Arquivos mensais: julho 2021

Sem líder para juntá-los, pedaços do que foi o Grupo Sarney tendem a seguir caminhos próprios

 

Roseana Sarney, Edilázio Jr., Aloísio Mendes e Adriano Sarney: sem sintonia e afastados por falta de um líder

As primeiras evidências têm mostrado que, ao contrário do que rascunharam algumas previsões, por falta de um líder forte e agregador, as correntes remanescentes do Grupo Sarney tendem a seguir rumos diferentes, inviabilizando esforços para que se unam em torno de um projeto eleitoral para 2022. A lógica fria da política indicava que, ao assumir o comando estadual do MDB, depois de encarar o poder de fogo da ala mais jovem do partido, a ex-governadora Roseana Sarney seria naturalmente alçada à condição de líder e comandaria uma articulação para juntar esses pedaços numa frente. No entanto, os partidos comandados por políticos nascidos das entranhas do sarneysismo parecem inclinados a seguir cada um o seu próprio rumo na corrida sucessória estadual. Não surgiram até aqui sinais de que eles estejam, de fato, interessados numa aliança visando a disputa para o Palácio dos Leões.

Algumas evidências mostram esse desinteresse. Sob o comando de Roseana Sarney, o MDB, por exemplo, o parece mesmo decidido a abrir negociações com os mais diversos pré-candidatos a governador, sinalizando que participará a aliança que lhe for interessante, podendo apoiar o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (a caminho do PSD), ou até mesmo o senador Roberto Rocha, se vier de fato a entrar na disputa. Descartando sua própria candidatura, Roseana Sarney tem dito que todos os pré-candidatos “são bons”, e que por isso quer o MDB dialogando com todos eles, para depois escolher um deles.

Por sua vez, o PSD, liderado pelo deputado federal Edilázio Jr., levou meses alinhavando a filiação do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., vendo nele um forte trunfo na disputa para o Governo do Estado. O ex-prefeito, que deixou o PDT, caminha para formalizar sua filiação no PSD já com o desafio de ser candidato a governador, como aspiram os líderes do partido. Nas manifestações sobre o assunto, nem Edilázio Jr. nem o deputado estadual César Pires e nem o próprio Edivaldo Holanda Jr. fez qualquer declaração manifestando interesse numa eventual aliança com o MDB. Diferentemente do que se esperava, vêm deixando no ar a impressão de que uma aliança com o MDB não é exatamente o que o projeto do partido prevê. Na prática não demonstra interesse na reagrupação do MDB.

Na mesma linha tem se conduzido o PSC, comandado pelo deputado federal Aloísio Mendes., atual vice-líder do Governo Bolsonaro no Congresso Nacional. Pelo menos por enquanto, o parlamentar e seu partido parecem mais inclinados a tocarem seus projetos isoladamente, não demonstrado interesse nem pela estratégia do MDB de articular alianças ouvindo outros partidos. Há conversas nos bastidores prevendo que o PSC pode vir a se aliar ao PSD em torno da virtual candidatura do ex-prefeito de São Luís, ou seguir a orientação do Palácio do Planalto juntando-se à provável candidatura do senador Roberto Rocha, ainda sem partido.

E agora, o deputado estadual Adriano Sarney, que preside o PV no Maranhão, emerge de um mergulho temporário avisando que está avaliando se se candidata à reeleição ou se parte para tentar uma cadeira na Câmara Federal. Na sua conversa, o herdeiro do ex-deputado federal Sarney Filho, que foi lançado há oito anos como o futuro do Grupo Sarney, não dá a menor importância à possibilidade de juntar os cacos, dando a impressão de que seguirá sozinho.

As situações desenhadas até agora não indicam que esses partidos se juntarão numa aliança em torno de uma chapa com candidatos a governador e a senador. A expectativa natural era a de que, investida no comando do MDB, Roseana Sarney usasse seu prestígio na seara sarneysista para liderar um movimento que juntasse o seu partido com PSC e PSD. Mas os fatos estão desmontando essa possibilidade, uma vez que a ex-governadora, que durante mais de duas décadas teve nas mãos o comando absoluto do então poderoso Grupo Sarney, que reunia mais de uma dezena de partidos, não dá sinais de que tem força política suficiente para articular e liderar uma aliança formada a partir das sobras do sarneysismo.

Se não forem articulados pelos deputados federais Edilázio Jr. e Aloísio Mendes, os pedaços do que já foi o Grupo Sarney continuarão espalhados. Exatamente por falta de um líder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Conversas de Dino com Lupi e Dirceu terá basicamente a mesma pauta

Flávio Dino ouvirá Carlos Lupi e José Dirceu sobre disputa sucessória estadual e federal

O governador Flávio Dino (PSB) tem duas conversas partidárias importantes agendadas para essa semana, uma com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e outra com o atual eminência parda do PT, José Dirceu. Não precisa grande esforço para saber que o roteiro será o mesmo. Carlos Lupi chega a São Luís nas próximas horas para tentar convencer o governador Flávio Dino a apoiar a candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado, e trocar figurinhas a respeito da corrida ao Palácio do Planalto, na qual PDT se encontra sendo arrastado para o abismo com a pré-candidatura do ex-governador cearense Ciro Gomes. José Dirceu, que já se encontra no Maranhão curtindo os Lençóis Maranhenses e deve chegar a São Luís na Quinta-Feira, tentará convencer Flávio Dino a abraçar logo a candidatura do ex-presidente Lula da Silva como fato consumado, e a examinar a possibilidade de encontrar um espaço majoritário para o PT na corrida ao Palácio dos Leões.

Uma fonte com trânsito no “núcleo de ferro” garante que o governador Flávio Dino já sabe exatamente o que dirá aos dois aliados, e sem o risco de abrir crise na relação com o PDT e com o PT.

 

Feitas as contas, o Republicanos repôs a perda, mas o PTB perdeu mesmo

Gil Cutrim turbinou o Republicanos; Mical Damasceno recebeu um partido fraco

Alguns observadores estão fazendo contas equivocadas em relação a posições de partidos que deram guinadas recentes no Maranhão. Dois exemplos: Republicanos e PTB.

O Republicanos sofreu grande perda política com a migração do vice-governador Carlos Brandão para o PSDB. Não se discute que a saída um quadro que daqui a nove meses e dias será elevado ao posto de governador titular representou um jato gelado no poder de fogo do partido. Mas não se pode ignorar que o fato de que o que dá força, peso político e futuro a um partido é ter nos seus quadros o maior número possível de deputados federais. Vem daí a conclusão de que, ao atrair o deputado federal Gil Cutrim para seus quadros, o braço maranhense do Republicado perdeu a perspectiva de ter o governador, mas ganhou, e muito, em estatura no plano nacional.

Já o PTB sofreu uma perda não reparada, por ato ditatorial e desconectado da realidade praticado por seu presidente, ex-deputado federal Roberto Jefferson, que dominado por um bolsonarismo abjeto, destituiu o deputado federal Pedro Lucas da presidência do braço maranhense e praticamente o expulsou do partido, entregando o seu comando à deputada estadual Mical Damasceno. Nesse caso, o partido perdeu feio com a perda do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que pelas regras atuais é a moeda forte de qualquer agremiação partidária.

Como se vê, regiamente compensado, o Republicanos vez beicinho, mas não reclamou muito da saída do vice Carlos Brandão. Já o PTB encolheu expressivamente ao perder o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, apesar da euforia que tomou conta do seu novo chefe, a deputada estadual “terrivelmente evangélica” Mical Damasceno.

São Luís, 20 de Julho de 2021.

Com sete nomes, a disputa para os Leões é pautada pelo embate travado entre Brandão e Weverton

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Josimar de Maranhãozinho, Lahesio Bonfin, Simplício Araújo e Roberto Rocha estão no jogo pelo Palácio dos Leões

Faltam ainda 15 meses para a corrida às urnas, regras que podem mudar expressivamente as eleições proporcionais e o sistema de votação ainda estão em debate dentro e fora do Congresso Nacional, o presidente da República continua um pária partidário e a prioridade nacional permanece inalterada: o combate ao novo coronavírus pela vacinação. Nada disso, porém, tem impedido que no Maranhão, ao contrário do que ocorrem em boa parte dos estados, a disputa pela sucessão do governador Flávio Dino já esteja em curso, com concorrentes informalmente definidos, cinco deles assumidos – o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), o prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSL), o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), o deoutado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo (SD) -, e um ainda indefinido, o senador Roberto Rocha, sem partido. Nesse cenário, a grande disputa está se desenhando entre Carlos Brandão e Weverton Rocha, no primeiro momento pela vaga de candidato da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB), e se não houver acordo, travarão o confronto direto no 1º turno.

Carlos Brandão e Weverton Rocha encontram-se em plena peleja pela viabilização política e eleitoral, numa exibição de músculos que tem chamado a atenção. Mesmo com uma estrutura mais modesta – só conta com o suporte do partido e com a condição de vice-governador, o que lhe dá espaço de visibilidade eventual, Carlos Brandão ocupa todos os espaços que lhe são abertos, alguns surpreendentes: Sexta-Feira, apareceu em horário nobre da TV para saudar os vaqueiros nordestinos e lembrar que foi ele, como deputado federal, o autor da Lei que criou o Dia do Vaqueiro. O vice-governador tem cumprido agenda intensa representando o governador Flávio Dino em atos e inaugurações em São Luís e no interior, e cumpre roteiro de conversas com deputados, prefeitos, vereadores e lideranças da sociedade civil, a começar por empresários. Exibe visível otimismo.

Por sua vez, o senador Weverton Rocha opera uma estrutura gigantesca na base da sua pré-candidatura: o poder de fogo do mandato senatorial, que lhe permite distribuir milhões em emendas a municípios, conta com a máquina política da Federação dos Municípios (Famem), comandada pelo prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), seu braço direito e coordenador das suas campanhas, e com programas de rádio e TV que lhe dão apoio aberto, sem reservas. De uns tempos para cá, Weverton Rocha tem aparecido em horário nobre da TV exibindo suas ações como “o senador do Maranhão”. Ao mesmo tempo, cumpre intensa e movimentada agenda de incursões por municípios, reunindo prefeitos e lideranças, numa prova inconteste de que tem “fôlego” para manter ostensiva pré-campanha, por meio da qual demonstra que está decidido a “chegar lá”.

Embora não se tenha declarado pré-candidato a governador, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior chegou ao tabuleiro sucessório pelas palavras do chefe do seu novo partido, o PSD, deputado Edilázio Jr., e não disse nem sim nem não. Além disso, circulou a informação de que sua candidatura teria sido definida como prioridade pelo comando nacional do partido. E para completar, foi incluído e apareceu bem em três pesquisas recentes, o que consolidou a posição em que foi colocado pelas vozes autorizadas do PSD. Atualmente, ninguém do meio político duvida do seu projeto de chegar aos Leões. Por sua vez, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho vem mantendo o discurso de que é candidato, mas todas as avaliações apontam inconsistência nesse projeto, havendo quem enxergue nele, no máximo, um potencial candidato a vice.

O prefeito Lahesio Bonfim entra na corrida como um pré-candidato solitário, sem ter sequer o apoio do seu partido, cujo novo chefe no Maranhão, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, é linha de frente da pré-candidatura de Weverton Rocha, um problema que terá de resolver até setembro. Mesmo assim, está em campanha aberta, com outdoors espalhados Maranhão a fora, bancados, segundo ele, por um movimento da direita no estado. Tem se apresentado como “o melhor prefeito do Maranhão” e garantido, em entrevistas, que não abre mão da candidatura. Outro candidato assumido, o secretário Simplício Araújo, que é suplente de deputado federal, entrou na disputa pela vaga de candidato da aliança situacionista protagonizando um saudável gesto de ousadia política, e por ser detentor de condições que lhe permitem ousar: comanda um partido, tem uma base eleitoral razoável e tem feito um bom trabalho como secretário de Indústria e Comércio. Nove entre dez observadores o veem como candidato a deputado federal.

Nesse contexto, o senador Roberto Rocha, cujo mandato termina em 2022, se movimenta como uma grande incógnita. Será candidato a governador? Tentará renovar o mandato de senador? Tentará caminho de volta à Câmara Federal? Ele ora sinaliza interesse pelos Leões, ora insinua que tentará a reeleição contra o governador Flávio Dino. Parece decidido a resolver seu futuro nas urnas depois que se filiar a um partido, que deve ser o do presidente Jair Bolsonaro, a quem atrelou fortemente sua vida política.

Como é visível, a corrida para o Palácio dos Leões já está, de fato, em franco andamento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Assembleia fez a sua parte e entra em recesso por 15 dias

Othelino Neto soube conduzir a Assembleia Legislativa e manter os parlamentares mobilizados em mais um período sob a sufocante crise causada pela pandemia

Começa hoje, oficialmente, e termina no dia 1º de Agosto, o recesso da Assembleia Legislativa. Serão 15 dias em que os deputados estaduais estarão desobrigados das sessões e das reuniões de comissões técnicas do Poder Legislativo. No período legislativo que começou em fevereiro e terminou ontem, sob o comando do presidente Othelino neto (PCdoB), a Assembleia Legislativa se reuniu na maioria das vezes, por vídeoconferência – sistema no qual o parlamento maranhense foi pioneiro -, uma vez que as sessões presenciais foram suspensas por conta do novo coronavírus. Apesar das dificuldades de comunicação, o presidente Othelino Neto atuou criando as condições para que os deputados mantivessem o ritmo de trabalho, agindo também para mantê-los mobilizados, o que aconteceu de maneira satisfatória: a Assembleia funcionou, aprovou e rejeitou matérias, registrando uma produção bem acima que as previsões pessimistas feitas no início do período legislativo.

Nesse período de recesso, os parlamentares aproveitarão para intensificar as incursões nas suas bases eleitorais, com foco nos preparativos para as eleições do ano que vem, quando tentarão renovar seus mandatos, enfrentando seus pares e uma implacável concorrência dos que estão de fora querendo entrar.

 

Um servidor público assume o comando do TCE, onde o nepotismo reinou

Washington Oliveira: um servidor e militante no coimando do TCE

Na próxima Quarta-Feira (21), vai acontecer o até pouco tempo impensável: um servidor público federal, forjado nas lutas sindicais e na militância petista, que chegou a vice-governador na chapa de Roseana Sarney em 2010 por acordo partidário, e que, também por acordo político, ganhou a cobiçada cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE), chegando na semana passada ao cargo de presidente com a renúncia do conselheiro Nonato Lago, será aclamado presidente da Corte de Contas. O beneficiário desse processo é o servidor federal, sindicalista e militante graduado do PT Washington Oliveira.

Sua ascensão ao comando do TCE difere radicalmente da esmagadora maioria das nomeações feitas nas últimas décadas, nas quais predominaram o nepotismo ostensivo praticado pelos chefes políticos do Maranhão. Não é o caso, por exemplo, do conselheiro Raimundo Nonato Carvalho Lago Jr., que renunciou à presidência para se aposentar. Irmão de Jackson Lago, ele chegou à Corte de Contas indicado pelo governador Epitácio Cafeteira, com quem manteve sólida amizade. Durante o Governo Cafeteira, Nonato Lago foi assessor especial da Casa Civil e atuava no Palácio dos Leões como médico à serviço do governador.

Outras nomeações se encaixam no nepotismo que dominou a vida do TCE. Newton Bello Filho foi nomeado pelo pai, o governador Newton Bello, para o cargo com pouco mais de 20 anos. A família Sarney emplacou o advogado Evandro Sarney, irmão de José Sarney, que em seguida garantiu cadeira para o cunhado, Albérico França Ferreira, que teve seu filho, Álvaro César França Ferreira, também nomeado para a Corte. Antes de deixar o cargo, o governador Luiz Rocha emplacou seu cunhado, Raimundo Oliveira Filho, que funcionava como contador do chefe do Governo. Na mesma linha, o governador Edison Lobão emplacou seu irmão, o ex-deputado estadual Yedo Lobão.

Depois de Álvaro Ferreira, o TCE parece ter deixado de ser manipulado pelo nepotismo na formação do seu Conselho. Dois conselheiros políticos foram bancados pela Assembleia Legislativa, à qual a Corte é institucionalmente subordinada: os ex-deputados Jorge Pavão e Edmar Cutrim, e um servidor da Casa, José Ribamar Caldas Furtado. Apesar do caráter político da sua ascensão, Washington Oliveira chega ao comando do TCE sem ter no currículo a mancha do nepotismo.

São Luís, 18 de Julho de 2021.

Dino articula fortalecimento da sua base no estado e frente ampla na disputa presidencial

 

Flávio Dino e Lula da Silva, em Brasília: mais conversa sobre o cenário nacional

O governador Flávio Dino (PSB) está em plena atividade como articulador político. No plano interno, trabalha para unir partidos aliados em torno de um candidato à sua sucessão. No plano nacional, continua pregando a necessidade de uma grande frente, que envolva as forças de centro-direita, centro, centro-esquerda e esquerda democrática em torno de um candidato para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na Quinta-Feira, por exemplo, ele se reuniu com o ex-presidente Lula da Silva (PT) em Brasília. Ontem, revelou que o presidente do PDT, Carlos Lupi, deve vir a São Luís na próxima semana, para conversar sobre o panorama político nacional e sobre o cenário político estadual. Nesse ritmo, o governador vai alinhavando costuras importantes, vencendo barreiras e buscando o entendimento, sempre focado no objetivo de juntar forças partidárias, independentemente das suas posições ideológicas, com o objetivo de fortalecer o combate às ameaças golpistas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e forças da direita radical que o apoiam.

Na frente interna, vem trabalhando intensamente para fortalecer seu novo partido, o PSB, mas com o cuidado de não deixar que o PCdoB, de onde saiu, mergulhe num processo de insolvência, tanto que manteve na legenda comunista dois dos seus mais importantes e próximos aliados, os deputados federais Márcio Jerry, que o preside, e Rubens Jr., seu secretário de Articulação Política. Candidato declarado ao Senado, seu foco principal, porém, é administrar o embate entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT), os dois principais aspirantes à sua sucessão. A medição de força entre os dois é intensa, mas os gestos e as ponderações do governador conseguiram evitar que eles partissem para o confronto direto e aberto, como já o fazem seus aliados pelos mais diferentes meios.

No tabuleiro nacional, Flávio Dino se tornou uma voz respeitada. Primeiro pela firmeza e coerência das suas posições em relação ao presidente Jair Bolsonaro, de quem se tornou um dos mais ativos e consistentes opositor, por considerar que o chefe da Nação é nocivo para o País. Flávio Dino se colocou à disposição das forças progressistas para ser candidato a presidente, mas deixou esse projeto de lado para assumir a candidatura ao Senado. Mesmo assim, vem sustentando a proposta de sempre: a formação de uma frente com as mais diferentes correntes partidárias, liderada por um candidato escolhido por consenso. Nesse contexto, tenta evitar um confronto entre Lula da Silva e Ciro Gomes (PDT), esforçando-se para que cheguem a um acordo pelo qual o pré-candidato pedetista abra mão em favor do petista. As articulações seguem intensamente.

Nesse ambiente de disputa no plano interno e articulações no tabuleiro nacional, o governador do Maranhão começa a se dedicar à consolidação do seu projeto de conquistar a única vaga no Senado a ser disputada na próxima eleição. Mesmo não havendo concorrente dentro da grande aliança que comanda nem nome lançado por grupo de oposição, Flávio Dino não pretende descuidar da candidatura. Para ele, mesmo embalado por amplo favoritismo, uma eleição deve ser levada a sério, com os candidatos fazendo o que devem fazer para convencer o eleitor. Dez entre dez observadores da cena política maranhense o apontam como imbatível para o Senado. Ele admite que sua candidatura é forte, mas prefere chegar às urnas na esteira de uma campanha normal.

Não se sabe ainda qual será o desfecho da disputa entre Carlos Brandão e Weverton Rocha na corrida para o Governo do Estado, mas ninguém duvida de que o governador terá participação decisiva no cenário que for desenhado. Quanto à disputa federal, ainda que a frente não saia e que a oposição se divida na eleição presidencial, o governador do Maranhão entrará para a crônica desse processo eleitoral como um líder que terá feito o possível para unir as forças de oposição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Reggae de Zeca Baleiro embala pedido de impeachment

Zeca Baleiro: líder

Dezenas de artistas – músicos, cantores, atores, artistas plásticos, escritores… – entregaram ontem, na Câmara Federal, a Petição dos Artistas e Sociedade pelo Impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com o objetivo de fazer com que o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), coloque em pauta pelo menos um dos mais de 160pedidos de impeachment   Um dos líderes do movimento – que envolve personalidades artísticas como as atrizes Camila Pitanga e Letícia Sabatella e a cantora e compositora Zélia Ducan – o compositor Zeca Baleiro compôs, em parceria com Joãozinho Gomes, o reggae “Desgoverno”, gravado por inúmeros artistas num clipe forte, cuja letra é a seguinte:

Luto e tristeza noite e dia, é preciso calar a negação

Nós estamos em época sombria, mas no fim desse túnel há clarão

É preciso estancar essa sangria, com o bem se desfaz a maldição

Com amor se retoma a alegria, reacende-se o riso da Nação

Já que o anjo do mal não renuncia, tudo cobre com o véu da escuridão

Vamos por toda nossa energia, nesse rito de indignação

Um homem sem juízo e sem noção não pode governar essa Nação“.

 

Hildo Rocha atua forte contra projeto do voto impresso

Hildo Rocha: firmeza contra a proposta de voto impresso

O deputado federal Hildo Rocha (MDB) teve participação destacada na reunião de ontem da comissão especial que examina a proposta de voto impresso feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Contrário à proposta, que na sua avaliação não faz nenhum sentido e custará nada menos que R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos para satisfazer a um capricho injustificado do presidente e sua turma. Na agitada e tensa sessão, os bolsonaristas, diante da clara maioria da comissão especial pela rejeição da proposta, fizeram uma série de manobras para adiar a votação do parecer favorável, articulado pelo Palácio do Planalto. Nessa movimentação, Hildo Rocha, além de criticar duramente o projeto e o parecer, apresentou requerimento para que a votação se desse ontem mesmo, em sessão especial. Os bolsonaristas se apavoraram e conseguiram, numa grande, manobra, adiar a votação. Hildo Rocha reagiu:

— De onde vai tirar R$ 2 bilhões? Deixa de ser irresponsável. Vai tirar da vacina?

Os bolsonaristas não responderam.

São Luís, 17 de Julho de 2021.

Ao atrair Edivaldo Jr. e sugerir sua candidatura ao Governo, PSD entra no time graúdo do jogo político

 

Edilázio Jr. acertou nos movimentos que levaram o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. ao PSD

Até pouco tempo visto como um partido sem maiores perspectivas, com tendência a ser apenas e tão somente o passaporte para a sobrevivência eleitoral do deputado federal Edilázio Jr., o braço maranhense Partido Social Democrático (PSD) saiu do plano secundário para entrar no primeiro time das agremiações partidárias do Maranhão atual. E o fez dando um golpe certeiro ao abrir caminho para o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., dando-lhe abrigo nas suas fileiras e apontando-o para o posto de pré-candidato ao Governo do Estado. Com esses movimentos, comandados por Edilázio Jr. com a orientação do presidente nacional do partido, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, o PSD ganhou estatura, passou a atrair atenções e já está sendo visto como um polo com força para atrair os segmentos remanescentes do Grupo Sarney, podendo até tomar o lugar do MDB como referência daquela corrente política.

O súbito empoderamento do PSD se deu com o peso político do seu mais novo quadro, o ex-vereador, ex-deputado federal e ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr., um nome leve, politicamente conhecido, administrativamente testado e, até onde é sabido, sem qualquer mancha ética no currículo. Ele começou no nanico Partido Social Trabalhista (PST), no qual se manteve até metade do primeiro mandato de prefeito, e mudou-se para o PDT, no qual se reelegeu e de onde saiu semanas depois de deixar a Prefeitura. A saído PDT confirmou rumores de que seu próximo passo seria o Governo do Estado, o que seria impossível na agremiação brizolista, cujo manda-chuva, senador Weverton Rocha, é candidato, até aqui inarredável, à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Vozes importantes do partido, como a do deputado César Pires, dizem que a candidatura é projeto nacional do PSD.

Com a pré-candidatura de Edivaldo Holanda Jr., ainda a ser oficialmente confirmada, embora já seja declaradamente admitida, o PSD se tornou o ponto de convergência de vários partidos de direita.   É o caso, por exemplo, do PSC, comandado pelo deputado federal Aloísio Mendes, que nasceu político na seara sarneysista, mas totalmente comprometido com o Governo Jair Bolsonaro, do qual é hoje vice-líder na Câmara Federal. Pode juntar também o PRTB, partido do vice-presidente da República Hamilton Mourão, que há poucos dias passou a ser controlado no Maranhão, por Eduardo Holanda, primo de Edivaldo Holanda Jr.. Nessa maré devem entrar o PV, comandado pelo deputado estadual Adriano Sarney, além, é claro, do MDB, hoje controlado pela ex-governadora Roseana Sarney, mas que dificilmente se posicionará em outra esfera se Edivaldo Holanda Jr. vier, de fato, a ser candidato a governador pelo PSD, como está sendo desenhado.

Ressuscitado nos anos 90 do século passado por Gilberto Kassab, o novo PSD chegou ao Maranhão pelas mãos da então deputada federal Nice Lobão, que manteve o controle do partido por vários anos, passando-o ao seu aliado mais confiável, o deputado Carlos Alberto Milhomem, que por sua vez, depois de alguns anos, entregou-o ao economista Cláudio Trinchão, secretário de Fazenda do último Governo de Roseana Sarney. Ele se candidatou a deputado federal e conseguiu apenas uma suplência. Sem condições de continuar no comando do partido, Cláudio Trinchão o repassou ao então deputado estadual Edilázio Jr., que deixou o PV para assumir o seu controle, elegendo-se deputado federal em 2018 e, com isso, ganhando força no comando nacional do partido.

ÉD cedo para avaliar se Edivaldo Holanda Jr. terá futuro numa disputa que envolve o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que será governador na campanha e está determinado a renovar o mandato; o senador Weverton Rocha, um político jovem, arrojado e que sabe onde quer chegar; e o senador Roberto Rocha (sem partido), cujo potencial é difícil mensurar, e mais ainda, em campo oposto à liderança poderosa do governador Flávio Dino. Mas a provável candidatura do ex-prefeito de São Luís pelo PSD tornará a disputa mais interessante e politicamente mais saudável, independentemente do que venha a conseguir nas urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Marco: Governo do Maranhão já distribuiu mais de meio milhão de cestas básicas

Flávio Dino faz a entrega simbólica das cestas a Enoque Mota, em ato no Palácio dos Leões 

Com a entrega, ontem, em ato no Palácio dos Leões, de oito mil cestas básicas para 10 municípios, o que deu, em média, 800 unidades para cada município, o Programa Comida na Mesa, do Governo do Estado, alcançou um marco: distribuiu 550 mil, ou seja, mais de meio milhão, de cestas à faixa mais carente da população do Maranhão. O programa inovou na estratégia para alcançar famílias em situação de vulnerabilidade alimentar. Em vez de o próprio Governo montar um sistema de distribuição, optou por convocar as prefeituras, avaliando com cada uma a situação nos seus municípios, num processo de descentralização equilibrado. No ato de ontem, restritos por conta dos protocolos contra a pandemia, o prefeito presente foi Enoque Mota (PTB), de Pastos Bons, que recebeu do governador Flávio Dino 756 cestas básicas. Os outros nove municípios também receberam cestas em números compatíveis com a situação de sua população. Vale registrar que, além da distribuição de cestas básicas, o Governo reforça sua política de segurança alimentar por meio de 54 restaurante populares, espalhados em grandes, médios e pequenos municípios, que servem diariamente milhares de refeições de qualidade a preços acessíveis.

 

Braide dá sinais de que pode antecipar posição sobre sucessão estadual

Eduardo Braide:  foco na campanha de vacinação

O prefeito Eduardo Braide (Podemos) começa a dar sinais de que se posicionará em relação à corrida sucessória estadual bem antes da previsão inicial de que, por conta da guerra contra o novo coronavírus em São Luís, só se manifestaria sob as águas de Março do ano que vem. Nesta semana, segundo espaços da blogosfera, o prefeito teria dito que ainda não é hora de falar sobre o assunto, mas insinuou que esse momento não está muito distante, podendo ocorrer ainda neste ano. Eduardo Braide teria dito que se manifestará dizendo o que considera o melhor caminho para o Maranhão. Eduardo Braide é um político inteligente e com os pés no chão, que não dá murro em ponta de faca. Todas as suas decisões políticas são tomadas com muita razão e pouca emoção, avaliando cenários e fazendo contas. Sua chegada avassaladora à Prefeitura foi fruto dessa forma racional de fazer política. Daí porque é provável que ele se manifeste quando as opções estiverem colocadas, o que não vai tardar a acontecer. Afinal, São Luís caminha célere para ser a primeira capital do País a imunizar toda a sua população adulta com duas doses.

São Luís, 16 de Julho de 2021.

Dino reúne e tranquiliza prefeitos do PCdoB garantindo que eles continuarão prestigiados pelo Governo

 

Flávio Dino (centro) com líderes e prefeitos do PCdoB, ontem, no Palácio dos Leões

Quem imaginou que a migração do governador Flávio Dino para o PSB lançaria os prefeitos do PCdoB no mar do abandono, errou. Ontem, mobilizados pelo presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, atual secretário das Cidades, 17 dos 22 prefeitos eleitos pelo PCdoB se reuniram em audiência com o governador, no Palácio dos Leões, e dele receberam a garantia de que a relação vai continuar inalterada. Ou seja, os prefeitos do PCdoB continuarão recebendo a mesma atenção de sempre, dentro da linha municipalista que orienta as ações do Governo. A audiência reuniu os prefeitos comunistas de Anapurus, Barreirinhas, Benedito Leite, Buriti Bravo, Junco do Maranhão, Nova Colinas, Olha d’Água das Cunhãs, Paço do Lumiar, Pedro do Rosário, Peri Mirim, Presidente Sarney, Santo Amaro, São Félix de Balsas, Vargem Grande, Governador Edison Lobão, São Francisco do Maranhão e São João do Paraíso. Participaram também o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, e os deputados estaduais Adelmo Soares e Ana do Gás, e o deputado federal licenciado e secretário de Articulação Política Rubens Jr., todos do PCdoB, além do secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto.

Cercada de expectativas, a audiência tranquilizou os prefeitos e parlamentares do PCdoB, uma vez que o governador Flávio Dino declarou, categoricamente, que nada muda na relação do Governo com os partidos aliados, a começar pela agremiação comunista.

Mesmo com o grande esforço das lideranças para minimizar o impacto nas fileiras do partido, a mudança partidária do governador Flávio Dino foi um duro golpe no PCdoB, que ficou sem seu maior trunfo. Só não foi maior e devastadora porque o próprio governador cuidou de evitar uma revoada de quadros da agremiação comunista para o seu novo partido. Avaliou, com a devida antecedência, que uma saída abrupta, sem preparação de terreno, poderia levar o PCdoB a um sério risco de insolvência, o que seria uma tragédia política. Antes de bater martelo sobre a troca de legenda, Flávio Dino se movimentou no sentido de assegurar aos seus membros que a agremiação comunista, na qual militou uma década e meia, continuaria tendo o mesmo espaço e desfrutando o mesmo prestígio na base de sustentação do Governo. A reunião de ontem foi a confirmação disso, o que deixou os prefeitos animados e otimistas quanto ao futuro das suas relações com o Palácio dos Leões.

Com os cuidados adotados, Flávio Dino evitou um viés traumático para sua migração partidária. E o fez na perspectiva de que o episódio mostraria, como mostrou efetivamente, a sua determinação de manter a aliança partidária que construiu em 2014 e reforçou em 2018, quando chegou a reunir 17 partidos na base governista. Seu propósito é manter essa base unida em torno de um candidato a governador e dele próprio na corrida ao Senado. No seu projeto está decidido que a aliança partidária que lhe dá sustentação fará o mesmo no Governo de Carlos Brandão (PSDB), de quem continuará aliado. Nesse cenário, o governador considera que o PCdoB tem importância fundamental o para a consolidação da aliança e o bom desempenho desta nas urnas.

O presidente da legenda comunista, deputado federal Márcio Jerry, confia que, mesmo sem Flávio Dino nos seus quadros, o PCdoB tem condições de manter o seu projeto eleitoral e, pelo menos, reeleger os seus parlamentares, ganhando sobrevida para a definição do seu destino nas urnas. Não há como ignorar o fato de que o PCdoB corre o risco de ser rifado do mapa partidário nacional se não alcançar um número mínimo de deputados federais nas eleições do ano que vem. E mesmo no PSB, que tem situação bem melhor e deve sair das urnas bem mais forte, o governador Flávio Dino trabalha para que o PCdoB obtenha bom resultado eleitoral, que possa contribuir para o grande esforço de sobrevivência do partido. E nesse sentido, um fator determinante será manter o apoio às prefeituras controladas pelo PCdoB.

Coube à prefeita de Buriti Bravo, Luciana Leocádio, traduzir o ânimo dos prefeitos: “A nossa avaliação é muito positiva com relação a isso. Ele tem olhado para nós. É um governador que tem olhado para os municípios”.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia aprova regras orçamentárias a serem cumpridas por Dino e Brandão em 2022

O presidente Othelino Neto comandou a sessão de ontem que aprovou a LDO/2022

O Governo do Estado já tem as bases legais e normativas para a execução do Orçamento de 2022. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovada ontem pela Assembleia Legislativa sem qualquer alteração no texto do projeto encaminhado pelo governador Flávio Dino (PSB). O projeto aprovado permitirá a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). Na mensagem, o governador definiu as diretrizes orçamentárias para o exercício financeiro do Governo em 2022, entre elas manter e ampliar a realização de importantes investimentos públicos, cumprir as obrigações de pagamentos da dívida e bancar o custeio da máquina pública, bem como os salários dos servidores ativos e inativos.

Na mensagem ao Legislativo, o governador Flávio Dino avalia que a LOA/2022 reflete também os anseios de parte da população maranhense, que participou de consultas públicas conduzidas pela Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento e pela Secretaria dos Direitos Humanos e Participação Popular. “A adoção de mecanismos que visam tornar mais participativo e democrático o processo de elaboração do orçamento público do Maranhão reforça o caráter inclusivo de todos os instrumentos de planejamento elaborados por esta gestão”, afirma o governador.

Pelo que foi aprovado, a LDO/2022 estabelece que os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento serão elaborados de acordo com metas e prioridades definidas para o exercício financeiro de 2022, constantes do Plano Plurianual para o quadriênio 2020-2023. E deverá observar, também, os compromissos definidos em reuniões com as lideranças representativas das regiões de planejamento do Estado, bem como as resoluções aprovadas nos conselhos deliberativos de políticas setoriais.

A elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), bem como a sua execução, deverá atender aos seguintes aspectos: gestão com foco em resultados, atingir indicadores de governo que representem compromissos com a população e que estejam alinhados com os resultados das agendas estratégicas. A LOA/2022 deverá ser compatível com as metas fiscais para o exercício de 2022.

Vale lembrar que o Orçamento de 2022 será executado pelo governador Flávio Dino até abril, quando renunciará para se candidatar ao Senado, passando a execução orçamentária ao seu sucessor, o governador Carlos Brandão (PSDB).

 

Sucessão: MDB trabalha com quatro opções para governador

Roseana Sarney, Weverton Rocha, Carlos Brandão e Edivaldo Holanda Jr. são opções propostas por diferentes grupos dentro do MDB para o Governo do Estado

O MDB está sendo movimentado por quatro frentes em relação à sucessão estadual. Uma pequena corrente do partido mantém sua aposta na improvável candidatura da ex-governadora Roseana Sarney ao Governo do Estado, embora ela esteja mais inclinada a disputar uma cadeira na Câmara Federal. Outra corrente está trabalhando para levar o partido a uma aliança com o PDT em torno da candidatura do senador Weverton Rocha, a exemplo do que aconteceu na disputa em São Luís, no ano passado. Uma terceira frente se prepara para pressionar no sentido de que o partido participe de uma aliança em torno do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). E uma quarta banda emedebista já defende uma aliança do MDB com o PSD em torno da provável candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr.. Tudo indica que o braço maranhense do MDB definirá sua posição num grande debate interno.

São Luís, 14 de Julho de 2021.

Cleide Coutinho se aposenta, passa o comando do Grupo e o desafio de renovação e de volta por cima

Cleide Coutinho: hora de passar o comando e desfrutar justa aposentadoria

Líder do Grupo Coutinho, que tem seus pilares em Caxias e na região Leste, a deputada estadual Cleide Coutinho (PDT) não será candidata à reeleição. Ela anunciou sua aposentadoria das lutas pelo voto e revelou que será sucedida no comando do grupo por Cláudia Coutinho, mulher do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (DEM), irmão e braço-direito do deputado Humberto Coutinho (PDT), o grande construtor e referência maior do segmento, morto em Janeiro de 2018. Com a saída de cena de Cleide Coutinho, motivada principalmente pela idade – caminha para os 80 anos -, o Grupo Coutinho, fortemente abalado com a morte do deputado Humberto Coutinho, tem agora o desafio de estancar o seu processo de emagrecimento e tentar rever pelo menos parte do prestígio que manteve por vários anos na politicamente inquieta Princesa do Sertão Maranhense.

A aposentadoria de Cleide Coutinho encerra um longo e movimentado ciclo que durou mais de três décadas na seara política caxiense, tendo como líder máximo da corrente conhecida como Grupo Coutinho o médico e empresário Humberto Coutinho, que foi vereador, prefeito de Caxias, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e governador do Estado por quatro dias. Nesse processo, Cleide Coutinho foi figura basilar, atuando forte e intensamente como o mais importante suporte de Humberto Coutinho, assegurando a normalidade da família, operando na área empresarial – nos ramos hospitalar e na pecuária – e atuando como principal auxiliar e conselheira. Médicos por formação, Humberto e Cleide Coutinho foram, durante anos a fio, uma saudável referência no que diz respeito à solidez de uma aliança familiar.

A morte de Humberto Coutinho colocou naturalmente o Grupo Coutinho na perigosa rota da fragilidade e da decadência. Esse processo começou em 2016, quando o então vereador Fábio Gentil, tendo como aliado o ex-prefeito Paulo Marinho e seu grupo, derrotou o então prefeito Leonardo Coutinho – visto por todos como a grande aposta da família para comandar o grupo –  desfechando um duro golpe no poder de Humberto Coutinho, que naquele momento encontrava-se no auge do poder, como presidente da Assembleia Legislativa e como um dos políticos mais influentes da base de apoio do governador Flávio Dino, então no PCdoB. A pancada foi completada com a morte de Humberto Coutinho, uma vez que o fracasso de Leonardo Coutinho no comando da Prefeitura de Caxias e da sua falta de aptidão e de habilidade políticas obrigaram Cleide Coutinho a assumir o comando do Grupo e se candidatar a deputada estadual em 2018, obtendo a segunda maior votação.

As eleições municipais de 2020 mostraram o Grupo Coutinho mais fragilizado e duramente castigado nas urnas em Caxias, com o seu candidato a prefeito, o deputado Adelmo Soares, recebendo votação pífia diante do prestígio eleitoral avassalador do prefeito Fábio Gentil. O Grupo respirou com dificuldade com a reeleição do prefeito Ferdinando Coutinho em Matões, mas no geral a corrida eleitoral de 2020 causou a impressão de que a poderosa corrente política criada e fortalecida por Humberto Coutinho chegou diante de uma espécie de “tudo ou nada”, com o desafio de tentar se renovar com uma mudança de comando ou de descer sem controle a ladeira da decadência.

Ao anunciar sua aposentadoria das urnas e a sua sucessora, a deputada Cleide Coutinho dá uma mostra de que a idade e os reveses não afetaram o seu bom senso político. Isso porque, ao passar o comando do Grupo Coutinho para Cláudia Coutinho, entregou-o também para o prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho, que foi braço-direito e homem de confiança de Humberto Coutinho e que se revelou um político hábil e vencedor, apesar do seu jeitão desprendido. Cláudia Coutinho tem vivência política e, segundo dizem, talento para comandar o Grupo Coutinho, mas ninguém duvida que seus passos serão traçados com a régua e o compasso de Ferdinando Coutinho.

Com mudança de comando, o Grupo Coutinho ganha uma chance de sobrevivência e de dar a volta por cima. As próximas eleições definirão o seu destino.

Em Tempo: A informação chegou ao universo da política pelo blog do competente jornalista Ricardo Marques.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ato com ministro dá impressão de que deputados federais ignoram a crise que afeta o País

Os deputados federais Pastor Gildenemyr, Edilázio Jr., Cleber Verde, Aluísio Mendes, André Fufuca, Gil Cutrim, Josimar de Maranhãozinho e JP ladeiam o prefeito de São Luís Eduardo Braide e o ministro da Cidadania João Roma no Parque do Bom Menino, todos usando máscara, diferentemente dos atos com Jair Bolsonaro 

 

O deputado federal Aluísio Mendes (PSC) deu ontem uma demonstração de força como vice-líder do Governo Jair Bolsonaro na Câmara Federal, ao trazer a São Luís o ministro da Cidadania, João Roma, para fazer a entrega de 160 toneladas de cestas básicas em 16 municípios e anunciar pequenas obras em alguns deles. Ocorrido no Parque do Bom Menino, o ato foi presidido pelo prefeito Eduardo Braide, cujo partido, o Podemos, integra a base de sustentação do Governo Federal.

Nada menos que sete outros deputados federais da base bolsonarista – Pastor Gildenemyr (PL), Edilázio Jr. (PSD), Cléber Verde (Republicanos), André Fufuca (PP), Gil Cutrim (Republicanos), Josimar de Maranhãozinho (PL) e JP (Podemos) – participaram do ato em que todos, com gestos ou palavras, respaldaram a postura do Governo Federal em relação ao Maranhão. Até aí, tudo bem, nada de errado.

Numa outra perspectiva, porém, chama a atenção o fato de que esses parlamentares passam a impressão de que nada está acontecendo no País e que a Nação e a República estão em paz. Eles não dão um pio sobre a crise política e institucional que se agrava, parecem não dar muita importância às mais de 540 mil mortes pela Covid-19, que para eles não existe a CPI da Covid, que o presidente que eles apoiam não está sob suspeita de prevaricação no escandaloso caso da compra da vacina Covaxin, nem que o mesmo presidente, que esnoba partidos políticos, não anda fazendo discursos golpistas de ameaça às eleições do ano que vem e à própria democracia brasileira.

Ao mesmo tempo, numa espécie de contrapeso, provavelmente “pressionados” pela postura do prefeito Eduardo Braide e do ministro João Roma, todos estavam usando máscara. Bem diferente da postura agressiva de total desprezo pela proteção contra o novo coronavírus que a maioria deles exibiu, junto com o senador Roberto Rocha (sem partido), na companhia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em visita a Alcântara, no dia 12 de fevereiro, em momento grave da pandemia, quando quase ninguém no Brasil havia ainda sido vacinado.

 

Lourival Serejo mantém posição firme em defesa do sistema de votação eletrônica

Lourival Serejo: firmeza

Com o peso da responsabilidade de quem deve comandar as eleições do ano que vem no Maranhão, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lourival Serejo vem se colocando na linha de frente dos magistrados que erguem barricadas contra a tentativa do presidente Jair Bolsonaro de desacreditar e modificar o já testado e atestado sistema de votação eletrônica brasileiro, hoje uma referência para países de todos os continentes. Em conversa com colegas e outros interlocutores, expondo sua experiência e seriedade, uma vez que não tolera desvios de qualquer natureza e em qualquer segmento da máquina pública, a começar pela eleitoral, o desembargador Lourival Serejo afirma, categórico, que o sistema de votação eletrônica é seguro, à prova de fraude e que eleição lhe são acrescidos mecanismos que o tornam cada vez mais seguro e confiável. Não vê razão para se gastar R$ 2,5 bilhões para dotar o sistema desse dispositivo, que não tem nenhuma razão de ser. Isso significa dizer que, por ele, nada será mudado no sistema de votação eletrônica.

São Luís, 13 de Julho de 2021.

Pré-candidatos do grupo de Dino têm agora o desafio de viabilizar seus projetos de poder

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Josimar de Maranhãozinho e Simplício Araújo têm agora espaço para se tornarem protagonistas da corrida aos Leões

Os ajustes partidários e o início das consultas para a escolha do candidato que disputará o Palácio dos Leões envergando o estandarte da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) criaram o ambiente para que o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo (Solidariedade) assumam de vez o protagonismo do processo sucessório, e usem seus recursos e habilidade política para consolidar seus projetos de poder. A reunião de Segunda-Feira (05) funcionou como tiro para a largada, se não oficial, efetiva dos quatro aspirantes ao cargo de governador do Maranhão na direção dos partidos em busca de suporte para a viabilização das suas candidaturas. De agora por diante, a estratégia mais eficiente será conversar, conversar e conversar. Isso porque no âmbito da aliança dinista nenhum dos pré-candidatos tem favoritismo sólido dentro do grupo, e todos têm plena consciência de que agora é com eles. E com uma vantagem, além da possibilidade de o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., vir a ser candidato pelo PSD, não há sinais de vida no campo oposicionista.

O vice-governador Carlos Brandão tem dito a aliados que não mudará a sua linha de ação, que consiste na conversa com chefes de partidos, prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos e vereadores de todo o Maranhão, e nas incursões pelo interior do estado. Ele garante que não faz restrição a nenhuma oferta de apoio, e diz que está disposto a conversar até com adversários. Nas contas de aliados seus, Carlos Brandão hoje contaria nada menos que 70 prefeitos dos mais diversos partidos. Na sua estratégia de pré-candidato, o vice-governador vai tentar atrair o apoio de Josimar de Maranhãozinho, com quem conversa com frequência, e de Simplício Araújo. E até onde for possível, manterá aberto um canal de diálogo com o pré-candidato do PDT, o seu concorrente mais forte. Os dois pontos mais fortes do seu projeto é o aval do governador Flávio Dino e a condição de governador a partir de Abril do ano que vem.

O senador Weverton Rocha vai dar continuidade à sua intensa pré-campanha, utilizando os meios que lhes são proporcionados pela condição de congressista e líder de um partido forte. Além da visibilidade que alcança usando espaços publicitários ostensivos nas TVs abertas e em programas de TV e em emissoras de rádio, Weverton Rocha joga bom com os recursos de emendas que vem distribuindo nas mais diversas regiões do estado. Nas contas de apoiadores seus, ele teria hoje o apoio de pelo menos 80 prefeitos, vários ex-prefeitos e uma penca expressiva de vereadores. Além disso, tem o respaldo de presidente de vários partidos, como DEM, PSL e PP, que estão divididos internamente. Weverton Rocha é um político arrojado, experiente na superação de obstáculos, e disposto a chegar aos Leões.

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho continua afirmando que será candidato a governador. Na condição de pré-candidato, ele participou da reunião com o governador Flávio Dino e não deu sinal de que sairá da disputa majoritária. A opinião geral no meio político é a de que sua candidatura é uma estratégia para ocupar espaço no tabuleiro sucessório, talvez em busca da vaga de vice numa chapa de peso, seja com Carlos Brandão, seja com Weverton Rocha, ou até mesmo com o senador Roberto Rocha, com quem mantém canal de comunicação e conversa com frequência. Uma análise mais fria sobre seus movimentos conclui, sem maiores esforços, que ele vai continuar deputado federal bem votado. Há, porém, quem o veja como candidato a vice-governador.

O secretário Simplício Araújo dificilmente avançará no projeto de disputar o Palácio dos Leões. Sua pré-candidatura é saudável, abre horizontes nesse espaço fechado, mas, pelo menos até aqui, não tem suporte para seguir em frente, a menos que esteja disposto a abrir mão de uma eleição quase certa para a Câmara Federal.

Não resta dúvida de que na aliança comandada pelo governador Flávio Dino só o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha têm condições de levar em frente os seus projetos de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Se a eleição fosse agora, Brandão e Weverton dividiriam votos nos 10 maiores municípios

Os 10 maiores municípios do Maranhão – São Luís (706 mil), Imperatriz (170 mil), Timon (108 mil), São José de Ribamar (106 mil), Caxias (101 mil), Codó (73 mil), Açailândia (72 mil), Paço do Lumiar (68 mil), Bacabal (62 mil) e Balsas (60 mil) -, que totalizam 1,5 milhão de eleitores, terão peso decisivo nas eleições do ano que vem. Só que não formarão uma base homogênea para nenhum dos possíveis candidatos ao Palácio dos Leões. A começar pelo fato de que esses municípios são comandados por prefeitos nada articulados.

Se a eleição para governador fosse agora e os candidatos fossem o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDTT) e o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), a divisão de votos seria imprevisível. Em São Luís, por exemplo, que tem força para decidir a eleição, não se sabe ainda qual seria o caminho do prefeito Eduardo Braide (Podemos) nem o peso da sua influência sobre o eleitorado, o que tornaria a disputa acirrada e de resultado imprevisível. Em Imperatriz, o segundo mais importante colégio eleitoral, o prefeito Assis Ramos (DEM), reeleito com apenas 25% dos votos, teria pouco peso na corrida aos Leões. Em Timon, a influência dos Leitoa provavelmente levaria grande parte do eleitorado para Weverton Rocha. Em Caxias, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos), certamente mobilizaria grande parte do eleitorado para Carlos Brandão. Em Codó, o prefeito José Francisco (PSD) poderia incluir Edivaldo Holanda Jr. na disputa, que já seria acirrada entre Weverton Rocha e Carlos Brandão. Em Açailândia, o prefeito Aluísio Souza (Republicanos) poderia apoiar Carlos Brandão ou Weverton Rocha. Já em Paço do Lumiar, tudo indica que a prefeita Paula da Pindoba (PCdoB) seguiria a orientação do seu partido, que tende a apoiar Carlos Brandão. Já em Bacabal, o prefeito Edvan Brandão (PDT), apoiaria Weverton Rocha, candidato do seu partido. Weverton Rocha certamente teria o apoio do prefeito de Balsas, Éric Silva, um dos esteios do PDT no Maranhão.

Como é possível perceber nesse exercício, um terço do eleitorado do Maranhão concentrado nos 10 maiores municípios teria divisão equilibrada entre Carlos Brandão e Weverton Rocha, com pouco espaço para Edivaldo Holanda Jr..

 

Filiação de Felipe Camarão ao PT torna imprevisível a disputa para a Câmara Federal

Felipe Camarão: confirmado no PT

A confirmação da filiação de Felipe Camarão ao PT, e a forte inclinação da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de entrar na briga por mandato de deputada federal reforçam, em caráter definitivo, a avaliação, feita há meses pela Coluna, de que a disputa para as 18 cadeiras da Câmara Federal será uma das mais disputadas dos últimos tempos. Além dos deputados federais candidatos à reeleição, a começar pelos pesos pesados Márcio Jerry e Rubens Jr. (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB), outros pré-candidatos do núcleo central do Governo Flávio Dino, a exemplo de Carlos Lula (Saúde) e Jefferson Portela (Segurança), ambos filiados ao PSB, estão na briga. E se o deputado Duarte Jr. (PSB) confirmar candidatura à Câmara Federal, a disputa ganhará uma enorme carga de imprevisibilidade.

São Luís, 11 de Julho de 2021.

Dino começa a confirmar o prognóstico de transformar o PSB numa potência partidária

 

Flávio Dino já conta com Carlos Lula, Rogério Cafeteira, Jefferson Portela, Marcos Pacheco, Catulé Jr. e Karen Barros para transformar o PSB numa força partidária

Na edição de 18 de Junho, a Coluna foi aberta com o seguinte título: “Dino deixa o PCdoB, ganha mais espaço de atuação e deve transformar o PSB numa grande força”. O prognóstico, que começou a ganhar corpo logo em seguida, no dia 24 de Junho, com o ingresso do governador Flávio Dino no PSB, partido ressuscitado no final do século passado pelo célebre líder político pernambucano Miguel Arraes, e a ser reforçado de fato no dia 30 de Junho com a filiação do deputado estadual Duarte Jr., e ganhou força ontem, com o ingresso dos secretários Carlos Lula (Saúde), Catulé Jr. (Turismo), Jefferson Portela (Segurança), Rogério Cafeteira (Esportes) e Marcos Pacheco, e da presidente do Procon, Karen Barros, além de outras lideranças. No seu discurso, Flávio Dino foi direto ao ponto e declarou, sem rodeios:  “Nós não iremos eleger dois ou três deputados estaduais ou federais, elegeremos dezenas de deputados e seremos, sem a menor dúvida, o maior partido desse estado”. Por modéstia ou por esquecimento, não incluiu “um senador”.
Flávio Dino parece encontrar-se em plena lua de mel com o partido com o qual “namorou” por mais de uma década. Nisso não há qualquer intenção de minimizar o papel do PCdoB, por cuja sobrevivência brigou, a ponto de torna-lo a maior potência partidária do Maranhão por quase uma década. Mas não há dúvida de que no PSB o governador parece mais à vontade, mais “em casa”, dando mostras de estar mais afinado com o socialismo democrático do que com o comunismo mais fechado, mas que ele amenizou com a ideia de religião, associando o humanismo socialista com as bases do cristianismo católico, apostólico, romano. No seu novo partido, o governador finalmente definirá o discurso literalmente identificado com sua nova situação partidária.
Polimento ideológico à parte, o objetivo imediato do governador Flávio Dino é turbinar o PSB, que recebeu apenas com um deputado federal (Bira do Pindaré), e um deputado estadual (Edson Araújo), mas que recebeu o deputado estadual Duarte Jr., um respeitável reforço político eleitoral. Entre os prefeitos, o partido saiu das urnas com seis, alguns vices e uma penca modesta de vereadores, nada fenomenal, mas o suficiente para demarcar espaço no cenário partidário maranhense, e com as portas abertas para um processo em que ganhará uma musculatura que dificilmente ganharia sem um líder do porte de Flávio Dino.
Todo partido maranhense gostaria de ter nos seus quadros filiados como Carlos Lula, um advogado que vem surpreendendo meio mundo com uma gestão excepcional na Secretaria de Saúde; como também gostaria de ter filiados do porte do secretário Jefferson Portela, que vem mudando o sistema policial maranhense; da estatura moral e profissional do ex-deputado estadual Marcos Pacheco, secretário de Políticas Públicas; do desembaraço e a determinação do jovem Catulé Jr., atual secretário de Turismo, e a experiência do ex-deputado Rogério Cafeteira – isso sem falar da jovem Karen Barros, mulher do deputado Duarte Jr.. Juntos, eles podem representar um caminhão de votos nas eleições do ano que vem, podendo fazer do PSB a potência partidária que o governador espera.
Ninguém duvida de que sob o comando de Flávio Dino o PSB emergirá das urnas como uma potência política e partidária, com um senador, três ou mais deputados federais e ao menos entre quatro e cinco deputados estaduais.
Essa é a conta que está sendo feita nos bastidores políticos, onde todos levam em conta três fatores decisivos: a força política de Flávio Dino, o apoio do governador Carlos Brandão (PSDB) e o grande potencial eleitoral do grupo que vai encarar as urnas defendendo as bandeiras do partido.
 

PONTO & CONTRAPONTO

DEM está rachado em relação à disputa para o Palácio dos Leões

Juscelino Filho e Stênio Rezende divergem no DEM sobre  sucessão

Ontem, um destacado partidário do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) questionou a informação de que o DEM está abalado por um racha em relação à sucessão. A Coluna registrou que, contrariando a posição do presidente regional do DEM, deputado federal Juscelino Filho, que está fechado com o líder do PDT, o ex-deputado estadual Stênio Rezende, seu tio e um dos seus mentores, anunciou que apoiará o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Isso significa dizer que a prestigiada deputada Andreia Rezende, mulher de Stênio Rezende, naturalmente abraçará a escolha do marido.
E o racha no DEM vai mais longe. Na última Sexta-Feira, em Miranda do Norte, a deputada Daniella Tema (DEM) estava na primeira fila do megaevento político que reuniu 57 prefeitos e mais de 100 ex-prefeitos, além de deputados estaduais e federais em apoio a Carlos Brandão. A parlamentar estava acompanhada do marido, o tarimbado Cleomar Tema (PSB), ex-prefeito de Tuntum e um dos mais importantes líderes do Sertão maranhense. Correm ainda comentários de que os deputados estaduais democratas Antônio Pereira e Paulo Neto ainda não bateram martelo em relação ao projeto de candidatura de Weverton Rocha.

Marreca Filho reafirmou o Patriotas na aliança articulada por Flávio Dino

Marreca Filho 

Se o presidente Jair Bolsonaro vier mesmo a se filiar no Patriotas e o senador Roberto Rocha segui-lo, como está previsto, haverá problemas na situação da agremiação no Maranhão. Na reunião que o governador Flávio Dino fez, na semana passada, com os líderes partidários para discutir a corrida à sua sucessão contou com a presença do deputado federal Júnior Marreca Filho, que preside o Patriotas no Maranhão. Mesmo tendo entrado mudo e saído calado, Marreca Filho deixou muito claro que o Patriotas é parte da aliança governista, devendo apoiar o vice-governador Carlos Brandão, o senador Weverton Rocha ou o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que é quem de fato controla o partido no Maranhão. Tal situação pode representar uma grande encrenca para o senador Roberto Rocha.

São Luís, 09 de Julho de 2021.