Arquivos mensais: setembro 2020

Fala-se em “consórcio”, mas Rubens Jr., Duarte Jr., Evangelista e Pindaré se batem para enfrentar Braide

 

Em vez de consócio, candidatos do campo liderado pelo governador Flávio Dino  disputam fortemente o direito de comandar São Luís do Palácio de la Ravardière

Adversários da aliança partidária comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) têm batido numa tecla quando falam sobre o cenário político relacionado com a corrida para a Prefeitura de São Luís, a suposta existência de um consórcio de candidatos da base governista. Sugerem que seria uma estratégia para minar o favoritismo do candidato do Podemos, Eduardo Braide, e levar a disputa para um segundo turno, mobilizando então todas as forças em torno do candidato com elas identificados. É verdade que maioria folgada dos candidatos é de partidos e coligações alinhadas na base de apoio do governador Flávio Dino (PCdoB), mas daí a afirmar que se trata de um projeto milimetricamente arquitetado e montado com esse objetivo vai na contramão do que de fato está acontecendo.

As candidaturas de Rubens Júnior (PCdoB-PT-Cidadania-PMB-DC), de Duarte Júnior (Republicanos-PL-Avante-Patriotas), de Neto Evangelista (DEM-PDT-PTB-MDB-PSL), de Bira do Pindaré (PSB), de Carlos Madeira (Solidariedade), de Jeisael Marx (Rede) e de Yglésio Moises (PROS) estão, de fato, dentro da base política e partidária do governador Flávio Dino. Essas candidaturas são projetos de grupos partidários e de partidos isolados, que estão se digladiando.

A candidatura de Rubens Júnior é um projeto do PCdoB, que foi buscar apoio dos partidos da coligação que lidera. Houve disputa dentro do partido, com a tentativa de Duarte Júnior de se firmar como candidato. A trajetória e a posição de Rubens Júnior prevaleceram, levando Duarte Júnior a migrar para o Republicano, onde emplacou o seu projeto de candidatura, que tem o vice-governador Carlos Brandão, que cultiva o objetivo de disputar o Governo do Estado, como principal apoiador. A candidatura de Neto Evangelista, por sua vez, é o resultado de uma ampla articulação empreendida pelo senador Weverton Rocha (PDT) com o próprio candidato e com o presidente do DEM, deputado federal Juscelino Filho. Negociações intensas nos bastidores resultaram nas declarações de apoio do PSL, que reúne hoje bolsonaristas e não bolsonaristas, e do MDB, que representa a base sarneysista na Ilha.

O mesmo acontece com as candidaturas “puro sangue”. O projeto de Bira do Pindaré de disputar a Prefeitura de São Luís é maduro, vem de quando ele ainda era membro do PT. Tentou ser o candidato do PSB em 2012, mas foi atropelado pelo então presidente do partido no Maranhão, o hoje senador pelo PSDB Roberto Rocha, que na época se elegeu vice-prefeito, e em seguida a senador, em 2014, pelo PSB. Só agora ele consegue o aval partidário para disputar o Palácio de la Ravardière. Trata-se, portanto, de um projeto pessoal do deputado Bira do Pindaré e incorporado pelo PSB. Carlos Madeira deixou a magistratura federal com o objetivo de encontrar um partido e disputar a Prefeitura de São Luís. Flertou com vários, mas desembocou no Solidariedade, que havia sido procurado por Duarte Júnior. É o caso também de Jeisael Marx, que viabilizou seu projeto de candidatura com o apoio integral do Rede, e de Yglésio Moises, que depois de buscar intensamente um partido para deixar o PDT, acabou ingressando no PROS.

É verdade que esses candidatos não se tratam como inimigos, mas é verdade também que estão longe de se tratarem como “primos” na disputa. Nos bastidores, jogam pesado uns contra os outros, e todos tentam desbancar Duarte Júnior da segunda colocação. Neto Evangelista vem medindo força com Rubens Júnior e ambos jogam pesado para tirar Eduardo Braide da liderança. E não será surpresa se a relação entre os dois estremecer de vez nas próximas semanas. Também não surpreenderá se no calor da campanha Bira do Pindaré vier a disparar chumbo grosso contra os três candidatos do grupo que estão à sua frente. Ele já deu mostras fartas de que não vai se acomodar, exatamente por acreditar que tem chance de vencer a disputa, o que mantêm na ativa, juntamente com os demais candidatos.

O que parece ser um “consórcio” é, na verdade, um jogo de forte disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braide tenta se blindar, mas a corrida em são Luís prevê confrontos

Eduardo Braide fez comentário sobre segurança e foi duramente rebatido por Márcio Jerry

À frente na preferência do eleitorado de São Luís, o candidato do Podemos, Eduardo Braide, está determinado a fazer uma campanha longe confrontos que possam desgastá-lo. Mas sabe que será difícil para ele se manter fora do ambiente de pancadaria. Um exemplo: bastou que ele fizesse comentário meio torto sobre problema de segurança pública, para receber imediatamente uma dura sequência de petardos, sendo os mais fortes disparados pelo presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry. Não é da sua natureza encarar confrontos desse tipo, com troca de palavras duras, acusações e adjetivações. Mas tem consciência de que numa disputa como a de São Luís, na qual está em jogo, por exemplo, o desenho político do Maranhão para o grande confronto eleitoral de 2022, nenhum candidato sai ileso, por mais precavido que possa ser. Principalmente se estiver na liderança.

 

Disputa em São José de Ribamar caminha para o tapetão da Justiça

Eudes Sampaio, Júlio Matos e Jota Pinto: disputa pode ser decidida nos Tribunais

A disputa pela terceira maior Prefeitura do Maranhão, a de São José de Ribamar, pode acabar no tapetão da Justiça. Essa tendência foi aberta com a decisão do TCE de informar à Justiça Eleitoral a não existência de pendências ali contra o ex-prefeito Júlio Matos (PL), permitindo assim que ele pudesse ser candidato. A decisão mudou radicalmente o panorama da disputa em território ribamarense, com Júlio Matos tomando a liderança do prefeito Eudes Sampaio (PTB), que caminhava fácil para a reeleição. No início desta semana, no entanto, instância Justiça Eleitoral superior reverteu a decisão e devolveu o ex-prefeito para o time dos ficha-suja.

Ontem, o caldo entornou de vez em São José de Ribamar. Os adversários do prefeito Eudes Sampaio impugnaram sua candidatura, acusando-o de abuso de poder e outras mazelas, pretendendo com isso tirá-lo da disputa.

O candidato do PDT, Jota Pinto, que até então parecia fira da disputa por falta de empatia com o eleitorado, assiste a tudo de longe, apostando alto que Júlio Matos e Eudes Sampaio sejam catapultados da disputa, de modo que o caminho fique aberto para ele. Só que os advogados de Júlio Matos e os de Eudes Sampaio garantem que os dois não estão fora do páreo, mantendo, portanto, suas candidaturas de pé.

É grande a expectativa que já domina o cenário eleitoral da Cidade do Padroeiro.

São Luís, 30 de Setembro de 2020.

Candidatos vão às ruas e usam mensagens fortes na largada da corrida à Prefeitura de São Luís

 

Eduardo Braide, Duarte Júnior, Neto Evangelista, Rubens Júnior, Carlos Madeira e Yglésio Moises definiram motes de campanha na corrida à Prefeitura de São Luís

Intensa e animada, mesmo com as limitações impostas pelo novo coronavírus, a largada das campanhas dos agora 11 candidatos – Adriano Sarney (PV) desistiu – para a Prefeitura de São Luís. Os candidatos mais fortes – Eduard Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Rubens Júnior (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB) – foram às ruas em coloridas e estridentes caminhadas, carreatas e bandeiraços. Os candidatos menos favorecidos pela preferência do eleitorado, segundo as pesquisas – Carlos Madeira (Solidariedade), Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS), Franklin Douglas (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Silvio Antônio (PRTB) –, e duramente limitados pela falta de suporte político e partidário, se movimentaram como puderam – com caminhadas, cafés da manhã com apoiadores, reuniões comunitárias e recados em redes sociais. Os primeiros momentos da corrida confirmaram o desenho, que agora ganha cores mais fortes com a chegada ao público dos motes de campanha, enfatizados nas peças que começam a chegar ao conhecimento do eleitor.

Líder na preferência do eleitorado, segundo as pesquisas feitas até aqui, Eduardo Braide, que tem como base partidária a aliança Podemos-PSD-PSC-PMN, aposta num discurso para sensibilizar o eleitorado de que, por não o ter elegido em 2016, deve fazê-lo agora. “Não deu na outra vez, mas vai dar agora”, diz o seu jingle, que o indica recorrendo ao verso mais comum em mensagens eleitorais em todo o País: “… é o prefeito que a gente espera pra gente ser feliz”. A primeira peça de campanha é simples, sem afetação e sem exagero, com música e refrão que tem tudo para pegar.

Seu adversário mais próximo – também segundo pesquisas -, Duarte, que disputa pela coligação Republicanos-PL-Patriotas-Avante, tirou o Júnior para consolidar uma identidade política sem ligação familiar. Sua música de campanha tem por base um mote diferenciado, a convocação “Bora resolver”. Duarte se apresenta como “filho do povo”, estocando seus adversários mais próximos ao declarar que não é filho de político, que trabalhou desde cedo para vencer na vida, e que tem experiência administrativa demonstrada nos resultados da sua badalada gestão à frente do Procon e do Viva Cidadão com a qual se destacou na equipe do governador Flávio Dino. Ele também recorre a um mote surrado: “Duarte prefeito, São Luís tem jeito”.

O candidato Neto Evangelista, embalado pela coligação DEM-PDT-MDB-PSL, surpreendeu ao recorrer ao mais antigo apelo utilizado por candidatos à Prefeitura de São Luís nas últimas décadas: registrar em cartório um documento contendo as suas principais promessas de campanha, que chamou de “Carta de Compromissos”. O ato é uma estratégia nacional do DEM. Ao mesmo tempo, Neto Evangelista toca num ponto sensível: lembra que agora é a vez da sua geração ter a oportunidade, mas dedicando “todo respeito aos que vieram antes”. E arremata afirmando que pretende fazer a cidade “como a gente sonha de verdade”.

Por seu turno, Rubens Júnior, que está na corrida liderando a aliança PCdoB-PT-Cidadania-PMB-DC, municia sua candidatura com três símbolos, dois políticos e vivos e um espiritual, sendo os dois primeiros suas fontes de apoio e de inspiração. A primeira referência é o governador Flávio Dino, que destaca como o líder que segue o no qual se inspira como político e como gestor. A segunda é o ex-presidente Lula, que o ensinou a governar para os mais pobres. E a referência espiritual é o Divino Espírito Santo. Nas suas manifestações, Rubens Júnior tem feito questão de deixar claro que nasceu e cresceu em São Luís, que apresenta como “a minha cidade”.

Entre os demais candidatos, destaca-se o mote de campanha de Carlos Madeira (Solidariedade), que pede aos seus simpatizantes que convençam “mais um” a segui-lo, certo de que esse somatório pode gerar uma onda a seu favor. Por sua vez, Yglésio Moises (PROS) divulgou um forte e comovente vídeo no qual pessoas do povo, sem maquiagem, se identificam, até que o candidato diz: “Eu sou Yglésio e quero ser você na Prefeitura de São Luís”.

Salvo as manifestações de pré-campanha, os demais candidatos não trouxeram – até ontem – peças de campanha. Mas ninguém duvida que elas estão a caminho e que trarão recados fortes para seduzir o escolado eleitorado de São Luís.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Saída de Adriano Sarney pode beneficiar Eduardo Braide, mas base pode se pulverizar

Adriano Sarney: fora da disputa

Um fato assanhou todos os QGs de campanha na Capital: a retirada da candidatura de Adriano Sarney (PV), anunciada em carta divulgada no Domingo, numa reviravolta surpreendente que, em tese, pode mexer fortemente no quadro das preferências do eleitorado, e, também em tese, pode municiar o candidato do Podemos a vencer a eleição em um só turno.

Com bom preparo em economia e exercendo um mandato politicamente equilibrado, mas com apenas seis segundos de tempo de rádio e TV, nenhuma estrutura de campanha, sem o aval da família e rifado dos debates nas TVs locais, o deputado estadual Adriano Sarney, o neto do ex-presidente José Sarney (MDB) colocou os pés no chão e compreendeu que, se em situação normal suas chances já seriam remotas, nas condições que se apresentaram elas chegaram a zero. Ciente de que manter a candidatura seria um esforço inócuo, que poderia alimentar e até aumentar sua base de eleitores, mas com custos  muito elevados, portanto uma jogada de risco que poderia terminar com um monumental desastre, Adriano Sarney sai com os pés no chão.

O problema é que deixa no vácuo uma chapa com 40 candidatos a vereador (ver Coluna anterior), que agora sem um candidato majoritário para galvanizar suas campanhas, tendem a se articular em bloco em torno de outro candidato, ou se espalhar sem controle entre várias candidaturas.

A retirada sugere algumas indagações: Adriano Sarney vai declarar apoio a algum candidato? Se o fizer, levará junto os 4% de intenções de voto revelados pelo Ibope, equivalentes a 27 mil sufrágios, fatia suficiente para decidir uma eleição. O mais provável é que, por não formarem um bloco compacto, os apoiadores do ex-candidato do PV se dispersem ao longo da campanha, podendo parte deles, por afinidade política e ideológica, venham a fazer opção pela candidatura de Eduardo Braide.

 

Candidato do PSOL a prefeito de São Luís faz uma campanha diferenciada

Franklin Douglas – centro, camiseta branca – reunido com posseiros do Cajueiro  no início da campanha

O candidato do PSOL a prefeito de São Luís, Franklin Douglas, abriu sua campanha no Cajueiro, um pedaço de terra na Ilha marcado por um conflito entre posseiros e o projeto da construção do Porto São Luís, um empreendimento milionário de empresas chinesas apoiado pelo Governo do Estado. A julgar pelas imagens divulgadas por Franklin Douglas – que é advogado e professor universitário da área de Comunicação -, o evento reuniu pouco mais de duas dezenas de pessoas. Vale a pergunta: o que levou o candidato do PSOL iniciar sua campanha ali, quando o objetivo de qualquer candidato é mobilizar a grande massa eleitoral? E mais: o que motivou o candidato do PSOL se apresentar aos remanescentes da antiga comunidade do Cajueiro usando camisetas com a esfinge da vereadora carioca Marielle (PSOL), assassinada brutalmente há dois anos no Rio de Janeiro? Político aguerrido, que mantém o PSOL quase que na linha da extrema esquerda, Franklin Douglas deve saber o que está fazendo ao recorrer a essa linha de ação para chegar ao Palácio de la Ravardière.

São Luís, 29 de Setembro de 2020.

Vereador: 31 partidos lançaram 976 candidatos numa guerra que pode mudar Câmara de São Luís

 

Grande parte da atual composição da Câmara Municipal de São Luís poderá ser mudada na urna eletrônica em Novembro

Em paralelo à dura, complicada e imprevisível disputa para a Prefeitura de São Luís, que está sendo travada por 12 candidatos, uma guerra menos estridente, mas igualmente intensa, está movimentando um exército de 976 candidatos de 31 partidos para as 31 cadeiras da Câmara Municipal de São Luís, o que significa um confronto de nada menos que 31,9 aspirantes por vaga. Esse elevado número de postulantes à vereança ludovicense decorre do fato de que, ao contrário da eleição majoritária, a eleição proporcional não permite coligações, obrigando os partidos a lançarem suas próprias chapas à vereador, para travarem uma disputa à parte, na base do cada um por si, independentemente das alianças em torno dos candidatos a prefeito. Esse novo formato produziu um desenho diferente, que põe em xeque o poder de fogo dos grandes partidos, ao mesmo tempo em que abre caminho para uma ampla renovação na composição do Poder Legislativo da Capital.

O fim das coligações proporcionais não eliminou a possibilidade de candidatos de alianças contarem com o apoio de um número bem maior de candidatos a vereador, o que pode significar uma vantagem expressiva, se levado em conta o fato de que eles funcionam como cabos eleitorais importantes, com poder de ramificar as candidaturas majoritárias.

De acordo com as chapas registradas, os partidos que apoiam o candidato Eduardo Braide (Podemos, PSDB, PSC, PSD e PMN) registraram 167 candidatos a vereador; já os partidos aliados a Duarte Júnior (Republicanos, Patriotas, PL e Avante) lançaram 161 candidatos; os apoiadores de Rubens Júnior (PCdoB, PT, Cidadania, PMB e DC) registraram 156 candidatos; e DEM, PDT, PSL e MDB, que apoiam Neto Evangelista, entraram na briga com 135 candidatos a vereador. Ou seja, os quatro candidatos que disputam a Prefeitura com força partidária contam com o apoio de 619 candidatos à Câmara Municipal, sobrando somente 357 candidatos para os outros oito candidatos ao Palácio de la Ravardière, contando cada um com um partido.

Não será uma guerra fácil. Pela regra em vigor, com São Luís abrigando 699.954 eleitores, para a eleição de um vereador o partido precisará, em tese, que todos os seus candidatos totalizem 22.579 votos, garantindo a vaga ao mais votado. Na prática, esses números caem, expressivamente ou não, dependendo do número de abstenções. Na eleição de 2016, por exemplo, os 31 vereadores eleitos totalizaram pouco mais de 120 mil votos, sendo que o mais votado, Osmar Filho (PDT), recebeu 9.809 votos, e o da rabeira, César Bombeiro (PSD), entrou com pífios 2.248 votos, o que resultou numa média de 3.875 votos para cada vereador eleito.

As mudanças nas regras, o aumento do eleitorado e o desempenho pouco expressivo da atual Câmara Municipal de São Luís indicam que a eleição de um vereador será bem mais complicada e difícil do que nas disputas anteriores. Mas ainda permanecem fortes os sinais de que há no parlamento municipal uma espécie de elite cujos membros continuarão renovando seus mandatos: Osmar Filho (PDT), Astro de Ogum (PCdoB), Ivaldo Rodrigues (PDT), Raimundo Penha (PDT), Afonso Manoel (Solidariedade), Aldir Júnior (PL), Chico Carvalho (PSL), Dr. Gutemberg (PSD), Isaías Pereirinha (PSL), entre outros. Na avaliação de alguns observadores, a entrada de nova geração na disputa pelo comando político e administrativo da Capital, motivou muitos ludovicenses dos mais diversos campos de atuação a entrar na guerra por mandato parlamentar, devendo proporcionar uma renovação que pode chegar a 60% das 31 cadeiras da Câmara Municipal de São Luís.

Em Tempo: O número de candidatos por partido é o seguinte: PSL (58), Patriotas (47), PRTB (44), PL (43), Avante (42), PTB (41), Podemos (41), PSC (41), PSB (40), PV (40), DC (40), PP (38), PMN (38), DEM (37), PTC (36), Solidariedade (34), PCdoB (33), PMB (31), PSDB (30), Republicanos (29), PT (27), Cidadania (25), PDT (23), PSD (23), Rede (18), MDB (17), PSOL (14), Novo (9), PSTU (6), PROS (4) e PCO (1).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Chapas de candidatos à Câmara Municipal guardam estratégias e projetos diversos

Maranhãozinho: turma de candidatos sem votos para badalar seu nome

Na corrida à Câmara Municipal de São Luís alguns dados chamam a atenção. O primeiro deles é o número de candidatos lançados pelo PL, Patriotas e Avante, partidos diretamente controlados pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho: 132 candidatos, que representam nada menos que 14% do número total de candidatos lançados pelos 31 partidos. É óbvia a ousada e cara estratégia de usar esses candidatos, cuja esmagadora maioria não têm os votos da rua onde residem, como propagadores do parlamentar, que está aproveitando as eleições municipais para tentar emplacar sua pré-candidatura ao Governo do Estado em 2022. Nada desmente essa conclusão.

Outro dado interessante é a parcimônia dos partidos mais fortes no número de candidatos a vereador. O PDT, por exemplo, que tem uma chapa forte, lançou apenas 23 candidatos, menos da metade dos 62 a que tinha direito. O PT, por seu turno, registrou 27 candidatos, que vão brigar pela vaga aberta pelo vereador Honorato Fernandes, candidato a vice na chapa de Rubens Júnior. Outro gigante partidário, o MDB surpreendeu lançando uma chapa de 17 candidatos a vereador. Mas o número de candidatos mais surpreendente é do PROS, que lançou apenas quatro candidatos a vereador, menos que o PSTU (9). Neste quesito, o partido de Yglésio Moises só está à frente do inacreditável PCO (Partido da Causa Operária), que tentará pregar a ditadura do proletariado em São Luís com apenas um candidato a vereador.

 

Começa hoje a campanha de fato com a liberação da propaganda e a realização de atos públicos

Neto Evangelista anunciou que abre hoje campanha com caminhada no São Francisco

A corrida às urnas tem neste Domingo a sua largada decisiva. De acordo com o Calendário Eleitoral, nesta data, 27/09, começa, de fato, a campanha eleitoral com a abertura do período de propaganda eleitoral. O que será permitido a partir de agira é o seguinte:

Propaganda eleitoral, inclusive na internet, podendo os candidatos usar, até 14 de Novembro, das 08h às 22h, autofalantes ou amplificadores de som, com os limites previstos na legislação.

A partir de hoje, até 12 de Novembro, os candidatos poderão realizar comícios com a aparelhagem de som fixa, das 08h às 24h, podendo o horário ser prorrogado por mais duas horas no comício de encerramento de campanha.

A partir de hoje, os candidatos poderão distribuir material gráfico e realizar caminhada, passeata e carreata, acompanhados ou não por carro de som.

De hoje até 13 de Novembro, serão permitidas a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de até 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e de 1/4 (um quarto) de página de revista ou tabloide.

De agora em diante não será permitida a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral.

São Luís, 27 de Setembro de 2020.

Perda de tempo: agressões virtuais apócrifas a Duarte Júnior são burras e podem inflar sua candidatura

 

Duarte Júnior segue em frente, apesar da pancadaria apócrifa

Confirma-se o que observadores dos movimentos que vêm marcando a corrida para a Prefeitura de São Luís já esperavam: está em curso uma campanha de difamação contra o deputado estadual Duarte Júnior, candidato do Republicanos à Prefeitura de São Luís, e que ocupa o segundo lugar nas preferências do eleitorado, segundo todas as pesquisas divulgadas até aqui. O método utilizado é o ataque via redes sociais, no caso o WhatsApp, com a utilização de DDDs das mais diferentes regiões do território nacional para divulgar vídeo em que o candidato, caracterizado como um palhaço, é apontado como “migueloso”, um adjetivo típico do linguajar ludovicense de baixo calão, o que indica a raiz do crime. E como é regra, o criminoso – provavelmente um pau mandado pouco inteligente – consegue se manter no anonimato, talvez até por não saber que a Polícia Federal, por ele já acionada, dispõe de recursos tecnológicos para chegar ao autor, cuja identificação, prisão e acerto de contas com a Justiça é apenas uma questão de tempo. O problema é que essa covardia virtual pode estimular uma guerra suja numa campanha até aqui marcada pela civilidade.

Não surpreendeu que Duarte Júnior fosse o primeiro candidato-alvo de um ataque dessa natureza. Jovem – tem apenas 34 anos -, com boa formação – é advogado e professor de Direito -, competente – fez uma gestão inovadora e atuante no Procon e no Viva Cidadão -, inteligente – usa bem as redes sociais, onde tem milhares de seguidores -, ousado – se lançou candidato a deputado estadual e saiu das urnas como o terceiro mais votado, com votação consagradora na Capital -, e obstinado – superou obstáculos gigantescos para consolidar sua candidatura à Prefeitura de São Luís -, candidato do Republicanos tem sido alvejado por muitos petardos políticos. Mas, ao contrário do que calcularam seus adversários políticos, ele se mantém de pé, deixando os atacantes perplexos e com dificuldade para encontrar meios de arranhar sua imagem política. Para ele tem valido a teoria da massa fermentada: quanto mais nela se bate, mais ela cresce o seu volume.

Duarte Júnior é um caso de sucesso que desafia a lógica. Menino pobre, sempre teve de batalhar muito para avançar. Ele próprio lembra que vendeu chip para celular na Rua Grande, trabalhou como atendente na cantina da escola, e encarnou um palhaço num programa de TV para criança em que sua irmã era a estrela. Paralelamente, estudou com os pés no chão, tornou-se bacharel em Direito, mergulhou na advocacia e no ensino do Direito, entrou para a política participando da campanha vitoriosa de Flávio Dino (PCdoB) em 2014, ganhando em 2016 a oportunidade de comandar o Procon e em seguida também o Viva Cidadão. Aproveitou com garra e durante três anos deu uma guinada radical na melhoria e na expansão dos serviços prestados pelos dois órgãos. E foi com base no resultado do trabalho que obteve o aval do governador Flávio Dino para se lançar candidato a deputado estadual. Deu no que deu.

Só, livre da tutela de caciques partidários e sem lastro político familiar, contando apenas com ousadia, determinação e o uso inteligente das redes sociais, Duarte Júnior se tornou um fenômeno. Tão logo desembarcou na Assembleia Legislativa, avisou ao mundo a sua pré-candidatura à prefeito de São Luís, movimento que de cara despertou seus oponentes. Nesses 20 meses tem enfrentado ciladas e ataques, tem reagido com surpreendente equilíbrio, dando a entender que é osso duro de roer e que não vai se dobrar. Foi com esse ânimo – pouquíssimas vezes abalado -, que ele enfrentou a guerra dentro do PCdoB, que perdeu, mas que sobreviveu intacto ingressando no Republicanos, apoiado pelo vice-governador Carlos Brandão e firmando uma discutível aliança com o PL liderado pelo controvertido deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

O segundo lugar na preferência do eleitorado até aqui não dá a Duarte Júnior a garantia de que irá para o segundo turno e nem de que, nessa hipótese, será eleito prefeito. Mas é inegável que, independentemente do desfecho da corrida à Prefeitura de São Luís, o jovem advogado que na infância se fantasiou de palhaço para ganhar a vida é um político da linha de frente da sua geração. Atacá-lo em campanha apócrifa no WathsApp é covardia e também perda de tempo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Tucanos maranhenses reforçam laços com o bolsonarismo

Jair Bolsonaro emoldurado por Roberto Rocha e Sebastião Madeira, comandantes do PSDB no Maranhão

Repercutiu fortemente no meio político e fora dele a imagem em que o senador Roberto Rocha e o ex-prefeito Sebastião Madeira, ambos do PSDB, emolduram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante audiência no Palácio do Planalto, ocorrida Quarta-Feira (23). A visita resultou na decisão presidencial de visitar a Princesa do Tocantins no início de Outubro. Até aí, nenhum ponto fora da linha.

A imagem reúne uma série de traços que lhe dão expressivo peso político. Começa com o fato de que, na contramão dos movimentos do partido no plano nacional, o comando do PSDB do Maranhão continua estreitando laços com o bolsonarismo. A ida de Jair Bolsonaro à Imperatriz, que pode ser justificada pelo fato de que a cidade foi uma das raras onde o candidato Bolsonaro venceu no Maranhão e onde, é sabido, tem muitos apoiadores. Por isso, a visita presidencial deixa no ar a impressão de que será uma maneira de fazer o contraponto ao apoio do governador Flávio Dino ao candidato do PCdoB, Marco Aurélio.

A visita do presidente Jair Bolsonaro a Imperatriz deve causar forte incômodo ao prefeito Assis Ramos, que há muito entrou na linha de tiro do PSDB. Daí talvez a expressão de entusiasmo do ex-prefeito Sebastião Madeira cujos cálculos o levam à vitória nas urnas.

 

Ex-vice-prefeito Júlio Pinheiro se move por mandato de vereador

Júlio Pinheiro: ex-vice a caminho da Câmara

Os bastidores da corrida à Câmara Municipal de São Luís alimentam certa expectativa em relação ao desempenho eleitoral do agora ex-vice-prefeito Júlio Pinheiro, apontado por muitos como um dos nomes mais fortes da poderosa chapa do PCdoB. Apoio político com forte potencial eleitoral não lhe falta. Para começar, tem o apoio do alto comando do PCdoB, leva a simpatia do governador Flávio Dino e, dizem, o aval do prefeito Edivaldo Júnior (PDT), com quem se relacionou sem problemas nestes quatro anos. Professor de carreira e militante sindical, Júlio Pinheiro reúne cacife suficiente para receber nas urnas o apoio de pelo menos parte da categoria que, como se sabe, costuma pulverizar seu poder de fogo eleitoral, raramente se mobilizando em torno de uma candidatura. Muita gente aposta que o ex-prefeito, que foi prefeito por alguns dias, dará expediente no Palácio Pedro Neiva de Santana a partir de Janeiro do ano que vem.

São Luís, 25 de Setembro de 2020.

Pesquisa mostra que maioria ludovicense aprova Edivaldo Júnior e Flávio Dino e reprova Jair Bolsonaro

 

 

Edivaldo Holanda Jr.,Flávio Dino e Jair Bolsonaro são avaliados pelo eleitorado de São Luís na pesquisa Ibope

A pesquisa Ibope contratada pela TV Mirante para medir as preferências do eleitorado na corrida à Prefeitura de São Luís investigou também a opinião dos ludovicenses em relação às gestões do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), do governador Flávio Dino (PCdoB) e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O prefeito Edivaldo Holanda Júnior tem sua gestão aprovada por 57% e reprovada por 36%, enquanto 7% não souberam ou preferiram não opinar. O Governo Flávio Dino, por sua vez, é visto como “ótimo” e “bom” por 46% dos ludovicenses, “regular” por 36% e “ruim” e “péssimo” por 16%. E a gestão do presidente Jair Bolsonaro é avaliada como “ótima” e “boa” por 26%, “regular” por 29% e “ruim” e “péssima” por 44% dos eleitores ouvidos pela pesquisa. Um cenário bem revelador do que pensa o eleitorado de São Luís em relação aos líderes das três esferas de poder.

Com essa avaliação, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior ganha autoridade para ser visto e lembrado como um prefeito eficiente. Os números indicam que prestou bons serviços às áreas urbana e rural, com a vantagem de liderar um governo atuante, reformista e empreendedor, com um portfólio denso de obras físicas, bem como um expressivo saldo de ajustes administrativos, entre eles uma política fiscal dura e um controle de gastos rígidos. Nestes oito anos, não houve registro de desvio de conduta na sua gestão, o que, mantido esse perfil ético pelos próximos três meses, garantirá que Edivaldo Holanda Júnior encerre seus mandatos como um gestor que fez a sua parte e vai entregar ao sucessor uma Prefeitura com bom desempenho administrativo, finanças equilibradas e as obrigações em dia – caso da folha de pessoal, que não atrasou um só mês nesse período. No campo político, essa aprovação expressiva dá ao prefeito autoridade política para se posicionar na corrida para a sua sucessão. O resultado sugere também que 36% de reprovação é um percentual para ser levado em conta numa reflexão.

A avaliação do governador Flávio Dino retrata com fidelidade a sua posição conceitual na Capital, onde seu Governo tem realizado obras importantes, como escolas, hospitais, urbanização, áreas de lazer, segurança, cultura, entre outras ações. Os números do Ibope refletem também a compreensão do eleitor ludovicense a respeito da obra do Governo em todo o estado, e traduzem a impressão positiva que a esmagadora maioria dos cidadãos de São Luís nutre pelas posições políticas do governador, que lidera um amplo processo de mudanças no modo de governar e no jeito de fazer política, que vem lhe dando projeção nacional, a ponto de ser incluído na lista dos presidenciáveis para 2022. Indica, finalmente, que Flávio Dino terá forte e decisiva influência na eleição do sucessor de Edivaldo Holanda Júnior.

Os resultados da pesquisa Ibope relacionados ao presidente Jair Bolsonaro, confirmam, a antipatia que a esmagadora maioria dos ludovicenses nutre por ele, confirmando a rejeição que expressou nas urnas em 2018. Confirmam a marca de rebeldia da população de São Luís, que está entre as mais politizadas do País, manifestando sempre o que pensa em relação aos detentores do poder, principalmente os de direita. Vale registrar, porém, que o presidente da República já amargou avaliação mais dura por parte da população da Capital do Maranhão, e é provável que essa alteração se dê por causa do auxílio emergencial, que ele vem tentando capitalizar como dividendos políticos. Ainda assim, os números são vexatórios.

No contexto atual, é honesto prever que esses números repercutirão, de alguma maneira, na disputa para a Prefeitura de São Luís, favorecendo candidatos alinhados ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior e ao governador Flávio Dino e contribuindo para o insucesso dos que vierem se associar ao atual inquilino do Palácio do Planalto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Apoiada por Maranhãozinho, Belezinha assume na AL e turbina candidatura em Chapadinha

Belezinha assumiu na Assembleia na vaga aberta com a licença de Detinha

Dulcilene Belezinha (PL), ex-prefeita de Chapadinha e candidata a novo mandato municipal, será deputada estadual por 120 dias, tempo que vai durar a licença tirada pela titular Detinha (PL). Belezinha, como é conhecida na região polarizada por Chapadinha, assumiu na sessão de ontem. Ela segue a estratégia da ex-prefeita e ex-deputada e atual suplente Socorro Waquim (MDB), que com o aval do seu partido ganhou vaga temporária no parlamento estadual para dar mais consistência política à sua candidatura à Prefeitura de Timon.

A ascensão de Dulcilene Belezinha ao mandato temporário de deputada estadual é o desfecho de uma articulação comandada pelo chefe estadual do PL, deputado federal Josimar de Maranhãozinho, principal fiador da sua candidatura a novo mandato em Chapadinha, onde disputara com o prefeito Magno Bacelar (PV). Chama a atenção o fato de que Belezinha ocupa a quinta suplência da coligação pela qual disputou a eleição para o parlamento estadual. Como vários titulares se afastaram para se envolver na campanha eleitoral, Josimar de Maranhãozinho decidiu que a deputada Detinha, sua mulher, sairia para abrir a vaga, jogando todas as cartadas para eleger aliados para seu projeto de disputar o Governo do Estado em 2022.

No caso de Socorro Waquim, ex-prefeita e ex-deputada estadual, ela é a primeira suplente do MDB, tendo assumido na vaga de Rigo Teles (PV), que se licenciou do mandato para disputar a Prefeitura de Barra do Corda. Nesse caso, a articulação foi feita pelo deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente do MDB e coordenador das ações do partido para essas eleições, em São Luís e no interior. Socorro Waquim disputa de igual para igual em Timon com Coronel Schnneyder (Republicanos) e Dinair Veloso (PSB) numa eleição de desfecho rigorosamente imprevisível.

 

Destaque

TV Assembleia estreia hoje programa semanal sobre as eleições

O jornalista Juracy Filho vai comandar o programa “Parlatório”, da TV Assembleia Legislativa

Quer se informar sobre datas, prazos, regras para candidaturas, datas, prazos, mudanças na legislação, campanhas digitais e sobre o processo de votação em tempo de pandemia? O filão de informações estará, a partir de hoje e todas quintas-feiras na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2), que estreia às 21 horas, o programa “Parlatório”. Criado como o propósito de prestar serviços a eleitores e candidatos, o novo programa será conduzido pelo jornalista Juracy Filho e terá por base entrevistas nas quais serão abordados os mais diferentes temas relacionados com as eleições municipais marcada para o dia 15 de Novembro.

Na edição de estreia, “Parlatório” terá a participação do procurador regional eleitoral Juraci Guimarães Júnior, e do procurador-geral da Assembleia Legislativa Tarcísio Almeida Araújo. Os dois tratarão de temas como as regras eleitorais em vigor para essas eleições 2020, os impactos da Covid-19 no processo eleitoral e a estrutura das eleições.

Das próximas edições, que serão levadas ao ar sempre às 21 horas – com reprise às Sextas-Feiras às 13h30 -, participarão do “Parlatório” especialistas nos mais diversos aspectos que envolvem o processo eleitoral, que neste ano será realizado com procedimentos diferenciados por causa da pandemia do coronavírus

Idealizador do projeto, o diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa, jornalista Edwin Jinkings, acredita que o programa contribuirá para esclarecer as dúvidas dos telespectadores sobre todo o processo eleitoral vigente. “É um programa informativo em um formato leve e dinâmico. Com certeza, nossos telespectadores ficarão bem informados sobre as mudanças na legislação eleitoral e tudo o mais a respeito das regras impostas aos candidatos, partidos e campanhas”, assinalou.

Em Tempo: Desde o dia 29 de Agosto, a TV Assembleia está sendo transmitida pelo canal 9.2 da TV aberta. A mudança de sintonia permite que os canais da TV Senado, TV Câmara e TV Assembleia estejam mais próximos da TVs comerciais, facilitando ainda mais o acesso à programação.

São Luís, 24 de Setembro de 2020.

Rubens Júnior se diz “vacinado” contra o Ibope e garante que quadro muda durante a campanha

 

Rubens Júnior garante não ter se abalado com a pontuação na pesquisa do Ibope 

“Sou de um grupo político vacinado contra qualquer influência de pesquisa Ibope em início de campanha no Maranhão”. Foi essa a reação de Rubens Júnior, candidato da coligação PCdoB-PT-Cidadania-PMB-DC em relação à pesquisa Ibope divulgada segunda-feira, na qual aparece com apenas 2% das intenções de voto, junto com Carlos Madeira (Solidariedade) e Jeisael Marx (Rede), enquanto Eduardo Braide (Podemos-PSD-PSC-PMN) lidera com 43%, seguido de Duarte Júnior (Republicanos-PL-Avante-Patriotas) com 14%, Neto Evangelista (DEM-PDT-PSL-MDB) com 10%, Bira do Pindaré (PSB) com 5%, Adriano Sarney (PV) com 4%, e Yglésio Moises (PROS) e Franklin Douglas (PSOL) com 1%. Provocado sobre o assunto, Rubens Júnior entabula vários argumentos para minimizar o resultado do levantamento, entre eles o de que a pesquisa foi realizada no período de 12 a 14, antes das convenções e da declaração de apoio do ex-presidente Lula da Silva. “O Ibope sempre erra no começo, depois acerta, mas sempre erra no começo”, enfatiza, afirmando que sua candidatura está “mais forte do que nunca”.

O candidato do PCdoB surpreende ao não demonstrar qualquer traço de preocupação com o resultado da pesquisa. Sua avaliação é a de que, oficialmente definidos, os times estão em campo, numa espécie de aquecimento, para o jogo que começará, de fato, no próximo dia 27, com o início da campanha de rua, permitida a realização de passeatas com a utilização de carros de som e outros instrumentos permitidos pela Legislação Eleitoral. No seu roteiro, outro marco da corrida ao Palácio de la Ravardière é a propaganda no rádio e na TV, que será iniciada no dia 09 de Outubro. O candidato tem dedicado sua agenda a reuniões com lideranças comunitárias, avaliando que esses encontros – dezenas já foram realizados – vão produzir resultados importantes para a primeira etapa da campanha propriamente dita, com o início dos movimentos de rua que terá a largada no próximo Domingo.

Rubens Júnior afirma que está organizado para fazer uma campanha produtiva e com a convicção de que disputará o segundo turno, “provavelmente com o Braide”, e que vencerá a eleição. Numa conversa rápida, ele informa que sabe o que fazer para melhorar mais ainda a cidade que espera receber do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Os 12 meses que atuou como secretário das Cidades lhe deram uma visão apurada sobre São Luís, de modo que ele diz saber exatamente o que fazer se chegar ao gabinete principal da sede do Governo municipal. Para ele, o que aconteceu até agora não define o desfecho da disputa; ao contrário, é a partir de agora que “as pessoas vão saber quem é quem nessa disputa”. E deixa claro que vai fazer uma campanha com argumentos capazes de convencer o eleitor.

Politicamente, o candidato do PCdoB confia muito na força do grupo a que pertence, no lastro da coligação que lidera e no apoio do ex-presidente Lula da Silva (PT), que, aliás, já gravou uma declaração nesse sentido. Acha que está bem estruturado, que vem fazendo a coisa certa como candidato e que está preparado para qualquer situação. E com um discurso simples, direto, feito em tom de quem está com os pés no chão, sem nenhum traço de arrogância ou afetação, Rubens Júnior aposta que as próximas pesquisas, incluindo as do Ibope, principalmente as que serão feitas nas diferentes etapas da campanha, mostrarão uma realidade bem diferente, particularmente no que diz respeito à sua candidatura.

A convicção de Rubens Júnior de que estará entre os primeiros e irá para o segundo turno é surpreendente em se tratando de um candidato para apareceu numa posição nada estimulante na pesquisa do Ibope. Mas vale lembrar que faltam mais de 50 dias para as eleições, o que em corrida eleitoral é tempo suficiente para a ocorrência de mudanças inacreditáveis.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino acertou ao criticar o inacreditável discurso de Jair Bolsonaro na ONU

Flávio Dino critica fortemente discurso de Jair Bolsonaro na ONU

O governador Flávio Dino (PCdoB) usou as redes sociais para registrar seu ponto de vista em relação ao inacreditável discurso com que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manteve tradição de que o chefe do Estado brasileiro é o primeiro a falar na abertura da Assembleia Geral da ONU. Na linha do que disseram políticos, diplomatas e representantes das mais diversas áreas da sociedade organizada, o governador do Maranhão disse o seguinte nas redes sociais:

“Chave interpretativa do discurso de Bolsonaro na ONU:

Vilões – governadores, imprensa, Judiciário, caboclos e indígenas, ONGs, conspiração internacional etc.

Heróis- Bolsonaro e Trump.

Discurso impatriótico, não convence e enfraquece ainda mais o Brasil no mundo”.

De fato, todo e qualquer cidadão minimamente esclarecido acerca dos temas abordados pelo presidente certamente ficou perplexo ao vê-lo responsabilizar índios e caboclos pelos incêndios que devastam áreas quilométricas da Amazônia; culpar os governadores pelas mais de 137 mortes mil mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus; reafirmar sua impressionante submissão aos Estados Unidos de Donald Trump; “denunciar” uma “cruel” campanha internacional de “desinformação” contra o Brasil; e dizer para o mundo que o Brasil do Carnaval, do samba, das festas populares, que prima pela liberdade de credo e que rejeita controle de comportamento é um país “profundamente cristão e conservador”, como se o Estado brasileiro não fosse laico.

Um diplomata experiente fez o seguinte comentário: “A comunidade internacional certamente não levará esse discurso a sério”.

 

Wellington faz discurso magoado e diz: “Quem conhece Braide não vota em Braide”

Wellington do Curso ataca Eduardo Braide e Ibope

O deputado Wellington do Curso parece não se conformar com a decisão do PSDB de rifar sua candidatura a prefeito de São Luís para apoiar o candidato do Podemos, Eduardo Braide, que lidera corrida. Inquieto, conhecido por dizer o que lhe vem à cabeça, e incansável na mania de reclamar, o parlamentar agora decidiu abrir suas baterias contra o ex-futuro adversário na disputa, espalhando a frase como slogan de uma anticampanha: “Quem conhece Braide não vota em Braide”. Também já declarou algumas vezes que o senador Roberto Rocha, presidente do PSDB estadual e responsável pela rifada da sua candidatura, “não tem palavra”. E ontem, num discurso magoado, feito na tribuna da Assembleia Legislativa, virou suas baterias verbais na direção do Ibope, afirmando, categoricamente, mas sem apresentar prova, que a pesquisa divulgada segunda-feira “foi manipulada”. E avisou que vai debulhar, no momento oportuno, a tal manipulação. E para fechar sua fala, avisou que anunciará em breve o candidato que terá seu apoio na corrida à Prefeitura de São Luís. Há dúvidas de que algum deles esteja interessado.

São Luís, 23 de Setembro de 2020.

Ibope aponta larga vantagem de Braide e indica que a disputa em São Luís começou para valer

 

A pesquisa do Ibope divulgada ontem pela TV Mirante apontando Eduardo Braide (Podemos) liderando com 43% da preferência do eleitorado, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 14%, Neto Evangelista (DEM) com 10%, Bira do Pindaré (PSB) com 5%, Adriano Sarney (PV) com 4%, Carlos Madeira (Solidariedade), Jeisael Marx (Rede) e Rubens Júnior (PCdoB) com 2%, e Yglésio Moises (PROS) e Franklin Douglas com 1% trouxe nos seus números algumas mensagens muito fortes. A primeira delas é a que, ao contrário do que muitos estavam acreditando, o candidato do Podemos não é um balão de ensaio e se a eleição fosse hoje, ele poderia liquidar a fatura em um só turno. A segunda é que, em tese, nada menos que 84% dos eleitores já escolheram seus candidatos, restando apenas 8% dos que querem anular o voto e 8% de indecisos para serem seduzidos pelos candidatos. A terceira: o jogo de fato começou acendendo alerta amarelo para os candidatos alinhados ao Governo, a começar por Rubens Júnior, que lidera a coligação politicamente mais poderosa. E uma conclusão: essa pesquisa vai balizar o embate eleitoral a partir de agora.

Levando-se em conta as informações trazias à tona por outras pesquisas, já era esperado que Eduardo Braide aparecesse na do Ibope liderando com vantagem expressiva na corrida à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Ninguém, no entanto, previa que ele, que vinha numa leve tendência de queda, fosse encontrado agora com uma vantagem abissal em relação aos demais concorrentes: 29% à frente de Duarte Júnior e 33% de Neto Evangelista. Mais do que isso: com dois pontos percentuais a mais do que os 42% de todos os demais candidatos somados, o que lhe daria a possibilidade de vencer a disputa em turno único se a eleição fosse agora. Por esse retrato, Eduardo Braide aparece com vantagem sólida, que seus oponentes precisarão trabalhar duro para reverter.

E por via de desdobramento, se o pleito fosse agora e as urnas mandassem a decisão para um segundo turno, o desfecho seria igualmente impactante. Se a disputa fosse com Duarte Júnior, Eduardo Braide venceria com 63% a 25%, 12% de indecisos; se o adversário fosse Neto Evangelista, o candidato do Podemos seria eleito com 61% a 24%, com 15% de indecisos, e se a disputa fosse entre Eduardo Braide e Rubens Júnior, o primeiro seria eleito com 73% contra 12%, igualmente com 15% de indecisos. Não há nenhum cenário em que o candidato do Podemos seja sequer ameaçado.

Esse contexto desafia Rubens Júnior, Neto Evangelista e Duarte Júnior a colocar em funcionamento as poderosas máquinas partidárias que sustentam as suas candidaturas, estimulando-as a entrar em campo de maneira eficiente e decidida, com o objetivo de reverter esse quadro. Isso porque, levando em conta o fato de que as eleições para a Prefeitura de São Luís sempre foram decididas na força de grupos, surpreende que o candidato que lidera a aliança PCdoB-PT-Cidadania-PMB-DC apareça com apenas 2% num levantamento desses. A mesma surpresa se tem diante do candidato da aliança DEM-PDT-PSL-PMDB com 10% das intenções de voto.

Não é exagero avaliar que a corrida para a Prefeitura de São Luís começou, de fato, no momento em que os números do Ibope foram divulgados. Isso porque, por mais controvérsias que esse instituto exiba no seu currículo – com muitos acertos, alguns erros e uma nuvem forte de suspeitas –, não há como negar que os seus números causam forte impacto em qualquer disputa eleitoral. Essas informações, além de causar apreensão nos QGs de campanha, certamente levarão os demais candidatos a reavaliar suas campanhas, revisar a seus discursos, calibrar suas bússolas e ajustar a mira das armas com as quais tentarão virar o jogo. Faltam 53 dias para as eleições, a campanha no rádio e na TV começa no próximo dia 26, o que significa dizer que, mesmo com a avassaladora e indiscutível vantagem do candidato do Podemos, o jogo está em aberto.

Em Tempo: O Ibope ouviu 602 pessoas entre 12 e 14 de Setembro, a pesquisa tem margem de erro de 4%, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral com o protocolo MA-01425/2020.

 

PONTO & CONTRAONTO

 

Bira do Pindaré comemora os cinco pontos que recebeu na pesquisa do Ibope

Bira do Pindaré, ao lado da vice Letícia Cardoso na convenção, comemorou posição na pesquisa Ibope

“A pesquisa do Ibope revela que, mesmo sem estruturas e sem mídia paga, nossa candidatura ‘Bira e Letícia’ continua firme no páreo, e na esquerda é a melhor posicionada para ir ao segundo turno”. A avaliação, feita em tom de comemoração, é de Bira do Pindaré, candidato do PSB à Prefeitura de São. Bira do Pindaré aparece em quarto lugar com 5% das intenções de voto, mantendo-se na fixa em que apareceu em pesquisas feitas por outros institutos.

Liderando chapa “sangue puro” e tendo como vice a jornalista e professora universitária Letícia Cardoso, militante do PSB, Bira do Pindaré tem razões de sobra para festejar sua posição na pesquisa Ibope. Candidato de um partido de porte médio e sem lastro muito consistente, Bira do Pindaré aposta no seu próprio desempenho e no entusiasmo da pequena, mas aguerrida militância socialista. Exibe no currículo eleitoral na Capital votações expressivas, entre as quais se destaca os mais de 200 mil votos para senador em 2006. Além disso, teve bom desempenho na cidade nas duas eleições para deputado estadual e a mais recente, para deputado federal.

As eleições deste ano dirão, finalmente, o tamanho do seu cacife em São Luís.

 

Neto Evangelista quebra tabu e promete melhorar a balneabilidade das praias de São Luís

Junto com técnicos da área ambiental, Neto Evangelista observa rio contaminado desembocando na Litorânea

Finalmente a balneabilidade das praias de São Luís entrou no elenco de preocupação de um dos candidatos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Saindo do roteiro do debate sobre os problemas da cidade, o candidato Neto Evangelista (DEM-PDT-MDB-PSL) anunciou que, se eleito, dará prioridade a ações que transformem as praias de São Luís em áreas nas quais frequentadores possam usufruir do direito ao banho no mar. Na avaliação dele, além de um direito do cidadão, a balneabilidade das praias tem peso forte no turismo e, por via de desdobramento, na economia da Capital. Essa preocupação foi externada pelo candidato durante visita que fez a alguns pontos da orla na companhia de analistas ambientais durante o fim de semana.

Ao assumir esse compromisso, Neto Evangelista quebra uma espécie de tabu. Isso porque a tradição tem sido a de os prefeitos de São Luís ignorarem esse problema, deixando-o exclusivamente sob a responsabilidade do Governo do Estado, que responde pela implantação e funcionamento de estações de tratamento do esgoto que desemboca nas praias e contamina a água do mar. Ele não disse como pretende remover essa nódoa que tanto prejudica a Capital, mas o simples fato de ter assumido um compromisso nesse sentido já é um alento.

São Luís, 22 de Setembro de 2020.

Candidatos apoiados por líderes e que comandam coligações têm mais chance de eleição em São Luís

 

Eduardo Braide, Rubens Júnior, Neto Evangelista e Duarte Júnior: fortes bases políticas e partidárias na corrida eleitoral para a Prefeitura de São Luís

A corrida para a Prefeitura de São Luís será uma guerra de forças políticas, a exemplo do que vem acontecendo desde 1985, quando, no retorno saudável das liberdades civis, Gardênia Castelo (PDS), expressão do grupo liderado pelo então senador João Castelo, bateu nas urnas Jaime Santana (PMDB), apoiado pelo grupo do então presidente da República José Sarney. De lá para cá, Jackson Lago (PDT) foi eleito três vezes (1988, 1996 e 2000), elegeu Conceição Andrade (1992) e Tadeu Palácio (2004), enquanto João Castelo (PSDB) levou a melhor em 2008 e Edivaldo Holanda Jr. (PDT) em 2012 e 2016. Todas essas eleições resultaram da atuação de grupos políticos e partidários, sem dar vez para candidaturas isoladas nem para outsiders. Pelo que começa a se desenhar, o sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Júnior provavelmente sairá da composição de um grupo político com lastro partidário e lideranças fortes. Nesse time estão Eduardo Braide (Podemos), Rubens Júnior (PCdoB), Neto Evangelista (DEM) e Duarte Júnior (Republicanos). Os demais candidatos – Bira do Pindaré (PSB), Adriano Sarney (PV), Yglésio Moises (PROS), Jeisael Marx (Rede), Carlos Madeira (Solidariedade), Franklin Douglas (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Silvio Antônio (PRTB) são políticos com identidade ideológica, pesos diferenciados, mas sem a força de grupos e alianças.

Apoiado por PSD, PSC e PMN, Eduardo Braide, que lidera a corrida até aqui, mas pelo visto sem chance de liquidar a fatura em turno único, não conta com uma aliança partidária forte, e por isso tem de apostar todas as suas fichas no seu próprio desempenho – o que, aliás, tem sido uma marca da sua carreira. Informalmente, o candidato do Podemos conta com uma ampla e importante rede de apoiadores na área da Saúde, na qual atua fortemente, na expressiva e influente comunidade de origem libanesa, conta também com a fatia do empresariado que se apresenta como a “nova direita”, tem fortes laços com algumas correntes da comunidade religiosa, levando também o apoio da fatia do Grupo Sarney representada pelos deputados federais Edilázio Júnior e Aluísio Mendes, entre outros bastiões politicamente ativos.

No contrapeso, mesmo sem um lastro eleitoral amplo na Capital, Rubens Júnior entra na disputa com uma base política e partidária monumental. É o nome do PCdoB, o partido mais forte do Maranhão atual, tendo como aliados o PT e o Cidadania. Essa aliança se traduz politicamente em nada menos que o apoio do governador Flávio Dino – que não se manifestará agora, mas não há como não o associar ao candidato do seu partido, mas cuja influência dispensa comentários. Conta também com o apoio declarado do ex-presidente Lula, cujo prestígio em São Luís continua estratosférico, e da senadora Eliziane Gama, que conhece o mapa eleitoral de São Luís na palma da mão e lidera um grupo importante de militantes. Somados à atuação de Rubens Júnior na tarefa de seduzir o eleitorado, esses ingredientes podem resultar em base eleitoral.

Neto Evangelista está sendo embalado por uma poderosa aliança partidária, formada por DEM – o seu partido -, PDT, MDB e PSL, o que lhe dá um suporte extremamente valioso em termos políticos e eleitorais. Além disso, tem como principal cabo eleitoral o senador Weverton Rocha, que soma ao seu prestígio político e eleitoral o comando da poderosa e influente militância pedetista na Capital. Não bastasse isso, Neto Evangelista tem o apoio entusiasmado do experiente vereador Chico Carvalho, presidente do PSL, e ainda o empuxo da aguerrida militância do MDB, comandada pelo deputado estadual Roberto Costa e avalizada pela ex-governadora Roseana Sarney, que preferiu apoiar o candidato do DEM. No comando dessa potente aliança, Neto Evangelista está desafiado a justificá-la atraindo o eleitorado.

Depois de idas e vindas de sua candidatura na maré partidária, Duarte Júnior conseguiu montar uma coligação antes improvável. Saiu do PCdoB e desembarcou no Republicano, ganhando, de um lado, o apoio do politicamente ativo e eficiente vice-governador Carlos Brandão, e de outro o suporte partidário do controvertido deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL, que levou a reboque Avante e Patriotas. Mesmo com essa base política e partidária formada por esses dois extremos, Duarte Júnior emite fortes sinais de que a força que move sua candidatura é a que ele próprio produz, ciente, portanto, de que sua eleição depende quase exclusivamente do seu desempenho durante a campanha.

Visto pela lógica pura e simples, esse cenário sugere que os quatro candidatos que lideram coligações têm mais chance de eleição. Mas, mesmo levando em conta o histórico de 1985 para cá, não há demasia em lembrar que as disputas eleitorais majoritárias guardam sempre uma elevada dose de imprevisibilidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PT se divide em São Luís e escancara sua condição departido marcado por guerra intestina

PT dividido entre Rubens Júnior e Duarte Júnior

Não surpreendeu o racha que fracionou o PT na corrida para a Prefeitura de São Luís, com um grupo liderado pelo vereador Honorato Fernandes, que tem o aval da direção estadual,  apoiando oficialmente a candidatura de Rubens Júnior (PCdoB), que o tem como companheiro de chapa; outro, liderado pelo deputado federal Zé Carlos, declarando apoio à candidatura de Duarte Júnior (Republicanos); e um terceiro, disperso, sem lideranças à vista, apoiando sem muito alarde a candidatura de Bira do Pindaré (PSB).

Tal situação é a tradução fiel do PT maranhense, um braço partidário formado por correntes que se digladiam sem nunca encontrar um objetivo comum nas eleições estaduais e municipais. O melhor exemplo dessa múltipla dessa feição retalhada do PT foi largamente exposta quando o partido decidiu aliar-se ao Grupo Sarney. O racha foi tão forte e a confrontação foi tão intensa e prolongada que resultaram na saída de dois ícones do partido no Maranhão: Domingos Dutra, que migrou para o PDT e depois para o PCdoB, e Bira do Pindaré, que se asilo no PSB, onde permanece até hoje, recebendo o apoio de petistas em todas as suas eleições.

O PT só decidiu apoiar a Rubens Júnior depois de um longo jogo de cena estimulado pelo comando nacional. Primeiro houve o ensaio da candidatura do deputado Zé Inácio, uma óbvia e manjada jogada de pressão, que não funcionou. Depois o partido ganhou tempo com grupos ameaçando se dividir entre vários candidatos. E finalmente o apoio formal da banda maior do partido ao candidato do PCdoB, ganhando em troca a vaga de candidato vice para o vereador Honorato Fernandes, que preside o partido na Capital.

A declaração de apoio do deputado federal Zé Carlos a Duarte Júnior e a ausência das principais lideranças do PT na convenção que formalizou a chapa Rubens Júnior/Honorato Fernandes sinalizaram claramente que o PT está rachado em São Luís.

 

Jeisael Marx destaca o traço de que não tem origem em família política

Jeisael Marx: quer ser visto fora da política tradicional

O candidato do Rede à Prefeitura de São Luís, Jeisael Marx, que desponta como uma boa promessa, fez uma declaração política que não faz muito sentido político. Disse ele: “Minha origem não é política, minha família não é de políticos, mas eu acredito na política, eu acredito num jeito diferente de caminhar na política”.

Vale lembrar que Duarte Júnior, Bira do Pindaré, Carlos Madeira, Yglésio Moises, Franklin Douglas e Hertz Dias não saíram de famílias políticos, militam em partidos com os      quais se identificam ideologicamente. Assim como eles, os senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama, por exemplo, não saíram de famílias de políticos, mas estão construindo suas biografias dentro da política convencional.

Por outro lado, Eduard Braide, Neto Evangelista e Rubens Júnior saíram de famílias de políticos e também estão construindo suas trajetórias sem derrapagens nem arranhões. O governador Flávio Dino saiu de família política, com convicção ideológica e militância partidária dentro dos padrões, e sem uma só rasura.

Em resumo: ter ou não ter origem em família política não faz diferença, pois essa quem faz é o político.

São Luís, 20 de Setembro de 2020.

Candidata do Rede quer espaço de debates para vices em São Luís. Por que não?

 

Janicelma Fernandes, candidata a vice pelo Rede propondo debates entre os vices

Já é tradição que o grande momento das disputas eleitorais no Brasil são os debates entre candidatos a presidente, governador e prefeito. Mesmo limitados pelo tempo e pelo sempre elevado número de candidatos e pela limitação do tempo imposta pela legislação e pelas redes de TV, que os tornam pouco produtivos, esses embates diretos, cara a cara, olho no olho, são reveladores do preparo, do estilo e, às vezes, das intenções de cada candidato. Nas disputas para a Prefeitura de São Luís, os debates têm contribuído expressivamente para a formação do juízo de valor do eleitorado sobre os aspirantes. Esse momento da campanha poderá ganhar uma animação a mais se vingar uma proposta feita por Janicelma Fernandes, companheira de chapa de Jeisael Marx (Rede): a realização de debates entre os candidatos a vice-prefeito. E deu à proposta o tom de movimento, decidida que está a mostrar o seu preparo no confronto direto com Esmênia Miranda (Podemos), Fabiana Vilar (PL), Letícia Cardoso (PSB), Vall Nascimento (PV), Luzimar Lopes (PDT), Ana Célia (PSL), Honorato Fernandes (PT), Jeremias Fernandes (Solidariedade), Mauro César (PROS), Ribamar Arouche (PSOL) e Jayro Mesquita (PSTU).

O argumento para não se dar espaço de debate para candidatos a vice é o de que, aos olhos da legislação, eles não disputam titularidade, mas apenas o que a lei define como “expectativa de direito”. Nessa condição, o vice é o substituto eventual do titular, e pode vir a assumir a titularidade se o prefeito morrer, renunciar ou pisar na bola e ser mandado para casa ou para a cadeia. E dependendo da sua relação com o prefeito, pode assumir cargo no primeiro escalão e atuar como representante do prefeito. Isso exige qualificação. Nas administrações recentes de São Luís os vices têm exercido papel importante. O atual, Júlio Pinheiro (PCdoB), tem sido um vice que soma: faz pontes entre o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e seu partido, atua como porta-voz do prefeito junto ao funcionalismo e ao magistério municipal e já assumiu o cargo várias vezes na ausência do titular.

A proposta de Janicelma Fernandes é oportuna e politicamente saudável, porque pode responder a muitas indagações que certamente estão sendo formuladas pelo eleitorado em relação a essas 12 figuras que agora despontam no cenário político escaladas por seus partidos para lutarem pela importante vaga de Número 2 da administração de São Luís. E com o diferencial especialíssimo: enquanto os 12 aspirantes a prefeito são homens, sete dos 12 candidatos a vice são mulheres, e como seus “colegas”, todas jovens, politicamente ativas e profissionalmente resolvidas.

O que pensa, por exemplo, a pedagoga Janicelma Fernandes sobre a educação municipal se Jeisael Marx for eleito? Que sugestão a oficial/PM Esmênia Miranda dará para melhorar a segurança pública num governo de Eduardo Braide? Como a advogada Fabiana Vilar pretende atuar como vice de Duarte Júnior? Qual papel a jornalista e professora universitária Letícia Cardoso espera exercer se Bira do Pindaré chegar lá?  Que contribuição concreta a educadora física e lutadora de jiujitsu Vall Nascimento pretende dar à gestão de Adriano Sarney?  A oficial/PM Ana Célia tem propostas para uma gestão de Silvio Antônio? Questionamentos dessa natureza poderiam ser dirigidos ao vereador Honorato Fernandes, vice de Rubens Júnior; ao bombeiro Jeremias Fernandes, parceiro de Carlos Madeira; ao médico Mauro César, vice de Yglésio Moises; ao sindicalista Ribamar Arouche, vice de Franklin Douglas; e ao também sindicalista Jayro Mesquita, companheiro de chapa de Hertz Dias. Com certeza têm muito a dizer e a propor, o que justifica plenamente o aumento do protagonismo dos vices defendido pela candidata do Rede.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Destaque

Assembleia reforça cuidados contra suicídio com a campanha “Setembro Amarelo”

Peça da campanha com a qual a Assembleia incentiva cuidados contra suicídio na pandemia

A Assembleia Legislativa do Maranhão está vivendo um momento especial. Ao contrário da coirmã do Rio de Janeiro, por exemplo, que se encontra mergulhada em tensão por conta do processo de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC) e com seu presidente, deputado André Cecilliano (PT), que vive agora com a Polícia no seu encalço, o parlamento maranhense, além de fazer política e legislar, encontra também espaço para atuar fortemente no campo social por meio de campanhas de esclarecimento, orientação e incentivo, principalmente na área de saúde.

No momento, a Assembleia Legislativa realiza a campanha “Setembro Amarelo”, com o tema “Para Florescer, Preciso de Você”, alerta para o risco de suicídio na família por causa de situação de insegurança, angústia e incerteza que tem afetado muitas pessoas em consequência da pandemia do novo coronavírus. Essencial para conter o contágio e evitar a Covid-19, o isolamento social, por outro lado, tem acentuado a fragilidade psicológica de muitas pessoas, levando algumas delas a cometer suicídio, conforme diversos levantamentos. A campanha da Assembleia é feita com banners e mensagens nas redes sociais, jornais e peças de áudio e vídeo para rádio e TV, bem como programas sobre o tema na Rádio Assembleia e na TV Assembleia.

Responsável pela coordenação da campanha, a diretora de Saúde da Assembleia Legislativa, Melina Sá, justifica a iniciativa: “A campanha é um ato de cuidado com as pessoas que precisam de apoio, pois a demanda psicológica cresceu significativamente após o pico da pandemia, quando todo mundo ficou muito preso e limitado, precisando sair de suas atividades. O que nos mantém saudáveis e com a mente equilibrada é o que fazemos em nossa rotina diária, o ciclo social e as atividades que desenvolvemos. Com a necessidade de se abster disso tudo, é preciso estar atento aos sinais”.

Uma iniciativa oportuna, decidida pela Mesa Diretora presidida pelo deputado Othelino Neto (PCdoB), que mostra que numa instituição essencialmente política existe espaço para esse tipo de preocupação em momento socialmente difícil como o que o mundo encara há seis meses por causa do novo coronavírus. Nesse período, o parlamento estadual realizou uma série de ações, entre elas a distribuição de milhares de cestas básicas em regiões carentes de São Luís e do interior.

 

Yglésio aposta nos debates para expor suas ideias

Yglésio Moisés (PROS)

Sem favor, um dos quadros mais preparados entre os candidatos à Prefeitura de São Luís, Yglésio Moises (PROS), aposta suas fichas nos debates que serão travados entre os concorrentes durante a campanha. O problema é que, com o número surpreendente de candidatos – são 12 -, muito   provavelmente as emissoras de TV dividirão os candidatos em blocos, realizando o debate propriamente dito com os mais bem posicionados na pesquisa do Ibope e abrindo espaço para entrevistas. Se de um lado a fórmula tem lógica por ser impossível organizar um debate com 12 candidatos, por outro, ela quebra o princípio da igualdade, à medida que divide os candidatos, que são rigorosamente iguais perante a lei, em duas categorias. Indiferentes a essas situações, Yglésio Moises só quer que lhe abram espaço para que ele possa expor suas ideias, de preferência num confronto verbal direto com concorrentes.

São Luís, 19 de Setembro de 2020.