Arquivos mensais: julho 2018

Movimentos de Rocha, Braide e Maura não mudarão tendência, mas podem dar mais animação à corrida aos Leões

Roberto Rocha, Maura Jorge e Eduardo Braide darão o desenho final da disputa pelo Governo do Estado

As convenções que confirmaram e oficializaram as candidaturas do governador Flávio Dino (PCdoB) e da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) rascunharam o rumo da corrida ao Palácio dos Leões, mas o desenho final só estará concluído com a definição do futuro de duas pré-candidaturas. A primeira é a do senador Roberto Rocha, que deverá ser ungido por uma aliança formada por PSDB, Podemos, PHS e PMN, cujas convenções serão realizadas na manhã de sábado (4), e a outra é a do PSL, que terá a ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, como candidata ao Governo, e que será realizada de sábado (4). É muito provável que a definição do quadro de candidatos não altere a tendência do desfecho previsto pelas pesquisas divulgadas até aqui, e a menos que ocorra um fato político surpreendente e avassalador, Roberto Rocha e Maura Jorge dificilmente irão além de onde chegaram até aqui, tendo auferido apenas o ganho político de ocupação de espaço.

O tucano Roberto Rocha perdeu o vice ideal, o empresário Ribinha Cunha (PSC), que embarcou na chapa de Roseana Sarney (MDB). Além da sua condição de aliado do Grupo Sarney, foi também empurrado pela posição da deputada federal Luana Costa (PSC) que, incentivada pelo marido, o ex-prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, seu mentor político, brecou a aliança de Cunha com o PSDB, que vinha sendo articulada pelo chefe tucano Sebastião Madeira, ex-prefeito de Imperatriz. Luana Costa e Ribamar Alves calcularam que numa coligação com o PSDB a reeleição dela correria riscos, resolvendo então que ela embarcaria no chapão liderado pelo MDB, tendo como trunfo o passe de Ribinha Cunha, que estava praticamente acertado para ser o vice de Roberto Rocha. Todas as avaliações ouvidas pela Coluna indicaram que Luana Costa teria vida mais fácil na chapa dos tucanos, já que no chapão de Roseana Sarney vai medir forças com João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), Victor Mendes (PSD), Edilázio Jr. (PSD), Cláudio Trinchão (PSD), entre outros.

Mas se perdeu o vice que mirou, Roberto Rocha está prestes a comemorar dois reforços expressivos. O primeiro é o deputado federal Aluísio Mendes, que fez o caminho inverso ao de Luana Costa e desembarcou na seara tucana levando o Podemos e o PHS. Ele fez as contas e concluiu que tem mais chance de reeleição na chapa encabeçada pelo PSDB do que no chapão puxado pelo MDB. Outro reforço é o deputado Eduardo Braide (PMN), que ainda não bateu martelo, mas tende mesmo a somar forças com Roberto Rocha. Primeiro porque já examinou exaustivamente as alternativas e sabe que só lhe restou dois caminhos: se jogar de vez na corrida ao Governo, sem eira nem beira, ou aliar-se a uma coligação leve como candidato a deputado federal. É quase 100% certo que Eduardo Braide optará pelo rumo de Brasília, aliando-se aos tucanos, devendo anunciar esse caminho a qualquer momento.

O caminho de Maura Jorge (PSL) é mais complicado e tortuoso. O seu projeto de candidatura ao Governo, que começou como um factóide do tipo “vai que pega”, e ganhou peso e forma com sua associação com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), tornou-se um fator incômodo para o Grupo Sarney, que com algumas manobras garroteou seus movimentos e lhe impôs um duro esvaziamento, levando-a a um claro isolamento. Maura Jorge tem agora dois caminhos: insistir numa candidatura sem lastro e sem futuro ou embarcar na coligação dos tucanos para tentar uma vaga na Câmara Federal. Ela poderá aproveitar a visibilidade que ganhou com a ousada e politicamente saudável ideia de ser governadora, apesar da tremenda guinada à extrema-direita que deu ao abraçar o bolsonarismo.

Com essas definições, é possível prever que dificilmente, somados, a ex-governadora Roseana Sarney e o senador Roberto Rocha, com o reforço do deputado Eduardo Braide e da própria Maura Jorge, formem uma frente capaz de reverter o favoritismo do governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupos se posicionam em relação à disputa pelas vagas no Senado

Edison Lobão e Sarney Filho e Weverton Rocha e Eliziane Gama: movimentação dentro dos grupos depois da pesquisa

A disputa para as duas vagas no senado está gerando diferentes estados de ânimo nas duas maiores coligações. Na seara do Grupo Sarney é visível o entusiasmo com os números da pesquisa Exata/JP, que mostraram o senador Edison Lobão (MDB) e do deputado federal Sarney Filho (PV) na liderança. Já na aliança liderada pelo governador Flávio Dino a pesquisa gerou duas reações: uma explosão de alegria com o crescimento do deputado Weverton Rocha (PDT), e uma forte preocupação com a perda de força da deputada federal Eliziane Gama (PPS). Evidenciou também que Edison Lobão e Sarney Filho fazem suas campanhas procurando espaços próprios, com o primeiro fortalecendo seu projeto com o apoio de dezenas de prefeitos, e o segundo trilhando no mesmo campo no mesmo. O mesmo vem acontecendo com Weverton Rocha e Eliziane Gama, com ele procurando reforçar sua candidatura com base política e partidária, e ela aumentando seus esforços para ampliar sua base no eleitorado evangélico. A próxima pesquisa vai desenhar o quadro que poderá ser o definitivo.

 

Grupo de João Alberto fecha com Brandão em Bacabal; grupo de Zé Vieira está indeciso

João Alberto mobiliza grupo para apoiar Edvan Brandão na disputa em Bacabal

O grupo liderado pelo senador João Alberto (MDB) bateu mesmo martelo em apoio à candidatura do prefeito Edvan Brandão na disputa pela Prefeitura de Bacabal, marcada para o dia 28 de Outubro, tenha ou não segundo turno na disputa para governador ou presidente da República. Com a decisão – inteligente, diga-se de passagem – do deputado Roberto Costa (MDB) de arquivar o projeto de ser prefeito da Princesa do Mearim e se voltar inteiramente para o projeto de renovar seu mandato na Assembleia Legislativa, e não dispondo de outro nome em condições de disputar, o senador decidiu dar total apoio a Edvan Brandão, prefeito interino, que chegou ao cargo como presidente da Câmara Municipal após consumada a cassação do prefeito Zé Vieira. O grupo aliado ao ex-prefeito ainda não decidiu quem será o candidato, tendo inicialmente optado pelo deputado Carlos Florêncio (PCdoB), que declinou, indicando o filho, Florêncio Neto, que era vice-prefeito. Florêncio Neto esteve quase confirmado, mas alguns movimentos dentro do grupo fizeram com que sua candidatura fosse colocada em suspense. Nesse contexto estaria crescendo por fora o nome de Brito Boca Torta, que pode vir a ser o candidato apoiado pelo ex-prefeito Zé Vieira e seus aliados.

 

São Luís. 31 de Julho de 2018.

 

Roseana Sarney vai liderar coligação com seis partidos e critica Flávio Dino e exalta Lula em convenção animada, mas modesta

 

Entre Edison Lobão e José Sarney, Roseana Sarney acena para os convencionais e apoiadores que lotaram ontem o grande salão de festa  do espaço Renascença

A ex-governadora Roseana Sarney vai disputar o Governo do Estado liderando uma coligação formada por seis partidos (MDB, PV, PSD, PRP, PSC e PMB), tendo como vice o empresário tocantino Ribinha Cunha (PSC), e como candidatos às vagas no Senado o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV). A chapa majoritária foi formalizada ontem em clima de festa partidária no Espaço Renascença, onde os seis agremiações realizaram suas convenções, reunindo representantes de todas as regiões do Maranhão. Embalada pelo slogan de sentido dúbio “Que bom ter você de volta” e por um jingle em que exaltada como “guerreira”, apresentado pela cantora Alcione Nazareth, Roseana Sarney comandou o ponto alto da reunião partidário dando a palavra ao pai, o ex-presidente José Sarney, que fez um discurso exaltando a candidata.

A convenção que oficializou a candidatura da ex-governadora foi animada, mas em volume e peso político foi bem mais modesta do que a mega reunião comandada sábado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e nem de longe lembrou os eventos partidários espetaculares realizados pelo Grupo Sarney em outros tempos. A coligação poderia ser maior, mas o deputado federal Aluízio Mendes rompeu com o Grupo e levou o Podemos, seu partido, e o PHS, sob sua influência, para aliarem-se ao senador Roberto Rocha, pré-candidato tucano ao Governo do Estado, que também ganhou o apoio do deputado estadual Eduardo Braide (PMN). Além disso, os seis partidos formaram uma única coligação para disputar as 18 cadeiras da Câmara Federal e as 42 da Assembleia Legislativa.

No seu discurso, Roseana Sarney se disse preparada para enfrentar o governador Flávio Dino durante a campanha, afirmando que grande parte das obras do atual Governo foi planejada na sua última gestão. Prometeu retomar programas como Luz Para Todos e Primeiro Emprego, mas não foi muito além dessas considerações, resumindo sua fala com algumas críticas ao governador Flávio Dino outros. A ex-governadora também defendeu a candidatura de Lula da Silva (PT) presidente, considerando sua prisão uma injustiça. Em seguida, Roseana passou o microfone ao ex-presidente José Sarney – que só foi ao Espaço Renascença atendendo a um insistente pedido da filha. Embalado pela palavra de ordem “Sarney, guerreiro do povo brasileiro”, o ex-presidente se animou destacou obras que Roseana realizou nos seus mais de 12 anos de Governo. Tomado pela empolgação em meio a uma crítica ao governador Flávio Dino, o ex-presidente estimou que “um mandato é suficiente para se fazer uma revolução”, lembrando, claro, do seu próprio Governo (1966-1970): “Em apenas quatro anos eu fiz o Porto do Itaqui, a Barragem do Bacanga, a Ponte do Caratatiua, a estrada São Luís-Teresina (BR-135), a estrada Santa Luzia-Açailândia, a usina de Boa Esperança e ainda deixei pronto o projeto da Ponte Bandeira Tribuzi”, listou. Mas o fez provavelmente esquecido de que, mesmo realizando boas gestões, Roseana Sarney não fez a tal revolução em três mandatos.

Curiosamente, nem Roseana Sarney nem José Sarney situaram a candidatura da ex-governadora no cenário nacional, não fazendo  referência direta ao Governo do presidente Michel Temer (MDB), nem ao candidato dele e do MDB a presidente, o ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique Meireles. Ambo preferiram limitar a disputa às fronteiras do Maranhão.

Em seus pronunciamentos, o vice Ribinha Cunha, o senador Edison Lobão e deputado Sarney Filho prometeram se empenhar ao máximo para dar suporte á candidatura da ex-governadora, mote que foi adotado por candidatos a deputados federal do chapão: João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), Edilázio Jr. (PSD), Ricardo Murad (PRP), e a deputado estadual: Roberto Costa (MDB), Adriano Sarney (PV), Andrea Murad, entre outros. Em busca de um mandato federal, o ex-deputado Ricardo Murad (PRP) bateu forte contra o Governo Flávio Dino, mas avaliou que o governador é favorito na corrida ao Palácio dos Leões, mas que essa situação será mudada por Roseana Sarney durante a campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edison Lobão e Sarney Filho formalizam candidaturas ao Senado e escolhem suplentes

Edison Lobão e o suplente Lobão Filho e Sarney Filho com os suplentes João Manoel Souza e Clóvis Fecury (A Coluna não conseguiu imagem do pecuarista Franciscano)

A convenção que firmou a coligação liderada por Roseana Sarney também definiu as vagas de suplente de senador. O senador Edison Lobão terá como primeiro suplente o empresário Lobão Filho (MDB), que já ocupa a vaga e vai para a reeleição, e como segundo suplente Francisco Soares, o Franciscano, pecuarista conhecido de São Francisco do Brejão, antigo militante do MDB. Já o deputado federal Sarney Filho terá como primeiro suplente o ex-deputado federal Clóvis Fecury (MDB), que já ocupa a vaga no mandato do senador João Alberto (MDB), e como segundo suplente o professor e pastor evangélico João Manoel de Souza (MDB), filho do presidente regional do MDB.

 

Arnaldo Melo confirmou sua candidatura à Assembleia Legislativa

Arnaldo Melo: ex-presidente de novo candidato a deputado estadual

Além do residente Othelino Neto (PCdoB), a disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa atraiu nomes de peso da política estadual. Um deles é o ex-deputado Arnaldo Melo, que presidiu o parlamento estadual por dois mandatos consecutivo e assumiu o Governo do Estado por duas semanas, fechando o mandato de Roseana Sarney em 2014. Naquele ano, Arnaldo Melo transferiu suas bases eleitorais para a médica Nina Melo (MDB), sua filha. Nos últimos três anos, Arnaldo Melo, que é médico por formação, morou em Brasília, onde ocupou uma das diretorias da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), mas decidiu voltar à militância partidária disputando uma cadeira no parlamento maranhense no lugar da filha, que desistiu de buscar a reeleição para ceder-lhe a vaga.

São Luís, 30 de Agosto de 2018.

Em clima de otimismo, Flávio Dino mobiliza 15 partidos e milhares de seguidores e dá a largada na corrida à reeleição

 

Flávio Dino entre Weverton Rocha, Eliziane Gama e Carlos Brandão em momento festivo da convenção que formalizou a coligação sua candidatura à reeleição e a aliança de 15 partidos

O governador Flávio Dino deu ontem a largada em busca da reeleição. E o fez com uma gigantesca festa partidária poucas vezes realizada no Maranhão nos últimos tempos, com a participação de 15 partidos (PCdoB, PT, PDT, PPS, PTB, PSB, DEM, PP, PR, PRB, PROS, SD, PEN, PTC e PPL), e que resultou na poderosa coligação “Maranhão para todos”, pela qual foram confirmadas ainda as candidaturas do vice-governador Carlos Brandão à reeleição e as dos deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) ao Senado, além de várias coligações para deputado federal e deputado estadual. O clima da festa partidária foi de entusiasmo e favoritismo, a começar pelo fato de que a grande coligação dará ao governador mais de três minutos na propaganda de rádio e TV durante a campanha eleitoral. Flávio Dino fez um discurso no qual garantiu que realizou o que foi possível realizar num contexto de crise econômica no País, afirmando, enfático, que, apesar dos problemas, o Maranhão é hoje um estado respeitado em todo o País, principalmente pela seriedade com que está sendo governado pelo PCdoB e seus aliados. Ovacionado por milhares de partidários, o governador convocou a todos para a corrida às urnas.

“Todos os estados do Brasil respeitam o Governo do Maranhão, porque sabem que nós estamos na direção certa, e quando a gente está na direção certa a agente não se perde”, declarou o governador Flávio Dino. Assinalou em seguida que esse ânimo vivido atualmente pelo estado se deve ao fato de que “O Maranhão não tem dono, o Maranhão é de todos nós, e quem anda para trás é caranguejo”. Para assinalar ainda: “A mudança vai continuar para o Maranhão seguir em frente, o trabalho continua para o Maranhão seguir em frente”. Visivelmente animado, o governador aproveitou a apresentação dos seus companheiros de chapa para destacar o papel do vice-governador Carlos Brandão   “Vice tem que ser amigo e Brandão é meu amigo, se preocupa com a minha saúde. Carlos Brandão sabe que na hora em que é para ele assumir, ele assume e faz muito bem. Ele sabe que eu confio nele”.

O governador Flávio Dino comandou a festa partidária exibindo confiança de que vai para as urnas com um suporte político maior do que os dos demais candidatos ao Governo do Estado, e com ele a tendência do eleitorado de reelegê-lo. E as informações trazidas pelas pesquisas, mostradas pelas manifestações das lideranças das mais diferentes correntes que o apoiam, e a resposta entusiasmada de uma militância aguerrida, vinda de todos os recantos do estado, lhe deram impulso para se movimentar como um candidato convencido de que os ventos estão soprando a seu favor. Tanto que ele preferiu ignorar seus adversários no seu discurso, optando por exaltar os resultados alcançados pelo seu governo, pedindo desculpas pelo que não conseguiu realizar devido às duras limitações impostas pela escassez de recursos devido à crise econômica.

Flávio Dino comandou a festas das convenções sem qualquer crise para administrar no acordo partidário nem na escolha dos candidatos – até o PT, que vinham ensaiando um enredo de tensão, resolveu suas pendências a tempo de chegar às convenções de ontem inteiramente harmonizado e comportando-se como aliado de frente na aliança dinista. O governador teve o cuidado de sanar todas as pendências e focos de tensão com bastante antecedência, o que lhe permitiu chegar à data da formalização das chapas majoritária e proporcional sem qualquer foco de insatisfação. Acomodou cuidadosamente todos os partidos na aliança, tendo a prudência de usar o equilíbrio para montar a chapa majoritária e coordenar a montagem das coligações para a corrida às 18 vagas na Câmara Federal e às 42 cadeiras da Assembleia Legislativa.

Agora candidato legitimado pelo lastro político e oficializado pela convenção do PCdoB e tendo mais 14 partidos como avalistas, o governador Flávio Dino vai para o confronto direto com Ramon Zapata (PSTU), que já é candidato formal, com Roseana Sarney (MDB), cuja candidatura será formalizada neste Domingo, com o senador Roberto Rocha (PSDB), que será oficializado no dia 4 de Agosto, com Odívio Neto (PSOL), que se tornará candidato no dia 2 de Agosto, e com Maura Jorge (PSL), que deve realizar sua convenção a qualquer momento. E levando na bagagem a condição de governador mais bem avaliado do País.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton e Eliziane emplacam Roberth Bringel e Suely Pereira e Pedro Fernandes e Gilson Kity como suplentes

 

Os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) oficializaram suas candidaturas ao Senado pela coligação “Maranhão para todos” com uma bem articulada escolha de suplentes. Weverton Rocha armou bem ao escolher o ex-prefeito de Santa Inês, Roberth Bringel (DEM) para uma das vagas, numa bem sucedida articulação com o presidente estadual do partido, deputado federal Juscelino Rezende. E jogou com competência ao entregar a outra vaga de suplente à ex-prefeita de Matões, Suely Pereira (PCdoB), mãe do deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), dona de forte liderança na região. Já Eliziane Gama fez escolhas igualmente inteligentes. Para primeiro suplente ela definiu o deputado federal Pedro Fernandes (PTB), um dos políticos mais bem sucedido, experiente e politicamente correto do Maranhão, que decidiu não mais renovar seu mandato na Câmara Federal, abrindo caminho para o filho, o vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB). Para segundo suplente Eliziane Gama foi buscar um líder na Região Tocantina: o médico e pecuarista Gilson Kity, que preside entidade que congrega segmentos da pecuária em Imperatriz.

Em Tempo: Na edição de ontem, a Coluna noticiou que a primeira-dama de São Luís, Camila Holanda (PTC), seria suplente na chapa senatorial de Weverton Rocha. Na verdade, Camila Holanda fora convidada, mas declinou do convite. Repórter Tempo pede, portanto, desculpas aos seus leitores e à própria primeira-dama Camila Holanda pelo equívoco.

 

Othelino Neto avalia que a reeleição de Flávio Dino consolidará a transição política no Maranhão

Othelino Nemo teve  presença forte na megaconvenção  no Multicenter Sebrae

Como é tradição nas convenções partidárias, os aspirantes  a mandatos parlamentares marcam posição. A convenção do PCdoB que definiu a coligação “Todos pelo Maranhão” foi marcada pela forte presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, que formalizou sua candidatura a novo mandato no parlamento estadual. Um dos líderes mais jovens e bem sucedidos da nova geração e da transição política que o Maranhão está vivendo sob a liderança do governador Flávio Dino, o presidente do Poder Legislativo encabeça todas as listas dos deputados estaduais em condições de renovar o mandato no pleito de Outubro. Ontem, no seu discurso na festa partidária, Othelino Neto defendeu a reeleição do governador Flávio Dino como um imperativo para o Maranhão, para que ele complete sua obra de Governo e consolide a transição política que começou em 2006 com a eleição de Jackson Lago (PDT),  interrompida em 2010 com a eleição de Roseana Sarney, e retomada em 2014 com a eleição de Flávio Dino e, na sua previsão, será completada em 2018 com a reeleição do governador.

São Luís, 29 de Julho de 2018.

 

Ribinha Cunha opta por ser candidato a vice de Roseana Sarney, mas se distancia do sonho de ser prefeito de Imperatriz

 

Ribinha Cunha decidiu ser candidato a vice de Roseana Sarney

A escolha do empresário tocantino Ribinha Cunha (PSC) para companheiro de chapa da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) na corrida ao Palácio dos Leões foi o desfecho de uma disputa que teve como contrapeso o candidato do PSDB, senador Roberto Rocha, também interessado no passe do dono do Café Viana e vários outros negócios rentáveis. A emedebista jogou todo o peso do seu prestígio na família Cunha, a começar pelo aval do irmão do disputado, deputado estadual Leo Cunha (PSC), que “nada tem contra Roberto Rocha”, mas que preferiu o acordo celebrado com o Grupo Sarney, do qual é membro assumido. A decisão teve mesmo força de pancada contra o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), que em 2016 transformara Ribinha Cunha de “zero à esquerda” na política tocantina em terceiro colocado na disputa pela Prefeitura da Princesa do Tocantins, “mordendo os calcanhares” do influente ex-prefeito Ildon Marques (PSB), que chegou em segundo na espetacular eleição da qual saiu vitorioso o azarão Assis Ramos (PMDB). Ao acrescentar o PSC na sua coligação, a candidata do MDB quis mostrar que está no jogo, enquanto o candidato do PSDB sofreu um duro revés.

Numa corrida eleitoral como a de agora existem situações diversas relacionadas com a escolha de vice. Um candidato a governador forte e consolidado precisa de um companheiro de chapa confiável e que agregue segurança ao governador, tenha ou não algum cacife eleitoral, como é o caso do vice-governador Carlos Brandão (PRB), mantido na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB). Outro tipo de vice é aquele entra na chapa com a responsabilidade de abrir caminho ao candidato numa região onde ele não consegue avançar. É o caso de Ribinha Cunha, cuja função na chapa de Roseana Sarney será a de tentar quebrar uma forte resistência à candidata emedebista na independente e caprichosa Princesa do Tocantins.

São várias as nuanças que envolvem a escolha de Ribinha Cunha para vice de Roseana Sarney. A primeira é que, de fato, os Cunha e os Sarney criaram ao longo dos anos uma sólida amizade, tendo a importante família imperatrizense mostrado muito prestígio e muita influência durante os Governos da emedebista. Ao mesmo tempo, Ribinha Cunha ligou-se politicamente ao forte e influente prefeito Sebastião Madeira, que o lançou à sua sucessão, transformando-o num candidato que saiu do zero e que, tivesse um pouco mais de tempo, teria medido forças com o azarão emedebista Assis Ramos, que ganhou a eleição, batendo a pedetista Rosângela Curado, um fenômeno que murchou, e o influente ex-prefeito e grande empresário Ildon Marques (PSB), capitão do Grupo Liliane. Ribinha Cunha será, portanto, o canal que Roseana Sarney precisava para se comunicar com o eleitorado imperatrizense.

Se não houve um grande “acordo de gaveta” entre MDB e PSDB, a tomada de posição do PSC a favor de Roseana Sarney pode significar o deslanche de vez do político Ribinha Cunha, mas pode também transformar-se num calvário para ele, dependendo do resultado das eleições de Outubro. No meio político é sabido que o sonho dourado do dono do Café Viana é ser prefeito de Imperatriz. Tal sonho seria possível com o apoio de Sebastião Madeira, como ficou demonstrado em 2016. Só que agora, se a decisão de optar por Roseana Sarney e não por Roberto Rocha não passou por um acordo subterrâneo com Sebastião Madeira, o projeto de governar Imperatriz fica inviável. Primeiro por que depois de preterir Roberto Rocha, não terá mais o apoio do influente ex-prefeito, e depois porque em 2020 enfrentará o emedebista Assis Ramos, que certamente será candidato à reeleição – isso se o próprio Sebastião Madeira não resolver dar continuidade ao excelente trabalho que realizou nas suas duas gestões.

Independente do emaranhado politico que está por trás da sua decisão, o fato é que Ribinha Cunha aceitou o chamado de Roseana Sarney para a tarefa de convencer Imperatriz e adjacência de que ela será melhor para a região do que está sendo o governador Flávio Dino. Um desafio e tanto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton Rocha dá tacada de mestre ao escolher Robert Bringel e Camila Holanda como candidatos a suplente de senador

Robert Bringel e Camila Holanda: candidatos a suplente de Weverton Rocha

O deputado federal Weverton Rocha (PDT) deu uma tacada de mestre na escolha dos seus dois candidatos a suplente de senador. Como candidato a primeiro suplente escolheu o médico e ex-prefeito de Santa Inês Robert Bringel (DEM), um político de prestígio que pertenceu por muito tempo ao PMDB e cuja esposa, também médica e ex-deputada estadual, Vianey Bringel (DEM), comanda hoje aquela Prefeitura. A escolha foi uma articulação do presidente estadual do DEM, deputado federal Juscelino Filho, que hoje lidera o grupo regional que tem ni casal Bringel um esteio e tanto.

Como candidata a segundo suplente Weverton Rocha escolheu a primeira-dama de São Luís Camila Holanda (PDT). Com sua postura de bailarina e seu jeito de esposa firme e mãe dedicada, Camila Holanda vem ais poucos mostrando-se como militante no cenário político de São Luís, acompanhando o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), antes em inaugurações, mas agora até no acompanhamento de obras. E o faz com a autoridade de quem sempre participou com determinação de todos os passos políticos do marido, atuando na coordenação e até na panfletagem de rua nas suas bem sucedidas campanhas. Tanto que protagonizou uma das mais belas e marcantes imagens do segundo turno da campanha de 2016: grávida avançada e distribuindo panfletos com a determinação de quem estava numa batalha pelo bem de todos. Camila Holanda é a prova de que a polpitica maranhense encontra-se, de fato, em processo intenso de renovação.

 

PT realiza encontro movimentado e decide apoiar chapa liderada por Flávio Dino

Robert Lobato, Flávio Dino, Márcio Jardim e Márcio Jerry: aliança fechada

Depois de meses de debates, reuniões, bate-bocas, declarações bombásticas, ameaças e abafamentos, o PT finalmente bateu martelo: vai integrar a aliança liderada pelo governador Flávio Dino – que será formalizada neste sábado -, sem ocupar espaço na chapa majoritária. A decisão foi tomada por maioria acachapante no Encontro de Tática Eleitoral do PT no Maranhão realizado ontem no Auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa. A reunião foi a expressão integral do PT, com debate forte, discursos enfáticos e decisões previsíveis. A grande estrela da reunião foi o ex-secretário Márcio Jardim, que liderou um movimento para pressionar os comandos nacional e regional do partido reivindicasse uma vaga para o PT na chapa majoritária – a vaga de candidato a vice-governador, uma vaga de candidato a senador ou, pelo menos, uma ou duas vagas de candidato a suplente de senador. Não funcionou. Mesmo assim, o PT decidiu apoiar integralmente a chapa majoritária da aliança dinista, tendo como meta principal a reeleição do governador Flávio Dino.

São Luís, 28 de Julho de 2018.

Flávio Dino vai para a convenção com chapa definida e embalado pelo favoritismo; Roseana Sarney tenta mudar cenário

 

Flávio Dino, Odívio Neto e Ramon Zapata já tem vice, enquanto Roseana Sarney, Roberto Rocha e Maura Jorge ainda procuram seus companheiros de chapa

Chegou o momento da verdade para os candidatos às eleições de Outubro, em especial aos aspirantes do Governo do Estado. As convenções vão definir exatamente a estrutura partidária e o peso político que levarão os aspirantes a governador, senador, deputado federal e deputado estadual a mostrar suas musculaturas eleitorais nos próximos dois meses, no que será a primeira corrida pelo voto movida por novas regras, entre elas um período de campanha mais curto (45 dias) e o financiamento público. O governador Flávio Dino (PCdoB), a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), a ex-prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge (PSL), o senador Roberto Rocha (PSDB), o professor universitário Odívio Neto (PSOL) e o servidor público Ramon Zapata (PSTU) serão confirmados para disputar o Governo do Estado num cenário marcado pela previsibilidade, conforme avisaram as pesquisas divulgadas até aqui. Nesse ambiente, é possível fazer uma leitura panorâmica da posição dos líderes com boa possibilidade de acerto, a começar pelo indicativo segundo o qual o governador Flávio Dino vai para sua convenção neste sábado (28) com indicação certa e condições políticas e partidárias para entrar em campanha como franco favorito, podendo liquidar a fatura em turno único. Terá como principal adversário a ex-governadora Roseana Sarney, dona de indiscutível prestígio político e expressivo cacife eleitoral, mas aparentemente sem instrumentos necessários para virar o jogo. E pelo que está desenhado, os demais candidatos honrarão a disputa com sua participação, lustrando seus nomes para embates futuros.

Flávio Dino chega à convenção com grande poder de fogo e congregando 14 partidos porque soube construí-lo. Primeiro fazendo um Governo com forte viés social, com elevado grau de transparência e nitidamente marcado pelo uso correto dos recursos públicos, dado reconhecido formalmente por órgãos de controle e fiscalização, tornando a pancadaria adversária apenas uma animada e lícita ciranda de factóides até aqui sem consequências. E depois, fazendo uma construção política inteligente, fortemente pragmática e com a transparência possível, conseguindo reunir, em torno do seu projeto de reeleição e de poder, um espectro partidário que vai da esquerda à direita, num pluralismo perfeitamente ajustado às democracias liberais da atualidade. Não há até aqui registro de alguma incoerência grosseira, marmelada ou falcatrua praticada pelo governante ou pelo militante político Flávio Dino ou pelo seu Governo, por maior que sejam os esforços oposicionistas para derrubar a sua guarda nesse campo. E é exatamente pela inexistência de “porens” e “senões” que o governador chegará à convenção como candidato incontestável.

Sem adversário ou concorrente no MDB ou em qualquer partido do seu campo político-partidário – PV, PSD, PSC, PRTB, Podemos, entre outros -, e ainda em busca de um companheiro de capa, a ex-governadora Roseana Sarney irá para a sua convenção neste Domingo (29) para ser consagrada sem contestação. A emedebista tem lastro para comandar o processo no seu campo e sair da reunião partidária para entrar imediatamente em campanha. Outrora à frente da máquina pública estadual e no plano federal, embalada pelo prestígio de presidentes (Lula da Silva, Dilma Rousseff, do PT, e Fernando Henrique Cardoso, do PSDB), e tendo como suporte a força política do ex-presidente José Sarney, Roseana Sarney chega à convenção numa situação inversa, ainda forte eleitoralmente, mas sem o gás da máquina, sem os fluídos emanados do Palácio do Planalto e sem a parceria de um candidato presidencial pelo menos viável, o que a leva a ter somente metade das intenções de voto dadas a Flávio Dino, segundo a pesquisa mais recente.

O senador Roberto Rocha será confirmado candidato do seu partido em convenção marcada para o dia 4 de Agosto, podendo até lá definir seu candidato a vice, e Maura Jorge deve receber sinal verde do seu partido, cuja convenção ainda não tem data definida. Ambos atrelados a candidatos presidenciais fortes – Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL), respectivamente -, os dois aspirantes ao Governo do Estado entraram em ritmo de campanha cientes de que suas chances nessa corrida são mínimas e remotas, mas também que sua participação funciona como fator de legitimação do processo eleitoral deste ano. Os dois vão para as convenções sem vice, que só será definido durante as reuniões do PSDB e do PSL. Há quem aposte que Roberto Rocha e Maura Jorge poderão funcionar como fatores de desequilíbrio, contribuindo para levar a eleição para o segundo turno, mas a julgar pelo que informou a pesquisa Exata/JP,  só uma reviravolta de proporção inimaginável, portanto improvável, poderá mudar o curso dessa disputa.

E numa realidade à parte, os candidatos da ultraesquerda, Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU) já estão com chapas definidas. O primeiro terá como vice a professora universitária Gigia Helena, e o segundo tendo a também professora universitária Nicinha Durans.

É esse, sem tirar nem por, o cenário em que serão realizadas as convenções.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ribinha Cunha, empresário tocantino entre Roseana Sarney e Roberto Rocha

Roseana Sarney e Roberto Rocha disputam Ribinha Cunha para vice

O empresário Ribinha Cunha (PSC) caminha para ficar de fora da lista de potenciais candidatos a vice nas chapas de Roseana Sarney e Roberto Rocha, pelos quais está sendo disputado. Tendo como projeto prioritário candidatar-se a prefeito de Imperatriz em 2020, Ribinha Cunha sabe que se for o vice de Roseana Sarney, terá muitas dificuldades para se tornar adversário do Assis Ramos, que é do MDB, aliado de proa, portanto, de Roseana Sarney. Já em relação ao projeto de Roberto Rocha, ele terá o apoio, que pode ser decisivo, do ex-prefeito Sebastião Madeira, que o apoiou na corrida à Prefeitura em 2016, colocando-o em boa posição. Se abraçar o projeto tucano, Ribinha Cunha entrará em rota de colisão com a ex-governadora Roseana Sarney, cujo Governo o prestigiou no plano empresarial. Se abraçar o projeto da emedebista, ele se distanciará do ex-prefeito Sebastião Madeira, a quem deve sua projeção política até aqui. Esse clima de indefinição envolve também o seu irmão, deputado estadual Leo Cunha (PSC), que sempre foi aliado do Grupo Sarney, embora atualmente vote na base do governador Flávio Dino na Assembleia Legislativa. Leo Cunha estaria inclinado a apoiar o irmão numa eventual aliança com Roseana Sarney, mas também não descarta avalizar sua candidatura na chapa

dos tucanos. Vale aguardar até amanhã.

 

Cleomar Tema se afasta da presidência da Famem para coordenar campanha de Daniella Tema

Cleomar Tema entre os prefeitos Djalma Mello e Miltinho Aragão, na Famem

Num gesto revelador da sua postura política, o prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), licenciou-se por 60 dias da presidência da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), para se dedicar à coordenação da campanha de Daniella Tema à Assembleia Legislativa. Nesse período, a entidade municipalista será comandada pelos prefeitos de Arari, Djalma Mello, primeiro-vice-presidente, e de  São Mateus,  Miltinho Aragão (PSB), segundo-vice-presidente. Cleomar Tema dá um bom exemplo de  correção política e administrativa ao ausentar-se do comando da entidade para cuidar de um projeto político e eleitoral da sua mulher e aliada política, que vem se destacando entre os pré-candidatos à Assembleia Legislativa. O projeto, que inicialmente tratava-se de uma simples postulação da jovem nutricionista, está ganhando peso de um projeto político maior dado o volume que a pré-candidatura vem ganhando, principalmente em Tuntum e Presidente Dutra, que são as suas duas bases políticas e eleitorais mais importantes. O presidente agora licenciado temia  que permanecendo no comando da entidade poderia criar embaraços desnecessários. Sua decisão foi avaliada por todos os seus colegas de entidade, principalmente os da diretoria.

 

São Luís, 27 de Julho de 2018.

Indefinição na corrida ao Senado: Lobão e Sarney Filho lideram e Weverton e Eliziane estão empatados

 

Edison Lobão e Sarney Filho na frente, seguidos de Weverton Rocha e Eliziane Gama; Zé Reinaldo, Waldir maranhão e Alexandre Almeida lutam no segundo time

Os números encontrados pela pesquisa Exata/JP na investigação sobre a quantas anda a corrida pelas duas vagas de senador confirmam a previsão desta Coluna, feita nas primeiras semanas deste ano, de que a disputa senatorial será mais intensa e imprevisível do que a medição de forças pelo Palácio dos Leões. Pelos números, se a as eleições fossem agora, o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV)  eleitos, o primeiro com 24% dos votos e o segundo com 23%. Os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) teriam cada um 20% dos votos, enquanto o deputado federal José Reinaldo (PSDB) sairia das urnas com 16%, seguido do deputado federal Waldir Maranhão (PSDB) com 11%, do deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB) com 9%, e dos candidatos do PSTU Preta Lú com 4% e Saulo Arcangeli com 2%. E para entornar ainda mais o caldo, a pesquisa informa que nada menos que 71% dos entrevistados eleitores responderam que pretendem votar nulo ou em branco, ou disseram que ainda não sabem em quem votarão para as duas vagas de senador. Ou seja, no momento, a corrida senatorial indica rumos, mas encontra-se rigorosamente indefinida, podendo o atual desenho ser consolidado por inteiro ou em parte, ou ainda ser radicalmente modificado durante a campanha.

Para começo de conversa, não há como ignorar o surpreendente do desempenho do senador Edison Lobão até aqui. Um político de 80 anos, com vitórias eleitorais ininterruptas desde 1978, quando abriu a carreira  como deputado federal, governador, senador, presidente do Senado e ministro de Minas e Energia nos dois Governos de Lula da Silva, mas também enfrentando um bombardeio de acusações – nenhuma confirmada até aqui – no escândalo da Petrobras. Edison Lobão iniciou esse projeto de reeleição num cenário em que a impressão dominante era a de que o seu caminho seria a aposentadoria. Só que entrou em campo um Lobão no auge da experiência, hábil no trato com políticos e eleitores e que faz política durante pelo menos 18 horas de cada dia, que visita Lula na prisão. Daí o resultado da pesquisa, que não é definitivo, mas tem consistência suficiente para ele se movimentar como um dos favoritos.

Sarney Filho alcança a condição de favorito à outra cadeira lastreado em 10 mandatos parlamentares – um de deputado estadual e nove de deputado federal -, movimentando-se sempre à margem dos planos centrais do Grupo Sarney, todos voltados para a irmã Roseana Sarney (MDB). Foi com essa ação paralela que abriu caminho próprio, comandou  duas vezes o Ministério do Meio Ambiente e cultivou aliados fiéis na política estadual. Entendeu que chegou a hora de dar um salto mais alto, deu um murro na mesa familiar e impôs seu projeto de chegar ao Senado, deixando José Sarney e Roseana Sarney sem condições de dizer não. Os 23% a seu favor encontrados pela pesquisa Exata/JP não são definitivos, mas indicam que está no jogo no campo do favoritismo.

Os percentuais mais surpreendentes da pesquisa são os 20% de Weverton Rocha e os 20% de Eliziane Gama. Nas primeiras pesquisas, o candidato do PDT apareceu atrás até mesmo de Zé Reinaldo, enquanto a candidata do PPS surfava na liderança, deixando todos para trás. Os últimos levantamentos mostram que os dois estão fazendo movimentos inversos, com ele ganhando corpo e exibindo os resultados do seu trabalho político, e ela parecendo ameaçada por uma perigosa tendência de queda, correndo o risco de ver seu projeto fragilizado por falta de suporte político e partidário, como aconteceu na incrível reviravolta que a atingiu na corrida para a Prefeitura de São Luís em 2016. O crescimento de Weverton Rocha é o resultado dois fatores: o seu excepcional desempenho como deputado federal e o intenso e obstinado trabalho político que vem fazendo para consolidar seu projeto senatorial. Eliziane Gama, também dona de uma carreira parlamentar brilhante, tem se movimentado, parece perigosamente dependente da massa evangélica, que, todos sabem, nem sempre é fiel aos seus.

A pesquisa mostra o grande poder de fogo do ex-governador Zé Reinaldo, que apesar de todos os problemas, encrencas, intrigas, conflitos e bolas fora que marcaram sua candidatura nos últimos meses, ele aparece com 16% de intensões de voto. Ele tem agora o desafio de abater três concorrentes – exatamente pela lógica Sarney Filho, Weverton Rocha e Eliziane Gama para realizar o sonho de ser senador.

Tudo indica que esse primeiro time será confirmado durante a campanha, podendo haver – e certamente haverá – mudanças de posição ao longo da campanha, sendo precipitada qualquer afirmação como definitiva.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eduardo Braide se mantém fiel à estratégia de agir em silêncio

Eduardo Braide mantém mistério sobre seu rumo

Fiel até aqui à estratégia de manter silêncio sobre seus próximos passos e alimentar o mistério sobre seu futuro, o deputado Eduardo Braide marcou a convenção do seu partido, o PNM para o dia 2 de Agosto, no Auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa. Ao contrário de outros políticos com visibilidade, ele não anunciou formalmente até agora se será ou não candidato a governador, a deputado federal ou à reeleição. Depois de ter sido apontado como o nome que poderia enfrentar o governador Flávio Dino e em seguida como possível vice se Roseana Sarney, ele agora é visto com a possibilidade de fazer um acordo com Maura Jorge, podendo ser o seu vice ou ser o candidato a governador tendo-a como companheira de chapa. Claro que é uma especulação, porque dificilmente o Eduardo Braide que vem se destacando no cenário político estadual entraria numa aventura sem pé nem cabeça como essa, mesmo levando em conta a máxima segundo a qual na política do Maranhão boi voa de asa quebrada.

 

Cleide Coutinho e José Gentil farão disputa de prestígio em Caxias

Cleide Coutinho e José Gentil: disputa intensa por mais votos em Caxias

Um dois embates mais duros e intensos previstos no Maranhão na guerra por cadeiras na Assembleia Legislativa se dará em Caxias. De um lado estará a ex-deputada Cleide Coutinho (PDT), que defenderá nas urnas o legado político construído pelo seu marido, o ex-deputado Humberto Coutinho, que morreu em janeiro como presidente do Poder Legislativo. Do outro estará o ex-deputado estadual José Gentil (PRB), político traquejado, que conhece o caminho das pedras na política estadual desde o Governo Luis Rocha, no início dos anos 80 do século passado, e que tem como principal cabo eleitoral ninguém menos que o prefeito da Princesa do Sertão, Fábio Gentil. Pelo que se ouve nos bastidores da corrida eleitoral, será um embate de “gente grande”. Muitos acreditam que a verdadeira disputa entre esses candidatos não tem por objetivo a eleição de um e a não eleição do outro, mas que terá mais votos em Caxias. Trata-se também de uma guerra de prestígio político e eleitoral, na qual um voto a mais fará a diferença e sagrará o campeão. É aguardar.

São Luís, 26 de Julho de 2018.

Pesquisa Exata confirma liderança ampla de Dino, com Roseana em segundo e tendência de definição em turno único

 

Flávio Dino lidera com 60%, seguido de Roseana Sarney (31%), Maura Jorge (4%) e Roberto Rocha (3%); Odívio Neto e Ramon Zapata não pontuaram, segundo o Exata

Independentemente da polêmica que possa provocar por ter sido divulgada sem o tripé nulos/brancos/indecisos, revelando apenas os chamados “votos válidos”, a nova pesquisa do instituto Exata, divulgada na edição de ontem do Jornal Pequeno, trouxe a público apenas confirmações, sem qualquer dado que pudesse causar a mais leve agitação no cenário da corrida ao Palácio dos Leões. A primeira e mais destacada é a de que o governador Flávio Dino (PCdoB) aparece com 60% das preferências na massa dos votos válidos, um cacife que alcançado e que, se mantido, lhe dará a reeleição em turno único. A segunda confirmação: a ex-governadora Roseana Sarney tem 31% das intenções de voto, já revelados em outras pesquisas, o que a consolida, portanto, como o principal adversário do governador. A terceira: bem atrás dos dois surge a ex-prefeita Maura Jorge (PSL) com 4% das intenções de voto, seguida do senador Roberto Rocha (PSDB), com 3%. Depois, aparece o fantasma da já inexistente candidatura do ex-deputado Ricardo Murad (PRP), com 2%. Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU), que não pontuaram. Exceto uma pequena variação nos percentuais, que sequer ameaça as posições, a nova pesquisa nada difere de outros levantamentos recentes.

O governador Flávio Dino se mantém na liderança da corrida embalado pelo bom conceito como gestor público e pela posição que vem ocupando no cenário político estadual e nacional. O gestor público trabalha entre 12 e 14 horas por dia e nos tempos mais recentes suspendeu idas à praia aos Domingos para embrenhar-se pelos municípios, inaugurando, inspecionando e até mesmo lançando obras. Comanda um Governo com os pés no chão e eficiente, sustentado por um controle draconiano dos recursos públicos. Os resultados em educação, saúde, assistência social, infraestrutura, e por aí vai, têm uma forte marca reformadora e o colocam sempre na cabeça das listas em que chefes de Estados são avaliados. Politicamente, Flávio Dino está consolidado dentro e fora do Maranhão como a principal liderança no pós-sarneysismo, com cacife para completar a transição iniciada em 2014, abrindo caminho para uma nova geração de políticos que se forma no estado. Daí não surpreender o fato de ele liderar a corrida em busca da reeleição.

A ex-governadora Roseana Sarney mostra fôlego ao alcançar 31% das preferências nos votos válidos, mas não o suficiente para projetar um crescimento que inverta o quadro atual. Não há dúvida de que a ex-governadora é uma liderança de peso, mas muito distante do que foi até em 2010, quando se reelegeu em turno único, com o apoio declarado do então presidente Lula da Silva (PT), vencendo um ex-governador Jackson Lago (PDT) politicamente castigado pela cassação e já gravemente debilitado pelo câncer que o levaria em 2011, e um Flávio Dino já deputado federal, mas ainda deslanchando no cenário estadual. Pesam contra ela o fato de ter governado o Maranhão por mais de 12 anos e representar uma corrente política que já foi dominante, mas que se encontra duramente enfraquecida e tentando se reagrupar depois da acachapante derrota que sofreu em 2014. Com os 31%, a ex-governadora mostra que é um adversário respeitável, mas visivelmente sem condições de ir mais longe. A campanha dirá qual o seu real tamanho político e eleitoral.

Tecnicamente empatados (a margem de erro é de 3,2%), Maura Jorge (4%) e Roberto Rocha (3%) travam uma guerra na poeira da corrida às urnas, alimentando uma situação mostrada nos levantamentos mais recentes. Nascida candidata a partir de uma “invenção” do deputado federal Aluísio Mendes (Podemos), Maura Jorge vem dando seguidas demonstrações de audácia política, como lance de perseguir e conseguir se tornar o braço do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Maranhão, ocupando um espaço que nem imaginava quando entrou na corrida aos Leões. Ao contrário, o senador Roberto Rocha, que primeiro nasceu candidato dele mesmo e agora representa nada menos que o PSDB, o que lhe dá vantagens que outros aspirantes – como o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), por exemplo –, mas ele não tem mostrado gás para crescer e virar o jogo.

A pesquisa, enfim, traduz com alguma precisão a realidade política do Maranhão neste momento, sinalizando fortemente que o cenário mostrado reúne as condições para ser confirmado nas urnas.

Em Tempo: A pesquisa Exata/JP foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número MA-06768/2018. Foram ouvidos 1.404 eleitores entre os dias 15 e 20 de julho. A margem de erro é de 3,2 pontos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula lidera com intenções de votos no mesmo patamar de Flávio Dino

Lula da Silva tem 66%, seguido de Jair Bolsonaro (13%), Marina Silva (6%), Ciro Gomes (4% ), Geraldo Alckmin (2%) e Álvaro Dias (1%) das intenções de voto no estado

Está escrito nas estrelas que se for candidato ao Palácio do Planalto, mesmo preso, o ex-presidente Lula da Silva (PT) terá 66% dos votos no Maranhão, patamar equivalente ao do governador Flávio Dino (60%), que é defensor intransigente da sua candidatura. Ao mesmo tempo, pesquisa chama a atenção para o fato de que as posições dos demais presidenciáveis estão distanciadas dos seus candidatos a governador. Jair Bolsonaro tem 13% das intenções de voto enquanto Maura Jorge tem apenas 4%. Terceira colocada com 6%, Marina Silva (Rede) não tem sequer um candidato a deputado federal anunciado pelo seu partido, como se essa agremiação simplesmente não existisse no estado. Ciro Gomes (PDT), que tem a simpatia sem compromisso do governador Flávio Dino, podendo vir a ser o candidato da sua aliança se Lula não vingar, tem apenas 4%. Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, detém 2% das intenções de voto, percentual quase igual ao do candidato tucano a governador, Roberto Rocha, que tem 3%. Álvaro Dias (Podemos) surpreendeu com 1% das intenções de voto. Manuela D`Ávila (PCdoB) – para quem o governador Flávio Dino dará seu voto se a candidatura for mantida – não pontuou. E Guilherme Boulos (PSOL), que igualmente ao candidato do seu partido a governador, Odívio Neto, também não pontuou. Vale anotar que Henrique Meireles (MDB), candidato da ex-governadora Roseana Sarney, não foi nem lembrado na investigação do instituto Exata.

 

PRE alerta entidades evangélicas para que evitem propaganda eleitoral ilegal

A Recomendação da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no sentido de que instituições religiosas não promovam atos de apoio a candidatos que possam ser interpretados como propaganda eleitoral foi um recado direto às chamadas denominações evangélicas, a começar pela mais importante e politicamente influente delas, a Assembleia de Deus. A iniciativa da PRE é oportuna, mas de alguma maneira chegou tarde, uma vez que essas Igrejas estão atuando como verdadeiros segmentos políticos, com vieses partidários e candidatos definidos. Para definir candidatos, os líderes estão apresentando até plataformas com itens variados, como se entidades evangélicas e os fiéis que as formam sejam instituições e cidadãos diferenciados, com mais direitos do que o cidadão comum. Isso não cabe numa democracia com regras eleitorais bem definidas como a do Brasil.

São Luís, 25 de Julho de 2018.

Roseana Sarney não consegue sacar o DEM, o PP e o PR da aliança partidária montada por Flávio Dino

 

José Sarney não conseguiu convencer Juscelino Rezende, André Fufuca e Josimar de Maranhãozinho de apoiar a candidatura de Roseana Sarney ao Governo

Se os caprichos da política não  sacudirem a corrida sucessória com surpresas nos próximos dias, o governador Flávio Dino fechará a semana consolidado no comando de uma coligação que reunirá mais 15 partidos, incluindo o dele, o PCdoB. Isso porque o ex-presidente José Sarney (MDB) não conseguiu retirar da aliança o DEM, o PP e o PR, agremiações de proa do Centrão, que no Maranhão decidiram aliar-se ao grupo partidário de esquerda liderado pelo governador, dando as costas ao projeto de voltar ao poder concebido pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB). O ex-presidente jogou sua influência e o seu poder de sedução para convencer os líderes nacionais das três legendas a retirá-las da aliança dinista e inclui-las no movimento partidário liderado pela ex-governadora. Suas investidas, porém, não produziram o resultado pretendido, uma vez que a decisão dos comandos desses partidos foi no sentido de que eles seguissem a orientação dos seus líderes regionais, no caso os deputados federais Juscelino Rezende (DEM) e André Fufuca (PP) e o deputado estadual Josimar de Maranhãozinho (PR). Com o aval definitivo dos líderes nacionais, os três chefes partidários confirmaram a participação das suas legendas na base de sustentação do projeto político e eleitoral do governador Flávio Dino.

José Sarney jogou o peso do seu prestígio e forte relação pessoal nas conversas que manteve com o presidente nacional do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), prefeito de Salvador, e com o líder mais influente da legenda, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (RJ), mas foi informado de que o partido decidira não interferir nas equações regionais, garantindo a decisão tomada pelo presidente Juscelino Filho. O mesmo ouviu do presidente do PP, o senador piauiense Ciro Nogueira, depois de tentar, em vão, convencer o presidente regional André Fufuca no sentido de mudar de posição. O presidente nacional do PR, ex-deputado federal Waldemar Costa Neto, também foi sondado, mas liberou o presidente Josimar de Maranhãozinho a confirmar o alinhamento à base governista.

Roseana Sarney encontra-se numa situação incômoda, de vez que, depois de liderar coligações-gigante nas diversas vezes que disputou o Governo do Estado, o que lhe deu vantagem avassaladora na propaganda no rádio e na TV naquelas campanhas, agora se vê obrigada a comandar uma coligação de tamanho e poder de fogo reduzidos. Ela perdeu o DEM por absoluta falta de interesse que demonstrou pelo futuro do partido e para o senso de oportunidade do deputado federal Juscelino Filho. Roseana viu o PP escorregar por entre suas mãos numa jogada de “gente grande” protagonizada pelo deputado federal André Fufuca, que assumiu o comando do partido quando o seu presidente, depurado federal Waldir Maranhão, foi mandado embora depois de protagonizar situações inacreditáveis e desgastantes como presidente interino da Câmara Federal. O PR, que andava escorregadio quando comandado pelo então deputado federal Davi Alves Filho, ficou meio bandoleiro no Maranhão depois de cair nas mãos do deputado Josimar de Maranhãozinho, um político arrojado e controvertido, que comanda um grupo de prefeitos.

Sem o reforço dessas agremiações, Roseana Sarney irá para a campanha em nítida desvantagem, demonstrando que não mais conta com o poder de fogo de outrora, quando liderava verdadeiras locomotivas partidárias, chegando ao ponto de brigar pelo controle de nanicos como o PRTB e o PSDC, que se insubordinaram no seu campo e estão inclinados a apoiar o projeto eleitoral de Maura Jorge (PSL). Isso a obrigará a apresentar-se ao eleitorado de maneira mais direta, o que exigirá o uso mais intenso do seu poder de encantamento, sustentado num discurso convincente. A candidata do MDB tem ciência plena de que o adversário que vai enfrentar nas urnas, além de ser agora o comandante da locomotiva partidária, é um orador hábil e experiente, forjado nos embates políticos da atualidade, dono, portanto, de um discurso recheado de bons argumentos.

Qualquer avaliação, isenta ou parcial, dificilmente fugirá da conclusão de que  o DEM, o PP e o PR farão muita falta na coligação a ser comandada pela ex-governadora Roseana Sarney na corrida ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maura Jorge articula aliança e escolha do vice em negociações partidárias

Maura Jorge negocia hoje coligação com partidos  e nome do seu candidato a vice

Em São Luís desde ontem, Maura Jorge (PSL) cumpre hoje uma intensa agenda de negociações para definir o tamanho da coligação partidária que pretende liderar na sua corrida ao Palácio dos Leões. Desses entendimentos com vários líderes de pequenos partidos deverá sair o seu companheiro de chapa. Os acordos que vierem a ser definidos nessas conversas deverão reforçar a base de apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Maura Jorge vem de uma maratona de visitas a municípios, onde fez pré-campanha em dobradinha com Bolsonaro, tentando construir um movimento que lhe dê um bom resultado nas urnas. Dependendo dos acordos que conseguir firmar nas negociações de hoje, Maura Jorge poderá aumentar a preocupação da ex-governadora Roseana Sarney, que enxerga na outrora fiel aliada uma fonte de problemas para sua candidatura. Maura Jorge deve permanecer em São Luís até sábado (28), quando realizará sua convenção, que terá a participação da cúpula nacional do PSL.

 

Tucanos superam tensões na pré-campanha e irão à convenção com o ninho pacificado

Roberto Rocha, Waldir Maranhão. José Reinaldo e Alexandre Almeida: descontração

O clima no PSDB vem se tornando cada dia mais ameno, devendo alcançar a normalidade no dia 4 de Agosto, data da sua convenção. Pré-candidato ao Senado, o ex-governador José Reinaldo Tavares integrou-se à comitiva tucana que corta o Maranhão liderada pelo senador Roberto Rocha, pré-candidato do partido a governador, com a participação dos também pré-candidatos a senador Alexandre Almeida e Waldir Maranhão, e do secretário geral do partido e pré-candidato a deputado federal Sebastião Madeira. Antes marcada pela tensão, tendo chegado a uma dura troca de petardos verbais entre Tavares, Rocha e Madeira, a situação agora é de um claro esforço pela unidade partidária. A superação da crise foi acelerada depois que o presidenciável do partido, Geraldo Alckmin, fechou com o “Centrão”, dando ao seu projeto de chegar ao Planalto o impulso que faltava para deslanchar depois da convenção do dia 4 de Agosto.

São Luís, 24 de Julho de 2018.

Roseana, Rocha e Maura travam agora a batalha para escolher companheiros de chapa; Dino, Odívio e Zapata já têm vice

 

Flávio Dino comfirmou Carlos brandão; Roseana Sarney quer Ribinha Cunha como vice, Roberto Rocha também
Flávio Dino confirmou Carlos Brandão como companheiro de chapa; Roseana Sarney quer o empresário Ribinha Cunha como vice, Roberto Rocha também 

Em meio aos preparativos para as convenções que confirmarão suas candidaturas, os pré-candidatos ao Governo do Estado dedicam seus esforços políticos à busca do item decisivo para a composição das suas chapas: os nomes para as vaga de candidato a vice-governador. Trata-se de um movimento que pode significar pura e simplesmente a escolha formal de um substituto eventual, como reza a norma, mas também pode o escolhido ser um aliado de peso, que agregue poder de fogo político, reforço eleitoral ou até mesmo suporte moral, ou, num erro de avaliação, ser um “aliado” que se dedique integralmente à conspiração para derrubar o titular e assumir o cargo. Nesse cenário, no qual o governador Flávio Dino (PCdoB), favorito na corrida, foi o primeiro a definir o seu companheiro de chapa, confirmando Carlos Brandão (PRB) no posto, há uma situação inusitada envolvendo Roseana Sarney (MDB) e Roberto Rocha (PSDB), que disputam o empresário Ribinha Cunha (PSC), nome de destaque na Região Tocantina; enquanto Maura Jorge (PSL) negocia com pequenos partidos em busca de um nome, e Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU) já têm vice em chapas puras.

O governador Flávio Dino decidiu entrar na guerra pelo segundo mandato mantendo Carlos Brandão como companheiro de chapa, mais pelo que ele representa como aliado fiel e colaborador eficiente do que pelo peso político que detém. Quando o escolheu para o posto em 2014, Carlos Brandão, então deputado federal, era o poderoso presidente do PSDB no Maranhão, posição que segurou até na segunda metade do ano passado, quando uma reviravolta radical o tirou do comando do ninho dos tucanos, que foi entregue de volta ao senador Roberto Rocha. De uma hora para outra, Brandão se viu sem partido e sem poder político, sendo obrigado a migrar para o PRB, onde se acomodou. Diante do monumental tropeço partidário do vice, forças diversas – a começar pelo PT -, passaram a pressionar o governador Flávio Dino pela escolher um novo vice. Mas diante da avaliação de que Carlos Brandão se comportou com correção impecável, como aliado e colaborador, o governador decidiu mantê-lo. A decisão de Flávio Dino é até hoje motivo de “zunzunzum” de insatisfação, mas não há qualquer sinal de que ele possa voltar atrás.

A ex-governadora Roseana Sarney se movimenta em perspectivas regionais para escolher um vice que possa agregar poder de fogo eleitoral à sua chapa. Já fixou avaliação na Região dos Cocais, onde conversou com o vice-prefeito de Caxias, Paulo Marinho Jr., mas o fato de ele pertencer ao PP, que está alinhado ao governador Flávio Dino, embaraçou e inviabilizou a articulação. Roseana Sarney voltou sua atenção para o pastor Pedro Lindoso, um líder evangélico com atuação política na região polarizada por Santa Inês, mas as conversas estacionaram e entraram em “banho maria”. Agora, o nome mais falado para ser o vice da candidata emedebista é o empresário Ribinha Cunha (PSC), de Imperatriz, irmão do deputado estadual Leo Cunha (PSC). Além de parceiros políticos, os Cunha foram muito influentes nos Governos de Roseana Sarney, o que reforça a expectativa de que Ribinha Cunha – que saiu do nada e ficou em quarto lugar na espetacular corrida para a Prefeitura de Imperatriz – venha a ser o seu candidato a vice. E numa hipótese ainda remota, Roseana Sarney poderá recorrer a uma solução doméstica, formando chapa pura com o senador João Alberto ou com o ex-prefeito de Coelho Neto, Soliney Silva, por exemplo.

O principal obstáculo enfrentado por Roseana Sarney para ter Ribinha Cunha como candidato a vice é ninguém menos que o senador Roberto Rocha, candidato tucano ao Governo. Explica-se: Ribinha Cunha é politicamente ligado a Sebastião Madeira, ex-prefeito de Imperatriz, candidato a deputado federal e coordenador da campanha de Roberto Rocha. Foi Madeira que o lançou candidato a prefeito de Imperatriz, tendo entrado na corrida com 2% das intenções de voto e saído com 15% dos votos e em movimento crescente, tendo ficado atrás apenas do prefeito Assis Ramos (MDB) e do ex-prefeito Ildon Marques (PSB). Tal situação coloca o empresário numa espécie de “sinuca de bico” entre Roseana Sarney e Roberto Rocha, situação que pode levá-lo a afastar-se da disputa para se dedicar apenas à reeleição do irmão para a Assembleia Legislativa. É quase certo que Roberto Rocha busque outro nome.

Maura Jorge (PSL) deve definir seu companheiro de chapa ao longo desta semana. Nesta terça-feira, ela realizará em São Luís uma série de negociações com pequenos partidos exatamente com o objetivo de formar uma coligação que lhe assegure algum tempo de TV e lhe dê um candidato a vice-governador. Não existe nenhum nome em perspectiva. Se não conseguir a aliança que procura, o que é improvável, Maura Jorge, adotará uma solução doméstica, escolhendo um vice dentro do próprio partido, o PSL.

No campo da ultraesquerda a escolha dos candidatos a vice já está definida. O candidato do PSOL, Odívio Neto, terá como vice a professora universitária Gigia Helena, do mesmo partido. E no PSTU, o candidato a governador Ramon Zapata terá como companheira de chapa a professora universitária Nicinha Durans, que integra a cúpula do partido no Maranhão.

A palavra final sobre essas definições e incertezas será dada nas convenções partidárias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Acordo de Alckmin com “Centrão” nada muda na aliança dinista

Juscelino Filho (DEM) e André Fufuca (PP) sofreram pressões, mas ficaram com Flávio Dino
Juscelino Filho (DEM) e André Fufuca (PP) sofreram pressões, mas mantivera DEM e PP na coligação de Flávio Dino

Quem aposta que a aliança firmada pelo PSDB e o “Centrão” em torno da candidatura presidencial do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, envolvendo diretamente partidos como DEM, PP, PRB, SD e PR,  produzirá desdobramentos no Maranhão, afetando a coligação montada e liderada pelo governador Flávio Dino, pode estar jogando dinheiro fora. O acordo negociado na quinta-feira deixou claro que a aliança se atém à candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto, nada além disso. Os partidos que entraram no acordo fizeram questão de deixar as alianças estaduais fora desse compromisso, certos de que, se tentassem interferir nesses pactos, poderiam criar um problema gigantesco para o presidenciável tucano, em vez de embalar a sua candidatura. Isso não quer dizer que esses partidos não o apoiem nos estados, ainda que estejam alinhados a candidatos a governador de outro campo político. No Maranhão, por exemplo, DEM, PP, PRB, SD e PR apoiarão a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente integrando a grande aliança que dá sustentação à candidatura do governador Flávio Dino à reeleição, descartando qualquer possibilidade de virem a aliar-se ao candidato tucano Roberto Rocha. Houve, é verdade, tentativas do Grupo Sarney, de tirar o DEM – controlado no Maranhão pelo jovem deputado federal Juscelino Filho, e o PP – comandado pelo também jovem deputado federal André Fufuca – da aliança dinista e incluí-los no grupo partidário ligado a Roseana Sarney. Os jovens líderes, porém, decidiram permanecer na esfera governista. E tudo indica que nada mudará por causa da aliança dos tucanos com o “Centrão”.

 

Roseana Sarney ignora Temer e Meirelles no discurso de campanha

Roseana Sarney enfrenta dificuldades para falar de Michel Temer e Henrique Meirelles
Roseana Sarney enfrenta dificuldades para falar de Michel Temer e Henrique Meirelles no seu discurso de campanha

Roseana Sarney descarta Temer e Meirelles do seu discurso de campanha e enfrenta uma situação complicada na condição de candidata do MDB ao Governo do Estado. Ela não se sente motivada a dizer uma só palavra sequer sobre o candidato do seu partido a presidente da República, o ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que até agora está amarrado em 1% das intenções de voto, e pelo andar da carruagem dificilmente decolará. Na mesma linha, a candidata do MDB não fez qualquer declaração em relação ao Governo do presidente Michel Temer, líder maior do seu partido e que está entrando para a História como o presidente mais rejeitado pela Nação até aqui. E ao que tudo indica, a ex-governadora fará sua campanha lembrando as ações dos quase cinco mil dias que viveu como inquilina no Palácio dos Leões, reforçando o discurso com promessas e atacando o governador Flávio Dino.

São Luís, 22 de Julho de 2018.

Período de convenções abre hoje a corrida eleitoral; partidos governistas confirmarão Flávio Dino no dia 28

 

Flávio Dino, Roseana Sarney, Roberto Rocha, Maura Jorge e Odívio Neto  serão confirmados por convenções
Flávio Dino, Roseana Sarney, Roberto Rocha, Maura Jorge e Odívio Neto serão confirmados candidatos a governador em convenções partidárias 

 

A corrida eleitoral deste ano no Maranhão, que resultará na eleição do presidente da República, governador do Estado, dois senadores Senado, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais, e excepcionalmente um prefeito tampão para Bacabal, começa oficialmente hoje, com a abertura do período de realização das convenções partidárias das quais sairão as chapas de candidatos que concorrerão ao exercício desses mandatos. O período vai até 5 de Agosto, após o que novas datas definirão o período da campanha eleitoral, que terminará no dia 5 de Outubro, dois dias antes da votação, que ocorrerá no dia 7 daquele mês, com a possibilidade de retorno do eleitorado às urnas no dia 29 para um segundo turno na briga pela presidência da República e pelo Governo do Estado, caso nenhum dos candidatos obtiver metade mais um dos votos bons. No caso maranhense, o Governo do Estado será disputado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que concorrerá à reeleição, Roseana Sarney (MDB), Roberto Rocha (PSDB), Maura Jorge (PSL), Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU), com a possibilidade remota de o deputado Eduardo Braide (PMN) e o coronel aposentado Ribamar Monteiro (PHS) entrarem na disputa.

A principal motivação das alianças partidárias é o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV que cada união de partidos pode produzir e dar aos candidatos majoritários e proporcionais. Essas coligações poderão incluir ou não as candidaturas presidenciais. Como também poderão unir partidos na “cabeça” e liberá-los na “base”.

O governador Flávio Dino deverá liderar uma coligação com 15 partidos – PCdoB, PT, PDT, DEM, PTB, PSB, PPS, SD, PR, PRB, PP, PROS, PTC, PPL e Patriotas – que devem realizar suas convenções no dia 28. A ex-governadora Roseana Sarney caminha para armar uma coligação liderada pelo MDB e com a participação do PV, Podemos, PSD, PSC, PRP, PRTB, PMB, PHS e PTdoB, podendo esse número aumentar ou diminuir, conforme os acertos que poderão vir a ser negociados. Roberto Rocha comandará chapa pura liderando somente o PSDB, mas também com a possibilidade de coligar-se com um ou dois partidos. Maura Jorge deverá unir o seu PSL ao PSDC. Odívio Neto comandará uma aliança do PSOL com o PCB, enquanto Ramon Zapata poderá unir PSTU e PCO. A Rede, partido da presidenciável Marina Silva, ainda não definiu com quem marchará para as urnas no Maranhão.

As coligações poderão ser montadas de “cabo a rabo”, ou seja, de presidente a deputado estadual; mas também poderão coligar “na cabeça”, ou seja, para presidente, governador e senador, e deixar livres os candidatos a deputado federal e a deputado estadual, que poderão até ir às urnas com seus próprios candidatos ou montar alianças com um ou mais partidos na mesma coligação partidária ou em outras coligações. E o formato e tamanho das coligações dependerão do resultado das articulações a serem feitas pelas lideranças. O PSDB, por exemplo, poderá manter chapa pura para governador e senador, coligando com outras siglas na disputa proporcional. Enfim, as agremiações partidárias poderão montar coligações de acordo com o interesse e a conveniência das suas lideranças e dos candidatos que venham a representar.

De hoje até o dia 5 de Agosto os líderes partidários e candidatos a governador e a senador poderão firmar os acordos possíveis dentro das regras previstas pela legislação eleitoral, e até mesmo formatos não previstos e que poderão ser resolvidos nos tribunais eleitorais. Aos candidatos a presidente da República interessam coligações em todos os níveis, o que dará a possibilidade de os candidatos a deputado federal e estadual levarem seus nomes aos recantos mais remotos do mapa eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupo Sarney quer evitar a impressão de uma “guerra” entre Lobão e Sarney Filho

Edison Lobão e Sarney Filho devem fazer campanha sem  agir como adversários
Edison Lobão e Sarney Filho devem fazer campanha sem agir como adversários

Os chefes do Grupo Sarney bateram martelo e decidiram que todas as correntes que o integram se articulem para passar à Opinião Pública a impressão de que não existe qualquer rusga entre o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV), como vem sendo insinuado por diversas fontes. Os líderes sarneysistas chegaram à conclusão de que uma disputa aberta entre Lobão e Sarney Filho poderá prejudicar fortemente a coligação em vez de fortalecê-la. A recomendação mais forte nesse sentido foi feita pelo ex-presidente José Sarney (MDB), que passa boa parte do seu tempo imaginando fórmulas de injetar mais gás na base partidária da chapa a ser liderada pela ex-governadora Roseana Sarney.

 

Leões devem “entrar pesado” no apoio do candidato governista em Bacabal

Se for candidato, Florêncio Neto terá o apoio do Palácio dos Leões na disputa com Edvan Brandão
Se for candidato, Florêncio Neto terá o apoio do Palácio dos Leões na disputa com Edvan Brandão em Bacabal

Tudo indica que o Palácio dos Leões entrará forte na corrida para a Prefeitura de Bacabal, uma das dez mais importantes do Maranhão.  Isso acontecerá se o ex-vice-prefeito Florêncio Neto (PCdoB) for confirmado candidato do grupo liderado pelo pai dele, o deputado estadual Carlinhos Florêncio (PCdoB). Até a abertura da janela por meio da qual parlamentares puderam mudar de partido, os Florêncio controlava, o PHS no Maranhão. Até então, havia um acordo não declarado, mas admitido, por meio do qual o Governo não interferiria na política bacabalense, garantindo, com essa posição, o apoio, na Assembleia Legislativa, do deputado Roberto Costa (MDB), que disputou a Prefeitura em 2016, ficando em segundo lugar. Agora, sem a participação de Roberto Costa e tendo um neocomunista na briga pela Prefeitura, não há motivo para ficar distante da disputa que se avizinha. Nos bastidores do Governo há quem defenda que os Leões devem “entrar pesado” para eleger Florêncio Neto prefeito de Bacabal. O virtual candidato governista enfrentará nas urnas o atual prefeito Edvan Brandão (PSD).

 

São Luís, 20 de Julho de 2018.