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Em posse de ministros, Sarney reafirma amizade com Lula e lembra o que viveu no Planalto

José Sarney recebe gesto carinhoso de Lula da Silva: amizade consolidada

A presença do ex-presidente José Sarney (MDB) na posse dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), na segunda-feira, no Palácio do Planalto, atendendo a convite do presidente Lula da Silva (PT), teve uma forte carga simbólica, por dois motivos. O primeiro é que foi o ponto alto de um novo momento na relação de altos e baixos ligando os dois líderes e que agora parece ter entrado numa estabilidade definitiva, com manifestações carinhosas de parte a parte. E o segundo é que o evento aconteceu faltando cinco dias para completar 40 anos da posse do líder maranhense na presidência da República, substituindo a Tancredo Neves (MDB), o então presidente eleito.

Às vésperas de completar 95 anos – o que acontecerá no dia 24 de abril – em pleno estado de lucidez e ainda se movimentando com alguma desenvoltura, José Sarney chegou ao Palácio do Planalto por volta das 14h45, para o ato marcado para as 15h, alcançando o salão de atos por um elevador privativo. E antes e depois da posse dos ministros, o ex-presidente foi efusivamente cumprimentado pelo atual mandatário, pela primeira-dama Janja da Silva e por ministros e assessores do Governo petista.

Durante o ato, José Sarney certamente repassou os bons e os maus momentos da sua relação com o presidente Lula da Silva, de quem foi aliado do final dos anos 90 do século passado até 2016, quando houve o rompimento por causa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), situação em que o principal interessado era o vice-presidente Michel Temer (MDB), e reatada quando Lula da Silva deixou a cadeia para se candidatar de novo a presidente da República e vencer a eleição em 2022. De lá para cá, a relação entre os mandatários entrou na esfera dos sábios, sem ranhuras, apesar do apoio incondicional de Lula da Silva a Flávio Dino, que tirou o Grupo Sarney do poder no Maranhão. Os dois líderes continuam conversando e dificilmente se estranharão novamente. Tanto que José Sarney prega aberta e frequentemente a reeleição de Lula da Silva, tentando fazer com que o MDB, do qual é presidente de honra, se alie ao PT com esse objetivo.

No plano da memória e da História, a ida de José Sarney ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira certamente lhe revirou o baú das lembranças, que são muitas. Foi dali que, assumindo a presidência da República após a morte do presidente eleito Tancredo Neves (PMDB), José Sarney atuou decisivamente como o principal comandante da transição da ditadura militar para a democracia, assinando um dos decretos mais simbólicos da restauração democrática, o que devolveu existência legal ao PCdoB, depois de décadas de clandestinidade.  Naquele palácio, o presidente José Sarney foi também o grande avalista da Assembleia Nacional Constituinte, mesmo tendo os seus integrantes lhe subtraído um ano de mandato. Foi do Palácio do Planalto que ele contribuiu para que fosse entregue ao País uma Constituição moderna, que assegura a cidadania plena por meio do estado democrático de direito. Foi dali que o presidente José Sarney tomou decisões que mexeram profundamente com o Brasil, como o Plano Cruzado, por exemplo, o embrião dos planos econômicos que levou ao Plano Real anos mais tarde. Foi ali também que ele passou a faixa presidencial ao sucessor Fernando Collor (PRN), escolhido pelo voto direto, em clima de plenitude democrática. Foi de lá que ele desceu a rampa acenando com um lenço branco e sendo aplaudido por uma multidão, quando achavam que ele seria vaiado por todos.

Depois de amanhã, quando se completarem os 40 anos da sua posse como presidente do Brasil, José Sarney se lembrará que foi no Palácio do Planalto que ele viveu o ápice da sua longa e rica carreira de líder político.

PONTO & CONTRAPONTO

Presidência da Alema: Cármen Lúcia reconhece legalidade da eleição de Iracema Vale

Cármen Lúcia vota a favor de Iracema Vale na disputa com Otelhino Neto

“Voto no sentido de converter a apreciação da medida cautelar em julgamento de mérito, rejeitar as preliminares de não conhecimento da ação e julgar improcedente a presente ação direta de
inconstitucionalidade”.

É o que diz a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, na conclusão do seu voto como relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) por meio da qual o Solidariedade, partido do deputado Othelino Neto, questionou o critério da maior idade como desempate em eleições para presidente da Assembleia Legislativa.

No seu voto, que tem o aval da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União, a ministra reconhece, sem nenhum “porém”, a legalidade da eleição para a presidência da Alema realizada em novembro do ano passado, que terminou em empate (21×21) e da qual a deputada Iracema Vale (PSB) saiu vitoriosa por ser mais velha do que seu concorrente, o deputado Othelino Neto.

Ao reconhecer a constitucionalidade do critério etário e a legalidade da eleição, a ministra abriu a votação no plenário virtual da Suprema Corte, mas os demais ministros só poderão votar no período de 21 a 28.

O voto da ministra-relatora reforçou o clima de otimismo na presidente da Assembleia Legislativa, que já se encontra no exercício do mandato questionado pelo Solidariedade.

Com votos de Flávio Dino e Luiz Fux, Supremo torna réus Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil

Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil:
réus por unanimidade no Supremo

Os votos dos ministros Flávio Dino e Luiz Fux seguindo o ministro-relator Cristiano Zanin e os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, formaram unanimidade para o recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, e transformar em réus os deputados federais Josimar de Maranhãozinho (PL) e Pastor Gil (PL) sob a acusação de venda de emendas num esquema rejeitado pela Prefeitura de São José de Ribamar.

A denúncia é pesada e recheada de elementos de prova, segundo o ministro-relator, o que torna complicada a situação dos dois deputados maranhenses. Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil têm pela frente o desafio de provar que não tentaram extorquir a Prefeitura de São José de Ribamar em R$ 1,6 milhão, como pagamento por emendas no valor de R$ 6,5 milhões, conforme denúncia do então prefeito Eudes Sampaio (PTB) à Polícia Federal.

Se, ao final do processo, eles forem inocentados, seguirão em frente, apesar dos arranhões. Mas se forem considerados culpados, poderão parar na cadeia e perder a elegibilidade por um largo período.

São Luís, 12 de Março de 2025.

Braide assume o comando do PSD e ganha suporte para entrar na corrida aos Leões

Eduardo Braide ganha o comando estadual do PSD
e Eliziane Gama será vice-presidente nacional

O prefeito Eduardo Braide deu o passo que precisava para, se quiser – e tudo indica que quer -, lançar-se candidato ao Governo do Estado no ano que vem. Ele ganhou o comando do PSD no Maranhão, num grande acordo com a senadora Eliziane Gama, costurado pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e que lhe garantiu uma das vice-presidências nacionais da legenda. Com o acerto, o braço maranhense do PSD sai das mãos do ex-deputado federal Edilázio Jr., que parece definitivamente fora da política, e passa a ser inteiramente controlado pelo prefeito de São Luís. O acordo foi articulado amigavelmente, com a concordância plena da senadora Eliziane Gama, que saiu prestigiada, e a julgar pela importância que recebeu do presidente Gilberto Kassab, o PSD pode se tornar um partido forte no Maranhão.

Atualmente, o braço maranhense do PSD é formado por alguns pontos dispersos. Tem um único prefeito no estado, exatamente Eduardo Braide, que comanda o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão; um senador (Eliziane Gama), um deputado federal (Josivaldo JP) e três deputados estaduais (Fernando Braide, Eric Costa e Mical Damasceno) e algumas dezenas de vereadores espalhados pelo Maranhão. Essas forças não são articuladas e não formam um bloco partidário. É o resultado da falta de um comando bem definido, situação que agora muda radicalmente com a ascensão do prefeito de São Luís ao seu comando estadual.

Eduardo Braide assume o controle do PSD numa situação especial. Ele tem a oportunidade de formar um partido perfeitamente identificado com a sua visão política e as suas convicções ideológicas, que são muito próximas das pregadas pelo PSD desde as suas origens. Trata-se de uma agremiação de centro-direita, de linha liberal e democrática, bem distante dos segmentos conservadores identificados com a extrema-direita. Os quadros que o formam hoje são perfeitamente identificados com a base ideológica do partido. A única exceção é a deputada Mical Damasceno, que é assumidamente de extrema-direita, alinhada aos extratos mais radicais do bolsonarismo evangélico.

No comando estadual do PSD, o prefeito Eduardo Braide poderá montar a sua plataforma político-partidária, com chapas para Governo, Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa no ano que vem, ele próprio embalado pelas primeiras pesquisas, que o apontam como favorito entre os nomes com potencial para entrar na disputa. Eduardo Braide até agora não deu nenhuma declaração nesse sentido, porém, tanto no meio político como fora dele, já corre a certeza de que ele deixará a Prefeitura em abril do ano que vem. Essa certeza se amplia no momento em que ele assume o comando estadual de um partido que pode se tornar competitivo, como é o caso do PSD. Seus movimentos como comandante da agremiação revelarão em pouco tempo o objetivo do prefeito reeleito de São Luís em relação às eleições do ano que vem.

Por sua vez, a senadora Eliziane Gama, cujo mandato é muito bem avaliado, ganhou peso como vice-presidente nacional do PSD, mas, ao mesmo tempo, passou a viver um dilema: buscará a reeleição como candidata ao Senado numa provável chapa liderada por Eduardo Braide, ou deixará o partido para ser candidata na aliança governista, na qual já se movimentam o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT), que também busca a reeleição, e ainda o deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca? Não será uma escolha fácil, mas esses são os cenários que estão se formando à sua frente.

Político hábil e de faro apurado, o presidente Gilberto Kassab, que se movimenta com um pé no Governo Lula da Silva (PT) e outro na seara bolsonarista, não entregou o PSD a Eduardo Braide por não ter outro caminho. Ao contrário, ele tem a exata noção do tamanho e do potencial político do prefeito de São Luís, que já é uma das grandes apostas do seu partido para a corrida eleitoral do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Longe da onda de especulação, Felipe Camarão vira cidadão bacelarense em ritmo de pré-campanha

Felipe Camarão exibe o título de
Cidadão Bacelarense na Câmara Municipal

A últimas 48 horas foram marcadas por ditos e desmentidos sobre uma suposta reunião do presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, porta-voz credenciado do chamado grupo dinista, com o governador Carlos Brandão. Mas o fato é que nem o chefe dinista negou enfaticamente o encontro nem o governador se manifestou sobre o assunto, que teria tido a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) como tema principal no contexto de uma eventual reaproximação das duas correntes.

Aparentemente indiferente à onda de especulação, o vice-governador Felipe Camarão cuidou ontem do seu projeto de candidatura na pequena, mas politicamente ativa, Duque Bacelar, onde foi agraciado com o título de Cidadão Bacelarense concedido pela Câmara Municipal e participou da inauguração de uma creche com o prefeito Flávio Furtado (PDT).

Na Câmara Municipal, o autor da proposta, vereador Betim do Sacolão (PDT), justificou a concessão: “O que me fez propor esse título ao Felipe Camarão foi o seu trabalho pelo Maranhão, o seu jeito de ser, pela sua humildade, e por tudo que tem feito pelo nosso estado, principalmente pelo povo de Duque Bacelar”.

Ao agradecer a láurea, Felipe Camarão se manifestou como quem sabe o que quer: “Eu recebo este título com muita gratidão, humildade e muita responsabilidade. Compreendo que é uma forma da Câmara e da classe política me agradecer pelo que já fiz pela cidade, mas sei também que é uma forma de dizer: olha, agora queremos muito mais por Duque Bacelar, e eu, agora como conterrâneo, terei essa dupla responsabilidade”.

Usando calças jeans e camiseta com motivos do Maranhão, Felipe Camarão não deixou qualquer dúvida de que está em ritmo de pré-campanha ao Palácio dos Leões.  

Alema retoma o trabalho com as atenções voltadas para a Suprema Corte

Iracema Vale: confiante

A Assembleia Legislativa retoma hoje suas atividades em clima de expectativa em relação ao julgamento, no Supremo Tribunal Federal, da ADI por meio da qual o deputado Othelino Neto questionou, via Solidariedade, seu partido, o critério de maior idade que desempatou a eleição para a presidência do Poder Legislativo, realizada em novembro passado, que resultou empatada (21×21), e terminou com a vitória da presidente Iracema Vale (PSB), por ter mais idade. O critério está previsto no Regimento Interno da Casa.

Depois de receber as manifestações da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União, ambas confirmando o critério e validando a eleição, a ministra-relatora Cármen Lúcia decidiu submeter o assunto ao plenário da Corte.

Na avaliação de especialistas, a Suprema Corte tem três caminhos a seguir: confirmar a validade do critério, por se tratar de assunto interno do Poder Legislativo; validar a eleição, mas recomendar que a Assembleia reveja o critério de desempate; ou, em caso extremo, considerar o critério inválido e anular a eleição.

O julgamento será realizado entre os dias 21 e 28 deste mês, e o desfecho desse caso vai nortear a Assembleia Legislativa nos próximos tempos.

São Luís, 11 de março de 2025.     

Agora réu acusado de corrupção, Josimar de Maranhãozinho pode perder o controle do PL

Josimar de Maranhãozinho pode perder o
ouro que exibe no dedo e nos pulsos

A condição de réu que começou a lhe pesar sobre os ombros na semana passada, quando a maioria de votos da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal – faltam ainda os votos dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin – entendeu que ele tentou extorquir a prefeitura de São José de Ribamar num esquema com emendas parlamentares no valor de R$ 6,5 milhões, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), um dos políticos mais poderosos e influentes do Maranhão, entrou numa rota com destino imprevisível. Junto com ele, o deputado federal Pastor Gil (PL) e um suplente Bosco Costa (PL-AL). Segundo o ministro-relator Edson Fachin, as provas contra o trio são robustas e muito difíceis de serem contestadas, porque têm por base a denúncia feita pelo então prefeito Eudes Sampaio (PTB), que não aceitou saquear a Prefeitura em R$ 1,6 milhão num esquema de corrupção e decidiu denunciá-lo à Polícia Federal.

Mesmo afirmando que não existem provas que o incriminem e que vai mostrar sua inocência durante o processo, Josimar de Maranhãozinho enfrenta o pior momento da sua carreira, que começou como prefeito de Maranhãozinho em 2004, tendo sido em seguida o deputado estadual mais votado em 2010, em 2014 e em 2018, e o segundo – o primeiro foi sua mulher, Detinha (PL) – mais votado em 2022. Comandou a eleição de dezenas de prefeitos em 2020 e em 2024, mantendo sólida a sua base de sustentação. Com capilaridade política e eleitoral em todo o território estadual, lidera atualmente uma minibancada de quatro deputados federais e outra de seis deputados estaduais, mais de 30 prefeitos e dezenas de vereadores, sendo, vez por outra, apontado como candidato forte a governador ou a senador.

Todo esse poder será mandado para o espaço se Josimar de Maranhãozinho for condenado por corrupção. Ele poderia continuar comandando seu grupo na surdina. Mas o seu problema é muito maior: o comando do PL, partido do qual é um dos chefes mais fortes em todo o País, como declarou, no final do ano passado em São Luís, o próprio presidente nacional, Waldemar Costa Neto, com quem Josimar de Maranhãozinho tem uma relação de “´pai e filho”, está dividido.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que mede forças com Waldemar Costa Neto na briga pelo comando do PL, declarou guerra a Josimar de Maranhãozinho com dois objetivos: tira-lo do comando regional da legenda para repassá-lo a um bolsonarista fiel. Jair Bolsonaro não aceita o fato de Josimar de Maranhãozinho não se empenhar nas suas campanhas no Maranhão, como se não entendesse que o PL sem o parlamentar seria um nanico como qualquer outro, sem nada no estado. Isso porque o seu grupo segue sua orientação, e a esmagadora maioria o seguiria para qualquer partido para o qual ele migrasse – ou venha a migrar.

O processo que passa a responder por corrupção, além do incômodo pessoal, coloca o seu poder de fogo político sob uma densa e cinzenta nuvem de riscos. Sim, porque se conseguir provar inocência – o que parece muito difícil a julgar pelo que já se sabe sobre a denúncia -, ele poderá prosseguir no comando do partido e manter o seu grupo. Mas se for condenado, poderá perder o controle sobre o grupo e, o que é pior, o comando da legenda, que pode cair nas mãos de aliados de Jair Bolsonaro, como o ex-senador Roberto Rocha, que está sem partido, ou pode ser entregue ao deputado estadual Yglésio Moises, que está filiado ao PRTB, um nanico de aluguel sem qualquer futuro. O fato é que a condição de réu de Josimar de Maranhãozinho assanhou nichos bolsonaristas que estão olho no PL.

Depois de muitas idas e vindas sob a suspeita de comandar um esquema de desvio milionário com emendas parlamentares, o deputado Josimar de Maranhãozinho caiu de vez na malha da Justiça, e com o enorme desafio de contestar provas robustas que o atingem.

PONTO & CONTRAPONTO

Mulheres

Elas estão avançando na representação política, algumas com destaque

Não há dúvida de que as mulheres estão, de fato, avançando na política maranhense. Os números estão aí mesmo para comprovar essa avaliação.

Elas ocupam hoje duas das três cadeiras maranhenses no Senado da República – Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PDT); já são três na bancada na Câmara Federal Detinha (PL), Roseana Sarney (MDB) e Amanda Gentil (PP) – não havia nenhuma na bancada anterior; formaram uma bancada com 12 assentos na Assembleia Legislativa, liderada hoje pela presidente Iracema Vale; e saíram das urnas das eleições municipais de 2024 com 42 eleitas prefeitas, o equivalente a quase 20% dos 217 municípios, com destaque para a reeleição de Maura Jorge (PSDB) em Lago da Pedra. Além delas, várias vice-prefeitas – a exemplo da vice-prefeita reeleita de São Luís – Esmênia Miranda (PSD) – e um expressivo número de vereadoras foram eleitas, como aconteceu na Câmara Municipal de São Luís, hoje com seis mulheres exercendo mandatos, como a vereadora Clara Gomes (PSD), da novíssima geração e integra a bancada feminina formada por Concita Pinta (PSB), Thay Evangelista (União), Professora Magnólia (União), Rosana da Saúde (Republicanos) e Flávia Berthier (PL) plenos e três co-vereadoras do Coletivo Nós.

Não é pouca coisa, ainda que os números estejam ainda muito, mas muito mesmo, longe da tão sonhada paridade, uma vez que a política era uma espécie de Clube, no qual a presença de mulheres era, se não uma heresia, uma “coisa” estranha. Isso quer dizer que a barreira foi removida e que o caminho está finalmente aberto, apesar dos ataques via preconceito de gênero, cujo o pior deles e a misoginia.

Mas mulheres como Roseana Sarney (primeira  mulher a governar um estado na América Latina e primeira maranhense a chegar ao Senado), Iracema Vale (pioneira na presidência da Assembleia Legislativa) e Gardênia Castelo (primeira mulher a chegar à Prefeitura de São Luís), para citar os exemplos mais destacados.

A Assembleia Legislkativa conta com as deputadas: Iracema Vale (PSB), Fabiana Vilar (PL), Solange Almeida (PL), Mical Damasceno (PSD), Dra. Vivianne (PDT), Andreia Martins Rezende (PSB), Abigail (PL), Daniella (PSB), Edna Silva (Patriota), Janaina Ramos (Republicanos), Claudia Coutinho (PDT) e Ana do Gás (PCdoB): 27.425.

E o municipalismo ganhou cuidados femininos em Água Doce do Maranhão — Eliane Dias, Alto Alegre — Nillsilene do Liorne, Amapá do Maranhão — Nelene Gomes, Amarante do Maranhão — Vanderly, Arari – Simplesmente Maria, Axixá — Roberta Barreto, Bacabeira — Naila Gonçalo, Bacurituba — Letícia de Sibá, Boa Vista do Gurupi — Dilcilene Oliveira, Bom Jardim – Cristiane Varão, Bom Lugar – Marlene Miranda, Brejo – Thâmara Castro, Brejo de Areia – Geyse Costa, Buriti-Bravo — Luciana Leocádio, Chapadinha — Belezinha, Central do Maranhão — Fechinha, Conceição de Lago Açu — Professora Cici, Esperantinópolis – Simone Carneiro, Feira Nova do Maranhão — Luiza Coutinho, Fernando Falcão — Raimunda do Josemar, Formosa da Serra Negra — Juceni, Fortaleza dos Nogueiras — Dr.ᵃ Fernanda, Gonçalves Dias — Suane Dias, Governador Archer — Professora Leide, Igarapé do Meio — Aldenira, Itinga do Maranhão — Paula do Quininha, Lago da Pedra — Maura Jorge, Maranhãozinho — Deusinha, Monção — Dr. Bárbara, Nova Colinas — Dr. Mariana, Paraibano — Vanessa Furtado, Pedreiras — Vanessa Maia, Presidente Vargas: Fabiana Mendes, Riachão — Paula Coelho, Sambaíba — Fátima Dantas, Santa Quitéria do Maranhão — Sâmia Moreira, Santo Antônio dos Lopes — Cibelle Napoleão, São Francisco do Brejão — Ednalva Brandão, São Roberto — Danielly Trabuci, São João do Soter — Lacerda, Serrano do Maranhão — Val Cunha e Zé Doca — Flavinha Cunha

Sarney dá lição de experiência política em entrevista a O Globo, mas não trata de mudanças no Maranhão

José Sarney, quase centenário,
dando lições de política

Todo político de bom senso e todo brasileiro mergulhado em dúvida sobre a radicalização política em que o País está mergulhado deveria ler a entrevista do ex-presidente José Sarney (PMDB), prestes a completar 95 anos, publicada na edição deste domingo do jornal O Globo.

Ao mesmo tempo em que é uma aula de sobriedade e inteligência política, a entrevista chama a atenção pelo fato de o ex-presidente não fazer qualquer referência ao cenário político do Maranhão, onde ele continua sendo uma das vozes mais influentes, com o diferencial de que o sarneysismo, que pontificou no estado por décadas, ter perdido o poder para o dinismo, um movimento liderado por Flávio Dino, que hoje é ministro do Supremo Tribunal Federal.

Na entrevista, o ex-presidente diz que teve adversários e inimigos na política, e manifesta preocupação com a radicalização ideológica que divide o Brasil, criando um cenário em que adversário político é visto como inimigo político. Diz que a era da política de inimigos ficou para trás e que o tempo é o da política de adversários. Diante dessa declaração, é legítimo supor que o ex-presidente tenha o ex-governador e atual ministro da Suprema Corte apenas como adversário.

José Sarney defende enfaticamente que o MDB, do qual é presidente de honra, se alie ao PT para reforçar a base política do presidente Lula da Silva (PT). É como acontece no Maranhão, onde o MDB é aliado do governador Carlos Brandão (PSB), que foi linha de frente do movimento dinista, mas decidiu seguir seu próprio caminho, tendo o que restou do Grupo Sarney como aliado.

Atendo-se a temas nacionais, as declarações do ex-presidente são verdadeiros ensinamentos políticos.

São Luís, 09 de Março de 2025.

Aspirantes aos Leões se movimentaram no Carnaval para consolidar os seus projetos de candidatura

Felipe Camarão, Orleans Brandão, Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e Roberto
Rocha: pré-candidatos ao Governo se movimentaram durante o Carnaval

O período carnavalesco serviu para mostrar que a corrida à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB) no âmbito da base governista continua rigorosamente indefinida em matéria de candidatura, situação já superada por parte da oposição. Em meio à folia, os dois nomes efetivamente cotados para ser o candidato da aliança situacionista, o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Articulação com Municípios Orleans Brandão (MDB), mergulharam em conversas e cuidaram de ampliar os espaços que já ocupavam. Ao passo que na seara da oposição, o prefeito Eduardo Braide (PSD), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo) e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) cuidaram de se movimentar para dar sentido aos seus projetos de candidatura.

O vice-governador Felipe Camarão passou o reinado de Momo embalado pelos fluídos que recebera em Brasília, uma semana antes, durante o aniversário do PT, quando foi celebrado como pré-candidato a governador apoiado pelo presidente Lula da Silva e pela cúpula do partido. Em meio às festas carnavalescas, conversou muito e manteve animada a sua base de apoio dentro da aliança, de modo que chegou na Quarta-de-Cinzas embalado pela certeza de que vai conseguir superar as divergências e se consolidar como candidato do grupo numa chapa em que o governador Carlos Brandão seja o candidato ao Senado.

Orleans Brandão não perdeu tempo e, além da movimentação que fez em São Luís, confirmou o seu projeto de candidatura em Timon, onde foi tratado como pré-candidato pelo prefeito Rafael Brito (PSB), que não esconde que nessa seara seguirá junto com o secretário. Outra manifestação expressiva a seu favor ocorreu em Codó, onde o ex-prefeito Zé Francisco (PSDB) discursou anunciando apoio ao seu projeto de candidatura, fazendo contrapeso ao prefeito Chiquinho da FC (PT), que está alinhado ao vice-governador Felipe Camarão. Cuidadoso, Orleans Brandão tem dito que está em busca de um mandato de deputado federal, mas não desautoriza nenhuma manifestação apontando-o como pré-candidato a governador.

No campo oposicionista, o nome principal é o prefeito de São Luís Eduardo Braide, que passou a folia momesca numa saudável queda-de-braço com o governador Carlos Brandão disputando quem fez o melhor Carnaval. As multidões concentradas na Avenida Litorânea e na Madre Deus deram vantagem nítida ao Governo do Estado, mas a festança organizada pela Prefeitura no Aterro do Bacanga atraiu milhares. Eduardo Braide não fala sobre o assunto, faz de conta que não tem interesse nessa corrida, mas quem com ele convive aposta alto na sua candidatura, prevendo que, embalado pelas pesquisas, o prefeito está se preparando para sair em abril do ano que vem.

O ex-senador Roberto Rocha já anunciou que é candidato, tem reafirmado isso em declarações eventuais, mas não resolveu ainda o seu maior problema, um partido pelo qual possa ser candidato como a voz do bolsonarismo no Maranhão.  O problema é que não existe partido disponível nessa linha, uma vez que todos estão controlados com mão de ferro. Já Lahesio Bonfim tem um partido e está em plena pré-campanha, discursando onde pode e xingando adversários numa virulência desmedida. Seu maior lance aconteceu no pré-Carnaval, quando pediu a primeira-dama de São Luís para ser sua vice, mas o prefeito Eduardo Braide não lhe deu confiança.

As águas de março devem tornar mais clara a movimentação dos aspirantes ao Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão fecha Litorânea para veículos em favor do esporte, atende Paulo Victor e estreita laços com a Câmara

Avenida Litorânea será fechada na madrugada, em decisão tomada por
Carlos Brandão a pedido de Paulo Victor em favor das práticas esportivas

O governador Carlos Brandão (PSB) decidiu, via decreto, que a Avenida Litorânea será fechada para veículos das 04h às 6h30, às segundas, quartas e sextas-feiras, para permitir a práticas esportivas pela população – caminhar, correr, pedalar em segurança – atendendo a uma proposta do presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB).

A medida, em geral bem recebida por muitos, foi uma demonstração de que a relação do Governo estadual com a Câmara Municipal de São Luís tende a se estreitar cada vez mais, num forte contraponto político ao prefeito Eduardo Braide (PSD).

Numa espécie de contradição política, enquanto o prefeito Eduardo Braide não conta com mais de uma dezena dos 31 vereadores como aliados fiéis, o governador Carlos Brandão tem relação próxima com pelo menos 15 integrantes do parlamento ludovicense.

Esse grupo é liderado pelo presidente da Casa, Paulo Victor, que além de pertencer ao PSB, é aliado de primeira linha do chefe do Executivo estadual.

Justiça Eleitoral vai decidir o futuro de Carlos Lula em relação ao PSB

Carlos Lula: decisão de sair do PSB
vai depender da Justiça Eleitoral

É rigorosamente incerto o futuro do deputado estadual Carlos Lula em relação ao PSB, do qual está em processo de desfiliação. O problema é que, ao que tudo indica, o comando estadual do partido não está disposto a autorizar a saída do parlamentar, já tendo batido martelo para negar a desfiliação.

Conflitado como o comando estadual do PSB, que é presidido pelo governador Carlos Brandão, o deputado Carlos Lula decidiu deixar a legenda, alegando que não se sente mais à vontade como seu filiado, uma vez que, para ele, sua posição ali ficou insustentável.

Só que o PSB reagiu e colocou as cartas na mesa: em vez de concordar com a saída, a cúpula partidária avisou que, se sair, o parlamentar terá de abrir mão do mandato, que pertence ao partido. E se isso acontecer, o 1° suplemente será convocado para assumir como titular.

Diante do que ganhou a forma de um impasse, a Justiça Eleitoral decidiu convocar Carlos Lula e a direção do PSB para uma audiência, cuja data ainda será definida. Será com base nas razões apresentadas pelo deputado, nas contrarrazões do partido e no que for tratado na audiência que a Justiça Eleitoral autorizará, ou não, a saída do parlamentar.

Se conseguir um acordo para sua desfiliação, Carlos Lula procurará outra legenda. Mas se não conseguir, permanecerá nos quadros da agremiação até a janela partidária que será aberta em março de 2026, para fazer a migração partidária.

São Luís, 07 de Março de 2025.

Carnaval 2025 levou 3 milhões à Litorânea e à Madre Deus e pode ter sido o maior até agora

Multidão na Litorânea, fofão na Madre Deus, Carlos Brandão e Larissa Brandão
e brincantes entusiasmados

Pelo menos três milhões de pessoas, entre elas um grande contingente de turistas, festejaram o reinado de Momo nos dois circuitos organizados pelo Governo do Estado em São Luís, o “Vem Pro Mar”, na Avenida Litorânea, e o “Vem Pra Madre”, no Centro Histórico e na Madre Deus. O primeiro valorizou o novo formato das grandes concentrações carnavalescas, com gigantescos trios elétricos, comandados por artistas de renome, como o baiano Durval Lelys e a carioca Anita, com a participação de artistas locais, e de grupos como os blocos Jegue Folia e Máquina de Descascar`alho. O segundo, no circuito São Pantaleão, transformou mais uma vez a Madre Deus e adjacências em território do Carnaval tradicional de São Luís, dominado por fofões e blocos de rua, blocos organizados e blocos tradicionais, como Bicho Terra e Fuzileiros da Fuzarca e dezenas de blocos menores. Durante os quatro dias de folia, os dois circuitos levaram para a Avenida Litorânea e para o Centro tradicional da Capital, em especial para a Madre Deus, mais de três milhões de pessoas, no que pode ter sido o maior Carnaval já organizado pelo Governo do Estado em São Luís.

A dimensão do Carnaval de São Luís pode ser medida pelas entusiasmadas palavras do governador Carlos Brandão (PSB), o grande responsável pela apoteose carnavalesca ludovicense, ditas na noite de terça-feira: “Para fazer um Carnaval dessa magnitude fizemos um grande investimento em todos os setores, encorajamos a parceria (público/privada) e hoje o nosso Carnaval entrou no cenário nacional. Isso não vai parar mais. Nós estamos aprimorando. Ano passado foi bom e este ano foi excelente”.

Quando fala do sucesso do Carnaval de São Luís, o governador destaca as grandes concentrações de foliões, o elenco de artistas nacionais e locais nos circuitos “Vem Pro Mar” e “Vem Pra Madre”. A festa momesca, porém, foi muito além disso quando mostrada por outros ângulos. O primeira deles é o resultado econômico, uma vez que o Reinado de Momo lotou hotéis e pousadas, que tiveram, em média, 90% de ocupação, movimentou intensamente restaurantes e lanchonetes, ocupou taxistas e veículos por aplicativos e abriu oportunidades para um grande número de vendedores ambulantes, a maioria deles beneficiados com o programa “Mais Renda”, do Governo do Estado, que vem dando vida à microeconomia. Nas contas de alguns observadores, o Carnaval de São Luís movimentou pelo menos R$ 300 milhões, se levados em conta as festas pré-carnavalescas.

O envolvimento direto do Governo na realização do Carnaval levou para os dois circuitos um grande suporte, a começar pela garantia da segurança, que foi assegurada com o trabalho planejado e alentado de centenas e centenas de policiais. O item segurança foi reforçado com a presença ativa do Corpo de Bombeiros na Avenida Litorânea e no Circuito Madre Deus – eles fizeram mais de 500 atendimentos. No balanço que fez ontem, a Secretaria de Segurança Pública mostrou que o resultado foi bem melhor do que era esperado: nenhuma situação fora de controle, poucos roubos de celular, poucas agressões a mão armada, e sem registro de descontrole policial, etc… E nesse sentido, foi importante o suporte de equipes da área de saúde prontas para fazer atendimentos de primeiros socorros.

Nada faltou nos dois circuitos em matéria de estrutura – camarotes, banheiros químicos, ambulâncias, etc. E esse foi exatamente um dos pontos que chamaram a atenção da imprensa nacional. As milhares e milhares de pessoas, maranhenses e visitantes, brincaram um Carnaval animado e com segurança. E com a presença ao mesmo tempo festiva e vigilante do governador Carlos Brandão, seus familiares e amigos, assessores e auxiliares. Nada escapou da vigilância, e tudo acabou dando certo, justificando o investimento e a avaliação do governador Carlos Brandão segundo a qual o Carnaval de São Luís ganhou projeção nacional definitiva porque a edição de 2025 foi melhor do que a de 2024, e com a previsão de que em 2026 será melhor ainda.

O tamanho do Carnaval de São Luís neste ano pode ser medido por duas declarações de artistas famosos. Wesley Safadão, por exemplo, declarou: “A gente passou pela Bahia, a gente passou por São Paulo e os caras de lá falando do Carnaval do Maranhão. Eu acho que a energia do público de São Luís, do público maranhense, é fora do normal”. Durval Lelys, por sua vez, declarou, ao alto do trio elétrico:  “Obrigado por estar aqui nesta terça-feira. O Carnaval do Maranhão é 10”.

PONTO & CONTRAPONTO

André Fufuca e Juscelino Filho são pressionados a desembarcar do Governo Lula

André Fufuca e Juscelino Filho: sob pressão

Os ministros do Esporte André Fufuca (PP) e das Comunicações Juscelino Filho (União) estão sendo fortemente pressionados por uma ala do centro-direita a deixarem seus cargos e retirar seu apoio ao Governo do presidente Lula da Silva (PT). A pressão está sendo liderada pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), com o apoio de parlamentares que querem os partidos de centro rompidos com o Palácio do Planalto.

A situação do ministro André Fufuca é delicada. Primeiro porque ele vem tendo um bom desempenho no Ministério do Esporte, pavimentando com segurança o caminho que o levará a sair candidato a senador em 2026. Se a estratégia de fragilizar o Governo do presidente Lula da Silva for lavada a cabo, André Fufuca perderá parte expressiva do gás que embala o seu projeto de candidatura, tendo de se conformar em lutar pela renovação do mandato de deputado federal.

A situação do ministro Juscelino Filho é bem mais complicada. A pressão que ele vem sofrendo para deixar o Ministério ganhou força na semana passada diante da informação de que ele mais uma vez teria usado indevidamente os aviões do Governo Federal. A investida do presidente do PP para que o União Brasil obrigue Juscelino Filho a entregar o cargo estaria ganhando força dentro do partido.

André Fufuca e Juscelino Filho têm força dentro dos seus partidos, mas não o suficiente de peitar uma decisão de maioria das cúpulas dessas legendas.

Justiça derruba tentativa da Câmara de reduzir a autonomia de Braide no manejo do Orçamento

Eduardo Braide retoma
controle do Orçamento

O prefeito Eduardo Braide (PSD) sabia o que estava fazendo quando se negou a participar de uma audiência de conciliação para resolver na Justiça o imbróglio criado pela emenda emplacada na Lei Orçamentária Anual reduzindo de 25% para 5% a sua autonomia para movimentar recursos entre as áreas de atuação da Prefeitura de São Luís. Ontem, o juiz Marcelo Carvalho lhe deu ganho de causa, restabelecendo o percentual de 25%, devolvendo a autonomia plena do prefeito.

De autoria do vereador Raimundo Penha (PDT), a emenda pretendeu reduzir a autonomia do prefeito da Capital no manejo de recursos orçamentários, conseguindo apoio no plenário para fixar essa margem em apenas 5%, praticamente engessando o Orçamento.

Tarimbado nesse jogo, o prefeito Eduardo Braide fez o que prometeu: bateu às portas da Justiça alegando a inconstitucionalidade da emenda. Antes de bater o martelo, o juiz Marcelo Carvalho convocou a Câmara Municipal e o prefeito para uma audiência de conciliação. Eduardo Braide recusou a conciliação sob o argumento de que o erro estava na emenda.

E não deu outra: o juiz Marcelo Carvalho concedeu limiar favorável ao prefeito Eduardo Braide, derrubando a decisão e restabelecendo a regra por meio da qual o chefe do Executivo municipal pode remanejar até 25% dos recursos orçamentários.

A decisão aumenta a série de medidas por meio da qual parte da Câmara Municipal tenta, sem sucesso, desestabilizar o prefeito de São Luís.

São Luís, 06 de Março de 2025.

Marqueteiro do governador de SP diz que Dino é o melhor nome da esquerda para 2026

Paulo Nobel vê Flávio Dino como o melhor nome da esquerda para disputar o Palácio do Planalto em 2026

A avaliação do marqueteiro Pablo Nobel de que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, é o melhor nome da esquerda para disputar a Presidência da República em 2026 teve forte repercussão no meio político. E reacendeu a expectativa de muitos no sentido de que ele não permanecerá por muito tempo no cargo, ao qual pode renunciar, se quiser. Pablo Nobel falou com a autoridade e a experiência de quem tem 25 anos no ramo das campanhas eleitorais, tendo como conquista mais recente a campanha vitoriosa do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (PL) e uma participação importante na campanha também vitoriosa do presidente da Argentina, Javier Milei. Na avaliação dele para a disputa do ano que vem, o presidente Lula da Silva (PT) enfrentará problemas, caso seja candidato, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é a primeira opção do PT depois do presidente Lula da Silva, está desgastado por conta dos resultados modestos da política econômica.

Dono de uma visão prática, que não doura a pílula sem motivo, Pablo Nobel, que é consultor de comunicação política da agência PLTK, fundamenta sua avaliação em relação a Flávio Dino com uma série de fatores:  “Acredito que o Flávio Dino é o melhor nome da esquerda para 2026. Explico: é articulado. Dá respostas ácidas e afiadas quando pressionado, o que funciona bem nas redes sociais. É nordestino, o que pode ajudar a esquerda numa região onde o prestígio do lulopetismo está caindo, segundo as últimas pesquisas. Tem experiência como gestor público e ainda casou com a sua mulher recentemente. E sabemos que ser casado é uma condição relevante para uma candidatura nacional”.

A avaliação do marqueteiro é uma interpretação correta e muito próxima de Flávio Dino, principalmente o primeiro e decisivo fator, quando ele aponta o ministro como um político articulado, que não leva desaforo para casa quando está sob pressão, reagindo sempre com respostas ácidas, via de regra desarmando os alvos dos seus disparos verbais. Essa característica do líder maranhense foi mostrada de maneira franca ao país nas três vezes em que ele esteve no Congresso Nacional na condição de ministro da Justiça. Ali, ele demoliu com respostas inteligentes e ferinas todos os oponentes bolsonaristas que tentaram constrange-lo.

O segundo argumento do marqueteiro é o fato de Flávio Dino ser o único político da atualidade e da sua geração a ter passado pelos três poderes: foi juiz federal e hoje é ministro da Suprema Corte; foi deputado federal e governador do Maranhão por dois mandatos consecutivos, tendo presidido a Embratur e comandado o Ministério da Justiça; e foi deputado federal e senador da República. E com um dado muito fácil de aferir: foi bem-sucedido por onde passou, como está sendo agora no STF, como um dos 11 ministros. O político que chegou mais próximo dessa trajetória foi o gaúcho Nelson Jobim, duas gerações atrás, que foi deputado federal, presidente da Câmara Federal, senador, ministro da Justiça e ministro da Suprema Corte duas vezes, sem ter sido, no entanto, governador do Rio Grande do Sul.

O fato é que na geração de políticos cinquentões, independente do viés ideológico, não existe no País um quadro com as qualificações do ministro Flávio Dino. E com um dado essencial: ele é um militante da democracia, defensor do mandato conquistado pelo voto e que não tolera regime de exceção. Não há registro de que ele tenha, como magistrado, parlamentar ou governante, contrariado as regras da Constituição da República. E no que respeita ao executivo, os seus sete anos e três meses como governador do Maranhão e os treze meses como ministro da Justiça revelaram um gestor tecnicamente competente e eticamente correto.

Para fazer uma declaração pública desse porte, envolvendo um ministro da Suprema Corte na corrida presidencial, o publicitário Pablo Nobel certamente tem juízo formado sobre o assunto, o que leva naturalmente à suposição de que ele avaliou bem a trajetória do ex-governador do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Supremo pode formar maioria e tornar réus os deputados Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil

Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil
podem se tornar réus por corrupção

Não está sendo fácil o Carnaval dos deputados federais Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil, ambos do PL. O voto do ministro Alexandre de Moraes acompanhando o voto do ministro-relator Cristiano Zanin que os torna réus na ação na qual os dois são acusados de desviar dinheiro de emendas parlamentares.

A angustia dos dois deputados está no fato de que o terceiro voto formará maioria, podendo complicar de vez a situação dos dois parlamentares. Faltam os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

A situação dos deputados – que envolve também o suplente Bosco Costa, (PL-SE) – é muito complicada. Na denúncia, a PGR os acusa de ter pressionado o prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, a lhes repassar R$ 1,6 milhão como pagamento por R$ 6,6 milhões em emendas repassados ao município. Eudes Sampaio se recusou e denunciou os deputados à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

Os deputados se defendem, por meio dos seus advogados, afirmando que a denúncia não tem base porque não há prova de que eles tentaram extorquir a Prefeitura de São José de Ribamar. Só que também não apresentam provas da inconsistência da denúncia.

Não será surpresa se o terceiro voto saia na ressaca do Carnaval, colocando os dois parlamentares em situação muito complicada.

Braide espera decisão da Justiça sobre movimentação de verbas em São Luís

Eduardo Braide: autonomia

O desembargador Marcelo Carvalho deve bater martelo nesta semana a respeito da ação por meio da qual o prefeito Eduardo Braide (PSD) pede a anulação da decisão da Câmara Municipal de reduzir de 25% para apenas 5% a margem de movimentação de recursos entre áreas dentro do Orçamento.

A mudança, consideradas drástica e descabida, foi proposta pelo vereador Raimundo Penha (PDT), por meio de emenda à Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada há três semanas, com votos da maioria, mas sob os protestos doa vereadores da base de apoio do Palácio de la Ravardière.

Ao receber a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada pelo prefeito, o desembargador abriu prazo para uma audiência de conciliação entre o prefeito e a Câmara Municipal. O prefeito Eduardo Braide comunicou ao magistrado não ter interesse em conciliação.

O argumento do prefeito Eduardo Braide faz sentido. Afinal, na maioria das Prefeituras de Capitais, a margem de movimentação de recursos entre áreas é de 20%, sendo que algumas chegam a 35%.

O prefeito de São Luís alega que a redução para 5% é um golpe contra sua gestão e pede na ação que a Justiça restaure os 25%.

São Luís, 04 de Março de 2025.  

Daqui a 13 meses Brandão vai definir o cenário em que será disputada a sua sucessão

Decisão de Carlos Brandão impactará decisivamente a disputa que informalmente
já envolve Felipe Camarão, Orleans Brandão, Eduardo Braide, Roberto Rocha e
Lahesio Bonfim pelo Palácio dos Leões

Daqui a exatos 13 meses, 395 dias, portanto, e depois de um São João e de mais um Carnaval, o Maranhão vai conhecer o verdadeiro cenário em que se dará a corrida ao Palácio dos Leões. É que, se a legislação eleitoral não for mudada por alguma reforminha de conveniência, o 03 de Abril de 2026 será data decisiva para o governador Carlos Brandão (PSB), para o vice-governador Felipe Camarão (PT), para o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) e, por via de consequência, todos os demais aspirantes ao Governo do Estado, a exemplo do ex-senador Roberto Rocha (sem partido) e do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), entre outros.

A grande expectativa, que há tempos vem dominando a classe política e grande parcelas do eleitorado, é quanto ao futuro do governador Carlos Brandão e, por via de desdobramento, do vice-governador Felipe Camarão. O governador vai renunciar em 03/04/2025 para concorrer a uma cadeira no Senado da República? A resposta a essa indagação desenhará todo o cenário da corrida eleitoral, com influência decisiva até mesmo nas disputas para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa. Isso porque o governador terá forte influência nas montagens para as disputas visando a conquista de cadeiras nas duas Casas do Congresso Nacional e as 42 no parlamento estadual. A “tradição” diz que o partido ou aliança liderada pelo governador do Estado, seja ele ou não candidato à reeleição, tende a sair das urnas com força para dar as cartas.

O cenário de abril do ano que vem está longe de ser decidido. Isso porque o governador Carlos Brandão trabalha com duas alternativas, cada uma com o poder de mudar radicalmente o movimento das forças que participarão das disputas em todos os níveis. A primeira é a sugerida pela lógica: sair para o Senado, passando o Governo para o vice Felipe Camarão, que entronizado no cargo partirá para a reeleição, comandando a corrida às urnas. E a segunda é permanecer no cargo para cumprir o mandato até o final, lançando e apoiando um candidato a governador da sua confiança, e com poder de fogo para dar as cartas no processo eleitoral, mas com a desconfortante certeza de que estará fora da política formal, na condição de “ex”, a partir de 1º de janeiro de 2027.

Se a opção for por renunciar e concorrer ao Senado, Carlos Brandão irá para as urnas como favorito a uma das vagas, com largas chances, portanto, de se eleger e, como senador, comandar um grande grupo na política estadual. Nesse caso, fará dobradinha com o governador Felipe Camarão, que entrará na corrida também com força de favorito. Mas se a opção de Carlos Brandão for por permanecer no Governo, abrindo mão de ser candidato a senador, a situação mudará radicalmente: no comando do Governo, reunirá as condições para lançar um candidato da sua confiança – que pode ser Orleans Brandão (MDB), atual secretário de Articulação dos Municípios – à sua própria sucessão. Nesse caso, se o candidato for eleito, Carlos Brandão continuará com muito poder de fogo político no cenário estadual, podendo planejar seu futuro para 2030. Se der errado, ninguém duvida que ele pagará um preço político muito alto.

O que vier a acontecer no 03 de Abril de 2026 produzirá um cenário muito forte de perdas e ganhos dentro da grande aliança montada em 2014, mantida em 2018 e que agora passa por um forte processo de desgaste por conta do confronto aberto entre “dinistas” e “brandonistas”.

Qualquer que seja o cenário, ele dirá o peso eleitoral de cada candidato definido, entre eles o ex-senador Roberto Rocha e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, com a entrada ou não do prefeito Eduardo Braide no páreo. O prefeito de São Luís já desponta como nome forte na guerra pelo Palácio dos Leões, conforme a indicação das pesquisas mais recentes, nas quais apareceu como favorito, e acompanha atento os movimentos na grande aliança governista. Ainda é cedo para bater o prego e virar a ponta sobre quem vai ser o próximo governador do Maranhão, mas não há dúvida que a definição ganhará forma com a decisão do governador Carlos Brandão de disputar o Senado ou permanecer no comando do Governo até o final do seu mandato.

Vale repetir que até lá haverá um São João e mais um Carnaval pela frente.

PONTO & CONTRAPONTO

Decisão de Brandão em 03 de abril de 2026 vai impactar também a corrida para o Senado

Weverton Rocha, Eliziane Gama, André Fufuca,
Pedro Lucas Fernandes, Detinha e Hilton Gonçalo
terão candaturas influenciadas por Carlos Brandão

A definição do governador Carlos Brandão no dia 03 de abril do ano que vem influenciará decisivamente a corrida ao Senado, na qual os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama serão candidatos à reeleição, numa disputa que poderá envolver os deputados federais André Fufuca (PP) – atual ministro do Esporte, Pedro Lucas Fernandes (União), Detinha (PL) e o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza).

Se Carlos Brandão vier a optar por renunciar e se candidatar ao Senado, o quadro da disputa será alterado radicalmente, à medida que, segundo pesquisa recente, ele entrará nessa corrida como favorito a uma vaga. Nesse caso, a corrida ficará mais difícil para os senadores e para os demais concorrentes.

Na hipótese de o governador bater martelo e permanecer no cargo, o cenário da disputa para o Senado será outro, muito diferente, com os senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama disputando vagas diferentes, podendo a disputa se tornar mais acirrada se, numa hipótese remota, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) ou a deputada federal Detinha (PL) resolverem entrar no páreo, como já foi ventilado, podendo contar ainda com o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza).

Em resumo: a corrida ao Senado será muito influenciada pela decisão que o governador Carlos Brandão vier a tomar em 03 de abril do ano que vem.

Roberto Costa implanta estilo arrojado de governar e mobiliza bacabalenses num animado Carnaval

Roberto Costa: Carnaval animado
numa gestão arrojada em Bacabal

Um mês e meio depois de assumir, o prefeito Roberto Costa (MDB) já dá mostras suficientes de que está mesmo decidido mexer ampla e profundamente com a máquina administrativa, a estrutura urbana, a rotina e cultura da população de Bacabal. Esse ânimo está se refletindo no alegre Carnaval, que na primeira noite, sábado, reuniu milhares de bacabalenses em festa.

Começou com um choque de gestão, com a implantação de um estilo arrojado de governar, fazendo mudanças importantes em peças chave da máquina administrativa, preparando-a para ações e programas que serão implantados ao longo dos próximos quatro anos. E o maior desafio será criar as condições para resolver definitivamente o abastecimento de água da cidade, hoje precário.

Outra linha de ação visa a transformação de Bacabal – que já é um centro universitário regional – num polo cultural, valorizando os traços culturais do município.

A primeira grande evidência está sendo o Carnaval bacabalense, que na primeira noite oficial de folia reuniu milhares no espaço montado para festa, que vai durar mais três dias. Sem esconder o seu entusiasmo com a condição de prefeito de Bacabal e comandante da cidade no reinado de Momo, Roberto Costa fez uma avaliação que reflete o seu alto astral:  

“No primeiro dia, o Carnaval já é um sucesso. O povo de Bacabal aceitou o nosso chamamento, para fazer uma grande festa popular”.

E assinalou que, mais que uma simples festa, o Carnaval de Bacabal foi transformado numa boa oportunidade de geração de renda para centenas de pessoas: “Os nossos vendedores ambulantes, que são os parceiros de Carnaval, tiveram este ano, pela primeira vez, uma ajuda de R$ 300,00 para a compra da cerveja, da água e para o churrasquinho. Foi a fórmula que encontramos para fortalecer o seu trabalho, para que possam ter uma grande renda para sustentar as suas famílias. E vai ter muita festa e muita alegria”.

E avisou, visivelmente otimista: “É assim que vamos fazer uma nova Bacabal”.

São Luís, 02 de Março de 2025.

Movimentos de migração fragilizam PSB e PDT e MDB se fortalece

Caros Lula anuncia sua saída do PSB, e entre Dra. Viviane e
Marcus Brandão, Eric Silva exibe sua ficha de filiação no MDB

Dois movimentos recentes de migração partidária funcionaram como fortes sinais de que outros, bem mais amplos, podem ocorrer nos próximos meses, devendo os seus resultados e consequências desembocarem nas eleições de 2026. O primeiro foi a decisão do deputado estadual Carlos Lula de deixar o PSB, alegando não haver mais ambiente para ele permanecer na legenda, que é presidida pelo governador Carlos Brandão. O segundo foi a migração do ex-prefeito de Balsas, Eric Silva, que deixou o PDT e ingressou nas fileiras do MDB. Aparentemente, esses dois gestos podem ser vistos como simples trocas de partido, mas observados como mais atenção, eles indicam o enfraquecimento das duas legendas PSB e PDT e, por enquanto, o fortalecimento do MDB, comandado no estado pelo empresário Marcus Brandão, irmão e coordenador político do governador Carlos Brandão.

A decisão do deputado Carlos Lula de deixar o PSB reflete um conjunto de situações que vem distanciando alguns quadros da agremiação, notadamente parlamentares que integram o chamado grupo dinista. Além das diferenças que ganharam corpo no que diz respeito ao Governo, o que o afastou do governador Carlos Brandão, Carlos Lula fazia parte da cúpula dirigente do partido, mas alega que perdeu espaço nas decisões do comando da máquina partidária, o que tornou insustentável a sua presença nos quadros do partido. Quadro de proa no Governo Flávio Dino como secretário de Saúde, e que se elegeu deputado estadual com grande votação, Carlos Lula ainda não consumou a saída, mas já disse que ela e irreversível. Sua saída fragiliza o PSB, que já perdeu o senador Flávio Dino e sua sucessora, a senadora Ana Paula Lobato, que migrou para o PDT.

O ingresso do ex-prefeito de Balsas, Eric Silva, nos quadros do MDB causa dois impactos: fortalece, expressivamente, a agremiação emedebista, ao mesmo tempo em que faz um grande estrago no PDT, que perde um dos seus principais quadros no Maranhão. O ingresso de Eric Silva no MDB é o resultado do seu projeto de deixar o PDT depois da surpreendente derrota que ele e o seu grupo sofreram com a eleição de Alan da Marrisol (PRD) para a Prefeitura de Balsas. Mesmo não elegendo o eu sucessor, Eric Silva se tornou uma referência política em Balsas e na região Sul, e ganhou força para ser um forte candidato à Câmara Federal. Sua mulher, a deputada Dra. Viviane, permanecerá no PDT, pelo menos por enquanto.

Ao receber um filiado do peso de Eric Silva, o MDB fortalece sua posição, podendo voltar a ser o maior partido do Maranhão, posição que alcançou durante os Governos de Roseana Sarney. O novo processo de robustecimento do MDB pode ser turbinado com o ingresso de ninguém menos que o governador Carlos Brandão, que, dependendo do cenário político que for criado nos próximos meses, deixará o PSB e ingressará na legenda emedebista, juntamente com a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, que será mais um desfalque, que poderá levar o PSB ao risco de enfraquecimento, a exemplo do que aconteceu com o PCdoB. Vale anotar que no MDB já se encontra filiado o secretário de Articulação com Municípios, Orleans Brandão, tido no grupo brandonista como forte candidato a governador, caso Carlos Brandão resolva permanecer no Governo até o final do seu mandato.

No caso dos dois movimentos em curso, o PSB e o PDT saem como os grandes perdedores. O primeiro ainda como o maior partido do estado, mas ameaçado de perder a coroa nos próximos meses. E o segundo sofrendo mais um golpe numa série que o vem emagrecendo a cada eleição. As duas agremiações dificilmente chegarão às convenções de 2026 com o poder de fogo que têm atualmente.

PONTO & CONTTAPONTO

Notas na “grande imprensa” dizem que Lula atua pessoalmente para conciliar Dino com Brandão. Será?

Há quem diga que essa cena não se repetirá. Será?

Colunas de veículos da chamada “grande imprensa” têm publicado com alguma frequência a informação segundo a qual o presidente Lula da Silva (PT) estaria atuando pessoalmente por um acordo de paz entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro Flávio Dino (Corte Suprema).

O líder petista estaria preocupado que o rompimento prejudique o projeto de fazer o vice-governador Felipe Camarão (PT) o sucessor de Carlos Brandão, que no caso sairá para o Senado.

A Coluna não duvida que o presidente Lula da Silva tente essa conciliação, mas duvida muito que o ministro Flávio Dino abra espaço para uma conversa dessa natureza.

Fala de Rodrigo Lago foi vista por governistas como as de um opositor irreversível

Rodrigo Lago: discurso duro o tornou
opositor irreversível do Governo

O disse-não-disse sobre a decisão do governador Carlos Brandão de mandar a MOB revogar a portaria autorizando aumento de 40% no valor das passagens do transporte coletivo do sistema intermunicipal evidenciou uma situação com muita clareza: o rompimento do deputado Rodrigo Lago (PCdoB) com o Governo Carlos Brandão.

Ontem, depois de o governador Carlos Brandão haver consertado a precipitação da MOB e de o líder do Governo, deputado Neto Evangelista (União), haver declarado na tribuna que o chefe do Executivo tomara a decisão antes do alerta dos oposicionistas, na quarta-feira, o deputado Rodrigo Lago ultrapassou a linha de ataque a um aliado.

“Esse é o Governo da mentira”, disparou o parlamentar comunista, num tom de agressividade pouco visto em suas falas.

A dureza da fala fez com que o líder Neto Evangelista “segurasse a onda” e não fosse à tribuna rebater, por considerar que o deputado Rodrigo Lago passou, definitivamente, da condição de aliado insatisfeito para adversário irreversível.

São Luís, 28 de Fevereiro de 2025.

Requerimento indeferido mostra que base governista vai confrontar Othelino Neto e grupo de oposição

Othelino Neto quer
documentos de
investigação contra ele

O indeferimento, pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, de um requerimento por meio do qual o deputado Othelino Neto (Solidariedade) pede ao procurador geral do Estado, Valdênio Caminha, cópia de uma investigação destinada a esclarecer um suposto desvio de R$ 500 milhões durante a gestão do parlamentar na Secretaria de Meio Ambiente, duas décadas atrás, agravou a crise na base do Governo. A decisão da Mesa Diretora, comandada, na sessão de ontem, pelo 1º vice-presidente Antônio Pereira (PSB), intensificou o afastamento de deputados do grupo dinista da base de apoio do Governo, a começar pelo fato de que o requerimento foi reforçado com as assinaturas dos deputados Rodrigo Lago (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Carlos Lula (saindo do PSB) e Fernando Braide (PSD), que integram o núcleo do que existe de oposição no parlamento estadual.

Na sua versão, o deputado Othelino Neto justificou o pedido, afirmando que leu, numa rede social, um post em que o procurador geral Valdênio Caminha teria afirmado que a investigação seria uma espécie de retaliação ao pedido de seu afastamento do cargo feito pelo deputado do Solidariedade à Corte Suprema, por haver ele se manifestado contrário a demissões no caso de nepotismo provocado pelo partido do deputado. Daí sua decisão de pedir, por meio de requerimento, informações, explicações e documentos que fundamentam a investigação. Diante do indeferimento, formalizados com os votos do 1º e 2º secretários da Mesa, deputados Davi Brandão (PSB) e Glaubert Cutrim (PDT), ambos integrantes da base governista, Othelino Neto decidiu recorrer ao plenário, o que só acontecerá depois do reinado de Momo.

O caso mostra que o Governo, que tem sido duramente atacado por Othelino Neto, por meio de ações judiciais – judicialização da eleição para presidente da Alema, casos de nepotismo e travamento de indicação de conselheiro do TCE, entre outras -, decidiu partir para o confronto. Mas em vez de rebater os ataques por meio da sua liderança, teria preferido investigar a suspeita de desvio milionário, com base na denúncia de “um cidadão”. O primeiro passo foi a ação que o suplente de deputado Zé Inácio (PT) protocolou na Comissão de Ética da Alema acusando Othelino Neto de desvio na Secretaria de Meio Ambiente e pedindo a cassação do seu mandato. A ação de Zé Inácio seria a base da investigação aberta pelo procurador geral do Estado para apurar o suposto desvio de R$ 500 milhões na Secretaria de Meio Ambiente.

O indeferimento do requerimento causaria impacto menor se ele não estivesse respaldado pelos deputados governistas que migraram para a oposição, ampliando assim o raio e a consistência do confronto em andamento, que está levando o grupo dinista ao rompimento total com o governador Carlos Brandão (PSB). Othelino Neto demonstrou na tribuna que tem consciência de que “o pau que dá em Chico dá em Francisco”, como ele próprio tem dito e repetido, em tom de ameaça. O embate com o procurador geral Valdênio Caminha se enquadra perfeitamente na essência desse ditado popular.

Sem o aval do Poder Legislativo ao seu requerimento, o deputado Othelino Neto perde um instrumento importante nesse confronto, uma vez que, ao contrário do que pretendeu, a instituição não será envolvida no processo. E nesse caso ele terá de agir com as prerrogativas parlamentares, mas sem o aval do parlamento. Ou seja, para obter cópia dos documentos da investigação, ele terá de protocolar, pessoalmente ou por meio de advogado, ou por medida judicial, o pedido na PGE. Só então terá conhecimento do que pode lhe pesar sobre os ombros. E a julgar pelo número de ações do seu partido contra o Governo, a rebordosa vai ser dura e incômoda.

– Não tenho medo. Sei o que fiz – tem dito e reafirmado, agora mais do que nunca consciente de que “pau que dá em Chico, dá em Francisco”.

O episódio de ontem foi, portanto, revelador de que essa guerra vai longe.

PONTO & CONTRAPONTO

Oposição denuncia aumento de 40% nas passagens intermunicipais, mas governista diz que denúncia chegou tarde

Rodrigo Lago denunciou, mas Neto Evangelista
mostrou que denúncia foi tardia

Governo e Oposição voltaram a se confrontar na Assembleia Legislativa. Num discurso contundente, o deputado Rodrigo Lago (PCdoB), que lidera o bloco oposicionista, denunciou que as passagens nos transportes coletivos intermunicipal, foram aumentadas em 40%, por sugestão da Agência de Mobilização Urbana (MOB).

– Esse aumento é “um absurdo” – denunciou parlamentar comunista, acrescentando: Esse é um Governo que dá e tira”, o que foi apoiado por vários deputados, que criticaram o aumento.

Nesse caso, o rebate veio imediatamente pelo líder do Governo, deputado Neto Evangelista, que não só confrontou a denúncia, como anunciou, com ênfase, rebatendo oposicionistas.

– Esse aumento não existe. Ele foi revogado pelo governador Carlos Brandão – declarou o líder governista, relatando que, ao tomar conhecimento do valor do aumento autorizado pela MOB – que é comandada pelo ex-deputado estadual Adriano Sarney (PV) –, considerou-o excessivo e determinou a suspensão até segunda ordem.

Em tom suavemente irônico, o líder Neto Evangelista disse que fazia aquele esclarecimento naquele momento para evitar que os deputados oposicionistas dissessem que o aumento de 40% só foi revogado pelo governador Carlos Brandão depois da denúncia que fizerem.

– Quando os senhores deputados denunciaram, o problema já estava resolvido, porque a decisão do governador Carlos Brandão de revogar o aumento foi tomada ontem à noite – disparou o líder.

Os parlamentares de oposição ficaram desapontados, mas não tiveram outro caminho a não ser admitir que a denúncia chegou tardiamente.

Reforma ministerial pode definir quem comandará o PSD no Maranhão

Eliziane Gama e Eduardo Braide:
um dos dois comandará o PSD

A briga pelo controle do PSD no Maranhão entre o prefeito Eduardo Braide e a senadora Eliziane Gama poderá ser decidida até o final de março, após minirreforma ministerial. E definição está condicionada à posição que o PSD tiver na corrida aos ministérios.

Se o PSD conseguir emplacar o ministro das Relações Institucionais – que é o articulador do Governo no Congresso Nacional, a senadora Eliziane Gama terá mais chance de ganhar o controle total do partido no Maranhão, embora isso possa significar a saída do prefeito Eduardo Braide.

Por outro lado, se o PSD não conseguir aumentar seu espaço na Esplanada dos Ministérios, o prefeito Eduardo Braide tem chances reais de ganhar o controle do partido no Maranhão. Nesse caso, dificilmente a senadora Eliziane Gama permanecerá na legenda, principalmente se o prefeito de São Luís vier a ser candidato ao Governo do Estado em 2026.

É grande a expectativa nos dois grupos.

São Luís, 27 de Fevereiro de 2025.

Vozes da direita convertida ao bolsonarismo tentam em vão tirar Dino do julgamento do ex-presidente

Enquanto tentam mina-lo, Flávio Dino avança,
como mostra a imagem de ontem, em palestra
na Faculdade de Direito da USP, templo sagrado do ensino do direito, com auditório lotado

Depois de construir um cenário no qual o que aconteceu em Brasília desde o 7 de setembro de 2021, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL)  fez o seu primeiro ataque massivo ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, passando pelas manifestações incendiárias na Capital da República no final de 2022, até o 8 de janeiro de 2023, foi coisa de “alguns bagunceiros descontrolados”, vozes da direita convertidas ao bolsonarismo vêm tentando tecer uma inacreditável rede de argumentos para desacreditar a Corte Suprema. Com teses e argumentos às vezes fora da realidade, tentam criar um ambiente em que os integrantes da Corte Suprema sejam intimidados, e por essa via, livrar o ex-presidente de ser julgado como o líder maior da tentativa de golpe que ganhou força e movimento depois que as urnas anunciaram a vitória do ex-presidente Lula da Silva (PT) na disputa presidencial.

Não bastasse a estratégia de tentar anular a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante-de-ordem e assessor mais próximo e íntimo do então presidente ao longo de quatro anos, ele próprio envolvido até o pescoço naquela e outras tramas, agora essas mesmas vozes embarcam noutra armação: alterar a composição da 1ª Turma da Corte maior, na qual o ex-presidente será julgado. O objetivo é substituir os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. O primeiro por ter sido, quando governador do Maranhão e senador da República, uma voz contundente e implacável contra os impulsos antidemocráticos do então presidente Jair Bolsonaro, e o segundo por ter sido advogado do então ex-presidente Lula da Silva.

Na Corte Suprema, como em qualquer corte de Justiça do Brasil e do mundo, não existem regras que impeçam um juiz ou um ministro de participar de um julgamento. Pelo simples e supremo fato de que um juiz, por obrigação institucional, e pelos princípios éticos que regem a magistratura em qualquer nível, tem de julgar com base nos fatos contidos no processo, qualquer que seja a sua natureza, e ponto final. Da mesma maneira como um juiz tem o direito, e o dever, em casos especialíssimos de foro pessoal, de se julgar impedido de conduzir ou participar do julgamento. Como também é facultado a membros da acusação e da defesa questionar, também em casos especialíssimos, a imparcialidade do magistrado.

Só que no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela 1ª Turma da Corte Suprema não há como acusar qualquer ministro de parcialidade, como as vozes da direita convertida ao bolsonarismo tentam fazer com os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. Vale registrar que os dois ministros têm dado fortes demonstrações de independência, mostrando nos seus procedimentos judicantes que trilham pela saudável vertente legalista. Diante disso, é quase consenso entre os especialistas que as tentativas de fragilizar a Corte não passarão de meras chicanas, destinadas a conseguir mais tempo aos advogados de defesa dos seus clientes.

(Nesse ambiente, vale uma pergunta: a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro questionaria a presença do ministro André Mendonça, que foi advogado geral da União e ministro da Justiça do seu Governo, no julgamento?)

No que diz respeito ao ministro Flávio Dino, é quase certo que os tiros verbais das vozes bolsonaristas sairão pela culatra. Primeiro porque não há qualquer fórmula para retirá-lo da 1ª Turma. E segundo, não há motivo para que ele se dê por impedido e abra mão de participar do julgamento de um caso que ele conhece a fundo, principalmente no que diz respeito ao 8 de janeiro, quando, mesmo apanhado de surpresa como ministro da Justiça, teve atuação decisiva na contraofensiva que debelou o movimento inicial do golpe. Não há, portanto, qualquer óbice ético à sua participação no julgamento.

Vale registrar que, mesmo inspirados em paixões políticas e sem sólida base técnica, os questionamentos são válidos e saudáveis. Afinal, já somos uma sociedade com instituições sólidas, mas ainda somos uma democracia em construção.

Em Tempo: a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro questionaria a presença na 1ª Turma do ministro André Mendonça, que foi advogado geral da União e ministro da Justiça do seu Governo, no julgamento?

PONTO & CONTRAPONTO

Flávio Costa se mantém firme à espera da vaga no TCE

Flávio Costa durante a sabatina
na Assembleia Legislativa

Dentro das fileiras governistas corre uma certeza: o advogado Flávio Costa só não será conselheiro do Tribunal de Cintas do Estado (TCE) em duas hipóteses. A primeira: se a Assembleia Legislativa rejeitar a sua indicação. A segunda: se ele, por livre e espontânea vontade, abrir mão da indicação.

Não há qualquer problema relacionado com os questionamentos feitos na Corte Suprema em relação aos critérios para escolha de conselheiro do TCE. O indicado do governador Carlos Brandão (PSB) é um advogado de projeção, tem carreira reta e, pelo menos até aqui, nada existe que impeça sua indicação no plano ético e técnico. Vale lembrar que ele já foi sabatinado e aprovado.

Em relação à sua aprovação pelo plenário da Assembleia Legislativa, todos os ventos indicam que ele tem maioria segura para ter seu nome aprovado. O Palácio dos Leões tem trabalhado para garantir essa maioria, e ele próprio tem conversado com deputados da base governista. Além disso, não existe concorrente.

Em resumo: passe o tempo que passar, quando o processo for liberado pela Corte Suprema, seu nome será submetido ao plenário e, muito provavelmente, aprovado. A menos que antes disso ele desista, o que é improvável.

Posição do União Brasil reforça apoio a novo mandato de Iracema Vale

Iracema Vale: reeleição
garantida na Alema

A manifestação da cúpula nacional do União Brasil apontando como válida e indiscutível a reeleição da deputada Iracema Vale (PSB) para a presidência da Assembleia Legislativa reforça a expectativa de que o mandato será confirmado pela Corte Suprema, onde foi objeto de questionamento pelo deputado Othelino Neto, por meio do seu partido, o Solidariedade.

Partido representado e comandado no Maranhão pelos deputados federais Pedro Lucas Fernandes, seu atual líder na Câmara Federal, e Juscelino Filho, atual ministro das Comunicações, o União Brasil se junta a vários partidos – MDB, PSB, PP, PRD e Republicanos.

Essas agremiações avaliam que a eleição foi um ato jurídico perfeito, independentemente do fato de a votação haver resultado em empate e desempatada pelo critério da maior idade, previsto no Regimento Interno, que deu vitória à presidente Iracema Vale.

Nos gabinetes da Assembleia Legislativa já corre a certeza de que a eleição é fato consumado, ânimo motivado pelas manifestações da Advocacia Geral da União e da Procuradoria Geral da República, que validam a eleição com um argumento: o critério de desempate, seja ele qualquer, é assunto interno da Assembleia Legislativa, no qual a Justiça não deve se envolver.

A palavra final será da ministra Cármen Lúcia, relatora da ADIN protocolada pelo Solidariedade.

São Luís, 26 de Fevereiro de 2025.