Weverton sinaliza que manterá sua candidatura, mas avisa que não romperá com Dino

 

Weverton Rocha: candidatura ao Governo deve ser mantida, sendo ou não o escolhido

“Não quero ser candidato do Flávio Dino, do Lula, do Ciro Gomes ou de quem quer que seja. Quero ser candidato é do povo do Maranhão”. Com essa declaração, dada ontem em resposta à jornalista Carla Lima (TV Mirante), que lhe perguntou que, se não for escolhido candidato do grupo governista, abrirá mão ou manterá a candidatura do Governo, o senador Weverton Rocha (PDT), respondeu, de maneira indireta, que sua inclinação é por manter a candidatura. Mais do que isso, o pré-candidato pedetista deixou claro que não dá muita importância à carta-compromisso firmada pelos partidos da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB), e em nenhum momento da entrevista emitiu algum sinal de que pode arquivar seu projeto de candidatura. E foi explícito ao dizer que não aceitará a pecha de “traidor” mantendo-se na disputa. “Se o Flávio Dino fosse candidato a governador, ele seria o nosso candidato; mas ele não é”, afirmou, para arrematar uma outra afirmação, segundo a qual, o governador terá seu apoio para o Senado, mesmo que não o apoie para o Governo.

Na entrevista, o senador Weverton Rocha deixou muito claro que está determinado a disputar a eleição para o Palácio dos Leões. E sua motivação maior está nos números das pesquisas que até aqui o apontaram como o segundo em cenários com a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e em primeiro sem ela, agora com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) em segundo. Ele deixou no ar a impressão de que esse suporte e o seu trabalho como senador lhe não respaldo para pleitear a vaga de candidato a governador. E minimizou o poder de fogo do vice-governador Carlos Brandão, observando que o critério mais forte do projeto de candidatura dele é o fato de se tornar governador a partir de Abril. Vale registrar que suas referências ao seu principal concorrente nessa corrida foram cautelosas e feitas em tom ameno.

Para o pré-candidato do PDT, o fato de na reunião de 29/11/21 o governador Flávio Dino haver sugerido aos líderes da base governista o vice-governador como a melhor solução para o grupo não mudou o processo de escolha nem o fez rever sua posição. Manifestou convicção de que a discussão vai começar agora, na reunião do dia 31 de Janeiro. “Ele já escolheu pessoalmente o vice-governador Carlos Brandão, e respeito a decisão dele. Mas agora é o momento de discutirmos qual é a melhor opção do grupo para o Maranhão”, declarou, exibindo confiança de que pode virar o jogo e vir a ser o candidato da aliança governista, liderada pelo governador Flávio Dino.

Mesmo sendo enfático em relação à sua determinação de manter de pé o seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha não admitiu o cenário de um confronto direto com o vice-governador Carlos Brandão, que será candidato como governador em busca da reeleição. Toda sua fala na entrevista foi no sentido de se apresentar como a melhor opção, que sabe o que quer e que está focado no projeto de ser governador agora. E nesse contexto, reconhece os avanços do Governo Flavio Dino, mas ao mesmo tempo os minimiza quando diz que o que aí está precisa melhorar, falando de projetos macro para turismo a industrialização.

Na entrevista, se por um lado foi enfático, como na reafirmação da pré-candidatura e em relação à importância política do governador Flávio Dino, por outro, deixou algumas indagações no ar. Não foi preciso quanto ao suporte político e partidário que dispõe para impulsionar o seu projeto. Mas falou como quem fala de uma base sólida, que ainda não é visível nem palpável, salvo pelos percentuais das pesquisas que mediram as intenções de voto a longa distância do pleito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana libera mais um factoide insinuando candidatura do Governo

Roseana Sarney entre Arnaldo Melo, Socorro Waquim, Hildo Rocha, João Marcelo, à esquerda, e Lobão Filho, Roberto Costa e Assis Filho, após a reunião de segunda-feira

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não será candidata ao Governo do Estado. A informação de que ela teria arquivado o projeto de disputar uma cadeira na Câmara Federal para entrar na briga pelo Palácio dos Leões não passou de uma pegadinha – que deve ser alimentada por algum tempo – para manter acesa a chama que o MDB precisa para conservar o espaço que ocupa no cenário político maranhense. Roseana Sarney tem todas os defeitos e virtudes de um político poderoso em decadência. Mas ninguém a subestime na arte de jogar. E quando, depois de admitir o arquivamento do projeto majoritário, ela libera essa informação após uma reunião do MDB, está mais que claro que se trata de um factoide destinado a medir o seu peso político. Certamente que a ideia de ser candidata ao Governo ainda alimenta algumas chamas na fogueira das suas vaidades e a esperança longínqua de muitos que a rodeiam e a mantêm como referência. Mas Roseana Sarney acumulou experiências doces e amargas suficientes para saber como se movimentar num tabuleiro como o de agora. Principalmente pelo fato de que os luminosos 30% de intenção de voto que lhe dão as pesquisas desaparecem sob os assombrosos 45% de rejeição. Então, basta uma conta simples para se chegar à conclusão de que é mais uma jogada de marketing para se manter em evidência e assim ajudar o seu partido. E, muito provavelmente, desembarcar na Câmara Federal em 2023 como uma voz de peso do MDB.

Secretários de Dino vão jogar duro por mandatos federais

Márcio Jerry, Carlos Lula, Clayton Noleto, Felipe Camarão e Márcio Honaiser são nomes fortes para a Câmara Federal

Ao deixar o Governo no dia 31 de março, o governador Flávio Dino será seguido por um grupo expressivo de secretários com poder de fogo para disputar cadeiras na Câmara Federal. Além de Márcio Jerry (PCdoB), que deixará a Secretaria das Cidades para buscar a reeleição de deputado federal, sairão fortemente embasados o secretário de Saúde, Carlos Lula (PSB), de Educação, Felipe Camarão (PT), Clayton Noleto (PCdoB) e Márcio Honaiser (PDT). Eles aparecem em todas as listas com nomes potencialmente fortes para essa disputa, para qual, tanto quanto os atuais integrantes da bancada, estão se preparando pesos pesados como os emedebistas Roseana Sarney e Lobão Filho, por exemplo. Será uma disputa como poucas em tempos recentes.

São Luís, 19 de Janeiro de 2022.

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