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Disputa em Colinas confronta brandonistas e dinistas e ganha repercussão estadual

Renato Santos (centro), apoiado por Marcus Brandão e Orleans Brandão e
Iracema Vale, e Márcio Jerry com o irmão e candidato João Haroldo

Estava escrito nas estrelas que a corrida para a Prefeitura de Colinas (42 mil habitantes) seria uma das mais acirradas pelo fato de que o município é  base de dois grupos fortes no contexto político do Maranhão atual: o grupo Brandão, comandado pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo seu irmão, Marcus Brandão, presidente regional do MDB, e que tem como candidato Renato Santos (MDB), e o grupo Barroso, de viés dinista, que tem à frente o presidente regional do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, e cujo candidato é o atual vice-prefeito João Haroldo (PCdoB). Ali a disputa é intensa, não havendo um só dia sem que os dois grupos troquem farpas, muitas delas ferinas. O embate entre as duas famílias está atraindo a atenção do Maranhão político, uma vez que ele é um reflexo das tensões que têm movido os entornos do governador Carlos Brandão e do atual ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) visando o cenário para 2026.

No final da semana que passou, por exemplo, o deputado federal Márcio Jerry, em discurso na companhia do irmão candidato a prefeito, atacou duramente o candidato Renato Santos, que segundo as pesquisas mais recentes lidera a corrida Márcio Jerry disse que ele “erregou” de um desafio para um debate, sugerindo que o candidato emedebista seria “pau mandado” de alguém Na contrafeita, o presidente do MDB, Marcus Brandão disparou contra os Barroso, afirmando eles não sabem nem administrar a padaria da família.

Conhecida como “Princesinha do Sertão Maranhense”, 437 quilômetros distante de São Luís, Colinas é um importante polo da chamada Região do Alpercatas e teve sua importância política ampliada com a eleição de Carlos Brandão para vice-governador e de Márcio Jerry para deputado federal em 2018. Em 2020, Márcio Jerry emplacou seu irmão, João Haroldo Barroso (PCdoB) como vice de Valmiria Miranda (Republicanos), prefeita eleita com o apoio do grupo Brandão. Teria havido um acordo qual João Haroldo seria o candidato da aliança nestas eleições. Tal acordo, porém, não foi reconhecido pelo grupo Brandão, que decidiu lançar Renato Santos (MDB), tendo o atual vice-prefeito como adversário.

O rompimento entre os dois grupos se deu em meio ao tenso afastamento do grupo Brandão do grupo Dinista, que vem ganhando força desde que o governador Carlos Brandão foi reeleito em 2022. Esse novo cenário no âmbito estadual ganhou força destacada em Colinas, à medida que o conflito Brandão/Dino foi transformado numa tensa guerra política familiar. Ali, Márcio Jerry, como apoio de remanescentes dinistas, lançou a candidatura de João Haroldo num movimento politicamente forte. Só que o grupo Brandão tem se revelado bem mais forte, levando o candidato Renato Santos à liderança da corrida pela Prefeitura, com João Haroldo em segundo lugar, conforme todas as pesquisas mais recentes.

A campanha pelo comando político e administrativo de Colinas vem se dando num clima de forte embate entre Márcio Jerry e Marcus Brandão, com repercussão muito além das fronteiras do município. O próprio governador Carlos Brandão, que a princípio se manteve distante desse embate, já foi a Colinas e discursou em favor de Renato Santos, mas sem fazer ataques a João Haroldo. A medição de força na “Princesinha do Sertão Maranhense” ganhou importância excepcional. Tanto que no meio político se diz que quem quiser saber a quantas anda a relação do governador Carlos Brandão com o grupo dinista que preste atenção nos movimentos da campanha para a Prefeitura de Colinas.

Todas as avaliações ouvidas pela Coluna indicam ser nítida a tendência em Colinas é a de que o grupo Brandão saia vitorioso nas urnas, com a eleição do emedebista Renato Santos, aliado incondicional do governador Carlos Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas mostram cenários radicalmente diferentes em Paço do Lumiar

Fred Campos e Felipe Gonçalo: pesquisas
apontam cenários diferentes

Não se discute que depois da Operação 18 Minutos a corrida eleitoral em Paço do Lumiar sofreu um forte abalo, com a possibilidade de reposicionamento dos candidatos à Prefeitura, em especial o candidato do PSB, Fred Campos. Mas também é visível que diante daquele episódio, que vem ecoando ao longo da campanha, os outros candidatos, notadamente Felipe Gonçalo, do Mobiliza, estão jogando pesado para reverter o quadro de favoritismo do candidato do PSB. Essa situação esdrúxula foi mostrada em duas pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem. Elas foram feitas no mesmo período e ouviu números aproximados de eleitores.

A pesquisa do Contato Pesquisa mostra um cenário altamente favorável ao candidato do PSB, sendo esses os números encontrados: Fred Campos com 56,67%, Felipe Gonçalo com 10,17%, Jorge Marú com 3,17% e Francisco Neto e Luana Peixoto empatados, cada um com 1,16%. Nessa pesquisa, 14,6% não souberam responder e 13% não querem nenhum.

Já pesquisa do Qualitativa encontrou um cenário radicalmente diferente, mostrando Fred Campos com 36,8% e Felipe Gonçalo com 36,3%, rigorosamente empatados, portanto. Ambos são seguidos por Jorge Maru (Solidariedade) com 6,8%, Francisco Neto (Novo) com 3% e Luana Peixoto (Democracia Cristã) com 2,6%. 10% se mostraram indecisos e 4,4% não querem nenhum, preferindo votar nulo ou em brancos.

Em Tempo: O levantamento da Contato Pesquisa ouviu 600 eleitores entre 25 e 28 de setembro, tem margem de erro de 3,99 pontos percentuais, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE sob o protocolo MA-07843/2024. Por sua vez, a pesquisa Qualitativa ouviu 400 eleitores de 24 a 26 de setembro, tem margem de erro de 4,89 pontos percentuais, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% está registrada no TSE sob o protocolo MA-00349/2024.

Está mais que claro que existe nesse caso um conflito de informação, que deveria ser apurado pelo Ministério Público Eleitoral.

Parceria do Governo do Estado com o SET renova frota de ônibus que interliga a Grande Ilha

Carlos Brandão e Adriano Sarney diante dos
coletivos, que são apresentados pelo governador

O Governo do Estado, por meio da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), entregou 75 ônibus do programa de renovação da frota de transporte coletivo que faz a interligação da Ilha de Upaon Açu. A entrega foi feita pelo governador Carlos Brandão, que assim deu um passo largo no sentido de tornar mais o sistema de transporte de massa que interliga São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa. Os veículos entregues na tarde de sábado representam 20% da frota metropolitana, segundo o presidente da MOB, economista Adriano Sarney.

Adquiridos sem custo para o Tesouro Estadual, os ônibus são parte de uma parceria do Governo do Estado com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET). Todos os veículos entregues estão equipados com Plataforma Elevatória Veicular (PEV), que assegura embarque e desembarque seguro para pessoas com deficiência motora.

No ato, o governador Carlos Brandão assinalou: “Na relação custo/benefício é positivo para o estado. O governo subsidia cerca de 30% das passagens para o SET, que recompensa com investimentos. Como resultado estamos entregando 75 ônibus para a frota. Esta parceria inclui, ainda, exigências para a prestação de um bom serviço. Lembrando que existe também a fiscalização realizada pela MOB, que é importante para assegurar um bom serviço à população”.

A entrega simbólica foi realizada durante a manhã de sábado no prolongamento da Avenida Litorânea, com a presença de membros do Governo e representantes das empresas que formam o SET.

São Luís, 01 de Outubro de 2024.

Campanha de Duarte Jr. atraiu ministros e recados sobre a unidade do grupo liderado por Brandão

Líder e apoiadores reforçam apoio a Duarte Jr.; Alexandre
Padilha reafirma apoio de Lula da Silva a Carlos Brandão
e Iracema Vale diz que governador não quer briga

O ato em torno da candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís, que trouxe ao Maranhão, na última quinta-feira (26), os ministros políticos do Governo Lula da Silva (PT), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macedo (Secretaria-geral da Presidência da República), ao mesmo tempo em que foi um movimento positivo para a campanha de Duarte Jr., o ato produziu também dois recados eloquentes relacionados com o clima de rompimento que vem afetando seriamente a base governista no estado. O primeiro: o governador Carlos Brandão (PSB) tem o comando pleno do Estado e uma base política forte. O segundo: o presidente Lula da Silva tem o governador Carlos Brandão na conta de um aliado de primeira linha, que faz um bom Governo, e não avaliza os movimentos que estão arrastando o grupo alinhado para o rompimento.

Convocada para ser um ato de mobilização em apoio à candidatura de Duarte Jr. ao Palácio de la Ravardière, numa demonstração do seu prestígio no Palácio do Planalto, a reunião cumpriu essa finalidade. Mas, como era previsível, avançou e traduziu, com clareza solar, o afastamento entre o governador Carlos Brandão e o grupo fiel à orientação política do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A demonstração mais nítida e eloquente desse clima foi dada pela presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), aliada de primeira hora do governador Carlos Brandão, que direcionou sua fala exatamente para esse ponto, declarando que o chefe do Executivo não quer briga, mas também não vai abrir mão do poder que detém como líder de um grande grupo, que representa larga maioria na Assembleia Legislativa, por exemplo. Ela definiu o chefe do Governo como articulador e conciliador: “Só briga com o governador Carlos Brandão quem quer, ministro. E briga sozinho”.

Os dois ministros referendaram as palavras da presidente da Assembleia Legislativa e deixaram no ar forte impressão de que o Palácio do Planalto comunga inteiramente com essas suas colocações. Nas conversas reservadas, os ministros Alexandre Padilha e Márcio Macedo fizeram gestões para que o grupo permaneça unido, informando aos líderes maranhenses que esse é o interesse do presidente Lua da Silva. O recado nesse sentido foi dado aos líderes da aliança partidária ainda mantida integralmente, como o presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry – tido como líder do grupo dinista -, os dirigentes do PT, o presidente estadual do MDB, Marcus Brandão, coordenador da campanha de Duarte Jr. e apontado como um dos principais conselheiros do governador Carlos Brandão.

O ato político produziu o que os seus organizadores previram. O candidato Duarte Jr. recebeu a reafirmação de apoio integral da base governista a que pertence e também da corrente dinista. Ali ficou acertado que na semana decisiva da corrida eleitoral ele terá aumentado expressivamente o seu volume de campanha, num grande esforço para levar a eleição para um segundo turno entre ele e o prefeito Eduardo Braide (PSD). Os estrategistas da campanha do candidato socialista acreditam que, mesmo diante da vantagem quilométrica do prefeito Eduardo Braide, na eventualidade de um segundo turno, que avaliam como “uma nova eleição”, há uma possibilidade de reverter a tendência. O fato é que a reunião animou a campanha de Duarte Jr..

Os resultados concretos desses gestos conciliatórios só serão cristalizados depois das eleições municipais, quando forem avaliados os resultados, que indicarão quem levará a melhor, quem continuará na mesma e quem perderá espaço no xadrez da política estadual, que tem no apoio de prefeitos o seu combustível essencial para a grande corrida eleitoral de 2026. O importante agora, para todos os envolvidos na disputa municipal, é reunir todos os meios e tentar sair com bons resultados nas urnas.

PONTO & CONTRAPONTO

Cenário em grandes municípios é de algumas definições e várias incertezas

Eduardo Braide lidera em São Luís e Júlio Matos
em São José de Ribamar

Faltando exatamente uma semana para as eleições, o cenário é diferenciado nos grandes municípios, com desfechos claramente desenhados e outros rigorosamente imprevisíveis.

São Luís e São José de Ribamar lideram o grupo de grandes cidades onde as disputas eleitorais parecem resolvidas. Na Capital, todas as indicações levam à reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD). Em São José de Ribamar, o quinto maior município maranhense, é quase certo que o prefeito Júlio Matos (Podemos), apoiado pelo deputado federal Fábio Macedo (Podemos), será reeleito.

O ranking da indefinição é liderado por Imperatriz, onde os números indicam que haverá segundo turno. Esses mesmos indicadores apontam o deputado estadual Rildo Amaral (PP), apoiado pelo ministro André Fufuca (Esporte) e pelo ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), como garantido na segunda rodada. A luta dura está sendo travada pelo segundo lugar para o segundo turno: entre a suplemente de deputado federal Mariana Carvalho (Republicanos), bolsonarista apoiada pelo deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), e o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que tem o apoio do ex-prefeito Ildon Marques.

O cenário é o mesmo em Timon, onde as pesquisas apontam uma leve tendência pró-Dinair Veloso (PDT), apoiada pelo PT nacional e pelo senador Weverton Rocha (PDT), e Rafael (PSB), apoiado pelo governador Carlos Brandão, que aposta alto numa virada de jogo. E em Caxias, onde é rigorosamente imprevisível o desfecho da disputa entre Gentil Neto (PP), apoiado pelo governador Carlos Brandão, pelo ministro André Fufuca, e pelos grupos Gentil e Coutinho, e Paulo Marinho Jr. (PL), que tem o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha.

A disputa em Codó ganhou força entre o prefeito Zé Francisco (PSDB), que parecia fragilizado e reagiu, e Chiquinho da FC (PT), cuja eleição, que muitos julgavam certa, não é mais uma certeza absoluta. E, finalmente, em Pinheiro, a corrida continua sendo liderada por André da RalpNet (Podemos), mas agora seguido de perto por Batista Segundo (PL) e Kaio Hortegal (PP). Observadores de Pinheiro não batem martelo, preferindo aguardar o pronunciamento das urnas.

Com apenas quatro candidatos, o debate na TV Cidade (Record) foi inócuo

Flávia Alves, Franklin Douglas, Saulo Arcangeli e
Yglésio Moises participaram do debate da Record

Absolutamente inócuo o debate realizado na noite de sábado pela TV Cidade (Record) entre quatro dos oito candidatos à Prefeitura de São Luís. Sem a presença de Eduardo Braide (PSD), Duarte Jr. (PSB), Wellington do Curso (Novo) e Fábio Câmara (PDT), o debate aconteceu apenas com os candidatos Yglésio Moises (PRTB), Flávia Alves (Solidariedade), Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU).

Por uma desafinada coincidência, os quatro candidatos que participaram foram exatamente os menos preferidos pelos eleitores, segundo as pesquisas feitas para medir as preferências do eleitorado. De acordo com a pesquisa mais recente, a da Quaest, contratada pela TV Mirante, juntos, Yglésio Moises, Flávia Alves, Franklin Douglas e Saulo Arcangeli não alcançam 5% das intenções de voto, a começar pelo fato de que os dois últimos simplesmente não pontuaram.

Os candidatos que participaram, mesmo visivelmente desanimados, tentaram dar alguma razão se ser ao evento da Record. Flávia Alves confirmou ser uma novidade política positiva, com um discurso coerente e uma visão surpreendente da cidade e seus problemas. Franklin Douglas se mostrou com o sempre: bem informado, equilibrado e fiel à decisão do seu partido de fazer nestas eleições uma campanha nacional pelo passe livre estudantil no transporte coletivo, projeto aliás, abraçado por Duarte Jr. e Saulo Arcangeli. Este último reafirmou a linha estatizante da esquerda radical, defendendo firmemente a criação de uma empresa municipal para cuidar do transporte coletivo, incluindo a desapropriação dos veículos das atuais empresas.

E, finalmente, Yglésio Moises, que tentou criar clima por causa de interpretação de um item das regras do debate, reclamou da ausência do prefeito Eduardo Braide, tentou provocar a esquerda, mas levou rebordosa, e aproveitou o espaço para declarar “amor” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, “meu líder, meu guia”.

Nada além disso.

São Luís, 29 de Setembro de 2024.

Pesquisa Quaest: Braide vai a 63% e pode vencer já no primeiro turno

Eduardo Braide lidera, seguido por Duarte Jr., Wellington do Curso, Yglésio Moises,
Flávia Alves e Fábio Câmara; Franklin Douglas e Saulo Arcangeli não pontuaram

Se alguém duvidava da possibilidade de a eleição para a Prefeitura de São Luís ser resolvida em turno único, com a reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD), essa dúvida foi para o espaço ontem, com a divulgação, pela TV Mirante, da segunda pesquisa Quaest sobre a corrida ao Palácio de la Ravardière. Os números são os seguintes: Eduardo Braide lidera com estratosféricos 63% das intenções de voto, o que indica a sua provável vitória no dia 6 de outubro, colocando 42 pontos percentuais sobre o segundo colocado, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que aparece com 21%. Duarte Jr. coloca 18 pontos percentuais sobre o terceiro colocado, Wellington do Curso (Novo), que tem 3%, seguido do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) com 2%, Fábio Câmara (PDT) e Flávia Alves (Solidariedade) ambos com 1%. Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU) não pontuaram. Os indecisos somaram 5% e os que votarão em branco ou anularão o voto são 4%.

A pesquisa Quaest revelou que a maioria do eleitorado ludovicense já se posicionou, num indicativo de que, a menos que ocorra um desastre absolutamente imprevisível, o páreo está decidido em São Luís. Isso porque, ao mesmo tempo em que a forte campanha do socialista Duarte Jr. ganhou intensidade, ele se manteve estacionado, aparentemente sem condições de reagir. O mesmo acontece com todos os demais candidatos, que não se movimentaram em relação à primeira pesquisa Quaest, e que, como o candidato socialista, encontram-se estacionados, sem condições de reagir.

Chama a atenção o fato de o prefeito Eduardo Braide vir ganhando terreno desde a localização do Clio vermelho com o porta-malas abarrotado de dinheiro vivo. Embora não tenha surgido qualquer sinal envolvendo o prefeito, seus adversários jogaram pesado, até agora sem sucesso, para ligá-lo ao dinheiro. E mais curioso ainda é o fato de que foi a partir desse caso que ele saiu do patamar dos 40% e disparou, alcançando 63%, segundo a pesquisa Quaest. Ocorreu, de fato, o chamado “efeito fermento de bolo”, ou seja, quando mais lhe bateram ligando-o ao Clio vermelho, mais ele cresceu na preferência do eleitorado.

Ontem, no seu horário gratuito na TV, o prefeito Eduardo Braide usou parte do seu tempo para registrar o fato de ser ele o alvo preferencial dos ataques nessa corrida. Não revelou nomes, mas acusou adversários de usarem “fake news” para tentar prejudica-lo, mostrando, ao mesmo tempo, que enquanto concorrentes tentam atingi-lo, ele se dedica ao trabalho, afirmando que é disso que a Capital, com seus 1,2 milhão de habitantes, precisa. Vale registrar que até agora o único que lhe bateu fortemente na propaganda de campanha foi Duarte Jr., que é também o seu principal adversário.

A pesquisa mandou também dois recados muito fortes. Um para o deputado Yglésio Moises, avisando-o que a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro a São Luís para apoiá-lo, foi absolutamente inócua, o que significa dizer que a sua conversão à direita radical e a decisão de ter Jair Bolsonaro como líder e como referência foram mal recebidas, mostrando-lhe que o eleitor de São Luís não fecha com o bolsonarismo. O outro recado foi para os candidatos da esquerda dura, Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU): assim como não tolera o radicalismo de direita, não tolera o de esquerda.

O único evento desta campanha que pode alterar alguns percentuais será o debate do dia 3 na TV Mirante, que terá a presença do prefeito Eduardo Braide, informada por ele próprio.

Em Tempo: A pesquisa Quaest foi encomendada pela TV Mirante e ouviu 852 eleitores entre os dias 24 e 26 de setembro, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95%, e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-06269/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

É imprevisível o desfecho da disputa eleitoral em Caxias e em Codó

Gentil Neto e Paulo Marinho Jr. disputam em Caxias, e Zé Francisco e Chiquinho da FC, em Codó

Duas disputas municipais estão chamando a atenção de observadores e da classe política como um todo: Caxias e Codó.

Em Caxias, a opinião de observadores é no sentido de que a uma semana da eleição o quadro da disputa entre Gentil Neto (PP), candidato apoiado pelo governador Carlos Brandão e pelo ministro do Esporte André Fufuca (PP), e Paulo Marinho Jr. (PL), que tem o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT).

Ali, os dois lados cantam vitória.

Em Codó, depois de um longo período de “banho maria”, a disputa entrou em clima de reta final com um embate cerrado entre o prefeito Zé Francisco (PSDB) e Chiquinho da FC (PT). Depois de um período em que parecia desanimado, o prefeito Zé Francisco partiu para a luta, buscando os votos de indecisos. E hoje, segundo observadores, vislumbrando a possibilidade concreta de que pode o prefeito pode conquistar a reeleição.

A impressão geral é a de que nesse momento é difícil dizer quem vai levar a melhor.

Wellington do Curso e Yglésio Moises disputam o rótulo de voz da direita

Yglésio Moises provoca
Wellington do Curso
por conta do rótulo

Os bastidores da Assembleia Legislativa estão sendo movimentados pelo embate entre os deputados Wellington do Curso e Yglésio Moises. Até uma bolsinha de apostas estaria formada motivada pelos dois parlamentares.

Nivelados pelo fato de não terem participação no horário gratuito do Rádio e da TV, e confrontados por causa do rótulo “direita”, os dois fazem campanha à base da panfletagem, caminhadas, arrastões, entrevistas, sabatinas e participação em debates.

Antes próximos por uma boa convivência, Wellington do Curso e Yglésio Moises se distanciaram depois que o segundo resolveu se autoproclamar como detentor do espaço da direita no Maranhão. Daí surgiram as diferenças que já chegaram à seara dos insultos.

Nas rodas de conversa vale a regra básica de uma disputa: quem tiver mais votos leva o título de maior direitista do Maranhão.

São Luís, 28 de Setembro de 2024.

Braide confirma presença no debate da TV Mirante, que pode ser decisivo em São Luís

Eduardo Braide confirmou presença
no debate da TV Mirante

Como estava escrito nas estrelas, o debate a ser realizado pela TV Mirante, agendado para a próxima quarta-feira (3), dentro da orientação geral da Rede Globo, será o grande fecho da campanha para a Prefeitura de São Luís. E sua importância aumentou muito, ontem, com o aviso de que o prefeito Eduardo Braide (PSD), que estrategicamente não compareceu a nenhum dos debates realizados na Capital, vai participar do embate final da corrida. Foi o próprio prefeito quem avisou, pelas redes sociais, num vídeo em que afirma que a campanha não alterou o seu ritmo de trabalho, e que por isso na quarta-feira vai “folgar” do trabalho para “apresentar as minhas propostas no debate”. O prefeito deu o aviso como quem se encontra em estado de graça, exibindo uma segurança só encontrada em candidatos que têm certeza da vitória.

Os dois debates realizados nesta campanha – um pelo Portal Imirante e outro pela TV Difusora foram em geral improdutivos. Por mais que os sete candidatos tenham se esforçado, a ausência do prefeito, com seu projeto de reeleição, tirou quase totalmente a importância dos embates. Afinal, a lógica política tira o sentido maior de um evento sem a presença do quadro principal, uma vez que o desempenho de cada um dos demais candidatos perde substância, à medida que não é comparado com o do líder na corrida. É verdade que os candidatos fizeram a parte deles, mas pouco ficou de substancial para embalar candidaturas e causar um estremecimento. O socialista Duarte Jr., por exemplo, foi muito bem no debate do portal Imirante, assim como Flávia Alves (Solidariedade), que revelou ter mais conteúdo do que se imaginava, e Fábio Câmara (PDT), que teve participação regular. Isso sem contar a estranha postura do candidato Yglésio Moises (PRTB), cujo mote foi se mostrar um político da direita bolsonarista.

Com a participação do prefeito Eduardo Braide, o debate do dia 3 certamente ganhará a dimensão correta de um evento cujo objetivo é apontar os problemas da maior e mais importante cidade do Maranhão, que abriga nada menos que 1,2 milhão de habitantes, e propor soluções viáveis para cada um deles. Nesse contexto, o prefeito leva grande vantagem em qualquer debate, principalmente porque ele está com a mão na massa, tem o mapa dos problemas, sabe como resolvê-los e está indicado nas pesquisas como um bom gestor. Afinal, um gestor ruim de São Luís não estaria disparado na liderança da corrida, com chance de renovar seu mandato em turno único, conforme disserem todos os levantamentos de intenção de voto feitos até aqui.

A presença do prefeito nos estúdios da TV Mirante na próxima quarta-feira dará aos seus sete concorrentes a oportunidade de questionar a sua gestão, principalmente nas áreas vitais, como saúde, educação e transporte de massa, que têm sido, de longe, as mais discutidas ao longo da campanha. Nesse sentido, o desafio maior será do candidato socialista Duarte Jr. que, segundo as pesquisas, vive uma situação complicada: está em segundo lugar com uma vantagem enorme sobre o terceiro colocado, mas encontra-se cerca de vinte pontos percentuais atrás do prefeito. O seu esforço nesse momento é avançar um pouco mais e levar a disputa para o segundo turno.

A pergunta que muitos fazem agora é a seguinte: os candidatos poderão fazer no debate da TV Mirante o que não conseguiram fazer durante a campanha no Rádio e na TV? Os que não têm espaço no horário gratuito terão condições de alterar desenho atual da corrida participando do debate? Disputas eleitorais têm, via de regra, uma margem de imprevisibilidade, o que impede qualquer observador de bater martelo. Duarte Jr. tem dado demonstrações de que está preparado para ser prefeito, mas o prefeito Eduardo Braide, ao dar o aviso de que participará do debate, exibiu a segurança de quem está preparado para enfrentar a artilharia a ser disparada na sua direção. Tanto que declarou estar “com saudade dos debates”. O embate, portanto, promete.

PONTO & CONTRAPONTO

Júlio Matos confirma favoritismo na corrida em São José de Ribamar

Júlio Matos deixa Dudu Diniz, Guilherme
Caboclo e Roberto Câmara para trás

Números divulgados ontem pelo Instituto Prever indicam que a eleição em São José de Ribamar, o quinto maior município do Maranhão, está praticamente definida com a virtual reeleição do prefeito Júlio Matos (Podemos).

De acordo com levantamento, o prefeito Júlio Matos tem 52% das intenções de voto, contra 21,2% do vereador e presidente da Câmara Dudu Diniz (PSB), que é seguido por Guilherme Mulato (Novo) com 9%, Roberto Câmara (Mobiliza) com 1,8% e Magão (PSOL) com 1%. Nesse cenário, 8% não souberam ou não quiseram responder, e 7% manifestaram intenção de votar nulo ou em branco.

A liderança do prefeito Júlio Matos é tão consistente que nada menos que 66% dos entrevistados disseram que ele será reeleito, contra 11% que apostaram no vereador Dudu Diniz. E vai mais além, com sua gestão aprovada por 56% dos entrevistados, contra 34% que desaprovam seu trabalho com o gestor da segunda maior cidade da Ilha de Upaon Açu, hoje com quase 250 mil habitantes, e com forte vocação para o turismo religioso.

Em Tempo: Contratada pela Rádio Mirante/Portal Imirante, a pesquisa do Instituto Prever foi realizada no período de 18 a 21 de setembro, ouviu 500 eleitores, tem margem de erro de 4,4 pontos percentuais, para mais ou para menos, nível de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-00949/2024.

PSB se mobiliza para apoiar Miltinho Aragão em São Mateus

Ivo Rezende saiu e passou a bola para
Miltinho Aragão às vésperas da eleição

O PSB e seus aliados estão se mobilizando para consolidar a candidatura do ex-prefeito e atual suplente de deputado estadual Miltinho Aragão à Prefeitura de São Mateus. Ele entrou na disputa há duas semanas, depois que o prefeito Ivo Rezende (PSB), seu candidato, teve podado o seu projeto de reeleição por decisão da Justiça Eleitoral.

Miltinho Aragão é, de longe, o mais importante líder político de São Mateus na atualidade, tendo sido prefeito duas vezes. Ao substituir o prefeito Ivo Rezende, que era o favorito disparado às vésperas da eleição, viu se agigantar diante de si um baita desafio. Afinal, a mudança, que foi resultado de ação movida por seus adversários, não é assimilada tão facilmente.

Há no partido uma forte expectativa em relação ao futuro da candidatura de Miltinho Aragão, embora os aliados mais experientes acreditem que ele terá os votos que seriam dados ao jovem Ivo Rezende. Com a experiência que tem na relação com o eleitorado de São Mateus, o próprio Miltinho Aragão acredita que, mesmo em circunstâncias especiais, sairá vitorioso nas ruas.

O Palácio dos Leões acompanha a situação em São Mateus com atenção redobrada.

São Luís, 27 de Setembro de 2024.

Apoio de 10 escolas de samba a Duarte Jr. lembra participação de artistas em campanhas

Duarte Jr. (centro) recebe o apoio de representantes de 10 escolas de samba

Não dá ainda para medir o impacto eleitoral, mas o deputado federal Duarte Jr. (PSB) marcou um gol de placa ao anunciar, na noite de terça-feira, o apoio de 10 escolas de samba à sua candidatura à Prefeitura de São Luís. Essas organizações são difusas, mas todas elas têm seus núcleos de organização, formado por pessoas com influência nas suas comunidades. Ao receber desses representantes manifestação de apoio ao seu projeto de comandar a maior e mais importante cidade do Maranhão, o candidato do PSB ganha um reforço político e tanto à sua candidatura. Fatos como esse lhe injetam ânimo para acreditar que pode reverter a tendência de turno único, favorável ao prefeito Eduardo Braide (PSD), que busca a reeleição. E estimulam uma pergunta que não quer calar: onde estão os fazedores de cultura – gente do teatro, da dança, da música, das letras, das artes plásticas e das manifestações populares -, que estão negando a tradição de se posicionar nesses embates?

A indagação se dá diante da lembrança de que até poucos anos atrás as campanhas eleitorais em São Luís ganhavam alegria e intensidade com o posicionamento de artistas, muito especialmente compositores e interpretes da Música Popular Maranhense, a nossa rica MPM. Qualquer eleitor de meia idade certamente ainda lembra que na campanha para a Prefeitura de São Luís de 1985, artistas foram decisivos no embate entre Jaime Santana e Gardênia Castelo, que venceu a disputa; em 1988, entre Carlos Guterres e Jackson Lago, que foi eleito; em 1992, entre João Alberto e Conceição Andrade, que foi a escolhida; em 1996, quando Jackson Lago voltou ao poder municipal. E disputas estaduais desse período, nas quais a nata da MPM, sempre dividida em dois blocos, teve papel decisivo.

Naquele período, o posicionamento dos artistas tinha um viés de pragmatismo, mas a essência das suas manifestações era motivação política mesmo, com claro conteúdo ideológico, com cada grupo defendendo uma candidatura. Era clara, por exemplo, a diferença de postura e de discurso entre artistas alinhados ao grupo Sarney, que dominavam os seus veículos de comunicação, e os artistas que militavam na oposição, sempre alinhados a líderes como Jackson Lago e Epitácio Cafeteira, por exemplo. Aqueles artistas da música, hoje respeitadas referências de um tempo em que a MPM viveu um período de esplendor, não tiveram seguidores nesse viés.

Articulado pelo candidato a vereador André Campos (Podemos), a declaração de apoio de 10 escolas de samba ao candidato Duarte Jr., se não resgata a motivação política dos artistas ludovicenses como um todo, é importante porque deixa no ar a sensação de que essa fatia distante do universo cultural da Capital pode ser o fio condutor que retome a ligação da classe artística, a começar pelo ativo grupo da música, ao universo da política, como outrora. E com liberdade e independência para se posicionar com o candidato do PSB ou com o prefeito da cidade, de longe os dois nomes efetivos dessa disputa. Isso sem nenhum demérito aos candidatos Fábio Câmara (PDT), Yglésio Moises (PRTB), Wellington do Curso (Novo), Flávia Alves (Solidariedade), Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU), que estão firmes na corrida.

O tema cultura está, de fato, nas pautas dos candidatos a prefeito de São Luís, mas em abordagens restritas, relacionadas, na maioria dos casos, aos folguedos populares, como o bumba-boi, e aos cachês divididos entre artistas locais e nacionais. Na declaração de apoio a Duarte Jr., as escolas de samba pediram a reestruturação da Passarela do Samba, um dos maiores símbolos do carnaval de São Luís. Duarte Jr. se comprometeu a trazer de volta os cinco dias tradicionais de desfile das escolas na passarela. Esse formato, que já foi um marco do carnaval ludovicense, será retomado, reforçando a grandiosidade e a tradição da festa. Além disso, o compromisso de propor uma lei específica para o incentivo cultural municipal. 

A manifestação das escolas de samba remete para uma discussão bem mais ampla, que é a definição de políticas culturais pelos candidatos para a cidade de São Luís, que nunca é muito lembrar, é detentora do status de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.   

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão discute com Unesco projeto de desenvolvimento dos Lençóis

Carlos Brandão e Marlova Noleto na Unesco

Depois de ganhar o status de Patrimônio Natural da Humanidade, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses caminha para vivenciar um processo de desenvolvimento intenso e sustentável. Esse projeto foi defendido ontem pelo governador Carlos Brandão (PSB) em reunião de trabalho por ele proposta no braço brasileiro da Unesco, em Brasília.

Na visão do governador – que, vale lembrar, foi o grande articulador do título concedido pela própria Unesco à espetacular região maranhense -, o processo de desenvolvimento do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses tem de ser estrutural e o mais abrangente possível, desde que a sustentabilidade seja o eixo central do projeto.

Disse o governador do Maranhão: “Viemos conversar com a Unesco para desenvolver um grande projeto que envolva saneamento básico, sistema de abastecimento de água, esgoto, pavimentação, enfim, um grande complexo de ações que dê lastro a esse polo turístico. Esse é um passo muito importante para preservar os Lençóis Maranhenses e garantir a presença do turismo com sustentabilidade, que tem grande importância econômica”.

Marlova Noleto, representante da Unesco no Brasil, declarou: “Recebemos com muita alegria a visita do governador do Maranhão para debater projetos e políticas que visam a sustentabilidade e o desenvolvimento do turismo nos Lençóis Maranhenses. Esse título de Patrimônio Natural da Humanidade agrega um valor imenso ao estado, que já tem um título de Patrimônio Cultural no município de São Luís e o de Patrimônio Imaterial com o bumba meu boi”.

Acompanharam o governador Carlos Brandão à Unesco a secretária de Estado do Turismo, Socorro Araújo, e o coordenador do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Paulo Matos, para quem “o governador foi um construtor desse momento em que conseguimos o título, que torna os Lençóis patrimônio do Maranhão e do mundo”.

De férias, André Fufuca pisa fundo no apoio a candidatos do PP

André Fufuca e Rildo Amaral em Imperatriz

O período de 15 dias de férias que o ministro do Esporte, André Fufuca tirou estão sendo de trabalho dobrado para ele. Líder maior do PP no Maranhão e com projeto político ousado, ele se dedicado a apoiar os candidatos do seu partido às eleições municipais, em especial em Imperatriz, Caxias, Balsas e Santa Inês, onde o partido está firme em disputas renhidas.

Em Imperatriz, André Fufuca é o principal fiador político e partidário da candidatura do deputado Rildo Amaral (PP) à sucessão municipal. O candidato lidera a corrida, segundo as pesquisas mais recentes, sendo o nome mais forte para chegar ao segundo turno. André Fufuca aposta alto na eleição de Rildo Amaral.

Em Caxias, o ministro do Esporte apoia a candidatura de Gentil Neto (PP), que representa a aliança do Grupo Gentil com a banda maior do Grupo Coutinho. Pesquisas recentes apontam uma disputa dura e de resultado imprevisível entre Gentil neto e Paulo Marinho Jr.. André Fufuca aposta alto na vitória do candidato do seu partido.

Em Balsas, as pesquisas indicam uma disputa dura entre o vice-prefeito Celso Henrique (PP) e o empresário e suplente de deputado estadual Alan da Marissol (PRD). André Fufuca contraria pesquisa recente, manifestando a convicção de que Celso Henrique Será o sucessor do prefeito Éric Silva (PDT).

Em Santa Inês, o ministro André Fufuca tem manifestado convicção de que o prefeito Felipe dos Pneus (PP) será reeleito com boa margem de vantagem. De fato, todas as pesquisas feitas em Santa Inês nos últimos meses dão vitória ao prefeito Felipe dos Pneus.

Além desses quatro grandes, o ministro André Fufuca deve percorrer todas as regiões do Maranhão para incentivar os candidatos do seu partido e alianças por ele apoiadas em muitos recantos do estado.

São Luís, 27 de Setembro de 2024.

Campanhas ganham intensidade na reta final da corrida em São Luís

Eduardo Braide e Duarte Jr. reforçam polarização

A campanha para a Prefeitura de São Luís entrou, de fato, numa nova dinâmica, com bandeiraços, caminhadas, carreatas e incursões por bairros com grande peso eleitoral. E como não poderia deixar de ser, o incremento maior se deu no horário gratuito no Rádio e na TV, onde os principais candidatos – o prefeito Eduardo Braide (PSD), que busca a reeleição e lidera a corrida, e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que ocupa o segundo lugar -, turbinaram suas campanhas. Entre os três candidatos que não têm direito ao horário eleitoral, por conta da inexpressividade dos seus partidos – Yglésio Moises (PRTB), Wellington do Curso (Novo) e Saulo Arcangeli (PSTU) – o primeiro tenta de todas as maneiras capitalizar eleitoralmente a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a São Luís, na segunda-feira, usando um só argumento: ele é o nome da direita radical nessa disputa.

A julgar pelo ânimo e pelos movimentos dos candidatos, ainda que nenhum dado ou fato tenha alterado o cenário de polarização entre Eduardo Braide e Duarte Jr. nem a tendência de que a corrida será fechada em um só turno, isso não significa que esse desfecho já possa ser considerado prego batido com ponta virada. Ao contrário, à medida que a campanha avança para a linha de chegada, no próximo dia 30 de setembro, os sinais são de que Eduardo Braide não entrou na onda traiçoeira do “já ganhou”, mantendo inalterado o seu ritmo da sua caça ao voto, nem Duarte Jr. admitiu que a que a eleição seja resolvida em um só turno.

Ontem, por exemplo, Duarte Jr. deu um tom de corpo-a-corpo ao seu horário na TV, para ter um “papo reto” com o eleitor, “uma conversa com olho no olho”. Nesse jogo da verdade, falou francamente do seu potencial como candidato, relacionou problemas que podem ser resolvidos rapidamente e concluiu como que fechando uma conversa definitiva: “Eu só preciso de uma chance!” A isso se seguiram promessas na área de saúde. Logo na sequência, um vídeo pesado exumou, com dose extra de veneno, o Clio vermelho e a dinheirama encontrada no seu porta-malas. O texto envolve o irmão e o pai do prefeito numa suspeita de crime, como um aviso eloquente de que o caso não está encerrado no contexto da campanha.

Sem manifestar preocupação, mas deixando claro que não descuida diante da movimentação dos seus adversários, o prefeito Eduardo Braide intensificou o ritmo da sua corrida, apresentando realizações e anunciando obras programadas. Ontem, por exemplo, dedicou parte do seu tempo na TV à construção de creches de tempo integral – construiu seis e construirá mais uma dezena se reeleito for, enfatizando que já tem dinheiro garantido para isso, por conta da sua gestão financeira. Líder em todas as nas cinco pesquisas mais recentes, nas quais aparece como virtual eleito em turno único, o prefeito continua dando sinais de que não vai entrar em bola dividida e colocar sua liderança em risco.

O candidato Yglésio Moises passou o dia tentando transformar em dividendos eleitorais a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro a São Luís em apoio à sua candidatura. Ninguém duvida que ele amealhe alguns pontos percentuais, usando principalmente as redes sociais. Mas poucos acreditam que ele chegue mais longe embalado pelo bolsonarismo, e isso só se saberá por meio de pesquisa cujas entrevistas tenham sido feitas depois do evento.

De agora por diante, a tendência é no sentido de que as duas principais campanhas para a Prefeitura de São Luís ganhem intensidade, à medida que as demais, por maior que seja a boa vontade dos seus protagonistas, não emitem sinais de que ganhem em competitividade. Assim, o cenário da polarização continua prevalecendo, assim como a possibilidade de que a de solução em turno único.

PONTO & CONTRAPONTO

É de indefinição cenário sucessório em Imperatriz, Caxias, Timon, Pinheiro e Paço do Lumiar

Rildo Amaral, Mariana Carvalho e
Josivaldo JP na disputa em Imperatriz

Ganharam a marca da imprevisibilidade as disputas pelas prefeituras de Imperatriz, Timon, Caxias, Pinheiro e Paço do Lumiar.

O cenário em Imperatriz não está ainda permitindo que se enxergue com nitidez quem disputará o segundo turno com o deputado Rildo Amaral (PP), uma vez que há uma briga de foice no escuro entre o deputado federal Josivaldo JP (PSD) e a suplente de deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos).

Em Caxias, diferentes pesquisas mostram ora Gentil Neto (PP), ora Paulo Marinho Jr. (PL) na liderança, fomentando um forte frenesi na banca de apostas.

A corrida sucessória em Timon foi mergulhada numa grande incerteza. Nem mesmo vozes experientes da cidade se arriscavam ontem a prever com segurança o desfecho da disputa entre a prefeita Dinair Veloso (PDT), o deputado estadual Rafael (PSB) e o candidato do PL, Henrique Júnior.

E, finalmente, uma forte pressão incorporada pelo médico Felipe Gonçalo (Mobiliza), parece ameaçar a liderança de Fred Campos (PSB) em Paço do Lumiar. A esmagadora maioria dos observadores ainda aposta em Fred Campos, mas já há vozes achando que o desfecho pode ser outro.

A imprevisibilidade das corridas eleitorais parece ter desembargado também em Pinheiro. Ali, André da Ralpnet (Podemos), que liderou com folga por meses a fio, chega na reta final fortemente pressionado por Kaio Hortegal (PP), Batista Segundo (PL) e por Geraldo Jr. (União Brasil), criando um cenário de indefinição.

Pode haver desfechos surpreendentes nesses municípios.

Yglésio Moises e Wellington do Curso brigam pelo posto de “voz da direita”

Yglésio Moises e Wellington do
Curso querem liderar a direita

Amigos comuns não devem convidar para a mesma mesa os deputados Wellington do Curso e Yglésio Moises. Os dois, que chegaram a cultivar boa relação sem nutrir simpatia um pelo outro, agora caminham para uma azeda inimizade política.

O motivo é o posto de principal “voz da direita” na Assembleia Legislativa, que os dois passaram a disputar fortemente.

Yglésio Moises vem se declarando detentor do posto, intensificando essa declaração depois que entrou de vez para as hostes bolsonaristas e se tornou, por exemplo, defensor intransigente do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Agora, ele só se refere a Wellington do Curso como “aquele outro, que se diz de direita”.

Wellington do Curso reivindica, com veemência, a condição de mais ativa “voz da direita” na Assembleia Legislativa. Recorda que foi sargento do Exército por oito anos, e que isso o tornou a “voz da direita” no Maranhão. E tem reagido às estocadas do bolsonarista.

Pelo visto, os dois aguardam que um “ser superior” da extrema direita aponte, finalmente, “ a voz da direita” na Capital do Maranhão.

São Luís, 25 de Setembro de 2024.

Bolsonaro apoia Yglésio visando desgastar Braide e o PSD

Jair Bolsonaro apoia Yglésio Moises, mas quer mesmo é fragilizar Eduardo Braide e o PSD

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve ontem em São Luís, participou de uma carreata e de um comício em apoio à candidatura do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) à Prefeitura da Capital. O objetivo maior do ex-presidente, porém, foi colocar em prática o plano do comando bolsonarista de fragilizar os candidatos do PSD, caso do prefeito Eduardo Braide. O ex-presidente fez festa numa carreata e terminou com um comício para cerca de quatro mil pessoas na Praça Maria Aragão, no meio da tarde. Foi o Jair Bolsonaro de sempre ao longo de toda a programação: atacou o presidente Lula da Silva e os partidos de esquerda (PT, PSB, PSOL e PCdoB), disse que seu governo foi “muito melhor” que o de Lula da Silva, que Paulo Guedes foi melhor do que Fernando Hadade e que “nem dá para comparar a Janja com a Michele”, num surto audacioso de provocação.

Jair Bolsonaro veio a São Luís apoiar a candidatura do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) a prefeito, já que o braço maranhense do seu partido, o PL, não reza muito na sua cartilha, e decidiu não lançar um candidato à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD) no comando da Capital do Maranhão. A opção pelo deputado Yglésio Moises foi se delineando à medida que o PL fracassou e o parlamentar fez de tudo para provar que se converteu de fato ao bolsonarismo, transformando-se em inimigo Número 1 do prefeito Eduardo Braide, das esquerdas, dos ministros Flávio Dino e Alexandre de Morais (STF), do aborto, da ideologia de gênero, da educação sexual nas escolas, da comunidade LGBTQI+, faltando agora se converter à corrente evangélica da sua partner parlamentar, a deputada Mical Damasceno (PSD). Para ele, o prefeito Eduardo Braide (PSD) agora é de esquerda, e por aí vai…

O fato é que Yglésio Moises viu em Jair Bolsonaro o seu norte político e ideológico, lapidando-se para se parecer um militante autêntico da direita, para ganhar a sua confiança. E Jair Bolsonaro, que sempre foi impiedosamente surrado nas urnas de São Luís e não tem nem simpatia de muitos militantes do seu próprio partido, o PL -, que está alinhado com o socialista Duarte Jr. (PSB), parece ter acreditado que o seu agora fiel escudeiro ludovicense tem alguma chance de chegar ao Palácio de la Ravardière e transformar o coração da Ilha Rebelde num bolsão bolsonarista. A julgar pelo que as pesquisas têm mostrado, houve algum ruído no que um disse ao outro e vice-versa.

Chamou a atenção o fato de que os seguidores que participaram das concentrações – a maioria evangélicos convocados por pastores – gritavam, num corinho ensaiado, o nome do ex-presidente, mas pareciam esquecer, aqui e ali, que ele estava lá para dar força a um aliado candidato a prefeito, uma vez que quase não pronunciavam seu nome. Essa lacuna era preenchida convenientemente por um locutor instalado num trio elétrico, que vez por outra emendava um “Yglésio” após os gritos da assistência exaltando o visitante.

Os dois, vale ressaltar, permaneceram juntos, trocando figurinhas, às vezes passando a impressão de intimidade. Mas ficou claro também que o ex-presidente mostrou simpatia, mas não entusiasmo, pelo projeto de candidatura. “Se eu votasse aqui, eu votaria nele”, disse Jair Bolsonaro fechando o discurso na Maria Aragão.

Mas não há dúvida de que o grande ato convocado por igrejas evangélicas – com chamadas apelativas e pagas em horário nobre da TV – favoreceu a candidatura do deputado Yglésio Moises, que por conta da inexpressividade do seu partido, não tem tempo no rádio nem na TV. Mas não dá para saber se o benefício é só político ou terá desdobramento eleitoral numa eleição com desfecho está mais ou menos desenhado. O movimento de ontem pode ter injetado algum ânimo na candidatura do deputado, mas isso não se materializará eleitoralmente se o candidato não tiver o suporte de uma base partidária.

O fato é que Yglésio Moises tanto se mexeu que conseguiu o que queria: trazer o ex-presidente Jair Bolsonaro a São Luís para manifestar apoio à sua candidatura à Prefeitura, com direito a carreata e comício e alguns elogios. Isso vai mudar o curso da sua candidatura, tirá-lo do patamar dos 3%? As próximas pesquisas poderão responder.

PONTO & CONTRAPONTO

Agressão de Léo Costa a Iracema Vale provoca reações críticas

Léo Costa foi desrespeitoso com Iracema Vale

Chocante, sob todos os aspectos, a agressão verbal feita pelo ex-prefeito e de novo candidato a prefeito de Barreirinhas, Léo Costa (Podemos), à deputada Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, mãe do também candidato a prefeito daquele município, Vinícius Vale (MDB). Falando para seguidores, o ex-prefeito comparou-a a “uma galinha”, fazendo trejeitos grosseiros, numa atitude tipicamente misógina.

Obviamente explicada pela sua inconformação por conta dos números das pesquisas que o apontam em segundo lugar na corrida à Prefeitura, tendo o jovem Vinícius Vale na liderança, que parece consolidada, a atitude do ex-prefeito de Barreirinhas foi duramente criticada pela própria classe política, principalmente pelo seu caráter misógino. Afinal, o jogo ali é político, partidário e eleitoral, não cabendo o viés pessoal.

Além disso, Léo Costa é sociólogo, o que lhe obriga a ter comportamento e discurso civilizados. Mais ainda pelo fato de que já foi duas vezes prefeito de barreirinhas e sabe a dimensão que a cidade ganhou, principalmente agora, quando se transformou no portal de entrada dos Lençóis Maranhenses, o mais noivo Patrimônio Natural da Humanidade, exigindo governantes preparados.

O que está acontecendo em Barrerinhas é uma visita eleitoral, que comporta até confrontos verbais duros, debates fortes, mas sempre no limite da ética e da civilidade.

A reação à agressão verbal do ex-prefeito Léo Costa à deputada Iracema Vale foi repudiada por duas deputadas: Daniella (PSB), atual procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa, e Abigail (PL), secretária estadual da Mulher. Ambas divulgaram nota repudiando a atitude

A primeira escreveu:  “Mulher, mãe de família, cidadã trabalhadora, Iracema é uma legítima representante do povo maranhense com uma atuação extremamente significativa na luta em defesa dos direitos das mulheres. A cidade de Barreirinhas não merece um gestor machista e, tenho certeza, dará resposta a esse ato covarde nas urnas!”

A segunda completou: “A violência política de gênero é algo que para muitos é mimimi, mas isto afeta profundamente a pessoa atingida. Este momento que era para ser democrático, com a livre escolha dos nossos representantes políticos, vivenciamos por parte de machistas estas condutas, que em nada contribuem para o processo. Minha indignação presidente Iracema Vale, exigimos no mínimo: respeito”.

A presidente da Assembleia Legislativa não se manifestou.

Pesquisa aponta virada tensiona a reta final da corrida em Balsas

Pesquisa diz que Alan da Marissol tomou
a dianteira de Celso Henrique em Balsas

Uma pesquisa feita pelo instituto AR7 Pesquisas Inteligentes – que alguns contestam -, a disputa pela Prefeitura de Balsas pode estar caminhando para um resultado que pode minar seriamente o poder de fogo político do prefeito Eric Silva (PDT). Ali, o candidato dele, Celso Henrique (PP), apoiado ostensivamente pelo ministro do Esporte, André Fufuca, e pela deputada estadual Viviane Silva (PODT), perdeu a liderança, que agora, segundo o levantamento, está com Alan da Marissol (PRD), apoiado pelo deputado federal Marreca Filho, que comanda o partido no estado, e pelas forças tradicionais do município, que tem à frente a deputada Andreia Rezende (PSB).

Os números são os seguintes: Alan da Marissol tem 52,3% das intenções de voto, seguido de Celso Henrique com 39,2% e Fernando Cunha (Novo) com 1,2%. Nenhum, nulo e branco somaram 1,7%, enquanto 5,6% não souberam ou não quiseram responder. Ou seja, se forem confirmados, será uma vitória maiúscula das forças tradicionais e uma derrota pesada e inesperada do prefeito Eric Silva, que atinge também o ministro André Fufuca, o senador Weverton Rocha (PDT) e a deputada pedetista Viviane Silva.

A disputa em Balsas ganha importância à medida que o município, hoje com 108 mil habitantes e uma economia que cresce a passos largos pela força do agronegócio e pela a atração de indústrias. O prefeito Éric Silva é apontado como bom gestor, mas pode perder o processo de continuidade se Alan da Marissol for eleito.   

Em Tempo: Encomendada pelo Jornal Pequeno, a pesquisa foi realizada no período de 13 a 15 de setembro, tem margem de erro de 3,98%, intervalo de confiança de 95% e está registrada sob o protocolo MA-02966/2024.

São Luís, 24 de Setembro de 2024.

Disputa em São Luís entra em semana decisiva e cenário pode ser mexido por novas pesquisas

Eduardo Braide mantém ritmo, Duarte Jr. pode
incrementar campanha; Jair Bolsonaro será
usado por Yglésio Moises e Guilherme
Boulos pede votos para Franklin Douglas

A 13 dias das eleições, na chamada “reta de chegada” da campanha, a disputa pela Prefeitura de São Luís pode ganhar uma nova dinâmica, à medida que os candidatos vão tirando dos seus coletes todos os recursos possíveis para criar situações que lhes favoreçam nas urnas. O prefeito Eduardo Braide (PSD) deve manter sua linha de não entrar em confronto, apostando na reeleição em turno único. Já o deputado federal Duarte Jr. (PSB), segundo na corrida, deve incrementar sua campanha com o objetivo de levar o desfecho para o segundo turno, alimentando assim a possibilidade, ainda que remota, segundo as pesquisas, de reverter o cenário. Nesse ambiente, o deputado Yglésio Moises (PRTB) joga sua última cartada: a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje, a São Luís. Os demais parecem nada ter para tirar do colete e tentar mexer com o cenário da disputa.

O prefeito Eduardo Braide não tem muito o que fazer nos dias que restam de campanha. Líder disparado nas pesquisas e apontado com potencial para se reeleger em um só turno. Ele decidiu não participar de debates por acreditar que só teria a perder, à medida a que teria de se defender de sete candidatos – mas deve participar do debate da TV Mirante na antevéspera da eleição. A ausência no embate no Portal imirante.com o livrou de muitas provocações e pancadas verbais. Não se sabe se se o prefeito de São Luís tem algum trunfo para se blindar até o encerramento da campanha. O que é sabido, por ser visível, é que o seu projeto de reeleição é viável.

Duarte Jr., número 2 da polarização na Capital também já esgotou o que havia de mais forte no seu arsenal de trunfos, como o apoio explícito do presidente Lula da Silva (PT). E nas próximas horas, deve concentrar atenção nos movimentos de Yglésio Moises (PRTB), que será o cicerone de Jair Bolsonaro hoje em São Luís, confirmada por igrejas evangélicas ligadas à Assembleia de Deus.

Nesse contexto, a novidade foi a entrada na campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), que gravou um vídeo manifestando apoio ao candidato do PSOL ludovicense Franklin Douglas (PSOL) e pedindo voto favorável à adoção do passe livre para estudante em São Luís, que é uma campanha nacional do seu partido. Guilherme Boulos, como se sabe, briga em São Paulo contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal, o controvertido colega de partido de Yglésio Moises, que se proclama “o único candidato da direita”, insinuando que Eduardo Braide e Wellington do Curso são de esquerda.

Mesmo com atuação destacada, Flávia Alves (Solidariedade) dificilmente mudará radicalmente o ritmo da sua campanha, assim como Fábio Câmara (PDT), que continuará apostando no seu “plano de Governo”, e Saulo Arcangeli (PSTU), que no máximo tornará mais duro o seu discurso de esquerda radical. Até porque os três sabem que, salvo por um milagre político, dificilmente irão mais longe.

Em meio a tudo isso, a campanha eleitoral para a Prefeitura da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade pode ganhar uma dinâmica mais intensa se os números das próximas pesquisas surpreenderem.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão emite sinais mais fortes de que pode mesmo ficar no cargo até o fim do mandato

Carlos Brandão falando em comício
em Colinas na noite de sábado

O governador Carlos Brandão (PSB) continua emitindo sinais de que pode permanecer no Governo até o final do seu mandato e lançar um candidato da sua extrema confiança à sua sucessão. Duas declarações recentes indicaram a possibilidade de dar forma definitiva a esse roteiro, uma em Caxias e uma em Colinas, a principal base da família Brandão.

Em Caxias, há pouco mais de uma semana, ao se manifestar em relação a uma obra de asfaltamento cujo início foi ver de perto, o governador Carlos Brandão causou frisson da classe política ao declarar, com a ênfase típica dos recados: “Esse programa de asfaltamento vai continuar até o último dia do meu Governo”.

Sábado, em Colinas, ao discursar em comício do candidato a prefeito apoiado por ele e seus familiares, contra o irmão do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que é vice-prefeito e candidato a prefeito, o governador Carlos Brandão se referiu ao seu sobrinho, Orleans Brandão (MDB), como “a grande revelação política do Maranhão”.

E acrescentou: “Em todo lugar que eu vou o pessoal pergunta: ‘Brandão, você tá treinando este menino desde quantos anos?` Ele está dando um show em todo lugar que vai’”.

Em tempo:  Orleans Brandão é o atual secretário de Assuntos Municipalistas, o que o mantém em contato direto com prefeitos e vereadores em, todo Maranhão. É filho do atual presidente do MDB, Marcus Brandão. Nas rodas políticas ele é apontado como virtual candidato do governador ao Palácio dos Leões em 2026.

Biné Figueiredo dispara chumbo grosso contra Chiquinho da FC em Codó

Chiquinho da FC e Biné Figueiredo:
primeiro cortesia e depois, pancadaria

É de expectativa o desfecho da corrida eleitoral em Codó, onde o confronto se dá entre o prefeito Zé Francisco (PSDB) tenta a reeleição enfrentando o candidato PT, Chiquinho da FC.  No meio dos dois o ex-prefeito Biné Figueiredo, que era candidato mas deixou o páreo, mas decidiu incendiar o confronto atacando duramente Chiquinho da FC.

No final da semana, já fora da disputa, Biné Figueiredo, que já foi prefeito, apoiado pelo atual, disparou contra Chiquinho da FC, dizendo que ele não tem condições de ser candidato a prefeito de Codó.

Primeiro porque ele é um grande empresário, disse Biné Figueiredo, e isso não lhe dará condições de ser um bom prefeito.

Em seguida, fez o mais duro ataque ao novo filiado ao PT, que nada tem de afinidade ideológica com o partido do presidente Lula da Silva: “Ele cobrava o papel de higiênico usado nas fábricas e depósitos pelos seus funcionários. Até uma manga que o funcionário tire para comer era descontada no salário”. Denúncias como essa pode afastar o eleitorado petista.

Há quem diga que os gestos e declarações de Biné Figueiredo podem alterar o curso da disputa em Codó.

São Luís, 23 de Setembro de 2024.

Pesquisas apontam tendências de mudança radicais Pinheiro e Rosário

Foto 1: André da Ralpnet, Kaio Hortegal, Batista
Segundo e Geraldo Jr.: disputa dura em Pinheiro;
embaixo: Jonas Mágno, Calvet Filho e Irlahi:
reviravolta em Rosário?

Duas pesquisas publicadas ontem pelo bem informado blog Marrapá sugerem tendências de mudanças surpreendentes em dois importantes municípios: Pinheiro (82 mil habitantes), consagrado como o mais importante centro social, político e econômico da Baixada Ocidental, e Rosário (42 mil habitantes), o maior centro econômico e político da Região do Munim e portal de entrada para a grande região dos Lençóis Maranhenses. Os dois levantamentos mostram a diferença na atuação política de dois prefeitos: Luciano Genésio (PP), que está terminando seu segundo mandato e comanda a campanha do seu candidato, ameaçando desbancar o líder da corrida, e Calvet Filho (Republicanos), um jovem prefeito que está amargando o risco de não conseguir a reeleição, que muitos acreditavam certa.

Em Pinheiro, a corrida à Prefeitura foi medida mais recentemente pelo instituto Intelligent Serviços, e os resultados apurados foram os seguintes: André da Ralpnet (Podemos) lidera com 23,47%, seguido de Kaio Hortegal (PP) com 18,89%, Batista Segundo (PL) com 16,51%, Geraldo Jr. (UB) com 15,44%, Coronel Senilson (Republicanos) com 4,75%, Josias do Açaí (DC) com 2,13%, Filho do Coqueiro (Avante) com 1.80% e Professor Dimas (Rede) com 1,47%. Um contingente de 15,38% não soube ou não quis responder e apernas 0,16% disseram que votarão nulo ou em branco.  

O que chama a atenção no caso de Pinheiro é a crescente modificação nos percentuais dos quatro primeiros colocados. André da Ralpnet, de oposição, que já liderou com mais de 20 pontos percentuais sobre o segundo colocado, está agora ameaçado por Kaio Hortegal, último nome a entrar na disputa e que tem o apoio do prefeito Luciano Genésio, que muitos julgavam liquidado e que agora ameaça virar o jogo e passar o cargo a um aliado seu. Outro dado importante: levando em conta a margem de erro da pesquisa, (4 pontos percentuais, para mais ou para menos), o segundo, o terceiro e o quarto colocados estão tecnicamente empatados, além do fato de o segundo estar muito próximo do líder.

Em resumo: a julgar por esses números e levando em conta o tempo de campanha que ainda resta, a conclusão mais honesta é a de que o desfecho da disputa em Pinheiro é agora rigorosamente imprevisível.

Em Rosário, a situação é diferente, uma vez que, segundo pesquisa do instituto INOP Previsão, divulgada ontem, os números produziram uma situação surpreendente: o prefeito Calvet Filho (Republicanos), que busca a reeleição, não lidera a corrida. Trata-se de situação absolutamente anormal no contexto dos prefeitos que tentam renovar seus mandatos.

Pelos números apresentados pelo INOP, quem lidera em Rosário é Jonas Magno (PDT) com 47,79% das intenções de voto, seguido do prefeito Calvet Filho com 40%, tendo em terceiro lugar a ex-prefeita Irlahi, que migrou do MDB, no qual fez toda sua carreira, para o PT, e em quarto Edvaldo Bazolão (Mobiliza), que não pontuou. Além disso, 0,98% declararam não votar em nenhum dos candidatos, e 3,92% não souberam ou não quiseram opinar.

Não há como ignorar o fato de um prefeito da novíssima geração de políticos maranhenses tentar a reeleição e esteja na segunda colocação, correndo todos os riscos de amargar uma derrota, que poderá interromper e até mesma colocar ponto final da sua carreira. O dado mais contundente é a diferença de sete pontos percentuais do líder para o vice-líder, que é de sete pontos percentuais, uma vantagem difícil de ser revertida.

Resumo da opereta: o prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio, que muitos julgavam liquidado por conta dos atropelos na sua gestão, vê seu candidato ameaçar o líder, podendo virar o jogo, enquanto o prefeito de Rosário, Calvet Filho, que deveria estar surfando na sua juventude, corre o risco de ser mandado para casa.   

Em Tempo I: A pesquisa Intelligent Serviço ouviu 600 em Pinheiro nos dias 15 e 16 de setembro, tem margem de erro de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, o nível de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-08488/2024.

Em Tempo II: A pesquisa INOP ouviu 408 eleitores rosariense entre os dias 6 e 8 de setembro, tem margem de erro de 3,72%, para mais ou para menos, nível de confiança de 90% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-03776/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão lança nova versão do Maranhão Juros Zero

Carlos Brandão entre Antônio Pereira, Sebastião madeira, senador Camacho,
Júnior Marreca e líderes empresariais, exibe a Medida Provisória que
trouxe de volta o Maranhão Juros Zero

O governador Carlos Brandão (PSB) marcou ontem gol de placa com o lançamento de nova versão Maranhão Juros Zero, durante a Fecoimpe, em Imperatriz. Pelo novo modelo do programa, o Governo do Estado vai cobrir os juros para empréstimos de até R$ 10 mil, oferecendo mais oportunidades para quem movimenta a economia e gera emprego e renda no Maranhão. O alvo preferencial do Maranhão Juros Zero são os pequenos empreendedores, especialmente as mulheres que militam na economia.  

Durante o ato de assinatura da Medida Provisória que trouxe de volta o Maranhão Juros Zero, o governador Carlos Brandão explicou que o programa contempla preferencialmente os pequenos e microempresários, o que representa um benefício para cerca de 90% das empresas que atuam no território maranhense.

Coordenado pela Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, comandada pelo ex-deputado federal Júnior Marreca, o Maranhão Juros Zero será uma espécie de subsídio que cobrirá os juros dos empréstimos concedidos aos beneficiários por meio de instituições financeiras, que para participarem do programa, terão de firmar termo de Cooperação com o Governo do Estado.

A nova versão do Programa Maranhão Juros Zero foi lançada durante a Fecoimp, uma das maiores e mais movimentadas feiras agropecuárias da região.

Resultado das urnas na eleição da Câmara de São Luís pode surpreender

Paulo Victor

Contas feitas em gabinetes de campanha têm levado à conclusão de que a renovação das Câmara Municipal de São Luís, um dos parlamentos mais antigos do Brasil, pode alcançar 50%. Vereadores experientes que buscam a reeleição estão trabalhando com um resultado que pode chegar de 14 a 16 novos colegas.

Por essas contas, o partido mais forte serás o PSB, liderado pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor, que pode sair das urnas com uma bancada de quatro a seis vereadores.

Fora o PSB, dificilmente outro partido elegerá mais de dois vereadores. E com outro detalhe: os coletivos podem eleger entre dois e três vereadores, incluindo o “Nós”, do PT, que pelas contas de quem conhece a corrida eleitoral de São Luís, será reeleito.

Mas os mesmos avaliadores alertam para o fato de que essa será uma eleição diferenciada e cujo resultado é imprevisível.

São Luís, 21 de Setembro de 2024.

Debate: Braide faltou, mas Duarte Jr. foi bem, Flávia Alves surpreendeu e Yglésio foi a voz destoante

Duarte Jr. foi bem, Flávia Alves surpreendeu, Fábio Câmara, Franklin Douglas,
Wellington do Curso e Saulo Arcangeli deram seus recados, mas Yglésio Moises destoou

Tudo bem que a ausência estratégica do prefeito Eduard Braide (PSD), líder absoluto da corrida, segundo todas as pesquisas, reduziu a importância do evento no mínimo à metade, mas o debate de ontem entre sete dos oito candidatos à Prefeitura de São Luís, realizado pelo portal imirante.com não foi uma perda total de tempo. O desempenho eficiente e equilibrado do deputado federal Duarte Jr. (PSB), a surpreendente desenvoltura da suplente de deputado federal Flávia Alves (Solidariedade) e o esforço bem dosado do ex-vereador Fábio Câmara (PDT), assim como a campanha do professor e jornalista Franklin Douglas (PSOL) pelo voto no passe livre para estudante justificaram a iniciativa. Fora isso, o discurso repetitivo do deputado Wellington do Curso (Novo) e o sindicalismo ostensivo do professor Saulo Arcangeli (PSOL) não foram convincentes, mas também não os desmereceram. Mas nada se comparou à inacreditável participação do deputado Yglésio Moises (PRTB), que incorporado ao bolsonarismo, tentou adotar, sem sucesso, a versão ludovicense do coach paulistano Pablo Marçal, que também é do PRTB.

Ao longo de quase três horas, São Luís foi abordada na superfície, uma vez que nenhum dos candidatos se manifestou sobre a dimensão de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, tendo o debate sido reduzido a abordagens nada profundas sobre problemas sociais, econômicos e culturais.

O socialista Duarte Jr. deu o recado dele, com respostas precisas e esclarecedoras relativas a todos os assuntos que lhe foram propostos – educação, saúde, turismo, transporte, segurança e cultura. Deixou no ar a impressão de que tem, de fato, um plano de Governo consistente, que, se eleito, poderá colocar em prática em parcerias com os governos estadual e federal. Foi contundente nas críticas ao prefeito Eduardo Braide, mas em nenhum momento descambou para a o denuncismo barato e a ofensa pessoal. Ao mesmo tempo, Duarte Jr. não caiu na armadilha das provocações, não rebatendo ataques a ele dirigidos. Saiu como entrou, com a posição de segundo colocado justificada.

Única mulher entre os candidatos, Flávia Alves foi a surpresa da noite. Com um discurso equilibrado, mas firme, ela demonstrou conhecimento – pelo menos nos aspectos técnicos – em relação a todos os assuntos que abordou. Chamaram a atenção suas manifestações nas áreas de saneamento básico, saúde, educação, segurança e políticas relacionadas à mulher. Quem só a conhecia dos curtos filmetes na TV e de falas também reduzidas no Rádio certamente se surpreendeu com a sua postura e com os conhecimentos que mostrou sobre a realidade social, econômica e administrativa de São Luís.

Se esforçando para ser simpático, sem qualquer interesse em confrontos, Fábio Câmara deu o seu recado com clareza quando falou dos problemas da cidade, levando o seu discurso para o viés social, assumindo a condição de porta-voz da periferia, dos excluídos, dos “invisíveis”, como ele próprio definiu.

Franklin Douglas cumpriu seu objetivo ao fazer uma veemente defesa do voto a favor da gratuidade do transporte coletivo para estudantes, que será indagado em plebiscito nessa eleição. Defendeu que a Prefeitura tem condições de bancar a medida, lembrando que São Luís é uma cidade rica. Ao mesmo tempo, foi voz contundente na crítica ao prefeito Eduardo Braide, se posicionou como oponente duro e incômodo do candidato Yglésio Moises, a quem chamou várias vezes de “direita fake” e “biruta de aeroporto”.

O deputado Wellington do Curso fez o que sempre fez: falou muito e repetiu o discurso inúmeras vezes. Quando o assunto foi educação, respondeu que vai construir e reformar escolas, e fazer concurso para professor, invocando aí a sua condição de empresário na área de educação. E assim foi em relação a todos os temas que abordou, definindo-se como “oposição ao prefeito, ao governador e ao presidente da República”. E Saulo Arcangeli repetiu os mantras da esquerda radical, entre eles o estatismo: defendeu a criação, pela Prefeitura, de uma companhia municipal de transporte coletivo, inclusive desapropriando os ônibus das empresas que prestam serviço à cidade.

Mas nada se comparou à participação do deputado Yglésio Moises no debate. Foi arrogante, enaltecendo os seus dotes de memória; foi desconexo, à medida que não apresentou uma proposta concreta, a não ser rasgos de “isso se resolve assim”; foi provocador, desrespeitando as regras do debate e tentando atrapalhar o candidato que estava com a palavra; e foi agressivo ao chamar o prefeito Eduardo Braide de “carcamano safado”. Ou seja, deixou no ar a impressão de foi que ao debate decidido a apresentar uma versão local do colega de partido dele em São Paulo, Pablo Marçal, que hoje amarga quase 50% de rejeição. No contraponto, foi chamado por Franklin Douglas de “biruta de aeroporto”, por sua inconstância partidária, e de “palhaço de debate”, pelos trejeitos com que tentou desequilibrar os oponentes. Quem conheceu Yglésio Moises em outros tempos foi difícil acreditar no que viu ontem.

No mais, o debate do portal imirante.com, bem conduzido pela jornalista Carla Lima, serviu para dar uma ideia de quem são e o que pensam sete dos oitos candidatos à Prefeitura de São Luís.

PONTO & CONTRAPONTO

Alcântara: Lula cria território quilombola e garante expansão do CLA; Brandão lança Iema na região

Lula da Silva (centro), Carlos Brandão (esquerda) na entrega de títulos
de propriedade a líderes quilombolas

Um território de 78,1 mil hectares para garantir a permanência das 3.350 famílias quilombolas, cujos antepassados se instalaram há mais de um século, e 9,5 mil hectares para o programa de expansão do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Foi esse o histórico acordo validado ontem em Alcântara pelo presidente Lula da Silva (PT) e as lideranças quilombolas da região e com o aval político e institucional do Governo do Maranhão. De quebra, o governador Carlos Brandão (PSB) assinou, ali mesmo, ordem de serviço para a construção de uma Unidade Plena do Instituto Estadual de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão – o Iema Pleno Quilombola de Alcântara.

O grande acordo entre a União, representada pelo Ministério da Defesa, e as comunidades quilombolas ganha forte dimensão histórica, uma vez que, além de resolver uma pendência de mais de 40 anos, dá solução definitiva a dois problemas de extrema importância. O primeiro: liquida de vez a pendência em relação ao espaço das mais de três mil famílias no município, com a criação do Território Quilombola de Alcântara. O segundo: assegura espaço suficiente para a expansão do CLA, que já começava a ficar inadequado para a evolução prevista para os próximos anos com o avanço da nova e definitiva corrida espacial.

O presidente Lula da Silva tinha assumido o compromisso de solucionar o problema durante a campanha. E agora se sabe que ele colocou a solução do problema territorial de Alcântara na sua lista de prioridades, exatamente pela visão social do seu Governo e pela posição de Alcântara no mapa dos pontos da terra apropriados para o lançamento de foguetes. Nesse período, embora o Estado não tenha envolvimento direto na pendência territorial, por se tratar de terras da União, o governador Carlos Brandão participou das negociações que resultaram no acordo.

A implantação do Iema Pleno Quilombola se destina a abrir caminho para que os jovens das comunidades quilombolas de Alcântara tenham acesso a uma formação técnica, numa relação direta com a natureza do Centro de Lançamento.

Empolgado com o acordo e em contato direto com quilombolas que o aplaudiam, o presidente Lula da Silva declarou: “A história de Alcântara mudou e a história do povo de Alcântara vai mudar. Agora que nós conseguimos regularizar as centenas de comunidades, temos a obrigação de dar sequência à titularização assinada hoje”.

Na mesma toada, o governador Carlos Brandão se manifestou: “O lançamento de foguetes é um projeto importante para desenvolvimento do nosso país e do mundo, mas aqui não podemos apenas ver foguetes subindo e a comunidade sem participar desse projeto”. E acrescentou: “É motivo de muita alegria saber que o Brasil e o mundo estão voltados para Alcântara”.

Dino defende uso de créditos extraordinários contra incêndios comparando situação a uma guerra

Flávio Dino compara as queimadas
no Brasil a uma situação de guerra

Depois de ter sido atacado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o mais ativo porta-voz da direita liberal e do chamado “mercado”, pelo fato de haver determinado que o Governo Federal usasse recursos extraordinários necessários, sem considerar o teto fiscal, na luta contra os incêndios que devastam biomas em todas as regiões do país, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, disse ontem que o combate aos incêndios deve ser comparado a uma guerra. Durante uma audiência de conciliação entre governadores e representantes das regiões da Amazônia e do Pantanal, mais afetadas pelos incêndios, o ministro assinalou que se os fluxos de destruição ambiental não forem revertidos, os dois biomas, bem como a população e o país “estarão ameaçados”. E acrescentou: “Estamos cuidando da fauna, flora, da vida e da economia brasileira”.

O ministro Flavio Dino defendeu sua decisão de determinar o uso de créditos extraordinários para combater os incêndios sem submeter esses créditos ao teto fiscal. E afirmou que nunca viu “na história dos povos alguém parar guerra por causa de teto fiscal”. O ministro comparou a situação a um cenário de invasão de guerra com a tomada de cidades por fumaças causadas pelos incêndios.

— Fiquei espantado porque parece, nos últimos dias, que eu que inventei o crédito extraordinário. Quem inventou foi a Constituição. Há uma outra falácia sobre o alcance de metas fiscais em razão do crédito extraordinário. Convido a uma reflexão coletiva, porque quando nós analisamos a Constituição, estamos versando sobre crédito extraordinário visando atender guerras, comoção interna e calamidade pública. Eu nunca vi na história dos povos alguém parar uma guerra por teto fiscal. Ninguém conhece. E quando se trata de evitar a invasão das nossas cidades por fumaça, que pessoas morram, que a fauna e flora pereçam há essa ideia de que teto extraordinário são jungidos. (Com informações de O Globo)

São Luís, 20 de Setembro de 2024.