A confirmação de que mais seis prefeitos – Vianey Bringel (Santa Inês), Camyla Jansen (Cajari), Magrado Barros (Viana), Toinho Patioba (Gonçalves Dias), Chico Eduardo (Brejo de Areia) e Rubens Japonês (Alto Parnaíba) – estão deixando o PSDB para se filiar ao DEM é a confirmação definitiva de que o que restou do ninho dos tucanos desabou do muro para o fundo do poço. A revoada migratória de chefes municipais tucanos tende a continuar, com a possibilidade concreta de o PSDB maranhense chegar à corrida eleitoral do ano que vem com nenhum ou quase nenhum prefeito em busca da renovação do mandato. Mais grave ainda, enquanto os demais partidos se movimentam para ampliar seu poder de fogo atraindo reforços – caso do DEM, PR, MDB, PRB, PP, entre outros -, o PSDB parece mergulhado numa letargia, como se os seus dirigentes estivessem sem ânimo para reagir à desidratação que está desfigurando o partido que foi forte quando liderado pelo ex-governador João Castelo e, depois, pelo vice-governador Carlos Brandão e que agora caminha para ser varrido do mapa político maranhense sob o comando do senador Roberto Rocha.
O quadro atual confirma previsões feitas por observadores que consideram que o comando nacional do PSDB cometeu um monumental erro quando tirou o partido do controle do vice-governador Carlos Brandão para entregá-lo de novo ao senador Roberto Rocha. Sob o comando de Carlos Brandão, os tucanos saíram das eleições municipais de 2016 com 29 prefeitos – só perdeu para o PCdoB, que elegeu 49 -, vários vice-prefeitos e uma penca considerável de vereadores, com ânimo para chegar a 2018 em condições de continuar na vice-governadoria e com um plantel forte de candidatos a deputado federal e a deputado estadual. Mas o que aconteceu foi que a troca de comando no ninho estadual fragilizou gravemente o PSDB, que saiu das urnas mais como um espectro partidário, com o senador Roberto Rocha, candidato a governador humilhado, com 2,2% dos votos, e tendo como único troféu a reeleição do deputado estadual Wellington do Curso.
Quando retomou o comando do PSDB maranhense, depois de anos de “exílio” no PSB, onde nunca foi inteiramente assimilado, o senador Roberto Rocha passou a todos que articularia a grande reunificação do partido, atraindo inicialmente o grupo do ex-governador João Castelo, ainda de pé pela presença forte da ex-prefeita Gardênia Castelo e outros grupos menores. Mas aconteceu exatamente o contrário. Conduzindo o partido inteiramente para sustentar o seu projeto pessoal de candidatar-se a governador, Roberto Rocha convenceu o comando nacional, a começar pelo presidente do partido, Geraldo Alckmin, que também na sua obsessão de ser candidato a presidente do Brasil não se deu conta de que o projeto o projeto do partido no Maranhão era também obsessivo. O resultado foi politicamente trágico: o candidato presidencial Geraldo Alckmin foi esmagado no plano nacional e o candidato a governador Roberto Rocha foi triturado na seara estadual.
O caminho natural o senador Roberto Rocha seria levantar o partido, sacudir a poeira e estimulá-lo a dar a volta por cima, como estão fazendo todos os derrotados nas eleições do ano passado, como o MDB, por exemplo. No Senado, Roberto Rocha inicia a segunda fase do seu mandato dando mostras de que está vivo: ganhou a liderança da bancada do PSDB, ao mesmo tempo em que se movimenta para se tornar um aliado de proa do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Até agora, no entanto, o presidente ainda não um gesto enfático e incontestável de que senador seja um dos seus “homens de ouro” no Congresso Nacional.
Há rumores de que nos próximos dias o comando estadual do partido se reunirá para avaliar o cenário e definir os próximos passos. A se confirmar a reunião, os líderes devem abri-la com a consciência de que eles podem ser substituídos, mas um partido como o PSDB não ser substituído no cenário político maranhense.
PONTO & CONTRAPONTO
DESTAQUE
Apontada como exemplos de força e juventude, Andreia Resende e Daniella Tema foram homenageadas na convenção do DEM
A convenção do DEM, realizada sexta-feira (26), fez duas homenagens que valorizaram de maneira expressiva a presença feminina no partido. Foram distinguidas e aplaudidas as deputadas Andreia Resende e Daniella Tema, que são vistas como símbolos de vitalidade, garra e compromisso com o partido.
Andreia Resende é hoje um símbolo de resistência e superação, não só como referência no DEM, mas na Assembleia Legislativa e em todo o estado. Odontóloga por formação, Andreia Resende sempre respirou política por conta do seu pai, o médico e ex-deputado estadual Francisco Martins, um dos mais importantes líderes de Balsas. E foi nesse ambiente de agitação política que se casou com o ex-deputado Stênio Resende, também nascido em família política em Vitorino Freire. Os dois sofreram um grave acidente automobilístico durante a campanha, ela ficou paraplégica. Sua garra política, fazendo campanha numa cadeira de rodas, e sua vontade de viver transformaram-na num exemplo que se tornou referência. Isso porque, contrariando a tendência de muitos que sofrem tal revés na vida, ela vive a euforia da sobrevivência e encarna a militante política ativa, lúcida e defensoras de causas importante, como a das mulheres. “Aqui sentada, eu estava agradecendo a Deus por hoje ter tido vida, força e coragem de estar aqui. De participar desse momento tão democrático, onde represento todas as mulheres nesse partido que busca o direito delas, os direitos humanos e das minorias. Princípios que vão de encontro aos meus”, declarou em tom de agradecimento.
Daniella Tema foi homenageada por representar a juventude do DEM. Nutricionista, que com 30 anos assumiu o comando do Hospital de Urgência e Emergência de Presidente Dutra e fez uma gestão produtiva e bem-sucedida. Casada com o médico Cleomar Tema, prefeito de Tuntum, Daniella Tema chegou ao DEM em 2017, tornando-se, em pouco tempo, uma referência de juventude. Ao ser homenageada pela cúpula do partido durante a convenção, Daniella Tema destacou o engajamento dos jovens na política e defendeu a maior participação das mulheres na vida pública. “Em nome da juventude maranhense, agradecemos, de coração, esta homenagem, concedida pelo presidente nacional dos Democratas, ACM Neto, e pelo presidente estadual do partido, deputado federal Juscelino Filho. Vivemos um momento de esperança no nosso país, precisamos cada vez mais da participação dos jovens e das mulheres para que possamos diminuir as desigualdades sociais na construção de um país melhor e mais justo para todos”, declarou. Foi entusiasticamente aplaudida pelos convencionais.
Luis Fernando Silva surpreendeu com a renúncia e mergulho como secretário do Governo Dino
Uma pergunta está no ar: qual será, de fato, o papel do secretário de Estado de Programas Especiais, Luis Fernando Silva, no Governo Flávio Dino? Nas rodas de conversas são muitas as especulações, mas a verdade pura e simples é que nenhuma mostrou-se consistente para ser a resposta. Dois anos depois de ter retornado à Prefeitura de São José de Ribamar, um dos cinco maiores municípios do Maranhão, em 2016, no embalo de uma eleição que beirou a unanimidade, Luis Fernando Silva protagonizou um dos mais surpreendentes movimentos na política maranhenses nos tempos recentes ao renunciar ao cargo. A surpresa foi maior ainda quando logo em seguida foi revelado que ele deixou o cargo para tornar-se secretário de Estado no Governo Flávio Dino. E para fechar o enredo, o agora secretário mergulhou, sem ter revelado até agora o seu projeto no comando da secretaria – que era uma pasta de gaveta, mas que ganhou estrutura, segundo informações divulgadas pelo próprio Governo. Há rumores de que logo, logo o ex-prefeito de São José de Ribamar e hoje secretário de Programas Especiais revelará seus próximos passos. Vale aguardar.
São Luís, 20 de Abril de 2019.