Arquivos mensais: janeiro 2022

Brandão X Weverton: aliança governista decide nesta segunda quem será o candidato aos Leões

 

Carlos Brandão e Weverton Rocha: um deles sairá da reunião desta 2ª feira como candidato da aliança governista aos Leões

Esta segunda-feira (31) reúne todas as condições para ser um marco decisivo e histórico na política maranhense. É a data fixada para que os líderes da base partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) batam martelo decidindo quem será o candidato do grupo ao Palácio dos Leões. No jogo estão o vice-governador Carlos Brandão (PSDB, mas em vias de migrar para o PSB), que será governador a partir de abril e concorrerá à reeleição, e o senador Weverton Rocha (PDT), que afirma não haver colocado nem freio nem mecanismo de retorno no foguete da sua pré-candidatura. Por mais que as posições pareçam inflexíveis, o que produz um clima de forte expectativa, com uma pitada de tensão, há em curso, estimulados pelo governador Flávio Dino, que mantém enfático o discurso da unidade, movimentos e conversas que podem levar a um grande acordo. A Coluna fez algumas sondagens, tendo as fontes “segurado o ouro”, mas passando claramente a impressão de um otimismo cauteloso. O que ficou claro é que cartas bem objetivas serão colocadas sobre a mesa, e poderão produzir o grande acordo aspirado. Ou uma ruptura, que não está entre os resultados possíveis dessa operação.

O cenário da reunião abriga a lógica política e o arrojo político. A lógica favorece o vice-governador Carlos Brandão, um político tarimbado que na condição de governador, a partir de abril, será naturalmente candidato à reeleição. O arrojo é expressado pelo senador Weverton Rocha, um político jovem e impetuoso, que está disposto a interromper o mandato senatorial. O acordo possível é que um deles abra mão da pré-candidatura e declare apoio ao outro, com direito a indicar o candidato a vice e firmar compromissos para as eleições de 2026. A não aceitação de um entendimento que garanta a unidade do grupo e abra caminho para acertos futuros, certamente criará as condições para uma ruptura, com um confronto entre dois candidatos dentro da base governista. Nesse caso, mesmo que um deles vença a eleição, governará sem uma base política sólida, podendo enfrentar enormes problemas de governabilidade.

Nos últimos dias, correram vários rumores sobre intensos movimentos nas entranhas partidárias, fazendo com que essa seara esteja sendo sacudida por uma ciranda dos partidos. É provável que na reunião desta segunda-feira o suporte partidário tanto de Carlos Brandão quanto de Weverton Rocha esteja alterado em relação à reunião do dia 29 de novembro, quando houve a primeira tentativa de definição do candidato governista. Diferentes sinais indicam que Carlos Brandão vai para a reunião partidariamente fortalecido. Weverton Rocha, por seu turno, parece manter guardadas cartas partidárias importantes no bolso do colete. Tanto um quanto o outro sabem que, mais do que uma pesquisa mostrando alguma vantagem nos percentuais de intensão de voto, a base partidária é um trunfo fundamental e decisivo para a definição do candidato. Afinal, candidatura majoritária é um projeto de grupo.

O fato concreto é que, mesmo com esses fatores, os quais, juntados com boa vontade, podem produzir um grande acordo, não há como antever o desfecho da reunião desta segunda-feira, que será realizada sob o signo da imprevisibilidade. Pelas condições que o embalam, Carlos Brandão está convencido de que é o nome da vez na aliança governista. E pelos fatores que o estimulam, Weverton Rocha exibe confiança de que sua vez é agora. Nos bastidores, corre que o governador Flávio Dino, mesmo reafirmando aos partidos o seu apoio ao projeto do vice-governador Carlos Brandão, mas sem transformar Weverton Rocha em adversário, mantém abertas todas as portas para a negociação e o entendimento.

Em resumo: a reunião desta segunda-feira pode produzir tanto o grande e aspirado acordo, que satisfaça os dois grupos em disputa e mantenha forte a aliança partidária situacionista, quanto materializar o fantasma da divisão, que será o pior dos cenários para um movimento vitorioso em 2014 e 2018, e com todas as armas políticas ao seu alcance para vencer também em 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Simplício Araújo mantém pré-candidatura a governador de olho na Câmara Federal

Simplício Araújo: em vez dos Leões, uma cadeira na Câmara Federal

A reunião dos líderes da base governista marcada para amanhã para resolver quem será o candidato a governador contará com mais um aspirante ao Palácio dos Leões: Simplício Araújo (Solidariedade), atual secretário de Indústria, Comércio e Turismo. Hoje suplente de deputado federal, ele está determinado a levar em frente o seu projeto de candidatura ao Governo, acreditando que poderá vir a ser o escolhido para liderar as forças situacionistas como candidato à sucessão do governador Flávio Dino.

Simplício Araújo faz uma pré-campanha solitária, com um discurso forte baseado no desenvolvimento econômico, mas sem suporte político suficiente para transformar o seu projeto em movimento. Ele tem dito e repetido que não abre mão da pré-candidatura a governador, mas está claro que, como seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões não tem consistência alguma, a sua caminhada tem outro objetivo: chegar à Câmara Federal. Será a terceira tentativa em busca de um mandato titular, uma vez que as duas eleições passadas ele ficou como suplente, não alcançando o mandato por pouco.

Na avaliação de aliados dele, o chefe do Solidariedade no Maranhão tem agora chance mais consistente de sair das urnas como um mandato efetivo.

 

Roberto Rocha definirá partido e candidatura em fevereiro

Roberto Rocha: decidirá seu futuro político em fevereiro

O senador Roberto Rocha inicia uma contagem regressiva para resolver sua situação partidária e decidir a que será candidato nas eleições de outubro. Em resposta a uma indagação da Coluna sobre quando pretende solucionar essas pendências, o parlamentar respondeu lacônica e objetivamente: “Somente em fevereiro”.

Ainda filiado ao PSDB, mesmo não mais mantendo relações com o ninho dos tucanos, Roberto Rocha deve se filiar a um partido política e ideologicamente com o presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado de primeira linha. Em princípio seu caminho natural pareceu ser o PL, ao qual o presidente se filiou, mas o projeto de filiação não prosperou por conta de um não entendimento com o chefe do partido no Maranhão, deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Outras opções são o PTB, o Agir36, o União Brasil e o PSD, mão há sinal de manifestação em relação a nenhum deles.

O senador Roberto Rocha tem condições de resolver sua condição partidária. Mas tudo indica que ele só conseguirá bater martelo fazendo o caminho inverso e resolvendo se será candidato a governador, a senador ou a deputado federal.

São Luís, 30 de Jane4iro de 2022.

Quadro de aspirantes ao Governo aumenta, e poderá inflar ainda mais depois do dia 31

 

Palácio dos Leões é cobiçado por Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho, Roseana Sarney, Andrea Murad  e Roberto Rocha

À medida que o espaço temporal em relação às eleições vai sendo reduzido, obrigando os grupos partidários e suas lideranças a definirem candidaturas majoritárias e proporcionais, no Maranhão começam a proliferar pré-candidaturas ao Governo do Estado. Além dos pré-candidatos considerados “para valer”, como o vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), o senador Weverton Rocha (PDT), o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo (Solidariedade), o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), o prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Agir36), o quadro de postulantes tem de volta a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e, surpresa das surpresas, a ex-deputada estadual Andrea Murad (PSDB). Além desses, o senador Roberto Rocha (sem partido), é apontado como pré-candidato ainda não assumido, mas que aguarda apenas o momento adequado para resolver sua situação partidária e anunciar seu projeto eleitoral, que pode ser chegar ao Palácio dos Leões ou renovar seu mandato senatorial. E num plano mais remoto, mas rigorosamente previsível, partidos da esquerda radical, como PSOL, PSTU, PCB e PCO podem lançar candidatos, como fazem em todos os pleitos.

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim e Simplício Araújo estão no jogo, e devem manter-se como os quatro componentes fixos do quadro de pré-candidatos com gás para chegar às convenções e ser confirmados candidatos por seus partidos ou coligações. Isso porque, a menos que haja um grande acordo nos próximos dias, a tendência é que, com o apoio do governador Flávio Dino (PSB), o vice-governador e o senador manterão suas candidaturas. O mesmo deve acontecer com Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim, que estão em ritmo de pré-campanha, sem que haja algum indício de que arquivarão seus projetos de chegar ao Palácio dos Leões, e com algum potencial de crescimento. E a julgar pela entrevista que concedeu ontem à TV Mirante, Simplício Araújo será candidato de qualquer maneira, tendo afirmado, categoricamente, que manterá sua candidatura “até o fim”, sem esclarecer, o que define como “fim”, e muita gente avalie que seu futuro mesmo é disputar uma cadeira na Câmara Federal, da qual é suplente.

Outro bloco reúne pré-candidatos fortemente afetados pela suspeita de que estão tentando apenas ocupar espaço. É o caso, por exemplo, da ex-governadora Roseana Sarney, que já disse ser e não ser candidata pelo menos uma dezena de vezes, o que coloca seu projeto em risco por absoluta falta de credibilidade causada por ela própria com esse vai-não-vai. Na semana passada, ela era candidata à Câmara Federal, nesta semana, ressuscitou pela quinta vez, em menos de um ano, o projeto de voltar aos Leões. É mais ou menos a situação do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) que, mesmo soltando pistas de que deseja, de fato, disputar um mandato na Assembleia Legislativa, alimenta o discurso de que disputará o Governo do Estado ou, numa hipótese bem mais remota, uma cadeira no Senado.

Mas a pré-candidatura mais inusitada surgiu nas últimas 72 horas, a da ex-deputada estadual Andrea Murad, que juntamente com o deputado Wellington do Curso, negocia o controle do PSDB após a iminente saída do vice-governador Carlos Brandão. Filha do ex-deputado Ricardo Murad, que já passou por quase uma dezena de partidos, foi deputada bem votada em 2014 e sofreu uma reviravolta radical ao não se reeleger em 2018, recebendo pouco mais de 20 mil votos, causando por isso muitas dificuldades para que se entenda o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado. Há quem diga que a movimentação de Andrea Murad é uma estratégia do ex-deputado Ricardo Murad para voltar ao cenário político, já que ele próprio não chamaria muito a atenção.

Não será surpresa se depois do dia 31, quando a base governista poderá ter escolhido seu candidato, outros nomes resolvam sair do anonimato para entrar na corrida ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Líderes do União Brasil terão dificuldade para se posicionar na corrida presidencial

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes: dificuldades na escolha presidencial

Em processo de homologação, a fusão DEM/PSL para a formação do União Brasil acontece em meio a fortes focos internos de crise. O principal deles é que, mesmo sendo membro de proa do Centrão, os partidos estão sendo sacudidos por confronto entres bolsonaristas e não bolsonaristas. Isso poderá levar as correntes internas a pressionar para o lançamento de candidato próprio a presidente ou a apoiar um nome que não seja o presidente Jair Bolsonaro (PL) nem o ex-presidente Lula. No Maranhão, o conflito alcança os deputados federais Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL), que ainda não definiram os seus papeis em atos no Maranhão. Os dois parlamentares apoiam a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), mas a situação deles poderá se complicar dependendo do rumo que o comando nacional do partido escolher na eleição presidencial. Nos bastidores da política nacional é dado como certo que o União Brasil apoiará o projeto de candidatura de Sérgio Moro (Podemos), havendo também a possibilidade de o partido fechar com o PSDB em torno do governador paulista João Doria. Qualquer que seja a posição, os líderes do União Brasil no Maranhão terão dificuldades para não causar constrangimento ao senador Weverton Rocha (PDT), que apoiam para o Governo do Estado.

 

Fala do presidente do TJ sai do padrão e alcança a realidade política e social do País

Lourival Serejo: fala fora dos padrões

Poucas vezes um discurso de presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão na abertura do ano judiciário foi tão politicamente aberto como o do atual presidente, desembargador Lourival Serejo, que, vale anotar, não compareceu à sessão inaugural, realizada quarta-feira (26). Lido pelo desembargador Vicente de Paula, vice-presidente da Corte no exercício da presidência, o pronunciamento fugiu ao padrão, a começar pelo fato de que não conteve o tradicional balanço de realizações da atual gestão. Com igual ênfase, deixou de lado os autoelogios e abordou, ainda que sucintamente, temas que estão na pauta dos brasileiros, como a pandemia do novo coronavírus e o negacionismo obstinado que vem contribuindo para dificultar a luta da ciência e da sociedade consciente contra o flagelo sanitário, fake news, meio ambiente e estado democrático de direito, princípios republicanos e ativismo responsável. Segue a reprodução integral do pronunciamento:

“Senhoras e senhores,

Pela segunda vez, em meu mandato, esta sessão, que deveria ser solene, faz-se por videoconferência, por força dessa pandemia que consumiu grande parte dos meus projetos de gestão. Mas, a despeito desse quadro de apreensão, ainda estamos carregados de esperança e fé em Deus de que logo voltaremos a um ambiente saudável de trabalho.

Não vou fazer um balanço do que já realizei até o momento, pois tudo já é do conhecimento de vossas excelências e vossas senhorias. Vou falar apenas do presente e do futuro, que está sempre se antecipando nesta era da inteligência artificial.

Pela importância do tema, volto-me para analisar o papel do Judiciário na contemporaneidade, a partir da minha experiência como gestor.

Já foi dito e repetido que o século XXI é o século do Poder Judiciário, o que tem se comprovado no Brasil e em outros países. Interpreto esse papel como a oportunidade que estamos tendo de nos afirmarmos como o espaço de garantia dos direitos fundamentais e de defesa da democracia.

Além da sua missão básica de distribuição da Justiça e da paz, é na defesa do estado democrático de direito que se encerra nossa atividade maior.

Não podemos ficar alheios às renovações e aos desafios da pós-pandemia, inclusive em defesa da Agenda 2030, para assegurar um meio ambiente saudável para nossos filhos e netos. Nesse ponto, agradeço a contribuição que o desembargador Jorge Rachid tem prestado para essa causa.

Em nosso estado, estamos integrados em todas as frentes de combate às discriminações em geral e à violência contra a mulher, contra os idosos e contra as crianças e adolescentes. Os desembargadores Cleones Carvalho e José Ribamar Castro têm contribuído de forma efetiva para o alcance desses objetivos. Ainda há pouco, estivemos em Balsas para expandir essa campanha em todo o interior do estado, a exemplo do que já aconteceu em Timon e em Imperatriz.

Todas essas iniciativas e outras abrangentes das diversidades são amostras de um Judiciário inclusivo, preocupado em efetivar os princípios republicanos albergados em nossa Constituição Federal, o que nos reclama uma postura ativista e responsável.

Afigura-me também como papel do Judiciário contemporâneo o combate à desinformação e todo o uso das ferramentas tecnológicas para disseminar o mal, a exemplo dos fake news, que propagam inverdades, geram conflitos e estimulam o ódio.

Não posso deixar de lamentar que, em plena terceira fase da pandemia, que já matou quase 700 mil brasileiros, ainda enfrentamos, inclusive dentro do Judiciário, o fenômeno do negacionismo, alimentado pela obstinação de quem obedece cegamente a ordem de não olhar para cima, enquanto as ameaças se aproximam e se propagam e contaminam e matam. Ainda assim, continuam gritando: Não olhe para cima.

Senhoras e senhores desembargadores,

A administração que me sucederá já terá a seu favor um Plano Plurianual elaborado com todos os detalhes técnicos, o que funcionará como um farol para atingirmos os pontos mais altos de qualidade e eficiência.

A pressa competitiva que domina a arquitetura neoliberal da sociedade presente elevou o desempenho individual à categoria mais aplaudida dos valores. Ocorre que o gestor precisa estar atento para que essa avaliação não leve os servidores ao esgotamento. Daí a necessidade de o humanismo conviver com as metas para equilibrar as condições do trabalho.

Senhores juízes e juízas, servidores e servidoras,

Para finalizar esta fala de abertura do Ano Judiciário de 2022, lembro que qualquer programa de gestão, qualquer atenção no campo dos recursos humanos tem que eleger a integridade como a meta das metas. No mundo contemporâneo não é admissível a qualquer empresa privada e aos poderes públicos negligenciarem a integridade. Ética, integridade, que se agregam na palavra compliance, são os vigores morais da contemporaneidade.

Feliz 2022 para todos nós.  Obrigado.”

São Luís, 28 de Janeiro de 2022.

Weverton vai a Lula, festeja o encontro, mas não diz se houve decisão sobre aliança PT/PDT

 

Lula da Silva e Weverton Rocha: bom clima, mas sem definição sobre aliança PT/PDT

Como que fazendo um contra-ataque à visita do governador Flávio Dino (PSB) ao ex-presidente Lula da Silva e à cúpula do PT, em São Paulo, na semana passada, o senador Weverton Rocha (PDT) se reuniu ontem com o líder petista, também em São Paulo. O governador Flávio Dino foi em busca de uma aliança do PT com o PSB e o PCdoB em torno da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB, mas com um pé no PSB), tendo se mostrado otimista com o resultado da conversa. O senador Weverton Rocha relatou o bom clima do encontro, mas nada adiantou a respeito do objetivo da conversa: convencer o PT do Maranhão a se unir com o PDT em torno da sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões.

– Estive, mais uma vez, hoje com Lula conversando sobre os rumos do Brasil e do Maranhão. Nós, que acreditamos na igualdade de oportunidades e em uma sociedade mais justa, precisamos estar unidos, mais que nunca, para ajudar a reconstruir a economia e garantir comida na mesa de todos. É preciso garantir emprego e renda, educação e saúde para a nossa gente. E trabalho por isso no Maranhão. Vamos em frente nessa luta – escreveu o senador Weverton Rocha nas suas redes sociais. Ele não liberou nenhuma informação a respeito da sua proposta de aliança do PDT com o PT no Maranhão, em torno da sua candidatura.

O argumento mais forte usado pelo líder pedetista é o de que PDT e PT são aliados históricos, o que por si só justificaria a aliança dos dois partidos na base do seu projeto de candidatura. O problema é que, como o PT, que deve formalizar em breve a pré-candidatura de Lula da Silva, o PDT tem candidato a presidente da República, Ciro Gomes, lançado oficialmente na semana passada. A entrada oficial de Ciro Gomes na corrida presidencial, com o apoio da maioria do comando nacional do PDT, praticamente inviabilizou a possibilidade de uma aliança dos dois partidos no Maranhão. Algumas vozes do PDT e também do PT levantaram a possibilidade de o pré-candidato do PDT organizar dois palanques no Maranhão, um para Ciro Gomes e outro para Lula da Silva. Essa fórmula foi descartada por líderes destacados dos dois partidos.

Político arrojado e determinado ser candidato a governador no meio de um mandato senatorial, Weverton Rocha joga todas as suas fichas numa aliança PT/PDT para reforçar o seu projeto de candidatura. O problema é que essa possibilidade parece cada dia mais distante, à medida que a pré-candidatura do presidenciável Ciro Gomes se consolida e torna mais difícil qualquer acordo envolvendo PT e PDT no estado. Ao mesmo tempo, a iminente migração do vice-governador Carlos Brandão para o PSB torna viável a aliança da legenda socialista com o PT, onde amplos setores defendem essa fórmula. Weverton Rocha, porém, mantém firme o discurso de que é possível uma aliança entre os braços maranhenses do PDT e do PT, mesmo tendo os dois partidos candidatos a presidente da República.

O fato é que o senador Weverton Rocha colocou em prática uma jogada ousada e destinada a, se não neutralizar, pelo menos minimizar o impacto da reunião da semana passada do governador Flávio Dino com o ex-presidente Lula da Silva, e também a repercussão da reunião de Carlos Brandão com líderes do PT maranhense. Se conseguiu uma ou as duas coisas, ganhou fôlego para seguir para a reunião agendada para o próximo dia 31, quando os líderes da base governista sentarão para escolher o candidato do grupo à sucessão do governador Flávio Dino.

Nessa reunião, a aliança com o PT pode ser um item decisivo. Todas as evidências indicam que essa vantagem pertence ao vice-governador Carlos Brandão, que tem o apoio declarado do governador Flávio Dino. Mas o caráter imprevisível da política pode fazer com que o senador Weverton Rocha tenha retornado de São Paulo com um trunfo decisivo no bolso do colete.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braide acompanha movimentos de Moro para sair do Podemos

Eduardo Braide e Sérgio Moro

O mais recente movimento do ex-juiz Sérgio Moro para a porta de saída do Podemos colocou o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), em estado de alerta máximo. Se a saída do ex-ministro da Justiça for consumada, como preveem analistas da política nacional, Eduardo Braide, que vinha se preparando para entrar na briga pela candidatura de Sérgio Moro, correndo o risco de ser hostilizado pela esquerda pró-Lula da Silva e pela extrema-direita bolsonarista, voltará a ficar sem a obrigação partidária com candidato presidencial. Nesse caso sua obrigação será exclusivamente ajudar o partido a eleger deputados federais. Pelas informações que circularam nas últimas horas, Sérgio Moro está negociando seu ingresso no União Brasil, representado no Maranhão pelos deputados federais Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL). Mas líderes nacionais dos dois partidos, já medem forças contra o ingresso do ex-ministro.

 

Tucanos sem peso já disputam o comando do PSDB

Andrea Murad e Wellington do Curso: gestões para ficar com o PSDB

Se o vice-governador Carlos Brandão migrar para o PSB e não deixar o PSDB sob controle por meio de um acordo bem amarrado com o comando nacional dos tucanos, o partido poderá ser entregue ao deputado estadual Wellington do Curso, que pertence aos seus quadros, ou cair nas mãos do ex-deputado Ricardo Murad.

Wellington do Curso tem pouco peso político e eleitoral e enxerga no PSDB sob seu comando um reforço fundamental na sua corrida à reeleição para a Assembleia Legislativa. Ricardo Murad, por sua vez, aciona a filha, a ex-deputada estadual Andrea Murad, para pleitear o controle do PSDB no Maranhão, de forma a dar seguimento à sua longa lista de partidos que já estiveram sob seu comando no Maranhão, entre eles o PSB, hoje liderado pelo governador Flávio Dino.

Mesmo migrando para o PSB, como está programado, Carlos Brandão não entregará facilmente o PSDB a um adversário. O comando natural do PSDB é do ex-deputado federal e ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, de longe o tucano mais antigo e mais fiel às bandeiras do ninho e que hoje é o seu secretário geral no Maranhão.

São Luís, 27 de Janeiro de 2022.

Presidente da Fiema diz que Brandão tem apoio “quase unânime” na classe empresarial

 

Edilson Baldez (C) mostra painel da Expo Indústria a Carlos Brandão, a quem declarou apoio em discurso de abertura

Uma declaração do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), Edilson Baldez, feita ontem, no discurso de abertura da Expo Indústria, no Blue Tree Hotel, pode ser decisiva na escolha do candidato da base governista à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Na sua fala, o empresário Edilson Baldez declarou apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e acrescentou revelando que este é o entendimento “quase unânime” da classe empresarial. A declaração foi feita na presença do vice-governador, que participava do evento representando o governador Flávio Dino. No seu discurso, logo em seguida, Carlos Brandão agradeceu a manifestação, reafirmou sua posição favorável à livre iniciativa, o seu relacionamento estreito com o setor produtivo, e garantiu que está preparado para governar e que acredita que terá o apoio da maioria do eleitorado para se reeleger no pleito de outubro.

Não há registro até aqui de uma manifestação de representante da classe empresarial em favor de um pré-candidato a governador, menos ainda feita por um líder do porte do presidente da Fiema. Edilson Baldez é um dos poucos empresários maranhenses com autoridade para falar em nome de vários segmentos empresariais do estado. Ele atua na indústria da construção civil, com anos à frente do influente sindicato da categoria, tem voz no ramo hoteleiro e transita fácil na área comercial. Na presidência da Fiema, uma manifestação sua traduz o pensamento da classe empresarial dentro e fora da seara industrial. E quando ele se manifesta, como se manifestou, de maneira tão direta e enfática, não há dúvida de que não está dando um recado pessoal, mas exprimindo o pensamento da “quase” unanimidade dos responsáveis pela ciranda econômica do Maranhão.

Além da declaração pura e simples de apoio, o presidente da Fiema foi mais longe, ao afirmar, como reforço, que Carlos Brandão, como empreendedor que é, conhece as dificuldades do setor produtivo e certamente saberá encaminhar soluções para os problemas que os segmentos econômicos do Maranhão enfrentam. Empresário experiente e conhecedor do jogo político no âmbito estadual, Edilson Baldez dificilmente se manifestaria sobre o assunto para uma plateia de empresários e convidados, se não estivesse absolutamente embasado em informações consistentes e em respostas a consultas junto ao empresariado a respeito do tema. Logo, quando fez a declaração em discurso no ato de abertura de um evento de grande porte da área empresarial, certamente traduzia a média do pensamento dos empresários, presentes ou não na abertura da Expo Indústria.

A declaração de apoio da voz mais importante e ouvida da classe empresarial maranhense na atualidade foi feita num momento em que está em curso a contagem regressiva para a reunião de líderes partidários que, sob a coordenação do governador Flávio Dino, escolherá o candidato da base governista ao Palácio dos Leões. A manifestação do presidente da Fiema, ainda não se traduza como garantia de votos, tem peso político indiscutível, podendo ecoar fortemente nos espaços ocupados pelo setor produtivo. Isso porque o empresariado tem a responsabilidade de fazer a economia girar, gerando emprego e renda e paga impostos, é um dos segmentos mais importantes e bem posicionados na sociedade civil. E exatamente por isso, Carlos Brandão ouviu na abertura da Expo Indústria, o que todo pré-candidato a governador gostaria de ouvir, e certamente deixou o Blue Tree Hotel mais entusiasmado com a possibilidade de reeleição.

Com a manifestação do presidente Edilson Baldez, o mundo político tomou conhecimento do que pensa a    grande maioria da classe empresarial do Maranhão em relação à corrida sucessória estadual. Se funcionou como reforço à pré-candidatura de Carlos Brandão, serviu também de parâmetro para as próximas decisões, por exemplo, do senador e pré-candidato a governador Weverton Rocha, que está firme na briga pela indicação, e pode ter no colete o seu trunfo nesse tabuleiro.

 

Weverton não aceita ser atacado por procurar o Governo Federal

Weverton Rocha

O senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT a governador, continua reagindo duro aos que o acusam de ter comprometido sua condição de oposicionista pel0 fato de haver procurado o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em busca de recursos para o Maranhão. Em diversas ocasiões, nos últimos dias, parlamentar afirmou, categórico, que não é hora de discutir ideologia e que não vai deixar de procurar o Governo Federal em busca de recursos para o estado. “Os recursos estão no Governo Federal. Então, é lá que eu tenho de buscar, independentemente de quem esteja governando. Ideologia eu vou discutir durante a campanha. Quanto a buscar recursos no Governo Federal, eu irei sempre que for necessário. Sou um senador da República, e não posso pensar de outra maneira”, disse o líder pedetista, declarando ser seu dever procurar as autoridades federais para obter recursos para o Maranhão, independentemente de quem elas sejam.

 

Brandão tem argumentos fortes para tentar atrair Cléber Verde e André Fufuca

Carlos Brandão tenta atrair Cléber \verde, André Fufuca e Pedro Lucas 

Aliados do senador Weverton Rocha estão reclamando de que o vice-governador Carlos Brandão estaria tentando atrair o apoio dos deputados federais Cléber Verde (Republicanos), André Fufuca (PP) e Pedro Lucas Fernandes (PSL – União Brasil). Estranho, porque tentar atrair contrários para convertê-los em aliados talvez seja uma das mais lícitas práticas políticas, desde que não haja suborno.

O caso do deputado Cléber Verde, que tem hoje o controle de metade dos 25 prefeitos que o Republicanos elegeu em 2020, já que a outra metade foi eleita por influência direta do vice-governador Carlos Brandão, que na época era do partido. Carlos Brandão está tentando buscar o que ele não levou quando se mudou para o PSDB.

Já no que diz respeito ao deputado federal e presidente nacional em exercício do PP, deputado André Fufuca, a situação é clara: quando declarou apoio ao senador Weverton Rocha, André Fufuca fez uma ressalva: o partido poderia mudar de posição ao longo da pré-campanha. André Fufuca dificilmente deixará de cumprir uma decisão da cúpula nacional, que ele tem de referendar como o presidente em exercício do PP.

Já Pedro Lucas Fernandes está firme com Weverton Rocha, e dificilmente abrirá mão da sai posição para mudar de pré-candidatura ao Governo do Estado.

São Luís, 26 de Janeiro de 2022.

Articulações indicam que o PT deve se aliar ao PSB em chapa liderada por Brandão

 

Lula da Silva, Gleise Hoffmman e Flávio Dino: gesto de unidade, ontem, em Brasília

A reunião de quarta-feira (19) de Carlos Brandão com a cúpula estadual do PT, e a conversa, ontem, do governador Flávio Dino (PSB) com o ex-presidente Lula da Silva e cúpula nacional do partido, ambas avaliadas como “altamente positiva”, foram sinais fortes de que o braço maranhense do partido se encontra a caminho de um acordo para apoiar a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (ainda no PSDB) ao Palácio dos Leões. O acordo ainda não foi amarrado por causa da presença do vice-governador nos quadros do PSDB, mas deverá ser consumado, já que o pré-candidato está com um pé no PSB, devendo completar assim as condições políticas e partidárias para se tornar um candidato viável à sucessão do governador Flávio Dino. Esses movimentos do governador e do vice-governador aproximam cada vez mais o PT do vice-governador, ao mesmo tempo em que distanciam o PT do senador e pré-candidato Weverton Rocha (PDT), que também vem trabalhando duro para conseguir o apoio do ex-presidente Lula da Silva e do seu partido. E tudo indica que o quadro da disputa no âmbito da aliança governista deve ser resolvido mesmo na reunião do dia 31.

O martelo da migração do vice-governador Carlos Brandão do PSDB para o PSB já está erguido, sendo que a única pendência é a migração de Carlos Brandão. O vice-governador trabalha para que, mesmo migrando para o PSB, o PSDB permaneça na sua área de influência. O problema é que, no plano nacional, o PDT está afastado do PT por causa da pré-candidatura presidencial de Ciro Gomes, que inviabiliza uma aliança que possa reforçar o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha, mesmo estando a agremiação brizolista até mesmo abrir a vaga de candidato a vice para o partido do ex-presidente Lula da Silva. No geral, o PT está mergulhado em debates sobre a relação com o PSB e com o PDT.

Dentro do PT, a situação visível é que o partido ainda não tem uma posição bem amarrada. Mas, no geral, os três grupos que ali se digladiam tendem a se unir em torno do projeto avalizado pelo governador Flávio Dino. O primeiro grupo tem no comando a corrente liderada pelo atual presidente do partido, que está em processo de “fusão” com a banda comandada pelo ex-presidente e atual vice-presidente Augusto Lobato, da qual faz parte também o deputado estadual Zé Inácio e o deputado federal Zé Carlos Araújo, apontado por muitos como o nome forte para vice de Carlos Brandão. O segundo é o grupo que tem força concentrada em São Luís, comandado pelo ex-vereador ludovicense, Honorato Fernandes, incluindo outras forças menos expressivas do PT. E o terceiro, formado por petistas independentes, liderado pelo professor Chico Gonçalves, atual secretário de Direitos Humanos, e que hoje conta com a mais nova estrela do PT maranhense, Felipe Camarão, atual secretário de Educação.

Aliados de Carlos Brandão garantem que, na ponta do lápis, ele tem a maioria do partido decidida a alinhar-se à sua pré-candidatura. Mas isso não significa que o senador Weverton Rocha esteja fora do jogo pelo apoio do PT. Apesar da candidatura de Ciro Gomes como obstáculo, o líder pedetista mantém um canal de diálogo com o ex-presidente Lula da Silva, com quem conversa com frequência e de quem já teria ouvido declaração de simpatia ao seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões. No epicentro desse tabuleiro, porém, encontra-se o governador Flávio Dino, apoiador da pré-candidatura de Carlos Brandão, e cuja palavra tem peso dobrado nas articulações para a formação da aliança. A conversa de ontem, em Brasília, muito provavelmente definiu os pontos finais da aliança, que para ser confirmada depende agora de o vice-governador fechar seu ciclo de conversão ao socialismo democrático, filiando-se ao PSB.

Nos bastidores partidários, muita gente já dá como fato consumado a aliança PT/PSB, com chapa liderada por Carlos Brandão, com um vice petista. Na seara do senador Weverton Rocha, ninguém admite a inclinação do PT para compor com o PSB, todos reafirmando que a aliança PDT/PT vai sair, mesmo que informalmente, já que a pré-candidatura de Ciro Gomes inviabiliza uma aliança formal.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto tem agenda incrementada com ascensão de Ana Paula à Prefeitura de Pinheiro

Othelino Neto acompanha a prefeita  Ana Paula Lobato em ação social em Pinheiro

O presidente da Assembleia Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), aumentou consideravelmente os itens da sua agenda desde a semana passada. Explica-se: além dos compromissos como chefe do Poder Legislativo, das suas atividades como deputado e de ser um dos articuladores do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo, o parlamentar foca também a atenção em Pinheiro, onde sua mulher, Ana Paula Lobato (PDT), assumiu a Prefeitura por causa do afastamento do prefeito Luciano Genésio (PP), acusado de corrupção. Sempre que pode, o presidente do parlamento estadual se desloca até Pinheiro, onde acompanha as ações em curso e atua como conselheiro informal da prefeita Ana Paula Lobato.

 

Eleição na Câmara Municipal é primeiro desafio para Braide

Eduardo Braide apoia Dr. Gutemberg contra Paulo Victor

A eleição da nova Mesa da Câmara Municipal de São Luís será o primeiro grande teste político para o prefeito Eduardo Braide (Podemos). Com a experiência de quem conhece bem o peso do parlamento na gestão municipal, o prefeito entrou de cabeça na disputa apoiando a candidatura do vereador Dr. Gutemberg (PSC), que tem como líder estadual o deputado federal Aloísio Mendes, presidente regional do partido. Ao assumir o apoio à candidatura do vereador Dr. Gutemberg, o prefeito Eduardo Braide se posicionou contra a candidatura do vereador Paulo Victor (PCdoB), apoiado pelo Palácio dos Leões. Em resumo: se Dr. Gutemberg vencer, o prefeito Eduardo Braide viverá os dois últimos anos da sua gestão se maiores problemas na Câmara. Mas se a vitória for do vereador Paulo Victor, o prefeito não terá vidas fácil.

São Luís, 25 de janeiro de 2022.

Brandão e Weverton entram em semana decisiva pela vaga de candidato da base governista

 

Carlos Brandão e Weverton Rocha na reta final para a decisão do grupo sobre quem será o candidato ao Palácio dos Leões

O vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT) iniciam nesta segunda-feira (24) a contagem regressiva para a reunião do dia 31, na qual, sob a liderança do governador Flávio Dino (PSB), dirigentes partidários da aliança governista decidirão quem dos dois será o candidato do grupo ao Palácio dos Leões. Os dois pré-candidatos vêm se movimentando intensamente em busca de apoio na seara político-partidária, e entram na reta final cacifados, cada um ao seu modo, confiante de que será o escolhido. Carlos Brandão terminou a semana com um pé no PSB, o que, se confirmado, aumentará expressivamente o seu poder de fogo, a começar por uma aliança com o PT. Weverton Rocha, por sua vez, ganhou um candidato a presidente do seu partido, Ciro Gomes (PDT), mas viu ficar mais afastada a possibilidade de montar dois palanques presidenciais, um com seu colega de partido e outro com ninguém menos que o líder petista Lula da Silva. As apostas são elevadas nos dois campos, as especulações correm freneticamente, e o fato é que Carlos Brandão está otimista, e Weverton Rocha exibe confiança.

O vice-governador Carlos Brandão entra na contagem regressiva como o nome apoiado pelo governador Flávio Dino, por seis partidos da base, por maior número de deputados federais, por mais da metade dos 42 integrantes da Assembleia Legislativa e de várias dezenas de prefeitos. Todas as informações indicam que ele está a um passo do PSB, para onde deve migrar nos próximos dias, com o aval dos comandos estadual e nacional do partido, conforme declaração enfática do presidente da agremiação socialista, deputado federal Bira do Pindaré. E para fechar a semana, Carlos Brandão se reuniu na quinta-feira com líderes do PT, dando um passo decisivo para receber o apoio da agremiação e do ex-presidente Lula da Silva. Isso sem contar o fato de que será o governador titular a partir de abril, passando a brigar pela reeleição.

Por seu turno, o senador Weverton Rocha, além do apoio do seu partido, se mantém na corrida pela vaga de candidato governista com o suporte de líder nas pesquisas de opinião feitas até aqui, respaldado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), por um expressivo número de deputados federais, por cerca de 13 deputados estaduais – entre eles o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) – e por pelo menos 60 prefeitos, incluindo o presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), homem forte do seu projeto. Weverton Rocha trabalha para receber o apoio do PT e fazer uma dobradinha com o ex-presidente Lula da Silva, que manifestou intenção de apoiá-lo diante do fato de o vice-governador Carlos Brandão pertencer ao PSDB. Chega ao momento da escolha embalado por uma pré-campanha forte.

Além da condição de vice-governador alinhado com o governador e conhecedor profundo do Governo em andamento, Carlos Brandão tem afirmado que, se eleito, dará continuidade aos programas em andamento, acrescentando que está elaborando um plano de Governo que prevê a atração de investimento em industrialização e no incremento do turismo como fatores de geração de emprego e renda. Senador no meio do primeiro mandato, Weverton Rocha adotou um discurso afirmando que pretende ir além do atual Governo, com foco no incentivo à industrialização e na exploração do potencial turístico do estado, de modo a tornar o Maranhão “mais feliz”. Nenhum dos dois apresentou ainda detalhes do seu plano de governo.

Na sua edição deste domingo, o Jornal Pequeno estampa em manchete a informação de que Carlos Brandão fechou acordo para ingressar no PSB, o que, se confirmado, pode levá-lo a selar acordo também com o PT. Na mesma edição, o JP informa que Weverton Rocha se movimenta confiante de que, mesmo com a candidatura de Ciro Gomes, poderá firmar aliança com o PT.

A semana que começa poderá, portanto, registrar acertos políticos com poder de nortear decisivamente a corrida ao Governo do Estado no âmbito da aliança comandada pelo governador Flávio Dino que, ao contrário do que seus adversários tentaram fazer crer, está mais firme do que nunca na liderança do processo sucessório.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. vai mudar estratégia de campanha em fevereiro

Edivaldo Holanda Jr. com Edilázio Jr. e César Pires: ajustes na pré-campanha do PSD

O pré-candidato do PSD ao Palácio dos Leões, Edivaldo Holanda Jr. deve dar uma guinada radical na sua pré-campanha no início de fevereiro. Os ajustes nos seus movimentos em busca de votos serão feitos com base no que for decidido no campo governista na reunião do dia 31. Edivaldo Jr. e seus conselheiros estão definindo estratégias diferentes. Se o candidato for o vice-governador Carlos Brandão, ele terá um discurso, que mudará de tom e conteúdo se o escolhido for Weverton Rocha. A situação ficará delicada para ele se não houver acordo e os dois sigam em frente para medir forças nas urnas. Nesse caso, o pré-candidato do PSD terá de usar muita habilidade política e recursos discursivos para chegar ao segundo turno. Isso porque, além dos pré-candidatos governistas, que estão na dianteira, há os candidatos de oposição, como o prefeito Lahesio Bonfim (Agir36), o deputado federal Josimar de Maranhão (PL) – que continua se dizendo pré-candidato – e o senador Roberto Rocha (sem partido), que ainda não se decidiu, mas é um potencial candidato ao Governo. É mais ou menos a situação do “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”.

 

Governo Dino avança com vários recordes

O governador Flávio Dino, o prefeito Hilton Gonçalo e o secretário Marcio Honaiser na inauguração do Restaurante Popular de Santa Rita: ampliando a rede e o recorde

Com 67 restaurantes populares espalhados pelo Maranhão, o governador Flávio Dino passa a liderar, proporcionalmente, o ranking do maior programa de segurança alimentar do País na atualidade. Ele recebeu o programa com seis unidades e o multiplicou por uma dezena, e com o cuidado de levar o benefício a municípios estratégicos. A mesma estratégia foi usada para a implantação do serviço de hemodiálise, cujo número de aparelhos saltou de 30 para 300 no atual governo, reduzindo drasticamente a dolorosa romaria diária de centenas de maranhenses. Outro recorde é o número de Escolas Dignas, que já passou de mil e cem. São números para os quais torcem seus narizes os que não simpatizam com o Governo, mas que não há como não reconhecer, porque são fatos.

São Luís, 23 de Janeiro de 2022.

Ciro vira pré-candidato do PDT e pode inviabilizar aliança do PT com Weverton no Maranhão

Ciro Gomes lança pré-candidatura e pode atrapalhar os planos do pedetista Weverton Rocha no Maranhão

Com o respaldo da cúpula de um PDT dividido, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, deu a largada, ontem, na sua quarta tentativa de ser presidente da República. Com o lançamento, o PDT abriu mão de fazer uma aliança com o PT no plano nacional, abrindo também caminho para uma série de dificuldades estaduais, entre elas a que terá de ser enfrentada pelo senador Weverton Rocha, presidente regional e pré-candidato do PDT ao Governo do Maranhão. Com a pré-candidatura agora oficializada de Ciro Gomes ao Palácio do Planalto, o projeto do senador Weverton Rocha, que lidera as pesquisas de intenção de voto, de ter o PT como aliado e, assim, dividir o seu palanque com o ex-presidente Lula da Silva sofre um duro golpe. Isso porque, mesmo defendida por alguns pedetistas e petistas, a ideia de montar dois palanques, um com o pedetista Ciro Gomes e outro com o petista Lula da Silva, é vista como inviável por muitos. E esse gigantesco obstáculo fortalece a posição dos defensores da aliança do PT com o PSDB – ou com o PSB -, que acreditam que o ex-presidente acabará no palanque do vice-governador Carlos Brandão.

A oficialização da pré-candidatura de Ciro Gomes cria, de fato, uma situação de embaraço para o senador Weverton Rocha. Para começar, na condição de integrante da cúpula nacional do PDT, onde exerce influência, ele fica obrigado a abraçar a candidatura presidencial do partido. Com isso, fica política e eticamente impedido de declarar apoio à pré-candidatura do ex-presidente Lula da Silva. E pelo tom dado ontem pela cúpula pedetista ao projeto eleitoral de Ciro Gomes, dificilmente um candidato a governador da legenda brizolista lhe dará as costas para apoiar outro candidato. No cenário da corrida sucessória maranhense, não existe um fator que dê respaldo à ideia de o PDT montar dois palanques.

O gás com que Ciro Gomes se lançou oficialmente na corrida presidencial, com o respaldo da cúpula pedetista, não deixou no ar qualquer dúvida de que ele jogará pesado para chegar ao 2º turno, independentemente de quem seja o adversário. Provavelmente por ser essa a sua última tentativa, o líder cearense pareceu disposto a atropelar quem se colocar no seu caminho, seja o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) ou o ex-presidente Lula da Silva. No seu discurso de ontem, ele sinalizou disposição para chamar Sérgio Moro para a briga, exatamente por ser o pré-candidato do Podemos o obstáculo que está mais próximo dele, segundo as pesquisas. Se conseguir deixar Sérgio Moro para trás, o mais provável é que seu alvo passe a ser o presidente Jair Bolsonaro. Isso não significa dizer que Lula da Silva será poupado.

Todo e qualquer movimento do agora pré-candidato pedetista Ciro Gomes refletirá nos estados, sendo que no Maranhão o ponto mais delicado é a relação do PDT com o PT. Isso porque, mesmo declarando, num rasgo verbal de efeito, que não quer ser candidato de Lula da Silva, Ciro Gomes ou Flávio Dino, mas do povo, Weverton Rocha está trabalhando intensamente nos bastidores para ter o ex-presidente petista como aliado preferencial, acreditando que as relações PDT-PT, mesmo marcadas por altos e baixos e momentos de forte tensão, permitirão algumas concessões de parte a parte. Lula da Silva manifestou simpatia pela candidatura dele, mas é pragmático o suficiente para avaliar com cuidado a dualidade agora formada com o lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes.

E a pergunta que fica no ar é a seguinte: o que pensa Ciro Gomes de tudo isso? Agora pré-candidato com respaldo do partido, ainda que alguns setores do PDT lhe tenham reservas, a lógica sugere que, mesmo que o projeto maior das forças progressistas seja catapultar Jair Bolsonaro do Palácio do Planalto, Ciro Gomes dificilmente aceitará ser dividido com Lula da Silva pelo PDT do Maranhão. E isso, em princípio, inviabiliza a construção de dois palanques pelo pedetista Weverton Rocha.

Por outro lado, vale sempre lembrar que na política do Maranhão, boi costuma voar, às vezes de asa quebrada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governador chama de “bandido” autor de notícia falsa a seu respeito

Flávio Dino reage informação falsa sobre ele

“Enquanto eu trabalho, e muito, há uns bandidos espalhando que eu mandei fechar um posto da Polícia Rodoviária Federal. Isto é, eu mandaria no Ministério da Justiça do atual Governo Federal.  Amostra do nível de bandidos que vamos enfrentar na eleição de 2022”. O texto, contendo um desabafo e uma previsão, foi uma reação do governador Flávio Dino (PSB) a uma informação falsa a seu respeito.

O desabafo se refere ao fato de que o governante maranhense é, de longe, um dos chefes de Estado que mais trabalham em todo o País. Pega no batente logo cedo e só encerra expediente às altas horas da noite. O governador atua com informações detalhadas a respeito de como estão operando todas as secretarias, autarquias e empresas públicas. No caso da área de Saúde, principalmente em relação à pandemia, além das ações operacionais, ele se mantém tecnicamente informado pelo comitê científico que lhe dá respaldo. Flávio Dino, pode-se afirmar, tem o pleno controle do seu governo, que não sai da linha.

O alerta reforça o cuidado que todos devem ter em relação a informações suspeitas, como foi o caso, já que não faz qualquer sentido afirmar que o governador fechou um posto da Polícia Rodoviária Federal. Quando diz que o fato mostra o nível de “bandidos”, é porque sabe quem foi e do que é capaz o autor do boato.

 

Conversa de Lula com tucano derruba argumento de que PT não pode apoiar Brandão

Lula da Silva conversou com o tucano Aluysio Nunes 

Cai por terra a fala do ex-presidente Lula da Silva de que o PT tem dificuldade de apoiar o vice-governador Carlos Brandão por ser ele filiado ao PSDB. Ontem, colunistas políticos renomados revelaram uma reunião do ex-presidente petista com o ex-senador paulista Aloysio Nunes, um dos mais destacados tucanos da velha guarda e um dos mais duros críticos do PT. E a pauta foi exatamente o apoio de tucanos importantes à articulação de Lula da Silva para ter o ex-tucano Geraldo Alckmin como seu vice. A conversa, que aconteceu no escritório do advogado de Lula da Silva, abriu horizontes nas tensas relações PT/PSDB, derrubando o argumento de que petistas não podem se juntar com tucanos no Maranhão.

São Luís, 22 de Janeiro de 2022.

Lahesio Bonfim assume o Agir36 e sai na frente de Roberto Rocha como candidato da oposição aos Leões

 

Lahesio Bonfim sai na frente de Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho como candidato de oposição

Esnobado pelo PTB, cuja cúpula nacional decidiu entregar o comando do partido no Maranhão, primeiro à deputada Mical Damasceno e, mais recentemente, ao deputado federal Josivaldo JP, que deixou o Podemos, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, deu a volta por cima e assumiu, quarta-feira, a presidência do Agir36 (ex-PTC) no Maranhão. À frente do partido, Lahesio Bonfim resolve sua até então instável situação partidária, para se tornar, efetivamente, o primeiro nome da oposição a se consolidar como candidato ao Governo do Estado, integrando definitivamente o time de pré-candidatos consolidados: o vice-governador Carlos Brandão (PSDB, a caminho do PSB), o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Ele sai na frente de outros nomes da oposição, como o senador Roberto Rocha e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL).

Prefeito eleito e reeleito de São Pedro dos Crentes, pequeno município de 4,7 mil habitantes – a maioria formada por evangélicos – e situado entre Barra do Corda e Imperatriz, o médico e evangélico Lahesio Bonfim está em pré-campanha desde o início de 2021, quando se lançou pré-candidato, semanas depois de assumir o segundo mandato consecutivo de prefeito. Já avisou que deixará o cargo em abril, afirmando que sua decisão é irreversível, independentemente do que possa acontecer nas urnas. Seu impulso está nas pesquisas, nas quais já apareceu até com sete pontos percentuais, à frente de Josimar de Maranhãozinho.

Lahesio Bonfim se elegeu e se reelegeu prefeito pelo PSL, atuando como partidário assumido do presidente Jair Bolsonaro. Ele saiu do partido depois que a cúpula nacional rompeu com o bolsonarismo e passou o controle da sigla ao deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que deixara o PTB. E foi exatamente para o PTB que Lahesio Bonfim se dirigiu, acreditando que assumiria o seu comando no Maranhão no vácuo aberto com a desfiliação de Pedro Lucas, chegando mesmo a anunciar que assumiria a presidência de um “grande partido”. Só que o comando nacional petebista o descartou para entregar o PTB do Maranhão à deputada Mical Damasceno, que na semana passada foi substituída pelo deputado federal Josivaldo JP. Lahesio Bonfim foi rifado pelo PTB por se apresentar como um bolsonarista que tem caminho e não precisa de Bolsonaro.

Expressão assumida da direita conservadora, Lahesio Bonfim encontra-se em pré-campanha permanente, sendo apoiado por grupos da direita radical, que, segundo ele, bancaram os grandes painéis de propaganda espalhados em várias regiões do estado, inclusive São Luís e Imperatriz, mostrando-o como “o melhor prefeito do Maranhão”, sobre o que há muitas controvérsias. A ostensiva campanha antecipada resultou num forte puxão de orelhas da Justiça Eleitoral, que o obrigou a baixar a bola e cumprir o calendário eleitoral. Com a situação resolvida, não será surpresa se o prefeito de São Pedro dos Crentes retomar sua corrida, agora no controle de um partido e com a garantia de que será candidato, já que, além da presidência, não enfrenta concorrência interna.

Ao definir sua situação partidária, Lahesio Bonfim está cacifado para tocar seu projeto de candidatura no campo oposicionista, saindo na frente do senador Roberto Rocha e do deputado federal Josimar de Maranhãozinho. O primeiro permanece filiado ao PSDB, mas não mais é considerado um tucano, devendo buscar um novo partido para, em seguida decidir o que pretende buscar nas urnas. O segundo tem dito e repetido que é pré-candidato a governador, mas a verdade é que trabalha também com planos B (Assembleia Legislativa) e C (Senado).

Desde a noite de quarta-feira, portanto, o prefeito de São Pedro dos Crentes é um dos nomes credenciados para disputar o direito de morar e trabalhar no Palácio dos Leões por quatro anos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão pode migrar para o PSB nos próximos dias

Carlos Brandão deve sair do PSDB e ingressar no PSB

Fortes sinais indicam que está próxima da confirmação a migração do vice-governador Carlos Brandão para o PSB. O sinal mais nítido foi a declaração do presidente do partido, Carlos Siqueira, incluindo o Maranhão entre os estados onde a agremiação deve ter candidato a governador. Como o governador Flávio Dino já é governador reeleito e caminha em direção ao Senado e o deputado federal Bira do Pindaré trabalha visando a reeleição, a conclusão óbvia é que o tucano Carlos Brandão, que se encontra em processo de conversão ao “socialismo pé no chão”, seja o candidato. Com a conversão de Carlos Brandão ao socialismo, que não será surpresa, uma vez que já vem sendo ventilada há meses, Carlos Brandão sai da zona cinzenta dos conflitos ideológicos e se credencia, de maneira definitiva, para ter, por exemplo, o PT como aliado. Essa articulação, que está sendo feita pelo governador Flávio Dino com a cúpula nacional do partido, deve ser concluída nos próximos dias, antes da reunião do dia 31, quando será dada a martelada final sobre quem será o candidato da base governista.

 

Partidos enfrentam dificuldades para preencher cota feminina

Detinha: líder na AL

Os partidos políticos estão enfrentando uma dificuldade espinhosa no seu processo de preparação para as eleições: faltam mulheres para preencher cotas femininas, conforme exige a legislação eleitoral em vigor. Ao mesmo tempo em que mulheres como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), por exemplo, se lança à Câmara Federal, o partido que ela preside não conta com mulheres suficientes para lançar chapas proporcionais completa. No PL, por exemplo, que tem a deputada estadual Detinha, que lidera uma bancada de homens e é forte candidata às Câmara Federal, não há ainda notícias de mulheres para participar da disputa no seu partido. Esse problema atinge praticamente todas as agremiações, que começam a se esforçar para garantir o cumprimento da regra.

São Luís, 21 de Janeiro de 2022.

Sucessão: declaração de Lula surpreende, mas Dino reafirma a clareza da sua posição

Flávio Dino é aliado forte de Lula da Silva, mas tem independência e estatura política para escolher rumo e não se submeter a decisão com a qual não concorda

“Nós defendemos a candidatura do Flávio Dino. Agora, o companheiro Flávio Dino tem o candidato dele, que é o vice, que é do PSDB. Ele sabe que é difícil pra gente apoiar o PSDB. E temos lá a candidatura do Weverton. Então, eles vão ter que se acertar lá para facilitar a nossa vida”. A declaração, recente, do ex-presidente Lula da Silva (PT), divulgada em redes sociais, foi interpretada pelos aliados do senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato ao Palácio dos Leões, como um xeque-mate no governador, e recebida com surpresa por aliados do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que tem mantido um bom relacionamento com boa parte do PT.

Coincidência ou não, ontem, em meio à repercussão das palavras de Lula da Silva, o governador Flávio Dino (PSB), ao ser indagado, em Imperatriz, sobre a disputa que se dá no grupo partidário que lidera, respondeu na bucha, sem pestanejar, como que reagindo com um aviso direto e sem rodeio às palavras do líder petista: “Como eu manifestei na última oportunidade, eu tenho uma posição muito clara, muito nítida de apoio a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão”.

Soou estranho que o ex-presidente Lula da Silva, do alto da sua experiência e da sua habilidade, tenha feito essa declaração como se fosse uma espécie de Poncio Pilatos. Pareceu não ter se dado conta de que, se a declaração foi dada com a intensão de acalmar os ânimos e sugerir uma solução negociada, na verdade ela contribuiu para colocar lenha numa fogueira cujas labaredas os dois grupos estão tentando inibir. Afinal, a tal dificuldade que ele alega existir para apoiar a candidatura de Carlos Brandão tem mais a aparência de pretexto para alinhar o PT à candidatura do senador Weverton Rocha, o que poderia – e poderá – ser feito normal e tranquilamente, sem a necessidade de qualquer alquimia política. Flávio Dino e Carlos Brandão reconhecem a importância política do PT, o querem na aliança, mas também não o enxergam como uma nau partidária sem a qual haverá naufrágio.

Ao fazer sua declaração pilateana, que soou mais como “eles que se virem”, o ex-presidente pareceu esquecido de que, colocados numa balança honestamente aferida, ele deve muito ao governador Flávio Dino, que, por sua vez, lhe deve muito pouco, quase nada. A história recente é testemunha, e registra com clareza o envolvimento ostensivo e determinado do governador na luta dos setores progressistas contra as tentativas de destruir o ex-presidente e seu partido. Mesmo não tendo recebido o apoio do PT em 2014, quando o partido apoiou a candidatura do então suplente de senador Lobão Filho (PMDB), Flávio Dino foi um dos principais defensores da presidente Dilma Rousseff (PT), articulando movimento dentro e fora do Congresso Nacional para evitar o impeachment em 2016. Em 2018, colocou a candidatura do desconhecido candidato petista Fernando Haddad debaixo do braço e contribuiu decisivamente para que ele tivesse no Maranhão a segunda maior votação proporcional do País nos dois turnos.

O Maranhão e o Brasil são testemunhas da determinação e da intensidade com que o governador Flávio Dino correu o País em defesa do ex-presidente Lula da Silva, denunciando o processo, o julgamento e a prisão dele como uma farsa, questionando duramente as decisões do então juiz federal Sérgio Moro, chefe-maior da Lava Jato. Isso sem contar com sua participação em movimentos, conferências, debates e eventos diversos destinados a alimentar a defesa do líder petista, a quem visitou em duas ocasiões na prisão, em Curitiba. E com um detalhe: não há registro de que o governador Flávio Dino tenha dito uma só frase de alegação das suas atitudes ou condicionando sua movimentação a uma compensação política.

Não bastasse isso, o PT esteve presente nos seus sete anos de Governo, sem limitações ou condicionamento, mesmo com participação limitada na base governista na Assembleia Legislativa – atualmente só tem um deputado, Zé Inácio, que é vice-líder do Governo. E com um detalhe: nesse período, o vice-governador Carlos Brandão – assim como o senador Weverton Rocha, vale destacar -, incorporou integral e ativamente o discurso do governador Flávio Dino a favor, primeiro, da então presidente Dilma Rousseff, e depois, do líder petista. E vale indagar: o que fez Lula da Silva por Flávio Dino nesse período, além de algumas declarações de amizade política? Pouco ou quase nada. Até porque não foi necessário.

O ex-presidente Lula da Silva e o PT podem se posicionar como acharem mais conveniente no tabuleiro político do Maranhão, com o direito democrático de escolher entre Weverton Rocha e Carlos Brandão, numa decisão politicamente pragmática. Agora, se optar por uma decisão politicamente correta e justa, terá de tratar o governador Flávio Dino com a estatura política que ele construiu, sem rasura. Dono de um faro político apurado, o ex-presidente Lula da Silva pode avaliar a fala e colocar o bonde nos trilhos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar de Maranhãozinho pode disputar vaga de deputado estadual

Josimar de Maranhãozinho  

Em meio aos tremores que vêm minando sua base política, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) está mergulhado em reflexões, buscando o passo eleitoral que ele próprio vai dar. Ainda afirmando que será candidato a governador, o parlamentar sabe que esse é um rumo que não bate com a sua situação, principalmente pelo fato de que dificilmente se daria bem nas urnas. Outra possibilidade seria disputar o Senado, mas as pesquisas mais recentes desaconselharam esse caminho. Como já decidiu que não quer mais ser deputado federal, por não haver se adaptado à rotina da Câmara Baixa, já tendo inclusive lançado a candidatura da sua esposa, a deputada estadual Detinha (PL), à sua vaga naquela Casa do Congresso Nacional, resta a Josimar de Maranhãozinho concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa. Será que vai mesmo?

 

Roseana arranha credibilidade com jogo sobre candidatura

Roseana Sarney

A Coluna estava certa quando, há algumas semanas, observou que a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) corria o risco de ter sua credibilidade abalada se continuasse mudando seu projeto eleitoral a cada semana, ora candidata ao Governo do Estado, ora à Câmara Federal. O vai-não-vai foi tão frequente que muitos acreditaram ser a sua palavra final a declaração, dada há cerca de duas semanas, reafirmando sua pré-candidatura à Câmara Federal. Apesar das reservas, muitos acreditaram que sua trajetória entraria agora numa pista retilínea e regular. Só que a reviravolta anunciada nesta semana, com ela levantando a possibilidade de se candidatar ao Governo atendendo a pedidos no MDB, funcionou como mais um desvio de rota, agora também como uma ducha de água fria na sua credibilidade política. Tanto que agora ninguém a levou a sério, o que a colocou numa situação de também não ser levada a sério se voltar a se dizer pré-candidata a deputada federal.

São Luís, 20 de Janeiro de 2022.

Weverton sinaliza que manterá sua candidatura, mas avisa que não romperá com Dino

 

Weverton Rocha: candidatura ao Governo deve ser mantida, sendo ou não o escolhido

“Não quero ser candidato do Flávio Dino, do Lula, do Ciro Gomes ou de quem quer que seja. Quero ser candidato é do povo do Maranhão”. Com essa declaração, dada ontem em resposta à jornalista Carla Lima (TV Mirante), que lhe perguntou que, se não for escolhido candidato do grupo governista, abrirá mão ou manterá a candidatura do Governo, o senador Weverton Rocha (PDT), respondeu, de maneira indireta, que sua inclinação é por manter a candidatura. Mais do que isso, o pré-candidato pedetista deixou claro que não dá muita importância à carta-compromisso firmada pelos partidos da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB), e em nenhum momento da entrevista emitiu algum sinal de que pode arquivar seu projeto de candidatura. E foi explícito ao dizer que não aceitará a pecha de “traidor” mantendo-se na disputa. “Se o Flávio Dino fosse candidato a governador, ele seria o nosso candidato; mas ele não é”, afirmou, para arrematar uma outra afirmação, segundo a qual, o governador terá seu apoio para o Senado, mesmo que não o apoie para o Governo.

Na entrevista, o senador Weverton Rocha deixou muito claro que está determinado a disputar a eleição para o Palácio dos Leões. E sua motivação maior está nos números das pesquisas que até aqui o apontaram como o segundo em cenários com a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e em primeiro sem ela, agora com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) em segundo. Ele deixou no ar a impressão de que esse suporte e o seu trabalho como senador lhe não respaldo para pleitear a vaga de candidato a governador. E minimizou o poder de fogo do vice-governador Carlos Brandão, observando que o critério mais forte do projeto de candidatura dele é o fato de se tornar governador a partir de Abril. Vale registrar que suas referências ao seu principal concorrente nessa corrida foram cautelosas e feitas em tom ameno.

Para o pré-candidato do PDT, o fato de na reunião de 29/11/21 o governador Flávio Dino haver sugerido aos líderes da base governista o vice-governador como a melhor solução para o grupo não mudou o processo de escolha nem o fez rever sua posição. Manifestou convicção de que a discussão vai começar agora, na reunião do dia 31 de Janeiro. “Ele já escolheu pessoalmente o vice-governador Carlos Brandão, e respeito a decisão dele. Mas agora é o momento de discutirmos qual é a melhor opção do grupo para o Maranhão”, declarou, exibindo confiança de que pode virar o jogo e vir a ser o candidato da aliança governista, liderada pelo governador Flávio Dino.

Mesmo sendo enfático em relação à sua determinação de manter de pé o seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha não admitiu o cenário de um confronto direto com o vice-governador Carlos Brandão, que será candidato como governador em busca da reeleição. Toda sua fala na entrevista foi no sentido de se apresentar como a melhor opção, que sabe o que quer e que está focado no projeto de ser governador agora. E nesse contexto, reconhece os avanços do Governo Flavio Dino, mas ao mesmo tempo os minimiza quando diz que o que aí está precisa melhorar, falando de projetos macro para turismo a industrialização.

Na entrevista, se por um lado foi enfático, como na reafirmação da pré-candidatura e em relação à importância política do governador Flávio Dino, por outro, deixou algumas indagações no ar. Não foi preciso quanto ao suporte político e partidário que dispõe para impulsionar o seu projeto. Mas falou como quem fala de uma base sólida, que ainda não é visível nem palpável, salvo pelos percentuais das pesquisas que mediram as intenções de voto a longa distância do pleito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana libera mais um factoide insinuando candidatura do Governo

Roseana Sarney entre Arnaldo Melo, Socorro Waquim, Hildo Rocha, João Marcelo, à esquerda, e Lobão Filho, Roberto Costa e Assis Filho, após a reunião de segunda-feira

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não será candidata ao Governo do Estado. A informação de que ela teria arquivado o projeto de disputar uma cadeira na Câmara Federal para entrar na briga pelo Palácio dos Leões não passou de uma pegadinha – que deve ser alimentada por algum tempo – para manter acesa a chama que o MDB precisa para conservar o espaço que ocupa no cenário político maranhense. Roseana Sarney tem todas os defeitos e virtudes de um político poderoso em decadência. Mas ninguém a subestime na arte de jogar. E quando, depois de admitir o arquivamento do projeto majoritário, ela libera essa informação após uma reunião do MDB, está mais que claro que se trata de um factoide destinado a medir o seu peso político. Certamente que a ideia de ser candidata ao Governo ainda alimenta algumas chamas na fogueira das suas vaidades e a esperança longínqua de muitos que a rodeiam e a mantêm como referência. Mas Roseana Sarney acumulou experiências doces e amargas suficientes para saber como se movimentar num tabuleiro como o de agora. Principalmente pelo fato de que os luminosos 30% de intenção de voto que lhe dão as pesquisas desaparecem sob os assombrosos 45% de rejeição. Então, basta uma conta simples para se chegar à conclusão de que é mais uma jogada de marketing para se manter em evidência e assim ajudar o seu partido. E, muito provavelmente, desembarcar na Câmara Federal em 2023 como uma voz de peso do MDB.

Secretários de Dino vão jogar duro por mandatos federais

Márcio Jerry, Carlos Lula, Clayton Noleto, Felipe Camarão e Márcio Honaiser são nomes fortes para a Câmara Federal

Ao deixar o Governo no dia 31 de março, o governador Flávio Dino será seguido por um grupo expressivo de secretários com poder de fogo para disputar cadeiras na Câmara Federal. Além de Márcio Jerry (PCdoB), que deixará a Secretaria das Cidades para buscar a reeleição de deputado federal, sairão fortemente embasados o secretário de Saúde, Carlos Lula (PSB), de Educação, Felipe Camarão (PT), Clayton Noleto (PCdoB) e Márcio Honaiser (PDT). Eles aparecem em todas as listas com nomes potencialmente fortes para essa disputa, para qual, tanto quanto os atuais integrantes da bancada, estão se preparando pesos pesados como os emedebistas Roseana Sarney e Lobão Filho, por exemplo. Será uma disputa como poucas em tempos recentes.

São Luís, 19 de Janeiro de 2022.