Arquivos da categoria: Sem categoria

Bancada de apoio ao Governo ganha mais força na Assembleia e reduz a banda silenciosa

Glaubert Cutrim e Catulé Júnior na defesa
do Governo no parlamento estadual

Dois fatos chamaram a atenção na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, que nos últimos meses foi transformada em espaço de confrontos entre as bancadas dinista e brandonista, ampliando, a cada dia, o racha na base governista. O primeiro foi a linha de defesa do governador Carlos Brandão (PSB) formada por deputados alinhados com o Palácio dos Leões em defesa do Governo. E o segundo: mais parlamentares entraram nos embates em favor do Governo como um todo e do governador em particular, pressionando a bancada dinista e reduzindo à condição de minoritária a “maioria silenciosa” que só assistia aos embates entre oposição e situação, preferindo se manter fora do confronto. Os deputados governistas também destacaram a parceria do governador Carlos Brandão com o presidente Lula da Silva (PT), que tem produzido bons resultados. Agora, o Palácio dos Leões já conta com os deputados Glaubert Cutrim (PDT) e Catulé Júnior (PP), que vinham se mantendo discretos, mas resolveram assumir a posição de governistas.

O embate de ontem começou com a viagem do governador Carlos Brandão à Europa, com escalas na França e na Suécia. Hoje, por exemplo, o governador participa, em Paris, da cerimônia oficial na qual a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconhecerá o Brasil como País Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Na Suécia, Carlos Brandão se reuniu com executivos da área de energia e biocombustíveis em busca de investimentos para o estado. No seu discurso no dia anterior, o deputado Othelino Neto (SD) desdenhou da viagem, insinuando que o chefe do Executivo estaria passeando. Ontem, cinco deputados governistas, entre eles Glaubert Cutrim e Catulé Júnior, se sucederam na tribuna para defender o governador, mostrando a importância da agenda, tanto na França quanto na Suécia.  

Com a autoridade de quem foi secretário de Turismo no Governo Flávio Dino, o deputado Catulé Júnior fez uma densa defesa da ida do governador Carlos Brandão à França, destacando a agenda na Unesco, relacionada com a elevação dos Lençóis Maranhenses à condição de Patrimônio Natural da Humanidade, títulos que avaliou como de extrema importância para o turismo no Maranhão E avançou destacando a produtiva parceria firmada pelo governador Carlos Brandão com o presidente Lula da Silva. “Nunca na história do Maranhão nós assistimos uma parceria entre o Governo Federal e o Governo Estadual tão frutífera”, assinalou o parlamentar caxiense.

Os deputados Glaubert Cutrim (PDT), Osmar Filho (PDT), Ricardo Arruda (MDB) e o líder governista Neto Evangelista (União) se revezaram defendendo a agenda do governador na Europa, mostrando o programa de obras do Governo em todo o estado, incluindo as muitas obras frutos de parcerias com o Governo Federal, a começar pela extensão da Avenida Litorânea, que tem sido mostrada como o melhor exemplo do entendimento do governador com o presidente da República. O bombardeio governista fez com que a bancada dinista tomasse uma posição mais discreta, preferindo não dar combate às falas governistas.

O destaque de ontem foi que a bancada governista tomou a iniciativa do debate, não aguardando as provocações da oposição para se manifestar. Numa atuação articulada, Glaubert Cutrim, Catulé Júnior, Osmar Filho, Ricardo Arruda e Neto Evangelista levaram ao plenário ações diversas do Governo, que foram alvos de estocadas oposicionistas em sessões anteriores. A ação da “frente” alinhada ao Palácio dos Leões sinalizou com clareza que o Governo está decidido a rebater, com artilharias pesada, todo e qualquer ataque da “bancada” dinista, que via de regra atua em bloco.

Com a nova postura e com um contingente maior de deputados aliados, o Palácio dos Leões restringe o espaço de a atuação da bancada dinista, que por sua vez tem dito que se manterá no que chama de “posição crítica” ao Governo Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão cumpre agenda administrativa e política em Brasília

Alexandre Padilha e Felipe Camarão

O governador em exercício Felipe Camarão cumpriu ontem agenda em Brasília, que teve dois momentos, um institucional, que começou com uma visita de trabalho ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o outro político, quando conversou com a cúpula do PT, com a qual tratou da sua pré-candidatura ao Governo do Estado.

 Com o ministro da Saúde, o governador em exercício acertou que o Maranhão vai receber mais 18 ambulâncias, para reforçar o trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em 13 municípios. Com essa entrega, o estado totaliza 67 novas ambulâncias do Governo Federal.

Na conversa com o líder do PT, Felipe Camarão defendeu o seu projeto de candidatura e recebeu o aval da presidente do partido, ministra da Articulação Institucional Gleice Hoffmann, quando ela reafirmou que a conquista do Governo do Maranhão é uma das prioridades do PT no roteiro das sucessões estaduais.

Nas conversas, Felipe Camarão confirmou sua disposição de encontrar o caminho da conciliação com o governador Carlos Brandão, defendendo como ideal sua candidatura ao Governo numa chapa em que o atual governador seja candidato ao Senado.

Yglésio Moises comete injustiça ao atacar o vereador André Campos

Yglésio Moises e André Campos

O deputado Yglésio Moises (PRTB) cometeu ao mesmo tempo um erro de avaliação e uma injustiça ao apontar o vereador André Campos (PP) como “puxa-saco”, por haver ele permitido a colocação de um balão com a esfinge do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão num dos balões que enfeitam um arraial por ele organizado num bairro de São Luís. O ataque do deputado ao vereador se deu na defesa que Yglésio Moises fez do uso do balão, criticado pela oposição, alegando que a alegoria foi colocada num arraial organizado pelo vereador, sem participação do Governo.

Na sua ânsia de atacar a oposição e defender o secretário, o deputado do PRTB não se deu conta de que, muito embora tenha sido eleito pelo PP por uma circunstância eleitoral, o vereador André Campos é membro-raiz do MDB, integrante da aguerrida ala jovem do partido ao qual Orleans Brandão é filiado e pelo qual poderá ser candidato ao Governo do Estado.

Político sério, que atua com civilidade, o vereador momentaneamente no PP, tem tido papel importante no grupo liderado pelo prefeito de Bacabal, Roberto Costa, dentro do MDB, sendo um dos principais incentivadores da pré-candidatura do secretário pelo partido.

Quem conhece o vereador André Campos sabe que ele é fiel e leal ao grupo político ao qual pertence, o que significa dizer que a colocação do tal balão no arraial por ele organizado pode ser visto como um gesto de apoio partidário, e não como rasgo de puxa-saquismo, como interpretou o deputado Yglésio Moises.

São Luís, 06 de Junho de 2025.

De olho na reeleição, Weverton rebate no Supremo acusação de envolvimento na fraude do INSS

Weverton Rocha tem rebatido tentativas de ligá-lo
ao escândalo dos descontos no INSS

O senador Weverton Rocha (PDT) bateu às portas do Supremo Tribunal Federal para protocolar queixa-crime contra o deputado paulista Kim Kataguiri (União), que divulgou nas redes sociais um vídeo em que liga o parlamentar maranhense ao escândalo dos descontos criminosos a aposentados do INSS. Weverton Rocha fundamenta a ação afirmando que Kim Kataguiri criou no vídeo “uma narrativa falsa, comprometedora, sensacionalista, baseada tão somente numa teia de relações e fatos sem conexão temporal ou lógica”. O imbróglio judicial reflete com exatidão a tendência inicial de que, por conta das suas relações com a cúpula do Ministério da Previdência e do INSS, que estava, e continua, sob o controle do PDT, acabaria por alcançar o senador por tabela. Não é segredo que, por conta da sua condição partidária e da sua proximidade com o presidente Lula da Silva e com o PT, o senador Weverton Rocha sempre foi visto como o principal fiador da nomeação do presidente pedetista Carlos Lupi para o Ministério da Previdência.

Além de rebater uma acusação forte, a ação contra Kim Kataguiri é reveladora de que o senador Weverton Rocha está decidido a se defender de qualquer ataque que venha a sofrer com base no escândalo que abalou fortemente o PDT e está causando estragos devastadores no prestígio do Governo do presidente Lula da Silva, como mostram os números da pesquisa Quaest divulgados nesta quarta-feira. Para o senador, que lidera a bancada do PDT no Senado e atua como um dos articuladores do Palácio do Planalto no Congresso Nacional como um todo, é crucial estar fora da malha criminosa que vinha atacando vorazmente e criminosamente os salários dos aposentados numa máquina administrada por agentes pedetistas no Sistema Previdenciário.

Na nota em que noticia a queixa-crime contra o deputado paulista – que é conhecido pela linha de ação denuncista e pelos ataques à esquerda de modo geral -, o senador Weverton Rocha demonstra clara preocupação cm a sua imagem pessoal e política. O vídeo de Kim Kataguiri somado à informação mais recente de que Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”, frequentou o gabinete e a residência do senador aproximaram perigosamente Weverton Rocha do escândalo, embora não haja qualquer dado concreto que possa ser apontado como prova do seu envolvimento com a rede criminosa. A relação de Weverton Rocha com a Fetaema – que aparece como doadora da sua campanha – vem desde a sua militância no movimento estudantil.

O senador Weverton Rocha precisa mostrar, de maneira cabal e definitiva, que nada tem a ver com o escândalo, a não ser o fato de que ele foi facilitado por representantes do PDT no Governo. Isso porque ele se encontra em pré-campanha pela reeleição, e um imbróglio dessa dimensão pode comprometer seriamente a sua imagem de candidato e o seu discurso de campanha num contexto em que as pesquisas o apontaram como favorito para uma das vagas. A isso se soma o desafio que enfrenta de evitar a derrocada do braço maranhense do PDT, por ele liderado e que vem perdendo espaço a cada eleição.

Um dos mais importantes líderes políticos da sua geração e herdeiro da estrutura partidária por Jackson Lago, que o via como seu sucessor, Weverton Rocha vem construindo uma carreira como um militante de peso e um articulador inteligente, que o levaram à Câmara Federal (2014) e ao Senado (2018), com uma tentativa frustrada de chegar ao Palácio dos Leões (2022). O seu projeto de reeleição, que vinha se mostrando sólido e viável, está sendo colocado sob risco, num processo que pode ser estancado ou agravado, dependendo dos desdobramentos.

O senador Weverton Rocha tem o seu futuro nas próprias mãos, e com a vantagem de que tem crédito numa larga fatia do eleitorado.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema tem argumento para se dizer tranquila quanto ao julgamento do Supremo sobre sua reeleição

Iracema Vale se declara tranquila quanto ao julgamento da ADIN pelo Supremo

“Estou absolutamente tranquila e talvez essa minha tranquilidade incomode muitos. Mas eu realmente estou em paz e tendo a certeza e a confiança de que a justiça vai ser feita não comigo, mas com a Assembleia Legislativa, com a sua autonomia, principalmente em fazer o seu Regimento Interno, que é absolutamente dentro da lei”.

Foi assim que a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) definiu o seu estado de ânimo em relação à inesperada, e para muitos sem qualquer sentido, decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, de interromper o julgamento da ADIN do Solidariedade questionando o critério de desempate pela maioridade em eleição para presidente ao Poder Legislativo, para o plenário físico, mesmo com oito dos 11 ministros já tendo votado a favor da legalidade do pleito e da constitucionalidade do critério.

A presidente da Assembleia Legislativa tem razões de sobra para manifestar esse estado de ânimo. E a principal delas é que o placar não foi “zerado” como andaram divulgando. Isso porque um ministro do Supremo não tem esse poder. Ele pode, sim, levar processo para o plenário presencial, provocar um debate, que pode até resultar na revisão de voto de um ou outro ministro. Mas a tradição na Corte Suprema é que são raríssimas as revisões de voto. E no caso, em que já está demonstrado que a eleição na Assembleia Legislativa foi o que os especialistas chamam de “ato jurídico perfeito”, a tendência é a de que os oito ministros, entre eles Flávio Dino, mantenham seus votos.

A tranquilidade da presidente da Assembleia Legislativa está principalmente no fato de que até aqui nenhum ministro, a começar pelos oitos que já votaram, fez qualquer questionamento a respeito do critério da maioridade, reconhecendo nele total legalidade, principalmente pelo fato de que a escolha do critério é uma prerrogativa exclusiva do Poder Legislativo, estadual ou federal, desde que não seja incompatível com a Constituição da República. O critério de desempate por maioridade está previsto na Constituição da República. E a conversa termina aí.

Estudioso do assunto, o deputado federal Rubens Jr. (PT) não tem dúvida: nada vai mudar na Assembleia Legislativa nesse quesito.

Felipe Camarão visita obras na Litorânea, destaca apoio de Lula e parabeniza equipe pelo andamento

Felipe Camarão visita Litorânea acompanhado de Francisco Nagib, Júlio Mendonça
e Ricardo Rios e ciceroneado por Aparício Bandeira, que recebeu elogios

Não fosse por detalhe – a presença de deputados hoje na oposição ao Governo e nenhum da base governista -, a visita de trabalho que o governador em exercício Felipe Camarão (PT) fez ontem às obras de prolongamento da Avenida Litorânea, em nada indicaria que a relação do governador Carlos Brandão (PSB), que se encontra na Europa a trabalho, e o vice-governador está estremecida, quase rompida, no campo político por conta da corrida sucessória.

Tudo transcorreu em total normalidade. Felipe Camarão foi recebido e ciceroneado na obra pelo secretário de Infraestrutura Aparício Bandeira, que lhe deu todas as informações sobre o andamento dos trabalhos, prevendo que os sete novos quilômetros da Avenida Litorânea, que alcançará o Araçagi, serão inaugurados no final deste ano ou, no máximo, no início do ano que vem. Atento, Felipe Camarão ouviu tudo com a maior atenção.

Acompanhado dos deputados dinistas Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Francisco Nagib (PSB), do secretário Aparício Bandeira e de técnicos e operários, o governador em exercício percorreu a pé parte da obra em andamento, e em seguida postou em suas redes sociais: “Manhã de vistoria em uma das maiores obras da história do Maranhão. Três pistas de cada lado, vai ter pista de caminhada, ciclovia, estacionamento, pista exclusiva para ônibus. Uma obra que vai concluir um anel viário importante e desafogará o trânsito de bairros centrais de São Luís”.

Entusiasmado com o que viu e com as informações que lhe foram repassadas pelo secretário de Infraestrutura, o governador em exercício Felipe Camarão parabenizou o bom andamento da obra, destacando que o projeto inovador é fruto de parceria entre os Governos federal e estadual e garantiu que o presidente Lula da Silva (PT), participará da festa de inauguração. 

Em tempo: a extensão do que está sendo chamada de Nova Litorânea será de sete quilômetros, ligando a Avenida São Carlos, no bairro do Olho d’Água, em São Luís, à Avenida Atlântica, no bairro Araçagi, em São José de Ribamar, alcançando 1,4 milhão de pessoas., a um custo de R$ 300 milhões, sendo R$ 200 bancados pelo Governo Federal, no Novo PAC, e R$100 milhões pelo Governo do Estado. O projeto inclui ciclovia, 10,2 quilômetros de calçadas amplas, 3 faixas de rolamento de cada lado, sendo 1 exclusiva para ônibus. A obra também prevê estacionamento e canteiro central, entre outros benefícios na sua infraestrutura.
São Luís, 05 de Junho de 2025.

Maioria silenciosa da Assembleia Legislativa assiste de longe o confronto entre dinistas e brandonistas

A oposição formada por Carlos Lula, Othelino Neto, Rodrigo Lago, Júlio Mendonça,
Ricardo Rios, Francisco Nagib, Leandro Bello e Wellington do Curso (Independente)
vem sendo rebatida pelos governistas Neto Evangelista, Ricardo Arruda, Yglésio
Moises, Antônio Pereira, Ana do Gás, Florêncio Neto, Cláudia Coutinho, Davi
Brandão, Viviane Silva e Adelmo Soares na Assembleia Legislativa

Os embates entre dinistas e brandonistas na Assembleia Legislativa, como o que aconteceu ontem, em que os primeiros atacaram forte, mas foram rebatidos com chumbo grosso por um batalhão de brandonistas, que contra-atacou apresentando uma série robusta de resultados do Governo Brandão, num movimento bem sincronizado.  Esses confrontos verbais se intensificaram nas últimas semanas, com os dinistas coordenados pelo deputado Carlos Lula (ainda no PSB) e estimulados pelo deputado Othelino Neto (Solidariedade) fazendo uma série de ataques ao Governo e ao governador Carlos Brandão (PSB); e os brandonistas, comandados pelo líder governista Neto Evangelista (União), rebatendo as investidas. Esse “bateu, levou” revelou uma situação além das diferenças entre dissidentes e governistas: o silêncio da maioria, que não toma partido. Ali, enquanto oito vozes dissidentes formam o batalhão que critica o Governo, entre sete e dez governistas se revezam na defesa, às vezes atuando em bloco, como ontem, sem que outros deputados entrem no embate. Cerca de 25 parlamentares permanecem distantes dos confrontos.

Na linha de ataque, além de Carlos Lula e Francisco Nagib do PSB, estão Rodrigo Lago, Júlio Mendonça e Ricardo Rios, do PCdoB, e Leandro Bello, do Podemos, que também o grupo dinista. O campo de defesa é liderado por Neto Evangelista, do União Brasil, que faz parte da base alinhada ao Palácio dos Leões, além de Antônio Pereira (PSB), Ricardo Arruda (MDB), Florêncio Neto, Davi Brandão e Adelmo Soares, do PSB governista; e um grupo disperso, sem liderança, formado por Yglésio Moises (PRTB), Mical Damasceno (PSD), Cláudia Coutinho (PDT) e Ana do Gás (PCdoB). Entre os dois grupos, o deputado Wellington do Curso (Novo) faz uma oposição meramente crítica ao Governo.

O plenário da Assembleia Legislativa é dominado por uma maioria silenciosa, que reúne deputados de diferentes grupos e orientações políticas, uns fazendo oposição pontual, como Fabiana Vilar, que comanda a bancada do PL, e outros declarando eventualmente apoio ao Governo, caso do deputado Osmar Filho (PDT). Essa maioria, na qual estão os parlamentares mais experientes – alguns nitidamente simpáticos ao Governo e outros nem tanto -, constitui um grupão que, agindo no todo ou em parte, pode formar maiorias inesperadas e tomar decisões absolutamente surpreendentes. Essas maiorias avassaladoras geralmente se formam na aprovação de projetos de interesse do Governo, mas também pode atuar em sentido contrário. 

O melhor e mais contundente exemplo dessa maioria silenciosa foi a eleição para a presidência da Casa realizada em 13 de novembro do ano passado, numa disputa entre a presidente Iracema Vale (PSB) e o deputado Othelino Neto (SD), que resultou num inesperado e espantoso empate de 21 votos a 21, quando a expectativa era a de que a presidente seria reeleita com maioria folgada de pelo menos uma dezena de votos. A presidente foi reeleita pelo critério regimental da maior idade.

O resultado da eleição presidencial, no qual a maioria silenciosa da Casa se dividiu, se deu em dois escrutínios, e o resultado foi o mesmo, mostrando que a maioria silenciosa da Assembleia Legislativa pode até se dividir em grupos rigidamente posicionados. E essa indefinição nada garante, embora a maioria formal dos 42 deputados se diga posicionada em alinhamento total com o Palácio dos Leões.

O confronto diário, e cada vez mais acirrado, como o desta terça-feira, entre dissidentes e governistas, sem que o número de deputados envolvidos permaneça o mesmo, indica que a maioria silenciosa da Assembleia Legislativa ainda não se posicionou. Alguns dos deputados dessa maioria podem até jurar alinhamento com o Governo, mas não há garantia de que esse apoio se confirmará numa situação política extrema, como a corrida prévia à sucessão entre o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB). Nenhuma lista de deputados aliados e adversários de um ou de outro será rigorosamente fiel.

O confronto aberto entre dissidentes e governistas até aqui não revelou o que pensa a maioria da Assembleia Legislativa sobre essa situação. Mas em algum momento de agora por diante ela se manifestará, direta ou indiretamente.

PONTO & CONTRAPONTO

Visita de cortesia do comando do PL a Felipe Camarão foi gesto de apoio político

Felipe Camarão entre Aldir Júnior, Aluízio Santos, Fabiana Vilar, Detinha, Josimar
de Maranhãozinho e Hélio Soares

No intenso e surpreendente jogo de demonstração de força política que acontece nas duas bandas da base partidária agora dividida entre dinistas e brandonistas, o governador em exercício Felipe Camarão (PT) mostrou ontem que começa, de fato, a montar o lastro da sua pré-candidatura ao receber, no Palácio dos Leões, a visita da cúpula estadual do PL, comandada pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

À frente de uma das maiores forças políticas e eleitorais do Maranhão, o grupo que foi ao encontro do governador em exercício expressou sua posição no cenário estadual.

Acompanharam Josimar de Maranhãozinho a deputada federal Detinha, os deputados estaduais Fabiana Vilar – que lidera o PL na Assembleia Legislativa – e Aluízio Santos, consorte da prefeita de Chapadinha, Belezinha (PL), o líder do PL na Câmara Municipal de São Luís, vereador Almir Júnior, e o presidente estadual do PL, ex-deputado estadual Hélio Soares.

 O governador em exercício expressou clara satisfação com o encontro. “Dialogamos sobre políticas públicas e parcerias para o Maranhão, especialmente nas áreas de infraestrutura e saúde pública. Agradeço a visita”, declarou Felipe Camarão.

Num momento delicado e complicado da sua vida política e do seu projeto de candidatura à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), receber um gesto de apoio do comando do PL foi uma injeção de ânimo político.

E a explicação é simples: Josimar de Maranhãozinho e seu grupo representam quatro deputados federais, seis deputados estaduais, 40 prefeitos e um batalhão de vereadores espalhados nas mais diversas regiões do Maranhão.

Problemas municipais poderão ser debatidos com lastro na futura Assembleia Legislativa

Edivaldo Jr., Sebastião Madeira e Luciano Leitoa
em pré-campanha para a Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa a ser eleita em 2026 poderá ter como um dos seus principais focos os problemas das grandes cidades do Maranhão. Isso porque o horizonte da disputa pelas cadeiras do parlamento estadual indica que ex-prefeitos de grandes municípios estão se preparando para brigar por elas.

Começa com o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (sem partido), que revelou na semana passada o seu projeto de ser deputado estadual, contando com prestígio da sua boa gestão de oito anos no comando da Capital.

Sebastião Madeira (PSDB), atual chefe da Casa Civil, pretende levar para a Assembleia Legislativa toda a experiência que acumulou ao comandar Imperatriz por dois mandatos, e tem na ponta da língua as respostas para os grandes problemas de uma cidade como a Princesa do Tocantins.

E Luciano Leitoa (PDT), que governou Timon também por dois mandatos consecutivos, conhece a fundo os principais problemas e sabe o que deve pleitear para o bem da cidade.

Vale acrescentar um detalhe importante: Holanda Jr., Sebastião Madeira e Luciano Leitoa foram deputados federais, sendo, portanto, conhecedores do que deve ser feito para chegar às fontes de recursos para os municípios.

São Luís, 04 de Junho de 2025.

Felipe Camarão cumpre interinidade no Governo, mas se movimenta também no campo político

Felipe Camarão e Thaynah Camarão entre Rodrigo Lago, Leandro
Bello, Júlio Mendonça, Ana Paula Lobato, Othelino Neto,
Carlos Lula, Márcio Jerry e Ricardo Rios, em encontro, ontem

Felipe Camarão está vivendo duas situações ao longo da semana em que se encontra na condição de governador interino. Primeiro cumpre rigorosamente suas obrigações institucionais como chefe do Poder Executivo em exercício, cuidando de todos os procedimentos em que a presença do governador se faz necessária, incluindo tomada de decisões administrativas e despachos com secretários de Estado. E depois, se movimenta como pré-candidato ao Governo do Estado, devendo se deslocar para Brasília, onde além de assuntos administrativos se reunirá com a cúpula nacional do PT, para reforçar o projeto de candidatura ao Palácio dos Leões. O almoço de ontem com os parlamentares dinista, organizado pelo deputado estadual Carlos Lula (ainda no PSB), foi um gesto de aliados no sentido de prestigiá-lo, mas foi também uma demonstração calculada de que o grupo está e vai continuar unido.

Institucionalmente, o Maranhão está dando uma aula de estabilidade republicana, à medida que o governador Carlos Brandão (PSB) cumpre agenda no Velho Mundo (França e Suécia), por uma semana, deixando no comando do Estado e do Governo um aliado que o seu entorno já enxerga como adversário. A julgar pelo turbulento histórico dos vice-governadores nas últimas cinco décadas,  Felipe Camarão assim como Carlos Brandão, tem sido exemplo de correção, atuando nos limites constitucionais e éticos da condição de vice-governador, sem emitir qualquer sinal de que pretenda confrontar com o chefe do poder executivo, fazendo, ao contrário, gestos de boa vontade, como a mensagem em que o saúda pela passagem do seu aniversário, desejando “felicidades e muitas bênçãos nesse novo ciclo de vida ao governador Carlos Brandão”. E completa: “Paz e bem!”

Por outro lado, o governador em exercício está ativo no plano político, no qual vive uma situação de afastamento do chefe do Executivo. O almoço na residência do deputado Carlos Lula, com a participação da senadora Ana Paula Lobato (PDT), do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e dos deputados estaduais Othelino Neto (SD), Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Leandro Bello (Podemos), foi uma demonstração de que o grupo dinista, do qual faz parte, está coeso.

Segundo um dos presentes, na conversa informal durante o encontro, Felipe Camarão reafirmou o seu projeto de candidatura, de preferência numa chapa tendo o governador Carlos Brandão como candidato ao Senado e com um vice de consenso, e na impossibilidade de adoção desse formato, sairá candidato numa outra composição. Tanto que nas próximas horas desembarcará em Brasília, onde se reunirá com a cúpula do PT para reforçar o projeto e definir os próximos passos, mas sem a intensão de “passar o carro na frente dos bois”. Uma das suas reuniões será com a ministra da Articulação, Gleice Hoffman, que também preside o partido, e que, até onde se sabe, aposta no projeto.

A verdade é que, na visão de dinistas, a relação do grupo com o governador Carlos Brandão chegou no limite do desgaste, com remota possibilidade de retorno. Nesse contexto, o vice-governador trabalha com essa remota possibilidade, atuando pela recomposição e devolvendo o formato original da aliança governista. É o que Felipe Camarão tem dito em todas as entrevistas que concedeu nos últimos tempos, mesmo nos momentos mais tensos da relação do seu grupo com os aliados do governador Carlos Brandão.

Felipe Camarão demonstra ter plena consciência das dificuldades que foram criadas na relação do grupo dinista com o governador Carlos Brandão. Sabe que são mínimas as chances de recomposição, como tem sido demonstrado pelo movimento em torno da pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), que conta com o apoio do Palácio dos Leões. Mas aposta no fator tempo e acredita que “em política tudo pode acontecer”. Há quem pense assim entre os aliados do governador Carlos Brandão, incluindo ele próprio, para quem nada é impossível na política.

PONTO & CONTRAPONTO

Reviravolta: ministro muda rota da ADIN do Solidariedade e zera jogo sobre eleição na Alema

Luiz Fux mudou a rota da ADIN

Dois dias depois que oito – entre eles o ministro Flávio Dino – dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal validaram a eleição da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), pelo critério da maioridade em face do empate (21 votos a 21), a tensão e a instabilidade voltaram a contaminar a rotina do Poder Legislativo do Maranhão.

Isso porque o ministro Luiz Fux, que anulara a eleição realizada no início de 2023 e determinou a eleição realizada em 13 de novembro de 2024, pediu que o julgamento da ADIN do Solidariedade, partido do deputado Othelino Neto, seja realizado com o voto presencial, no plenário da Corte.

A medida determinada por Luiz Fux, tomada depois que oito ministros já haviam votado no plenário virtual, todos validando o critério da maioridade como desempate e, consequentemente, a eleição que deu novo mandato presidencial à deputada Iracema Vale, surpreendeu o Legislativo estadual, reinstalando ali o clima de instabilidade e de tensão.

Na avaliação de um especialista ouvido pela Coluna, dificilmente haverá uma reviravolta no caso, já que a tendência natural dos ministros é confirmarem seus votos do plenário virtual.

Mas a mudança no procedimento, tirando o julgamento do plenário virtual e levando para a votação presencial em plenário, forçando um debate imprevisto, causa um mal-estar na Mesa Diretora e no plenário do parlamento estadual, que iniciou a semana tendo a rejeição da ADIN como fato consumado.

Agora é aguardar a explicação do ministro Luiz Fux e o que os seus colegas dirão nos seus novos votos, já que, pela regra, com a medida, a votação do plenário virtual está “zerada”.

Prefeitos do MDB fazem manifestação de apoio à pré-candidatura a Orleans Brandão

Orleans Brandão ao centro, com Marcus Brandão à esquerda,
de paletó azul, e o deputado federal Hildo Rocha
e o deputado estadual Ricardo Arruda à direita, entre prefeitos do MDB

Se a eleição para governador do Maranhão fosse agora e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão fosse candidato, 27 prefeitos do seu partido, o MDB, que é comandado no estado por seu pai, o empresário Marcus Brandão, apoiariam sua candidatura. Essa posição partidária foi demonstrada ontem, num encontro realizado dentro da programação comemorativa dos 60 anos da fundação do partido.

Orleans Brandão vem atuando fortemente na construção do seu projeto de candidatura, que conta com o apoio declarado do presidente emedebista e a simpatia pública do governador Carlos Brandão (PSB), contando ainda com o aval expresso da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB).

Com o suporte do governador Carlos Brandão, Orleans Brandão se transformou no principal elo entre o Palácio dos Leões e prefeitos e vereadores. Ele tem percorrido o estado inaugurando e anunciando obras, viabilizando os convênios firmados com os dirigentes municipais pelo chefe do Governo.

Recentemente, o presidente emedebista Marcus brandão declarou publicamente o seu apoio ao projeto de candidatura, justificando a manifestação com um perfil do jovem secretário, e fazendo a clássica pergunta: “Por que não ele?”

A manifestação de 27 dos 37 prefeitos do MDB lhe declarando apoio reforça um projeto que conta também com parte da Assembleia Legislativa.

São Luís, 03 de Junho de 2025.

Maioria do Supremo confirma Iracema e fortalece o grupo liderado por Brandão no cenário político

O sorriso largo de Iracema Vale explica a importância pessoal e política
da decisão do Supremo confirmando a legalidade da sua reeleição
para o comando da Assembleia Legislativa

A maioria de votos formada no Supremo Tribunal Federal confirmando a legalidade da reeleição da deputada Iracema vale (PSB) para a presidência da Assembleia Legislativa, validando o critério da maioridade para caso de empate, não apenas resolve de vez uma situação de incômoda instabilidade no comando da Mesa Diretora, mas desencadeia uma série de desdobramentos com reflexos diretos na corrida para o Palácio dos Leões, reforçando a posição do grupo liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB). A confirmação veio com os votos do ministro Alexandre Moraes – que consertou o confuso voto inicial – e do ministro André Mendonça, que seguiram a relatora Cármen Lúcia e os ministros Dias Tofolli, Gilmar Mendes e Nunes Marques, tornando irreversível o atual mandato da presidente Iracema Vale, ainda que os outros cinco ministros venham a votar contra, o que é rigorosamente improvável.

À primeira vista, a decisão da Suprema Corte apenas confirma a eleição e o mandato presidencial. Mas, se colocada uma lupa sobre esse cenário, a confirmação tem desdobramentos políticos de largo alcance e importância para a corrida pré-eleitoral que está em curso e o que pode acontecer no ano que vem no que respeita à corrida ao Palácio dos Leões.

Para começar, a confirmação de Iracema Vale assegura a corrente ligada ao governador Carlos Brandão (PSB) no comando do Poder Legislativo, o que afasta uma série de especulações relacionadas com o seu mandato. Aliados do Governo, como o deputado Yglésio Moises (PRTB), por exemplo, têm previsto tentativas de afastar o governador Carlos Brandão pela via legislativa, situação que se torna absolutamente inviável com uma aliada do porte de Iracema Vale no comando do Poder.

Confirmada no comando da Assembleia Legislativa, Iracema Vale está formalizada como terceira na linha sucessória do Governo estadual. Nessa condição, se o governador Carlos Brandão renunciar para disputar o Senado, ela acumulará a presidência da Assembleia Legislativa com a condição de vice-governadora. E, se o vice-governador também renunciar, como querem os brandonista, numa hipótese muito remota, mas possível, ela assumirá o Governo e comandará o processo eleitoral, que será uma situação absolutamente inusitada e extremamente favorável ao grupo ligado ao governador Carlos Brandão.

Se a decisão da Suprema Corte tivesse sido favorável ao pleito do deputado Othelino Neto (Solidariedade), a Assembleia Legislativa poderia sofrer uma reviravolta sem precedentes, que seria iniciada com uma nova eleição para a Mesa, com sérios riscos à sua não reeleição e a eleição do adversário, sendo ele Othelino Neto ou não, como aconteceu no pleito de 13 de novembro de 2024, cujo resultado foi um espantoso e inesperado empate de 21 votos a 21. Com um adversário no comando da Casa, o Governo Brandão entraria numa situação de instabilidade institucional. O tom do deputado Othelino Neto como voz de oposição indica claramente como seria a relação.

Visivelmente aliviada, a deputada Iracema Vale reagiu com o discurso politicamente afiado: “Meu sentimento é de que foi feita justiça, não só comigo, mas com a Assembleia, com o Regimento da Casa, com o processo eleitoral que foi realizado com toda lisura e transparência. É um momento de gratidão a Deus, às pessoas que votaram em mim e me fizeram deputada estadual, gratidão aos 20 deputados que confiaram no meu trabalho, ao governador Carlos Brandão (PSB), e a todo mundo que esteve comigo nessa caminhada”.

A dissidência dinista, que apostou alto na articulação que lhe dera 21 votos e em seguida na ADIN do Solidariedade, por meio da qual o deputado Othelino Neto tentou reverter a eleição questionando o critério da maioridade, sabe que perdeu uma batalha decisiva na guerra pelo poder. Sabe também que irá para as próximas batalhas com seu poder de fogo reduzido e que o grupo liderado pelo governador Carlos Brandão seguirá em frente com seu arsenal mantido.

Está definido, portanto, o roteiro cujo desfecho pode ser a conciliação por meio de um amplo entendimento, ou uma guerra com desfecho absolutamente imprevisível.

PONTO & CONTRAPONTO

Relação com “Careca do INSS” leva Weverton a ser ouvido pela PF na fraude dos descontos criminosos

Weverton Rocha em situação delicada por
conta da turma que bancou na Previdência

O líder do PDT no Senado, Weverton Rocha “não conhece e nunca tratou com qualquer que seja tais associações investigadas”. É o que diz nota emitida pela assessoria do senador contestando, em tom indignado, classificando como “levianas” tentativas de associar o nome dele ao escândalo de corrupção no INSS, na gestão do partido, que permitiu o roubo a milhões de aposentados por associações corporativas criminosas.

As investigações da PF apuraram que Antonio Carlos Camilo Antunes, vulgo “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores da quadrilha que lesou milhões de aposentados com descontos fajutos por associações corporativas que agiam criminosamente, se relacionava com o senador maranhense, tendo frequentado o seu gabinete no Senado e sua residência em Brasília.  

A assessoria do senado emitiu nota confirmando os encontros, mas afirmando que esses foram institucionais, tendo “Careca do INSS” se apresentado como representante farmacêutico.

O senador Weverton Rocha não é formalmente investigado no escândalo dos descontos criminosos, mas as suas relações com o ex-ministro Carlos Lupi, com a direção do Ministério da Previdência e do INSS e os seus encontros, no gabinete e na residência, com “Careca do INSS” o obrigam a prestar depoimento. Nele, o senador deverá esclarecer também a sua relação com a Contag, entidade envolvida no escândalo e que ajudou no financiamento da campanha dele para o Governo do Estado em 2022.

Logo após a eclosão do escândalo no INSS, a Coluna previu que, por conta das suas relações com a turma que comandava o Ministério da Previdência e o INSS, o senador maranhense seria colocado, como está sendo, numa situação incômoda e delicada.

Destaque

Roberto Costa vai distribuir 18 mil fardamentos escolares produzidos por presidiários

Roberto Costa exibe camiseta
do fardamento que entregará
aos estudantes bacabalenses

O prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), comanda um processo que traduzirá uma relação saudável entre uma Prefeitura e uma Penitenciária, dois entes extremamente diferentes e distantes na estrutura do poder público, mas que nesse caso construíram uma parceria exemplar: a Prefeitura de Bacabal iniciará, nesta segunda-feira (02), a entrega de 18 mil fardamentos escolares aos alunos da rede municipal de ensino, confeccionados por detentos da Penitenciária Regional de Bacabal.

A produção de fardamento escolar em Bacabal envolve 20 detentos, que trabalham por meio de convênio firmado com a Prefeitura. A ação atende a duas situações absolutamente distintas. A primeira é a produção do fardamento a um custo menor e sem os problemas comuns na relação de prefeituras com malharias, o que permite à gestão municipal fornece-lo gratuitamente aos estudantes. Em qualquer lugar do Maranhão, assim como o material escolar, a merenda e o ensino em si, o fardamento é um item de extrema importância para o estudante do ensino básico da rede pública municipal.

O outro aspecto de extrema importância é o trabalho assegurado a detentos da Penitenciária Regional, que segue uma diretriz já em andamento no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A ocupação de detentos com trabalho digno e remunerado, garantindo o sustento das suas famílias ou uma poupança para ser usada ao final do cumprimento da pena, é fator reconhecido mundialmente como item de segurança e estabilidade nos presídios.

E o ponto decisivo desse processo é o fato de que o convênio entre a Prefeitura de Bacabal e a Penitenciária Regional para a produção do fardamento escolar por detentos foi garantido por um projeto de lei de autoria do então deputado Roberto Costa e aprovado pela Assembleia Legislativa. Não há dúvida de que quando propôs o projeto aos seus colegas deputados, ele já tinha em mente a possibilidade de vir a comandar a Prefeitura de Bacabal.

Roberto Costa inicia, com esse ganho, o sexto mês no comando da gestão de Bacabal, município com 103 mil habitantes, que tem a condição de polo da Região do Médio Mearim e que figura entre os 10 mais importantes do Maranhão.  E com a possibilidade de disseminar essa política para todo o estado na condição de presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem).

São Luís, 01 de Junho de 2025.

Encontro de mulheres legisladoras discutiu questões de gênero e teve fortes marcas políticas

Iracema Vale comanda a abertura com Orleans Brandão
e aliados, com a participação de Eliziane Gama,
Thay Evangelista, Andreia Rezende, Viviane Silva,
o humor do Pão com Ovo e as legisladoras

O 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, realizado ontem na Assembleia Legislativa, sob o comando da presidente Iracema Vale (PSB) e a coordenação da procuradora da Mulher, deputada Viviane Silva (PDT), cumpriu o seu objetivo formal de discutir o papel da mulher na sociedade e na política e, ao mesmo tempo, se transformou num fórum em que o tema dominante foi a violência política de gênero.  O evento ganhou forte tintura política por conta da presença do secretário de Estado de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que representou o governador Carlos Brandão (PSB), e por causa da deputada Mical Damasceno (PSD), que aproveitou o ambiente para atacar duramente o vice-governador Felipe Camarão (PT), pedido às vereadoras presentes que lhe façam uma corrente de apoio.

No discurso de abertura, feito com o lastro de ser a primeira mulher a presidir o parlamento maranhense uma em 200 anos, a presidente Iracema Vale abordou, em tom crítico, o questionamento da sua reeleição, fazendo uma crítica indireta ao deputado Othelino Filho (Solidariedade), vendo na ação uma manifestação de preconceito à sua condição de mulher. Ela fez também, uma ampla e bem construída da participação da mulher na vida política do País, assinalando que essa participação ainda é tímida devido ao preconceito machista ainda reinante no país. “As mulheres precisam ser fortes, atuantes e seguras do seu trabalho. Nunca devem ser vítimas quando não o são, mas precisam ser protagonistas de sua história”, declarou, entusiasmando as participantes do Encontro. Além da presidente, o único orador no ato da abertura foi o secretário Orleans Brandão, que não perdeu a oportunidade fez um discurso rápido, mas fortemente político, promovendo Governo e destacando o seu papel nele, reforçando o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões.

Na série de palestras, o tema dominante foi a violência política de gênero. A senadora Eliziane Gama (PSD), que representa a bancada feminina na Câmara Alta, fez uma contundente defesa do papel da mulher na vida pública, que fechou afirmando que “o lugar da mulher é onde ela quiser”. Bateram na tecla a vereadora Concita Pinto (PSB), 2ª vice-presidente da Câmara Municipal de São Luís, e a vereadora Thay Evangelista, procuradora da Mulher no parlamento ludovicense, que seguindo a linha a presidente Iracema Vale, falaram das dificuldades que a mulher enfrenta na política.

Foi a deputada Andreia Rezende (PSB), que é cadeirante, após uma contundente, comovente e realista manifestação sobre as agruras da mulher com deficiência, cobrou das mulheres presentes uma manifestação de solidariedade à deputada Mical Damasceno, que sofreu violência de gênero em um print ofensivo e atribuído ao vice-governador Felipe Camarão, que tem negado a autoria. Sem citar o vice-governador, Andreia Rezende cobrou punição severa para o ou os autores da agressão. A deputada Mical Damasceno, que não estava no auditório quando Andreia Rezende falou, reapareceu e fez duro ataque ao vice-governador e pediu que as vereadoras presentes façam uma correte de apoio a ela. Provavelmente por não saberem direito do que se trata, as participantes do encontro reagiram com certa cautela. E ninguém mais falou no assunto.

Chamou a atenção o fato de das 11 deputadas estaduais no exercício do mandato, sete participaram do evento – Iracema Vale (PSB), Viviane Silva (PDT), Andreia Rezende (PSB), Cláudia Coutinho (PDT), Janaína Ramos (Republicanos), Mical Damasceno (PSD) e Solange Almeida (PL), todas da base governista, enquanto quatro – Ana do Gás (PCdoB), Daniella Gidão (PSB), da base governista Fabiana Vilar (PL) e Edna Silva (PRD), independentes, por razões diversas não participaram. Abigail Teles participou como de Estado Secretária da Mulher, mostrando as ações do Governo nessa área. Da bancada federal, apenas a senadora Eliziane Gama participou – a ausências da senadora Ana Paula Lobato (PDT) é autoexplicativa. Por outro lado, apenas nove dos 31 deputados prestigiaram o evento, sendo oito da base governista e apenas um, Wellington do Curso (Novo), da oposição – nenhum dinista compareceu. Um dos presentes, o deputado Antônio Pereira, que é 1º vice-presidente da Casa, acompanhava a esposa, Carol Duailibe (PSB), que é vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social de Imperatriz.

O Encontro valeu por tudo o que representou na cruzada pelo fortalecimento das mulheres em todos os aspectos, e também pela forte conotação política que o movimentou.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema faz um relato da sua vida política e diz que vive conquistas e decepções

Entre Orleans Brandão, Janaina Ramos, Wellington
do Curso e Viviane Silva, Iracema Vale
conta a sua história política

De longe a participante mais destacada e mais ativa do 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, realizado por sua iniciativa, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) transformou sua fala numa espécie de memorial da sua trajetória política. Ela fez um relato das conquistas e tropeços, mostrando às deputadas e vereadoras.

Está há 30 anos na vida pública. Formou-se enfermeira e foi trabalhar em Urbano Santos, onde, em contato com a base social, descobriu o sentido da política, “que é cuidar das pessoas”. Motivada, candidatou-se a vareadora, foi eleita com a menor votação. Na eleição seguinte, se reelegeu com a maior votação. Na eleição seguinte, tentou a prefeitura, mas não deu e ficou sem mandato. Candidatou-se de novo à Prefeitura e foi eleita e reeleita.

Deixou o segundo mandado de prefeita pelo meio e se candidatou à Assembleia Legislativa em 2022, tendo sido eleita com a maior votação: 104 mil votos, e antes de assumir entrou na briga pela presidência da Assembleia Legislativa, conseguindo o apoio do governador Carlos Brandão, tendo sido reeleita.

Relatando que nenhum desses mandatos foi fácil, tendo enfrentado muitos obstáculos e decepções, mas sem desistir, inspirada numa lição do seu pai.

No quesito presidência da Assembleia Legislativa, revelou os bastidores da disputa após as eleições de 2022, quatro meses antes do início do mandato. Conseguiu “dobrar” na conversa vários colegas a desistirem das suas candidaturas, tornando-se quase uma unanimidade.

Parte das suas mágoas políticas estão relacionadas com a sua reeleição de presidente, que foi derrubada na Justiça por ação questionando a antecipação de mais de um ano e meio. Submeteu-se ao segundo pleito, em 13 de novembro de 2024. Foi surpreendida pelo histórico e desconcertante empate de 21 1 21 na disputa com o deputado Othelino Neto (SD). Venceu pelo critério da maior idade, que é regra regimental há três décadas. Esse critério foi questionado pelo deputado Othelino Neto na Suprema Corte, que ainda não fez o julgamento completo, mas já tem quatro votos a favor da legalidade do pleito.

Nesse relato, ela admitiu ter se decepcionado com “alguns”, e disse que “é assim na política”. E orientou às legisladoras presentes, que “não se dobrem, lutem pelos seus direitos”.

Deixou no ar um aviso: está e pretende continuar firme no cargo.

Se Duarte Jr. migrar para o União Brasil, o PSB perderá um quadro de excelência

Duarte Jr. pode migrar do PSB para o União

 Se bater martelo, deixar o PSB e migrar para o União Brasil, como está sendo previsto, tendo ele próprio admitido a negociação, o deputado federal Duarte Jr., a legenda socialista perderá mais um bom quadro

Se entrar para o União Brasil atendendo a convite do líder da bancada federal Pedro Lucas, pode ser que encontre na legenda o seu pouso partidário definitivo. Mas sabe que terá de optar por uma das correntes que formam o partido, que é o resultado de uma fusão do antigo DEM, comandado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, à qual pertence o deputado federal Juscelino Filho, e pelo grupo formado pelos os restos do PSL não bolsonarista com o que sobrou da banda mais sadia do antigo PTB, liderada por Antônio Rueda, atual presidente nacional do União, a quem Pedro Lucas Fernandes é ligado.

Se de fato migrar para o União Brasil, Duarte Jr. fragilizará o PSB, que já está perdendo o deputado Carlos Lula e deve perder outros quadros importantes por conta da crise entre dinistas e brandonistas.

Vale destacar que Duarte Jr. é hoje um nome muito respeitado na Câmara Federal, principalmente pela qualidade do mandato que exerce como defensor de causas nobres, como os direitos das pessoas deficientes, com bom desempenho também nos direitos do consumidor, questões de cidadania e temas relacionados com a cultura, a educação e o urbanismo.

Nos últimos cinco anos, ele já esteve no Republicanos, partido assumidamente conservador pelo qual disputou a Prefeitura de São Luís em 2020; esteve no PCdoB, pelo qual disputou o seu primeiro mandato federal; e finalmente desembarcou no PSB, integrando o movimento migratório liderado pelo então governador Flávio Dino, que deixou o PCdoB para se converter ao socialismo moderado.

São Luís, 30 de maio de 2025.

Camarão permanece no jogo sucessório e Brandão reforça poder político para fazer sucessor

Felipe Camarão está no jogo em que Carlos Brandão
é forte e pode lançar candidato Orleans Brandão
ou Iracema Vale no jogo da sua sucessão sucessor

O vice-governador Felipe Camarão (PT) está fora do jogo sucessório? Não está. A cúpula nacional do seu partido o tem como um projeto político e eleitoral viável, e o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno (PSD) é uma bomba em potencial, mas por enquanto é ainda um caso de polícia, que deve ter desdobramentos. Difícil, portanto, supor que esse caso o retire da vida política, ainda que possa lhe arranhar o prestígio. Felipe Camarão já sabe o que é a guerra pelo poder. Tem plena consciência de que se encontra no olho do furacão em que se transformou a disputa sucessória com a decisão de Flávio Dino de renunciar ao mandato de senador para ser ministro da Suprema Corte.

O vice-governador quer ser governador e tem o apoio incondicional do grupo dinista, que teve muito poder, mas perdeu quase tudo com a ascensão do governador Carlos Brandão (PSB), que por conta do rasgo de independência, encarou o rompimento com seu antecessor Flávio Dino, fazendo o que há de mais natural na política:  decidiu seguir caminho próprio e nele tentar manter o poder. No seu projeto, definiu que a peça-chave é o secretário Orleans Brandão (MDB), de Assuntos Municipalistas, seu sobrinho e braço direito na política, contando com o aval de um batalhão de prefeitos, a começar pelo de Bacabal, Roberto Costa (MDB), que preside a poderosa e influente Famem. Seu cacife político é enorme, e pode ser transformado em ativo eleitoral.

Os bastidores da política estão tensos, e nesse ambiente se avalia que só existem três situações capazes de impedir o confronto entre essas duas correntes.

A primeira: o governador Carlos Brandão sai para o Senado, o vice Felipe Camarão assume e disputa a reeleição, continuando tudo como previsto quando ainda havia diálogo entre Carlos Brandão e Flávio Dino. É o projeto defendido por dinistas, mas hoje ferreamente rejeitado por brandonistas. A segunda situação: Felipe Camarão renuncia e disputa vaga na Câmara Federal e Carlos Brandão sai para concorrer ao Senado, abrindo caminho para a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que, sem poder disputar a reeleição, articula a escolha de um candidato. É um projeto que agrada e desagrada aos dois lados. E a terceira situação: Carlos Brandão permanece no Governo e lança Orleans Brandão, obrigando Felipe Camarão a permanecer vice-governador até o fim. É o sonho do grupo brandonista, fortemente rejeitado por dinistas.

A verdade é que, assim como Felipe Camarão precisa que Carlos Brandão renuncie para que ele possa ser governador e candidato à reeleição, Carlos Brandão precisa que Felipe Camarão renuncie, para que ele possa também renunciar, emplacar Iracema Vale, lançar um candidato leal e disputar o Senado. A grande vantagem do governador Carlos Brandão é que ele está politicamente forte, o que lhe dá cacife para estimular o projeto de candidatura de Orleans Brandão, caso consiga isolar Felipe Camarão permanecendo no Governo para ficar sem mandato a partir de 1º de janeiro de 2027, elegendo ou não o seu sucessor. Muitos brandonistas perguntam se vale o risco.

A julgar pelo que está acontecendo nesse momento, sem um grande acordo, esses três cenários são absolutamente inviáveis. Nos bastidores, corre a informação, não confirmada, de que o governador Carlos Brandão topa sentar e até deixar o Governo em favor de um candidato de consenso, desde que o seu sucessor não seja Felipe Camarão. E também que o vice-governador não admite abrir mão de assumir o Governo se o governador renunciar. Assim, a única alternativa que Carlos Brandão tem é permanecer no cargo e lançar o seu candidato, no caso Orleans Brandão, projeto que está em andamento.

Sem portas abertas para uma grande negociação, Felipe Camarão e Carlos Brandão vão, cada um a seu modo, mantendo os seus espaços e seus trunfos, e administrando o cenário até o dia 3 de abril do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Bom exemplo: apesar da tensão política, Brandão passará Governo para Camarão por uma semana

Em meio aos confrontos da guerra pelo poder, o governador Carlos Brandão (PSB) dá uma demonstração surpreendente da ampla compreensão que tem do que sejam relações institucionais. Na próxima semana, ele embarcará para cumprir uma agenda na Europa, passará uma semana fora, deixando, como manda a lei e a civilidade republicana, o Governo e o Estado sob o comando do vice-governador Felipe Camarão (PT).

Provavelmente inspirado na saudável relação que manteve durante sete anos e três meses como vice no Governo Flávio Dino, tempo em que foi escalado para inúmeras missões dentro e fora do Brasil, incluindo cinco viagens à China em busca de acordos comerciais, Carlos Brandão não restringe o papel institucional do vice-governador Felipe Camarão.

Naturalmente, existe um pacto não declarado de que, na interinidade como governador, o vice não vai interferir nas ações do Governo, salvo em situações em que a atuação do chefe do Poder Executivo, titular ou interino, seja exigida, como um problema grave de segurança, uma catástrofe ou coisa parecida.

O governador Carlos Brandão (PSB) embarca na próxima semana para a Europa onde cumprirá missão oficial em Paris (França) e Estocolmo (Suécia). Será a segunda vez em 2025 que Felipe Camarão assumirá o Governo interinamente. E a julgar pelos antecedentes dessa convivência institucional, Felipe Camarão deverá cumprir o mandato interino sem atropelos, ao tempo em que o governador Carlos Brandão fará a sua parte no Velho Mundo.

Clima na Assembleia é amenizado; Iracema trabalha para evitar excessos

Iracema Vale administra bem o clima
de tensão na Assembleia Legislativa

O clima de tensão no plenário da Assembleia Legislativa foi amenizado ontem. Deputados dinistas continuaram criticando o Governo, mas num tom mais ameno. Os deputados governistas também reagiram sem muita ênfase. A exceção foi o deputado Carlos Lula (ainda no PSB), que abriu a metralha oposicionista acusando o Governo de ter anunciado e não realizado a duplicação da MA-320.

O amortecimento da tensão teria sido em parte o resultado de uma movimentação da presidente da Casa, Iracema Vale (PSB), que vem administrando com cuidado e eficácia o jogo pesado entre dinistas e brandonistas. Sem interferir nos debates, a presidente tem sido dura na administração do tempo de tribuna, pedindo cautela no uso de termos fortes e orientando para que agressões pessoais sejam evitadas.

Mesmo sendo parte importante do jogo político em curso, partidária assumida do governador Carlos Brandão, manifestando também simpatia ao projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, a presidente Iracema Vale mantém linha aberta com todas as correntes, atuando plenamente como chefe de Poder.

A maneira como vem conduzindo o plenário e os bastidores nessa crise tem mostrado isso com clareza.

São Luís, 29 de Maio de 2025.

Dinistas e brandonistas travam confronto verbal na Alema e confirmam rompimento “sem retorno”

Carlos Lula, Othelino Neto, Rodrigo Lago e Fernando Braide partiram
para o ataque, mas enfrentaram resposta dura de Mical Damasceno,
Neto Evangelista, Yglésio Moises e Adelmo Soares

Tiroteio verbal com munição pesada de lado a lado. É como se pode definir a sessão de ontem da Assembleia Legislativa, na qual, durante mais de uma hora, deputados dinistas e brandonistas travaram um confronto como poucas vezes aconteceu desde que os grupos iniciaram o processo de rompimento. De um lado, os deputados Othelino Neto (SD), Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Fernando Braide (PSD) se revezaram na tribuna num ataque duro e intenso contra medidas e anúncios do governador Carlos Brandão (PSB), como a doação de um veículo a cada uma das 217 Câmaras Municipais; e do outro, os deputados Adelmo Soares (PSB), Viviane Silva (PDT) e o líder governista Neto Evangelista, que rebateram os disparos dos dissidentes com igual vigor. Mas o confronto foi desequilibrado com o duro e ácido discurso da deputada Mical Damasceno (PSD), que calou o plenário com a apresentação de um laudo pericial que, segundo ela, atestou a veracidade das mensagens supostamente trocadas pelo vice-governador Felipe Camarão (PT) com o blogueiro Victor Landim, caso que vem agitando os bastidores da política há três semanas.

Os dissidentes, que já podem ser definidos como oposicionistas, atacaram a política do Governo em relação à onda de doenças respiratórias que se propaga no país, tendo o deputado Carlos |Lula, que foi secretário de Saúde no Governo Flávio Dino, afirmado que crianças estariam morrendo de bronquiolite em maternidades estatais por falta de ações nessa direção. Carlos Lula também atacou a prometida doação de veículos às Câmaras Municipais. Na sequência, Othelino Neto, Rodrigo Lago, Ricardo Rios e Fernando Braide bateram forte nas mesmas teclas. Júlio Mendonça atacou a política do Governo para as escolas agrícolas, que segundo ele estão abandonadas.

O caldo entornou no plenário da Assembleia Legislativa com o discurso explosivo e acusador da deputada Mical Damasceno, que afirmou, categoricamente, ter certeza de que o vice-governador Felipe Camarão foi o interlocutor do blogueiro Victor Landim na troca de mensagens ofensivas e misóginas contra ela. E incendiou o plenário apresentando o que seria um laudo da Polícia Civil atestando a veracidade do diálogo virtual. Demonstrando ter o controle da situação, Mical Damasceno pediu nada menos que a renúncia do vice-governador Felipe Camarão, recebendo a solidariedade de várias deputadas, sendo que a mais enfática foi Cláudia Coutinho (PDT), que exigiu punição ao vice-governador.

O explosivo discurso da deputada Mical Damasceno não sensibilizou a bancada dinista, que ignorando a acusação ao vice-governador, retomou os ataques ao Governo, agora com a acusação de que um secretário de Estado – cujo nome não foi revelado – estaria comandando na polícia um esquema de montagem de processos contra adversários do Palácio dos Leões. Othelino Neto se apresentou como uma das vítimas, e Rodrigo Lago afirmou ter recebido ameaça de morte.

Os ataques foram rebatidos com igual dureza pelo líder governista Neto Evangelista, que classificou como “muito grave” as acusações feitas pelos deputados dinistas, desafiando-os a apresentar provas de que crianças estariam morrendo de bronquiolite em maternidades por falta de assistência. E defendeu o governador Carlos Brandão mostrando números sobre os investimentos do Governo na saúde e na segurança pública, desafiando os dinistas a provarem o contrário. O deputado Yglésio Moises (PRTB) entrou forte em apoio à deputada Mical Damasceno e fazendo uma defesa forte do Governo. Antes dele, o deputado Adelmo Soares (PSB) fez um discurso enfático, mas conciliatório, que não foi levado em conta por nenhum dos lados.

O fato é que o tom dos pronunciamentos e os temas tratados em enfrentamento na sessão de ontem exibiu, com toda ênfase, o fosso que separa dinistas de brandonistas. Ao mesmo tempo, reacendeu o ainda nebuloso caso do print ofensivo à deputada do PSD. No meio desse tiroteio, a presidente Iracema Vale (PSB), que conduziu a sessão sem interferir no embate, disse e repetiu que a presidência da Casa está aberta e pronta para apoiar deputados que sofram ataques como Mical Damasceno e ameaças como disse Rodrigo Lago.

Conclusão óbvia: a crise desatou de vez e, tudo indica, sem retorno.

PONTO & CONTRAPONTO

Embate entre dinistas e brandonistas ecoou muito além do plenário da Assembleia

O embate de ontem da Assembleia Legislativa pode ter
transformado essa imagem em passado irreversível

O confronto de ontem na Assembleia Legislativa ecoou fortemente fora do Palácio Manoel Beckman, alcançando com igual impacto o Palácio la Rocque, o Palácio dos Leões a bancada federal, na esplanada dos Ministérios e um dos gabinetes da Suprema Corte.

No Palácio Henrique de la Rocque, sede da vice-governadoria, onde despacha o vice-governador Felipe Camarão (PT) – que recebeu declaração de apoio de uma ala do PT, o discurso duro da deputada Mical Damasceno teve efeito bombástico. Uma fonte próxima ao vice-governador garantiu à Coluna que ele é inocente, mas admitiu que o laudo mexeu com o caso.

No Palácio dos Leões a reação é de que o embate no parlamento estadual é o resultado de um quadro de rompimentos que alguns assessores mais próximos do governador Carlos Brandão (PSB) já veem como irreversível. O próprio chefe do Executivo não admite ainda tal situação como irreversível, mas os seus movimentos indicam que ele já concorda que “não há retorno”.

Na bancada federal, o impacto alcançou deputados federais e senadores. O presidente do PCdoB, Márcio Jerry viu o fosso se alargar ainda mais, reduzindo as possibilidades dos seus discursos conciliatórios e, às vezes, provocadores. Os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD) ficam em situação bem mais complicada com a confirmação do rompimento evidenciada pelo confronto de ontem no Legislativo estadual. E na Esplanada, o ministro André Fufuca (PP) enxerga problemas à frente, mesmo adotando a posição do clássico “nada tenho a ver com isso”.

A troca de disparos com certeza ecoou no gabinete do ministro Flávio Dino na Suprema Corte. Afinal, ele é a base de sustentação e de inspiração da bancada dinista, que partiu de vez para o ataque, mas está recebendo a rebordosa em cada ataque.

Duarte Jr. propõe tornar capacitismo crime inafiançável e imprescritível

Duarte Jr. em defesa de pessoas com deficiência

Está nas mãos do Congresso Nacional a decisão de tornar ou não o capacitismo crime inafiançável e imprescritível. O caminho está na PEC por meio da qual o deputado federal Duarte Jr. (PSB) propõe a alteração do inciso XLII do artigo 5º da Constituição Federal. Vale lembrar que capacitismo é todo tipo de restrição ou preconceito que resulte em exclusão de pessoas com deficiências, principalmente em relação a trabalho e aprendizagem.

 O deputado Duarte Jr., que preside na Câmara Federal a Comissão de Defesa dos Direitos de Pessoas Deficientes, defende que o Estado brasileiro construa uma base constitucional que responda com toda a firmeza possível, de maneira proporcional, a atos de preconceito contra pessoas com deficiência. Sua defesa está sustentada no sofrimento de milhões de brasileiros que enfrentam esse tipo de agressão.

Estudioso dessa realidade, Duarte Jr. reconhece que o Brasil já dispõe de uma legislação avançada sobre os direitos das pessoas deficientes, afinada com a Convenção da ONU sobre o tema. Mas avalia, com dados indiscutíveis, que a criminalização do preconceito do capacitismo é um instrumento complementar e necessário.

– Essa PEC é um marco de justiça e respeito à dignidade humana – assinala Duarte Jr..

Faz todo sentido.

São Luís, 28 de Maio 2025.

Camarão e Brandão fazem a corrida sucessória sem contar ainda com o apoio dos seus partidos

Felipe Camarão e Orleans Brandão ainda sem suporte partidário, enquanto
Eduardo Braide e Lahesio Bonfim estão partidariamente resolvidos e
Roberto Rocha nem partido tem ainda

Precipitada por conta dos focos de tensão que movimentam o tabuleiro da política maranhense, a corrida ao Palácio dos Leões para dois dos principais aspirantes acontece apenas no entorno dos pré-candidatos, mas ainda não conta com o envolvimento direto dos partidos. O vice-governador Felipe Camarão faz uma pré-campanha solitária, uma vez que o seu partido, o PT, ainda não ergueu a bandeira do seu projeto de candidatura.  O mesmo acontece com o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão, que até aqui não recebeu a bênção declarada do MDB. O prefeito de São Luís Eduardo Braide, ao contrário, já recebeu OK e sinal verde do comando nacional do PSD, que só tem uma pendencia. O Novo ainda não se manifestou oficialmente em relação ao pleito do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim, enquanto o ex-senador Roberto Rocha simplesmente não tem partido.

O vice-governador Felipe Camarão faz até aqui uma corrida solitária, sem contar com o aval declarado e indiscutível do PT. Sem explicações, o comando do partido se recolheu, fazendo de conta que essa candidatura não existe. A cúpula petista alimenta uma estranha indiferença mesmo em situações delicadas, como foi o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno (PSD), que é inimiga visceral de Felipe Camarão e do PT como um todo. O comando partidário não se manifestou nem para defender o benefício da dúvida do representante máximo do partido no Governo. Ao mesmo tempo, com o pragmatismo de sempre, o braço maranhense do PT permanece alinhado com o governador Carlos Brandão, com vários dos seus quadros ocupando cargos importantes na máquina estatal, dando a clara impressão de que, pelo menos a parte mais madura do comando petista seguirá a decisão que o chefe do Poder Executivo vier a tomar na corrida sucessória. E não há até aqui qualquer indicativo de que esse quadro venha a sofrer mudanças em curto prazo. Enquanto isso, o vice-governador faz a sua cruzada solitária em busca de suporte para o seu projeto de candidatura.

O caso do secretário Orleans Brandão não é tão diferente. Ele está se movimentando numa intensa pré-campanha, tem o aval óbvio do governador Carlos Bandão, mas até aqui não recebeu as bênçãos do MDB, que é comandado no estado pelo empresário Marcus Brandão. O chefe estadual do MDB já declarou ser favorável à pré-candidatura do secretário, mas o faz como pai, numa declaração que nem de longe teve sentido partidário. O MDB é um partido dividido. O clã Sarney, por exemplo, a começar pela deputada federal Roseana Sarney, que é quem tem a última palavra nessa ala emedebista, ainda não se manifestou em relação à pré-candidatura de Orleans Brandão, o mesmo acontecendo com o deputado federal Ildo Rocha. Além do presidente Marcus Brandão, Orleans Brandão só conta até agora com o apoio declarado do prefeito de Bacabal e presidente da Famem Roberto Costa, que comanda a chamada corrente jovem do MDB do Maranhão. E para fechar, o MDB de São Luís, comandado pelo deputado federal Cleber Verde, está totalmente fechado com o prefeito Eduardo Braide.

Num outro viés partidário, o prefeito Eduardo Braide não tem essa preocupação, pois a sua situação partidária está resolvida com o aval da cúpula nacional do PSD, que o quer candidato de qualquer maneira, ainda que haja a pendência da senadora Eliziane Gama, que poderá ser a ovelha desgarrada por ser parte do governador Carlos Brandão. O pré-candidato Lahesio Bonfim já teria situação definida dentro do Novo, cujo comando nacional teria avalizado a sua candidatura, apostando alto na eleição de pelo menos um deputado federal. E o ex-senador Roberto Rocha faz uma pré-campanha declarada e assumida sem contar com um partido, que, a julgar pelo cenário, terá dificuldades de encontrar.

Se quiserem chegar lá, Felipe Camarão e Orleans Brandão terão de resolver logo, logo suas situações partidárias.

PONTO & CONTRAPONTO

Garotinho disse meias verdades em relação a Lula, Sarney e Flávio Dino

Antony Garotinho derrapou no comentário sobre
a equação Lula da Silva/José Sarney/Flávio Dino

As declarações do ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, especulando que o presidente Lula da Silva (PT) indicou o ex-senador Flávio Dino para a Suprema Corte por sugestão do ex-presidente José Sarney (MDB), para permitir que o sarneysismo voltasse a controlar politicamente o Maranhão é uma meia verdade.

É verdade que o presidente Lula da Silva indicou o ex-senador Flávio Dino por interesse político, mas com outros vieses. Não é segredo que Lula da Silva não tinha outro nome com o perfil de Flávio Dino para o Supremo, como está sendo demonstrado pelo agora ministro. Lula da Silva também foi motivado pelo interesse de não ter uma “sombra” muito forte e ameaçadora aos interesses do PT na sucessão presidencial de 2026. O líder petista vem emitindo todos os sinais de que a sua idade já não o credencia a uma nova guerra eleitoral contra uma direita forte, com ou sem Jair Bolsonaro. A desenvoltura de Flávio Dino como ministro da Justiça, que o credenciava a cada dia à condição de pré-candidato, levou o entorno de Lula da Silva a usar de todas as artimanhas para afastá-lo da corrida presidencial.

É visível que, por tabela, a decisão de Lula da Silva de tirar Flávio Dino da cena política do Maranhão e permitiu que o sarneysismo voltasse a respirar, como está claro. Mas nada, nada mesmo, indica que a motivação principal de Lula da Silva tenha sido um conselho do ex-presidente José Sarney. Não faz sentido.

É verdade que o governador Carlos Brandão se aproximou do que restou do Grupo Sarney, tendo inclusive assumido o controle do MDB, mas é verdade também que não há nenhum guru sarneysista no seu Governo Brandão, em que pese o relacionamento estreito do Palácio dos Leões com o casarão do Calhau.

No caso da relação Lula da Silva, José Sarney e Flávio Dino, Antony Garotinho tropeçou ao fazer uma leitura cartesiana, cometendo um grave erro jornalístico.

Fala de Carlos Lula causou reação na base governista e dentro do próprio PSB

Carlos Lula foi rebatido por
André Campos e Concita Pinto

O ensaio de crítica do deputado Carlos Lula (ainda no PSB) ao governador Carlos Brandão (PSB) por conta da decisão do chefe do Poder Executivo de fazer a doação de um veículo para cada uma das 217 Câmara Municipais do Maranhão se transformou numa nova crise dentro da aliança partidária governista, com reflexos mais fortes na base governista e dentro do PSB.

A primeira reação foi a do vereador André Campos (PP), que é MDB raiz e pertence ao grupo liderado pelo prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), o que representa uma reação emedebista ao deputado do PSB. André Campos, além de reagir duro a Carlos Lula, mandou um duro recado ao vice-governador Felipe Camarão (PT), que nada teve com a iniciativa do deputado dissidente, mas foi alvejado por tabela.

O caldo entornou dentro do próprio PSB, com a reação da vereadora Concita Pinto (PSB) criticando o deputado Carlos Lula. Concita Pinto segue hoje a liderança do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSB), viu “irresponsabilidade” na crítica do deputado Carlos Lula, que, vale lembrar, está com um pé fora do PSB, aguardando apenas uma decisão judicial ou a janela partidária de 2026 para migrar para outro partido, já que perdeu as condições de permanecer na legenda socialista hoje comandada no estado pelo próprio governador Carlos Brandão.

Em resumo: a reação dos vereadores à fala do deputado sobre a doação de veículos é mais um sintoma evidente de que a crise que separa dinistas de brandonistas é bem maior do que muitos pensam.

São Luís, 27 de Maio de 2025.

Pré-campanhas intensas de Orleans Brandão e Felipe Camarão indicam rompimento “sem retorno”

Entre Rildo Amaral e Antônio Pereira, Orleans Brandão inaugura poço artesiano em Sítio Novo; ao lado do pastor Mauro, Felipe Camarão participa de congresso da Juventude da Assembleia de Deus em Imperatriz

Não é uma situação declarada publicamente, mas o rompimento entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro Flávio Dino (STF) é fato, com sinais de irreversibilidade e já admitido por vozes dos dois grupos, ratificando a recente declaração do ex-governador José Reinaldo Tavares, segundo a qual “não há retorno”. Esse cenário de rompimento está se manifestando efetivamente nos movimentos do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), que vem cumprindo agenda política de pré-candidato a governador, e nos do vice-governador Felipe Camarão (PT), que também cumpre uma agenda intensa de contados, rodas de conversa e eventos, nos quais se apresenta como pré-candidato a governador. O ponto alto dessa disputa ocorrerá no dia 3 de abril do ano que vem, quando o governador Carlos Brandão (PSB) renunciar para disputar o Senado ou decidir permanecer no cargo até o final do seu mandato.

Até alguns meses atrás um integrante do Governo destinado a brigar por um mandato na Câmara Federal, o secretário de Assuntos Municipalistas ganhou volume político surpreendente, para se transformar em pré-candidato a governador, com poder de fogo concentrado na sua relação com prefeitos alinhados ao Palácio dos Leões. Com o aval do governador Carlos Brandão, que já manifestou a vários interlocutores a intenção de cumprir todo o mandato, lançando um candidato à sua sucessão, Orleans Brandão pisou fundo no acelerador político, fazendo a ponte entre prefeitos e Governo, participando de eventos, inaugurando obras, e sendo nome destacado e elogiado nos discursos de líderes municipais e deputados estaduais governistas.

Na semana que passou, ele começou sua agenda em Brasília, acompanhando prefeitos na XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, onde, com o aval do prefeito-presidente da Famem Roberto Costa (MDB), participou de todos os eventos, culminando com a reunião com a bancada maranhense. De lá, deslocou-se para a Região Tocantina, onde participou de inaugurações em vários municípios, entre eles Sítio Novo e Bom Jesus das Selvas, onde inaugurou sistemas de abastecimento de água, numa maratona que terminou em Imperatriz, onde reforçou os compromissos do governador Carlos Brandão e foi elogiado pelo prefeito Rildo Amaral (PP), um dos avalistas da sua pré-candidatura. Nas suas falas, Orleans Brandão não critica o Governo Flávio Dino.

O vice-governador Felipe Camarão, que enfrentou dias tensos por conta de um print que rebateu como fake news, virou o jogo com uma intensa agenda, que começou em Imperatriz, com sua participação no Congresso da Juventude da Assembleia de Deus, no qual foi bem acolhido por milhares de jovens. Dalí, o vice-governador visitou vários municípios da região e retornou a São Luís, onde cumpriu uma intensa agenda de reuniões com estudantes, uma delas numa escola estadual, no evento Diálogos com a Juventude, no qual reafirmou ser pré-candidato a governador. “Quero ser o pré-candidato dos jovens, da mulherada, da juventude evangélica, da juventude dos terreiros, da juventude preta, da juventude branca, da juventude de todas as cores e raças, de uma juventude plural”, declarou.

Muitos apostaram que o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno, a ele atribuído, desanimaria sua caminhada. Erraram, porque o vice-governador, diante do avanço expressivo do secretário de Assuntos Municipalista, retomou as rédeas da sua trajetória e reagiu buscando apoio em segmentos da juventude, onde Orleans Brandão ainda não chegou. Em todos os eventos, ele tem dito ser pré-candidato a governador, deixando claro tratar-se de um projeto irreversível, seja qual for a posição do governador Carlos Brandão. E com um detalhe que tem chamado a atenção: não faz críticas ao Governo nem cobranças ao chefe do Executivo.

O fato é que o secretário de Assuntos Municipalista se encontra em pré-campanha intensa, com o aval do governador Carlos Brandão e o apoio aberto de secretários, deputados governistas e prefeitos com os quais tem estreitado relações. Na mesma toada, o governador Felipe Camarão está mergulhado numa pré-campanha quase solitária, mas ocupando espaços no eleitorado mais jovem, com o qual tem diálogo aberto e franco, com o eleitorado católico, do qual é militante, e abrindo caminho no eleitorado evangélico e demais religiões.

E o detalhe mais curioso dessa medição de forças: pelo menos até aqui, Orleans Brandão não atacou Felipe Camarão nem Felipe Camarão atacou Orleans Brandão. Esse cuidado sugere que há espaço, ainda que mínimo, para um entendimento.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisa revela Brandão com gestão aprovada por 63,9%

Carlos Brandão: bem avaliado

O governador Carlos Brandão (PSB) anda com sorriso largo nos últimos dias. Motivo: uma pesquisa do Instituto Opinião, feita em 63 municípios das diversas regiões maranhenses, informa que a gestão dele é aprovada por nada menos que 63,9%, contra 28,1% de desaprovação. A pesquisa ouviu 1.978 pessoas entre os dias 15 e 19 deste mês.

Não é pouca coisa. São raros os governadores com aprovação nesse patamar. E com o destaque relacionado com grandes cidades, onde, via de regra, Governos não são bem vistos. Em Imperatriz, por exemplo, o governador tem gestão aprovada por 61,7%, o que pode ser considerado uma façanha, e em Presidente Dutra, a gestão de Carlos Brandão alcançou estratosféricos 72,1%.

E um dado que faz toda a diferença na pesquisa: perguntados se o Maranhão está melhor do que quatro anos atrás, 40,2% responderam que sim, enquanto 37,9% disseram que está igual e apenas 19,3% opinaram que piorou.

Parte desse reconhecimento está no fato de o governador Carlos Brandão haver centrado seu Governo numa política municipalista, aplicando recursos do estado em obras discutidas e definidas diretamente com prefeitos.

Com esse cacife, e se ele for mantido até o ano que vem, Carlos Brandão acumulará poder de fogo para uma eleição fácil para o Senado, se decidir sair, e também para embalar um candidato à sua sucessão que vier a lançar, caso resolver cumprir seu mandato integralmente.

Pedro Lucas mostrou coerência partidária ao recusar ministério

Pedro Lucas: coerência

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil na Câmara Federal, demonstrou ser um político maduro e coerente numa declaração recente em que ele esclarece, em definitivo, a sua decisão de recusar o Ministério das Comunicações. Disse ele:

 “Eu não fui ao Ministério das Comunicações por uma questão de partido. Eu tinha que acalmar a bancada. Naquele momento, se eu saísse, é uma bancada muito grande, 60 deputados, que eu comando dentro da Câmara, e iria ter uma disputa muito forte. Quem não queria ser ministro? Talvez seja o ápice de um deputado, mas estou aqui de cabeça erguida”.

A explicação é reveladora de uma visão política em que o partido, e não o partidário, é colocado em primeiro lugar, como acontece nas grandes democracias. São muitos os casos de ministros que se agarram ao cargo, mesmo que metade do seu partido vote contra o Governo. O deputado Pedro Lucas Fernandes preferiu chegar ao “ápice” e permanecer com o líder da bancada e assim evitar uma crise na bancada. Um bom exemplo de coerência partidária.

São Luís, 25 de Maio de 2025.