistratura”. Os quatro magistrados autorizaram saques ilegais contra o Banco do Nordeste por um grupo de advogados, entre eles o ex-deputado federal Edilázio Júnior, genro da desembargadora Nelma Sarney, e o atual prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos – os dois chegaram a usar tornozeleiras eletrônicas.

Na sua manifestação pela abertura de processos contra os quatro desembargadores, o corregedor nacional da Justiça afirma que os magistrados criaram um “esquema sistêmico”, montado para saquear o Banco do Nordeste: “Além dos atos isoladamente considerados, o panorama probatório revela a existência de verdadeiro esquema sistêmico implantado no âmbito do Tribunal de Justiça do Maranhão voltado à instrumentalização de decisões judiciais para a apropriação indevida de valores pertencentes ao Banco do Nordeste”.

E vai mais longe, afirmando a sua convicção de que os magistrados agiram de maneira criminosa: “A atuação conjunta e coordenada de magistrados com unidade de desígnios na execução do esquema criminoso visando causar prejuízo direto a instituição financeira pública, mediante uso indevido da atividade jurisdicional, constitui grave violação ao dever de imparcialidade da magistratura e compromete substancialmente a credibilidade do Poder Judiciário, não só do estado do Maranhão, como do Brasil”.

O esquema foi descoberto em 2024 pela Polícia Federal, na Operação 18 Minutos. De acordo com a PF, esse foi o tempo que transcorreu entre a apresentação de uma petição e o seu despacho autorizando o saque, em espécie, de R$ 15 milhões, numa operação criminosa contra o Banco do Nordeste. Os advogados forjavam situações em que, por meio de decisões acertadas com os desembargadores, a instituição bancária aparecia como ré, sendo obrigada a pagar indenizações milionárias. Foram vários casos envolvendo os quatro desembargadores, os dois juízes e o mesmo grupo de advogados.

Os desembargadores Nelma Sarney, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Weverton e Antônio Guerreiro Jr., junto com eles os juízes Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa, foram afastados, encontrando-se há mais de um ano nessa condição. Eles tentaram retornar ao Tribunal de Justiça por meio de recursos, mas todas as tentativas foram frustradas por decisões contrárias do CNJ. As quatro vagas abertas no Colégio de Desembargadores foram preenchidas por juízes de quarta entrância, convocados de acordo com o Regimento Interno do TJ e da Lei de Orgânica da Magistratura.

Processados com base em acusação densa e grave, os quatro magistrados, que alegaram inocência quando foram afastados das suas funções, terão agora direito à ampla defesa, assim como os advogados acusados, que respondem a processo em liberdade. No caso dos desembargadores, a opinião dominante nos bastidores do Poder Judiciário, é que, devido à gravidade da situação, a consistência das provas acusatórias e a contundência da acusação feita pelo corregedor Mauro Campbell, é muito remota a possibilidade de eles retornarem ao plenário do Tribunal de Justiça. O desfecho previsto é que os quatro sejam aposentados compulsoriamente, com a vantagem, de continuar recebendo integralmente salário cujo básico é superior a R$ 30 mil por mês.

PONTO & CONTRAPONTO

Prioridades definidas pelo PT nacional para 26 pode prejudicar pré-candidatura de Camarão

Felipe Camarão: decisão do PT pode prejudicar candidatura

A decisão do PT de priorizar a reeleição do presidente Lula da Silva e a ampliação das bancadas do partido na Câmara Federal e no Senado não foi uma boa notícia para o vice-governador Felipe Camarão, pré-candidato do partido ao Governo do Estado e no epicentro de uma crise que está dividindo a base do presidente da República no Maranhão.

Pelo que foi decidido, o PT não vai se desdobrar para eleger governadores e também não vai quebrar muitas lanças para fazer grandes bancadas de deputados estaduais. Isso não significa dizer que o partido vai deixar a ver navios os seus candidatos a governador e a deputado estadual, mas está claro que as prioridades do PT são outras.

Com dificuldades para unir o PT maranhense em torno do seu projeto de candidatura aso Palácio dos Leões, uma vez que as diversas correntes estão se movimentando em direções diferentes, Felipe Camarão vai precisar agora de um acerto para valer com o comando nacional do partido sobre sua pré-candidatura.

O problema é que o presidente Lula da Silva e o comando petista não querem dois palanques no Maranhão. A inclinação é no sentido de ter as duas correntes aliadas unidas na campanha, o que será simplesmente impossível se os projetos de candidatura de Felipe Camarão e do secretário Orleans Brandão (MDB) forem mantidos.

A solução pode estar sendo construída no intervalo da conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão. Mas existe também a possibilidade de essa construção fracassar.

Decidido a ser candidato de qualquer maneira ao Governo do Estado, o vice-governador Felipe Camarão deve estar preparado para todos os cenários.

Assembleia aprova auxílio financeiro para criança e adolescentes órfãos de feminicídio

Sob a presidência de Iracema Vale, a Alema aprovou auxílio
financeiro a órfãos de feminicídio

Só depende agora da sansão do governador Carlos Brandão ao Projeto de Lei nº 499/25, aprovado ontem pela Assembleia Legislativa, para que crianças e adolescentes órfãos de feminicídio sejam amparadas com auxílio financeiro e condições de acesso imediato e prioritário a educação. A aprovação se deu por unanimidade.

Para ter acesso a esses benefícios a serem concedidos pelo Governo do Estado, as crianças e adolescentes órfãos de feminicídio consumado têm de ser menores de 18 anos e comprovar residência n o Maranhão e se encontrem em situação de vulnerabilidade social e cuja renda per capita seja igual ou inferior a um quarto do salário mínimo.

Na justificativa que encaminhou à Assembleia Legislativa, o governador Carlos Brandão (sem partido) explicou que a iniciativa visa suprir necessidades que surgem em muitos desses casos em que a mão é assassinada e o pai é preso ou se evade, criando grave situação de vulnerabilidade social.

A mensagem governamental chama também a atenção para o impacto psicológico e social devastador produzido na família em casos de feminicídio, o que dá amplo sentido à proposta.

Daí o voto unânime que o projeto recebeu.

São Luís, 12 de Novembro de 2025.

Pedido de afastamento de Daniel Brandão agrava situação no TCE e pode aprofundar crise política

Daniel Brandão, atual presidente do TCE,
tem nomeação questionada pelo PCdoB

Se o Supremo Tribunal Federal acatar a petição do PCdoB, protocolada ontem em Brasília, pedindo o afastamento cautelar do conselheiro e atual presidente do Tribunal de Contas do Estado Daniel Brandão, assim como a anulação da sua nomeação, tal decisão produzirá duas situações graves e complicadas, sendo uma de natureza institucional e a outra de natureza política. No campo institucional, a eventual medida deixará a Corte de Contas sem presidente e com apenas oito dos 11 conselheiros, mergulhando a instituição numa situação de quase inoperância e muitas incertezas. E no campo político, se a petição do PCdoB for acatada, a crise política causada pelo rompimento do governador Carlos Brandão (sem partido) com o chamado grupo dinista vai se agravar ainda mais, envolvendo também a Assembleia Legislativa.

No plano institucional, ocorreu que, indicado para a vaga aberta em 05/01/2023, com a aposentadoria do conselheiro Edmar Cutrim, aos 75 anos, Daniel Brandão foi aprovado pela Assembleia Legislativa e nomeado em 16/02/2023 pela presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB), então governadora em exercício, já que o governador Carlos Brandão (PSB) cumpria agenda na Europa e o vice-governador Felipe Camarão (PT), ainda secretário de Educação, encontrava-se em viagem de trabalho a Angola. Dias depois, o PCdoB protocolou na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís o pedido de anulação, tendo o juiz Douglas Martins anulado a nomeação de Daniel Brandão em 09/10/23. O novo conselheiro conseguiu reverter a decisão, mas q questão foi parar na Suprema Corte.

Depois da nomeação de Daniel Brandão, dois outros conselheiros anteciparam, por motivos diversos, suas aposentadorias. Washington Oliveira saiu em 28/02/2024, após 22 anos de TCE, justificando a decisão como de natureza pessoal, tendo assumido a Secretaria de Representação Institucional em Brasília no dia 22/03/2024, voltando também a militar nas fileiras do PT. Já o conselheiro Álvaro César, com 32 anos na Corte, antecipou sua aposentadoria alegando problemas de saúde, saindo em 05/02/2025, um ano depois de Washington Oliveira.

Como uma espécie de desdobramento da ação que anulou a nomeação do conselheiro Daniel Brandão, a Justiça suspendeu o processo que levaria o advogado Flávio Costa, indicado pelo Palácio dos Leões, à vaga aberta por Washington Oliveira, foi suspenso por decisão do ministro Flávio Dino em 10/02/2025, depois que o indicado Flávio Costa havia sido aprovado pela comissão especial da Assembleia legislativa em 07/02/2025. A segunda vaga foi travada por decisão judicial. O caldo entornou mais ainda quando o ministro Flávio Dino encaminhou à Polícia Federal a suspeita, levantada pela controvertida advogadas Clara Alcântara Botelho, dando conta de que as aposentadorias antecipadas de Washington Oliveira e Álvaro César teriam sido negociadas.

A consequência institucional é que a Corte de Contas do Maranhão é hoje uma instituição que, devido a pendências judiciais, não consegue preencher duas vagas de conselheiro. Isso depois de a Assembleia Legislativa haver atualizado a legislação que rege a nomeação de conselheiro. E agora podendo enfrentar uma situação muito mais complexa: a eventual anulação na nomeação do conselheiro Daniel Brandão, atual presidente da Corte de Contas, o déficit será de três conselheiros, o que, se acontecer, representará um desastre para o TCE.

A eventual anulação da nomeação de Daniel Brandão para o TCE acirrará de vez a crise na base governista, com o rompimento total do governador Carlos Brandão com o grupo dinista. Esse desfecho inviabilizará totalmente o esforço feito pelo presidente Lula da Silva para reaproximar os dois grupos. Isso significará que o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário Orleans Brandão MDB) partirão para o confronto direto e aberto pelos Leões, com a permanência do governador Carlos Brandão no cargo. Ao mesmo tempo, é possível prever um cenário tudo continue como está e a construção de uma candidatura de consenso no grupo reunido.

PONTO & CONTRAPONTO

Câmara de São Luís se torna palco de embates e troca de farpas por causa da sucessão na presidência

Marquinhos, Flávia Berthier e Paulo Victor:
tensões no plenário da Câmara da Capital

A Câmara Municipal de São Luís retoma sua tradição de Casa política na qual as relações são ao mesmo tensas e intensas. No momento, dois focos de tensão no âmbito interno e que estão sendo levados ao plenário em manifestações ácidas. Um é o conflito entre o presidente Paulo Victor (PSB) e a vereadora Flávia Berthier (PL), e o outro é a troca de farpas pontiagudas entre os vereadores Marquinhos (União) e Beto Castro (Avante), ambos candidatos à presidência da instituição, e o presidente Paulo Victor, apoiador declarado da candidatura de Beto Castro.

O conflito entre o presidente Paulo Victor e a vereadora Flávia Berthier começou na semana passada, quando ela, numa crítica a um discurso do vereador Jonathas Soares, do Coletivo Nós, discursava elogiando o Governo do presidente Lula. Flávia Bertiher, que bolsonarista roxa, ironizou a fala do petista dizendo que a eleição de Lula da Silva foi comemorada nos presídios. Na presidência da sessão, Paulo Victor interferiu e rebateu a vereadora informando que os filhos e familiares dele comemoraram a vitória de Lula da Silva e que eles não são presidiários. A vereadora tentou concertar, mas o estraga estava feito.

No meio desse bate-rebate, Paulo Victor trouxe à baila a informação segundo a qual Flávia Berthier o teria procurado para pedir apoio jurídico à sua defesa na acusação de que teria tido problemas na aplicação dos recursos das suas emendas. A vereadora reagiu indignada. Desde então, sempre que está com a palavra, Flávia Berthier toca no assunto, como aconteceu ontem, alfinetando o presidente Paulo Victor.

Já a relação tensa entre os vereadores Marquinhos e Beto Castro e o presidente Paulo Victor se dá por conta da corrida à presidência da Casa. Paulo Victor decidiu apoiar Beto Castro e trabalha por sua eleição, já tendo obtido o aval de pelo menos 20 dos 31 vereadores. Marquinho corre em faixa própria e até agora conseguiu dois votos, mas acredita na virada.

Ontem, sem a presença dos dois, Marquinhos criticou declarações de Beto Castro e de Paulo Victor. Em relação, que havia declarado que existem regras até entre bandidos, reagiu com um a espetada: “Eu nunca negociei com bandidos”. E aproveitou para estocar o presidente Paulo Victor questionando a transparência da sua gestão. E acrescentou que tem mais a falar sobre o assunto.

O avisou foi uma indicação clara de que a sessão de hoje da Câmara Municipal promete.

Com rica história e sólido lastro acadêmico, UFMA é a 57ª no Ranking Folha das Universidades Brasileiras

UFMA tem posição digna entre as universidade brasileiras,
segundo o Ranking da Folha

A velha, madura e muito ativa Universidade Federal do Maranhão (UFMA) continua sua trajetória de maior e mais importante instituição de formação superior do Maranhão, como demonstra o Ranking Universitário da Folha (RUF), publicado domingo no jornal Folha de S. Paulo. Ela aparece na 53ª colocação entre as instituições universitárias brasileiras, num contexto em que estão potências como UFSP, USP, UFRJ, UERJ, entre muitas outras do centro-sul e do sul do País.

A UFMA é um exemplo de resistência e leniência como universidade pública, que enfrenta a falta de recursos e luta bravamente para manter a reconhecida qualidade dos seus cursos, destacando-se Medicina, Direito, Letras, Comunicação, Pedagogia, Engenharia Elétrica, Engenharia Química e Economia, entre outros que formam profissionais de bom nível. Tanto que melhorou seu desempenho em pesquisa, ficando em 57º lugar, e em ensino, cuja avaliação a deixou em 60ª colocação. Médias bem acima de muitas outras instituições de grande porte.

Em seguida aparece a Universidade Estadual do maranhão (Uema), na 119ª posição, o que lhe dá um status importante no contexto universitário nacional, colocando-a bem situada no ranking das melhores instituições acadêmicas. Já a UemaSul, criada há seis anos como um desmembramento da Uema, avança em qualidade, colocada 196ª posição no ranking das universidades brasileiras, o que, numa análise fria, é um alento.

No âmbito das universidades privadas, o Ranking da Folha apontou o Uniceuma na 167ª colocação, uma conquista, à medida que já se trata de uma empresa com décadas de funcionamento, já tendo aperfeiçoado o seu sistema de ensino.

São Luís, 11 de Novembro de 2025.

Orleans Brandão e Felipe Camarão “ignoram” conversa de Lula e Brandão e intensificam corrida aos Leões

Enquanto Carlos Brandão e Lula articulam,
Orleans Brandão e Felipe Camarão
intensificam pré-campanhas aos Leões

A conversa do presidente Lula da Silva (PT) com o governador Carlos Brandão (sem partido) sobre sucessão no Maranhão, mantida até aqui sob sigilo absoluto, em nada mudou a movimentação dos dois pré-candidatos a governador diretamente ligados a essa articulação, o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), apoiado pelo mandatário maranhense, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), que tem o aval do chefe da Nação e da cúpula nacional do PT. A expectativa era a de que nesse período em que “soluções internas” estão sendo “construídas”, Orleans Brandão e Felipe Camarão mantiveram a corrida em ritmo acelerado, como vinham fazendo. Ou seja, pelo menos aparentemente, a balança da equação Lula/Brandão não pesou ainda claramente para nenhum dos lados.

Orleans Brandão não aliviou a pressão no acelerador. Ao contrário, parece ter pisado mais forte, cumprindo, nos últimos dias, uma agenda que alcançou diferentes regiões do estado. Na sexta-feira, por exemplo, ele esteve em Paço do Lumiar, onde participou de inaugurações ao lado do prefeito Fred Campos (PSB), um dos seus apoiadores, estimulado também pelo deputado federal Duarte Jr. (PSB). Antes, estivera em São Mateus, onde o aliado Miltinho Aragão (PSB), reafirmou apoio sem reservas à sua pré-candidatura. Foi assim também em

Tufilândia, apoiado pelo prefeito Vildimar Ricardo (PL), e em Pindaré-Mirim, respaldo pelo prefeito Alexandre Colares (Republicanos) onde comandou a entrega de cartões do programa Maranhão Livre da Fome e de outros benefícios aos dois municípios. O emedebista esteve também inaugurou obras do Governo do Estado em Vitorino Freire, onde não tem o apoio do prefeito Ademar Magalhães (União), que é ligado ao deputado federal Juscelino Filho (União), adversário do Governo. Ali se reuniu com líderes de grupos adversários do Governo do Estado.

Em Barreirinhas, Orleans Brandão cumpriu agenda política participando de encontro de vereadores e ex-vereadores, promovido por entidade ligada à categoria e com a participação da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB). Comandados pela vereadora ludovicense Concita Pinto (PSB), os presenta declararam apoio ao emedebista.

Em resumo: com nítido aval do Palácio dos Leões, Orleans Brandão comandou nos últimos dias as principais ações do Governo do Estado no interior. “Tenho cumprido a missão de andar por todo o Maranhão, conversando com as lideranças e com a população, e conhecendo as necessidades de cada lugar”, disse ele, em Vitorino Freire.

Nesse período, vice-governador Felipe Camarão se manteve em evidência com uma agenda virtual, numa campanha quase solitária, usando redes sociais para mostrar o seu envolvimento com as mais diferentes questões, se manifestando, via de regra, como professor, mostrando principalmente os seus conhecimentos jurídicos e de administração pública. Tem se preocupado em mostrar obras do Governo Federal no Maranhão. Na semana passada, em Tuntum, mostrou uma comunidade no povoado Cigano, onde famílias receberam casas do “Minha Casa Minha Vida”.

De volta a São Luís, Felipe Camarão teve reforçado o apoio do PCdoB ao seu projeto de candidatura, declaro por ninguém menos que o presidente nacional do PCdoB, deputado federal Orlando Brito, que reafirmou o aval da legenda ao vice-governador, destacando a participação que ele teve no Governo Flávio Dino, “que deixou um grande legado no Maranhão”.

Ao longo desses dias, Felipe Camarão usou suas redes sociais para defender a implantação imediata do passe livre para estudantes no transporte de massa em São Luís, sugerindo ao prefeito Eduardo Braide (PSD) que adote uma solução intermediária – duas passagens diárias para estudantes – até que o projeto seja aprovado e vire lei. Orientou professores de Pedro do Rosário e de São Bento no sentido de estarem atentos em relação ao iminente pagamento de precatórios do Fundeb. E destacou a aprovação, pelo Senado, do projeto do Governo Lula que isentou do pagamento de IR quem ganha até R$ 5 mil. E exaltou a decisão da Justiça de mudar o nome do município de Governador Edison Lobão para Ribeirãozinho do Maranhão. Postou ainda mensagem incentivando milhares de estudantes que participam do Enem.

E fez um alerta aos vereadores maranhenses para que não realizem eleições Mesas das Casas legislativas muito antecipadamente, que agora são regidas por norma instituída pelo Supremo Tribunal Federal. A eleição só poderá ser realizada em outubro do ano que vem, e não em março, como estava programada a eleição da Mesa da Câmara Municipal de São Luís.

Com discursos diferentes, Orleans Brandão e Felipe Camarão “ignoraram”, portanto, as tratativas do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão e tocaram em frente os seus projetos de candidatura.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema amplia espaço político e vira peça-chave na corrida aos Leões

Iracema Vale e Carlos Brandão:
pareceria política forte

Equilibrando uma intensa atividade política com as obrigações de presidente da Assembleia Legislativa, a deputada Iracema Vale (PSB) teve ampliado o seu espaço nas ondas de especulação acerca da corrida para o Governo do Estado. Nesses cenários especulativos, a presidente do parlamento estadual vem sendo colocada numa onda que vai do seu projeto de reeleição para a Assembleia Legislativa e chega a uma possível candidata ao Palácio dos Leões.

A motivação central da onda é na condição de presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale pode ser peça-chave num grande acordo em que o vice-governador Felipe Camarão (PT) renuncie à vice-governança e seja candidato à Câmara Federal ou ao Senado. No caso, ela assumiria o Governo e seria candidata à reeleição. Nesse cenário, Orleans Brandão seria candidato a deputado federal.

Mas a onda não para por aí, e as situações que vão sendo criadas de acordo com o contexto do momento. Agora mesmo, em meio às expectativas em relação ao que virá a ser acertado pelo presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão, a presidente da Assembleia Legislativa tem sido vista como figura central, principalmente como nome de solução para impasses.

Já especularam que ela poderá ser vice numa chapa comandada por Felipe Camarão, caso a base seja pacificada, com o governador Carlos Brandão indo para o Senado. Imaginaram também para ela uma candidatura à Câmara Federal, e também para o Senado, o que não havia sido cogitado na base governista.

O que dá força a essas especulações é o fato de que, devido à sua intensa atividade política, a presidente da Assembleia Legislativa ganhou uma estatura política bem maior do que a de uma deputada estadual, o que que ela dê um passo maior do que o simples projeto de reeleição.     

Roberto Costa se declara negro e bate forte nos que prometem paraíso às comunidades negras, mas depois as esquecem

Roberto Costa se declara negro em fala na
Semana da Consciência negra em Bacabal

Repercutiu intensamente nas redes sociais o discurso em o prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), declara-se “negro”, ao falar na abertura da Semana da Consciência Negra em Bacabal, que reuniu centenas de militantes da causa, principalmente das comunidades quilombolas do município. Na sua fala, além de identificar como negro, o prefeito criticou fortemente e racismo ainda existente no País, e bateu duro nos políticos que exploram esse discurso durante campanhas eleitorais visando os votos das comunidades negras e depois de eleitos as esquecem.

– Aqui em Bacabal, quem senta na cadeira de prefeito é um negro como vocês, e acima de tudo um negro que tem compreensão do papel das comunidades negras – declarou o prefeito sob fortes aplausos dos presentes.

Roberto Costa foi mais longe e disparou forte contra a demagogia política de muitos em relação às comunidades negras:

– Não é só no discurso, porque de discursos e promessas as comunidades negras estão cansadas. Quando chega a eleição, tudo mundo oferece o paraíso. Mas quando a eleição acaba, a única coisa que fica nas comunidades negras é o esquecimento – disparou.

E se colocando no contexto da sua crítica, o prefeito de Bacabal firmou compromisso:

– Estamos à frente da Prefeitura de Bacabal para mudar essa história. O maior prêmio que posso ter como prefeito não é ser dono de fazenda, ser dono de boi. O maior prêmio é ter o reconhecimento da população como o prefeito que mais trabalhou pela população.

Após esses declarações, Roberto Costa anunciou que a Semana da Consciência Negras em Bacabal estava oficialmente transformada em Mês da Consciência Negra.

São Luís, 09 de Novembro de 2025.

Direita do Maranhão tem várias bandas, que querem distância umas das outras

Josimar de Maranhãozinho, Aluísio Mendes,
Yglésio Moyses, Roberto Rocha e Lahesio
Bonfim: chefes de correntes da direita que
não querem conversa uns com os outros

A direita tenta se articular no Maranhão, mas os seus vários segmentos não se juntam e pelos movimentos que fazem, desenham uma nítida tendência de pulverização, mesmo dentro dos seus veios partidários mais fortes. São vários segmentos que se mantêm na seara direitista, que vão dos mais moderados aos mais radicais, demonstrando que nada têm um a ver com o outro. A diferença que os separam está nos discursos e no modo de atuação, o que impede a construção de links entre eles.

Nessa banda confusa do tabuleiro político maranhense movimentam-se forças como o PL liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, reconhecido como um braço forte de uma direita que não é exatamente ideológica, atuando fortemente no fisiologismo político. Bem próximo dele está uma direita ideológica, com discurso e referências muito claros, como o Republicanos, que se intitula “o partido mais conservador do Brasil”, representada pelo deputado federal Aluísio Mendes. E finalmente uma direita radical, inspirada na cartilha do ex-presidente Jair Bolsonaro e que tem duas correntes, uma que tenta se firmar pela ação política do ex-senador Roberto Rocha, e outra, bem mais ativa e que tem como porta-vozes os deputados estaduais Yglésio Moyses (PRTB) e Mical Damasceno (PSD). No meio dessas correntes está o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio, que hoje professa o discurso furta-cor do Novo.

No Maranhão está em curso, há algum tempo, um esforço nítido do bolsonarismo de minar o poder de fogo de Josimar de Maranhãozinho no PL. Depois de tomar o PL Mulher da deputada federal Detinha e entrega-lo à vereadora Flávia Berthier, numa intervenção branca, mas ostensiva, o comando bolsonarista filiou recentemente, em Brasília, a suplente de deputada federal Mariana Carvalho, de Imperatriz, ao PL, numa clara demonstração de que o projeto de destronar Josimar de Maranhãozinho está mantido. E não é segredo para ninguém que o ex-senador Roberto Rocha, hoje sem partido, e o deputado Yglésio Moyses, que rompeu com o dinismo, deixou o PSB e agora no frágil PRTB, projetam assumir o controle do PL no Maranhão.

Nesse contexto, o deputado federal Aluísio Mendes mantém o Republicanos com rédeas curtas, jogando pesado para não ter o seu controle ameaçado. Tentou colocar o partido na seara do PSD e apoiar o hipotético projeto de candidatura do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, ao Governo do Estado, mas não sentiu firmeza e decidiu se acomodar sob as patas dos Leões, onde o risco de perda de controle é bem menor.

O que chama a atenção nesse cenário é que a direita tem um candidato forte ao Governo do Estado, Lahesio Bonfim, que ganhou a legenda do Novo, mas não se anima a se mobilizar em torno desse projeto. É verdade que Lahesio Bonfim é um outsider que só acredita nele próprio e que não parece interessado em juntar as correntes direitistas num mesmo. Isso é claramente explicado pelo fato de que nenhum dos chefes das outras correntes parece confiar no ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, mesmo estando ele colocado ora em terceiro, ora em segundo lugar na corrida para o Governo do Estado. O bolsonarista assumido Yglésio Moyses, por exemplo, mina Lahesio Bonfim afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro não gosta dele.

Não existe, portanto, um movimento de direita em curso no Maranhão. Os segmentos que navegam nessa seara são isolados, dominados por fortes interesses internos e não exibem sinais que possa indicar outro rumo. Não foi sem razão que a experiente e ativa prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, que chegou a ser apontada em 2022 como a voz do bolsonarismo no Maranhão, percebeu que não havia qualquer futuro naquele projeto e retornou ao minado, mas coerente, ninho dos tucanos.

E pelo andar da carruagem, a direita maranhense vai continuar pulverizada na direção das urnas de 2026.

PONTO & CONTRAPONTO

PSB bate martelo a favor de Duarte Jr., ameaçado por Edson Araújo, que deve sair do partido

Colegas de partido: Duarte Jr.
denunciou ameaças de Edson Araújo

A cúpula nacional do PSB e o seu braço maranhense estão preocupados com a crise que se instalou nas entranhas do partido depois que o deputado federal Duarte Jr. convocou para depor na CPMI do INSS, da qual é vice-presidente e um dos membros mais ativos, e o deputado estadual Edson Araújo, suspeito de embolsar milhões de reais no esquema de extorsão de aposentados da Previdência Nacional.

O clima ficou tenso depois que Edson Araújo fez ameaças grave a Duarte Jr. numa conversa via WhatsApp, na qual, em tom agressivo o parlamentar suspeito manifestou clara intenção de usar violência contra o vice-presidente da CPMI.

Inicialmente cautelosa, a direção estadual chamou a atenção do parlamentar, que está licenciado, mas ele reforçou e deu forma à ameaça vice-presidente da CPMI. Em vez de se defender com argumentos e provas de que a suspeita não se sustentava, Edson Araújo reagiu agressivamente, perdendo completamente o equilíbrio. Duarte Jr., que foi ponderado na conversa eletrônica, denunciou a ameaça ao partido e à Assembleia Legislativa.  

O resultado é que, diante da situação, o vice-presidente regional do PSB, deputado Carlos Lula, anunciou a abertura de um processo de expulsão do deputado Edson Araújo. Na mesma linha, Duarte Jr. protocolou na Assembleia Legislativa um pedido de cassação do mandato do parlamentar.

O grande mal-estar nas fileiras do PSB está no fato de que, com a saída do governador Carlos Brandão e seu grupo, incluindo a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, o deputado federal Duarte Jr. foi alçado à condição der quadro mais destacado do partido, primeiro pela sua forte atuação parlamentar, em especial na CPMI do INSS, e depois o pelo poder de fogo que ele mantém no eleitorado de São Luís. No contraponto, Edson Araújo é um dos quadros mais antigos do PSB no Maranhão, com vários mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa.

Na avaliação de um membro do partido, o PSB tem um problemão para resolver. Na mesma avaliação, a menos que as acusações sejam confirmadas e a CPMI o denuncie à Justiça, o deputado Edson Araújo dificilmente terá seu mandato cassado pelo parlamento estadual.

Caxias: MPE confirmou eleição de Gentil Neto, mas Marinho Jr. saiu cacifado para 26

Gentil Neto foi confirmado, mas Marinho Jr.
saiu forte para a disputa de 2026

O pretendido “segundo turno” da eleição para a Prefeitura de Caxias pelo candidato Paulo Marinho Jr. (PL)na disputa com Gentil Neto (PP), não aconteceu. O Ministério Público Eleitoral mandou para o arquivo morto a denúncia feita por Paulo Marinho Jr., segundo a qual o resultado da eleição, vencida por Gentil Neto pela vantagem de pouco mais de 800 votos, teria sido o resultado de uma manipulação por “deepfake”, ou seja, um crime de manipulação eletrônica.

O MPE, além de não identificar nenhum dado que pudesse dar sentido à acusação, enxergou na denúncia uma tentativa de manipulação para favorecer o candidato derrotado. Na conclusão, foi duro: não houve crime. E confirmou a eleição de Gentil Neto, que já está a 11 meses no comando da máquina administrativa de Caxias, que vai cumprir seu mandato.

Mas nem tudo é prejuízo para Paulo Marinho Jr.. Ele saiu da disputa pela Prefeitura com quase metade dos votos, o que lhe dá suporte político e eleitoral para buscar um mandato parlamentar nas eleições de 2026, desta vez numa disputa com a deputada federal Amanda Gentil (PP). Vale lembrar que atualmente ele é suplente de deputado federal.

São Luís, 08 de Novembro de 2025.

Tensão envolvendo Duarte Jr. e Edson Araújo agrava ainda mais a crise dentro do PSB

Duarte Jr. X Edson Araújo:
embate aumenta crise no PSB

O braço do PSB no Maranhão passa pela mais grave e imprevisível crise que um partido político pode encarar na contagem regressiva para eleições decisivas, como as de 2026. O partido perdeu um senador da República da estatura de Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal federal, abriu mão de um governador com a força de Carlos Brandão, já não conta com a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale – que está de malas prontas para migrar, provavelmente para o PDT -, sabe que vai perder pelo menos seis deputados estaduais, e no momento é atingido por uma crise interna na qual um deputado estadual, Edson Araújo, acusado de envolvimento profundo com a teia beneficiada com dinheiro extorquido criminosamente de aposentados, ameaça o deputado federal Duarte Jr., do partido, que o convocou para depor na CPMI do INSS. De ganho real, o PSB do Maranhão ganhou a senadora Ana Paula Lobato, que assumiu a presidência do partido.

Não é nada fácil a situação da legenda socialista no Maranhão. Com a saída do ministro Flávio Dino, que se desfiliou para renunciar à presidência estadual do partido e ao mandato de senador e assumir titularidade na Corte Suprema, o partido passou a ser comandado pelo governador Carlos Brandão, que tentou manter a unidade na agremiação, mas entrou em choque com a chamada ala dinista, abrindo uma crise que resultou na sua destituição da presidência, e na sua consequente desfiliação. A maioria dos deputados estaduais que permanecem na legenda aguardam apenas a janela partidária de março de 2026 para migrar para outras legendas.

Depois de ter saído das urnas em 2022 como o maior partido político do Maranhão, uma sequência de perdas e crises internas tirou do PSB a influência que mantinha na poderosa máquina administrativa controlada pelo Governo do Estado, e também o peso político decorrente da presidência da Assembleia Legislativa. Hoje, o PSB do Maranhão só conta, efetivamente, com dois dos 11 deputados que elegeu: Carlos Lula, atual vice-presidente, e Francisco Nagib, enquanto no plano federal tem a senadora Ana Paula Lobato, que o preside, e o deputado federal Duarte Jr., que já andou avaliando a possibilidade de migrar para outra legenda.

A crise envolvendo o deputado federal Duarte Jr., que é vice-presidente da CPMI do INSS, e o deputado estadual Edson Araújo, cuja base são os sindicados de pescadores, não decorre de uma situação partidária, mas de uma coincidência. É que a CPMI tomou conhecimento de suposto envolvimento com uma federação nacional ligada à atividade pesqueira, que teria transferido R$ 3 milhões de para o deputado Edson Araújo por conta do esquema de descontos ilegais de aposentados. Diante da informação, Duarte Jr. decidiu mandar investigar e convocar o deputado Edson Araújo para explicar as transferências milionárias. O parlamentar, que é um dos quadros mais antigos do atual PSB do Maranhão, reagiu fazendo ameaças ao colega de partido, gerando um tremendo mal-estar dentro e fora do partido.

Por conta da reação agressiva do deputado Edson Araújo, que o chamou de “palhaço” e o ameaçou veladamente, o vice-presidente do PSB maranhense, deputado Carlos Lula, anunciou a tramitação de um processo pedindo a expulsão do deputado Edson Araújo dos quadros do partido, enquanto o deputado Duarte Jr. formulou à Assembleia Legislativa, um pedido de cassação do mandato parlamentar de Edson Araújo. No que isso vai dar, ninguém sabe, mas o fato é que, pelo menos indiretamente, esse pugilato verbal entre os dois serviu para aprofundar ainda mais a crise maior do PSB.

Mas, a julgar pelo que está correndo nos bastidores, segundo algumas especulações bem fundadas, o desfecho da conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão poderá levar o PSB a estancar esse processo de emagrecimento.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão tem o aval de chefes petistas do interior, mas a cúpula estadual ainda não bateu martelo

Indiferente à divisões no PT, Felipe Camarão
segue firme com a pré-campanha

É verdadeiro o documento no qual presidentes de 199 dos 204 diretórios organizados do PT no Maranhão declarando apoio à candidatura do vice-governador Felipe Camarão ao Governo do Estado. Mas é verdade também que esse movimento, cuja importância não se discute, está longe de ser a palavra final do partido nesse caso.

O vice-governador conta com o aval da cúpula nacional do PT e do próprio presidente Lula da Silva, mas a chave da posição do partido está na cúpula estadual, e essa até o momento permanece dividida e ostensivamente silenciosa sobre o assunto.

No conjunto dos chefes petistas que lideram correntes dentro do partido, a exemplo do conselheiro aposentado do TCE e atual secretário-chefe da Representação do Governo do Maranhão em Brasília, Washington Oliveira, há uma divisão nítida.

Uns querem Felipe Camarão candidato a governador numa chapa que tenha o governador Carlos Brandão como candidato ao Senado. Outros sugerem que o vice-governador examine a hipótese de se afastar para disputar uma cadeira no Senado. Há até uns poucos que preveem uma possível migração de Felipe Camarão o PSB.

O vice-governador ganhou fôlego com o documento de apoio, acredita no aval da cúpula nacional e espera que, cedo ou tarde, os petistas graúdos alinhados ao Palácio dos Leões se alinharão ao seu projeto de candidatura.

A verdade é que discussão está correndo solta dentro do braço maranhense do PT – o que, aliás, não é nenhuma novidade. Por sua vez, aparentemente indiferente à situação, o vice-governador Felipe Camarão segue realizando os seus “Diálogos pelo Maranhão”.

Senadores maranhenses avalizaram a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

Weverton Rocha, Ana Paula Lobato e Eliziane
Gama apoiaram o projeto de isenção de IR

Os três senadores do Maranhão votaram a favor do projeto que livra das garras do Leão do Imposto de Renda trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. Eliziane Gama (PSD), Ana Paula Lobato (PSB) e Weverton Rocha (PDT) não apenas votaram favoravelmente, como participaram efetivamente de articulações para que o PL fosse referendado pela unanimidade dos senadores.

A senadora Eliziane Gama calculou que a medida beneficiará mais de 15 milhões de brasileiros, significando um ganho real de poder de compra, proporcionando o ingresso de bilhões de reais na cadeia de consumo. A senadora Ana Paula Lobato classificou a aprovação da isenção como como um fato que entrará para a história do Senado.

Um dos articuladores do Governo no Senado, o senador Weverton Rocha trabalhou intensamente pela aprovação do projeto, por ele avaliado como uma medida de amplo alcance social e econômico.

São Luís, 07 de Novembro de 2025.

Corrida ao Senado tem candidatos fortes, mas cenário pode mudar se Brandão entrar na briga

Carlos brandão pode entrar na corrida e alterar o cenário hoje dominado por Weverton Rocha, Eliziane Gama e André Fufuca

Não existe, no cenário pré-eleitoral do Maranhão, um item mais indefinido do que a corrida às duas vagas no Senado, confirmando previsão feita há um ano por este espaço. No tabuleiro estão postas as pré-candidaturas dos senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), ambos candidatos à reeleição, a do deputado federal e ministro do Esporte André Fufuca (PP) e a do ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza). Sem confirmação circulam as pré-candidaturas do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) e do ex-deputado estadual César Pires (PR). Sombreando todas elas, domina o tabuleiro a possível candidatura do governador Carlos Brandão (sem partido) e, numa hipótese mais remota, mas não descartável, a da deputada federal Roseana Sarney (MDB). Nas especulações para o Senado, aqui e ali surge o nome do vice-governador Felipe Camarão (PT), que nem de longe admite a hipótese. É esse o cenário.

Nesse contexto, entre os candidatos assumidos, as duas vagas estão sendo disputadas voto a voto pelos senadores Weverton Rocha, que aparece como o mais bem posicionado na ampla maioria das pesquisas, ficando a outra vaga em disputa pelo   ministro André Fufuca e pela senadora Eliziane Gama. Nesse contexto de candidaturas declaradas, o ex-prefeito Hilton Gonçalo, que corre em faixa própria, vem realizando um trabalho de garimpagem que pode lhe render uma posição digna nessa corrida. Nas avaliações feitas até aqui, se o atual quadro de pretendentes for mantido sem alterações, os dois senadores devem sair desse time

No plano dos pré-candidatos ainda não cravados o destaque é para o ex-senador Roberto Rocha, que mesmo sem fazer pré-campanha ostensiva, aparece na quarta colocação nas mais diferentes pesquisas. O deputado federal Pedro Lucas Fernandes deixou que seu nome fosse incluído na lista dos possíveis candidatos a senador, mas os seus movimentos indicam que o seu projeto é reeleger-se bem para a Câmara Federal, onde atua como cardeal no alto clero. O ex-deputado César Pires não dá sinais de que incorporou para valer esse projeto de candidatura, deixando no ar a impressão de que o seu objetivo é voltar à Assembleia Legislativa.

Mas todo esse cenário se encontra condicionado ao futuro do governador Carlos Brandão, que pode mudar o seu projeto de permanecer no Governo até o final do mandato para entrar na briga pelo Senado. Essa hipótese não está nem de longe descartada. Ela é item decisivo de uma grande negociação que está em curso, iniciada com a conversa do governador com o presidente Lula da Silva (PT), na semana passada. Titular de um Governo bem avaliado e gozando de muito prestígio na classe política e no eleitorado, segundo todas as pesquisas, Carlos Brandão aparece como líder inconteste na corrida ao Senado. Isso significa dizer que, conforme o conjunto de informações políticas e estatísticas, ele aparece com largo favoritismo para uma das vagas.

A mudança no atual cenário pode ser ainda maior se, numa hipótese ainda remota, a atual deputada federal Roseana Sarney vier a entrar na briga por um mandato senatorial. No momento afastada da cena política e travando uma guerra cerrada contra um câncer, a ex-governadora aparece como favorita a uma das cadeiras em todas as pesquisas em que seu nome é incluído. Ela própria nada disse de concreto sobre o assunto, mas certamente avalia o que pode ser um projeto de risco.

O fato é que, envolvendo quatro pré-candidatos assumidos – três bem posicionados e um em ascensão – dois não assumidos, a corrida ao Senado pode ganhar outra dimensão se o governador Carlos Brandão, com o peso político e eleitoral que vem exibindo com o viés municipalista do seu Governo resolver entrar na disputa.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão mantém segredo absoluto sobre o teor da conversa com Lula

Lula da Silva e Carlos Brandão:
pacto de silêncio sobre acertos

O governador Carlos Brandão vem cumprindo rigorosamente a promessa de manter sigilo absoluto sobre a pauta da sua conversa com o presidente Lula da Silva, ocorrida na semana passada, para tratar do complicado cenário sucessório do Maranhão. Ele nada revelou a interlocutores nem a auxiliares.

O mandatário deve, naturalmente, ter reunido um petit comité para tratar do assunto, que envolve o seu futuro político e destino dos projetos de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) e do vice-governador Felipe Camarão (PT). E mais do que isso, o futuro imediato da sua relação com o projeto de reeleição do presidente da República.

Numa resposta lacônica dada à Coluna na última sexta-feira, minutos após deixar o Palácio do Planalto, o governador disse apenas o seguinte: “Muito boa a conversa”. E diante de nova indagação, ele avisou: “Reunião fechada. Sem anúncio das conversas”.

Na manhã de sábado, a Coluna tentou mais uma vez obter dele pelo menos uma pista sobre o que foi conversado, e a resposta foi direta e definitiva: “Não tem como revelar estratégia política. Precisamos primeiro construir internamente as soluções”.

Sem se dar por vencida, mas respeitando as regras, a Coluna tentou obter alguma réstia de posição do governador Carlos Brandão sobre a possibilidade de ele vir a ser candidato a senador, observando o fato de ele detentor de elevado prestígio, segundo pesquisas mais recentes. Mas de novo ele desviou a indagação postando uma figurinha com uma frase que produziu uma incógnita: “Vamos em frente”.

E nada, nada mesmo além disso, o que gerou a expectativa de que o que vem por aí vai sacudir de vez o tabuleiro da política maranhense.

Embate no plenário da Câmara de São Luís reflete tensão da corrida à presidência

Paulo Victor e Flávia Berthier: embates

 Ganha doses diárias de tensão o clima na Câmara Municipal de São Luís, onde ontem, mais uma vez, foi registrado um embate entre o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), e a vereadora Flávia Berthier (PL).

A vereadora reclamou que não fora atendida pela presidência numa solicitação para contratar um coffee break para um evento por ela organizado no Palácio Pedro Neiva de Santana. O presidente Paulo Victor reagiu reconhecendo a falha, mas ponderou que já atendera a vereadora, como o suporte jurídico que a Câmara lhe deu contra denúncia de suposta irregularidade em emendas da parlamentar.

A declaração do presidente Paulo Victor deixou a vereadora Flávia Berthier muito irritada, a ponto de declarar que renuncia o mandato se algo de errado for encontrado no uso dos recursos das suas emendas. O líder do PL, vereador Aldir Jr., saiu em defesa da colega dele de partido, aumentando o clima de tensão.

Esses momentos de tensão no plenário da Câmara Municipal de São Luís é reflexo da briga pelo comando da Casa, que tem de um lado a candidatura do vereador Beto Castro (Avante), apoiado pelo presidente Paulo Victor e por cerca de 20 dos 31 vereadores, e de outro o vereador Marquinhos (União), que começou sozinho e vem atraindo apoios como o dos dois vereadores do PL e de outros partidos, como o da vereadora Clara Gomes (PSD).

Não há dúvida de que Beto Castro é favorito e deve vencer a eleição, que será realizada em abril. Mas o projeto de conseguir unanimidade por ele alinhavado já saiu da pauta.

São Luís, 06 de Novembro de 2025.

Pesquisa Vox Brasil mostra que nada está definido na corrida ao Palácio dos Leões

Eduardo Braide, Lahesio Bonfim, Orleans Brandão e
Felipe Camarão: corrida com desfecho imprevisível

A avaliação da senadora Eliziane Gama (PSD) de que nada está definido em matéria de alianças para as eleições de 2026 no Maranhão, e a sua perspectiva de que há tempo e possibilidade de uma recomposição do governador Carlos Brandão (sem partido) com o grupo dinista desenham um quadro que, se alguma maneira, é o reflexo da pesquisa Vox Brasil, divulgada esta semana, na qual o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), aparece tecnicamente empatado com o prefeito Eduardo Braide (PSD), deixando o secretário Orleans Brandão (MDB) num surpreendente terceiro  lugar e o vice-governador Felipe Camarão (PT) numa desconfortável quarta colocação.

Se expressarem a realidade, ou pelo menos se aproximarem dela, os números da pesquisa não deixam dúvida de que a corrida aos Leões caminham para um cenário de absoluta imprevisibilidade. O prefeito Eduardo Braide aparece com 29,50% das intenções de voto, tendo Lahesio Bonfim colado em segundo com 26,39 – como a margem de erro é de 4,8%, tem-se aí um empate técnico. Orleans Brandão surge em terceiro lugar com 21,34%, fora da margem de erro, e Felipe Camarão completa o quadro com 4,8%. A pesquisa surpreende com 10,22% que pretendem anular o voto, e 8,47% que manifestaram indecisão.

O quadro de intenções de voto mostrado pela pesquisa Vox Brasil deve funcionar como um forte sinal de alerta para o prefeito Eduardo Braide, que precisa de posicionar antes que a indefinição comece a deixa-lo para trás; para Orleans Brandão, que precisa deixar de ser apenas o candidato do Governo e mostrar consistência; e para Felipe Camarão, cujo suturo depende de uma guinada radical. O ex-prefeito Lahesio Bonfim é o único que no mostra os resultados de uma pré-campanha intensa, feita nos rincões no território estadual.

Esses números vêm à tona exatamente no momento em que o meio político está mergulhado em expectativa em relação ao desfecho da conversa do governador Carlos Brandão (sem partido) com o presidente Lula da Silva (PT), que pode construir, ou não, um cenário de recomposição da base governista. Carlos Brandão e Lula da Silva colocaram as cartas na mesa, nada decidiram e acertaram que cada um vai atuar para “construir” uma solução que contemple os dois grupos. Nenhuma solução a ser engendrada pode deixar de levar em conta pesquisas como a Vox Brasil, ainda que elas não expressam rigorosamente o quadro de intenções de voto.

A senadora Eliziane Gama provavelmente se baseou em levantamentos como esse quando manifestou crença na recomposição da aliança governista por meio da articulação do governador com o presidente da República. E certamente se deu conta de que Lahesio Bonfim, um outsider de direita, que sabe chegar em fatias do eleitorado as quais os demais candidatos têm dificuldades de alcançar. E com um lastro de que não é uma novidade, uma vez que chegou em segundo na corrida de 2022, deixando para trás um senador da República antes bem cotado.

O fato é que, depois dos movimentos iniciais e a 11 meses da eleição, a corrida ao Palácio dos Leões entra numa fase de definições, e tudo indica que num cenário realista. Isso significa dizer que pode haver recomposição, ou não, como também pode a lógica se impor e causar, por exemplo, uma mudança radical no atual cenário da corrida ao Senado, na qual estão medindo forçar os senadores Eliziane Gama e Weverton Rocha (PDT) e o ministro do Esporte André Fufuca (PP).  

Em Tempo: A pesquisa Vox Brasil ouviu 1.027 eleitores em diferentes regiões do estado entre os dias 27 de outubro e 1º de novembro, tem margem de erro de 4,8 pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.

PONTO & CONTRAPONTO

Deputado socialista tem situação agravada no escândalo de fraude no setor pesqueiro

Edson Araújo: complicação

Cada dia mais complicada a situação do deputado estadual Edson Araújo (PSB), que aparece como figura de proa no escândalo que vem escancarando uma ampla teia de corrupção nas entranhas das entidades corporativas, especialmente as relacionadas com a pesca.

A CPMI, que tem o deputado federal Duarte Jr. (PSB) como vice-presidente e um dos membros mais ativos, apurou que o esquema de exploração de aposentados do setor pesqueiro teria despejado nada menos que R$ 4,5 milhões em contas do deputado Edson Araújo, que tem como base política e eleitoral o controle de entidades representativas de pescadores. Outro levantamento sugere que o valor repassado a Edson Araújo chegaria a R$ 9 milhões. A transferência dos recursos foi feita pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores na Pesca e Aquicultura.

De acordo com as informações levantadas pela CPMI, o envolvimento do deputado Edson Araújo na trama está documentalmente confirmada. O parlamentar, porém, tem direito a ampla defesa e usará essa prerrogativa para tentar demonstrar que é inocente.

Vale registrar que a Confederação, alvo da Operação Sem Desconto, foi identificada pela Polícia Federal, como parte destacada do esquema que teria causado prejuízo de mais de R$ 220 milhões aos cofres públicos. Em paralelo, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas que somam R$ 410 milhões nas contas da entidade entre 2024 e 2025, reforçando as suspeitas de lavagem de dinheiro.

Nasce mais um partido político: o Missão

TSE aprovou a formação de novo partido: Missão

O Tribunal Superior Eleitoral deu cria ontem a mais um partido político: o Missão. De perfil de centro-direita, com enfoque liberal na economia, o Missão será identificado pelo número 14 e é formado na base do Movimento Brasil Livre, que tem muita força na cidade de São Paulo.

O TSE abriu caminho para sua existência a partir de um abaixo-assinado com 590 mil assinaturas, colhidas em todo o País, incluindo o Maranhão. Para ganhar o direito de existir, o Missão começa com diretórios e comissões provisórias em nove estados – o Maranhão não aparece entre essas unidades federativas.

De acordo com a sua proposta programática, prevista nos seus estatutos, o Missão chega como discurso propondo responsabilidade fiscal, combate à corrupção, endurecimento das leis penais e industrialização do Nordeste. Na sua pauta de costumes, o novo partido defende o combate à violência de gênero, por exemplo.

Não será surpresa se essa nova legenda vier a servir de abrigo para vários dos muitos políticos maranhenses que estão em busca de ninho partidário

São Luís, 05 de Novembro de 2025.

Cármen Lúcia e Flávio Dino defendem o sistema eleitoral e alertam contra os inimigos da democracia

Cármen Lúcia e Flávio Dino: alertas contra
os riscos que pairam sobre a democracia

Os ministros Cármen Lúcia e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele presidente da 1ª Turma da Corte, defenderam ontem, em São Luís, o fortalecimento da democracia brasileira, garantida pela integridade do Sistema Eleitoral nacional, ao mesmo tempo em que reafirmaram a necessidade de um combate permanente e sem trégua às fake News, usadas como armas políticas pelos inimigos do regime democrático. Essa preocupação, exposta em tom de alerta, foi manifestada pelos dois magistrados no Simpósio de Direito Eleitoral, promovido pela Escola Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), evento que reuniu magistrados, advogados, estudantes de direito no auditório da Fiema.

 Reconhecida pela sua cultura jurídica e por suas posições firmes em defesa da democracia, e no momento no comando da Justiça Eleitoral, a ministra Cármen Lúcia abriu o evento com a palestra “A missão constitucional da Justiça Eleitoral na preservação da democracia”.

A ministra defendeu enfaticamente todo e qualquer esforço legítimo para preservar a democracia, ressaltando que nesse contexto a Justiça Eleitoral tem papel essencial e desafiador, uma vez que as instituições nacionais estão em processo de consolidação. Ela mostrou que a democracia se baseia no diálogo e na convivência pacífica das diferenças, sendo o voto a verdadeira “arma” do cidadão, “um instrumento de participação e construção do país, nunca de conflito”.

– A Justiça Eleitoral é, de fato, a garantia da democracia. O Brasil é o único país no mundo que tem uma justiça eleitoral. Ela não é um apêndice de qualquer outro órgão. Ela é um braço, um poder, uma justiça que tem a responsabilidade de garantir que o cidadão possa, por meio do voto, se expressar. E que a sua expressão seja respeitada. E que a sua vontade, ali expressa, seja a que se impõe”.

Defensora intransigente do sistema eleitoral brasileiro, que é uma referência mundial, assinalou que os grandes desafios são trazidos de um lado, pela tecnologia, e de outro, pelo modo como a gente usa a tecnologia. Assegurou que a urna eletrônica é um sistema infalível, seguro, transparente, auditável, de fácil apuração, um dos maiores bens do Brasil, pois é ela que nos garante a democracia. E alertou que “a mentira é capaz de matar, de retirar a liberdade e de afrontar a dignidade por meio de discursos de ódio e extremismos que buscam dividir e enfraquecer o país”. Por isso, enfatizou, a Justiça Eleitoral tem se posicionado firmemente em defesa da democracia.

Defensor intransigente do sistema eleitoral e reconhecido pela guerra que trava contra informações falsas que tentam desacreditar as urnas eletrônicas, o ministro Flávio Dino seguiu na mesma linha, alertando que a democracia brasileira é sólida, mas está sobre ataque. E chamou a atenção para o fato de que a Justiça Eleitoral e a Justiça em geral têm sido atacadas pelo discurso do ódio, antidemocrático, que acusa ministros da Supremas Corte de serem “ditadores”. E fez um questionamento:

– Há quem ache que nós somos ditadores. Porque nós estamos dizendo que a liberdade, como valor fundamental, só se exerce em concordância prática com outros direitos fundamentais. A liberdade tem que ser cotejada com a privacidade, com a dignidade da pessoa humana. Isso é censura?”

Flávio Dino reforçou a defesa da instituição judiciária, assinalando que é função primordial da Suprema Corte defender a democracia de acordo com as regras da Constituição Cidadã. Mais do que função, é o seu dever institucional proteger a democracia e os direitos de todos os cidadãos. Para ele, é um erro debater as instituições com caricaturas e desinformação, principalmente no que diz respeita ao papel da Justiça debate público não deve se basear em caricaturas ou desinformação sobre o papel da Justiça.

PONTO & CONTRAPONTO

Ministra incentiva mulheres a lutar por mais participação nas esferas de poder

Cármen Lúcia fala ouvida com atenção por Paulo Velten, Froz Sobrinho,
Carlos Brandão e Iracema Vale no Seminário “Mais Mulheres na
Política; Ekiziane Gama (blusa branca) Cármen Lúcia e Iracema Vale;
e o auditório Fernando Falcão lotado

“A luta de cada uma é um testemunho permanente que nos faz aprender a cada dia mais sobre o que precisamos fazer para estarmos juntas e, com toda a sociedade brasileira, construir um Brasil muito melhor para todas as pessoas. Nós queremos um Brasil mais humano para todos nós”. Com declarações desse naipe, a ministra Cármen Lúcia, da Suprema Corte e presidente da Justiça Eleitoral, deu dimensão especial à segunda edição do seminário “Mais Mulheres na Política”, organizado pela senadora Eliziane Gama (PSD), por meio da “Frente Maranhense Mais Mulheres na Política”, realizado no auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa.

Parte da campanha de mobilização nacional feita pela Justiça Eleitoral, o evento reuniu, além da própria senadora, lideranças femininas de diversas entidades e instituições, e os chefes dos três Poderes, a começar pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), ela própria um exemplo de mulher bem sucedida na política; o governador Carlos Brandão (sem partido), e do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Froz Sobrinho. Além de estimular a participação de mais mulheres na política, nos espaços de poder e nas esferas decisórias, o evento é parte também do combate à violência política de gênero.

A ministra Cármen Lúcia faz a palestra-magna sobre “Vozes Femininas pela Democracia”, na qual defendeu, com muita ênfase, a ampliação da participação feminina nos espaços de poder, lembrando que, embora o Brasil tenha a mulher como maioria da população, essa maioria não é nem de longe expressada na representatividade política. “Nós somos uma população com quase 53% de mulheres. No entanto, somos um dos povos mais mal representados em termos de número de parlamentares, no congresso, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais”, destacou, em tom de lamento.

E defendeu que as mulheres brasileiras se mobilizem para ocupar o seu verdadeiro lugar nos parlamentos e nas instâncias decisórias do país.

Organizadora do evento, a senadora Eliziane Gama, reconhecida como exemplo dessa participação, reafirmou sua luta por mais participação da mulher na política, e assinalou: “Ano que vem é ano eleitoral, e a gente precisa eleger mais deputadas federais, estaduais, ampliar a bancada feminina no Senado. Não é fácil, mas é uma luta absolutamente específica. Este evento teve um saldo muito positivo, com a presença de mulheres representativas tanto de São Luís quanto do interior do Estado. Isso demonstra o apreço que as mulheres têm pela luta para atingir igualdade entre homens e mulheres no Brasil”.

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, hoje o mais destacado caso de sucesso feminino na política, destacou: “A política é um espaço que todas nós temos o direito de ocupar e devemos fazê-lo, porque, quando a mulher entra para a política, ela traz um olhar diferente para as causas, principalmente daqueles que mais precisam”.

O governador Carlos Brandão reafirmou sua posição sobre o tema: “Eu sou defensor e entusiasta dessa causa. As mulheres, infelizmente, ainda ocupam pouco espaço tanto nas câmaras de vereadores, quanto na Assembleia Legislativa e no Judiciário. Portanto, a gente tem que incentivar essa participação. No nosso governo, por exemplo, tem mais de 20 mulheres que são secretárias e não só por serem mulheres, mas por serem preparadas”.

Presenças e ausências apontaram a distância entre chefes de Poder e ministro

Froz Sobrinho: longe de atritos,
compareceu aos dois eventos

Os dois grandes eventos políticos de ontem, o Simpósio de Direito Eleitoral, promovido pelo TRE-MA, e o seminário “Mais Mulheres na Política”, organizado pela senadora Eliziane Gama na Assembleia Legislativa, que trouxeram dois ministros da Corte Suprema do país a São Luís, Cármen Lúcia e Flávio Dino, foram reveladores da distância política que separa o governador Carlos Brandão e a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale do ministro Flávio Dino.

O governador Carlos Brandão e a presidente Iracema Vale participaram com destaque do seminário sobre a a participação das mulheres na política, prestigiando a ministra Cármen Lúcia e, por tabela, a senadora Eliziane Gama. No entanto, nem o governador nem a presidente do Poder Legislativo compareceu à palestra do ministro Flávio Dino no TRE, valendo o registro de que eles não compareceram também à palestra da presidente do TSE.

Em meio a essa à batalha sem disparos, mas visível e muito comentada, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Froz Sobrinho, que não se encontra em estado de beligerância política com os demais chefes de Poder nem com o ministro Flávio Dino, e tem sido uma espécie de agente da política do “deixa disso”, foi a exceção. Ele salvou a lavoura da representação institucional comparecendo aos dois eventos.

São Luís, 04 de Novembro de 2025.

Candidatos aos Leões se movem aguardando o que virá da “boa conversa” de Lula com Brandão

Resultado da conversa de Lula da Silva com
Carlos Brandão pode ser decisivo para
Orleans Brandão, Felipe Camarão, Lahesio
Bonfim e Eduardo Braide na corrida aos Leões

O governador Carlos Brandão (sem partido) retornou de Brasília, sexta-feira, determinado a manter silêncio absoluto em relação ao teor e às possíveis conclusões da conversa que entabulou com o presidente Lula da Silva (PT) sobre os rumos das forças governistas na corrida ao Palácio dos Leões. Nesse contexto, a lógica sugere que os quatro pré-candidatos a governador se movem divididos em três situações, com dois – o secretário Orleans Brandão (MDB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) – certamente municiados da informação sobre a conversa, um, Lahesio Bonfim (Novo), que nada sabe, e um, Eduardo Braide (PSD), que além de nada saber, ainda não martelou a mesa anunciando sua entrada na briga.

Não há como não imaginar que o governador Carlos Brandão tenha municiado o seu candidato e homem da sua extrema confiança, com alguma informação essencial a respeito da conversa que teve com o presidente Lula da Silva. E um sintoma disso foi que Orleans Brandão intensificou sua agenda de contatos, como a grande reunião que mobilizou centenas e centenas de agentes comu8nitáruios de saúde e o encontro de vereadores e ex-vereadores organizado pela deputada-presidente Iracema Vale (PSB). Ou seja, a notícia da conversa do governador com o presidente em nada alterou a movimentação do emedebista, que vai ampliando seu cacife a cada dia com o pleno aval do mandatário maranhense.

Nesse ambiente, é difícil supor que o vice-governador Felipe Camarão não tenha sido total ou parcialmente informado a respeito do que foi conversado pelo presidente Lula da Silva e o governador Carlos Brandão. A começar pelo fato de que o presidente é o principal avalista do projeto de candidatura do vice-governador, o que significa dizer que ele tem todo interesse de municia-lo com informações e, assim, orientar os seus movimentos. O vice-governador também intensificou a sua agenda de contatos, cumprindo as edições do “Diálogos pelo Maranhão” em Capinzal do Norte e Caxias.

A conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão não alterou a rotina de pré-campanha intensa do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes e candidato já definido do Novo, Lahesio Bonfim. Ciente de que o resultado dessa conversa pode definir, de fato, o cenário da disputa pelo Palácio dos Leões, Lahesio Bonfim vem mantendo inalterado o seu intenso ritmo de pré-campanhas, embrenhando-se nos mais distantes povoados, principalmente na região central do estado, onde aparece como líder nas preferências, segundo as pesquisas que realizaram esse tipo de detalhamento.

Aparentemente indiferente aos rumos que a “boa conversa” do presidente da República com o governador maranhense sobre os rumos da sucessão estadual, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide continua fechado em sete chaves sobre sua participação na corrida sucessória estadual, mas com certeza aguarda o seu desfecho com forte expectativa. Ele sabe que o grau de dificuldade do seu projeto de ser governador agora está exatamente na definição do futuro político mandatário estadual. Se Carlos Brandão sair para senador, a briga será com o vice-governador Felipe Camarão investido no cargo de governador e candidato à reeleição. Se confirmar a permanência no cargo, o adversário a ser vencido será secretário Orleans Brandão. Daí a possibilidade de o prefeito de São Luís só vir a bater martelo sobre se vai ou não vai quando o governador der forma definitiva ao seu próprio futuro.

Como se vê, as peças do tabuleiro em que se dá a disputa para o Palácio dos Leões está, no momento, em grande medida condicionada ao acerto – se é que houve um – entre o presidente Lula da Silva e o governador Carlos Brandão. Isso porque essa informação é crucial a definição do peso político e potencial eleitoral de Orleans Brandão e Felipe Camarão e, por via de desdobramento de Lahesio Bonfim e Eduardo Braide.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema Vale e Roberto Costa fortalecem o projeto de Orleans Brandão alimentando a política de grupo

Roberto Costa e Iracema Vale são pilares no
projeto de candidatura de Orleans Brandão

Poucas vezes um político em ascensão entrou na corrida dos Leões tão bem municiado de suporta e alianças como Orleans Brandão (MDB). E nesse suporte, além do governador Carlos Brandão, que é o seu grande avalista, o secretário de Assuntos Municipalistas conta dois trunfos de muito peso, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) e o prefeito de Bacabal e presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, Roberto Costa (MDB).

 Iracema Vale tem jogado todos os dados da sua vasta experiência política, a começar pelo fato de ser presença constante e destacada em todos os eventos que de alguma maneira reforcem o cacife do pré-candidato palaciano. Só para citar fatos mais recentes, ela teve participação destacada na realização do evento relacionado com agentes de saúde, sexta-feira, em São Luís, e no sábado comandou, uma rara reunião de vereadores e ex-vereadores em torno do projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas. Atuando fortemente como política de grupo – um conceito cada vez mais raro -, ela tem tomado a frente, realizando reuniões com deputados estaduais e prefeitos, e eventos diferenciados, como, por exemplo, um encontro de mulheres legisladoras do Maranhão, entre outros. A deputada-presidente é vista como como um esteio decisivo no suporte ao projeto de candidatura de Orleans Brandão.

O prefeito Roberto Costa, que comanda Bacabal e a Famem, abraçou de vez o projeto sucessório delineado até aqui pelo governador Carlos Brandão. Para começar, Roberto Costa é um dos raros quadros da nova geração que faz política de grupo e, mais do que isso, atua na linha do MDB, que é a sua raiz política e sua base partidária. Quando Orleans Brandão se filiou ao MDB e sinalizou candidatura, o então deputado estadual Roberto Costa se movimentou dentro do partido, onde tem grande peso decisório, para viabilizar e consolidar o projeto. Eleito prefeito Bacabal, Roberto Costa dedica seu tempo político a articular apoios à pré-candidata emedebista. Como presidente da Famem, vem trabalhando para que os prefeitos ganhem peso político, e nesse contexto impulsiona o projeto do secretário de Assuntos Municipalistas.

Exemplares cada vez mais raros de diferenciados os que ainda vêm a política como uma atividade de grupo, a deputada Iracema Vale e o prefeito Roberto Costa vêm mostrando que esse é o caminho da política, principalmente quando se trata de encarar as urnas.

Em discurso em Capinzal do Norte, Camarão acusa Brandão de querer instalar “governo familiar”

Felipe Camarão critica
“governo familiar”

Depois de avisar que será candidato de qualquer maneira e de tecer críticas setoriais ao atual Governo, o vice-governador Felipe Camarão (PT), na edição dos “Diálogos pelo Maranhão” realizada em Capinzal do Norte, na noite de sexta-feira, disparou chumbo grosso na relação familiar que liga o seu oponente, Orleans Brandão ao governador Carlos Brandão, de quem é sobrinho.

Num discurso forte, mas sem adjetivações ou agressões, o vice-governador criticou a decisão do governador Carlos Brandão de escolher o secretário de Assuntos Municipalistas para disputar a sua sucessão, avaliando que o estágio atual da política não comporta.

“Não podemos admitir que o Governo do maranhão seja controlado de novo por uma família. Foi contra isso que lutamos em 2014 e vamos continuar lutando”, declarou o vice-governador e pré-candidato do PT ao Governo do Estado, referindo a um dos temas mais fortes do então candidato governador Flávio Dino.

Ao abordar o assunto numa fala dirigida aliados e curiosos em Capinzal do Norte, Felipe Camarão sinalizou que poderá elevar o tom das suas críticas ao governador e seu grupo, tornando mais duro o embate pelo Palácio dos Leões.

São Luís, 02 de Novembro de 2025.

Lula e Brandão tiveram conversa aberta, mas o foco foi o cenário a ser montado para a corrida aos Leões

Lula da Silva e Carlos Brandão, ontem, no Palácio do Planalto: “conversa boa”
sobre o cenário político do Maranhão para as eleições de 26

“Boa conversa com o presidente Lula. Falamos da causa comum de cuidar das pessoas. Também do cenário político do Maranhão, e do andamento das grandes obras e projetos que temos realizado juntos, a exemplo da Avenida Metropolitana, da Nova Litorânea, de investimentos em saneamento e de muitas obras pelo PAC”.

Foi o que disse o governador Carlos Brandão (sem partido), após a conversa com presidente Lula da Silva, ontem à tarde, no Palácio do Planalto. A pauta incluiu temas administrativos, como a boa avaliação da relação institucional entre o Governo do Estado e o Governo da União, mas o item principal foi mesmo o cenário político estadual. Antes de divulgar a informação, às 15h44 o governador respondera, em tom ao mesmo tempo otimista e contido, a uma indagação da Coluna feita via zap às 15h42, com a mesma afirmação: “Muito boa a conversa”.

Na reposta lacônica a Repórter Tempo e, em seguida, no post feito por volta das 17h, o governador Carlos Brandão passou a impressão de que saiu do encontro animado, evidenciando que houve um entendimento entre ele e o presidente em relação ao cenário político estadual, porém sem fornecer qualquer informação adicional sobre o teor da conversa. A Coluna formulou mais duas perguntas, ambas sobre o tema político, mas o governador preferiu não responder, dando a entender que o processo para a definição do cenário sucessório estadual no âmbito governista ainda está em andamento.

À medida que a noite foi avançando, fontes próximas do governador Carlos Brandão repetiram a sua declaração à Coluna, afirmando que o encontro, ocorrido no Palácio do Planalto, “foi muito bom”. A essas manifestações se seguiram uma intensa onda de especulação, mas nada de concreto veio à tona além da frase contundente do governador Carlos Brandão afirmando ter sido a conversa “muito boa”.

Realizada a portas fechadas, sem testemunhas – assessores do presidente e do governador ficaram fora do gabinete presidencial -, Lula da Silva e Carlos Brandão conversaram por cerca de 50 minutos. Ao final da conversa, o governador deixou o Palácio do Planalto sem dar declarações. Pela desenvoltura que demonstrou, o governador Carlos Brandão causou nos seus assessores a impressão de que o chefe do Executivo maranhense estava satisfeito. A um auxiliar que lhe mandou uma mensagem lhe dizendo que “curiosidade mata”, Carlos Brandão devolveu em tom de brincadeira: “Então você vai morrer”.

O estado de ânimo do governador Carlos Brandão classificando de “muito boa” a conversa com o presidente Lula da Silva é indicativa de que não houve o que ele próprio temia: uma indisposição com o presidente por causa do rompimento dele com o chamado grupo dinista. O que provavelmente aconteceu é que a conversa foi um primeiro passo para um entendimento muito mais amplo. Pode ter havido a abertura de possibilidade no sentido da recomposição, como também pode ter sido colocada a impossibilidade de reatamento, tendo o presidente admitido o que já havia dito que não queria: a existência de dois palanques para ele no Maranhão.

Quem conhece o governador Carlos Brandão mais de perto diz que, antes da conversa, ele estaria disposto a um grande acordo, admitindo ser candidato ao Senado, desde que o vice-governador Felipe Camarão não viesse a ser governador e candidato à reeleição. Essa possibilidade está minada por uma posição clara do vice-governador, que tem afirmado, categoricamente, que o ideal seria uma chapa com ele disputando o Governo e Carlos Brandão concorrendo a uma cadeira no Senado, uma fórmula para muitos infalível. O governador Carlos Brandão tem dito e repetido, em conversas com lideranças, que não aceita qualquer acordo que inclua entregar o Governo ao vice-governador, que por sua vez firmou a posição de que será candidato de qualquer maneira.

Se houve ou não um acordo, ou, pelo menos, uma proposta de acordo, isso só os dois governantes sabem. Mas é certo também que o governador Carlos Brandão chegou ao Palácio do Planalto com o desenho claro de um cenário político do Maranhão, e saiu de lá com um rascunho para ser desenhado. O governador sabe o que presidente quer e o presidente sabe o que o governador pretende.

PONTO & CONTRAPONTO

Pode estar enganado quem afirma que Eduardo Braide está fora da corrida aos Leões

Eduardo Braide entregando quadra em São Luís:
ritmo de pré-campanha

O meio político se assanhou com uma declaração do prefeito Eduardo Braide (PSD) dizendo que São Luís “terá os melhores quatro anos da sua vida”. Muitos interpretaram a declaração como um recado de que vai permanecer no cargo, ficando de fora da corrida ao Palácio dos Leões, na qual continua favorito, segundo todas as pesquisas mais recentes.

Quem interpretou o dito como um recado do prefeito avisando que não será candidato a governador, preferindo continuar no comando da Capital até dezembro de 2028, pode estar cometendo um erro de interpretação.

Eduardo Braide sabe o que diz e o que faz. Quando ele declara que São Luís terá os melhores quatro anos da sua vida até aqui, ele não se refere à sua gestão. Se ele sair, o comando será passado à vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD), num processo natural de sucessão por conta da corrida às urnas.

Em nenhuma das suas declarações o prefeito de São Luís fez qualquer referência à corrida ao Palácio dos Leões, preferindo manter silêncio e aumentar a expectativa dos pré-candidatos assumidos. Eduardo Braide tem demonstrado cuidadosa indiferença em relação ao assunto, sem, porém, descuidar da máquina de comunicação que comanda e que cuida da promoção da gestão municipal.

Isso não significa dizer que o prefeito de São Luís esteja fora da corrida sucessória estadual. Eduardo Braide está focado na sua agenda administrativa exatamente porque é fundamental intensificar a sua gestão e realizar o que for possível até abril do ano que vem. Ele quer ter mais o que mostrar ao eleitorado.

Portanto, o fato de ele dizer agora que São Luís terá os quatro anos mais importantes da sua história, pode significar que, se chegar ao Palácio dos Leões, vai investir o que for possível na Capital.

Aos 90 anos, João Alberto se prepara para mais uma corrida eleitoral

João Alberto: disposição para mais
uma campanha de João Marcelo

O ex-senador João Alberto (MDB), atual vereador de Bacabal, está se preparando para mais uma corrida eleitoral. Ele vão jogar toda a sua rica experiência nessa seara para dar suporte para que o filho, João Marcelo, que já foi deputado federal, chegue à Assembleia Legislativa.

Com o lastro de dezenas de campanhas – só não foi bem sucedido em três -, ele começa a se movimentar no sentido de mobilizar suas muitas amizades políticos feitas ao longo do tempo nas mais diversas regiões do estado.

Aos 90, mas com disposição de setentão bem cuidado e de quem dedica a maior parte do seu dia às conversas políticas, o ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-governador, ex-senador da República, o agora vereador bacabalense está organizando um roteiro de visita às bases que lhe deram os mandatos que exerceu.

Quem o conhece não duvida de que a condição de nonagenário não o impede de ganhar a estrada em busca de votos para o seu candidato a deputado estadual.

São Luís, 01 de Novembro de 2025.