Arquivos mensais: abril 2019

Esmagado nas urnas sob o comando de Roberto Rocha, PSDB definha sem movimentos de reação

 

Roberto Rocha investe no projeto pessoal de se ligar a Jair Bolsonaro, estratégia que ainda não produziu resultado visível, enquanto o PSDB do Maranhão está sem rumo

A confirmação de que mais seis prefeitos – Vianey Bringel (Santa Inês), Camyla Jansen (Cajari), Magrado Barros (Viana), Toinho Patioba (Gonçalves Dias), Chico Eduardo (Brejo de Areia) e Rubens Japonês (Alto Parnaíba) – estão deixando o PSDB para se filiar ao DEM é a confirmação definitiva de que o que restou do ninho dos tucanos desabou do muro para o fundo do poço. A revoada migratória de chefes municipais tucanos tende a continuar, com a possibilidade concreta de o PSDB maranhense chegar à corrida eleitoral do ano que vem com nenhum ou quase nenhum prefeito em busca da renovação do mandato. Mais grave ainda, enquanto os demais partidos se movimentam para ampliar seu poder de fogo atraindo reforços – caso do DEM, PR, MDB, PRB, PP, entre outros -, o PSDB parece mergulhado numa letargia, como se os seus dirigentes estivessem sem ânimo para reagir à desidratação que está desfigurando o partido que foi forte quando liderado pelo ex-governador João Castelo e, depois, pelo vice-governador Carlos Brandão e que agora caminha para ser varrido do mapa político maranhense sob o comando do senador Roberto Rocha.

O quadro atual confirma previsões feitas por observadores que consideram que o comando nacional do PSDB cometeu um monumental erro quando tirou o partido do controle do vice-governador Carlos Brandão para entregá-lo de novo ao senador Roberto Rocha. Sob o comando de Carlos Brandão, os tucanos saíram das eleições municipais de 2016 com 29 prefeitos – só perdeu para o PCdoB, que elegeu 49 -, vários vice-prefeitos e uma penca considerável de vereadores, com ânimo para chegar a 2018 em condições de continuar na vice-governadoria e com um plantel forte de candidatos a deputado federal e a deputado estadual. Mas o que aconteceu foi que a troca de comando no ninho estadual fragilizou gravemente o PSDB, que saiu das urnas mais como um espectro partidário, com o senador Roberto Rocha, candidato a governador humilhado, com 2,2% dos votos, e tendo como único troféu a reeleição do deputado estadual Wellington do Curso.

Quando retomou o comando do PSDB maranhense, depois de anos de “exílio” no PSB, onde nunca foi inteiramente assimilado, o senador Roberto Rocha passou a todos que articularia a grande reunificação do partido, atraindo inicialmente o grupo do ex-governador João Castelo, ainda de pé pela presença forte da ex-prefeita Gardênia Castelo e outros grupos menores. Mas aconteceu exatamente o contrário. Conduzindo o partido inteiramente para sustentar o seu projeto pessoal de candidatar-se a governador, Roberto Rocha convenceu o comando nacional, a começar pelo presidente do partido, Geraldo Alckmin, que também na sua obsessão de ser candidato a presidente do Brasil não se deu conta de que o projeto o projeto do partido no Maranhão era também obsessivo. O resultado foi politicamente trágico: o candidato presidencial Geraldo Alckmin foi esmagado no plano nacional e o candidato a governador Roberto Rocha foi triturado na seara estadual.

O caminho natural o senador Roberto Rocha seria levantar o partido, sacudir a poeira e estimulá-lo a dar a volta por cima, como estão fazendo todos os derrotados nas eleições do ano passado, como o MDB, por exemplo. No Senado, Roberto Rocha inicia a segunda fase do seu mandato dando mostras de que está vivo: ganhou a liderança da bancada do PSDB, ao mesmo tempo em que se movimenta para se tornar um aliado de proa do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Até agora, no entanto, o presidente ainda não um gesto enfático e incontestável de que senador seja um dos seus “homens de ouro” no Congresso Nacional.

Há rumores de que nos próximos dias o comando estadual do partido se reunirá para avaliar o cenário e definir os próximos passos. A se confirmar a reunião, os líderes devem abri-la com a consciência de que eles podem ser substituídos, mas um partido como o PSDB não ser substituído no cenário político maranhense.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

DESTAQUE

Apontada como exemplos de força e juventude, Andreia Resende e Daniella Tema foram homenageadas na convenção do DEM

A convenção do DEM, realizada sexta-feira (26), fez duas homenagens que valorizaram de maneira expressiva a presença feminina no partido. Foram distinguidas e aplaudidas as deputadas Andreia Resende e Daniella Tema, que são vistas como símbolos de vitalidade, garra e compromisso com o partido.

Andreia Resende no ato em que foi homenageada durante a na convenção do DEM pelo presidente Juscelino Filho

Andreia Resende é hoje um símbolo de resistência e superação, não só como referência no DEM, mas na Assembleia Legislativa e em todo o estado. Odontóloga por formação, Andreia Resende sempre respirou política por conta do seu pai, o médico e ex-deputado estadual Francisco Martins, um dos mais importantes líderes de Balsas. E foi nesse ambiente de agitação política que se casou com o ex-deputado Stênio Resende, também nascido em família política em Vitorino Freire. Os dois sofreram um grave acidente automobilístico durante a campanha, ela ficou paraplégica. Sua garra política, fazendo campanha numa cadeira de rodas, e sua vontade de viver transformaram-na num exemplo que se tornou referência. Isso porque, contrariando a tendência de muitos que sofrem tal revés na vida, ela vive a euforia da sobrevivência e encarna a militante política ativa, lúcida e defensoras de causas importante, como a das mulheres.  “Aqui sentada, eu estava agradecendo a Deus por hoje ter tido vida, força e coragem de estar aqui. De participar desse momento tão democrático, onde represento todas as mulheres nesse partido que busca o direito delas, os direitos humanos e das minorias. Princípios que vão de encontro aos meus”, declarou em tom de agradecimento.

Daniella Tema, reconhecida pelo presidente ACM Neto  como força da juventude que renova a política estadual

Daniella Tema foi homenageada por representar a juventude do DEM. Nutricionista, que com 30 anos assumiu o comando do Hospital de Urgência e Emergência de Presidente Dutra e fez uma gestão produtiva e bem-sucedida. Casada com o médico Cleomar Tema, prefeito de Tuntum, Daniella Tema chegou ao DEM em 2017, tornando-se, em pouco tempo, uma referência de juventude.  Ao ser homenageada pela cúpula do partido durante a convenção, Daniella Tema destacou o engajamento dos jovens na política e defendeu a maior participação das mulheres na vida pública. “Em nome da juventude maranhense, agradecemos, de coração, esta homenagem, concedida pelo presidente nacional dos Democratas, ACM Neto, e pelo presidente estadual do partido, deputado federal Juscelino Filho. Vivemos um momento de esperança no nosso país, precisamos cada vez mais da participação dos jovens e das mulheres para que possamos diminuir as desigualdades sociais na construção de um país melhor e mais justo para todos”, declarou. Foi entusiasticamente aplaudida pelos convencionais.

 

Luis Fernando Silva surpreendeu com a renúncia e mergulho como secretário do Governo Dino

Luis Fernando: ainda devendo uma explicação

Uma pergunta está no ar: qual será, de fato, o papel do secretário de Estado de Programas Especiais, Luis Fernando Silva, no Governo Flávio Dino? Nas rodas de conversas são muitas as especulações, mas a verdade pura e simples é que nenhuma mostrou-se consistente para ser a resposta. Dois anos depois de ter retornado à Prefeitura de São José de Ribamar, um dos cinco maiores municípios do Maranhão, em 2016, no embalo de uma eleição que beirou a unanimidade, Luis Fernando Silva protagonizou um dos mais surpreendentes movimentos na política maranhenses nos tempos recentes ao renunciar ao cargo. A surpresa foi maior ainda quando logo em seguida foi revelado que ele deixou o cargo para tornar-se secretário de Estado no Governo Flávio Dino. E para fechar o enredo, o agora secretário mergulhou, sem ter revelado até agora o seu projeto no comando da secretaria – que era uma pasta de gaveta, mas que ganhou estrutura, segundo informações divulgadas pelo próprio Governo. Há rumores de que logo, logo o ex-prefeito de São José de Ribamar e hoje secretário de Programas Especiais revelará seus próximos passos. Vale aguardar.

São Luís, 20 de Abril de 2019.

Movimentos no PP, DEM, MDB, PV, PCdoB, PDT e PSB colocam novas lideranças no comando da política no Maranhão

 

André Fufuca, Juscelino Filho, Roberto Costa, Adriano Sarney, Márcio Jerry, Weverton Rocha e Bira do Pindaré são a nova geração de líderes políticos do Maranhão

Os movimentos mais recentes registrados na seara partidária e fora dela confirmaram, em definitivo, que a nova geração chegou de vez ao comando da política maranhense. Quatro casos ilustram com precisão essa nova realidade: a assunção do deputado estadual Adriano Sarney ao comando do PV e do braço político da família Sarney, a ascensão da ala jovem do MDB aos órgãos de decisão do partido, a ascensão do deputado federal André Fufuca à vice-presidência nacional do PP, e a consolidação do deputado federal Juscelino como líder do DEM. O cenário político estadual vem sendo ainda fortemente movimentado pela condução do deputado federal Márcio Jerry no PCdoB, da intensa ação do senador Weverton Rocha na direção do PDT e do deputado Bira do Pindaré na chefia do PSB. Esses movimentos vão, aos poucos, mas de maneira efetiva, dando um novo desenho ao quadro político, indicando que as lideranças que pontificaram até as eleições de 2018 não mais terão vez, a começar pelo fato de que essa renovação também alcança o eleitorado estadual.

A progressiva transferência do poder político da família Sarney para o deputado Adriano Sarney é fato indiscutível, mesmo estando ele partidariamente vinculado ao PV. Com migração política do ex-deputado federal Sarney Filho para Brasília e com a visível perda de influência da ex-governadora Roseana Sarney, o ex-presidente José Sarney tem deixado claro que o seu caminho será investir na segunda geração representada por Adriano Sarney. Isso está claro no papel que ele vem cumprindo de principal voz da Oposição na Assembleia Legislativa e no espaço que vem ocupando nos meios de comunicação da família. Ainda não é possível prever o desfecho dessa operação, mas já é óbvio que Adriano Sarney é hoje a voz do sarneysismo.

A tomada do poder no MDB pela ala jovem, liderada pelo deputado estadual Roberto Costa, vem mudando a feição e a linha de ação do partido. Ali, ainda que o ex-governador João Alberto permaneça na presidência, as decisões maiores estão sendo tomadas por essa corrente, que domina o Diretório e a Comissão Executiva. A mudança para valer começou após as eleições, quando esse grupo se recusou a ser comandado pela ex-governadora Roseana Sarney. Hoje, o MDB está dividido entre o grupo jovem liderado por Roberto Costa e pela ala mais conservadora que tem o deputado Hildo Rocha como referência. Mas é nítida que a ala jovem está dando as cartas e caminha para assumir o controle do partido sob a batuta de Roberto Costa.

Em outro ambiente, depois de uma série de movimentos que o levaram à presidência do PP no Maranhão e, nas asas do partido presidir a Câmara Federal em momento tenso, o deputado federal André Fufuca chega agora à vice-presidência nacional do PP, e com amplas chances de vir a assumir o comando pleno da agremiação, já que o atual presidente, o senador piauiense Ciro Nogueira, corre o risco de ser preso sob acusação de traquinagens com dinheiro público. Com faro apurado e movimentos precisos, feitos na hora certa, André Fufuca já ocupa um espaço invejável na política nacional e estadual, com assento na mesa das grandes decisões.

Nesse contexto de mudanças, os passos mais largos foram dados pelo deputado federal Juscelino Filho, que numa jogada de raposa, assumiu o comando do DEM, que se encontrava na indigência, para transformá-lo numa força partidária de peso. A convenção realizada sexta-feira (26) foi a demonstração definitiva da força que o partido alcançou, tirando o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, do MDB, e turbinando a pré-candidatura do deputado Neto Evangelista em São Luís numa surpreendente e bem armada aliança com o PDT. Essa guinada surpreendente deu a Juscelino Filho voz influente nas conversas que traçarão os destinos políticos do Maranhão.

Essa legião de novos líderes vem sendo puxada por uma geração intermediária, que tem o governador Flávio Dino como a principal referência. O deputado federal Márcio Jerry se destaca como comandante indiscutível da grande guinada dada pelo PCdoB no Maranhão, a ponto de torná-lo o maior braço estadual do partido em todo o País. No mesmo patamar está o senador Weverton Rocha, que assumiu as rédeas do PDT quando o partido mergulhou numa profunda crise após a morte do ex-governador Jackson Lago, devolvendo forte poder de fogo à agremiação nos últimos tempos. E o deputado federal Bira do Pindaré, que tem nas mãos a oportunidade de ser um desses protagonistas no comando do PSB.

Não restam dúvidas de são essas vozes decidirão o futuro político do Maranhão nos próximos tempos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PRB reforça projeto de candidatar o vice Caros Brandão à sucessão do governador Flávio Dino

Em ato do PRB, sábado, Cleber Verde lança Carlos Brandão para governador nas eleições de 2022 

Ao mesmo tempo em que o meio partidário começa a se movimentar para definir candidaturas para as eleições municipais do ano que vem, alguns grupos se mexem já para demarcar terreno para a corrida sucessória estadual em 2022. Nesse sentido, partidários do vice-governador Carlos Brandão não perdem oportunidade de reforçar sua pré-candidatura, criando um clima de pré-campanha em torno do Nº 2 do Governo do Maranhão, numa ação que parece contar com a simpatia do Palácio dos Leões. Esse movimento em torno do vice-governador foi repetido na manhã de sábado, no ato de inauguração da nova sede do PRB, no Renascença. Ali, na presença de lideranças do partido, Carlos Brandão foi mais uma vez efusivamente saudado como a grande aposta do PRB para a corrida para a sucessão do governador Flávio Dino. “Não tenho dúvida, que na sua condição de vice, um político experiente, é o nome natural para suceder o governador”, avaliou o tarimbado  deputado federal Cleber Verde, chefe maior do PRB no Maranhão e que tem dado todas as demonstrações de que pretende levar esse projeto em frente, certo de que Carlos Brandão fôlego e cacife para ser também a aposta do governador Flávio Dino para a sua própria sucessão. O vice-governador, que a cada dia reforça a sua postura de pré-candidato, mas com o cuidado extremo de não avançar o sinal nem criar embaraços para o Palácio dos Leões, vê seu projeto turbinado, aumentando no meio político a impressão de que é, de fato, um nome viável.

 

Wellington do Curso se lança pré-candidato a prefeito de São Luís como única opção do PSDB

Wellington do Curso: diz ser pré-candidato em SL

“O PSDB vai ter candidato a prefeito de São Luís e eu sou pré-candidato”. A afirmação, feita de maneira contundente, partiu do deputado estadual Wellington do Curso, o único representante tucano na Assembleia Legislativa. Wellington do Curso faz uma caminhada solitária, atuando como opositor ferrenho e intransigente do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), em quem bate todos os dias da tribuna do parlamento estadual. O deputado se mantém na condição de pré-candidato com a autoridade de único sobrevivente da tragédia eleitoral que atingiu o ninho dos tucanos nas eleições de 2018, quando o senador Roberto Rocha teve pouco mais de 2% como candidato a governador, e lideranças como Sebastião Madeira, ex-deputado federal e ex-prefeito de Imperatriz, amargaram dura derrota nas urnas. Até agora, o senador Roberto Rocha, que continua no comando estadual do partido, nada sinalizou com relação às eleições municipais, limitando-se a dar sinal verde para que Sebastião Madeira reunir o que sobrou do outrora poderoso ninho maranhense com vistas ao pleito municipal. Do alto dos 100 mil votos que recebeu no pleito municipal de 2016 e da reeleição para a Assembleia Legislativa, Wellington do Curso é, de fato, o nome do PSDB para enfrentar Eduard Braide (PMN), Neto Evangelista (DEM), Duarte Jr. (PCdoB), entre outros nomes lembrados para a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr.

São Luís, 28 de Abril de 2019.

Convenção: DEM lança Neto Evangelista em São Luís e Assis Ramos em Imperatriz e deixa ACM Neto entusiasmado

 

Acima: Juscelino Filho, ACM Neto, Eliziane Gama, Flávio Dino, Neto Evangelista e Weverton Rocha saúdam a convenção do DEM;  embaixo: Juscelino Resende fala aos convencionais após ser aclamado presidente do partido no Maranhão

Além da demonstração de força partidária e da confirmação de que o partido investirá pesado nas eleições municipais do ano que vem em todo o estado, mas com foco especial em São Luís e Imperatriz, a convenção estadual do Democratas, realizada ontem no Multicenter Sebrae foi o ponto alto da primeira etapa de um projeto bem-sucedido. Deixou claro que a parceria do DEM com o PDT é fato, mas também que o partido permanecerá firme na aliança liderada pelo PCdoB. E para fechar o deputado federal Juscelino Filho foi confirmado presidente por aclamação. As manifestações do presidente nacional ACM Neto, que não escondeu a empolgação com o que viu, e a presença do governador Flávio Dino (PCdoB) e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), deram o clima que animou duas dezenas de prefeitos, vários deputados, vereadores e um grande número de militantes e visitantes, que transformaram a convenção estadual do Democratas numa grande festa política.

A convenção mostrou que o DEM ressuscitou no Maranhão, saiu da condição de legenda em franca decadência, beirando mesmo à indigência política, para renascer como um partido forte, bem estruturado, e em franco crescimento. Dela participaram as suas estrelas do momento – entre elas as deputadas estaduais Daniella Tema e Andreia Resende, a prefeita Vianey Bringel (Santa Inês), o deputado estadual Neto Evangelista, e o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, ex-MDB que vai tentar a reeleição pelo DEM.  E foi prestigiada por seus principais aliados, como os presidentes do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, do PDT, senador Weverton Rocha, e do Cidadania (ex-PPS), senadora Eliziane Gama, e ainda com um grande número de políticos, já filiados ou interessados em ingressar na agremiação.

E em meio a um evidente clima de euforia, o ponto alto da convenção foi o anúncio do deputado Neto Evangelista como pré-candidato a prefeito de São Luís. “Esta manhã também é do Neto Evangelista, uma das estrelas do nosso partido. Ele é e será o nosso pré-candidato a prefeito da nossa capital São Luís. Não tenho dúvidas de que ele está preparado para o tamanho do desafio que vai enfrentar. Nosso partido dará o apoio integral nesse projeto porque esse projeto não é só dele, ele é nosso, é desse grupo político do qual fazemos parte”, declarou, enfático, o presidente Juscelino Filho, deixando nas entrelinhas a impressão de que mais ventos estão soprando nessa direção. Na condição de ungido, Neto Evangelista embarcou: “Eu não sigo nem com a nova política ou com a velha. Eu sigo com a boa política. Queremos discutir São Luís com o Democratas. E, nesta convenção, eu conclamo todos os democratas de São Luís para se unir conosco e vamos discutir São Luís”.

Cristão novíssimo no DEM, o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, teve uma participação discreta, mas foi muito bafejado nos bastidores, principalmente pela cúpula do partido, saindo da convenção como integrante do Diretório estadual e candidato à reeleição.

Visivelmente entusiasmado, o presidente ACM Neto traduziu o estado de ânimo elevado do braço maranhense do DEM, convenção: “Está havendo um processo constante de renovação dos quadros políticos. O Juscelino Filho é um exemplo disso. Por alguns anos, o Democratas aqui no Maranhão ficou um pouco adormecido, acanhado, modesto nas suas articulações políticas. Porém, de 2016 para cá, quando o Juscelino assumiu a presidência, o comando e a liderança do partido, as coisas começaram a mudar. Ele conseguiu dar grande projeção ao nosso trabalho de base. Esse é o maior objetivo hoje do Democratas: reforçar a sua base em todo o Brasil”.

Na mesma linha, o governador Flávio Dino se manifestou, sem deixar por menos: “O Juscelino tem ajudado muito o Maranhão. Quero também agradecer aos deputados estaduais do DEM que nos ajudam na Assembleia. O nosso governo acontece graças às contribuições do DEM”.

Era tudo que Juscelino Filho queria ouvir, e na esteira dos afagos, aproveitou para injetar mais ar na própria bola: “É um momento de muita emoção. Entrei na vida política jovem e, nestes últimos quatro anos, procurei trabalhar, andar o Maranhão, fortalecer o partido, construir amizades e uma base política sólida. Hoje, o Democratas mostrou a sua força no Maranhão. Um partido grande se faz é com pessoas e aqui temos muitas. Aqui temos pessoas que representam milhares de maranhenses e dezenas de municípios. E um partido forte se faz com líderes, uma bandeira e um projeto forte”.

O jovem prefeito de Salvador, aspirante a presidente da República, e o jovem deputado federal saído de Vitorino Freire, que também alimenta planos ambiciosos no estado, deixaram o Multicenter Sebrae com motivos de sobra para comemorar.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino e ACM Neto: próximos na convenção do DEM e distantes no Congresso Nacional e na corrida presidencial

Flávio Dino e ACM Neto de mãos dadas entre Neto Evangelista, Weverton Rocha, Juscelino Filho e Eliziane Gama: relação civilizada de dois adversários inconciliáveis

A convenção estadual do DEM produziu um fato curioso na seara política nacional, ao colocar, lado a lado, de mãos dadas, festejando a refundação do partido, dois aspirantes à presidência da República: o governador Flávio Dino, já lançado pré-candidato do PCdoB, e o prefeito ACM Neto, que divide com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, a condição de pré-candidato do DEM.  Afinados no Maranhão, onde o DEM integra a base de apoio do Governo do Estado, Flávio Dino e ACM Neto nada, ou quase nada, têm em comum. O primeiro representa a esquerda na sua versão democrática, que muitos definem como centro-esquerda,  e o segundo é fruto da direita liberal, na sua versão mais esclarecida, definida pelos próprios democratas como centro-direita. A convivência entre as duas correntes é possível em situações como o atual desenho político do Maranhão, no qual o DEM integra uma frente que dá sustentação a um Governo do PCdoB. Mas no cenário nacional, a coisa muda de figura. No Congresso Nacional, o PCdoB é parte destacada de uma frente de esquerda que faz Oposição cerrada ao Governo de extrema direita do presidente Jair Bolsonaro (PSL), enquanto o DEM, ali liderado por Rodrigo Maia, é parte do Centrão, que fecha com o Palácio do Planalto na maioria das decisões, estando os dois quase sempre em posições conflitantes. E quando o assunto é sucessão presidencial, que ninguém se iluda: se as duas candidaturas se confirmarem, estarão em confronto aberto. O mais importante, porém, é perceber que esse tipo de relação só é possível numa realidade de plena democracia política

 

Othelino Neto destaca o papel do DEM na atual composição da Assembleia Legislativa

ACM Neto (DEM) condecorado pelo presidente Othelino Neto (PCdoB),com a Medalha do Mérito Manoel Beckman, a maior honraria da Assembleia Legislativa, em ato presenciado por Adriano Sarney (PV), Daniella Tema (DEM). Neto Evangelista (DEM) e Roberto Costa (MDB), realizado no Salão Nobre da sede do Poder Legislstivo

Entre os convidados mais destacados, não foi apenas o governador Flávio Dino que elogiou a reviravolta positiva do DEM no Maranhão na convenção de ontem. Outro chefe de Poder, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), destacou a importância que o partido vem ganhando no cenário político maranhense, em especial no parlamento estadual. Na sua fala de convidado, Othelino Neto seguiu a linha de cortesia política enchendo a bola dos comandantes da agremiação, mas foi enfático ao destacar o papel que o DEM, hoje com uma bancada com cinco deputados, a terceira maior da Casa, tem tido papel importante nas decisões legislativas. “É razão de grande satisfação participar da convenção do Democratas, que reelegeu o deputado federal Juscelino Filho como presidente estadual do partido. É uma forma, também, de prestigiar a bela e expressiva bancada do DEM na Assembleia Legislativa. São cinco deputados, que fazem um belo trabalho, dos quais duas deputadas (Andreia Resende, 1ª secretária, e Daniella Tema, 4ª secretária) compõem a Mesa Diretora da Casa. Enfim, um partido muito importante para a Assembleia e para o Maranhão”, enfatizou Othelino Neto.

São Luís, 26 de Abril de 2019.

DEM faz convenção para mostrar força e mirando as prefeituras de São Luís e Imperatriz

 

Juscelino Filho quer mostrar um novo DEM com Neto Evangelista em São Luís e Assis Ramos em Imperatriz, e ainda Daniella Tema, Luis Fernando Silva e outros líderes

A convenção estadual do Democratas, que será realizada hoje, tem dois eixos centrais. Um é a consolidação da nova realidade do partido no Maranhão, e o outro é a largada do projeto de chegar à Prefeitura de São Luís em 2020 com a candidatura do deputado estadual Neto Evangelista e chegar de vez à Prefeitura de Imperatriz com o projeto de reeleição do prefeito Assis Ramos, recém desembarcado no partido após deixar o MDB. Num contexto mais aberto, a aspiração da nova cúpula do DEM é lançar pelo menos candidatos a prefeito em pelo menos 150 municípios. Com esse horizonte, o presidente da agremiação, deputado federal Juscelino Filho, quer mostrar a políticos dos quatro cantos do Maranhão que o DEM é um partido viável, está bem situado no cenário nacional e na seara maranhenses e pode ser um bom caminho para aqueles que estão insatisfeitos dentro das suas atuais agremiações partidárias. Seus argumentam são reforçados pelo fato de o DEM contar hoje com cinco deputados estaduais – Daniella Tema, Andreia Resende, Antônio Pereira, Paulo Neto e Neto Evangelista.

Em São Luís, o projeto de chegar ao Palácio de la Ravardière já tem linha de ação definida: uma aliança com o PDT, articulada pelo chefe maior do partido no estado, senador Weverton Rocha, e avalizada pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Essa aliança, que parece definida e deve se consolidar a partir de agora, ainda não tem o aval nem um sinal de desaprovação do Palácio dos Leões. Mas é visível que o DEM e o PDT têm atuado juntos para minar o poder de fogo de adversários com elevado poder de fogo, como o deputado estadual Duarte Jr. (PCdoB). Ao mesmo tempo, se movimentam para atrair a simpatia do governador Flávio Dino (PCdoB), sem a qual o projeto corre sérios riscos de não prosperar. Neto Evangelista tem sido apontado pelas novas lideranças do DEM como o melhor nome do partido para uma disputa na qual se enfrentarão nomes como os deputados federais Eduardo Braide (PMN) e Bira do Pindaré (PSB), Duarte Jr. e Wellington do Curso (PSDB), todos com cacife para entrar na briga em condições de se viabilizar.

O prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, deverá ser apresentado como uma das estrelas do DEM na convenção de hoje. Recém   chegado ao partido após deixar o MDB, o alcaide tocantino   poderá vir a consolidar seu projeto de reeleição numa aliança do DEM com o PDT, a exemplo do que acontece em São Luís em torno do deputado Neto Evangelista. Não há qualquer indicação nesse sentido, mas a julgar pela desenvoltura com que seus novos dirigentes têm atuado, não será surpresa se esse projeto vier a ser viabilizado. Para tanto, Assis Ramos terá de mostrar serviço e turbinar sua gestão, de modo a se tornar de fato um candidato em condições de renovar o mandato.

É provável que na convenção de hoje – que será prestigiada por ACM Neto, prefeito de Salvador (BA) e presidente nacional da agremiação, pelo da Câmara Federal, Rodrigo Maia, e o governador Flávio Dino, que tem o partido na sua base de apoio -, o DEM inicie articulações para definir pré-candidatos em São José de Ribamar, Caxias, Timon, Bacabal, Pedreiras, Pinheiro, Chapadinha, entre outros municípios de grande peso político. O presidente Juscelino Filho sabe que vencer em alguns municípios grandes dá visibilidade e força política ao partido. E para isso precisa contar com uma constelação na qual já figuram estrelas como o ex-prefeito de São José de Ribamar e atual secretário de Estado de Projetos Especiais, Luis Fernando Silva, por exemplo.

O grande desafio do DEM é se manter na base do governador Flávio Dino estando a cúpula nacional do seu partido inclinada a se manter na base do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Até aqui o comando partidário, tem sabido se movimentar nesse ambiente político ao qual tem de se ajustar depois de ter sido um dos pilares do Grupo Sarney.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Cléber Verde e João Marcelo vão defender a aposentadoria rural e o BPC na Comissão Especial da Previdência

Cléber Verde e João Marcelo: pontos comuns e visões diferentes na Comissão Especial da Reforma da Previdência

Dois integrantes da bancada maranhense integrarão a Comissão Especial da Câmara Federal que avaliará o projeto de Reforma da Previdência. São eles Cléber Verde (PRB) e João Marcelo (MDB). Eles foram indicados por seus partidos e estarão a partir de agora no “olho do furacão”, já que será na Comissão Especial que o grande debate sobre o projeto proposto pelo Governo Bolsonaro será travado. Os dois parlamentares maranhenses são muito diferentes.

No exercício do quinto mandato, Cléber Verde entra com vantagem de que conhece a Previdência brasileira por dentro, na condição de funcionário do INSS, que passou boa parte da sua vida operando para na área de aposentadoria rural, atividade lhe garantiu a grande maioria do seu eleitorado. Ao mesmo tempo, foi alvo de investigação por supostas irregularidades, chegou a ser demitido do INSS, mas depois conseguiu o emprego de volta pela via judicial. Mas o fato é que o deputado Cléber Verde conhece em profundidade a temática da Previdência e pode dar uma boa contribuição no debate da Comissão Especial. Partidariamente, a posição do deputado Cleber Verde deve coincidir com a do Central, do qual seu partido é integrante de proa. Pode-se afirmar que defenderá a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O deputado federal João Marcelo, que está no exercício do segundo mandato, é sociólogo e tem profunda identificação com as causas sociais. Ele deixou claro que leva para a Comissão Especial duas posições definidas e negociáveis: a manutenção da aposentadoria rural e do BPC, e a determinação de discutir a proposta de alterar o tempo de aposentadoria dos professores dos atuais 25 para os 35 anos propostos no projeto. Acha que a profissão de professor é árdua, que enfrenta muitos problemas e que com 25 anos de serviços prestados o docente está, realmente, cansado, precisando se aposentar. Os demais pontos ele vai discutir de acordo com as orientações do MDB.

Os dois chegam à Comissão podem contribuir para ajustar o projeto.

Grupo Sarney joga pesado para minar o poder de fogo de Domingos Dutra em Paço do Lumiar

Adriano Sarney ataca Domingos Dutra: disputa política em Paço do Lumiar com sabor de vingança

O Grupo Sarney parece decidido a jogar pesado catapultar Domingos Dutra (PCdoB) do comando da Prefeitura de Paço do Lumiar. Ontem, por exemplo, o jornal O Estado do Maranhão estampou na sua capa o uma imagem na qual o deputado estadual Adriano Sarney (PV) fala a um grupo de professores lumienses em greve, numa ação que levou também à cidade os deputados Wellington do Curso (PSDB) e Hélio Soares (PR). Ao meio-dia, a TV Mirante o telejornal ocupou boa parte do Jornal do Maranhão, 1ª Edição, com a exibição de reportagens de duas equipes escaladas para mostrar ruas esburacadas na periferia de Paço do Lumiar. A julgar pelo tom das matérias, o trabalho jornalístico mostrou os estragos visando alcançar a gestão do prefeito Domingos Dutra.  Berço político da família Aroso aliada ancestral do Grupo Sarney, Paço do Lumiar também foi durante muito tempo base eleitoral do deputado federal Sarney Filho (PV), que transferiu para o filho, deputado Adriano Sarney e para o “primo”, deputado federal Edilázio Jr. (PSD). Além de tentar tomar-lhe o controle político e administrativo de Paço do Lumiar, o Grupo Sarney ataque o prefeito Domingos Dutra saboreando uma espécie de vingança por tudo o que ele já fez contra o ex-presidente José Sarney (MDB).

São Luís, 26 de Abril de 2019.

 

Reviravolta no STJ mostra que Flávio Dino tinha razão quando criticou “abusos” de Sérgio Moro contra Lua da Silva

 

Flávio Dino: decisão do STJ de reduzir pena de Lula da Silva é “brisa civilizatória”

“Uma brisa civilizacional”. Foi como o governador Flávio Dino (PCdoB) definiu a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de reduzir de 12 anos para 8 anos, 10 meses e 20 dias a pena e o valor da multa impostas ao ex-presidente Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal 4ª Região, com base na sentença do então juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, no rumoroso e controvertido Caso do Tríplex de Guarujá. Na avaliação do governador, “comparando com os disparates cometidos em Curitiba e no TRF 4ª Região, a decisão do STJ traz uma brisa civilizacional, ao rever a dosimetria das penas”. Flávio Dino manteve sua total discordância da sentença condenatória imposta ao ex-presidente da República pelo juiz Sérgio Moro, já que, na sua avaliação, não existem provas suficientes para a condenação. “A redução da pena foi bem significativa, o que deve ser visto como uma reprovação aos delírios punitivistas que marcaram as decisões anteriores. Creio que o Supremo vai reduzir ainda mais a pena imposta. E pode mesmo ir além, caso queira distinguir reexame de revaloração de provas e adentrar realmente ao mérito”, argumentou.

Com a autoridade de ex-juiz federal e de um dos mais duros críticos das sentenças do ex-juiz da Lava-Jato contra o ex-presidente, o governador do Maranhão alertou para o fato de que, se o TRF 4ª Região “correr” para julgar e condenar o líder petista em outro processo antes de setembro, mês em que haverá a progressão de regime. “Ficaria novamente muito feio um tratamento casuístico e anômalo”, avaliou o governador Flávio Dino, defendendo em seguida que o ex-presidente Lula da Silva seja inocentado e liberado imediatamente, alegando que nenhuma das acusações está sustentada em prova inquestionável.

– A redução da pena foi bem significativa, o que deve ser visto como uma reprovação aos delírios punitivistas que marcaram as decisões anteriores. Creio que o Supremo vai reduzir ainda mais a pena imposta. E pode mesmo ir além, caso queira distinguir reexame de revaloração de provas e adentrar realmente ao mérito – argumentou. O governador ainda alertou para o fato de que se o TRF 4ª Região “correr” para julgar e condenar Lula em outro processo antes de setembro, mês em que haveria a progressão de regime, “ficaria novamente muito feio um tratamento casuístico e anômalo”.

A avaliação do governador Flávio Dino da decisão da 5ª Turma do STJ, em sessão presidida pelo ministro maranhense Reynaldo Soares, confirma suas críticas feitas ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR), no processo que resultaram na condenação do ex-presidente Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá. Desde o início, o governador apontou abusos – como a condução coercitiva do ex-presidente para depor numa sala de aeroporto em São Paulo -, vícios processuais e falta de provas concretas, levando-o a identificar motivação política na condenação do líder petista. O próprio Sérgio Moro – que entrou na magistratura pelo mesmo concurso em que Flávio Dino tirou o 1º lugar -, mesmo duramente atingido, preferiu não encarar as críticas de Flávio Dino.

A reviravolta de terça-feira no STJ, onde os ministros aprovaram por unanimidade o parecer do relator ministro Félix Ficher, do recurso especial contra a condenação, e reduziram a pena imposta a Lula da Silva, mostrou, ainda que parcialmente, que Flávio Dino tinha razão quando classificou de “abusiva”, “injusta” e “ilegal” a sentença com que Sérgio Moro mandou o ex-presidente para a cadeia no caso do triplex de Guarujá. A nova situação encontra o governador do Maranhão numa posição mais sólida ainda, certo de que suas críticas tinham procedência e de que não será surpreendido se o Supremo Tribunal Federal ampliar radicalmente a guinada iniciada pela 5ª Turma do STJ e mandar Lula da Silva para casa livre e munido inclusive dos seus direitos políticos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Marcos Pontes faz hoje visita técnica ao CLA e Weverton Rocha propõe regras para uso dos recursos que virão

Weverton Rocha Conversa com Marcos Pontes sobre questões que envolvem a  Base de Alcântara

O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, desembarca hoje no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para uma visita oficial àquela estrutura, com o objetivo de consolidar o processo por meio do qual o Governo Federal encaminhará as articulações para a aprovação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas firmado com os Estados Unidos para a exploração comercial do CLA. O Centro será palco de lançamentos de foguetes norte-americanos e de qualquer outro País com tecnologia espacial e dinheiro para pagar o aluguel e bancar as operações de lançamento. Dessa vez, o ministro Marcos Ponte, que é astronauta, tem formação técnica, vai conhecer tecnicamente a Base de Alcântara, não se envolvendo em problemas periféricos, como é o caso das comunidades quilombolas. A começar pelo fato de que o interesse dessa visita é puramente técnico, baseado nas regras do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que também não trata de assuntos de natureza socioeconômica, cuidando exclusivamente dos aspectos técnicos e tecnológicos que envolvem o processo de lançamento. Tanto que, ciente disso, o senador Weverton Rocha (PDT) entregou ontem ao ministro Marcos Pontes cópia do um projeto de lei por meio do qual define regras para o uso dos recursos que entrarão no País a cada contrato para uso do CLA. Com a iniciativa, o senador pedetista demonstra ter consciência do que é o Acordo de Salvaguardas Tecnológicos, que se atém exclusivamente aos aspectos técnicos, não trata dessas questões.

 

Assembleia Legislativa aprova projeto que garante a restauração da antiga sede da Refesa na Beira-Mar

Plenário da Assembleia durante as votações que movimentaram a sessão  ontem 

A Assembleia Legislativa garantiu ontem a revitalização do antigo prédio da Rede Ferroviária Federal (Refesa), na Beira-Mar, que será transformado num complexo cultural e turístico. A garantia se deu pela aprovação do projeto de Lei Nº 153/2019, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a abertura de crédito especial ao Fundo de Desenvolvimento da Cultura Maranhense (Fundecma), no valor de R$ 4 milhões com esse objetivo. Na Mensagem, o governador Flávio Dino explica que o projeto foi concebido de forma a permitir a restauração do prédio, cujo entorno está devidamente urbanizado. Flávio Dino lembra que em dezembro de 2017 o Governo do Estado editou o Projeto de Lei 114/2017, que disciplina a utilização do Fundo de Desenvolvimento da Cultura Maranhense (Fundecma) regulamentado em 2016 pelo Decreto Nº 31.892. O Fundo fora criado em 2008, seguindo orientação nacional do Ministério da Cultura, mas até então, nunca tinha chegado a ser usado. A partir de dezembro de 2017 passou a financiar até 100% do valor dos projetos e ganhou dotação orçamentária de R$ 6 milhões. Diferente da Lei de Incentivo à Cultura, a utilização do Fundecma não necessita de patrocinadores. No momento em que é aprovada, a iniciativa tem os recursos garantidos. A nova lei permite ainda que os municípios inscrevam projetos relacionados com artes cênicas, cinema, literatura, música, artes plásticas, cultura popular, patrimônio, pesquisa, entre outras. Trata-se, portanto, de uma medida de extrema importância para o desenvolvimento cultural de São Luís e do Maranhão como um todo.

Em outra votação, os deputados estaduais aprovaram o Projeto de Lei 198/2019, de autoria do Poder Executivo, que abre crédito especial no valor de  R$ 50.6 milhões ao Fundo Penitenciário Estadual (Funpen).

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa)

São Luís, 25 de Abril de 2019.

 

Duro na queda, Domingos Dutra enfrenta denúncias quando começa a se preparar para concorrer à reeleição

Domingos Dutra: denúncia de irregularidades em ano pré-eleitoral

O anúncio, feito ontem pelo Ministério Público, de que ajuizou Ação Civil Pública (ACP), por ato de improbidade administrativa contra a cúpula administrativa de Paço do Lumiar, por supostas irregularidades em dois contratos para fornecimento de alimentação enteral e respectivo material, foi mais uma sinalização de que o prefeito Domingos Dutra (PCdoB), enfrentará munição pesada de adversários na corrida à reeleição. A promotora titular da 1ª Promotoria de Justiça de Paço do Lumiar, Gabriela Tavernard, quer punir o prefeito e mais 12, entre servidores municipais e empresários, acusados na ACP, entre eles a primeira-dama e secretária de Administração e Finanças, Núbia Dutra, com perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por período de três a cinco anos, pagamento de multa civil no total de até 100 vezes o valor da remuneração recebida, e, claro, o ressarcimento de R$ 1,4 milhão, valor do suposto prejuízo sofrido pelo erário. Se o prefeito for condenado, estará fora da corrida pela reeleição.

A rigor, a denúncia em si não é o fim do mundo, a começar pelo fato de que não há acusação direta de que esse ou aquele envolvido tenha praticado corrupção. Raimundo Nonato Cutrim (secretário de Saúde), Anna Karina Gomes (Comissão de Licitação), Márcio Souza (então pregoeiro), os empresários  Joaquim Abrantes dos Reis Jr. (Med Surgery Hospitalar), Alexandre Magno Lima, Marcos Antonio Silva e Antonio Saraiva da Silva Sobrinho (M.A. Silva Equipamentos Hospitalares) e o servidor Marcus Bastos. As acusações são: suposta irregularidade na nomeação do chefe da licitação, servidor que assinou por outro, falta de detalhamento orçamentário, quantitativo e periodicidade, e por aí vai. Um rosário de supostas irregularidades formais, aparentemente puníveis, mas provavelmente sanáveis.

A metralha disparada pela promotora Gabriela Tavernard, ainda que aparentemente sem petardos mortais, coloca, claro, o prefeito Domingos Dutra na defensiva, obrigando-o a defender a si e à primeira-dama e secretária Núbia Dutra. O envolvimento dos dois na ação é prato cheio para adversários, que já enxergam a secretária de Administração e Finanças como alvo preferencial na guerra política em Paço do Lumiar. Ali, os oponentes de Domingos Dutra são ao Aroso, uma família que durante muitos anos mandou e desmandou no município, e que investe contra o prefeito do PCdoB com faca nos dentes e sangue nos olhos. Atua agora por meio do ex-prefeito Gilberto Aroso (MDB), um adversário manhoso, que joga muito pesado para voltar ao poder e que tem na retaguarda nada menos que o esquema de poder do Grupo Sarney, do qual é figura de proa. Com uma denúncia dessas nas mãos, pode fazer um grande estrago no projeto político do prefeito de renovar o mandato.

Domingos Dutra, porém, não é um adversário qualquer. O seu histórico de oposicionista implacável, que joga em campo aberto no enfrentamento aos adversários mais poderosos, o transformou num animal político difícil de abater. Forjado na condição de denunciador de corrupção, tema que carregou seu discurso durante décadas contra o Grupo Sarney, o agora prefeito de Paço do Lumiar se move na condição de vidraça, com adversários por todos os lados se valendo de qualquer evento para avançar sobre ele. Desde a campanha, em 2016, ficou claro que o antes terror de prefeitos não teria vida fácil como prefeito e que seu calcanhar de Aquiles será exatamente a primeira-dama Núbia Dutra, uma advogada valente, com bom nível de preparo técnico e intelectual, mas que para muitos – aí incluídos aliados de Domingos do Dutra – tem poder demais no Governo do marido, já tendo sido inclusive alvo de um rumoroso e mal explicado atentado.

O filho de Saco das Almas, reconhecido como o mais destacado sobrevivente da política maranhense nos últimos tempos, vai encarar a denúncia do Ministério Público com a mesma determinação com quem inúmeras vezes bateu às suas portas para denunciar ilegalidades de quem estava no poder.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Base governista rejeita convocação do residente da Emap para ser ouvido na Assembleia Legislativa

César Pires não conseguiu convocar o presidente da Emap

A base do Governo na Assembleia Legislativa mandou ontem para alto mar requerimento por meio do qual o deputado oposicionista César Pires (PV) tentou convocar o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária, Ted Lago, para explicar denúncia de suposta irregularidade na gestão do Complexo Portuário do Itaqui. Munido de uma série de documentos, pareceres e relatórios, da Polícia federal, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Advocacia Geral da União (AGU). César Pires queria que o presidente da Emap explicasse o relatório do delegado federal Diego Melo de Almeida, que teria constatado “indícios” de fraude numa obra de dragagem no Porto do Itaqui, envolvendo as empresas Jan de Nul, contratada por R$ 63 milhões, e Fotogeo, que teria recebido R$ 1,5 milhão por serviços não realizados. Outra suposta irregularidade foi a transferência ilegal de R$ 141 milhões da Emap para os cofres estaduais, operação que, segundo ele, seria proibida pelo convênio de delegação 016/2000, que cedeu a gestão do Porto do Itaqui à Emap. César Pires disse que tanto a Antaq quanto a AGU já manifestaram oficialmente que a transação é ilegal e que os recursos devem ser devolvidos à administração portuária, como prevê uma ação popular movida pelo advogado Pedro Leonel.

Na bancada governista, a iniciativa de César Pires para convocar Ted Lago é parte de uma estratégia que tem por objetivo fragilizar a Emap e induzir o Governo Federal a romper o convênio por meio do qual cede o controle do complexo portuário ao Governo do Estado. A estratégia do Grupo Sarney é a seguinte: caso o Governo Federal reassuma o controle do Porto do Itaqui, o Grupo tentaria emplacar um aliado no comando, abrindo assim uma grande janela para voltar ao poder no Estado. Os porta-vozes do Governo do Estado dizem que nada há de errado na atual gestão do complexo portuário e que nada justifica a convocação do presidente da Emap para dar explicações à Assembleia Legislativa.

 

Retirada de famílias que vivem sob a Ponte José Sarney dá a  Rubens Jr. oportunidade de se mostrar como gestor

Rubens Jr.: ação do MP lhe dá a oportunidade de mostrar que é bom gestor

O secretário de Estado das Cidades, Rubens Jr., e seus colegas de Urbanismo e Habitação, Mádson Silva, e de Criança e Assistência Social de São Luís, Andreia Lauande foram acionados pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Fundamentais da Capital para descascar um espinhoso abacaxi: retirar, com a urgência possível, as 27 famílias que moram em barracos precaríssimos debaixo da Ponte José Sarney. Movida pela promotora-titular Márcia Buhaten, no dia 22 de março, e recebida pelo juiz Douglas Martins, titular da Vara de Direitos Difusos e Coletivos de São Luís, no início de abril, a ação determina que as famílias “sejam realocadas para outros imóveis construídos em programas habitacionais já implantados”. O magistrado já oficiou os secretários e fixou prazo até meados de junho para o problema seja equacionado e resolvido. Pelo que está em andamento, tudo indica que os secretários Rubens Jr. e Mádson Silva e Andreia Lauande terão de resolver o problema. A começar pelo fato de que, na ação, a promotora Márcia Buhaten joga pesado ao descrever a situação dramática em que vivem as 27 famílias, e responsabiliza o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luís. Ao mesmo tempo em que tem a forma de pepino espinhoso, a ação do MP pode ser uma boa oportunidade para o secretário Rubens Jr., pré-candidato a prefeito de São Luís, dar uma boa demonstração de talento e eficiência como gestor.

São Luís, 24 de Abril de 2019.

PSL do Maranhão não tem perspectivas e patina com Chico Carvalho, Maura Jorge, Alan Garcez e Pará Figueiredo

 

Chico Carvalho, Maura Jorge, Alan Garcez e Pará Figueiredo formam um PSL sem rumo nem perspectiva

Anunciado o resultado da eleição presidencial, com a vitória do candidato Jair Bolsonaro, no final de Outubro do ano passado, todos os sinais indicaram que a agremiação dele, Partido Social Liberal (PSL), que também saiu das urnas numericamente vitorioso, seria transformado numa força política maiúscula, com poder de fogo para dar as cartas na definição dos destinos políticos do País. Passados cinco meses e meio da eleição e três meses e meio do novo Governo, o PSL é um partido sem lastro, confuso, sem consistência e sem líderes fortes e, ainda por cima, alvejado por graves denúncia de corrupção com desvio de recursos milionários do Fundo Eleitoral. No Maranhão, o PSL é um partido sem cara e sem rumo, comum presidente sem força, projetos de lideranças que não emplacaram e um único deputado estadual que até aqui não disse a que veio nem demonstra qualquer traço de interesse pelo futuro do partido. Ou seja, PSL maranhense é quase um partido fantasma.

No comando do PSL desde quando o partido não alimentava qualquer perspectiva de um diz chegar ao poder, o vereador Chico Carvalho, apoiado pelo vereador Isaías Pereirinha, passou anos e anos fazendo malabarismo para mantê-lo de pé, viu, de repente, sua posição ameaçada perla ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge. Como um furacão, a ex-prefeita saiu às ruas com o ousado projeto de disputar o Governo do estado, acreditando que uma aliança com o então candidato presidencial Jair Bolsonaro lhe daria gás suficiente, se não para eleger-se governadora, pelo menos para assumir uma posição de liderança com poder de fogo para tornar-se o braço maranhense do Governo Bolsonaro.

Derrotada nas urnas, tendo recebidos surpreendentes 4% dos votos para governador, Maura Jorge, motivada pela aproximação com Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, embarcou para Brasília e lá montou acampamento durante a transição, em busca de um posto no qual representasse o Governo no Maranhão. Participou de reuniões, recepções, posses, jantares, mas voltou para casa fragilizada, sem ter recebido o apoio da cúpula nacional do partido para se tornar sua líder no Maranhão. No momento, caminha para deixar o PSL na esteira de um projeto de refundação da UDN, arquitetado pela família Bolsonaro.

Na mesma linha de Maura Jorge, mas com um projeto muito menos ambicioso, o médico Alan Garcez, que projetou para si um espaço de aliado e defensor de Jair Bolsonaro. Alan Garcez conseguiu espaço na transição federal e acabou por ganhar um posto intermediário na grade do Ministério da Saúde, e nele mergulhar, pelo menos por enquanto. Antes de submergir, ensaiou uma aliança com o presidente Chico Carvalho, mas de lá para cá não se manifestou sobre o partido, nem para incentivar à sombra algumas notícias vagas dando conta de que ele poderia vir a ser candidato a prefeito de são Luís.

Mas o caso mais emblemático que alimenta a condição de quase fantasma do PSL no Maranhão é o deputado estadual Pará Figueiredo. Nem durante, nem depois da eleição e nem após   iniciadas as atividades na Assembleia Legislativa o parlamentar se posicionou clara e efetivamente como um deputado do PSL, não tendo feito qualquer referência em relação ao partido e o Governo do partido no plano nacional. Pará Figueiredo poderia tranquilamente se tornar referência do PSL e até mês o assumir o comando do partido no estado, por ser jovem e poder apresentar-se como a face nova do partido. Sua atitude, porém, é a de quem não tem aptidão para comandar, parecendo satisfeito apenas com o mandato, que exerce sem maiores gestos e sem dar um pio sobre o partido e o futuro que aspira dentro ou fora dele.

O PSL do Maranhão é um partido sem cara, sem forma, sem líder, sem projetos, portanto sem perspectivas. E poderá tornar-se menos importante ainda se o rumor de que o presidente Jair Bolsonaro pretende deixá-lo vier a se confirmar. A tendência é que, salvo a possibilidade de vir a eleger um ou outro prefeito, um vereador aqui e outro ali, no ano que vem, a tendência que parece evidente é a de que poderá voltar ao que era antes do “Fator” Bolsonaro”, sem maiores perspectivas e comandado pelo vereador Chico Carvalho, que é PHD nesse jogo da sobrevivência.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

DEM vai para convenção sexta-feira disposto a se fortalecer para as eleições municipais

Juscelino Filho quer trazer a cúpula do DEM, Rodrigo Maia e ACM Neto para a convenção em São Luís

O DEM caminha para realizar sua convenção estadual na próxima sexta-feira (26). Determinado a se tornar uma das grandes forças partidárias do Maranhão com as eleições municipais. Tanto que o presidente do partido, deputado Juscelino Filho está empenhando para que o presidente nacional, o prefeito de Salvador ACM Neto,  o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, desembarquem em São Luís para o evento. Além da confirmação de Juscelino Filho como presidente, um dos pontos altos da reunião partidária será a apresentação das suas estrelas atuais, a começar pelo prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, que migrou do MDB para o DEM recentemente, numa   grande tacada dada por um partido em tempos recentes no Maranhão. A agremiação já conta com os secretários Luis Fernando Silva (Projetos Especiais) e Rogério Cafeteira (Esportes e Lazer), além dos deputados estaduais Neto Evangelistas (pré-candidato do partido à Prefeitura de São Luís, Antônio Pereira, Daniella Temer, Paulo Neto e Andreia Resende. O DEM que vai para a convenção é bem diferente do partido que entrou na corrida eleitoral do ano passado renovado, mas sem maiores perspectivas. Um bom trabalho de articulação, motivado pelo pragmatismo inteligente, o vem transformando numa potência política, em condições de sair das urnas do ano que vem fortalecido e com capilaridade no plano municipal. E o projeto da cúpula do DEM é ambiciosa: lançar candidatos a prefeito na grande maioria dos municípios e fazer um grande número de vereadores das eleições do ano que vem. Assim, o DEM se prepara para chegar em 2022 com força máxima e com direito de sentar de negociações com cacife para falar grosso.

Em Tempo: A Convenção Estadual 2019 do DEM será realizada sexta-feira (26). O evento será aberto às 9h no Auditório Terezinha Jansen, no Multicenter Sebrae.

 

Corrida sucessória em Bacabal tenciona a convivência de Roberto Costa com Carlinhos Florêncio no parlamento

Roberto Costa e Carlinhos Florêncio: relação tensa antecipa o clima de disputa política  em Bacabal

O entrevero entre os deputados Roberto Costa (MDB) e Carlinhos Florêncio (PCdoB), com troca de palavras duras, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, nada mais é do que um reflexo nítido do quadro de agitação política em Bacabal. Agora fora do poder e sem o suporte do ex-prefeito Zé Vieira, Carlinhos Florêncio tenta assumir a liderança da oposição no município, onde Roberto Costa lidera a nova geração da corrente formada elo ex-governador João Alberto (MDB) e atua intensamente como o grande fiador e apoiador da gestão do prefeito Edvan Brandão (PSC). Todas as informações levantadas em Bacabal apontam Roberto Costa como o nome mais forte do grupo para disputar a Prefeitura. Já o deputado Carlinhos Florêncio é visto como virtual candidato, mas não assumiu ainda a posição de pretendente decidido. O fato é que Roberto Costa se mantém presente na vida de Bacabal, participando de todos os eventos da cidade e viabilizando, juntamente com o deputado federal João Marcelo (MDB), todo o suporte possível ao prefeito Edvan Brandão, consolidando assim a sua condição de pré-candidato a prefeito. Esse é o motivo causador das tensões que vêm marcando a já difícil convivência dos dois na Assembleia Legislativa. Um cenário em que Roberto Costa está melhor posicionado.

São Luís, 23 de Abril de 2019.

Bita do Barão cresceu com méritos de pai de santo, mas não chegaria onde chegou sem a ligação com José Sarney

 

Bita do Barão: ligação com José Sarney turbinou seu reinado no Terecô em Codó e o projetou para o Brasil como babalorixá

Não se discute a importância do pai de santo Wilson Nonato de Souza, conhecido como Bita do Barão – falecido na semana que passou – no universo da Umbanda no Maranhão, nem que ele foi, de longe, o mais destacado nome do Terecô, uma variação da Umbanda intensamente praticada na região Leste do estado – Codó, Caxias, Timon, por exemplo. É fato incontestável que do seu terreiro em Codó, pomposamente batizado “Palácio de Iansã”, ele reinou absoluto por mais de meio século, ganhou projeção nacional, chegando a ser apontado por alguns como um dos mais importantes líderes umbandistas do País. Nenhum reparo a esses méritos. Ao mesmo tempo, não há como contestar nem sequer discutir que muito, mas muito mesmo, da importância que Bita do Barão alcançou e cultivou com raro talento foi fruto da sua relação com o ex-presidente José Sarney (MDB) e sua família. Ambos mantiveram uma convivência tão próxima e tão intensa, no plano religioso, familiar  folclore político, que correu o Brasil ao longo de muitos anos. Bita do Barão viveu e morreu como o pai de santo-conselheiro da família Sarney.

Bita do Barão e José Sarney são contemporâneos, e a relação que construíram começou provavelmente durante a campanha para o Governo do Estado em 1965. Durante suas incursões pelos mais diversos recantos do Maranhão em busca de votos, José Sarney conheceu e se afeiçoou a diversas figuras diferenciadas entre políticos, empresários, sacerdotes, artistas, intelectuais, ou simplesmente pessoas destacadas por suas atitudes, seus talentos ou sua religiosidade, enfim, por qualquer traço que os tornassem ímpares, diferentes dos demais. O melhor exemplo desse traço da personalidade de José Sarney foi Moacir Neves, um dos seus amigos mais próximos, que unia um talento excepcional para os negócios a uma forte vocação para exibir sua veia folclórica, principalmente quando assumia a condição de vidente, tendo previsto, com mais de uma década de antecipação, que José Sarney seria presidente da República. E são poucas as réstias de dúvidas de que o pai de santo codoense se enquadra com precisão absoluta nesse universo que tanto fascina o ex-presidente da República, um católico roxo, que confia piamente na proteção divina, reza contrito e fervoroso, e cultiva relações fortes com a cúpula conservadora da Igreja Católica brasileira.

Qualquer investigação simples na linha do tempo certamente encontrará que – sem discutir o seu destaque na seara do Terecô -, Bita do Barão impulsionou sua projeção à medida que foi se consolidando com jogador de búzios para  José Sarney no campo político. Esse viés da relação levou muitos políticos e empresários de peso a buscar vidência e proteção de santos no Palácio de Iansã, dando ao babalorixá um tamanho que ele certamente não teria sem a marca Sarney espalhada no seu terreiro colorindo sua biografia. Nas asas dessa relação, Bita do Barão usou seu talento nato excepcional para a promoção pessoal, construiu uma trajetória de muito sucesso e ganhou muito dinheiro, a ponto de dar-se o luxo de usar Botox para falsear a idade, de viver coberto de ouro e de alimentar a lenda (?) segundo a qual que teria um baú cheio de joias, como aqueles que instigaram a imaginação nos filmes de piratas caribenhos. Muito inteligente, com muita perspicácia, sempre encontrou meios de alimentar rumores a seu respeito, mas com o cuidado extremo de esconder a verdade a todo custo.

Por seu turno, José Sarney jamais negou ou sequer minimizou sua relação com Bita do Barão, mas sempre encontrou formas de mostrar que era seguido e não seguidor. Sempre deixou passar a impressão de que Bita do Barão era uma das suas pontes com o eleitorado umbandista. Nessa linha, Roseana Sarney (MDB) manteve e reforçou a relação, ampliando ainda mais o poder de fogo do babalorixá, que em momentos de campanha sempre vinha a público para anunciar que, segundo os santos consultados no seu terreiro, a filha de José Sarney venceria a eleição. Errou feio em 2006 e em 2018, duas eleições em que Roseana Sarney foi derrotada na disputa para o Governo do Estado – com a diferença de que 2018, quando as pesquisas apontaram que a derrota da ex-governadora era irreversível, ele entrou no circuito para prever o insucesso da ex-governadora nas urnas.

Em resumo: Bita do Barão se tornou o “rei” do Terecô com muitos méritos, pela sua religiosidade, pela sua capacidade de liderar, pelo talento superior de chamar a atenção e amealhar prestigio e fortuna. No entanto, os píncaros que alcançou foram, sem sombra de dúvida, frutos bem cultivado da produtiva ligação com o ex-presidente José Sarney.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Visitas de ministros ao Maranhão e audiências no DF mostram acerto na relação institucional São Luís-Brasília

Flávio Dino com o vice Hamilton Mourão, e com os ministros general Santos Cruz, Marcos Pontes e Ricardo Salles

Em 110 dias de cultivo, as boas relações institucionais do Governo de centro-esquerda do governador Flávio Dino (PCdoB) com o de direita radical do presidente Jair Bolsonaro (PSL) vêm surpreendendo o mundo político, principalmente pela distância política e ideológica que os separam. Um impressionante número de ministros de Estado já desembarcou em São Luís para tratar de temas diversos com autoridades estaduais, enquanto outro tanto já recebeu o governador e diversos secretários em audiências em Brasília. O próprio governador Flávio Dino já foi recebido na Capital da república pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Já estiveram em São Luís os ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Ricardo Sales (Meio Ambiente) e general Santos Cruz (Secretaria da presidência da República). Em Brasília, secretários do Governo do Maranhão já foram recebidos pelos ministros da Saúde (Luiz Mandetta), Educação (o então ministro Carlos Vélez), Infraestrutura (Tarcísio Delgado), Cidadania (Osmar Terra) e Paulo Guedes (Economia). Um dado a ser anotado é que, apesar das profundas diferenças políticas e ideológicas que separam os dois Governos, em nenhum desses encontros, tanto nas visitas dos ministros ao Maranhão quanto nas audiências em Brasília foi registrado qualquer traço de mal-estar. Ao contrário, esses encontros têm se dado em clima de absoluta normalidade, sem nenhuma declaração de amor político, marcados por atenção e gentileza. Um exemplo: a visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, um jovem advogado da direita ranzinza, deu-se e clima de plena civilidade política, tendo o ministro e o governador feito um sobrevoo nos Lençóis Maranhenses e se reunido no Palácio dos Leões sem um segundo de mal-estar. O dado mais relevante dessa relação é que o governador Flávio Dino não abre mão da sua condição de oposicionista, fazendo duras críticas a decisões do Governo Federal e da direita que o compõe, enquanto os novos habitantes do Planalto e da Esplanada dos Ministérios não perdem a oportunidade de bater forte e impiedosamente na esquerda. É a democracia em curso, apesar das tensões no ar.

 

PCdoB vai lançar Marco Aurélio e Clayton Noleto como pré-candidatos em Imperatriz

Marco Aurélio e Clayton Noleto serão confirmados pré-candidatos do PCdoB à Prefeitura de  Imperatriz

O PCdoB deve iniciar nas próximas semanas o processo de escolha do seu candidato a prefeito de Imperatriz. E o primeiro passo será a confirmação do deputado Marco Aurélio (PCdoB), atual líder do Blocão governista na Assembleia Legislativa, e Clayton Noleto, secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, como pré-candidatos. Com a definição, o partido vai liberar os dois para construíram suas candidaturas, de modo a que no momento adequado – provavelmente em fevereiro do ano que vem – esteja em condições de apontar o mais viável política e eleitoralmente. Marco Aurélio e Clayton Noleto terão o desafio de agregar em torno dos seus projetos, atraindo para suas órbitas lideranças e grupos que possam fortalecê-los politica e eleitoralmente. Até agora, todas as avaliações que chegaram ao conhecimento da Coluna apontam o deputado Marco Aurélio como o nome eleitoralmente mais forte, o que não significa dizer que o secretário Clayton Noleto seja carta fora do baralho. A decisão do PCdoB foi tomada depois que o prefeito Assis Ramos, que é candidatíssimo à reeleição, deixou o MDB e ingressou no DEM, partido que integra a base de apoio do governador Flávio Dino. O presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, já apontou o deputado estadual Duarte Jr. o deputado federal licenciado Rubens Jr. e o vice-prefeito Júlio Nogueira como pré-candidato do partido em São Luís. A iminente definição de Marco Aurélio e Clayton Noleto como pré-candidato em Imperatriz revela a existência de uma estratégia em curso.

São Luís, 21 de Abril de 2019.

ESPECIAL: Josias Sobrinho, um dos gênios da MPM, reinventa alguns dos seus clássicos em “Apanhado Geral, um”

 

Em cima a capa de Aapanhado Geral, um. Embaixo, Josuas Sobrinho entre os dois filhos Lucas e Cassiano Sobrinho,

A história recente da Música Popular Maranhense (MPM) tem sido marcada por uma produção intensa, variada, mas nela são poucos os registros de ousadia no que diz respeito à reinvenção. Os clássicos da MPM produzidos até aqui são em geral mantidos em sua maioria em versão original, com pequenas variações entre uma e outra gravação. “Apanhado geral, um”, de Josias Sobrinho (2018), subverte essa tendência. O disco reúne 12 canções – 11 de sua autoria e um poema de Bandeira Tribuzi que musicou –  do seu vasto repertório, com o diferencial que elas são embaladas com arranjos fortemente enriquecidos com recursos eletrônicos, influência da nova geração de músicos da família, os filhos Cassiano e Lucas Sobrinho.

Estrela de primeira grandeza da MPM, nascida na efervescência cultural que mexeu com São Luís na segunda metade dos anos 70, apesar da ditadura – foi um dos criadores do Laborarte, por exemplo -, dono de uma obra vasta, com muitas gravadas por inúmeros intérpretes, Josias Sobrinho vem brindando o Maranhão e o Brasil com uma música genialmente original e enraizada no que há de mais autêntico e mais puro no rico universo da cultura popular, e que também avança por diferentes vieses, como a denúncia do drama social e a crítica política, sendo alguns exemplares verdadeiros manifestos. E com uma vantagem excepcional: faz uma música fácil, simples, rapidamente assimilável, boa de cantar, mas ao mesmo tempo sofisticada, com pleno domínio da língua e dos sons. A música de Josias Sobrinho é ímpar, com marca própria, que ganha mais densidade quando ele próprio a interpreta com sua voz doce e elegantemente desafinada. Seus raros discos mostram isso com clareza solar.

“Apanhado geral, um” é, portanto, o resultado da ousadia da reinvenção. Estudioso de música em enfoque e perspectiva bem mais largos, chegando mesmo ao rigor da investigação acadêmica mais ampla, Josias Sobrinho ousou ver sua música de raiz embalada em arranjos modernos, com guitarras, teclados e sopros cuidadosamente harmonizados com violão malandro e comportado, cavaquinho, contrabaixo, pandeiro, pandeirões e matracas, produzindo um mix que acertou na mosca em cada faixa. Cassiano e Lucas Sobrinho, seus herdeiros musicais, foram fundamentais nessa ousada aventura musical de dar a clássicos versões modernas sem lhes arranhar a integridade. Vale   registrar que os arranjos de “Três potes”, “Rosa Maria” e “Catirina” são de Zé Américo Bastos com percussão feita por Papete – aliás, esse foi um dos últimos trabalhos de Papete.

As faixas

O disco é aberto com um belo exemplo: “A primeira canção”, um poema de amor caliente, passional, que define o amor como loucura e como a primeira das coisas que fazem sofrer, recorrendo ao célebre desfecho “esta é a última canção que eu faço para você”, dado por Roberto Carlos num dos seus clássicos. Essa expressão de amor arrochado ganha a forma de um tango bolerado, arranjado pelo acompanhamento de um acordeon – nada de bandoneon -, que se mistura com uma base de guitarra e é salpicado com notas sutis de bandolim, bem marcado por um contrabaixo “portenho”.

Em seguida vem “Terra de Noel”, o clássico samba rebelde, apaixonado, que incita o exercício do sacrossanto direito  cidadão de ser consciente da situação, e que exatamente por isso vive na ponta da língua de todo maranhense como um recado direto e sem rodeio aos que pensam em barrar o trem da História. O recado de Josias Sobrinho, que divide a interpretação com o compositor Chico Saldanha, é embalado por um arranjo clássico harmonizado por acordes poderosos de acordeon, tendo como base cavaquinho, contrabaixo e percussão em bateria.

Na sequência, “Três potes”, um manifesto verde com forte teor político, que musicou o roteiro de uma peça no final dos anos 70, é expressado na defesa de uma fonte, onde a siricora avisa que nessa guerra a muda vai falar na preparação do “dia de findar a nossa dor”,  “enxotando urubus” e “expulsando carcarás”. A versão ganha um belo arranjo de violão acústico, um contrabaixo centrado e o adorno rítmico de uma percussão adequada ao tema, com apitos, ganzás e triângulo, produzindo um belo exemplo de reinvenção.

O disco reinventa “Catirina”, a toada de boi de matraca com que Josias Sobrinho enaltece e eterniza a musa do bumba-boi, permeando a letra com uma história de amor, lembrando, com um toque genial, que “a saudade é traça que estraçalha o coração”, e pedindo que ela poupe um boi que é de pasto mas carrega cela e envergonha São João. A toada é ricamente adornada com um belo arranjo, que explora, com equilíbrio e beleza, os vários recursos do teclado eletrônico, mas poderosamente ritmada por pandeirões de primeira linha.

Em nova versão, “Rosa Maria”, essa encantadora musa de todos, já consagrada como um clássico do cancioneiro popular maranhense, cresce em dimensão. Ganha com um arranjo que dá força à sua letra, que desenha uma mulher exuberante, encantadora, sedutora, apimentada e cheirosa, pura sensualidade, mas de atitude, que provoca sentidos, mas controla ímpetos apenas com um olhar poderoso. Tudo isso num genial poema aberto, de simplicidade angelical, com apenas 37 palavras – entre nomes, pronomes e verbos, preposições, etc…. – que exalam sensualidade e desejo, dando a cada um asas para imaginar a sua própria Rosa Maria. A musa renasce como um samba de roda com a base de um pandeiro e percussão grave, que lembra longe a pancada dos viradores dos blocos tradicionais de São Luís, dando suporte grandioso ao belo arranjo de violão e de um contrabaixo que aqui e ali faz as vezes de um sete cordas e às variações perfeitamente encaixadas do cavaquinho.

“Pão Geral”, poema de Bandeira Tribuzi musicado por Josias Sobrinho mantém a versão original em ritmo de toada, com um arranjo maravilhoso em base de cordas. No poema, Bandeira Tribuzi, proclamando o amadurecimento do seu coração, declara seu amor ao tempo e ao mundo, aos “rebanhos no céu”, aos reflexos da nuvem no rio, ao trigo que cresceu e gerou o pão, a campos sem muros, e por aí vai… Essa música foi feita originalmente para o disco “Pão Geral, tributo a Tribuzi”, que reúne 14 poemas do poeta musicados pela nata da MPM, produzido pelo poeta Celso Borges.

“Sinto muito”, é na verdade uma descoberta de um amor avassalador, daqueles “que deixa a gente bambo” – tem coisa com mais cara de São Luís do que isso? Trata-se de um reggae com sotaque ludovicense, com contrabaixo de raiz, acompanhamento tradicional de guitarra-base, mas com o diferencial de um violão com cordas e teclados bem afinados.

“Pif-paf” é um choro-canção que exalta a boêmia, o jogo de cartas, a música apaixonada, a alegria da noite e que termina num chorinho que relaxa e faz adormecer, “ferindo as cordas do meu cavaquinho”. Josias Sobrinho divide a interpretação com voz educada e afinada do cantor Cabeh, num dueto impagável.  O arranjo é magistral, iniciando com um belo solo de clarineta, com uma base de violão e pancadas de pandeiro. A introdução abre caminho para a entrada arrebatadora do cavaquinho e dos acordes de um violão sete cordas poderoso, que ao longo da peça faz também um dueto com a clarineta num arranjo que chega a comover e que dá vida e sentido ao belo choro-canção.

Em “Cabocla de cena”, o cantador declara seu amor por uma cabocla de pena, prometendo, que, se a televisão não atrapalhar, no São João ele lhe escreverá uma carta e um poema, certo de que tem o seu amor. Trata-se de uma toada que no início se mostra estilizada, ritmada com bateria, com acompanhamento de um teclado, mas que em seguida ganha a condição plena de toada, embalada com matracas e pandeirões, que se mesclam com os teclados e a guitarra num mix agradável, sem que a música perca sua beleza original ou suas raízes.

“Mandacarú pedante”, sem dar pistas se tem um alvo preferencial, a faixa é mais uma dura crítica à mediocridade que está por trás do pedantismo, a ponto de definir o alvo da crítica como um mandacarú, vegetal que com seus espinhos afasta a todos, e que vive a triste sina “numa cidadela onde a estupidez domina”. É mais um reggae com tintura ludovicense, animado com um solo de rock “pesado”, que como os clássicos evolui no compasso de um contrabaixo de cores jamaicanas, e embelezado por um solo de guitarra de alto nível, que permeia toda a peça.

“Onde está meu carneirinho”, “de marré, marré”, é um poema  que dedica ao neto Levi, que mexe com a infância, com a proeza de, aninhado no seu ser, “saber do tempo como quem sabe da espera, pois quem sabe faz a lua nova aparecer”, pois sem ele estaria “verso solto na poesia”, “sempre em falso a me perder”. Trata-se de um xote leve, que ganhou base eletrônica, mas chega às alturas com os acordes de um violoncelo que domina pelo encanto da sua bela harmonia. O arranjo ganha mais força na “conversa” que trava com um acordeon intrometido e que, no embalo de zabumba e de uma percussão suave, traz o xote para o chão junino.

“Apanhado Geral, um” termina com “Dois em dois”, uma ode aos netos gêmeos Samuel e Nícolas, filhos de  Cassiano Sobrinho, que faz a outra voz no dueto familiar. Os  dois são, na sua definição, “bons motivos pra sonhar, parecidos, mas de forma singular”, “tão diferentes mas de forma unipar”, que o encontram em tempo de “serenizar”. A peça é um blue compassado, com arranjo para guitarra e teclados, que evoluem deliciosamente numa bela sequência de acordes, que mostra com total clareza a sua capacidade de se reinventar, consolidando perfeitamente a proposta do disco.

Em Tempo: “Apanhado Geral, um”, além de arrojado e bem arranjado ganha brilho maior pelo talento dos músicos Rui Mário, Roberto Chinês, Mauro Travincas, Marcão Santos, Fleming Sandes e Jecovisky Pereira (“A Primeira Canção” e “Terra de Noel”); Zé Américo Bastos, Israel Dantas e Papete (“Três Potes”, “Catirina” e “Rosa Maria”); Luis Jr., Rui Mário e Luis Cláudio (“Pão Geral”); Marcos Lussaray, Serginho Carvalho, Carlão, Marcos Silva e Jecovisky Pereira (“Sinto Muito); Marcos Lussaray, Paulo Trabulsi, Gordo Elinaldo, Jecovisky Pereira, Carlos Piau e Fernando DF (“Pif-Paf); Henrique Duailibe, Edison Bastos, Lenita Pinheiro, Renata Gaspar e Ivandro Coelho (“Mandacaru Pedante”); Rui Mário, Daniel Sena e Luiza Sena (“Onde está meu Carneirinho”); Sued Richarllys, Lucas Sobrinho e Cassiano Sobrinho (“Dois em Dois”).

Que venha “Apanhado Geral, dois”. O Maranhão desde já agradece.

 

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PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupo Sarney quer retomar o poder pelo Porto do Itaqui, mas estratégia é frágil

O Grupo Sarney vê o Itaqui como porta de entrada para voltar ao poder no estado

As investidas dos seus deputados federais e estaduais denunciando supostas irregularidades no Porto do Itaqui vão aos poucos revelando a estratégia do Grupo Sarney para reassumir pelo menos uma fatia de poder no Maranhão. A equação é simples, parece eficiente, mas um resultado favorável é muito, mas muito mesmo, remoto. O plano é o seguinte: convencer o Palácio do Planalto a retomar o controle do complexo portuário do Maranhão e, em caso positivo, conseguir emplacar um gestor da sua confiança no comando da Emap. O problema é que as denúncias feitas até aqui não encontram solo fértil para prosperar em Brasília. Primeiro porque que os porta-vozes sarneysistas, entre os quais se destaca o deputado federal Edilázio Jr. (PSD), não conseguiram convencer os novos donos de Brasília de que as denúncias são consistentes. Depois, além de não terem encontrado nada de errado na gestão do Porto do Itaqui pelo Governo Flávio Dino (PCdoB), tendo ministros reconhecido a boa gestão em curso no complexo, o presidente Jair Bolsonaro e a turma que o cerca têm pés atrás em relação ao Grupo Sarney, não o querendo como inimigo, mas também dando espaço para uma relação muito próxima. Em resumo: até mesmo sarneysistas mais centrados reconhecem que a estratégia não vai dar certo e que o grupo do ex-presidente não retomará o poder desembarcando no Porto do Itaqui.

 

Bira do Pindaré é pré-candidato assumido a prefeito de São Luís, mas atua bem para consolidar projeto

Bira do Pindaré tem nome confirmado pelo PSB para disputar Prefeitura de São Luís

O deputado federal Bira do Pindaré (PSB) vem cumprindo exatamente o roteiro que ele traçou para viabilizar o projeto de chegar à Prefeitura de São Luís. É pré-candidato definido e declarado, mas por enquanto não vai entrar em discussão sobre o assunto, preferindo empenhar-se em exercer seu mandato de maneira eficiente. No foro interno, nas conversas que vem mantendo com seus apoiadores, aliados e eventuais aliados e parceiros, Bira do Pindaré investe numa possível aliança com o PT, que além de examinar a possibilidade de lançar candidato próprio ou apoiar o candidato a ser lançado pela aliança liderada pelo governador Flávio Dino, pode vir a juntar-se ao PSB indicando o vice na chapa do socialista. Bira do Pindaré trabalha com cuidado e sem alarde, certo de que tem cacife para ser o adversário com cacife para encarar o deputado federal Eduardo Braide (PMN) numa disputa de igual para igual. Entre as hipóteses com que trabalha, está a de levar sua candidatura para um segundo turno e contar com o apoio de todas as forças mobilizadas pelo dinismo.  Por enquanto, o parlamentar socialista está jogando certo: faz um bom mandato na Câmara Federal, com posições partidárias e independentes, e trabalha sua candidatura sem pressionar o Palácio dos Leões. Sabe que tem adversários e aliados por lá.

São Luís, 20 de Abril de 2019.